Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PARASITOLOGIA Aula 06: Leishmania sp. e as Leishmanioses AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Temas/objetivos desta aula Biologia de Leishmania sp; Infecção por Leishmania sp; Leishmanioses; Diagnóstico das leishmanioses; Profilaxia das leishmanioses. AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmania sp. – Morfologia Amastigotas: Arredondada e sem flagelo aparente; exclusivamente intracelular – encontrada dentro dos macrófagos dos vacúolos digestivos de células do sistema fagocítico mononuclear, onde se multiplicam; Promastigotas: Extracelular. Encontrada nos insetos vetores. Presença flagelo livre. Infectante para o hospedeiro definitivo. https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=7634661 https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=4291380 Amastigotas e promastigotas de Leishmania sp. AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmania sp. – Vetor Os flebotomíneos que transmitem as leishmanioses nas Américas são insetos do gênero Lutzomyia; Conhecidos no Brasil como: birigui, maruim, mosquito palha, flebótomo, cangalha, tatuíra; Tem como características marcantes: muito pequeno, corpo recoberto de cerdas, voos curtos – em “pulos”, aparelho bucal curto (não consegue canular vasos); Alimentação por telmatofagia – em “poço” (sangue + linfa + células). https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=7805367 Lutzomyia sp. – vetor das leishmanioses no Brasil AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmania sp. – Reservatórios Roedores silvestres (paca, cotia); Edentados (tatus, tamanduá, preguiça); Marsupiais (gambás, marmotas); Carnívoros (cães, quatis). https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=51743115 e https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=41285477 AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmania sp. – Ciclo biológico https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Leishmaniasis_life_cycle_diagram-gl.svg?uselang=pt-br AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmania sp. e Leishmanioses Por que LEISHMANIOSES no plural? “A leishmaniose não é uma doença única, mas um conjunto de síndromes complexas e multifacetadas causadas por diversas espécies do gênero Leishmania transmitida por insetos vetores, que afetam tanto seres humanos como animais domésticos e silvestres, que estão distribuídas por todos os continentes, com exceção da Oceania e da Antártida.” Leishmaniose Tegumentar Americana: cutânea, mucocutânea e cutânea-difusa OU Leishmaniose Visceral AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose Tegumentar Americana - LTA Forma clínica: LTA CUTÂNEA No Brasil, causada por L. braziliensis; O ciclo de infecção de polimorfonucleares, seguido da multiplicação das amastigotas, rompimento da célula e novas infecções leva a um quadro inflamatório local que evoluem de acordo com o que estudaremos nos próximos slides. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Leishmaniasis_life_cycle_diagram-gl.svg?uselang=pt-br AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose Tegumentar Americana - LTA EVOLUÇÃO 1: hiperplasia histiocitária, alterações vasculares, edema, infiltrado celular e hiperplasia do epitélio; EVOLUÇÃO 2: necrose com desintegração da epiderme e da membrana basal que culmina com formação de uma lesão ulcerocrostosa. EVOLUÇÃO 3: perda de crosta e aparecimento de uma lesão circular com bordas altas e salientes e fundo granuloso recoberto por exsudato seroso ou seropurulento. https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=6688648 https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=32953833 https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=9788473 AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose Tegumentar Americana - LTA Lesão indolor, formato arredondado ou ovalado; Eritematosa, bordas bem-delimitadas e elevadas; Fundo avermelhado; Infecção bacteriana associada que pode causar dor local e produzir exsudato seropurulento ou crostas. https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=52451848 Lesão característica da forma cutânea da leishmaniose AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose Tegumentar Americana - LTA Forma clínica: LTA MUCOCUTÂNEA (ou cutaneomucosa) No Brasil, causada por L. braziliensis; Metástases na mucosa nasal são uma evolução das lesões cutâneas, qualquer que tenha sido o curso ou a forma das mesmas (com cura clínica – sem tratamento ou com tratamento inadequado). A propagação dá-se por via hematogênica; Dá-se progressivamente a perfuração do septo ou do palato (ou ambos) e infiltração inflamatória das partes moles contíguas; Conhecida como “Espúndia”, “Nariz de Tapir”, “Nariz de Anta”, é uma doença estigmatizante. AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose Tegumentar Americana - LTA Forma clínica: LTA CUTÂNEA-DIFUSA No Brasil, causada por L. amazonenses; Caracterizada pelo acentuado dermotropismo do parasito e tendência à disseminação das lesões cutâneas, que, em geral, não se ulceram; A infecção e a evolução clínica estão relacionadas às condições imunológicas do hospedeiro. A sorologia mostra reduzida produção de anticorpos e a imunidade celular está ausente. Mas, para outras infecções, a resposta imunológica é normal. https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=25485195 AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose Tegumentar Americana - LTA DIAGNÓSTICO Clínico + Epidemiológico Anamnese + exame físico (lesões suspeitas) Diagnóstico diferencial (fungos, bactérias etc.): Parasitológico – parasito na borda da lesão: Imunohistoquímica; Coloração por Giemsa; Cultura. https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=52451848 AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose Tegumentar Americana - LTA DIAGNÓSTICO Clínico + Epidemiológico Anamnese + exame físico (lesões suspeitas) Diagnóstico diferencial (fungos, bactérias etc.): Parasitológico – parasito na borda da lesão: Imunohistoquímica; Coloração por Giemsa; Cultura. Imunológico Teste de Montenegro; ELISA; RIFI. https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=13597682 e https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=13539500 e https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=13660590 Teste de Montenegro após 48, 72 e 144h. AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose Tegumentar Americana - LTA TRATAMENTO Antimoniato de Meglumina (Glucantime®): cardiotóxico, nefrotóxico, doloroso, abcessos, pancreatites; Normalmente não ocorre cura parasitológica estéril; Há frequentes recidivas (imunossupressão, abandono do tratamento, tratamento mal conduzido etc.) ou necessidade de novos ciclos de tratamentos. AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose Tegumentar Americana - LTA LTA COMO PROBLEMA SOCIAL A doença, embora ocorra em todas as faixas etárias, é mais predominante em homens, na faixa etária entre 10 a 55 anos (considerada como produtiva sujeitas a maior exposição ao vetor); Provoca impacto social e psicológico por ser uma enfermidade em que as lesões causam deformidade doença estigmatizante. AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose Tegumentar Americana - LTA CONTROLE Educação em saúde; Controle doshospedeiros invertebrados e dos reservatórios é muito difícil; VETOR: Evitar desmatamentos (aumento de casos); VETOR: Medidas de proteção individual (repelentes etc.); VETOR: Construção de casas a pelo menos 500m das matas. AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose visceral americana – LV (ou calazar) Doença reemergente, com nítido processo de transição epidemiológica; Aumento da incidência nas áreas onde é endêmica; Expansão geográfica para os Estados ao sul do país; Franco processo de urbanização; Doença rural Peri-urbana URBANA. AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose visceral americana – LV (ou calazar) Agente etiológico: Leishmania chagasi (ou L. infantum ou L. donovani); Esses parasitos estão adaptados para viver a 37°C, o que lhes permite infectar as vísceras e estruturas profundas esse tropismo explica a patologia da doença e sua gravidade. Amastigotas de L. infantum em células da medula óssea de um cão. https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=9781369 AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose visceral americana – LV (ou calazar) PATOGENIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS As amastigotas crescem nas células de Kupffer do fígado, nas células do sistema fagocítico mononuclear do baço, medula óssea e linfonodos; Podem infectar células de diversos órgãos – disseminação (ex. rins, pele, intestino); As células hospedeiras destruídas permitem a disseminação dos parasitos, que podem ser vistos circulando no sangue; O período de incubação é de 2 a 4 meses, após forma-se uma pápula no local da picada (em geral no rosto) que desaparece antes de surgirem os demais sintomas. AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose visceral americana – LV (ou calazar) PATOGENIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O início clínico pode ser lento e progressivo, com anorexia, palidez e, posteriormente, febre; ou pode começar de forma abrupta, com febre alta (contínua ou não). Anemia, leucopenia e plaquetopenia são observados e aumentam com o tempo. Podem ocorrer hemorragias; Hiperplasia e hipertrofia do sistema fagocítico, em especial os macrófagos, leva a esplenomegalia, a hepatomegalia e alterações da medula óssea; A desnutrição progressiva leva à caquexia, com morte em curto ou em médio prazo nos casos não tratados. AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose visceral americana – LV (ou calazar) PATOGENIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Leishmaniose visceral grave: Crianças com <6 meses e adultos com >65 anos; Comorbidades (linfoma, lúpus eritematoso sistêmico, transplantados; diabetes; HIV). AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose visceral americana – LV (ou calazar) DIAGNÓSTICO Clínico + epidemiológico Diagnóstico diferencial (esquistossomose, febre amarela, malária, hepatites etc.) Parasitológico: Aspirado de medula óssea (esternal ou crista ilíaca), do baço ou de linfonodos, onde, após coleta e coloração do material celular, é possível identificar, ao microscópio óptico, as amastigotas intracelulares Sorológico (quando houver suspeita clínica, mas parasitológico negativo): ELISA ou RIFI https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=631591 e https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=9781369 AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose visceral americana – LV (ou calazar) TRATAMENTO 1ª linha: Antimoniato de Meglumina (Glucantime®); 2ª linha: Pentamidina + Anfotericina B + Alopurinol; Óbito se não diagnosticada e tratada a tempo; Resistência aos fármacos; Recaídas em pacientes imunossuprimidos. AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose visceral americana – LV (ou calazar) CALAZAR CANINO – UM FATOR COMPLICADOR O cão doméstico é o principal reservatório urbano; Altamente susceptíveis à infecção; Alto parasitismo cutâneo; Convívio próximo ao homem; Deve ser alvo estratégico para o controle da doença em meios urbanos. https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1307677 e https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=15228064 AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmaniose visceral americana – LV (ou calazar) CONTROLE Diagnóstico precoce e tratamento dos casos humanos; Redução da população de flebotomíneos; Tratamento ou eliminação dos reservatórios; Atividades em educação. Vigilância AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Leishmanioses EPIDEMIOLOGIA E CONTROLE – CONSIDERAÇÕES A cadeia de transmissão da leishmaniose (homem X reservatório X parasito) envolve um vetor flebotomíneo (ver rede de casualidade – aula 1), do gênero Lutzomyia, cuja eliminação (ou controle) é determinante para o controle de todas as formas clínicas decorrentes da infecção por Leishmania. Portanto, cabem os maiores esforços em educação e vigilância em saúde; O vetor tem origem silvestre, o que explica maior prevalência das doenças nas zonas rurais, onde as casas ficam situadas próximo das matas. No entanto, a urbanização do flebotomíneo é uma realidade e o número de casos em áreas urbanas é crescente. AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Saiba mais Assista ao vídeo disponível em https://www.youtube.com/watch?v=AUUYsYNl-AY que apresenta uma animação sobre o ciclo biológico de Leishmania sp. no homem; O Dr. Dráuzio Varela apresenta a leishmaniose visceral humana, destacando aspectos clínicos, parasitológicos e epidemiológicos da doença. Assista em: https://www.youtube.com/watch?v=6u5eIY9rOXs; Ainda na série apresentada pelo Dr. Dráuzio Varela, o médico-veterinário Dr. Vitor Marcio Ribeiro, presidente da Brasileish (http://brasileish.com.br/), discute a leishmaniose visceral canina. É importante estar bem informado e atualizado! Assista em: https://www.youtube.com/watch?v=V5Ebtv5uoRA. AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina Referências bibliográficas Todas as informações apresentadas podem ser consultadas e conferidas nas obras referência: NEVES, David Pereira; MELO, Alan L. de; GENARO, Odair; LINARDI, Pedro M. Parasitologia Humana. 11. ed. Rio de Janeiro: Atheneu. REY, Luís. Parasitologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. A fontes da imagem que ilustram o Trofozoíto de Trichomonas é do livro texto de Parasitologia Médica (REY, 2008). As demais estão referenciadas em cada slide e podem ser conferidas em https://commons.wikimedia.org/. AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Características microscópicas da Leishmania; Principais formas de contaminação. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO. AULA 06: LEISHMANIA SP. E AS LEISHMANIOSES Parasitologia AULA 01: NOME DA AULA Disciplina
Compartilhar