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IMPUTABILIDADE PENAL
Acontecido um crime o Estado prescreve como remédio social uma pena. 
Será que um paciente com distúrbio mental que comete um crime deve ser penalizado? Será justo?
Para que o crime leve a pena é preciso ter a imputabilidade. Imputar é atribuir, apontar. 
Imputabilidade penal é um conjunto de condições pessoais que dão ao agente capacidade para se lhe atribuir juridicamente a responsabilidade por uma infração cometida. 
Para que o individuo receba a pena deve ser atribuído a ele a responsabilidade pelo crime que cometeu.
Algumas pessoas tem essa responsabilidade, outras não e outras tem parcialmente como o paciente borderline.
Dentre as funções do ser humano ele precisa ter 2 funções mentais que sustentam a imputabilidade de uma pessoa:
- cognição: entendimento ou razão
- volição: autoderteminação ou livre arbítrio
Cognição é a capacidade de entendermos as coisas. Eu gostaria de estar na praia tomando agua de coco, mas eu sei que preciso trabalhar.
A volição: eu sei que hoje eu queria estar na praia, mas devo estar trabalhando, eu tenho essa livre escolha. Entram o senso ético, moral, da profissão, vou levar falta, vou ser descontado no salario, posso ser mandado embora do meu emprego e domino a volição.
Em uma pessoa normal essas 2 funções funcionam: saber e escolher. Se eu não parar no sinal, eu sei que estou errado e escolho avançar o sinal.
Quero essa borracha, mas eu sei que não devo subtrair objetos dos coleguinhas. Mas eu tenho um tesão tão grande pra apanhar essa borracha que não consigo me conter. Eu sei que não é certo, mas eu não consigo me manter.
Quem avalia se a pessoa tem essas funções mentais normais é o médico.
Em função disso as pessoas são classificadas em 3 grupos:
Agente do crime quanto à imputabilidade:
-imputável: possui inteira capacidade para responder pelo crime.
-inimputável: não possui capacidade para responder pelo crime.
-semi-imputável: não possui inteira capacidade para responder pelo crime. 
As imputáveis são aquelas que possuem a capacidade total de entender e de se conduzir, como a maioria de nós.
Os inimputáveis que não tem bem essas funções funcionando e não entendem o que estão fazendo como os doentes mentais.
Os semi-imputaveis entendem, mas não entendem tudo, elas se controlam mas não totalmente.
A lei admite algumas condições de imputabilidade penal:
- transtornos mentais;
- desenvolvimento mental incompleto;
- menoridade:
- embriaguez.
Por exemplo, alguém chutou o colega no fruto da emoção. A emoção não te isenta de pena.
Transtornos mentais
Sistemática em psiquiatria forense
- oligofrenia/retardo mental: são aqueles com retardo mental. Oligofrenia significa psiquismo pouco desenvolvido. O bebe nasce, esboça relação com o meio, reconhece a mãe, desenvolve a mente e a personalidade até estar plenamente desenvolvido psiquicamente por volta dos 18 anos. Algumas pessoas tem dificuldade nesse desenvolvimento, ou demoram muito, eles são retardados mentais e são divididos pela psiquiatria em 3 grupos conforme a gravidade: (são denominações rejeitadas atualmente porque são muito estigmatizantes)
a) grave (idiotia): portadores de idiotia, são muito atrasados, ele não consegue cuidar de si próprio. A psicologia coloca até tabelas de idade mental.
b) moderado (imbecilidade): esse é intermediário, ele consegue dar um recado
c) leve (debilidade mental): tangencia a normalidade, ele se esforça mais, mas chega.
- demências: perda progressiva das aptidões intelectuais adquiridas com formação da personalidade. Demência vascular, doença de Alzheimer. Ele foi um individuo normal psiquicamente. Vovô na juventude administrava 3 fazendas integralmente, vovô era um cérebro, o tempo foi passando e foi degenerando o cérebro, esquecendo as coisas até não saber fazer as 4 operações matemática, não reconhecia as pessoas ao redor dele, mal sabia dizer o seu nome. São doenças que deterioram a riqueza mental que o individuo adquiriu ao longo da vida.
- psicoses: perda do juízo da realidade, marcada por alucinações e delírios. Esquizofrenia, paranoia, transtorno bipolar. Ele perde a percepção da realidade, não perde o conteúdo mental, continua inteligente, mas não sabe distinguir o seu próprio mundo do mundo do terceiro. Eu quando entrei nessa sala de aula vi o meu irmão, que morreu há muito tempo, um outro Nilo me disse que era um rapaz que parecia com o meu irmão, consegui manter o meu juízo de realidade, eu distingui que aquela sensação não era verdadeira porque não estava psicótico.
- neuroses: perturbações da saúde mental, sem alteração do juízo de realidade, intimamente relacionadas com a angústia e a ansiedade. Neurose fóbica, neurose obsessiva compulsiva. Essas todas nos temos, ainda mais estudando medicina. Neurose de estudar semiologia, medicina legal, olhando de perto ninguém é normal, neurose de limpeza, de arrumação. Sem nenhuma perturbação da realidade. Será que eu estudei o suficiente pra prova?
- Transtornos de personalidade: personalidade formada fora dos padrões esperados pela sociedade, com visível comprometimento da afetividade, do senso moral, do juízo critico. Assassinos seriais, pirômanos (colocar fogo), parricidas (matar os pais). Antigamente eram chamados de personalidades psicopáticas, foi um termo banido por ser muito estigmatizante. Aqui temos um defeito na formação da personalidade, tem algo que corroi o senso da moralidade, tem delírio de grandeza, quer sempre levar vantagem. Não tem barreira, rouba, mata, não tem senso moral, social. Tem algidez dos sentimentos, não tem remorso, não tem pena da vitima, faz crimes repetidos, quer o seu próprio bem. 
Desses 5 grupos só os 3 primeiros são considerados doentes mentais de fato: oligofrenias, demências e psicoses. 
Doenças mentais propriamente ditas são afecções que comprometem primariamente as atividades psíquicas.
As neuroses e transtornos mentais são variações anormais do modo de ser, são transtornos e não doenças. Doenças pressupõem o comprometimento de uma função psíquica primariamente. 
A pratica de um crime é relacionada com o transtorno mental através do nexo causal. 
Aquele ato foi praticado porque não sabia o que estava fazendo. 
As doenças mentais tem uma evolução em ciclo, tem intervalos do ciclo que o individuo é sintomático (surto) e outras fases assintomático (intervalo remissivo). 
Hoje eu estou bem porque estou assintomático e normal. Se eu cometer um crime hoje eu devo responder pelo meu ato? Sim.
Agora se eu pratico o crime em surto, com o individuo completamente fora de si, ele é considerado inimputável. 
Vc precisa avaliar como o individuo estava no momento do crime, qual era a sintomatologia da doença. 
Existem 3 sistemas para avaliar a inimputabilidade penal:
Biológico ou etiológico: baseia-se apenas na presença de um fator biológico ou etiológico. Exemplo: carteira de portador de esquizofrenia. Não deu certo e foi banido.
Psicológico: baseia-se apenas na incapacidade de entender ou de determinar-se. Leva em conta apenas se a pessoa entendia ou não entendia o que estava fazendo. Ex: a pessoa de drogava, se embriagava, se intoxicava e cometia um crime, sem ter nenhuma doença, perdia o senso de realidade e sairia livre. Esse critério também não deu certo.
Biopsicológico ou misto: exige a incapacidade de entender ou de determinar-se, em razão de um fator biológico ou etiológico. É a fusão dos 2 adotado pelo Direito para colocar o individuo dentro ou fora da lei da imputabilidade. Eu preciso não entender o que faço em razão de um transtorno, de um fator etiológico ou biológico. O professor matou o aluno porque naquele momento ele estava em surto. 
Pericia medico legal: momento a ser considerado
Ocorreu o crime, o individuo é atuado na delegacia e será submetido a pericia medico legal, depois sofrera a denuncia pelo ministério publico e será entregue a justiça que fara o julgamento e o individuo cumprirá a pena no sistema carcerário. Em que momento será realizada a pericia dele pra saber se ele entendia ou não o crime queele cometeu?
Crime->autuação->pericia medico-legal-> denuncia-> julgamento-> cumprimento de pena. 
Interessa a condição no momento que o sujeito praticou o crime. Como o individuo agora não interessa. É preciso fazer uma pericia retrospectiva que é muito mais difícil pra tentar chegar no momento que ele praticou o crime. 
Quanto tempo tem entre a perícia e o crime? Não sei, pode ter uma semana, um ano, 10 anos.
Desenvolvimento mental incompleto
Surdo-mudez congênita: surdo 
Cegueira precoce: cego de nascença
Silvícola não adaptado: o índio que não se adaptou a nossa cultura e nossa sociedade. Na cultura yanomami é recomendável matar os bebes que nascem mal formados ou mais fracos.
O individuo que não tem a visão ou a audição tem uma dificuldade muito maior para assimilar as coisas. 
Inimputável
Art 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Quem vai dizer se o individuo se encaixa ou não nessas condições citadas acima é o medico. Aqui dentro está implícito o critério biopsicológico e o nexo temporal. 
Semi-imputável
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação da saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Ele entende, mas não entende tudo. Ele se controla, mas não se controla totalmente. O juiz pode ou não reduzir a pena. Aqui entram os oligofrênicos, as demências, as psicoses, as neuroses e os transtornos de personalidade porque perturbação é tudo. 
Previsão legal
Inimputável: medida de segurança. O individuo vai para o manicômio judiciário ou hospital de custódia porque ele precisa de tratamento. Ele também pode fazer o tratamento ambulatorial no consultorio medico por ter recursos financeiros, se assim constar no laudo psiquiátrico.
Semi-imputável: pena passível de redução ou medida de segurança. Indivíduos que dependem da discussão do processo judiciário. 
Imputável: pena.
Imputabilidade e menores
Menores podem ser imputáveis ante atos infracionais cometidos?
Art. 27. Os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos as normas estabelecidas na legislação especial (Estatuto da Criança e do Adolescente). 
Porque se acreditava que a personalidade era totalmente formada aos 18 anos, mas o mundo muda, o amadurecimento da personalidade mudou, mas a lei não mudou ainda. Por isso, existem movimentos que tentam diminuir essa idade. Nesse artigo prevalece o critério biológico apenas. 
Embriaguez
Conjunto de fenômenos somáticos (verborreia, sudorese, pulso acelerado, olho vermelho) e psíquicos (memória, curso do pensamento), de caráter transitório, resultantes de intoxicação aguda pelo álcool ou substancia de efeitos análogos (cocaína, maconha, Diazepam). 
Avalia com exame clínico e não laboratorial porque a embriaguez é um quadro clinico. Não confunda embriaguez com alcoolemia. Alcoolemia é avaliada por métodos laboratoriais através da dosagem do álcool no sangue. 
Formas clinicas de embriaguez
- fisiológica: evolução bem definida. Segue o curso que a gente espera, bem conhecido. Ocorre com 99% das pessoas. Se divide em 3 estágios:
O álcool inibe o centro da inibição e inibe as funções do senso ético, ai o indivíduo perde a inibição, a mão sai do bolso, o tom de voz aumenta, conta piada, é a 1º fase da desinibição. Se vc continuar bebendo vai pra 2º fase, fase da confusão e da briga. Por último, vem a fase de torpor, a festa já acabou, o cara tá vomitando, defecando, urinando. Geralmente é na segunda fase que dá M, mais de 90%. O código penal divide apenas em embriaguez e embriaguez completa.
Até 0,3g/L o sujeito é assintomático, mas tem álcool no sangue e por isso alcoolemia não é igual a embriaguez porque o individuo não está embriagado. Muitas pessoas seguem isso, outras não. Tem pessoas com alcoolemia muita baixa e sinais avançados. Outras bebem bem e não tem alteração. 
- patológica: evolução fora do comum, anormal. Quadro de exceção, caracterizado essencialmente pelo binômio dose mínima e efeitos extremos. 
Deve alguém ser penalizado por crime que cometa embriagado? É plenamente imputável.
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal a embriaguez voluntária (me embriago porque eu quero) ou culposa (imperícia, imprudência ou negligencia), pelo álcool ou substancia de efeitos análogos. 
Embriagar-se não é crime! 
Embriaguez culposa resulta de uma ou das 3 coisas: imperícia, imprudência ou negligencia. Saber que não deve beber mais, mas escolher continuar bebendo. A lei aplica a pena porque quando ele praticou o crime ele podia estar alterado, mas quando ele começou a beber, ele escolheu beber e responde por isso porque sabia o que estava fazendo, ou seja, a ação do individuo estava livre no inicio da causa.
Art. 28 – É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito (acidental, não desejado) ou força maior (obrigado, constrangido, contra a minha vontade, pelo trote de medicina, por exemplo), era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Circunstâncias agravantes
Art. 61. São circunstancias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
II- ter o agente praticado o crime em estado de embriaguez preordenada (predeterminada). O individuo se embriaga para ter coragem de efetuar o crime porque de cara limpa ele não consegue, isso é muito comum no meio do crime.
Modalidades referidas no Código Penal sobre embriaguez
 - completa: da segunda ou terceira fase
- voluntária: obtida por vontade livre e consciente.
- culposa: decorrente de imprudência, negligência ou imperícia.
- proveniente de caso fortuito: acidental, patológica (eu tenho uma doença, mas não sabia e ao beber 1 copo tem sinais extremos, depois de saber do problema não é mais isenta de pena), se desconhecida do agente.
- proveniente de força maior: constrangimento, síndrome de abstinência (ao suprimir o uso da droga)
- preordenada: alcançada deliberadamente para a prática de crime.

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