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Prévia do material em texto

Ítalo Sérgio Alcântara dos Santos
 
Sociologia Jurídica / Prof. Gabriel Azevedo Costa Lima
2º Semestre de Direito – Noturno
Dossiê
1ªunidade
FAINOR
2017.1
Sumário
 
Atividades.................................................................................................... 03 
Atividade in locu.................................................................................... 03
Atividade in locu.................................................................................... 03
Atividade in locu.................................................................................... 04
Fichamentos............................................................................................... 05
Fichamento - 1..................................................................................... 05
Fichamento - 2..................................................................................... 06
Fichamento - 3..................................................................................... 07
	
Anexos
Atividades
Atividade in locu
1- Disserte sobre as características que definem escola teocrática do direito e faça uma analogia com a seguinte frase do evangelho: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao pai senão por mim”.
Resposta: De acordo com a Escola Teológica do Direito, podemos afirmar que, há uma interpretação voltada para o divino, ao sobrenatural; que o homem entende a lei como um caráter “revelatório”, transcendente e imutável. O versículo citado a cima, claramente, excita uma reflexão voltada para a teologia, com um caráter simbólico espiritual.
2- Disserte sobre as características que definem a escola Jusnaturalista do direito e faça uma analogia com a seguinte frase do pensamento socrático “Conhece a ti mesmo”.
Resposta: Sendo uma frase filosófica, a Escola Jusnaturalista ainda tem uma visão de sagrado e de divino. Entendemos que o verso tem um caráter natural imanente, imutável e universal.
Atividade in locu
3- Discuta as principais características das escolas do Direito contratualistas racionalistas e sociológica. Comente inovações de suas perspectivas. 
Resposta: O Direito contratualistas remete a uma ideia de sociedade mais abrangente possível, podemos observar essa afirmação na obra “O Contrato Social”, com uma ideologia natural e ao mesmo tempo positiva essa Escola, traz a ideia de não mais ser a divindade como o “sagrado” e sim a natureza racional do homem, fazendo com que seja imutável diante de qualquer vontade divina ou humana. Perpassando pela sua fonte pela primeira vez onde “De Deus para a própria razão do homem”. 
Contrapondo toda a ideia da Escola Contratualistas, desenvolvem-se em meio às essas diversas escolas do Direito, a então Escola sociológica, tendo como principal característica, considerar o Direito, não como tendo origem de Deus, ou racionalista, nem por meio da consciência do povo, e nem pelo Estado, mas sim na sociedade, mais especificamente, nas “inter-relações pessoais”, ou seja, o Direito não é imutável, ou quase sagrado, mas sim variável constantemente de acordo com cada sociedade ou grupos onde se originam.
4- Considerando a Escola Marxista do Direito, desenvolva texto que discuta a visão do direito e do Estado nesta característica.
Para a Escola Marxista, o Direito se desenvolve a partir do Estado, com regras pré-estabelecidas, mesmo que sejam essas regras feitas pela burguesia para buscar dominância sobre o proletariado. Marx descreve o Estado com um instrumento de pressão, por isso o mesmo deve ser combatido e destruído não importa por quais meios, essa ideologia de Marx tem grande influência pela qual a miséria que grassava naquela época.
Então na teoria marxista o direito tem origem, não em Deus, nem na razão, ou consciência coletiva, mas no Estado, não existindo Direito sem Estado, nem Estado sem Direito, remetendo a ideia de que só existe Direito quando se há uma sociedade politica, jurídica e economicamente desenvolvida e organizada.
Atividade in locu (19-08-2016)
5- Considerando o texto do módulo (páginas 6 a 9) elabore para cada subtítulo do texto uma questão de teor crítico e responda com rigor. Nomeie as questões de A, B, C, D.… sucessivamente
A) Os Estados Nacionais e os Direito Naturais.
Porque o Estado absolutista ocupou a função legisladora e a função de manipular o direito?
No Estado soberano, nas Monarquias, os interesses atendidos e de maior importância era o do monarca. Neste contexto, o Clero também tinha um certo grau de soberania diante o Povo e o Estado e com isso, também, manipulava o Direito em seu favor.
B) Qual o objetivo do Estado.
Tendo agora o homem convivendo em sociedade, a importância da interação harmônica é ideal para o convívio entre os homens em um meio social?
Sim! Além da harmonia, da paz o homem quando começa a conviver em sociedade, ele perde sua “liberdade” para o prol da convivência, formando um contrato social em que direitos e deveres serão atribuídos à sua conduta.
C) Bases para um Governo Civil.
Qual a importância do advento da propriedade?
Com o advento da propriedade, foi necessário a criação do direito de posse, para evitar o conflito social. A importância para a criação do Direito de Posse foi, a da garantia de que aquilo que foi conquistado não fosse tomado, seja um bem material ou um bem imaterial.
D) O indivíduo como fonte de direito.
Quais seriam os princípios básicos no modelo clássico de cidadania?
Através do desenvolvimento das ciências empíricas e com o Renascimento, a base da cidadania era a posse de bens, em princípios, de raiz, depois bens financeiros. Com essas concepções formadas, deram o “ponta pé” inicial para a formulação do conceito de cidadania.
Fichamentos
F1
CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de sociologia jurídica, 7ª ed. Rio de Janeiro: Forence, 1998. (P. 1-5)
“Nossa primeira tarefa consiste em conhecer a gênese do Direito, estabelecer a sua fonte ou origem, para que depois possamos compreender a sua razão de ser e a função que desempenha na sociedade.” (P. 01)
“No primeiro caso temos o Direito Objetivo, também chamado de Direito Positivo, ou seja, o conjunto de regras (leis, regulamentos, costumes) que preside à nossa vida em sociedade. Essas normas são de direito objetivo porque vivem e sobrevivem fora e independentes das pessoas, a que conferem faculdades de agir. No segundo, a palavra direito indica o direito subjetivo de cada pessoa (física ou jurídica), como o direito à vida, à liberdade, à propriedade, à educação, à saúde e assim por diante.” (P. 01)
“Em tomo dessa questão existiu e ainda existe a mais acirrada controvérsia entre juristas, filósofos, teólogos, sociólogos etc., de modo a não permitir um entendimento uniforme até o Juízo Final.” (P. 01)
“Por essas razões entendemos necessário, antes de apresentarmos o enfoque da sociologia jurídica sobre a origem do Direito, fazer um sucinto apanhado sobre as várias teorias ou escolas existentes, até chegarmos àquela que mais se ajusta ao conteúdo da nossa matéria.” (p. 01)
“Para os jusnaturalistas, o direito é um conjunto de ideias ou princípios superiores, eternos, uniformes, permanentes, imutáveis, outorgados ao homem pela divindade, quando da criação, a fim de traçar-lhe o caminho a seguir e ditar-lhe a conduta a ser mantida. Seria como um sopro ético com que a Divindade bafejou a sua criação.” (P. 01)
“A concepção do direito natural surge com os filósofos gregos - Heráclito, Aristóteles, Sócrates, Platão etc. - e foi adotada em Roma por Cícero, o mais entusiasta intérprete da filosofia grega entre os romanos, que a expôs eloquentemente em sua obra, De República: “Existe uma lei verdadeira, reta razão, conforme a natureza, difusa em todos, constante, eterna, que apela para o que devemos fazer, ordenando-o, e que desvia do mal, que elaproíbe; que, no entanto, se não ordena nem proíbe em vão aos bons, não muda por suas ordens nem por suas proibições os maus...” (P. 02)
“A Escola Teológica em muito se assemelha à Jusnaturalista, pois também concebe o direito como um conjunto de princípios eternos, permanentes e imutáveis. No seu entender, entretanto, a origem do direito não estaria ligada apenas indiretamente à Divindade, mas sim diretamente, já que as primeiras leis não teriam sido simplesmente inspiradas por Deus, mas escritas e outorgadas por Ele.” (P. 02)
“A Escola Teológica coexistiu com a Jusnaturalista durante toda a antiguidade. Em quase todos os povos antigos encontramos líderes político-religiosos, como Moisés, Hamurabi, Manu, Sólon etc., de origem quase legendária, semideuses, que foram os intermediários entre a Divindade e o povo no que diz respeito ao recebimento das primeiras leis.” (P. 03)
“Para os racionalistas, duas são as categorias de direito, ou órbitas jurídicas, a saber: a do direito natural e a do Direito positivo. Quanto ao direito natural, continuaria sendo um conjunto de princípios permanentes, estáveis e imutáveis, não se distinguindo, neste ponto, do jusnaturalismo. A origem desse direito, entretanto, não mais seria a divindade, mas sim a natureza racional do homem - imutável diante de qualquer vontade divina ou humana.” (P. 04)
“Equivale isso a dizer que o Direito positivo deve respeitar os princípios fundamentais do direito natural por lhe serem superiores, não podendo deles se afastar sem se tomar injusto e iníquo. Em ocorrendo tal afastamento, impõe-se a imediata reformulação do Direito positivo a fim de ajustá-lo aos imutáveis princípios do direito natural.” (P. 04)
“A formação do Direito seria tão natural e espontânea como a origem da linguagem. Embora se tenha pensado que a linguagem fora criada por Deus, ou era resultado de um acordo entre os homens, a filosofia demonstrava que sua gênese, o processo de sua formação foi gradativo e paulatino, decorrente das necessidades e usos do povo, sujeito a transformações progressivas. Inúmeros vocábulos surgem em uma língua à medida que vão se tornando mais complexas as relações sociais, ao passo que em outras o número de palavras é ainda reduzido por causa da estagnação da vida social.” (P. 05)
“Seguindo essa linha de raciocínio, entendia Savigny que, em vez de um direito geral e universal, cada povo em cada época teria o seu próprio direito, expressão natural de sua evolução histórica, de seus usos, costumes e tradições de todas as épocas passadas. A grande preocupação da Escola Histórica, como se vê, foi afastar a concepção do direito natural, pelo que se esforçou em demonstrar que o direito era um produto histórico, sujeito a permanente e natural evolução, nem estabelecido arbitrariamente pela vontade dos homens, nem revelado por Deus, nem pela razão, mas sim pela consciência nacional do povo.” (P. 05)
“A teoria marxista surgiu em meados do século XIX, enunciada por dois pensadores alemães - Karl Marx e Friedrich Engels - dois grandes reformadores sociais, mais economistas do que juristas. Marx, entretanto, fez seus estudos na Faculdade de Direito de Berlim, sendo igualmente filósofo.” (P. 06)
“Para a teoria marxista, o Direito pressupõe o Estado. Surge somente quando há uma sociedade - política, jurídica e economicamente organizada, com uma fonte emanadora do preceito jurídico e um órgão capaz de impor o cumprimento de suas prescrições.” (P. 06) 
“A Sociologia e o Direito durante muito tempo ignoraram-se mutuamente, hostilizaram-se mesmo. O encontro entre as duas ciências ocorreu paulatinamente a partir de1882, quando foi publicada a obra de Herbert Spencer - Principles of Sociology, onde há um capítulo dedicado às leis. Passando por vários autores, culmina nos últimos anos do século XIX com Émile Durkheim, a quem coube o trabalho de fixar definitivamente as relações entre o direito e a sociologia. Sem ser jurista, mas sim filósofo, coube-lhe o mérito de ter reconhecido e evidenciado a natureza eminentemente social do direito.” (P. 07)
“A razão disso é bastante simples: sendo o homem um ser social, não pode viver isolado, como Robinson Crusoé em sua ilha, cuja história não passa de utopia. Obrigados a viver necessariamente ao lado uns dos outros, carecemos de regras de proceder, normas de disciplinamento da vida em coletividade.” (P 08)
“A sociedade humana é, portanto, o meio em que o Direito surge e se desenvolve, pois a ideia do direito liga-se à idéia de conduta e de organização, provindo da consciência das relações entre os indivíduos.” (P. 08)
F2
LOCHE, Adriana. Sociologia Jurídica. Porto Alegre: Síntese, 1999. (P. 6-12)
“O Estado surgiu no momento em que a sociedade feudal entrou em declínio e, em sua forma absolutista, desenvolveu-se com bases territoriais e econômicas fortemente centralizadas e recortadas por uma burocracia voltada para a defesa dos interesses reais.” (P. 38)
“Com o advento do mercantilismo, o Estado absolutista pôde desempenhar o papel controlador da economia nacional. O poder político concentrado na figura do Estado Nacional foi consolidado simultaneamente ao estabelecimento do princípio da soberania.” (P. 39)
“Para Thomas Hobbes (1588-1679), o estado de natureza era caracterizado pelo direito (jus) como a liberdade de empregar a força natural.” (P. 39)
“Como o Estado Soberano sendo constituído como árbitro, os direitos individuais passam a ser submetidos a uma lei superior” (P. 39)
“O poder político e o governo civil, como originários doe pactos privados, espalham o postulado moral subjacente ao vínculo e às responsabilidades que o pai tem para com os filhos.” (P 41)
“Entretanto, as leis não expressam senão as regras consagradas pelo hábito e pela somatória das vontades individuais.” (P. 41)
“O próprio surgimento do Estado Moderno foi consentâneo ao surgimento de um discurso político no qual o indivíduo é fonte de poder e titular de direitos.” (P. 42)
“A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em seu artigo segundo, coloca que ‘o objetivo de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem’.” (P. 42)
“Se, no modelo clássico, a cidadania tinha como princípios básicos a liberdade e a igualdade, no modelo que surgiu com a Reforma, com o desenvolvimento das ciências empíricas e com o Renascimento, a base da cidadania era a posse de bens, em princípios, de raiz, depois dos bens financeiros.” (P. 43)
“Em um plano típico-ideal, a igualdade, como um conceito moderno, deveria ser o sustentáculo teórico-político de dois conceitos importantes: a cidadania e a civilidade.” (P. 44)
“O título da disciplina leva a alguns enganos. A Sociologia Jurídica é um campo mais amplo que os estudos da Sociologia do Direito, inclui outras formas de justiça e de jurisdição.” (P. 45)
“Estudos sociológicos específicos mostram que grupos sociais que vivem situações de exclusão, particularmente favelados e encortiçados, a despeito da regulamentação oficial que vigora na sociedade de que fazem parte, criam outras formas de regulação dos conflitos. Essas formas, aos olhos desses grupos sociais, são mais importantes e têm mais “validade” do que as normas jurídicas.” (P 46)
“A Sociologia do Direito tem mais o sentido técnico da reflexão sobre as interações, recorrências, contradições e ambiguidades existentes entre o sistema formal de justiça e as práticas informais, entre Estado e a sociedade, entre direito positivo e direitos sociais, enfim entre a legalidade e a legitimidade.” (P. 47) 
“O Direito era visto como sendo único, aplicado e elaborado apenas pelo poder do Estado. Essa dogmática, passada de geração em geração, não admitia a crítica aos fundamentos do Direito, nem ampliava o quadro de reflexão sobre o problema do acesso à justiça.” (P. 49)
F3
CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa Sociologia Jurídica, 7ª ed. Rio de Janeiro: Forence. (P. 30-39)
“No estudo de toda ciência é da maior importância precisar seu objeto, estabelecer seu método e conhecer suas leis.” (P. 71)
“Aotratarmos da autonomia da Sociologia Jurídica, vimos que o seu objeto é o direito fato. Vamos procurar agora explicitar esse objeto, examinando a sua divisão interna. Em suma, procuraremos precisar o que está contido no estudo do direito como fato.” (P. 71)
“Para Jorion, como já assinalamos, a Sociologia do Direito e a Ciência do Direito constituem uma só e mesma disciplina, tendo por objeto o fenômeno jurídico, no que, data venia, encontra-se superado.” (P. 73)
“Por outro lado, entretanto, apesar de receber tanta influência condicionante do meio social, o indivíduo exerce influência sobre o grupo. Todo progresso, mudança cultural etc. surge na sociedade graças aos condutos da criação individual. Não foi a sociedade, mas sim o indivíduo, que inventou o cálculo infinitesimal, a lâmpada elétrica, a máquina a vapor. O impulso criador da mudança cultural e do progresso social é, pois, o indivíduo. É que a sociedade, por mais que condicione o indivíduo, não consegue a socialização integral de todos os indivíduos, o que é bom, pois caso contrário seria a massificação.” (P. 75)
“Algo semelhante, como já se disse, ocorre entre o Direito e a sociedade. Como fato, é o Direito um produto social, elaborado pela sociedade. No capítulo sobre os Fatores Sociais da Evolução do Direito, ao qual nos reportamos, ficou evidenciada essa influência condicionadora da sociedade sobre o Direito, fazendo-o evoluir.” (P. 75)
“De todos os autores mencionados, entendemos ser Renato Treves o que melhor colocou o problema relacionado com o objeto da Sociologia Jurídica. Os temas por ele propostos, além de mais compatíveis com o campo de atuação da Sociologia Jurídica, são também mais abrangentes, e, praticamente, envolvem os temas propostos pelos demais autores, razão pela qual vamos adotar essa classificação em nossos estudos daqui para frente.” (P. 77)
“Veremos o que é eficácia, quando a norma é eficaz e por quê; o que são efeitos, que tipos de efeitos as normas podem produzir, o que evidencia a influência condicionadora do Direito sobre a sociedade. Trataremos também dos agentes do Direito na sociedade e sua função, quando teremos oportunidade de ver que não adianta ter leis e não aplicá-las. É preciso uma estrutura adequada de pessoal e material para aplicar a lei, sob pena de a lei não atingir os seus objetivos sociais.” (P. 77)
“Método é o meio mais racional e eficiente para se atingir um fim desejado. É o caminho utilizado para a realização de um objetivo. São os meios, recursos, instrumentos e atividades, devidamente organizados e coordenados, de que dispõe uma ciência para realizar seu objeto.” (P. 189)
“Quanto à importância da utilização de um método, basta que se diga ser ele indispensável no desempenho de qualquer atividade que se propõe a alcançar algum objetivo, desde a mais simples à mais complexa. Os simples serviços domésticos realizados pela dona-de-casa, se não forem executados com método, acabam se revelando deficientes. O estudante que não tem método nos estudos (deixa para estudar somente na hora das provas) nunca será um bom estudante; pode até tirar boas notas, mas pouco aproveitamento tirará dos estudos. Estuda para passar de ano, mas não para aprender.” (p.190)
“Vê-se, pois, que não teria a Sociologia Jurídica condições de realizar os seus objetivos sem desenvolver as suas atividades de forma metódica.” (P. 190)
“Segundo Levy Brühl (Sociologia do Direito, pp. 97-114), o método jurídico, o método utilizado pelo jurista, tomado o termo em seu sentido mais amplo, não é muito diferente do utilizado nas ciências sociais em geral e pode ser resumido em três operações principais: observação, interpretação e comparação.” (P. 190)
“O emprego da estatística no campo sócio jurídico tem sido criticado por alguns autores, principalmente por falta de confiança nos dados fornecidos pelos órgãos oficiais. Há mesmo quem afirme ser a estatística o meio oficial de se afirmar inverdades, em face da manipulação muitas vezes feita nos dados que lhe serviram de base, principalmente em questões econômicas. Entendemos, todavia, que, mesmo não tendo absoluta confiança nas cifras publicadas e ainda que se apontem erros voluntários ou involuntários que se deixaram escapar, esses dados são preciosos, posto que contêm grande número de informações não encontradiças em outros lugares.” (P. 193)
“Nessas sociedades, à falta de escrita, a observação é feita in locu, mediante a presença física do pesquisador. Se o propósito é conhecer, por exemplo, a situação da família entre os nossos indígenas, não haverá outro meio de realizar tal pesquisa a não ser deslocando-se o pesquisador para esse meio para ali ver, ouvir e observar. Terá que se misturar com eles, ganhar sua confiança, participar de sua vida diária, assistir às suas festas e cerimônias, conhecer seus hábitos e costumes.” (P. 193)
“No que se refere, finalmente, às sociedades que deixaram de existir, a observação está naturalmente circunscrita aos vestígios que essas sociedades deixaram. Ter-se-á que recorrer aos documentos escritos, monumentos, pergaminhos porventura existentes, o que toma tremendamente penosa a tarefa do pesquisador. Nesse ponto a arqueologia tem contribuído grandemente para um melhor e maior conhecimento do direito de antigas civilizações, como a dos egípcios, caldeus, hebreus etc., através de suas inúmeras descobertas.” (P. 194)
“A primeira regra e mais fundamental é considerar os fatos sociais como coisas. Quer isso dizer que os fatos sociais devem ser considerados realidades diversas das ideias, devendo o intérprete livrar-se das prenoções de que a vida social nos encharca o espírito com relação aos temas da sociedade. Em verdade, enfatiza Machado Neto (Sociologia Jurídica, p. 71), sobre as coisas nada sabemos antes da pesquisa cuja realização porventura empreendamos realizar.” (P. 195)
“Do ponto de vista sociológico o termo não foge desse sentido, sendo utilizado, portanto, para indicar o cotejo ou confronto das conclusões parciais obtidas na fase da interpretação, a fim de se estabelecerem as relações, semelhanças e diferenças entre elas existentes e chegar-se a outras conclusões, mais abrangentes e definitivas. A comparação pode e deve ser feita em dois planos: o plano vertical, temporal ou histórico; e o plano horizontal, espacial ou geográfico. No plano vertical ou temporal comparam-se resultados de observações feitas em uma mesma sociedade, mas em épocas diferentes. Assim, por exemplo, se estamos estudando os problemas relacionados com a família brasileira, podemos comparar a situação da família na atualidade com a da época da República, do Império, da Colônia, e investigar as causas que os provocaram.” (P. 196)
“Somente através do emprego judicioso do método (ou métodos) que acabamos de delinear, é possível ter um conhecimento profundo das instituições jurídicas, suas funções sociais, sua eficiência ou ineficiência, bem como das normas ou institutos jurídicos existentes - conhecimento indispensável para se fazerem as reformas, mudanças e alterações necessárias. Antes disso, qualquer mudança ou reforma será feita empiricamente, praticamente no escuro, e jamais conseguirá atingir os seus objetivos sociais.” (P. 197)

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