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Fraturadaclavicula artigo 9

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Fraturas da clavícula: Quando operar ?
Chapter · January 2013
DOI: 10.13140/2.1.2924.8327
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Nelson Elias
Vila Velha Hospital
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Campinhos La
vila velha hospital
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Saulo Gomes de Oliveira
Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitó…
9 PUBLICATIONS   17 CITATIONS   
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Alves Mbo
Universidade Severino Sombra
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 ■ INTRODUÇÃO
As fraturas da clavícula são lesões comuns compreendendo, aproximadamente, 40% das 
fraturas do ombro e entre 5 a 12% de todas fraturas. Tem uma incidência em torno de 20 a 50 por 
100.000 pacientes por ano.1,2 Apesar da existência de muitos trabalhos com experiência clínica 
no tratamento das fraturas da clavícula, existe muita controvérsia com referência ao tratamento 
ideal. 
As fraturas da clavícula podem ser tratadas por método conservador ou cirúrgico. 
Nosso propósito é relatar as indicações do tratamento cirúrgico, fazendo uma 
comparação com o método conservador, baseado em trabalhos recentes publicados.
9
NELSON ELIAS
JOSE EDUARDO GRANDI RIBEIRO FILHO 
LUIZ AUGUSTO CAMPINHOS
SAULO OLIVEIRA
MATEUS BORGES OLIVEIRA ALVES
CILAS REIS
FRATURA DA CLAVÍCULA: QUANDO 
OPERAR?
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 ■ OBJETIVOS
Após a leitura deste artigo, o leitor poderá:
 ■ reconhecer a importância dos estudos científicos da medicina baseada em evidências 
comparando o tratamento cirúrgico com o conservador nas fraturas mediodiafisárias da 
clavícula;
 ■ identificar a localização da fratura mais frequente e sua relação com o tipo de tratamento;
 ■ compreender por que o tratamento conservador diminuiu suas indicações no tratamento das 
fraturas mediodiafisárias da clavícula;
 ■ identificar os fatores preditivos de prognóstico da ocorrência de pseudartrose, consolidação 
viciosa e do resultado funcional;
 ■ estabelecer critérios para indicação do tratamento cirúrgico;
 ■ conhecer os diversos tipos de osteossíntese.
 ■ ESQUEMA CONCEITUAL
Conclusões
Caso clínico
Resultado funcional
Tratamento cirúrgico
A lesão na clavívula
Estudos sobre a lesão de 
clavícula
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 ■ A LESÃO NA CLAVÍVULA
Historicamente, as fraturas da clavícula eram tratadas conservadoramente, e os 
ortopedistas as consideravam como uma lesão simples, de tratamento simples e 
resultados favoráveis.2 Entretanto, com a realização de estudos baseados em evidências, 
os resultados foram melhor avaliados e os conceitos clássicos, no tratamento destas 
fraturas, mudaram.
Os egípcios foram os primeiros a relatar conduta terapêutica nas lesões de clavícula. Relatos 
de tratamento conservador das fraturas da clavícula constam no Edwin Smith Papyrus, escrito 
no século 17 a.C.3 O tratamento conservador variou de imobilização em 8, tipoias, aparelhos 
gessados, imobilização tipo Velpeau, etc.
Uma distribuição bimodal da fratura da clavícula no sexo masculino tem sido relatada com 
o primeiro pico ocorrendo abaixo dos 25 anos e o segundo entre 55 e 75 anos. A distribuição 
é unimodal no sexo feminino com maior incidência entre a quinta e sexta década de vida. 
Normalmente, está relacionada à osteoporose devido a quedas por mecanismos de baixa energia.4 
Fraturas da diáfise correspondem de 60 a 80% de todas as fraturas da clavícula, 20 a 30% da 
extremidade lateral e de 2 a 3% da extremidade medial. Estas fraturas tendem a ser diafisárias 
quando um trauma direto é aplicado nessa região do ombro, por exemplo, durante atividades 
esportivas como esportes equestres e ciclismo.4 As fraturas da diáfise ocorrem mais comumente 
em adultos jovens enquanto que na extremidade medial e lateral são mais comuns em pessoas 
idosas. A maioria das fraturas diafisárias apresenta desvios enquanto que as mediais e laterais, 
frequentemente não apresentam desvios.4
Diferentes mecanismos de produção da lesão são relatados, variando desde uma 
simples queda a um trauma decorrente de atividade esportiva.5 As causas não traumáticas 
incluem tumores primários e metastáticos, alterações genéticas (osteogênese imperfeita, 
raquitismo) dentre outras.6 Um grande número de classificações foi proposto para as 
fraturas da clavícula.7-9 A mais comumente empregada é a de Allman que divide a 
clavícula em 3 grupos baseada na localização da fratura em relação ao segmento do 
osso:
 ■ grupo I terço médio; 
 ■ grupo II terço lateral; 
 ■ grupo III terço medial. 
Os subgrupos citados são divididos com relação ao grau de desvio e à fragmentação.7 
 ■ ESTUDOS SOBRE A LESÃO DE CLAVÍCULA
Charles Nerr8 foi um dos pioneiros na publicação de trabalhos da lesão de clavícula. O tratamento 
conservador das fraturas da clavícula baseou-se nesse trabalho clássico,8 enfatizando que a 
fratura da clavícula tinha um prognóstico favorável. Relatava que a pseudartrose era incomum e 
que a consolidação viciosa era apenas de interesse radiográfico, sem relevância clínica. O estudo 
referido não era frequentemente estratificado pela idade, localização ou gravidade da fratura e 
frequentemente eram incluídas fraturas da clavícula na criança, que apresenta um maior potencial 
de consolidação e remodelação. Predominava o conceito de que essas fraturas poderiam ser 
tratadas conservadoramente. 
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Com o surgimento de novas publicações, baseadas em evidências, pacientes foram mais 
criteriosamente selecionados para indicação do tipo de tratamento.5,9-11 Robinson9 relatou 
índices de 21% de pseudartroses nas fraturas desviadas e com fragmentação. A idade avançada 
e o sexo feminino foram associados significativamente com maior índice de pseudartrose no 
tratamento conservador quando comparado com o cirúrgico.10-13
Hill e colaboradores14 publicaram um dos primeiros estudos que deram partida para novas 
ideias sobre o tratamento das fraturas da clavícula. Eles concluíram que pacientes adultos que 
apresentavam fratura mediodiafisária com desvio completo, tratados conservadoramente tiveram 
uma taxa de pseudartrose de 15,3% muito maior que as publicadas anteriormente. Esse estudo 
mostrou que a pseudartrose estava relacionada com um encurtamento inicial > 2mm.
Ficou evidente que muitas fraturas da clavícula consolidam quando tratadas 
conservadoramente e que o paciente considerado de risco é o que apresenta fratura 
diafisária, desviada e fragmentada aumentando a incidência de pseudartrose.
RESULTADO FUNCIONAL
Sintomatologia persistente após tratamento conservador e insatisfação dos pacientes como 
resultado da dor, fraqueza muscular, sintomas neurológicos e aspectos cosméticos começaram a 
ser identificados e relatados como fatores de mal resultado, apesar da consolidação da fratura 
ter ocorrido.
Nowak e colaboradores15 demonstraram que 46% dos pacientes tinham sequelas da fratura da 
clavícula indicando que eles não tinham se recuperado totalmente da fratura. Usaram regressão 
logística e encontraram que os fatores preditivos de um resultado funcional ruim eram: 
 ■ perda do contato ósseo no foco de fratura; 
 ■ fraturas multifragmentares; 
 ■ paciente idoso.
Lazaridese Zafiropoulos16 demonstraram que 25,8% dos pacientes tratados conservadoramente 
estavam insatisfeitos com os resultados, apresentando dor contínua e diminuição do 
movimento articular do ombro. Encurtamento de 8mm em homens e de 14mm nas mulheres 
estava correlacionado com os maus resultados, além do aspecto estético inaceitável.
McKee e colaboradores17 estudaram 30 pacientes que tinham fratura de clavícula, tratados 
conservadoramente com consolidação de todas as fraturas. Sete estavam parcialmente satisfeitos 
enquanto que 8 estavam insatisfeitos. A média do DASH score foi de 24,6 (normal = 10,1) e 
do Constante score de 71 (normal = 92), demonstrando uma incapacidade significativa. Um 
encurtamento > 2cm estava associado à maior insatisfação dos pacientes.
A causa de disfunção persistente do ombro após consolidação viciosa permanece 
obscura. Provavelmente, quando a fratura consolida com encurtamento promove 
mudanças na posição da clavícula fraturada e na posição espacial da escápula, como 
descritas por Ledger e colaboradores18 e isto ocorreria na presença de encurtamento 
da clavícula > 15mm, ocasionando também dor e função articular limitada.
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 ■ TRATAMENTO CIRÚRGICO
As indicações para o tratamento cirúrgico das fraturas da clavícula podem ser:
 ■ absolutas: fraturas expostas; encurtamento igual ou maior do que 20mm, grande desvio 
e ou fragmentação; eminente lesão da pele por uma espícula óssea; comprometimento 
neurovascular, pseudartrose sintomática, dissociação escápulo-torácica;
 ■ relativas: desvio maior do que 15mm; alterações neurológicas como doença de Parkinson, 
trauma craniano, epilepsia; fratura bilateral; intolerância para imobilização; múltiplas fraturas, 
politrauma, ombro flutuante e indicações cosméticas.
As indicações para o tratamento cirúrgico das fraturas da clavícula podem variar de 
serviço para serviço.
LEMBRAR
Quando houver indicação para operar, existem várias opções de implantes: placa e parafusos 
permanecem o gold standard do tratamento cirúrgico das fraturas da clavícula.10 A placa pode ser 
posicionada na região superior ou anteroinferior da clavícula: 
 ■ na posição superior, haveria um maior risco de lesões neurovasculares (pela broca e por 
parafusos longos) e maior necessidade da remoção do implante por causar desconforto 
debaixo da pele, porém de mais fácil execução;
 ■ quando colocada anteroinferiormente, traria maior dificuldade cirúrgica, pela necessidade 
de realizar maior dissecção e maior dificuldade para modelar a placa, na impossibilidade 
de usar uma placa especial, porém ofereceria menor risco de lesão neurovascular, além da 
possibilidade da colocação de parafusos mais longos melhorando a qualidade de fixação nas 
fraturas osteoporóticas. 
Cabe, portanto, ao cirurgião, baseado em sua experiência, a escolha do local da 
aplicação da placa. Deve-se tomar cuidado, durante o acesso, para não lesar o nervo 
supraclavicular (Figura 1).
Figura 1 – Imagem mostrando o nervo supraescapular, que deve ser isolado e preservado.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
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Outros tipos de fixação interna têm sido usados, incluindo dispositivos intramedulares (titanium 
elastic nails, pinos intramedulares de Rockwood, Kirschner, Rush e haste de Kuntscher), porém 
a maioria destes implantes tem sido pouco empregada devido ao problema da migração com 
necessidade de retirá-los após a consolidação da fratura.10
Muitos autores têm publicado relatos dos resultados comparando tratamento conservador e 
cirúrgico das fraturas da clavícula, entretanto, a literatura referente à incidência da fixação e à 
necessidade da remoção dos implantes permanece obscura.11-13
A detecção de fatores de riscos que podem induzir à pseudartrose e consolidação 
viciosa é muito útil para definição do tratamento da fratura da clavícula. Uma melhor 
compreensão da história natural da fratura mediodiafisária da clavícula permite 
uma melhor análise do tratamento. Entretanto, uma análise isolada não justifica a 
indicação cirúrgica para todas as fraturas da clavícula com desvio. A indicação cirúrgica 
proporciona melhores resultados e baixa taxa de complicações quando comparada com 
o tratamento conservador? Ainda não há resposta para essa pergunta.
Em uma revisão sistemática publicada por Zlowodzki e colaboradores, em 2005,10 foram 
avaliadas 2.144 fraturas da clavícula, sendo que 97% estavam na região diafisária média. Em sua 
análise das fraturas com desvio, houve uma taxa de pseudartrose de 15,1% nos pacientes tratados 
conservadoramente comparada com uma taxa de 2,2% para fixação com placa e parafusos e de 
2,0% para fixação intramedular. Zlowodzki e colaboradores verificaram que pacientes idosos, com 
desvio da fratura, sexo feminino e fragmentação da fratura apresentavam maior possibilidade de 
evoluir para pseudartrose e sequelas a longo prazo se submetidos ao tratamento conservador.
Em 2007 em um trabalho multicêntrico prospectivo randomizado11 comparando tratamento 
cirúrgico com placa e parafusos e tratamento conservador nas fraturas diafisárias da clavícula 
(fragmentadas, desviadas, com encurtamento > 20mm) em 132 pacientes, o tratamento cirúrgico 
obteve melhores resultados com significância estatística. Houve 2 pseudartroses no grupo operado 
e 7 no grupo tratado conservadoramente, assim como nenhuma consolidação viciosa no grupo 
operado e 9 sintomáticas no grupo não operado. No grupo tratado cirurgicamente, a consolidação 
ocorreu em 16 semanas, enquanto que no grupo não operado a consolidação foi de 28 semanas. 
Estes autores recomendam o tratamento cirúrgico nessas fraturas.
Em uma metanálise de estudos clínicos randomizados, publicada em 2012, McKee e 
colaboradores17 concluíram que o tratamento cirúrgico das fraturas mediodiafisárias da 
clavícula foi superior ao tratamento conservador, apresentando taxas menores de pseudartrose, 
consolidação viciosa sintomática e retorno mais precoce às atividades desenvolvidas antes da 
fratura.
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ATIVIDADE
1. As fraturas da clavícula são lesões comuns compreendendo, aproximadamente, ...... 
das fraturas do ombro.
A) 20%.
B) 30%.
C) 40%.
D) 50%.
Resposta no final do artigo
2. No que se refere à lesão na clavícula, marque V para as sentenças verdadeiras e F 
para as falsas.
A) ( ) Uma distribuição bimodal da fratura da clavícula no sexo masculino tem sido 
relatada com o primeiro pico ocorrendo entre 25 e 35 anos e o segundo entre 
55 e 75 anos.
B) ( ) A distribuição é unimodal no sexo feminino com maior incidência entre a quinta 
e sexta décadas de vida.
C) ( ) As fraturas da diáfise ocorrem mais comumente em adultos e idosos.
Escolha a sequência correta:
A) V – F – V. 
B) F – V – F. 
C) V – V – F. 
D) F – F – V. 
Resposta no final do artigo
3. Cite mecanismos de produção da lesão de clavícula.
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 ...........................................................................................................................................
4. Sobre a localização das fraturas da clavícula é correto afirmar, EXCETO que:
A) a maioria ocorre na região mediodiafisária.
B) as da extremidade lateral correspondem de 20 a 30%.
C) as de localização medial são pouco frequentes e mais comuns em pacientes idosos.
D) aslaterais estão associadas à luxação acromioclavicular.
Resposta no final do artigo
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5. Com relação ao tratamento conservador das fraturas mediodiafisárias da clavícula, 
o que mostram os trabalhos atuais?
A) Os resultados continuam muito bons.
B) O tipo de imobilização interfere com o resultado.
C) Com a extratificação de cada caso, como idade do paciente, tipo e localização da 
fratura, verificou-se que os resultados não eram tão bons como se afirmava.
D) O tempo ideal de imobilização teria que ser de 6 semanas.
Resposta no final do artigo
6. Quais os sinais preditivos da fratura de clavícula que se tratadas conservadoramente 
poderiam evoluir para complicações?
I – Fratura no idoso.
II – Fratura diafisária, multifragmentada.
III – Encurtamento inicial > 20mm.
Está(ão) correta(s):
A) apenas a I.
B) apenas a II.
C) apenas a III.
D) a I, a II e a III.
Resposta no final do artigo
7. Quando a fratura da clavícula consolida com encurtamento, qual o valor desse 
encurtamento implicaria em um resultado funcional ruim?
A) 2 a 5mm.
B) 5 a 10mm.
C) 10 a 13mm.
D) maior do que 15mm. 
Resposta no final do artigo
8. Qual das seguintes condições tem indicação absoluta do tratamento cirúrgico da 
fratura da clavícula?
A) Traumatismo cranioencefálico.
B) Encurtamento igual ou maior do que 20mm.
C) Doença de Parkinson.
D) Ombro flutuante.
Resposta no final do artigo
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9. Entre as desvantagens da colocação da placa e parafusos na região superior da 
clavícula, quando comparada com a posição anteroinferior, NÃO está: 
A) maior necessidade retirar material de síntese.
B) procedimento cirúrgico de mais difícil execução.
C) maior chance de lesão neurovascular.
D) colocação de parafusos mais curtos.
Resposta no final do artigo
 ■ CASO CLÍNICO 
Paciente de 42 anos, policial federal, após trauma direto sobre o ombro direito passou 
a apresentar dor e deformidade. Exame radiográfico (Figura 2) evidenciou uma fratura 
mediodiafisária da clavícula, desviada e multifragmentada.
Figura 2 – Exame radiográfico da clavícula fraturada.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
ATIVIDADE
10. Qual sua opção de tratamento?
A) Conservador com tipoia.
B) Conservador com imobilização tipo 8.
C) Cirúrgico com fio intramedular.
D) Cirúrgico com placa e parafusos.
Resposta no final do artigo
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11. Se você optasse pela colocação de placa e parafusos, onde ela seria colocada?
A) Superior ou anteroinferior.
B) Anteroinferior.
C) Posterior.
D) Lateral.
Resposta no final do artigo
A colocação da placa é possível nas posições superior ou anteroinferior. Optamos 
pela anteroinferior (Figura 3) por algumas razões: oferecer menor risco de lesão 
neurovascular e menor incômodo, pois a placa superior traz desconforto debaixo da 
pele e muitas vezes necessita ser removida.
Figura 3 – Radiografia pós-operatória do paciente, com a colocação da placa na posição 
anteroinferior
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
 ■ CONCLUSÕES
As fraturas diafisárias da clavícula são as mais frequentes de todas fraturas da 
clavícula. 
LEMBRAR
O tratamento cirúrgico, atualmente, tem sido mais indicado em virtude dos trabalhos atuais terem 
mostrado que existem fatores preditivos de maus resultados quando a opção for o tratamento 
conservador, a saber: fraturas com encurtamento >20mm multifragmentadas em pacientes idosos, 
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do sexo feminino e com osteoporose. Esses fatores podem ser os responsáveis pela evolução 
para pseudartrose, consolidação viciosa, com um resultado funcional ruim. 
Ao se optar pelo tipo de tratamento, deve-se levar em consideração muitos fatores, 
desde a profissão do paciente; se é lado dominante, tipo e localização da fratura, 
demanda funcional, qualidade do osso, dentre outros. 
A osteossíntese com placa e parafusos é um método eficiente ficando a critério do ortopedista 
a colocação da placa superior ou anteroinferior. São necessários mais estudos para que os 
resultados funcionais a longo prazo possam ser efetivamente avaliados. 
 ■ RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS
Atividade 1
Resposta: C
Atividade 2
Resposta: B
Comentário: Uma distribuição bimodal da fratura da clavícula no sexo masculino tem sido relatada 
com o primeiro pico ocorrendo abaixo dos 25 anos e o segundo entre 55 e 75 anos. As fraturas 
da diáfise ocorrem mais comumente em adultos jovens enquanto que na extremidade medial e 
lateral são mais comuns em pessoas idosas. A maioria das fraturas diafisárias apresenta desvios, 
enquanto que as mediais e laterais, frequentemente, não apresentam desvios.
Atividade 4
Resposta: D
Comentário: Fraturas da diáfise correspondem a 60 a 80% de todas fraturas da clavícula, 20 a 
30% da extremidade lateral e de 2 a 3% da extremidade medial.
Atividade 5
Resposta: C
Comentário: Hill e colaboradores14 publicaram um dos primeiros estudos que deram partida para 
novas ideias sobre o tratamento das fraturas da clavícula. Segundo eles, pacientes adultos com 
fratura mediodiafisária com desvio completo, tratados conservadoramente, tiveram uma taxa de 
pseudartrose de 15,3%, que era muito maior do que as publicadas anteriormente.
Atividade 6
Resposta: D
Comentário: O paciente considerado de risco é o do sexo feminino, que apresenta fratura diafisária 
fragmentada, com encurtamento inicial superior a 20mm e com osteoporose. Estes fatores contri-
buem para evolução ruim, com maior taxa de pseudartrose e consolidação viciosa sintomática.
Atividade 7
Resposta: D
Comentário: Provavelmente, quando a fratura consolida com encurtamento > 15mm promove 
mudanças na posição da clavícula e na posição espacial na escápula, como descritas por Ledger 
e colaboradores 18 trazendo incapacidade funcional para o ombro do lado acometido.
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Atividade 8
Resposta: B
Comentário: As indicações absolutas para o tratamento cirúrgico das fraturas de clavícula são: 
fraturas expostas; encurtamento igual ou maior que 20mm, grande desvio e ou fragmentação; 
eminente lesão da pele por uma espícula óssea; comprometimento neurovascular, pseudartrose 
sintomática dissociação escapulotorácica.
Atividade 9
Resposta: B
Comentário: Trata-se de um procedimento cirúrgico de mais fácil execução quando comparado 
com a opção da fixação da placa e parafusos na região anteroinferior da clavícula. A abordagem 
cirúrgica para colocação da placa anteroinferior necessita maior dissecção e a placa precisa ser 
bem modelada para boa adaptação óssea quando não dispusermos de placas especiais.
Atividade 10
Resposta: D
Comentário: A fratura apresenta encurtamento e fragmentação em um paciente jovem e ativo. O 
tratamento conservador é uma opção, mas existe uma grande possibilidade de ocorrer consoli-
dação viciosa com encurtamento e repercussão funcional para o ombro. Na fixação intramedular, 
por muitas vezes, além de não manter a redução, é possível a migração, antes da consolidação, 
do dispositivo intramedular. Optamos pelo tratamento cirúrgico com placa e parafusos, pois dessa 
maneira seria possível uma boa redução e manutenção da redução.
Atividade 11
Resposta: A
Comentário: No tratamento desse caso, também devemos considerar a profissão do paciente. 
Como é um policial federal, realiza treinamentos constantes com armas de fogo, principalmente 
fuzil, que normalmente é transportado sobre o ombro direito. Uma eventual presença da placa 
na posição superior poderia incapacitá-lo para o transporte desta arma e para suas atividades 
laborativas.
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Como citar este documento
Elias N, Ribeiro Filho JEG, Campinhos LA, Oliveira S, Alves MBO, Reis C. Fratura da 
clavícula: quando operar? In: Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; Guimarães 
JM, Barreto JM, organizadores. PROATO Programa de Atualização em Traumatologia 
e Ortopedia: Ciclo 10. Porto Alegre: Artmed/Panamericana; 2013. p. 9-58. (Sistema de 
Educação Médica Continuada a Distância, v.1).
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