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Introdução ao Estudo do Direito

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Indaial – 2020
Introdução ao Estudo 
do dIrEIto
Prof. Ismael de Córdova
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Ismael de Córdova
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
C796i
 Córdova, Ismael de
 Introdução ao estudo do direito. / Ismael de Córdova. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2020.
 184 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-034-2
 1. Direito - Estudo e ensino. - Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 340.07
III
aprEsEntação
O direito enquanto ciência social vem sofrendo transformações diante 
das modificações sociais. Com isso, esta disciplina de Introdução ao Estudo 
do Direito contribui para a compreensão desses avanços, modificações e 
atribuições deste direito em crescimento. Neste sentido, ao final da disciplina, 
será possível compreender tanto os aspectos básicos e históricos do direito, 
como as fontes e fundamentos, por exemplo, os aspectos inclusos em tal 
ciência, os procedimentos de integração, os princípios e valores e a atuação 
na sociedade como um todo.
Para facilitar a compreensão de tais conteúdos, esta disciplina 
é dividida em três unidades, sendo que cada unidade traz consigo temas 
de grande relevância para a área do direito, dentro dos tópicos citados 
anteriormente, que norteiam e orientam acerca da base do direito até a 
atuação profissional. Além desta divisão, dentro das unidades os temas 
estão divididos em quatro tópicos para que você consiga estudar cada um 
de forma minuciosa.
Ao estudar este material, você terá acesso a um acervo de informações 
breves acerca do direito, mas que são de grande relevância. Aprenderemos 
acerca do direito como fenômeno social, os fundamentos e fontes do direito, a 
aplicabilidade do direito enquanto ciência social, os valores, as modificações 
e atualizações das teorias que fundamentaram e que ainda fundamental esta 
ciência, dentre outras questões.
Desejamos a você bons estudos e que este conteúdo colabore 
significativamente para o seu crescimento pessoal e profissional.
Bons estudos!
Prof. Ismael de Córdova
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
VII
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO ...........................................................1
TÓPICO 1 – DIREITO COMO FENÔMENO SOCIAL ......................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 DIREITO COMO FENÔMENO SOCIAL ..........................................................................................3
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................15
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................16
TÓPICO 2 – FUNDAMENTOS DO DIREITO ...................................................................................17
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................17
2 FUNDAMENTOS DO DIREITO .......................................................................................................17
2.1 JUSNATURALISMO ........................................................................................................................19
2.2 JUSPOSITIVISMO ............................................................................................................................22
2.3 JUSNATURALISMO E JUSPOSITIVISMO...................................................................................25
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................28
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................29
TÓPICO 3 – FONTES DO DIREITO....................................................................................................31
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................31
2 FONTES DO DIREITO ........................................................................................................................31
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................43
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................44
TÓPICO 4 – PROCEDIMENTOS DE INTEGRAÇÃO .....................................................................45
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................45
2 PROCEDIMENTOS DE INTEGRAÇÃO .........................................................................................45
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................61
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................65
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................66
UNIDADE 2 – A NORMA JURÍDICA ................................................................................................69
TÓPICO 1 – ESTRUTURA DA NORMA JURÍDICA .......................................................................71
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................712 A ESTRUTURA DA NORMA JURÍDICA .......................................................................................71
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................81
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................82
TÓPICO 2 – CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO DA NORMA JURÍDICA ..................83
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................83
2 CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO DA NORMA JURÍDICA .......................................83
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................90
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................91
sumárIo
VIII
TÓPICO 3 – PLANOS DE VALIDADE DA NORMA JURÍDICA .................................................93
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................93
2 PLANOS DE VALIDADE DA NORMA JURÍDICA ......................................................................93
2.1 PLANO DA EXISTÊNCIA ..............................................................................................................95
2.2 PLANO DA VALIDADE .................................................................................................................96
2.3 EFICÁCIA .........................................................................................................................................98
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................102
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................103
TÓPICO 4 – SISTEMA E ORDENAMENTO JURÍDICO ..............................................................105
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................105
2 SISTEMA E ORDENAMENTO JURÍDICO ..................................................................................105
2.1 SISTEMA E ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO .......................................................111
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................116
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................120
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................121
UNIDADE 3 – O DIREITO NO TEMPO E NO ESPAÇO – TEORIA DA RELAÇÃO 
 JURÍDICA ....................................................................................................................123
TÓPICO 1 – HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO JURÍDICA E APLICAÇÃO 
 DO DIREITO NA SOLUÇÃO DO CASO CONCRETO NA ESFERA 
 CONSTITUCIONAL ......................................................................................................125
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................125
2 HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO JURÍDICA E APLICAÇÃO DO 
 DIREITO NA SOLUÇÃO DO CASO CONCRETO NA ESFERA CONSTITUCIONAL .....125
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................140
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................141
TÓPICO 2 – POSIÇÕES JURÍDICAS DOS SUJEITOS DE DIREITO NAS RELAÇÕES 
 JURÍDICAS ......................................................................................................................143
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................143
2 POSIÇÕES JURÍDICAS DOS SUJEITOS DE DIREITO NAS RELAÇÕES JURÍDICAS .......143
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................155
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................156
TÓPICO 3 – DIREITO SUBJETIVO ...................................................................................................157
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................157
2 DIREITO SUBJETIVO .......................................................................................................................157
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................167
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................168
TÓPICO 4 – ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO ................................169
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................169
2 ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO ......................................................................................169
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................179
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................180
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................181
1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO 
DIREITO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender os conceitos básicos do direito;
• reconhecer os aspectos teóricos e sociais do direito;
• dominar os aspectos de origem e que fundamentam o direito;
• adquirir os conhecimentos gerais que fundamentam o direito;
• avaliar, de forma completa, o direito e a sua função desde a sua base 
epistemológica.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – DIREITO COMO FENÔMENO SOCIAL
TÓPICO 2 – FUNDAMENTOS DO DIREITO 
TÓPICO 3 – FONTES DO DIREITO
TÓPICO 4 – PROCEDIMENTOS DE INTEGRAÇÃO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
DIREITO COMO FENÔMENO SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
Você já deve ter estudado ou lido alguns materiais acerca do direito. No 
entanto, caso você não tenha feito isso ainda, tenha calma! A partir do estudo 
deste tópico você poderá ser capaz reconhecer o conceito de direito, avaliá-lo 
e compreendê-lo enquanto fenômeno social e, ainda, conhecer alguns aspectos 
históricos. Aqui, apresentaremos todas estas temáticas de grande relevância para 
a compreensão completa do conteúdo.
O direito enquanto ciência construída desde a existência humana e em 
constante evolução, não se reduz apenas em pequenos conceitos: mas conteúdos 
profundos e abrangentes que dizem respeito ao homem que vive em sociedade, 
aos seus direitos e deveres, a sua conduta e assuas penalidades quando esta não 
é de boa índole. 
Contudo, essa sociedade que vem se modificando ao mesmo passo da 
evolução humana traz consigo certas necessidades que a própria ciência jurídica 
está propícia a abarcar, oferecendo eficiência e eficácia diante dos procedimentos 
jurídicos, ao possuir base epistemológica bastante fortalecida.
Bons estudos a você! 
2 DIREITO COMO FENÔMENO SOCIAL
A sociedade vem sofrendo modificações de grande relevância na 
atualidade. Crenças, culturas, tradições e verdades que são construídas, 
desconstruídas e reconstruídas. Desta maneira, o direito apresenta-se como um 
mensurador destas questões sociais que surgem nos sujeitos em relação.
Diante disso, Ferraz Junior (2015, p. 1) nos apresenta:
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
4
O direito é um dos fenômenos mais notáveis na vida humana. 
Compreendê-lo é compreender uma parte de nós mesmos. É saber 
em parte por que obedecemos, por que mandamos, por que nos 
indignamos, por que aspiramos a mudar em nome de ideais, por que 
em nome de ideais conservamos as coisas como estão. Ser livre é estar 
no direito e, no entanto, o direito também nos oprime e tira-nos a 
liberdade. Por isso, compreender o direito não é um empreendimento 
que se reduz facilmente a conceituações lógicas e racionalmente 
sistematizadas. 
É notável, portanto, que o direito não pode ser reduzido a apenas uma 
conceituação breve, ao salientar a dimensão que esse significado possui. O direito 
em si envolve muitas questões de âmbito social, respaldadas na vivência de cada 
sujeito que move e vive em sociedade. Desta maneira, traz consigo questões de 
estabilidade de justiça social, colocando em primeiro lugar os direitos previstos 
legalmente.
Diante das diferentes realidades sociais, faz-se necessário haver intermédio 
a fim de equilibrar e organizar a sociedade: principalmente por questões de 
organização e justiça.
O autor ainda comenta acerca do direito de forma breve: 
De uma parte, consiste em grande número de símbolos e ideais 
reciprocamente incompatíveis, o que o homem comum percebe 
quando se vê envolvido num processo judicial: por mais que ele esteja 
seguro de seus direitos, a presença do outro, contestando-o, cria-lhe 
certa angústia que desorganiza sua tranquilidade. De outra parte, 
não deixa de ser um dos mais importantes fatores de estabilidade 
social, posto que admite um cenário comum em que as mais diversas 
aspirações podem encontrar uma aprovação e uma ordem (FERRAZ 
JUNIOR, 2015, p. 11).
Contudo, o direito possui a função de assegurar os direitos dos cidadãos, 
considerando a justiça em primeiro lugar a fim de avaliar os pontos e contrapontos 
com o intuito de acatar a decisão mais justa perante a lei. Entretanto, deve-se 
considerar as modificações e avanços que o direito teve em seu desenvolvimento. 
Cabe aqui salientar que o Direito se torna um fenômeno do cotidiano, 
principalmente quando consideramos que todas as relações na sociedade da 
concepção até a morte, temos o direito como regente do princípio até o fim, pois, 
como afirma Campos (2011, p. 3), “o Direito resguarda, defende, ampara, protege 
e serve o indivíduo em todos os momentos”, ou seja, muito antes de nascermos, o 
Direito já nos antecedeu com intuito de alguma forma garantir as nossas relações 
em sociedade. O autor ainda nos apresenta as distinções que ocorrem no uso da 
palavra direito:
TÓPICO 1 | DIREITO COMO FENÔMENO SOCIAL
5
QUADRO 1 – USO DA PALAVRA DIREITO
NORMA
Representa as regras que determinada sociedade 
segue, são mutáveis conforme a cultura de cada local, 
por exemplo o Direito brasileiro acolhe o instituto 
do Divórcio. Desta forma o Direito é formulado por 
códigos e leis denominado DIREITO POSITIVO.
FACULDADE
Neste caso é sinônimo de opção e não de uma 
obrigação, por exemplo: temos o direito de reclamar 
da administração pública, porém podemos fazer ou 
não, ou seja, é facultativo, só reclama se quiser.
JUSTO
Utilizado para conduzir a certo tipo de comportamento 
do ser humano podendo este ser justo ou injusto, por 
exemplo: a moça se comportou direito
CIÊNCIA Utilizado como uma área de conhecimento a ser estudada, por exemplo: Estudo direito na faculdade.
FONTE: Adaptado de CAMPOS, 2011, p. 5
Durante muito tempo a teoria do direito se constituiu de um modo, mas 
atualmente ela vem modificando-se: “A teoria jurídica passa a ser um construído 
sistemático da razão e, em nome da própria razão, um instrumento de crítica da 
realidade” (FERRAZ JUNIOR, 2015, p. 44). Ademais, é importante neste momento 
a compreensão do conceito de direito e suas considerações.
Nader (2014, p. 93) corrobora que o direito “é classificado como termo 
análogo ou analógico, pelo fato de possuir vários significados que, apesar de 
se diferenciarem, guardam entre si alguns nexos”. Por exemplo, podemos falar 
do direito enquanto oposto de esquerdo, sendo a mesma palavra que se utiliza 
para o direito judicial, que tem um significado bastante distinto. No entanto, 
neste momento, trata-se do direito como norma de organização social – o direito 
referente à legislação.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
6
FIGURA 1 – SÍMBOLO DO DIREITO
FONTE: <https://laura-e-torres-abogada.webnode.com/_files/200000001-
a6e92a7e2c/200/54121127-diosa-griega-Themis-Ley-de-Justicia-igualdad-Un-juicio-justo-
Corona-de-laurel--Foto-de-archivo.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2020. 
FIGURA 2 – BALANÇA DO DIREITO
FONTE: <https://www.figueiralaser.com.br/site/fotoTexturaMaterial?id_recorte_
personalizado=974&id_materia_prima=1612&tamanho=250x250>. Acesso em: 28 fev. 2020.
O direito sempre teve um grande símbolo, bastante simples, que se 
materializava, desde há muito, em uma balança com dois pratos colocados no 
mesmo nível, com o fiel no meio – quando este existia – em posição perfeitamente 
vertical. Para a língua vulgar dos gregos, o justo (o direito) significa o que era 
visto como igual (igualdade) (FERRAZ JUNIOR, 2015, p. 11).
Já os romanos, tinham uma outra maneira de representar o direito – em 
alusão à deusa Lustitia. A imagem era similar, porém a deusa concentrava-se 
equilibrando os dois pratos por meio de uma balança com os olhos vendados, e 
proclamava: direito (FERRAZ JUNIOR, 2015).
TÓPICO 1 | DIREITO COMO FENÔMENO SOCIAL
7
Apesar das diferenças entre os dois povos: gregos e romanos, os símbolos 
possuem semelhanças significativas, sendo o significado da imagem bastante 
parecido. Para os gregos, o direito significa igualdade, para os romanos, o 
significado é correto. Contudo, tais saberes fazem parte da construção do que é 
direito e a maneira na qual ele se constitui atualmente e ainda, nas transformações 
que sofrerá.
Para Cruz (1971, p. 58), 
a palavra direito em português (e as correspondentes nas línguas 
românicas), guardou, tanto o sentido do jus como aquilo que é 
consagrado pela Justiça (em termos de virtude moral), quanto o 
de derectum como um exame da retidão da balança, por meio do ato da 
Justiça (em termos do aparelho judicial). 
Desta forma, o direito ganha forma e medida ao ser aquilo que mede 
o correto, o justo, o igual. Contudo, essa construção foi e continua sendo de 
povos de grande influência, como já citados anteriormente: gregos e romanos, 
que apesar de algumas divergências, fazem parte da história do direito e da sua 
relevância social.
Nader (2014, p. 95) ressalta: “Examinando o vocábulo do ponto de vista 
objetivo, assim o consideramos: Direito é um conjunto de normas de conduta 
social, imposto coercitivamente pelo Estado, para a realização da segurança, 
segundo os critérios de justiça”.
 
Giacomelli et al. (2018, p. 61) acresce outras atribuições ao conceito 
de direito: “o Direito é o conjunto de regras que regula as relações humanas, 
visando à convivência pacífica entre os indivíduos. Por consequência, deve estar 
sempre em consonância com a vontade de um povo, absorvendo os costumes e as 
tradições locais, embora seja imposto de forma coercitiva”. 
Campos (2011) apresentaa origem em latim da palavra direito “directum” 
que é derivada do verbo “dirigere” que etimologicamente representa (dirigir, 
enviar, guiar, regular, ordenar), não desviando, seguindo direção única, que 
está conforme, tem razoabilidade, e se fundamenta pelos princípios da justiça e 
equidade. Ainda, define o autor o conceito de norma: 
Norma é uma espécie de princípio de preceito de regra. A norma é 
um mandamento, nela se insere um comando imperativo. Todavia, 
não será somente um mandamento com o comando imperativo, será 
também permissões e atribuições e poder ou competência. Aquilo que 
se estabelece como base ou medida para a realização ou avaliação de 
alguma coisa: norma de serviço, normas jurídicas; normas diplomáticas 
(CAMPOS, 2011, p. 12).
 A norma, portanto, é o sujeito de ligação entre o indivíduo e a sociedade, 
ou seja, o direito possui ligação com os sujeitos que vivem em sociedade, ao levar 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
8
em consideração seus costumes, tradições e crenças. Já Oliveira (1997, p. 380) se 
pronuncia de maneira em que se acredita que “[...] o direito pode ir além disso, 
sendo utilizado também como instrumento de mudança social, de modo a tentar 
inverter o quadro de dominação”. Segundo Nader (2014), o próprio Kant afirmou 
no Século XVII que os juristas ainda estão em busca de uma definição para o 
direito diante das divergências.
Contudo, Oliveira (1997, p. 380) ainda acrescenta: “Nota-se que, em nosso 
meio, o direito não se manifesta apenas por meio das leis – esta é a sua principal 
fonte –; há outras fontes de caráter secundário, porém de grande relevância, que 
são a doutrina e, acima de tudo, a jurisprudência”.
 
Contudo, percebe-se ainda, que o direito possui o compromisso de 
promover a modificação social – de ser um agente transformador, ainda que pela 
legislação. Faz parte do arsenal de questões que contribuem para a mudança de 
uma sociedade, sendo que, os próprios povos que construíram o direito, como 
os gregos e romanos, a forma em que o tempo passava, foram modificando-se 
socialmente.
Dias (2014, p. 4) retrata:
A sociedade é universalidade e totalidade. É universalidade porquê 
é encontrada em todos os recantos do planeta, constitui-se num 
fenômeno social universal; é totalidade porque constitui um sistema 
social complexo, onde as diversas partes que o integram estão 
profundamente relacionadas umas às outras. 
Portanto, a sociedade é passível de transformações e possui um 
funcionamento dinâmico e mutável. O direito entra na sociedade como um 
organizador: das crenças, culturas e povos que estão inseridos nela, além de fazer 
parte de um reconhecimento grupal. O mesmo autor ainda coloca que o direito 
surge como uma “autodefesa coletiva do grupo primitivo e o projeta na história, 
assim também surge o conceito de autoridade, de poder ou de mando” (DIAS, 
2014, p. 9).
Os próprios povos, de forma primitiva, buscavam maneiras de organizar-
se, elegendo no grupo um líder – seja por força física, inteligência ou rapidez. 
Desde os primórdios esses sujeitos organizavam-se a sua maneira, o que mais 
tarde originou a autoridade, a liderança e acabou significando a evolução das 
relações em grupo e da organização social. 
Nader (2014, p. 93, grifo do autor) nos coloca:
Os sociólogos do Direito, por sua vez, enfatizam 
o elemento social, enquanto os historicistas fazem referência ao caráter 
evolutivo do Direito. Formas especiais de experiência conduzem a 
definições muitas vezes curiosas, como a formulada por Pitágoras que, 
sob a ótica da matemática, afirmou: “O Direito é o igual múltiplo de 
si mesmo”. 
TÓPICO 1 | DIREITO COMO FENÔMENO SOCIAL
9
Historicamente, o direito em sua origem aparece enquanto fenômeno 
auxiliador na organização da sociedade, podendo ser exemplificado pelos pactos 
conforme a citação a seguir. Segundo Giacomelli et al., 2018, o direito é descendente 
direto das revoluções iluministas do séc. XVII, e a partir deste marco, pôde-se 
entender o direito como um conjunto de regras derivadas do povo e para o povo, 
ou seja, as regras surgiam do povo para que este povo as seguisse – eliminando 
assim, a ideia de que as regras seriam colocadas por uma autoridade ou uma 
religião.
Assim, o direito, em sua origem, foi empírico, não racional, aprendido 
da experiência original, não extraído da razão. Não há dúvida de que 
em algum momento, os homens se aproximaram uns aos outros e 
selaram pactos (por exemplo, de não agressão), logo, enfim, organizada 
a sociedade, estabelecidos os costumes, a autoridade aparece como 
redatora da lei, fonte privilegiada do direito. A cultura das cidades 
desenvolveu o direito consuetudinário e em seguida o escrito (DIAS, 
2014, p. 15).
Nasce em meio a sociedade o direito, e ele deriva-se de costumes, da 
religião, de hábitos e crenças dos indivíduos. “Em toda sociedade vigora certa 
ordem social que torna possível a convivência de qualquer grupo humano” 
(DIAS, 2014, p. 20). A ordem social é de extrema relevância, principalmente para 
estabelecer a organização e o estabelecimento de normas e condutas viáveis.
Nader (2014, p. 93) corrobora relatando que “O direito está em função 
da vida social. A sua finalidade é a de favorecer o amplo relacionamento entre 
as pessoas e os grupos sociais, que é uma das fases do progresso da sociedade”. 
Entretendo, pessoas necessitam de normas para agirem em sua liberdade, 
respeitando o espaço alheio de forma justa. 
Os primeiros grupos humanos eram formados por poucos indivíduos, 
e a ordem era imposta pelo mais forte fisicamente, pois dependia 
dele a sobrevivência do próprio grupo (segurança e alimento); um 
comportamento análogo à maioria dos mamíferos que vivem em 
bandos. Assim, a sociedade humana partiu de agrupamentos para 
bandos, famílias, grupos de famílias, clãs, tribos, conjunto de tribos, 
nações e, atualmente, agrupamento de nações. Ao longo da jornada 
humana, a força foi substituída pela razão, e surgiu a necessidade 
de ordenarmos a sociedade de forma outra que não a da violência e 
imposição do mais forte. Surgiu, portanto, o Direito como elemento 
capaz de conter vontades individuais para que prevalecesse a vontade 
coletiva (GIACOMELLI et al., 2018, p. 62).
Conforme a população foi aumentando e os indivíduos imigraram para as 
civilizações mais populosas, as normas e regras tornaram-se indispensáveis para 
a sobrevivência grupal e a evolução da construção de novos grupos sociais. O 
que antes era uma sobrevivência via corporal – meios físicos e corporais –, agora 
ganha nova forma: via razão, por meio de direitos e deveres estabelecidos.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
10
Nenhuma sociedade poderia subsistir se ela se omitisse diante do 
choque de forças sociais e do conflito de interesses que se verificam 
constantemente no seu interior. Não haveria vida coletiva se fosse 
permitido que cada indivíduo procedesse de acordo com seus 
impulsos e desejos pessoais, sem respeitar os interesses dos demais 
(BETIOLI, 2015, p. 51).
Ao discorrer acerca da sociedade, faz-se necessário compreender quais 
são suas principais características, visto que esta foi o berço do direito enquanto 
prática. Avalie a tabela a seguir:
QUADRO 2 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE
a) Constitui um grupo humano coerente, de ação geral e unitária.
b) Este grupo se propõe à cooperação e à realização de fins ou interesses 
principais, como sua própria manutenção, sua preservação e sua 
continuidade biológica.
c) A interação social é contínua, permanente e diversificada para estimular 
as relações sociais complexas de seres humanos diversos em sexo, idade, 
condição econômica etc.
d) O assentamento territorial é necessário para assegurar a subsistência e a 
ação social permanente.
e) O grupo social é atuante, estimulante da ação cultural coletiva em suas 
variadas relações e processos e sobre a base de que dentro de uma sociedade 
podem existir múltiplas culturas (subculturas).f) O grupo social imprime seu próprio caráter às criações sociais, de tal modo 
que até mesmo a obra individual, de um criador excepcional ou gênio, 
aparece como consequência da experiência coletiva ou social. O grupo social 
adquire consciência de sua identidade e história.
FONTE: Adaptado de Dias, 2014, p. 5
Diante das demandas que emergem neste contexto, o direito articula a 
organização e a justiça, com o objetivo de manter a igualdade social enquanto 
direitos e deveres de um cidadão, precisando, muitas vezes, julgar alguns 
membros da sociedade. 
Desta forma, “O direito contém, ao mesmo tempo, as filosofias da 
obediência e da revolta, servindo para expressar e produzir a aceitação do status 
quo, da situação existente, mas aparecendo também como sustentação moral da 
indignação e da rebelião” (FERRAZ JUNIOR, 2015, p. 11).
TÓPICO 1 | DIREITO COMO FENÔMENO SOCIAL
11
 No entanto, nesse sentido, qual a relevância de compreender as principais 
características da sociedade ao se tratar do estudo do direito? Betioli (2015, p. 53) 
apresenta um motivo crucial: “Não há direito sem sociedade (Ubi jus, bi societas). 
O direito não tem existência em si próprio; ele existe na sociedade e em função da 
sociedade. Por isso é inconcebível fora do ambiente social”. Gusmão (2008, p. 1) 
também afirma que o tipo agrupamento social será norteado pelas suas normas 
de conduta social, viabilizando para dirimir os possíveis conflitos caminhando 
rumo a paz social.
Desta maneira, sociedade e direito são codependentes: ou seja, um 
necessita do outro para a sua própria sobrevivência e para o bem-estar de 
todos aqueles que o cercam. Dias (2014, p. 16) complementa a fala de Betioli, ao 
afirmar que “Quando o homem teve plena consciência do valor de uma norma 
consuetudinária e mais tarde escrita, começou a lutar pelo direito”. Considera-
se então, que foram os costumes que criaram o direito, sendo uma elaboração 
exclusiva da sociedade humana: é uma criação do homem.
O direito não surge senão na sociedade, porque somente os homens, por 
suas faculdades mentais mais desenvolvidas, foram capazes de experimentar 
que reprimindo determinados atos e eliminando os seus autores, se verifica no 
grupo social uma diminuição da repetição desses mesmos atos, e porque somente 
na sociedade humana, por um lado e junto ao direito, se desenvolvem outros 
fenômenos de ordem econômica, familiar, política, religiosa, que nas agrupações 
animais não se encontra nunca (DIAS, 2014, p. 15).
O direito passa a ser promissor do desenvolvimento de fenômenos 
relevantes para um bom funcionamento da sociedade, como coloca Dias (2014) 
na citação anterior, fornece subsídios e ferramentas para que os sujeitos vivam 
de forma harmoniosa em conjunto, sem infringir a liberdade alheia e as normas 
estabelecidas.
Sobre a história da criação do direito, pode-se compreender, portanto, 
que:
• O direito é uma criação humana. 
• Surgiu através dos costumes de povos. 
• Não há direito sem sociedade, nem sociedade sem direito.
• O direito foi criado para organizar a sociedade. 
• Os grupos sociais necessitam de normas para um bom funcionamento.
Em suma, o direito surge ao longo de um processo histórico, dialético 
e cultural, como uma prática social que utiliza um procedimento 
de solução de conflitos de interesses. É produto de uma realidade 
complexa e dinâmica que é a vida em sociedade, com seus problemas 
e controvérsias. É a expressão de um modo de vida de um povo e de 
sua cultura (BETIOLI, 2015, p. 55).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
12
Diante das necessidades, o direito foi resultou enquanto instrumento 
social. Como já foi citado anteriormente, com a função de organizar a sociedade, 
ele também se atribuía na solução de conflitos e estabelecimento de regras de 
convivência nos grupos. “Atualmente, o direito pode ser compreendido como 
um instrumento social destinado a motivar e enquadrar as ações humanas e 
contribuir para que se alcance um tipo determinado de ordem social em uma 
sociedade secularmente organizada” (DIAS, 2014, p. 20).
Desta forma, a sociedade possui maior segurança diante do comportamento 
humano (que é variável de acordo com a história de vida de cada sujeito) que 
não pode ser controlado pelo direito, mas, sim, mensurado. Com regras, normas 
e legislações, o homem precisa enquadrar-se neste modelo a fim de viver em 
liberdade, e permitir a liberdade alheia. “O direito, assim, de um lado, protege-
nos do poder arbitrário, exercido à margem de toda regulamentação, salva-nos 
da maioria caótica e do tirano ditatorial, dá a todos oportunidades iguais e, ao 
mesmo tempo, ampara os desfavorecidos” (FERRAZ JUNIOR, 2015, p. 11). 
Cabe aqui frisar que essa relação complexa entre as normas e o convívio 
social, visa, nada mais, nada menos, que manter a ordem social para não chegar ao caos e 
a barbárie de outros tempos. Por isso as normas são fundamentais ao bom convívio social.
ATENCAO
Como já descrito anteriormente, independente da vontade ou do querer, 
o ser humano já nasce em uma sociedade que exerce o controle social por meio de 
suas normas/regras de conduta, que caso sejam violadas decorrem de sanções na 
mesma proporção, desde as mais brandas até as mais severas. 
As sanções, na maioria das vezes, são aplicadas pelo Estado e somente 
dele dependem, considerando que apenas este possui o aparato estatal para fazer 
valer os sistemas normativos estruturados. Assim, afirma Gusmão (2018, p. 3), 
“O Direito, portanto, é uma das normas sociais, das quais se distingue por ser 
acompanhado de sanções organizadas, institucionalizadas, aplicadas por órgãos 
especializados, isto é, pelo poder público [...]”. 
Observa-se que ora haverá por parte do direito um constrangimento social, 
se levarmos em consideração que quando ocorre uma transgressão por parte de 
algum membro de determinada sociedade, via de regra este infrator será punido 
conforme descrito na legislação prevista. Nesta linha de pensamento, pode-se 
observar que o Direito é formado a partir da realidade, ou seja, é o reflexo de fatos 
sociais e como consequência irá moldando, ou seja, realizando o controle social 
de determinado grupo. 
TÓPICO 1 | DIREITO COMO FENÔMENO SOCIAL
13
Segundo Gusmão (2008), o Direito e as relações sociais possuem uma 
simbiose de aproximação e afastamento, podendo com o tempo alternar-se, por 
exemplo, quando cita-se o instituto do casamento, de um contrato social estes são 
institutos de aproximação do direito, ao contrário de quando existe um litígio, 
como o divórcio ou qualquer outro conflito, será uma relação de afastamento 
que por si só trarão várias outras consequências na área do direito, como pensão, 
guarda, divisão de bens, quando se trata por exemplo de uma separação. Esse 
exemplo prático apresenta a relação intrínseca entre o direito e a realidade social.
A palavra direito vem do latim directum, que significa aquilo que é reto, que 
tem a qualidade do que é conforme a regra. Contemporaneamente, contudo, são atribuídas 
diversas concepções à expressão, como: 
• Sistema Jurídico. 
• Norma Jurídica.
• Lei.
• Regra.
• Faculdade.
• Fenômeno Social.
FONTE: Adaptado de GIACOMELLI et al., 2018, p. 61
INTERESSA
NTE
Ao longo das unidades deste material, trabalharemos nas diversas 
concepções a expressão do direito, sendo que neste momento estamos no que diz 
respeito ao Fenômeno Social. Dias (2014) nos apresenta que o homem necessita 
viver em sociedade – não nasceu para viver isolado, sendo que esta sociedade 
constitui as unidades sociais e as complexas redes de relações existentes em toda 
a humanidade – as relações formam, constroem e delineiam a sociedade como 
um todo. 
Já a sociedade formata o direito com suas necessidades. Compreende-se, 
portanto, que o direito visa à organização destes sujeitos com relação social, com 
o objetivo de manter a igualdade e justiça entre os povos. Betioli (2015) nos coloca 
que o objetivo não é a mudança do homem interior, mas sim enfatizar as regrasnas relações sociais.
Assim, o direito não visa ao aperfeiçoamento interior do homem; 
essa meta pertence à moral. Não pretende preparar o ser humano 
para uma vida supraterrena, ligada a Deus, finalidade buscada pela 
religião. Nem se preocupa em incentivar a cortesia, o cavalheirismo 
ou as normas de etiqueta, campo específico das regras de trato 
social, que procuram aprimorar o nível das relações sociais 
(BETIOLI, 2015, p. 51).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
14
Enquanto fenômeno social, em seu quadro evolutivo, o direito fornece 
voz e autonomia para o homem, que agora possui organização na sociedade 
e organiza suas atitudes através de seus pensamentos, não agindo apenas por 
reações instintivas, mas, principalmente, agindo racionalmente – pensar e 
posteriormente agir. “É importante perceber o Direito como contentor social, que 
molda atitudes e freia comportamentos, inibindo reações instintivas e impondo 
reações racionais, para que prevaleça a ordem da lei em detrimento da vontade 
do mais forte” (GIACOMELLI et al., 2018, p. 61).
Conforme o homem foi evoluindo, a sociedade como um todo segue se 
aprimorando e, como consequência, o direito também vai se moldando. Conforme 
Betioli (2015), não há direito sem sociedade, nem tampouco sociedade sem o 
direito. Todos os autores citados, corroboram sobre o direito enquanto ciência 
social e discursam o quão ele se faz relevante na esfera social – sem direito, sem 
organização social.
Não podemos esquecer ainda que todas as ações e comportamentos de 
determinada sociedade, ocasiona reflexos na legislação daquele território, influenciando 
diretamente na vida das pessoas, que provocaram esses reflexos mesmo de maneira 
involuntária, com situações ligadas à economia, religião, guerras etc.
IMPORTANT
E
A Grande Depressão (1929) é um fato histórico de um determinado 
comportamento social que altera drasticamente a ordem jurídica de vários países, inclusive 
aqui no Brasil. Com a crise econômica, várias legislações revogadas e outras surgem devido à 
grande recessão da época. O Estado precisava agir de forma direta na economia, os reflexos 
no Brasil tiveram várias proporções, a Revolução de 1930, o país emerge de uma economia 
com base na agricultura (café, açúcar, algodão etc.) e segue rumo à industrialização e, 
como consequência, à legislação trabalhista.
FONTE: Gusmão (2008, p. 9).
INTERESSA
NTE
Diante desse breve exemplo prático, podemos analisar que o fator 
econômico foi responsável por uma mudança drástica no direito, porém não 
é o único fator, ainda poderão surgir fatores ligado às questões religiosas, 
geográficas, políticas, climáticas que também poderão trazer mudanças diretas 
ao ordenamento jurídico. Eis o direito enquanto fenômeno social, nasce e atua nas 
instâncias e realidades da sociedade. 
15
Neste tópico, você aprendeu que:
• O direito possui a função de assegurar os direitos dos cidadãos, considerando 
a justiça em primeiro lugar a fim de avaliar os pontos e contrapontos com o 
intuito de acatar a decisão mais justa perante a lei.
• O direito é uma construção dos povos, e não existe sociedade sem direito, nem 
direito sem sociedade.
• Conforme a evolução do homem, o direito se fez necessário diante das 
demandas sociais.
• O direito é agente de voz e autonomia para o homem, que deixa de ser instintivo 
e passa a ser racional – pensar e depois agir.
• O direito visa à organização social.
• A construção do direito possui algumas influências, sendo algumas delas a 
grega e romana.
RESUMO DO TÓPICO 1
16
1 O direito em si, possui uma grande trajetória. Hoje ele possui fundamentos, 
fontes, princípios e valores que o fortalece e embasa para uma atuação eficaz. 
No entanto, historicamente, ele aparece enquanto organizador social. Desta 
forma, Giacomelli et al. (2018) coloca que o direito é:
a) ( ) Descendente direto da legislação do Século XV, e a partir deste marco, 
pôde-se entender o direito como um conjunto de regras derivadas do 
povo e para o povo.
b) ( ) Descendente direto das revoluções iluministas do Século XVII, e a partir 
deste marco, pôde-se entender o direito como um conjunto de regras 
derivadas do povo e para o povo, ou seja, as regras surgiam do povo 
para que este povo as seguisse.
c) ( ) Descendente direto da sociedade do séc. XXI, e a partir deste marco 
pôde-se entender o direito como um conjunto de regras derivadas do 
povo e para o povo, ou seja, as regras surgiam do povo para que este 
povo as seguisse.
d) ( ) Descendente indireto da sociedade do séc. XXI, e a partir deste marco 
pôde-se entender o direito como um conjunto de leis do povo e para o 
povo, ou seja, da constituição.
2 O método positivista, enquanto fundamento do direito, diz respeito à parte 
legal. Nele estão presentes os estudos que levam em conta exclusivamente o 
fenômeno do Direito, ou seja: baseado nas questões legais. Segundo Venosa 
(2019), o método positivista é composto primordialmente de três fases, as 
quais são, necessariamente: 
a) ( ) Observação – Formulação de Hipótese – Experimentação.
b) ( ) Julgamento – Formulação de Normas – Observação.
c) ( ) Observação – Julgamento – Formulação de Hipótese.
d) ( ) Formulação de leis – Formulação de Hipótese – Julgamento.
AUTOATIVIDADE
17
TÓPICO 2
FUNDAMENTOS DO DIREITO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico trabalharemos brevemente acerca dos fundamentos do 
direito. Ao estudá-lo, você será capaz de reconhecer os fundamentos, diferenciá-
los, avaliar suas características e aprofundar seus estudos posteriormente no qual 
você sentir-se mais confortável. Ambos fazem parte da construção histórica do 
direito e possuem sua devida importância. 
Nesse sentido, os fundamentos dizem respeito à base e ao norte do direito, 
no sentindo de fornecer subsídio a ciência como um todo. Podemos compreender 
como principais fundamentos o Direito Natural e o Direito Positivo, nos quais 
estão detalhadamente explicados no decorrer deste tópico.
Apesar de distintos, esses fundamentos contribuíram e ainda contribuem 
significativamente para o direito como um todo: construção, essência e 
aplicabilidade social. Desta forma, compreende-se a relevância de conhecermos 
os fundamentos jurídicos, a fim de dominarmos os aspectos gerais da ciência 
jurídica.
2 FUNDAMENTOS DO DIREITO
O direito, como uma ferramenta social, possui alguns fundamentos que 
norteiam a sua eficácia. Parte de sua construção história, estes fundamentos 
fornecem embasamento no crescimento posterior desta ciência humana, sendo os 
principais: o direito natural (também chamada de jusnaturalismo e/ou naturalista) 
e o direito positivo (também chamada de juspositivismo e/ou positivismo).
Ao se pensar no termo “natural” vem à mente a ideia de perfeição, de 
estabilidade e até mesmo imutabilidade, já que as mudanças nas regras da natureza 
quando ocorrem são de maneira lenta, sob essa premissa, Dimoulis (2013, p. 87) 
afirma que: “O direito natural apresenta-se como conjunto de normas de dever 
que são estáveis, necessárias, adequadas e regulamentam o comportamento de 
todos os seres da natureza”.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
18
O autor afirma ainda que seria este o melhor “direito” para assegurar 
condições de ordem social e também a própria harmonia nas relações sociais. 
Portanto, a discussão entre os autores que defendem o jus naturalismo é a 
definição da origem dessa fonte do direito e a grande maioria, discorre sobre a 
própria natureza como fundamento primordial, distinguindo-se do arcabouço 
de leis artificiais “positivismo” elaboradas pelos atores políticos. Enquanto o 
jus naturalismo catequiza os princípios justo e necessário, o jus positivismo se 
contrapõe a causando uma tensão muito grande na área do direito no Século 
XIX, como muito bem expõe Nader (2014, p. 378) contribui com uma breve 
retrospectiva sobre o surgimento dos fundamentos positivista e naturalista: 
Durante o Século XIX, o positivismo de inspiração comtiana alcançou 
amplarepercussão no âmbito do Direito, colocando-se em posição 
antagônica ao jus naturalismo. A partir daí, estabeleceu-se a maior 
e definitiva cisão na área da Filosofia do Direito, porque, enquanto 
o jusnaturalismo preconizava uma outra ordem jurídica além da 
estabelecida pelo Estado, o positivismo reconhecia como Direito 
apenas o positivo. O positivismo surgiu em uma fase difícil e crítica 
na história do Direito Natural, quando o jusnaturalismo se encontrava 
comprometido pelos excessos da Escola do Direito Natural. 
São distintas concepções acerca do direito, onde o positivismo coloca o 
direito enquanto positivo – baseado nas legislações, já o naturalista visualiza o 
direito como algo além do estado. A segregação do “natural” e do “Cultural”, 
definido por Gusmão (2008), NATURAL – independe do ser humano 
(montanhas, rios, sol,) CULTURAL – concretizado pelo ser humano (carros, 
casas, equipamentos etc). Além do jusnaturalismo em sentido estrito, ainda está 
agregado a um jusnaturalismo teológico, que sustenta que o direito decorre da 
vontade divina. 
Essas duas vertentes de pensamento podem reduzir-se a duas correntes, 
como já apontamos. Aquela que pode ser denominada idealista, 
rotulação convencional que congrega as doutrinas jusnaturalistas, as 
quais entendem que existe um direito superior e antecedente a toda lei 
positiva humana; e a corrente positivista, a qual abrange as inúmeras 
correntes cujos seguidores, de uma forma ou de outra, afirmam que 
o Direito emerge dos homens, é um produto da história, do Estado 
ou do meio social, não existindo outras leis que não as vigentes em 
determinado local e em determinada época (VENOSA, 2019, p. 51).
Muitos autores colocam a corrente jusnaturalista como retrógrada 
e antiquada, enquanto outros ressaltam que o positivismo desvaloriza o 
naturalismo, de modo a desclassificá-lo. Esses posicionamentos antagônicos 
demonstram quanto é complexa essa dualidade imposta. O fato é que a ciência do 
direito é bastante debatida, pois ao tratar-se de uma ciência humana, as escolhas 
fogem da neutralidade e perpassam questões de crenças. 
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DO DIREITO
19
O homem nunca permanece neutro com relação aos fenômenos a sua 
volta. Com frequência, aquece e reaquece perguntas sobre sua origem 
e destino, sobre vida e morte. Assim também ocorre com relação às 
regras jurídicas, com o permanente questionamento sobre a noção 
da obrigatoriedade das normas e o fundamento do Direito. Essa 
postura é, na verdade, permanente; tão antiga quanto a Humanidade, 
atravessando todo o curso da História (VENOSA, 2019, p. 51).
Ao considerarmos que a sociedade não mantém a mesma conduta por 
muito tempo e muda de lugar para lugar o direito natural perpassa a questões 
do estado, algo fixado em crenças, valores, e até mesmo, em questões espirituais. 
Já o positivismo acredita que o homem criou o direito, e este deve ser 
baseado nas leis do estado, para Kelsen (2003), ainda dentro do Direito natural 
existem ramificações entre a natureza ideal e a natureza como deve ser para atender 
às demandas que surgem ao longo dos tempos. Desta forma, o comportamento do 
ser humano em sociedade deve ser natural assim como as normas, o que significa 
um comportamento “normal”, a fim de melhor compreensão, tais fundamentos 
foram divididos para fins didáticos. 
2.1 JUSNATURALISMO
Um dos fundamentos do direito, o Jusnaturalismo é uma teoria um pouco 
mais antiga com registros históricos datados nas cidades-Estados gregas, já 
naquela época, houveram as tensões entre jusnaturalistas, Sófocles foi um poeta 
dramático grego positivista que questionava as leis dos reis que eram impostas ao 
povo como “vontade de Deus”, dessa forma, coloca-se superior ao jus positivista 
por considerar a existência de um direito natural que chega antes da existência 
do positivismo. “Chama-se jusnaturalismo a corrente de pensamento que reúne 
todas as ideias que surgiram, no correr da história, em torno do Direito Natural, 
sob diferentes orientações” (NADER, 2014, p. 373).
 
O adjetivo natural, agregado à palavra direito, indica que a ordem de 
princípios não é criada pelo homem e que expressa algo espontâneo, 
revelado pela própria natureza. A ideia do Direito Natural tem sido 
apresentada em dois níveis: como ontologia e como deontologia. Os 
jusnaturalistas que defendem o Direito Natural ontológico admitem 
o Direito Natural como ser do Direito, como o legítimo Direito. Os 
jusfilósofos partidários do Direito Natural deontológico representam 
esse Direito apenas como um conjunto de valores imutáveis e 
universais, mais identificado com a Ética. Como salienta Elías Díaz, a 
primeira fórmula engloba a segunda (NADER, 2014, p. 374).
Muito antigo, o jusnaturalismo está nas literaturas ocidentais desde a 
civilização europeia. Nesse sentido, a teoria apresenta-se como maleável a todos 
os homens, atendendo às demandas sociais por um direito mais justo, perfeito e 
protetor (GUSMÃO, 2018). 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
20
Apresentamos aqui, como exemplo, O Código de Hamurabi, de origem 
da Babilônia (pedra Natural) com as seguintes dimensões 2,25m de altura com 
1,50m de circunferência, neste monumento monolítico eram expostos situações 
exemplares e suas respectivas punições de maneira proporcional, assim o velho 
brocardo “olho por olho dente por dente” de origem da lei de Talião que é uma lei 
de retaliação, assim uma pessoa que viola direitos de outra deverá ser penalizada 
no mesmo grau, dessa forma, visando evitar novas situações e assim controlar o 
comportamento social.
 “Lei de talião está presente em muitos códigos de leis antigas, pode ser 
encontrada nos livros do Antigo Testamento do Êxodo, Levítico e Deuteronômio” 
(WIKIPÉDIA, 2019). O referido Código tem como principais regras defender os 
contratos em caso de não cumprimento destes, evitar que se dê falso testemunho, 
evitar os crimes de roubo, receptação e estupro e fazer a defesa também da família 
entre outras situações (WIKIPÉDIA, 2019).
QUADRO 3 – CÓDIGO DE HAMURÁBI
Código de Hamurabi
Pena de morte para roubo de templo ou propriedade estatal, ou por aceitação de bens 
roubados (Seção 6).
Morte por ajudar um escravo a fugir ou abrigar um escravo foragido (Seção 15, 16).
Se uma casa mal-construída causa a morte de um filho do dono da casa, então o filho 
do construtor será condenado à morte (Seção 230).
Mero exílio por incesto: "Se um senhor (homem de certa importância) teve relações 
com sua filha, ele deverá abandonar a cidade" (Seção 154).
Distinção de classes em julgamento: Severas penas para pessoas que prejudicam 
outras de classe superior. Penas médias por prejuízo a membros de classe inferior 
(Seção 196–205).
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_de_Hamurabi#cite_note-multipla-1>. 
Acesso em: 28 fev. 2020.
Retornando para a discussão sobre a natureza das leis, o autor Nader 
(2014, p. 374) corrobora ao considerar que: 
A natureza, ou seja, as propriedades que compõem o ser, define o fim 
a que este tende a realizar. Para que as potências ativas do homem se 
transformem em ato e com isto ele desenvolva, com inteligência, o seu 
papel na ordem geral das coisas, é indispensável que a sociedade se 
organize com mecanismos de proteção à natureza humana. 
Em concordância com isso, Venosa (2019, p. 53) ressalta que “O direito 
natural busca assegurar o bem comum com a aplicação da justiça”. Contudo, o 
direto natural considera as questões sociais e de condições humanas, sendo o 
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DO DIREITO
21
direito algo inato do ser humano, algo que não necessita ser pautado apenas no 
estado e nas legislações. “O pensamento predominante na atualidade é o de que 
o Direito Natural se fundamenta na natureza humana” (NADER, 2014, p. 373).
A filosofia grega também relativizava as leis humanas. Para os sofistas, 
o direito natural tinha como base a natureza humana, em que deveriam 
se enfatizar a liberdade e a igualdade dos homens. Os sofistas invocam 
odireito natural para destacar o caráter arbitrário e artificial do 
Estado. Posteriormente, Sócrates, Platão e Aristóteles distinguiram o 
justo segundo a natureza e segundo a lei. O justo por natureza está 
no pensamento de cada um dos homens. O direito natural orienta o 
sentido do direito positivo (VENOSA, 2019, p. 53).
Portanto, Venosa (2019) coloca que é o direito natural que orienta o direito 
positivo e serve de inspiração para a criação do mesmo. “O Direito Natural ou jus 
naturalismo é uma teoria que procura fundamentar o Direito no bom senso, na 
equidade e no pragmatismo” (GIACOMELLI et al., 2018, p. 44). Alguns autores 
ainda colocam que o direito natural é a semente do direito positivo, e outros 
corroboram que o direito positivo é a evolução do direito natural, pois tornou-se 
retrógrado diante das demandas atuais na sociedade. 
Tradicionalmente os autores indicam três caracteres para o Direito 
Natural:
QUADRO 4 – CARACTERES DO DIREITO NATURAL
Ser eterno, imutável e universal
O jurista chileno Eduardo Novoa Monreal apresenta um elenco bem mais amplo de 
caracteres, onde enumera:
1) universalidade (comum a todos os povos);
2) perpetuidade (válido para todas as épocas); 
3) imutabilidade (da mesma forma que a natureza humana, o Direito Natural 
não se modifica);
4) indispensabilidade (é um direito irrenunciável);
5) indelebilidade (no sentido que não podem os direitos naturais ser esquecidos 
pelo coração e consciência dos homens);
6) unidade (porque é igual para todos os homens);
7) obrigatoriedade (deve ser obedecido por todos os homens);
8) necessidade (nenhuma sociedade pode viver sem o Direito Natural);
9) validez (seus princípios são válidos e podem ser impostos aos homens em 
qualquer situação em que se encontrem).
FONTE: Adaptado de NADER, 2014, p. 376
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
22
O jusnaturalismo, portanto, é uma teoria fundamental do direito que 
coloca os homens em igualdade, podendo ser aplicada a qualquer realidade 
social. No entanto, possui características específicas de ser universal, imutável e 
eterno, por ser aplicável nas mais variadas demandas, segundo os autores citados.
Voltando à origem do direito natural, as duas amplas posições, teológica 
ou escolástica e racionalista, contudo, discrepam. A posição mais antiga é também 
menos ampla, pois admite apenas certos princípios absolutos e fundamentais para 
reger todo o Direito, enquanto a posição racionalista se baseia no uso ilimitado 
da razão, a qual pode ilustrar qualquer meandro do Direito, qualquer detalhe de 
convivência. Como apontamos, com o protestantismo inicia-se a decadência do 
direito natural (VENOSA, 2019, p. 56).
Portanto, o Direito Natural é superior ao Estado, está ligado a princípios e 
nasce da própria natureza humana. Temos como exemplos de Direitos Naturais: 
o direito à vida, o direito à liberdade, o direito à reprodução e o direito à justiça 
(NADER, 2014).
Reconhecendo que há diversas maneiras de se conceber o direito natural, 
podemos dizer que sua ideia básica está́ no reconhecimento de que, na sociedade 
há um conjunto de valores e de pretensões humanas legítimas que não decorrem 
de uma norma jurídica emanada do Estado, ou seja, que independem do direito 
positivo. Esse direito natural tem, portanto, validade em si, legitimado por uma 
ideia superior, e estabelece limites à própria norma estatal. Seus adeptos não 
compreendem, portanto, os princípios gerais de direito tão somente em função 
das normas positivas, historicamente reveladas no Brasil e nas demais nações. 
Entendem que eles se legitimam como princípios de direito natural (BETIOLI, 
2015, p. 489).
Desta maneira, o naturalismo vai sendo deixado de lado e o positivismo 
vai ganhando força por estar mais ligado nas questões racionais, de legislação 
e governo. Alguns juristas ainda utilizam o jusnaturalismo, mas grande parte 
deles adotam o juspositivismo enquanto fundamento de direito. No entanto, é 
necessário lembrar que ambos fazem parte da história da constituição do direto. 
2.2 JUSPOSITIVISMO
Enquanto o jusnaturalismo coloca as questões naturais como primordiais, 
“O positivismo jurídico defende a tese de que os princípios gerais de direito são os 
consagrados pelo próprio ordenamento jurídico” (BETIOLI, 2015, p. 490). Desta 
forma, neste fundamento, o que orienta a atuação de direito são as legislações 
criadas baseadas na razão – o homem enquanto criador do direito.
Apesar de abrangente, a expressão Direitos do Homem é empregada 
como referência ao conjunto de normas e princípios enunciados 
sob a forma de declarações, por organismos internacionais, dentro 
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DO DIREITO
23
do propósito de despertar a consciência dos povos e governantes 
quanto à necessidade de esses se organizarem internamente a partir 
da preservação dos valores fundamentais de garantia e proteção ao 
homem (NADER, 2014, p. 380).
Em concordância com Nader, Venosa (2019, p. 64) coloca que “O 
direito positivo objetiva atingir os fins de justiça”. Faz-se necessário aqui um 
esclarecimento acerca das nomenclaturas. Os autores utilizam de forma distinta, 
mas fazem referência a mesma teoria: Juspositivismo, positivismo jurídico, direitos 
do homem e direito positivo dizem respeito ao Direito Positivo. O positivismo 
nega a existência de regras fora do direito positivo, isto é, fora do direito imposto 
pelos homens. Os estudiosos positivistas só creem naquilo que pode ser objeto de 
observação e experiência. 
Pautado nas normas sociais e legislações, o direito positivo faz o uso da 
razão enquanto base filosófica, ressaltando que os instintos e crenças pessoais não 
devem inferir ao outro, e a organização social deve ser estruturada com base nas 
leis (que possuem a função de estabelecer regras e limites na sociedade). “Esse 
positivismo que se pretende avalorativo – portanto, neutro – identifica todo 
o direito com o direito positivo legal. É a partir dele que a escola da exegese 
encontra a condição propícia para fundamentar uma ciência neutra do direito” 
(MADEU; MACIEL, 2015, p. 73).
O Direito Positivo, quando surgiu, foi considerado uma doutrina primária, 
esteve presente na Grécia, mas o pai do Direito Positivo foi Augusto Comte, 
porque a ele se deve a sua sistematização e o aprofundamento da doutrina. Os 
seus traços já se delineavam em Bacon, Descartes, Galileu, Hume Locke e mais 
proximamente nas lições fundamentais de Kant (GIACOMELLI et al., 2018, p. 46).
Considerando que o direito é apenas aquilo posto pelo estado, no 
positivismo, as questões naturais são deixadas de lado, como o próprio 
Venosa (2019) contribui relatando que no juspositivismo exclui-se qualquer 
norma da natureza, sendo exclusivamente correto o direito positivo. Ambos 
os posicionamentos – natural e positivo – são necessários para os governantes, 
porém aquele que deve prevalecer é o positivismo.
No positivismo estão presentes os estudos que levam em conta 
exclusivamente o fenômeno do Direito, isento de noções metafísicas. 
Nessa senda, podem ser vistos os escritos de Hans Kelsen, Alf Ross, 
Herbert Hart, Norberto Bobbio, pensadores do século XX, entre tantos 
outros, nomes com quem certamente o iniciante e o estudioso travarão 
contato mais ou menos profundo (VENOSA, 2019, p. 51).
Colocando o ser humano como criador das leis, “o ponto de partida do 
positivismo é, de fato, afirmar que direito é apenas aquele existente nas leis 
criadas pelo ser humano e postas pelo Estado” (VENOSA, 2019, p. 64). Desta 
forma, a base do positivismo também é a criação racional do homem enquanto 
legislação e organizações sociais.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
24
O método positivista é composto primordialmente de três fases: 
Observação.
Formulação de hipótese.
Experimentação. 
Essa experimentação não provoca fenômenos sociais, mas deve ser vista mais como uma 
confirmação do ocorrido nos citados fenômenos. 
FONTE: Adaptado de VENOSA, 2019, p. 64
NOTA
Entretanto, este método é baseado em fatose legislações concretas, 
com pontos e contrapontos a serem avaliados. “O positivismo jurídico é uma 
concepção do Direito que nasce quando o Direito Positivo e Direito Natural não 
são mais considerados Direito no mesmo sentido, mas o Direito Positivo passa a 
ser considerado Direito em sentido próprio” (GIACOMELLI et al., 2018, p. 45).
Os métodos citados compõem o positivismo no direito, sendo estes 
utilizados a fim de comprovar a eficácia deste fundamento enquanto ciência 
humana, deixando de basear-se apenas em fenômenos sociais, passando a creditar 
os fatos comprovados, como os próprios Madeu e Maciel (2015, p. 30) colocam:
O direito posto (direito positivo), portanto, é constituído por um 
conjunto ordenado de prescrições abrigadas na estrutura das normas 
jurídicas, em um certo espaço territorial e um determinado espaço de 
tempo: é um objeto da cultura porque foi criado pelo homem para 
organizar os comportamentos intersubjetivos em sociedade e, com 
isso, buscar a realização dos valores sociais. 
Desta forma, fica elucidado o embasamento legislativo do juspositivismo 
de modo a ser neutro, científico e investigador nas demandas sociais, não apenas 
baseando nos fenômenos sociais, mas investigando-os com base jurídica. Este seria 
o horizonte ideal, para as discussões que permeavam sobre a “Lei Divina versus Lei 
dos Homens”, muito embora o jus positivismo tenha como prerrogativa atender 
às demandas sociais por meio de seus valores atentando-se para a neutralidade e 
o caráter cientifico, ainda não é em sua integralidade, pois não acompanha muitas 
vezes as mudanças na sociedade devido a sua característica político-burocrata 
que torna lenta as alterações legais necessárias.
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DO DIREITO
25
2.3 JUSNATURALISMO E JUSPOSITIVISMO
São duas vertentes distintas que fundamentam e fazem parte da 
construção do direito enquanto ciência humana. Enquanto o Jusnaturalismo 
baseia-se na criação e na natureza, o juspositivismo tem como base o estado e 
as leis, sendo neutro em suas escolhas. O Jusnaturalismo é mais antigo, e muitos 
adeptos deixaram-no para seguir o juspositivismo diante das demandas sociais 
e das modificações da sociedade. O jusnaturalismo e o juspositivismo são 
posicionamentos de extrema importância e cuja aceitação ou não define os rumos 
da aplicação prática pelos operadores do direito, e como consequência disso 
surgem os resultados do que costumamos denominar como justiça.
O motivo fundamental que canaliza o pensamento ao Direito Natural 
é a permanente aspiração de justiça que acompanha o homem. Este, 
em todos os tempos e lugares, não se satisfaz apenas com a ordem 
jurídica institucionalizada. O Direito Positivo, visto como expressão 
da vontade do Estado, é um instrumento que tanto pode servir à causa 
do gênero humano como pode consagrar os valores negativos que 
impedem o pleno desenvolvimento da pessoa (NADER, 2014, p. 373).
Como já colocado anteriormente, ambos fazem parte da história do 
direito. As duas vertentes possuem prós e contras, mas possuem também sua 
eficácia quando bem aplicadas na sociedade. 
Conforme Madeu e Maciel (2015), os fundamentos do direito são: 
• Jusnaturalismo: eterno, mutável, universal, acredita além do Estado, considera 
questões naturais do homem, considera questões subjetivas. 
• Juspositivismo: baseado no Estado, imutável, atualizado para as demandas 
atuais, considera as leis, homem como criador do direito, possui posição neutra.
No entanto, cada vez menos se usa a teoria jusnaturalista. Para Nader 
(2014), é através do reconhecimento da inflexibilidade do juspositivismo quanto 
as suas bases que se compreende que, em relação ao jusnaturalismo, o primeiro 
possui conteúdo progressivo que atenda às novas exigências da sociedade na 
atualidade, geradas pelo desenvolvimento científico e ético.
Tanto o jusnaturalismo como o juspositivismo possuem suas 
particularidades e, por isso, tornam-se diferentes um do outro, diante disso, “é 
importante perceber que no pensamento medieval o direito natural e o direito 
positivo se harmonizavam, contudo, o direito natural era o fundamento do direito 
positivo, o que legitimava este” (MADEU; MACIEL, 2015, p. 71). Com o passar 
do tempo, a sociedade foi sendo modificada, e isto refletiu no uso do naturalismo, 
sendo menos utilizado.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
26
Os Direitos do Homem estabelecem parâmetros básicos, estruturais, 
e formam um núcleo de condições essenciais ao relacionamento dos 
homens entre si e com o Estado. O Direito Natural e os Direitos do 
Homem, apesar de participarem de igual faixa ontológica e cultivarem 
idênticos valores, são conceitos que não se confundem. Enquanto o 
Direito Natural pesquisa a natureza humana e dela extrai os princípios 
modelares do Direito Positivo, os Direitos do Homem se desprendem 
do Direito Natural, com o qual se vinculam umbilicalmente para 
apresentarem, de uma forma menos abstrata, aqueles princípios já 
transformados em normas básicas (NADER, 2014, p. 380).
De modo mais estruturado, estes fundamentos são de extrema relevância, 
principalmente quando se fala da constituição do direito e sua eficácia social. 
Jusnaturalismo e Juspositivismo com seus pontos e contrapontos fazem e fizeram 
parte do direito enquanto ciência humana, sendo que, na atualidade, aquela que 
cabe nas demandas sociais, segundo os autores citados é o juspositivismo. Os 
autores irão ter seus posicionamentos frente a cada uma destas correntes, Hans 
Kelsen por exemplo desenvolveu a “Teoria Pura do Direito”, que busca uma análise 
da estrutura do direito positivo e todas as suas fontes ao longo da sua existência:
A Teoria Pura do Direito limita-se a uma análise estrutural do Direito 
Positivo, baseada em um estudo comparativo das ordens sociais 
que efetivamente existem e existiram historicamente sob o nome de 
direito. Portanto, o problema da origem do Direito – o Direito em geral 
ou uma ordem jurídica particular – isto é, das causas de existência do 
Direito em geral ou de uma ordem jurídica em particular, com seu 
conteúdo específico, ultrapassa o escopo desta teoria. São problemas 
da sociologia e da história e, como tais, exigem métodos totalmente 
diferentes dos de uma análise estrutural de ordens jurídicas dadas 
(KELSEN, 2001, p. 291).
Podemos perceber que Kelsen, não emite juízo de valor, e também busca 
demais ciências para explicar o fenômeno do direito, tais como a sociologia, 
história entre outras que podem corroborar com as causas do surgimento do 
Direito como uma ordem jurídica social que será pautada em valores contidos 
naquela sociedade em determinada época, essa conduta social para ser justa 
é necessária a sua norma escrita, para que esse comportamento seja aceito 
socialmente e conserve o sentimento de justiça para todos, caso contrário entraria 
em cena a injustiça, assim temos a simbiose:
FIGURA 3 – FUNDAMENTOS DO DIREITO 
FONTE: O autor
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DO DIREITO
27
O conceito de norma justa é precedido pela conduta social, observa Kelsen 
(2003). Pode ser compreendida como um comportamento humano socialmente 
aceitável ou reprovável, moral ou imoral, justa ou injusta. Contudo, através destes 
elementos, classifica-se o tipo de conduta social e a definição da necessidade de 
regras que definirão quais condutas serão aprovadas ou reprovadas, e, ainda, as 
possíveis punições aplicadas ao indivíduo de determinada sociedade. 
Destarte, na Norma Escrita, o positivismo pretende realizar a manutenção 
do conceito de moral no comportamento humano. Com a mudança das 
sociedades, essa classificação foi naturalmente se transformando, assim como os 
valores sociais. No entanto, mesmo com as mudanças, o conceito de Justiça está 
conectado à Conduta humana em sociedade. 
28
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os fundamentos do direito são: jusnaturalismo e juspositivismo.
• O jusnaturalismo tem relação com a natureza e os fenômenos sociais.
• O juspositivismo estáligado fortemente com a legislação, o estado e as normas 
sociais.
• O jusnaturalismo é além do estado: crê em questões além do homem.
• Ambos os fundamentos são importantes para o direito, porém o jus positivismo 
é o que mais atende às demandas sociais da atualidade.
29
1 São distintas as concepções acerca do direito, no qual o positivismo coloca 
o direito enquanto positivo – baseado nas legislações, já o naturalista 
visualiza o direito como algo além do estado. A segregação do “natural” e 
do “Cultural”, definido por Gusmão (2008, p.10) considera:
a) ( ) Natural: independe do ser humano (montanhas, rios, sol,); cultural: 
concretizado pelo ser humano (carros, casas, equipamentos etc.). 
b) ( ) Natural: concretizado pelo ser humano; cultural: fenômenos sociais que 
independem do ser humano.
c) ( ) Natural: unifica a natureza com a ação do homem; cultural: movimentos 
culturais.
d) ( ) Todas as alternativas estão corretas.
2 Acerca do Direito Positivo, Venosa (2019, p. 64) coloca que “O direito 
positivo objetiva atingir ____________. Assinale a alternativa que apresenta 
o complemento correto da lacuna:
a) ( ) Os fins de justiça.
b) ( ) O jusnaturalismo.
c) ( ) Os fundamentos do direito.
d) ( ) Nenhuma das alternativas está correta.
AUTOATIVIDADE
30
31
TÓPICO 3
FONTES DO DIREITO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
O direito é uma ciência social que foi surgindo ao longo do tempo através 
dos povos, aumento da população e a necessidade de organizar a sociedade. 
Diante disso, algumas fontes norteiam e orientam o fazer jurídico, a fim de que 
as decisões tomadas sejam padronizadas corretamente com base na justiça. Neste 
tópico iremos aprender sobre tais fontes e suas funções, a fim de compreender de 
forma abrangente a constituição do direito e sua relevância.
Desta forma, não há como falarmos em base do direito sem apontarmos 
as suas fontes: de onde ele surgiu, de fato. Porém, é relevante que saibamos que 
o direito não surge de apenas uma fonte: mas de inúmeras delas, nas quais serão 
colocadas neste tópico. A partir do estudo destes conteúdos, você será capaz de 
compreender cada fonte do direito.
Além disso, faz-se importante ressaltar que as fontes são provenientes dos 
próprios povos - ou seja, o direito surge do povo e para o povo. Sendo assim, as 
fontes são fatores contribuintes para a construção das normas jurídicas. Percebe a 
importância de estudarmos este conteúdo? 
Desejo a você bons estudos!
2 FONTES DO DIREITO
O direito possui, desde os primórdios de sua construção, algumas fontes 
que foram fundamentais para o seu fortalecimento. Algumas delas são mais 
utilizadas, outras menos, mas todas fazem parte da construção do direito e de 
sua atualização na contemporaneidade. Não existe um consenso no que tange 
à classificação das fontes do Direito, alguns doutrinadores apenas consideram 
como fonte a lei e os costumes, outros somam a estes as jurisprudências e os 
princípios gerais do direito, e ainda existem os que consideram também a Doutrina 
e Equidade. Sob a ótica do Direito Positivo apenas a Lei e os Costumes podem 
ser classificados sem questionamentos como Fontes do Direito. Por exemplo, o 
costume é uma fonte do direito desde seu início. 
32
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
O sentido próprio da palavra “fonte”, pois ela pode significar tanto 
um local como um fator ou a relação entre dois fenômenos, dos quais o 
primeiro serve de causa para o outro. Entendemos, porém, que fonte, 
em sentido próprio, é o ponto em que surge a água. É o lugar em que 
ela passa do subsolo à superfície, do invisível ao visível. De fato, a água 
tem “origem” nas camadas mais profundas da terra, chegando até nós, 
tem sua primeira “aparição” na superfície da terra, se manifesta numa 
nascente (fonte). De certa forma, a fonte é o próprio curso d’água 
no ponto de transição entre essas duas situações ou momentos: do 
subsolo à superfície (BETIOLI, 2015, p. 181).
Ao tratar-se de fonte, fala-se de início, de onde vem, de onde foi concebido. 
Diante disso, na dimensão que o direito possui, existem tipos variados de fontes 
que alimentam esta ciência social. Na atualidade moderna, em uma velocidade 
cada vez maior, o direito vem se atualizando diante das demandas sociais, 
mas sempre respaldado em suas fontes. Há normas, direitos e deveres a serem 
seguidos para uma boa execução do direito. As populações vêm aumentando, 
a expectativa de vida também, e isso tudo fornece modificação à sociedade que 
necessita manter-se em ordem.
Por outro lado, temos que analisar que o Estado é o aplicador de forma 
coercitiva do ordenamento jurídico por ele editado, sendo a Lei, a principal 
origem da grande maioria do Direito aplicado na sociedade e sobrepondo até 
mesmo ao costume de longa tradição. 
O sentido mais amplo da palavra lei, segundo Gomes (2008), abrange os 
decretos e regulamentos, sendo a lei o Stricto sensu com objetivo de criar uma 
solução para os problemas nas relações sociais oriundos do Legislativo, os 
decretos e regulamentos são originários do poder executivo (via de Regra), muito 
embora o poder executivo poderá exercer a função legislativa em alguns casos (ex. 
Medida Provisória), excluem aqui os atos simples de expediente/administrativos 
(ex. portarias, avisos etc.).
 
Já o costume, considerado como regra de conduta habitualmente 
obedecido, sem a necessidade de estar positivado (escrito), mesmo assim exerceu 
e exerce um protagonismo no Direito por suas características nas relações das 
sociedades mais primitivas. O autor destaca ainda a necessidade de o costume 
reunir dois elementos primordiais, o objetivo e o subjetivo. “O elemento objetivo 
é o uso, a observância uniforme da regra pela generalidade dos interessados [...], o 
elemento subjetivo é representado pela convicção geral de que o uso corresponde 
à necessidade jurídica” (GOMES, 2008, p. 326). É importante, portanto, a 
compreensão das fontes para posteriormente visualizar o direito como um todo: 
não existiu do dia para a noite, e se faz essencial enquanto fenômeno social na 
atualidade, ele foi desenvolvido perante a cultura dos povos que viviam, podemos 
citar aqui os gregos e romanos.
TÓPICO 3 | FONTES DO DIREITO
33
A teoria das fontes, em suas origens modernas, reporta-se à tomada 
de consciência de que o direito não é essencialmente um dado, 
mas uma construção elaborada no interior da cultura humana. Ela 
desenvolve-se desde o momento em que a ciência jurídica percebe seu 
objeto (o direito) como um produto cultural e não mais como um dado 
da natureza ou sagrado (FERRAZ JUNIOR, 2015, p. 181).
Mascaro (2019, p. 123) afirma que “saber de onde vem as normas é um dos 
postulados mais importantes para a ideia de coerência do ordenamento jurídico e, 
consequentemente, para que as necessidades da reprodução capitalista estejam 
respaldadas”, ou seja, faz com que o direito possua um embasamento e, ao 
compreendê-lo, o entendimento acerca do direito fica ampliado.
Para os pensadores gregos, a fonte do direito é o nomos, que se traduz 
geralmente por lei. É o nomos o meio de limitar o poder das autoridades, já 
que a liberdade política consiste em não ter que obedecer, senão à lei. Como 
consequência, os gregos fizeram poucas leis no sentido moderno do termo, visto 
que nomos significa tanto a lei como o costume. É na filosofia que está a principal 
contribuição dos gregos para a cultura ocidental, principalmente com Sócrates, 
Platão e Aristóteles (MACIEL; AGUIAR, 2017, p. 104).
Já para os romanos, “a lei escrita deixa de ser a principal fonte jurídica 
e os costumes ganham cada vez mais projeção. Esse retorno ao passado é tão 
grande que o direito escrito desaparece da Europa, ficando restrito ao direito 
canônico” (MACIEL; AGUIAR, 2017, p. 177). Percebe-se então a influência 
destes dois grandes povos, de modo a fazerem parte da construção de fontes 
do direito.
 Maluf e Maluf (2017) apontam que as fontes do direito são os meios pelos 
quais se formam ou se estabelecem

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