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RESUMÃO PROCESSO PENAL

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TEORIA GERAL DA PROVA
CONCEITO DE PROVA
A demonstração que se faz, pelos meios legais, da existência ou veracidade de um fato material ou de um ato jurídico, em virtude da qual se conclui por sua existência ou se afirma a certeza a respeito da existência do fato ou do ato demonstrado.
A prova é tudo aquilo que será utilizado para contribuir na formação do convencimento do órgão julgador. A prova pode ser compreendida como o ato de provar, ou seja, instrução probatória, que é o meio de provar através dos instrumentos a demonstração da verdade e o resultado obtido com a análise do material probatório, ou seja, o efeito ou resultado da demonstração daquilo que se alega.
PROVAS NO PROCESSO PENAL.
O que é prova? A DEMONSTRAÇÃO DE UM FATO OU UMA ALEGAÇÃO, COM A FINALIDADE DE DAR CONDIÇÕES PARA O JULGADOR SOLUCIONAR O CASO CONCRETO.
As provas possuem valor relativo e NÃO HÁ HIERARQUIA entre elas. O Juiz analisa todas as provas EM CONJUNTO, JAMAIS ISOLADAMENTE.
Os meios admissíveis de prova NÃO ESTÃO TAXATIVAMENTE elencados. As provas que não estão previstas na legislação são chamadas PROVAS INOMINADAS.
Objeto da prova
O fato, a coisa, é o objeto da prova, o acontecimento de que o juiz deve ter ciência, a fim de que possa emitir um juízo de valor.
objeto de prova este exprime que os fatos ou coisas devem ser provados. Enquanto o objeto da prova é toda circunstância, fato ou alegação referente ao litígio sobre os quais pesa incerteza e que precisam ser demonstrados perante o juiz para o deslinde da causa. Portanto, são fatos capazes de influir na decisão do processo, na responsabilidade penal e na fixação da pena ou medida de segurança, precisando, por essa razão, de comprovação adequada em juízo.
Dentre os fatos que não necessitam de prova, encontram-se:
Fatos axiomáticos ou intuitivos: são aqueles fatos que são certos, claros, que não geram qualquer tipo de dúvida quanto ao sua veracidade.
Fatos notórios: neste caso, vigora o princípio notorium non eget probatione (o notório não necessita de prova). Tem-se por notório aquilo que é de conhecimento da coletividade, que faz parte da cultura de um povo.
Fatos com presunção legal absoluta: a presunção legal absoluta – juris et dejure – de um fato não permite que se prove o contrário, pois o próprio texto normativo lhe faz referência.
Fatos impossíveis: são aqueles fatos que fogem à realidade, sem o mínimo de probabilidade de ocorrência.
Fatos irrelevantes: é o princípio “frustra probatur quod probantum non relevat.” São os fatos impertinentes a causa e que não interferem na decisão do magistrado. É preciso avaliar o caso concreto, haja vista que alguns fatos que seriam irrelevantes para um processo não seriam para outros.
Sistemas de apreciação existem três sistemas de avaliação e valoração das provas:
A forma como o juiz irá apreciar a prova depende do sistema de avaliação adotado.
Sistema da prova tarifada – Sistema da verdade legal
Não é o juiz quem tem o poder de atribuir valor às provas, mas a lei, previamente ao caso concreto. Assim, para que o juiz entenda qual a prova capaz de comprovar determinado fato no processo, deve ater-se à lei.
Sistema do livre convencimento motivado
Neste sistema, quem atribui valor às provas também é o juiz. Observa-se que a principal diferença em relação ao sistema da íntima convicção é a fundamentação judicial. O magistrado pode, a seu critério, admitir as provas cabíveis e avaliá-las, mas deve fundamentar suas decisões com base nas provas presentes nos autos.
Princípios da atividade probatória
a) Princípio da não autoincriminação: é um princípio que proclama que não é obrigado a criar provas contra si mesmo (nemo tenetur se detegere).
b) Princípio da comunhão ou aquisição dos meios de prova: no instante em que uma prova passa a integrar os autos do processo, ela adquire utilidade ao juízo, não somente à parte que a produziu. Significa dizer que a prova, uma vez no processo, pertence a todos os sujeitos processuais (partes e juiz), apesar de ter sido levada apenas por um deles.
g) Princípio da publicidade: conforme o disposto no art.792, caput, Código de Processo Penal: "As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos e realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou previamente designados".
h) Princípio da concentração: havendo a possibilidade, as provas deverão ser produzidas em audiência, salvo necessidade de antecipação ou urgência.
i) Princípio da proporcionalidade: este princípio visa à utilização, em certos momentos, de provas alcançadas através de condições ilícitas, desde que haja preponderância notória entre o bem jurídico tutelado em relação àquele que a prova desrespeita.
Classificação da prova
a) Quanto ao objeto 
Direta: quando se referir ao próprio fato probando, haja vista que o fato é provado sem a necessidade de qualquer processo lógico de construção. Nesse caso, o depoimento da testemunha é meio de prova sobre o fato (objeto da prova) diretamente.
Indireta: é aquela que não se dirige ao próprio fato probando. Entretanto, desenvolvendo-se por raciocínio, chega-se a ele. Os indícios e as presunções são casos típicos de prova indireta.
b) Quanto ao sujeito
Prova pessoal: é toda afirmativa consciente destinada a mostrar a veracidade dos fatos afirmados. São exemplos de provas pessoais a testemunha que expõe os fatos a que assistiu e o laudo cadavérico assinado por um perito oficial, haja vista que a afirmativa provém da pessoa.
Prova real: é a prova oriunda dos vestígios deixados pelo crime, ou seja, a prova encontrada na “res”, não precisamente no objeto material do crime, mas, sim, em qualquer coisa que tenha vestígios do crime. O ferimento na vítima, a roupa ensanguentada da vítima, o arrombamento da fechadura no furto, o sangue na parede onde ocorreu o fato e a faca do crime são exemplos de prova real.
A prova real também pode ser direta ou indireta. A direta existe quando o exame recai sobre a própria coisa. A carta utilizada para difamar alguém é um exemplo de prova real direta. O escrito, nesse caso, é a comprovação do próprio fato em si: a difamação. A prova real indireta é aquela em que se chega ao fato provando por intermédio de raciocínio lógico.
c) Quanto à forma
Testemunhal: o indivíduo chamado a depor, demonstrando sua experiência pessoal sobre a existência, a natureza e as características de um fato, haja vista estar em frente ao objeto, guarda na mente sua imagem.
Documental: é a prova produzida por afirmação escrita ou gravada. Como exemplo, temos as cartas, a escritura pública e a fotografia autenticada devidamente etc.
Material: é a prova consistente em qualquer materialidade que sirva de elemento de convicção sobre o fato comprovando.
d) Quanto ao valor ou efeito
Plena (perfeita ou completa): é a prova que é capaz de conduzir o julgador a uma absoluta certeza da existência de um fato.
Não plena (imperfeita ou incompleta): é a prova que apenas conduz a uma probabilidade da ocorrência de um evento, não sendo suficiente para a comprovação. 
Natureza jurídica da prova
Um direito subjetivo de índole constitucional de estabelecer a verdade dos fatos que não pode ser confundido com o ônus da prova.
Significando um desdobramento, um aspecto do direito de ação e de defesa.
Ônus da prova
A faculdade que tem a parte em demonstrar no processo o que alegou em seu favor é denominada ônus da prova, portanto prova é ônus processual de quem alega. Assim, a prova incumbe a quem alega, e para que haja condenação, quem alega deve provar que aquele indivíduo se envolveu em determinado delito, ou seja, a presunção de inocência inverte-se a partir da produção de provas.
A regra inserta no art. 156 do Código de Processo Penal dispõe: “A prova da alegação incumbirá a quem a fizer; mas o juiz poderá, no curso da instrução ou antes de proferir a sentença, determinar, de ofício, diligências para dirimir dúvidas sobre ponto relevante”.Os destinatários das provas são:
Mediato: as partes, tornando viável o fim social do próprio processo por meio da conformação com aquilo que foi decidido jurisdicionalmente. A prova, neste aspecto, é um instrumento de garantia da credibilidade estatal, haja vista se o juiz decidir de conformidade com as provas produzidas pelas partes, a decisão será bem vista por elas, ainda que não estejam contentes com o conteúdo da sentença.
Imediato: o Magistrado.
Provas cautelares
Admitem-se ainda as provas cautelares, que são movidas pela necessidade e urgência; as provas irrepetíveis, que são aquelas de fácil perecimento e que não perdem o status de cautelaridade, e aquelas produzidas em incidente de produção antecipada, sejam admitidas regularmente na fase processual. Para que possam ser utilizadas, é essencial que estejam submetidas a contraditório, mesmo que deferido.
Prova ilícita, ilegítima e irregular
Prova ilegítima quando a ofensa for ao direito processual. São as obtidas com violação ao disposto no art. 207 c/c 210 c/c 226 c/c § 2º do art. 243, todos do Código de Processo Penal.
Prova ilícita quando a ofensa for ao direito material. são as provas obtidas com violação ao domicílio ou ao sigilo das comunicações telefônicas, sem ordem judicial; as conseguidas mediante tortura ou maus-tratos, conforme dispõe o art. 5º, incisos XI, XII c/c art. 1º da Lei n.º 9.296/1996 e inciso III, todos da CRFB, respectivamente.
Dito conceito está contido no artigo 157 do Código de Processo Penal que expõe: “são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas lícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.”
Nesse ponto, faz-se menção à teoria dos frutos da árvore envenenada adotada pelo legislador no art.157, parágrafo 1º, do Código de Processo Penal, a qual o Supremo Tribunal Federal tem como posição majoritária a inadmissibilidade desse tipo de prova.
Assim, utilizando o princípio da proporcionalidade, o legislador estabeleceu algumas limitações à teoria, na forma do art. 157, §1º, do Código de Processo Penal. Não havendo relação de dependência ou vinculação, a prova ilícita não terá o condão de contaminar as demais, e a inevitabilidade da descoberta leva ao reconhecimento de que não houve um proveito real, com a violação legal, significando que a prova derivada da ilícita, que seria colhida mesmo sem a existência da ilicitude, também não a contamina.
A interceptação das comunicações telefônicas foi disciplinada pela Lei n. 9.296/96, segundo a qual o juiz pode autorizar a quebra do sigilo de ofício ou o requerimento do membro do Ministério Público ou autoridade policial, mas apenas quando presentes os seguintes requisitos:
a) Indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal; 
b) Não houver outro meio de se produzir a mesma prova; e 
c) O fator for punido com pena de reclusão.
Provas irregulares são as provas que, apesar de admitidas pela norma processual, foram colhidas com infringência das formalidades legais existentes, isto é, embora a lei processual admita um determinado tipo de prova, ela exige, para a sua validade, o cumprimento de determinadas formalidades que não são cumpridas. Por exemplo, busca e apreensão domiciliar é permitido, não obstante o mandado dever conter todos ao requisitos legais exigidos no art. 243 do Código de Processo Penal. Assim, se no mandado constar que o objeto a ser apreendido é uma arma de fogo, não poderá ser apreendido nenhum outro instrumento que não conste do mandado, sob pena de colheita de prova irregular. Assim, prova ilegal é o gênero do qual a prova ilegítima, a ilícita e a irregular são espécies.
As provas ilícitas por derivação são aquelas obtidas a partir de uma prova ilícita fornecida anteriormente. Nestes casos, a prova derivada é obtida licitamente; o problema é que só se chegou a ela em razão de uma prova anterior produzida ilicitamente. Quanto ao tema, é tradicional a doutrina criada pela Suprema Corte norte americana, chamada de fruits of the poisonous tree, ou seja, a teoria dos frutos da árvore envenenada. De acordo com essa teoria, o vício da planta se transmite a todos os seus frutos.
ATIVIDADE
Ao responder aos questionamentos que estão sendo feitos, você estará fixando melhor o conteúdo trabalhado neste capítulo. Boa sorte.
01. Independem de prova:
a) os fatos notórios, os fatos que contêm uma presunção legal absoluta, os fatos impossíveis e os fatos irrelevantes.
b) somente os fatos notórios.
c) somente os fatos irrelevantes.
d) as circunstâncias objetivas e subjetivas.
02. O sistema de apreciação de provas adotado pelo Código de Processo Penal foi:
a) o da certeza moral do juiz.
b) o da livre convicção.
c) o da certeza moral do legislador.
d) o sistema religioso.
03. A Constituição adotou um processo penal com cariz acusatório. Nesse contexto, a entrega da função de polícia judiciária a órgãos policiais é fundamental para a efetivação de tal sistema, como fez o art. 144 da CRF/1988. Ao lado disso, a presunção de inocência se irradia para o campo probatório. Já o artigo 156 do CPP dispõe: A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; – determinar, no curso da instrução, ou antes, de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. Com efeito, marque a resposta incorreta.
a) Para parte da doutrina, o inciso I do art. 156 do CPP é inconstitucional, por transferir para o juiz as funções típicas do Delegado de Polícia.
b) Parte da doutrina sustenta a tese de que a natureza jurídica da prova é de um direito correlato ao direito de ação e de defesa, sendo atividade própria das partes, e não do órgão jurisdicional, portanto o inciso II do art. 156 do CPP seria inconstitucional.
c) Em razão da presunção de inocência, o ônus da prova no processo penal é da acusação.
d) É pacífico que no processo penal brasileiro existe o princípio da verdade real, que está consagrado no art. 156 do CPP, justificando a atividade investigatória e probatória do juiz.
e) A presunção de inocência possui axiologia tridimensional, atuando como regra de tratamento, regra de julgamento e regra de garantia.
04. Sobre a prova no processo penal brasileiro é incorreto afirmar:
a) A prova sobre o “estado das pessoas” deve observar restrições estabelecidas na lei civil.
b) A confissão deve ser cotejada com outros elementos de convicção.
c) A prova sobre o “estado das pessoas” deve observar restrições estabelecidas na lei civil.
d) A narcoanálise constitui método para obtenção de informações úteis à moderna investigação policial.
e) O juiz pode determinar a realização de prova mesmo antes de iniciada a ação penal.
05. Chega ao conhecimento do Ministério Público e da Polícia Civil que, na casa de Tício, estava escondido um facão que seria instrumento de crime de homicídio ocorrido no dia anterior, ainda sujo com sangue do autor e da vítima. O Ministério Público entra com pedido de busca e apreensão domiciliar, sendo deferido pelo juiz. Com base nisso, monta operação com a Chefia da Polícia Civil para cumprimento do mandado. Lá chegando, porém, deparam se com policiais militares, que, sem mandado, aproveitaram que a residência estava vazia e encontraram o facão, que estava em cima da mesa da sala. A Polícia Civil formaliza o cumprimento do mandado e a apreensão do instrumento, oferecendo o Ministério Público denúncia em face de Tício. Em defesa prévia, o acusado alega a ilicitude da prova no que tange ao facão. No caso, é correto afirmar que:
a) deve ser reconhecida a ilicitude da prova, já que os policiais ingressaram sem mandado na residência do réu, de modo que deve ser desentranhada dos autos.
b) a prova é válida, tendo em vista que havia flagrante delito quando os policiais ingressaram na residência de Tício.
c) deve serreconhecida a ilicitude da prova, em razão da aplicação da teoria do “Fruto da Árvore Envenenada”.
d) deve a prova ser mantida nos autos, pois a legislação apenas proíbe que constem dos autos a prova ilícita, mas não a ilegítima.
e) a prova é válida, aplicando-se a ideia da descoberta inevitável e fonte independente.
Meios de prova
É conveniente consignar que meio de prova é diferente de objeto de prova. Meio de prova pode ser todo fato, documento ou alegação que sirva, direta ou indiretamente, à descoberta da verdade, isto é, meio de prova é todo instrumento que se destina a levar ao processo um elemento, uma informação a ser utilizada pelo juiz para formar a sua convicção acerca das alegações.
Momentos probatórios
Assim sendo, os momentos para produção de provas são quatro:
1. Proposição da prova: ocorre na fase postulatória. Para a acusação, isso se dará na peça acusatória, ou seja, na denúncia ou queixa-crime, enquanto que, para o acusado, será na sua resposta, quer dizer, na sua defesa.
2. Admissão da prova: é o deferimento judicial dos requerimentos formulados pelas partes, significando quando o juiz estabelece quais provas serão apresentadas ou não, ou seja, é quando o julgador acolhe a produção da prova, considerando ser ela necessária. Segundo alguns autores, para a elucidação de controvérsia entre as alegações das partes ou para averiguar a veracidade de uma alegação de qualquer das partes.
3. Produção da prova: geralmente, dá-se na audiência de instrução e julgamento, da qual todas as partes participam. Nesse momento, serão tomadas as declarações do ofendido, serão realizados o interrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas arroladas, prestados os esclarecimentos dos peritos etc.
4. Valoração da prova: significa dizer que o julgador, ao fundamentar sua sentença, deve manifestar-se sobre todas as provas produzidas. É conveniente expor que, sendo interposto recurso, a prova será sempre substancial, isto é, ela será novamente analisada.
A atividade probatória tem por escopo levar o juiz a um estado de certeza da decisão que irá tomar. Embasar a condenação ou absolvição por ele empregada, conforme dispõe o art. 386, I, III ou V, do Código de Processo Penal.
Ocorrendo a dúvida quanto à culpa do réu, o juiz deve prolatar uma sentença absolutória, na forma do art. 386, II, IV ou VI, do Código de Processo Penal, em consideração ao princípio do “favor rei”.
Prova pericial
A prova pericial é tratada nos artigos 158 á 184 do Código de Processo Penal. A prova pericial, por meio de sua materialização instrumental, ou seja, do laudo pericial, demonstra a característica de ser uma função estatal destinada a fornecer dados instrutórios.
A prévia realização do exame é indispensável para que o magistrado possasentenciar, não sendo, em princípio, condição exigida para provocar o processo.
Exame de corpo de delito
É importante distinguirmos corpo de delito, que são os vestígios deixados pela infração, ou seja, sua materialidade, do exame de corpo de delito, que é a perícia que tem por escopo os vestígios deixados pelo crime. Assim, implica fazer a seguinte classificação:
1. Delitos não transeuntes (delicta facti permanentis): são os delitos que deixam vestígios materiais.
2. Delitos transeuntes (delicta facti transeuntis): são os delitos que se caracterizam pela inexistência de vestígios.
Exame de lesões corporais o procedimento está disposto no art. 394 do Código de Processo Penal e depende da gravidade da lesão
Duas exceções. 
Quando o juízo competente será o JECRIM. O art. 77, §1º, da Lei 9.099/95 diz que essa prova pode ser substituída pelo boletim médico ou prova equivalente.
Quando é crime doméstico principalmente os praticados contra a mulher, que estão disciplinados na No art. 12, § 3º da Lei 11.340/06, as provas podem ser laudos ou prontuários médicos porque, na realidade, em casos graves o Ministério Público pode atuar ex officio.
Exame necroscópico esta prevista no art. 162 do Código de Processo Penal.
Exumação está prevista no art. 163 do Código de Processo Penal.
A prova documental está disciplinada nos artigos 231 a 238 do Código de Processo Penal.
Os documentos podem ser:
a) Públicos: são os documentos formados por agente público no exercício da função. Possuem presunção juris tantum, ou seja, relativa, de autenticidade e veracidade;
Contudo, no artigo 479, dispõe a lei processual penal que não será permitida a juntada de documentos no Plenário do Júri sem comunicar à outra parte com antecedência mínima de três dias.
b) Particulares: são os documentos formados por particular.
Documento eletrônico consiste em uma sequencia de bytes e, em determinado programa de computador, torna-se a representação de um fato. Os crimes que são praticados por meio da internet ou por outros meios cibernéticos no que dizem respeito às provas têm consequências.
Sigilo telemático é um mecanismo de proteção ao usuário do aparelho, o que gera certa dificuldade para obter informações e muitas vezes se torna necessária autorização judicial para se ter acesso aos dados.
A ata notarial é a constatação de um fato ou de um ato que é atestado pelo tabelião, com fé pública.
Prova emprestada é a prova que é transladada em forma de documento para um processo penal no qual se discutirá a sua eficácia e o seu valor probante.
Os requisitos para a utilização da prova emprestada são:
a) Que no processo anterior tenha sido respeitado o princípio do contraditório;
b) Que a prova no processo anterior tenha sido produzida pelo juiz natural; e
c) Que o réu tenha comparecido no outro processo.
Declarações do ofendido Na infração penal, o ofendido é a vítima. Assim sendo, o seu depoimento é um meio de prova, e não se pode confundir ofendido com testemunha, que é o terceiro desinteressado. A prova oral está prevista no art. 201, do Código de Processo Penal e se refere essencialmente às declarações do ofendido.
Testemunhas O Código de Processo Penal, nos artigos 202 a 225, disciplina o tema, referindo-se às testemunhas.
As características da prova testemunhal são:
a) Oralidade: o depoimento é oral, não pode ser trazido por escrito, embora a lei admita a consulta a apontamentos, conforme dispõe o art. 204 do CPP;
b) Objetividade: a testemunha deve responder o que sabe a respeito dos fatos, não lhe sendo permitido emitir sua opinião a respeito da causa;
c) Retrospectividade: a testemunha depõe sobre fatos já ocorridos e não faz previsões;
d) Judicialidade: a testemunha presta depoimento perante o juiz. Geralmente, o depoimento prestado na fase pré-processual deve ser ratificado em juízo;
e) Individualidade: as testemunhas devem ser interrogadas separadamente, para que umas não saibam e nem ouçam os depoimentos das outras, conforme dispõe o art. 210, caput, do Código de Processo Penal;
f) Imediação: a testemunha deve prestar esclarecimentos sobre aquilo que captou de forma imediata, por intermédio dos sentidos;
g) Quantidade: varia a quantidade de testemunhas que cada parte poderá arrolar de acordo com o procedimento adotado. Dessa forma, nos procedimentos mais importantes, temos:
Procedimento comum ordinário: 8 testemunhas.
Procedimento comum sumário: 5 testemunhas.
Procedimento comum sumaríssimo: foi omissa a Lei n.º 9.099/95, no que se refere à instrução criminal. Na doutrina, o entendimento majoritário sustenta a tese de que devem ser arroladas até 3 testemunhas.
Procedimento do júri, em sua segunda fase: 5 testemunhas.
As pessoas que estão dispensadas de depor são: o cônjuge, o ascendente, o descendente e os afins em linha reta do réu. Igualmente não se tomará o compromisso dos doentes mentais e das pessoas menores de 14 anos.
Estão proibidas de depor as pessoas que devam guardar sigilo em razão de função, ministério, ofício ou profissão, salvo se, desobrigadas pelo interessado, quiserem dar seu depoimento.
A testemunha suspeita de parcialidade ou indigna de fé poderá ser contraditada, devendo o juiz, se for o caso, dispensar a testemunha ou ouvi-la como informante.As testemunhas que por doença ou idade não puderem se locomover serão ouvidas no local onde estiverem.
É permitido que a testemunha preste depoimento por carta precatória, cuja expedição as partes devem ser intimadas. Admite-se a inquirição de testemunhas que residam fora da área do juízo processante por videoconferência ou sistema similar, permitida a presença de defensor, podendo ocorrer, inclusive, durante a audiência de instrução e julgamento.
Em caráter excepcional, o juiz poderá, mediante decisão fundamentada, de ofício ou por requerimento das partes, realizar o interrogatório do réu preso por videoconferência ou sistema similar, desde que seja necessário para atender a uma das seguintes finalidades:
a) Prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento;
b) Viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal;
c) Impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 do mesmo CPP;
d) Responder à gravíssima questão de ordem pública.
Declarações do ofendido o art. 201 e seus parágrafos, do Código de Processo Penal, referem-se ao ofendido, que é a vítima da infração penal.
Os indícios estão disciplinados no artigo 239, do Código de Processo Penal. Eles não são considerados como provas diretas, mas parte do contexto de prova indireta ou prova circunstancial.
A busca e apreensão tem previsão legal nos artigos 240 os que 250, do Código de Processo Penal, e depende de autorização judicial.
Reconhecimento de pessoas e coisas O Código de Processo Penal, nos artigos 226 a 228, Capítulo VII, trata do reconhecimento de pessoa e coisas.
A acareação encontra-se disciplinada nos artigos 229 e 230 do Código de Processo Penal.
Acareação o que é?
Ato judicial de natureza probatória entre acusados, testemunhas e pessoas ofendidas que prestaram declarações divergentes sobre questões voltada à solução do conflito, na tentativa de dirimir as contradições.
01. A respeito do depoimento de testemunhas, é correto afirmar que:
a) é vedada a retirada do réu da sala de audiências, sob pena de violação aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório.
b) a adoção do sistema acusatório implica a inadmissibilidade da condução coercitiva de testemunha, devendo o caso ser solucionado a partir do sistema de distribuição do ônus da prova.
c) a ex esposa do acusado de determinado crime poderá recusar-se a depor, mesmo que já separada judicialmente do réu.
d) não se deferirá o compromisso de dizer a verdade ao menor de dezoito anos de idade.
e) são proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, ainda que desobrigadas dessa guarda pela parte interessada.
02. No que se refere às perícias em geral, assinale a alternativa correta.
a) É vedado às partes formular quesitos às diligências periciais; somente poderá fazê-lo a autoridade policial.
b) Quando a infração deixar vestígios, será dispensável o exame de corpo de delito.
c) Se houver dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, o reconhecimento será feito pelo instituto de identificação e estatística ou por repartição congênere, sendo vedada a inquirição de testemunhas para esta hipótese.
d) Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo, subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, devem indicar com que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado.
e) Em regra, não é permitido ao juiz negar a perícia requerida pelas partes quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.
03. No que se refere à prova documental, assinale a alternativa correta segundo o CPP.
a) O juiz não pode colher diretamente as provas, independentemente de requerimento de qualquer das partes, ainda que tenha notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa.
b) As cartas particulares não poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, ainda que para a defesa de seu direito, se não houver o consentimento do signatário.
c) Qualquer fase do processo admite a juntada de documentos, sempre se providenciando a ciência das partes envolvidas, exceto quando a lei dispuser em sentido diverso.
d) Os documentos em língua estrangeira deverão ser traduzidos por tradutor público. Na sua falta, é vedado ao magistrado nomear pessoa de confiança e idônea para proceder à tradução, mediante compromisso.
e) Findo o processo, o juiz, de ofício, devolverá o documento à parte que o produziu.
04. O juiz, excepcionalmente, por decisão fundamentada, poderá realizar o interrogatório do réu que não estiver preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para responder à gravíssima questão de ordem pública.
a) Certo
b) Errado
05. Em relação às provas, excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real. Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as partes serão intimadas com:
a) 15 (quinze) dias de antecedência.
b) 10 (dez) dias de antecedência.
c) 20 (vinte) dias de antecedência.
d) 05 (cinco) dias de antecedência
Os atos processuais são divididos em postulatórios, instrutórios e decisórios.	
Atos postulatórios são os atos que dizem respeito aos requerimentos feitos pelas partes, principalmente pelo autor da ação penal.
Os atos instrutórios são aqueles atos desenvolvidos em toda a atividade probatória que é praticada pelas partes processuais e no decurso da instrução criminal.
Os atos decisórios são os atos privativos do juiz e em geral são praticados após toda a fase instrutória (sentenças).
Em sentido amplo, as sentenças dividem-se em:
a) Interlocutórias simples: são as decisões que solucionam questões relativas à regularidade ou marcha processual, sem que adentrem no mérito da causa, como, por exemplo, o recebimento da denúncia, a decretação de prisão preventiva etc. 
b) Interlocutórias mistas: são chamadas também de decisões com força de definitivas – são aquelas que têm força de decisão definitiva, encerrando uma etapa do procedimento processual ou a própria relação do processo, sem julgamento do mérito da causa.
Tais decisões subdividem-se em:
• Interlocutórias mistas não terminativas: que são as decisões que encerram uma etapa procedimental, como a decisão de pronúncia nos processos do júri popular;
• Interlocutórias mistas terminativas: que são aquelas que culminam com a extinção do processo sem julgamento de mérito, por exemplo: nos casos de rejeição da denúncia, pois encerram o processo sem a solução da lide penal.
Classificação das sentenças em sentido estrito
• Condenatórias: as sentenças que julgam procedentes, total ou parcialmente, a pretensão punitiva;
• Absolutórias: as sentenças que não acolhem o pedido de condenação.
Subdividem-se em:
• Próprias: são aquelas que, quando não atendem à pretensão punitiva, não impõem nenhuma punição ao acusado;
• Impróprias: são aquelas que não acolhem a pretensão punitiva, mas reconhecem a prática da infração penal e impõem ao acusado medida de segurança;
• Terminativas de mérito ou definitivas em sentido estrito: são as sentenças que julgam o mérito, mas não condenam nem absolvem o réu, tal como ocorre na sentença de declaração da extinção de punibilidade, por exemplo.
No que se refere ao órgão que prolata as sentenças, ainda se pode classificá--las em:
• Subjetivamente simples: são as sentença proferidas apenas por uma pessoa(juízo singular ou monocrático);
• Subjetivamente plúrimas: são as decisões dos órgãos colegiados homogêneos, como as decisões proferidas pelas Câmaras dos Tribunais;
• Subjetivamente complexas: são as que resultam de mais de um órgão, ou seja, aquelas que se referem aos julgamentos pelo Tribunal do Júri, em que os jurados decidem sobre o crime e a autoria, e o juiz, sobre a pena a ser aplicada.
Segundo o art. 93, IX, da Constituição Federal, “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade”. É uma garantia constitucional.
Os requisitos formais da sentença se desdobram em:
RELATÓRIO O art. 381, inciso I e II, do Código de Processo Penal considera como requisito o relatório, ou seja, a exposição dos fatos. A exposição dos fatos é um resumo do que ocorreu no processo, da marcha processual e deve reportar-se expressamente aos incidentes e à solução apresentada às questões intercorrentes.
MOTIVAÇÃO A fundamentação ou motivação é requisito que o magistrado está obrigado a indicar para demonstrar os motivos de fato e de direito que o levaram a tomar a decisão, conforme disposto no inciso III, do art. 381, do Código de Processo Penal.
CONCLUSÃO É a decisão propriamente dita, na qual o juiz julga o acusado depois de fundamentar a sentença. O juiz deve indicar os artigos de lei aplicados e o dispositivo, conforme dispõe o art. 381, incisos IV e V, do Código de Processo Penal. A conclusão é a parte da decisão em que o juiz concede a tutela jurisdicional, tornando viável o direito de punir do Estado.
“Emendatio libelli”
Art. 383 do CPP – “O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave”.
O importante é a correta descrição do fato, podendo o juiz emendar (emendatio) a acusação (libelli) para, mesmo impondo penalidade mais severa, classificá-la da maneira que julgar mais adequada.
“Mutatio libelli”
Art. 384 do CPP - “Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente”.
A mutatio libelli implica o aparecimento de uma prova nova, não conhecida ao tempo do oferecimento da ação penal, levando a uma adequação diferente dos episódios delituosos relatados na denúncia ou queixa. Podemos citar como exemplo o de uma mulher que é denunciada por homicídio doloso, acusada de matar uma criança recém-nascida qualquer. Não obstante, no decorrer da instrução, descobre-se que a vítima era sua filha e que a acusada agira sob influência do estado puerperal, elementos não constantes da denúncia explícita ou implicitamente. Destarte, a acusação modificou, não sendo apenas caso de corrigir a qualificação jurídica, haja vista que não se cuida de simples alteração na classificação do fato, havendo real modificação do contexto fático.
Uma vez encerrada a instrução probatória, caberá ao Ministério Público, caso entenda cabível nova definição jurídica do fato, aditar denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias. Diferentemente do sistema anterior, não importa o quantum da pena. Agora, o aditamento passou a ser sempre necessário, não mais atuando o juiz de ofício;
A audiência é única, conforme artigos 400 e 531, do Código de Processo Penal, na qual todos os atos instrutórios se concentram, conforme dispõe o art. 411 do Código de Processo Penal. Após as alegações finais será proferida a sentença.
Assim, uma vez encerrada a instrução probatória, caberá ao Ministério Público, no prazo de cinco dias, se se entender cabível nova definição jurídica do fato, aditar oralmente ou por escrito a denúncia ou queixa.
No caso de o Ministério Público não proceder ao aditamento, aplica-se o disposto no art. 28 do Código de Processo Penal, assim transcrito: “Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de qualquer peça de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender”.
Ouvido o defensor do acusado no prazo de cinco (5) dias e admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, realização de debates e julgamento, conforme parágrafo 2º do art. 384 do Código de Processo Penal.
O conceito de detração penal continua expresso no at. 42 do Código Penal. Prescreve a lei, no que se refere à detração, ser o cômputo, na penal privativa de liberdade e na medida de segurança, do tempo de prisão provisória, no Brasil ou estrangeiro, do de prisão administrativa e do de internação provisória.
01. Observe as afirmativas sobre a sentença penal e responda ao que se pede.
I. Proferida a sentença penal, qualquer das partes poderá, no prazo de 5 (cinco) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão.
II. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave.
III. Nos crimes de ação pública, o juiz não poderá proferir sentença condenatória quando o Ministério Público opinar pela absolvição.
IV. O querelante ou o assistente será intimado da sentença, pessoalmente ou na pessoa de seu advogado. Se nenhum deles for encontrado no lugar da sede do juízo, a intimação será feita mediante edital com o prazo de 10 dias, afixado no lugar de costume.
É correto o que se afirma apenas em:
a) II e IV. b) III e IV. c) I e II. d) I e III.
02. A respeito da sentença condenatória e dos atos jurisdicionais, julgue o próximo item. Havendo fundada dúvida sobre a ocorrência de legítima defesa, o juiz deverá absolver o réu, determinando sua soltura, caso esteja preso.
a) Certo b) Errado
03. A respeito da sentença condenatória e dos atos jurisdicionais, julgue o próximo item. Em se tratando de crime de ação penal pública, o Ministério Público, ao final da instrução probatória, se convencido da inocência do acusado, poderá pedir a sua absolvição e, nesse caso, o juiz ficará vinculado ao pedido do parquet.
a) Certo b) Errado
04. A respeito da sentença condenatória e dos atos jurisdicionais, julgue o próximo item. Após o pronunciamento de sentença penal condenatória, o réu que esteja solto será imediatamente recolhido à prisão.
a) Certo b) Errado
05. A respeito da sentença condenatória e dos atos jurisdicionais, julgue o próximo item. A intimação da sentença será realizada pessoalmente se o réu estiver preso.
a) Certo b) Errado
06. No que se refere à classificação dos atos jurisdicionais, assinale a opção correta.
a) O ato processual pelo qual o juiz recebe a denúncia tem natureza jurídica de despacho de mero expediente.
b) O ato jurisdicional que, apreciando o mérito da ação penal, aplica medida de segurança ao acusado é qualificado como sentença absolutória própria.
c) Sentença subjetivamente plúrima é aquela que provém de um órgão colegiado homogêneo, como é o caso dos tribunais de segundo grau de jurisdição.
d) Sentenças simples são as proferidas por um órgão monocrático ou singular, como no caso das sentenças proferidas pelo juiz presidente do tribunal do júri.
e) A decisão que põe termo à primeira fase do rito do tribunal do júri temnatureza de decisão definitiva stricto sensu.
07. Com base no que dispõe o Código de Processo Penal, julgue o item que se segue. O recebimento da denúncia pelo juiz deve ser pautado pelo princípio in dubio pro societate, bastando para isso a presença da prova da materialidade delitiva e dos indícios suficientes de autoria.
a) Certo b) Errado
08. No que diz respeito à sentença, é incorreto afirmar que:
a) nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição.
b) o juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave.
c) o juiz, ao proferir sentença condenatória, fixará valor máximo para reparação dos danos causados pela infração, considerados os prejuízos sofridos pelo ofendido.
d) o juiz, ao proferir sentença condenatória, decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção de prisão preventiva.
e) a intimação da sentença será feita ao réu, pessoalmente, se estiver preso.
09. O juiz, na sentença absolutória:
a) não poderá reconhecer a inexistência do fato.
b) não poderá ordenar a cessação das medidas cautelares e provisoriamente aplicadas.
c) poderá aplicar medida de segurança.
d) fixará valor máximo para a reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido.
e) não comporta decretação da prisão preventiva do acusado.
10. Ao proferir sentença penal condenatória, o juiz tem o dever de fixar um valor mínimo para a reparação dos danos causados pelo crime, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido, independentemente de discussão acerca do montante devido no curso da instrução do processo.
a) Certo b) Errado
Atos de comunicação no processo
Os Atos processuais consistem na forma mediante a qual os sujeitos do processo são informados sobre os acontecimentos sucedidos durante todo o percurso procedimental. A comunicação processual, de acordo com a sua finalidade, pode dar-se por intermédio de diferentes atos, que serão praticados. Dessa maneira, os atos de comunicação poderão revestir o caráter de citação, intimação ou notificação conforme a sua finalidade.
A citação é a forma pela qual se dá ao acusado ciência sobre a instauração de um processo penal. Na notificação, comunica-se a parte ou interessado para que tenha uma conduta indispensável para o andamento do processo. A intimação é a comunicação à parte de que foi praticado um ato no processo.
Citação consiste no ato de dar ciência ao acusado acerca da instauração de um processo penal, recebimento de uma denúncia ou queixa em face de sua pessoa, chamando-o para se defender. Esse convite a juízo visa garantir o princípio constitucional do Contraditório e da Ampla defesa.
No processo penal, a citação real ocorre através de oficial de justiça por mandado, precatória, requisição, rogatória ou carta de ordem conforme dispõem os artigos de 351 a 369, Código de Processo Penal, enquanto a citação ficta pode ser por edital ou por hora certa – art. 361 e seguintes, do Código de Processo Penal.
Artigo 358, CPP: “A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço”.
Art. 359, CPP: “O dia designado para funcionário público comparecer em juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição”.
Art. 360, CPP: “Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado”.
Art. 361, CPP: “Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias”.
Súmula 351 STF: “É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da Federação em que o juiz exerce a sua jurisdição”.
Súmula 366 STF: “Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia.”
A forma da citação por hora certa segue os preceitos dos artigos 227, 228 e 229, do Código de Processo Civil, providenciando o juiz a nomeação de defensor dativo ou remetendo o caso para a defensoria pública.
A Carta Precatória é o ato de comunicação processual utilizado entre juízes de comarcas distintas, dentro do mesmo País, e sem vínculo hierárquico entre si.
A carta rogatória é utilizada para comunicação entre juízes de países diferentes.
Intimação: é a comunicação realizada a alguém quanto a um ato já realizado. Por exemplo: Intimação das conclusões da perícia; intimação da gravação da audiência; intimação da sentença prolatada pelo juiz etc.
Notificação: é a ciência a alguém quanto a um comando judicial, determinando certa providência a ser cumprida. Por exemplo: a Notificação da testemunha para que compareça em audiência para depor; a notificação do réu a fim de que se faça presente em audiência para depor; a notificação do técnico em determinada área quanto à perícia para a qual foi nomeado etc.
01. Em regra, a citação do réu é pessoal, sendo que, na hipótese de ele não comparecer, ainda que regularmente citado, será decretada sua revelia, confissão ficta e nomeação de defensor dativo, caso não haja advogado constituído.
a) Certo b) Errado
02. Em relação às citações e intimações, é correto afirmar que:
a) a intimação do defensor nomeado far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, omitindo-se o nome do acusado.
b) a intimação do defensor constituído será pessoal.
c) nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a intimação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de dez dias.
d) se o acusado for citado por hora certa e não comparecer ao processo, será, então, citado por edital.
e) no caso de o acusado estar no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento.
03. Um juiz recebeu a denúncia de crime de estelionato oferecida pelo Ministério Público contra Juliano, que nunca havia respondido a inquérito policial ou à ação penal. O oficial de justiça, ao comparecer ao local informado por Juliano nos autos, a fim de citá-lo, foi recebido por Vinícius, que informou que residia naquele local havia dez anos e que não conhecia Juliano.
Com relação a essa situação hipotética, julgue os itens seguintes.
Caso Juliano compareça ao cartório judicial e, citado pessoalmente, informe ao juízo não ter condições de arcar com os custos de advogado particular, o juiz poderá nomear um defensor público para responder por Juliano, devendo o defensor apresentar resposta à acusação no prazo de dez dias.
a) Certo b) Errado
04. Um juiz recebeu a denúncia de crime de estelionato oferecida pelo Ministério Público contra Juliano, que nunca havia respondido a inquérito policial ou à ação penal. O oficial de justiça, ao comparecer ao local informado por Juliano nos autos, a fim de citá-lo, foi recebido por Vinícius, que informou que residia naquele local havia dez anos e que não conhecia Juliano.
Com relação a essa situação hipotética, julgue os itens seguintes.
Juliano deverá ser citado por edital e, se não comparecer ao juízo nem constituir advogado para o patrocínio de sua defesa, deverá ser julgado à revelia.
a) Certo b) Errado
05. Plínio é denunciado pelo Ministério Público como incurso no artigo 121, do Código Penal (homicídio). Expedido mandado para citação pessoal, o Oficial de Justiça verifica que o réu Plínio se oculta para não ser citado, certificando nos autos. Neste caso:
a) o réu deverá ser citado por hora certa, de acordo com as normas preconizadas pelo Código de Processo Civil.
b) a citação do réu deverá ser feita via correio com aviso de recebimento.
c) o réu deverá ser citado por edital.
d) a citação do réu deverá ser feita na pessoa de um vizinho, familiar ou funcionário da empresa ou edifício onde reside.
e) o Oficial de Justiça deverá solicitar ao juiz a Força Policial paraque o mandado citatório seja cumprido, com o uso da força necessária e moderada.
06. Julgue os itens seguintes, com base no direito processual penal. Se o réu citado por edital não comparecer em juízo e tampouco constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o prazo prescricional, podendo o juiz autorizar a produção antecipada de provas, sob fundamento do decurso do lapso temporal, considerando-se os efeitos que este pode produzir na lembrança dos fatos pelas testemunhas.
a) Certo b) Errado
07. Será pessoal a intimação do 
a) assistente do Ministério Público e do advogado nomeado.
b) defensor nomeado e do Ministério Público.
c) advogado constituído e do assistente do Ministério Público.
d) advogado do querelante e do defensor nomeado.
e) Ministério Público e do advogado constituído.
08. Assinale a alternativa correta.
a) A intimação é o ato formal pelo qual o acusado é chamado a juízo, para que se defenda do processo penal contra ele instaurado.
b) A citação diz respeito a atos pretéritos pelos quais as partes tomam conhecimento de atos processuais já praticados.
c) A perempção é a formalidade pela qual as partes tomam conhecimento de atos processuais que ainda serão praticados.
d) A leitura do mandado pelo oficial de justiça é facultada ao citando, mas a falta de entrega da contrafé gerará nulidade absoluta do ato.
e) A citação de militar em situação de atividade far-se-á mediante requisição à autoridade sob cujo comando ou chefia estiver.
09. A citação é o chamamento do acusado para integrar a relação processual; já a intimação e a notificação destinam-se à ciência a respeito da prática de atos processuais das partes ou de quaisquer intervenientes no processo.
a) Certo b) Errado
10. Thales foi denunciado pela prática de um crime de apropriação indébita. Para oitiva da vítima Marcos, residente em cidade diversa do juízo competente, foi expedida carta precatória, sendo todas as partes intimadas dessa expedição. Antes do retorno, foi realizada audiência de instrução e julgamento, mas apenas foram ouvidas as testemunhas de acusação João e José, que apresentaram versões absolutamente discrepantes sobre circunstâncias relevantes, sendo que ambas afirmaram que estavam no local dos fatos. Hélio, padre que escutou a confissão de Thales e tinha conhecimento sobre a dinâmica delitiva, em razão de seu dever de guardar segredo, não foi intimado. Com a concordância das partes, a audiência de continuação para oitiva das testemunhas de defesa e interrogatório foi remarcada. Considerando apenas as informações narradas, assinale a afirmativa correta.
a) O depoimento de João foi inválido, já que a oitiva do ofendido deve ser realizada antes das demais testemunhas, e a expedição de carta precatória suspende a instrução criminal.
b) O juiz poderá fazer a contradita, diante das contradições sobre circunstâncias relevantes nos depoimentos das testemunhas.
c) Hélio está proibido de depor sem autorização da parte interessada, salvo quando não for possível, por outro modo, obter a prova do fato.
d) O advogado do acusado não precisa ser intimado pessoalmente da data designada para audiência a ser realizada no juízo deprecado.
11. O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Matheus, não plenamente identificado, a partir de inquérito policial que apurava a prática de crime de estupro. O endereço constante do inquérito foi diligenciado para citação do réu, mas foi informado que este estava em local incerto e não sabido. Diante disso, foi publicado edital para sua citação. Considerando apenas as informações narradas, assinale a afirmativa correta.
a) É válido o edital que identifica o réu por suas características, ainda que desconhecida sua qualificação completa.
b) O réu que, citado por edital, não comparecer nem constituir advogado poderá ter seu processo e o curso do prazo prescricional, suspensos por tempo indefinido.
c) Ainda que Matheus esteja preso na mesma unidade da Federação em que foi oferecida a denúncia, a citação por edital será válida.
d) Não existe citação por hora certa no âmbito do Processo Penal brasileiro.
12. Marlon, Wellington e Vítor foram denunciados pela prática de um crime de lesão corporal dolosa gravíssima em concurso de agentes. Após o recebimento da denúncia, o oficial de justiça compareceu ao endereço indicado no processo como sendo de residência de Marlon, mas não o encontrou, tendo em vista que estava preso, naquela mesma unidade da Federação, por decisão oriunda de outro processo. Marlon, então, foi citado por edital. Wellington, por sua vez, estava em local incerto e não sabido, sendo também citado por edital. Em relação a Vítor, o oficial de justiça foi à sua residência em quatro oportunidades, constatando que ele, de fato, residia no local, mas que estava se ocultando para não ser citado. Após certificar-se de tal fato, foi realizada a citação de Vítor com hora certa. Considerando a hipótese narrada, o (a) advogado(a) dos acusados deverá alegar ter sido inválida a citação de:
a) Marlon, apenas.
b) Marlon e Vítor, apenas.
c) Vítor, apenas.
d) Marlon, Wellington e Vítor.
13. O CPP não admite a citação de réu solto por hora certa.
a) Certo b) Errado
14. Acerca das decisões e comunicações e dos atos processuais, assinale a opção correta.
a) A lei classifica expressamente os atos do juiz em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
b) Em regra, no julgamento da lide, cabe ao juiz recorrer à analogia, aos costumes, à equidade e aos princípios gerais do direito.
c) Documento redigido em língua estrangeira prescinde de formalidades para ser juntado aos autos.
d) As partes podem, de comum acordo, reduzir ou prorrogar o prazo peremptório quando o pedido fundar-se em motivo legítimo.
e) A citação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo.
15. Felipe foi reconhecido em sede policial por meio de fotografia como o autor de um crime de roubo. O inquérito policial seguiu seus trâmites de forma regular, e o Ministério Público decidiu denunciar o indiciado. O oficial de justiça procurou em todos os endereços constantes nos autos, mas a citação pessoal ou por hora certa foram impossíveis. Assim, o juiz decidiu pela citação por edital. Marcela, irmã de Felipe, ao passar pelo fórum, leu a citação por edital e procurou um advogado para tomar ciência das consequências de tal citação, pois ela também não sabe do paradeiro do irmão.
a) Felipe deve comparecer em juízo, sob pena de ser processado e condenado sem que seja dada oportunidade para a sua defesa.
b) Se Felipe não comparecer e não constituir advogado, o processo e o curso do prazo prescricional ficarão suspensos, sendo decretada a sua prisão preventiva de forma automática.
c) Se Felipe não comparecer e não constituir advogado, o processo e o curso do prazo prescricional ficarão suspensos, sendo determinada a produção antecipada de provas de forma automática, diante do risco do desaparecimento das provas pelo decurso do tempo.
d) Se Felipe não comparecer e não constituir advogado, o processo e o curso do prazo prescricional ficarão suspensos e, se for urgente, o juiz determinará a produção antecipada de provas, podendo decretar a prisão preventiva se presentes os requisitos expressos no artigo 312, do CPP.
Procedimentos no processo penal
O procedimento penal se divide em quatro fases:
1. Fase postulatória: existe uma acusação por meio do oferecimento da denúncia, podendo ser, de forma eventual, precedida de investigação preliminar ou possível ingerência defensiva.
2. Fase instrutória: na qual são produzidas as provas pretendidas pelas partes, de modo a tentar formar o convencimento do juiz. A fase instrutória não está limitada à audiência una de instrução e julgamento.
3. Fase decisória: é o momento em que o juiz proferirá sentença, quer condenatória, quer absolutória; também se inserem nesse tanto as alegações orais;
4. Fase recursal: nessa fase, devem às partes serem assegurados instrumentos hábeis à impugnaçãodo quanto decidido.
No Livro II, artigos 394 a 595, do Código de Processo Penal, estão previstos os procedimentos que recebem o nome de Processos em Espécie.
Estão elencados no Código de Processo Penal os seguintes procedimentos especiais: os procedimentos que apuram os crimes dolosos contra a vida (art. 406 e seguintes); os procedimentos que apuram os crimes contra a honra (art. 519 e seguintes); os procedimentos que apuram crimes contra a propriedade imaterial (art. 524 e seguintes); e em Lei Extravagante, os procedimentos elencados na Lei 11.343/06 e Lei 11.340/06.
O procedimento comum é dividido em ritos. 
O rito ordinário é mais lento, considerado mais formalizado do processo penal, haja vista que há maior número de atos e prazos mais longos, ou seja, podem ser arroladas até oito (8) testemunhas, e a audiência poderá ser realizada em sessenta (60) dias. Quando tiver objetivo por crime cuja a sansão máxima cominada for igual ou superior a 4(quatro) anos de pena privativa de liberdade. Ex.: Crimes de furto, roubo, extorsão, estelionato, estrupo, tortura.
O rito sumário tem menor número de atos e prazos reduzidos, ou seja, o número de testemunhas passa a ser cinco (5), e a audiência de instrução, realizada em até 30 dias. Quando tiver objetivo por crime cuja a sansão máxima cominada for inferior a 4(quatro) anos de pena privativa de liberdade. Ex.: Crimes de homicídio culposo, tentativa de furto ou de apropriação indébita.
O procedimento mais rápido é o de rito sumaríssimo. O procedimento de rito sumaríssimo é extremamente informal, a fim de possibilitar que seja célere. Em regra, o Ministério Público, por exemplo, oferece a denúncia oralmente. Crimes de menor potencial ofensivo com pena igual ou inferior a 2 anos – Art 61 da Lei 9.099/95. Ex.: Crimes do JeCrim.
O Procedimento será Comum ou Especial. A regra é o Procedimento Comum (Art. 394 §2º CPP)
Estão previstos no Código de Processo Penal quatro (4) ritos: para apuração dos Crimes Dolosos contra a Vida (Arts. 406 a 497), dos Crimes Funcionais (Arts. 513 a 518), dos Crimes contra a Honra (Arts. 519 a 523) e dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (Arts. 524 a 530). Existem inúmeros outros ritos diferenciados, além destes, em Leis Especiais. 
PRONÚNCIA
• Indício de autoria e prova materialidade.
• Recurso em sentido estrito.
• Réu é mandado a júri e interrompa-se a prescrição.
IMPRONÚNCIA
• Ausência de indícios de autoria e prova de materialidade.
• Apelação.
• Decisão terminativa. A ação pode ser reaberta om novas provas.
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
• Reconhecimento da inexistência do fato ou de que o réu não é o autor ou partícipe do crime, ou, ainda, da causa excludente de ilicitude ou de isenção de pena.
• Apelação.
• Faz coisa julgada material.
DESCLASSIFICAÇÃO
• Reconhecimento da existência de crime que não é doloso contra a vida.
• Recurso em sentido estrito.
• Remessa dos autos ao juízo competente para proferir sentença.
01. Em um procedimento criminal ordinário, o Ministério Público arrolou três testemunhas, e o réu, na defesa preliminar, arrolou quatro. Ouvidas as testemunhas arroladas pela acusação, a audiência foi adiada, por falta de intimação das de defesa. Antes da audiência designada em continuação, o Ministério Público requereu a oitiva de mais uma testemunha, com o que a defesa não concordou.
Nesse caso, a nova testemunha arrolada pelo Ministério Público:
a) só será ouvida se tiver sido inquirida na fase processual e seu depoimento constar do inquérito policial.
b) será obrigatoriamente ouvida, sob pena de cerceamento da atividade da acusação e consequente nulidade.
c) só será ouvida se o juiz considerar necessário, como testemunha do juízo.
d) não será ouvida em nenhuma circunstância, por ter o Ministério Público deixado de arrolá-la no prazo legal.
e) só será ouvida se pessoalmente enviar requerimento nesse sentido dirigido ao juiz do processo.
02. O procedimento será comum ordinário quando tiver por objeto a apuração de crime: 
a) punido com reclusão.
b) cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a três anos de pena privativa de liberdade.
c) cuja sanção máxima cominada for inferior a quatro anos de pena privativa de liberdade.
d) punido com detenção.
e) cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a quatro anos de pena privativa de liberdade.
03. No procedimento comum ordinário, a acusação e a defesa poderão arrolar cada uma até:
a) dez testemunhas.
b) três testemunhas.
c) oito testemunhas.
d) cinco testemunhas.
e) seis testemunhas.
04. No processo ordinário, depois da resposta do réu, o juiz o absolverá sumariamente se presente um dos motivos para o julgamento antecipado, nos quais NÃO se inclui: 
a) estar extinta a punibilidade do agente.
b) a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato.
c) a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade.
d) o fato narrado evidentemente não constitui crime.
e) denúncia assinada por Promotor de Justiça incompetente.
05. Em relação ao procedimento do júri, é correto afirmar que:
a) em caso de impronúncia, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova, enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade.
b) não será intimado por edital, da decisão de pronúncia, o acusado solto que não for encontrado.
c) estão isentos do serviço do júri os cidadãos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos que requeiram sua dispensa.
d) os jurados excluídos por impedimento não serão considerados para a constituição do número legal exigível para a realização da sessão.
e) comparecendo, pelo menos, 21 (vinte e um) jurados, o juiz presidente declarará instalados os trabalhos, anunciado o processo que será submetido a julgamento.
06. No tocante ao procedimento do Júri, é correto afirmar que:
a) o pedido de desaforamento do julgamento pelo Tribunal do Júri é cabível quando houver dúvida sobre a segurança pessoal do defensor do acusado.
b) não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, absolverá sumariamente o acusado.
c) a intimação da decisão de pronúncia será feita pessoalmente ao acusado, ao defensor constituído e ao Ministério Público.
d) contra a decisão de impronúncia caberá apelação.
e) na audiência de instrução, as alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 30 (trinta) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez).
07. Considere as seguintes situações hipotéticas:
I. Marcos é denunciado pelo Ministério Público pelo crime de falso testemunho na sua forma simples, com pena prevista de reclusão de 2 a 4 anos e multa.
II. Júlio é denunciado pelo Ministério Público pelo crime de descaminho, com pena prevista de 1 a 4 anos.
III. Juliana é denunciada pelo Ministério Público pelo crime de fraude processual, com pena prevista de 3 meses a 2 anos e multa.
Nos termos preconizados pelas Leis n° 9.099/1995 e n° 10.259/2001, que regulam os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá oferecer proposta de suspensão condicional do processo, presentes os demais requisitos legais, para
a) Marcos, Júlio e Juliana.
b) Júlio, apenas.
c) Júlio e Juliana, apenas.
d) Marcos e Júlio, apenas.
e) Juliana, apenas.
08. Nos termos preconizados pelas Leis nº 9.099/1995 e nº 10.259/2001, que regulam os Juizados Especiais Criminais, considere:
I. A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei nº 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial.
II. O Ministério Público poderá oferecer proposta de transação penal a Ricardo, primário e de bons antecedentes, acusado de cometer crime eleitoral previsto no artigo 39, da Lei nº 9.507/1997, ao ser surpreendido realizando propaganda de boca de urnano último pleito, crime este punível com detenção de 6 meses a 1 ano e multa.
III. O Ministério Público não poderá oferecer proposta de transação penal a Rodolfo, primário e de bons antecedentes, e acusado de cometer crime de usurpação de função pública, previsto no artigo 328, do Código Penal, que prevê pena de detenção de 3 meses a 2 anos e multa.
Está correto o que consta APENAS em:
a) II e III.
b) II.
c) I e III.
d) I e II.
e) I.
09. Acerca de investigação criminal e juizados especiais criminais, assinale a opção correta.
a) No juizado especial criminal, é inadmissível a transação penal caso se comprove que o autor da infração foi condenado em sentença definitiva por crime ou contravenção penal de caráter culposo ou doloso.
b) Para definição da competência do juizado especial criminal no concurso material de crimes, a soma das penas máximas cominadas para cada crime não pode exceder dois anos.
c) Não se admite a transação penal nem a composição civil dos danos nos processos de competência dos juizados especiais criminais que, por motivo de conexão ou continência, tiverem sua competência deslocada para o tribunal do júri.
d) O delegado-geral de polícia civil, no âmbito estadual, ou o delegado regional, no âmbito territorial, poderão, mediante despacho fundamentado, avocar ou determinar a redistribuição de autos de inquérito policial, sempre que a infração penal a ser apurada for de interesse do Poder Executivo da respectiva unidade da Federação.
e) Caberá recurso especial contra a decisão da turma recursal dos juizados especiais criminais que negue provimento a recurso interposto contra sentença penal condenatória, caso seja demonstrada ofensa a dispositivo de norma infraconstitucional. 
10. Ao dispor sobre os Juizados Especiais Criminais, a Lei nº 9.099/95 estabelece que:
a) são consideradas infrações penais de menor potencial ofensivo os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa, excetuadas as contravenções penais.
b) caberá a suspensão do processo, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a 1 (um) ano, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena.
c) se determina a competência do Juizado Especial Criminal pelo local do domicílio ou da residência do réu.
d) não constitui causa para a revogação da suspensão do processo a ausência de reparação do dano, sem motivo justificado.
e) caberá apelação da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença, no prazo de 15 (quinze) dias, contados da ciência da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor.
11. Dentre as afirmações que seguem, quais estão corretas?
I. Se houver indícios de autoria ou de participação de outras pessoas não incluídas na acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o acusado, determinará o retorno dos autos ao Ministério Público, por quinze dias.
II. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave.
a) I.
b) II.
c) Ambas estão corretas.
d) Nenhuma está correta.
12. O rito processual adotado para os processos de competência do Júri é:
a) ordinário.
b) sumário.
c) escalonado.
d) sumaríssimo.
13. Sobre alegações finais nos crimes de competência do Tribunal do Júri, é correto afirmar: a) as alegações são orais, concedendo-se a palavra às partes, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez).
b) o prazo de oferecimento das alegações é de 05 (cinco) dias.
c) as alegações são orais, concedendo-se a palavra às partes, pelo prazo de 10 (dez) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez). 
d) pode o defensor pedir pela pronúncia do réu.
14. No procedimento para o julgamento dos crimes de competência do Tribunal do Júri, reconhecendo o juiz singular a existência de circunstância que exclua o crime, deverá:
a) impronunciar o réu.
b) absolver sumariamente o réu.
c) pronunciar o réu e levá-lo a julgamento pelo Plenário, competente constitucionalmente para proferir tal julgamento.
d) desclassificar o crime para sua forma culposa.
15. Havendo impronúncia do réu:
a) em nenhuma hipótese poderá ser processado novamente pelo mesmo crime.
b) não caberá nenhum recurso contra essa decisão.
c) haverá extinção do processo sem julgamento do mérito.
d) Nenhuma alternativa está correta.
16. Sobre o processo e julgamento do tráfico de drogas (Lei nº 11.343/06), analise as afirmações abaixo e escolha a resposta correta.
I. O juiz sentenciará na própria audiência, logo após os debates, ou no prazo de 10 dias, caso não julgue habilitado para proferi-la.
II. Os debates realizados na audiência de instrução e julgamento terão duração de 20 minutos, tanto para a acusação quanto para a defesa.
III. Na defesa preliminar, o acusado poderá, apenas, discutir questões de mérito.
a) As afirmações I e II estão corretas.
b) As afirmações II e III estão corretas.
c) As afirmações I e III estão corretas.
d) Todas as afirmações estão corretas.
17. X, flagrado portando maconha para uso próprio, pode:
a) ser conduzido ao Distrito Policial, livrando-se solto, haja vista tratar-se de infração de menor potencial ofensivo.
b) ignorar a determinação policial no sentido de que se conduza ao Distrito Policial, uma vez que esta conduta não prevê pena privativa de liberdade.
c) ser conduzido ao CAPS – Centro de Atenção Psicossocial –, para ser submetido a tratamento compulsório, dado que a lei prevê medidas alternativas à prisão.
d) ser preso, em flagrante delito.
e) ser liberado, mediante pagamento de fiança.
18. O Código de Processo Penal prevê nos Arts. 513/518 um procedimento especial para os crimes de responsabilidade praticados por funcionários públicos. Com relação a esse procedimento, é correto afirmar que:
a) a primeira manifestação do acusado no processo é feita após o recebimento da denúncia ou queixa.
b) o procedimento especial será aplicável aos crimes praticados por funcionário público contra a Administração, desde que estes sejam inafiançáveis;
c) de acordo com entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça, é desnecessária a resposta preliminar quando a ação penal for instruída por inquérito policial.
d) se o crime praticado por funcionário público for de peculato doloso, o procedimento especial não será aplicável;
e) se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da jurisdição do Juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá acompanhar o processo, mas não terá atribuição para apresentar resposta preliminar.
19. Determinado funcionário público, sem foro por prerrogativa de função, foi denunciado pelo cometimento de crime praticado por funcionário contra a Administração Pública, após longa investigação realizada em inquérito policial.
De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que:
a) a apresentação de resposta preliminar, na hipótese, antes do recebimento da denúncia, é dispensável.
b) o procedimento especial dos crimes praticados por funcionários públicos não admite absolvição sumária.
c) o interrogatório será realizado como primeiro ato da instrução.
d) a sentença condenatória penal, independentemente do crime, não poderá impor a perda do cargo.
e) a punição do funcionário público, no âmbito administrativo, vincula a instância criminal.
20. A respeito de processos por crimes de responsabilidade de funcionário público, crimes contra a honra, crimes falimentares e crime de tráfico ilícito de entorpecentes, assinale a opção correta, com base na lei e no entendimento dos tribunais superiores.
a) No processo criminal por crimes de calúnia e difamação praticados contra servidor público no exercício da função, após recebida a queixa, o juiz designará audiência de reconciliação e, se essa for frutífera, homologará, por sentença, a desistência do querelante.
b) No processo criminal portráfico internacional de drogas, é competente a justiça federal, ressalvada a competência da justiça estadual excepcionalmente se o crime for praticado em município que não seja sede de vara federal.
c) Constitui efeito da condenação por crime falimentar a inabilitação do condenado para o exercício de atividade empresarial, salvo se lhe for outorgado mandato ou gestão de negócio por terceiro que, momentaneamente, não possa exercer a administração da empresa.
d) Estando o réu solto e decorrido o prazo para o MP oferecer a denúncia por crime falimentar, qualquer credor habilitado ou o administrador judicial poderá oferecer ação penal privada subsidiária da pública, observado o prazo decadencial de seis meses, salvo se o parquet decidir aguardar a apresentação, pelo administrador, da exposição circunstanciada do relatório da falência.
e) De acordo com o STJ, no processo por crime de responsabilidade de funcionário público, oferecida a denúncia com base em inquérito policial devidamente relatado pelo delegado de polícia, o juiz não poderá recebê-la nem citar o acusado sem antes notificá-lo para que apresente resposta escrita, sob pena de nulidade absoluta.
21. Quanto à audiência de tentativa de reconciliação, prevista no procedimento dos crimes contra a honra, é correto afirmar:
a) Será realizada após o recebimento da peça acusatória e, se obtida a conciliação, o juiz declarará extinta a punibilidade.
b) Somente é cabível quando for hipótese de ação penal privada, não se aplicando quando se tratar de ação pública condicionada.
c) Deverão estar obrigatoriamente presentes o querelante, o querelado e seus respectivos advogados, sob pena de nulidade.
d) Como se trata de procedimento facultativo, a não realização da audiência de tentativa de reconciliação, quando cabível, é mera irregularidade, pois as partes podem transigir até a sentença de primeiro grau.
e) O juiz deverá realizar a audiência de tentativa de reconciliação, mesmo que, na data designada para tal, já tenha ocorrido a extinção da punibilidade.
Capítulo 1
01. A 02. B 03. C 04. C 05. E 
Capítulo 2
01. C 02. D	 03. C 04. B 05. B 06. A
Capítulo 3
01. A 02. A 03. B 04. B 05. A 06. C 07. A 08. C 09. C 10. B
Capítulo 4
01. B 02. E 03. B 04. B 05. A 06. B
Capítulo 5 
07. B 08. E 09. A 10. D 11. A 12. A 13. B 14. A 15. D
Capítulo 5
01. C 02. E 03. C 04. E 05. A 06. D 07. C 08. D 09. B 10. B 11. C
12. C 13. A 14. B 15. C 16. A 17. A 18. C 19. A 20. D 21. B

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