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Draft Especificações Técnicas para Obras de Estradas e Pontes Setembro de 1998 (Reimpresso em Julho de 2001, Esboço de tradução de 2010) Elaborado pela Division of Roads and Transport Technology, CSIR Declaração Ambiental As estradas e vias de transporte, pela sua própria natureza, são potencialmente prejudiciais para o ambiente. Têm-se deixado inúmeras cicatrizes desnecessárias na paisagem, e muitas continuam visíveis ao fim de vários anos. Intensificam-se as reclamações públicas provenientes do desenvolvimento rodoviário e das práticas insustentáveis a ele associadas, bem como do consequente aumento de tráfego. É pois importante que Entidades Patronais, Engenheiros e Empreiteiros garantam que as estradas e estruturas afins sejam construídas de maneira responsável e sustentável, de forma a minimizar tanto quanto possível os impactos negativos sobre o ambiente, ao mesmo tempo que se valorizam os impactos positivos associados com o fornecimento da infra-estrutura. A implementação de um procedimento de gestão ambiental integrada durante o ciclo do projecto vai identificar questões ambientais, quer reais, quer sentidas como tal, que podem ser tratadas durante as fases iniciais do desenvolvimento. Em novos projectos de estradas, isso permitirá a construção ininterrupta e poderá evitar atrasos dispendiosos, resultantes de disputas e acções envolvendo as partes afectadas. A incorporação do procedimento na manutenção e operação de vias de transporte já existentes pode optimizar os programas de reabilitação e gestão. “Nós não herdámos esta Terra dos nossos pais, tomámo-la por empréstimo dos nossos filhos” 1000 Especificações Técnicas para Obras de Estradas e Pontes ÍNDICE SÉRIE 1000 GENERALIDADES 1100 Definições e Termos 1100-1 1200 Requisitos e Disposições Gerais 1200-1 1300 Estabelecimento do Empreiteiro no Local da Obra e Obrigações Gerais 1300-1 1400 Habitação, Escritórios e Laboratórios para o Pessoal da Fiscalização no Local da Obra 1400-1 1500 Acomodação de Tráfego 1500-1 1600 Transporte a “Mais” (Overhaul) 1600-1 1700 Desmatação E Limpeza 1700-1 SÉRIE 2000 DRENAGEM 2100 Orgãos (dispositivos) de drenagem 2100-1 2200 Passagens hidráulicas pré – fabricadas 2200-1 2300 Lancis em betão, valetas de lancil em betão, descidas de água, revestimentos em betão para canais abertos 2300-1 2400 Lancis de bordadura em aterro, de asfalto e de betão 2400-1 2500 Enrocamento, alvenaria de pedra e protecção contra erosão 2500-1 2600 Gabiões 2600-1 SÉRIE 3000 MOVIMENTO DE TERRAS E CAMADAS DE PAVIMENTO EM CASCALHO (MATERIAL GRANULAR NATURAL) E EM AGREGADO BRITADO 3100 Materiais de empréstimo 3100-1 3200 Selecção, amontoamento e desagregação de materiais de câmaras de empréstimo e de cortes (escavações), colocação e compactação das camadas de material granular (cascalho) 3200-1 3300 Movimento de terras (Terraplenagens) 3300-1 3400 Camadas de pavimento em material granular 3400-1 3500 Estabilização 3500-1 3600 Base em agregado britado 3600-1 3700 Base em macadame hidráulico 3700-1 3800 Escarificação de camadas de pavimento existentes 3800-1 SÉRIE 4000 PAVIMENTOS E REVESTIMENTOS BETUMINOSOS 4100 Rega de impregnação 4100-1 4200 Base e revestimento em asfalto (mistura betuminosa) 4200-1 4300 Materiais e requisitos gerais para selagens 4300-1 4400 Revestimentos superficiais simples 4400-1 4500 Revestimentos superficiais duplos 4500-1 4600 Revestimento superficial simples com lama asfáltica (“Cape seal”) 4600-1 4700 Selagens com areia 4700-1 4800 Revestimento de tabuleiros de pontes 4800-1 4900 Tratamento (Reparação) de defeitos da superfície, tapamento de buracos e de deformações, reparação de bordo partido e tapamento (selagem) de fissuras 4900-1 SÉRIE 5000 TRABALHOS SUPLEMENTARES DE ESTRADAS 5100 Marcas de distâncias 5100 5200 Guardas de segurança 5200 1000 5300 Vedações 5300-1 5400 Sinalizações 5400-1 5500 Marcações de estrada 5500-1 5600 Barreiras de gado 5600-1 5700 Arranjos paisagísticos e colocação de plantas 5700-1 5800 Acabamentos de estradas e da reserva de estrada e tratamento de estradas velhas 5800-1 5900 Pinturas 5900-1 SÉRIE 6000 ESTRUTURAS 6100 Fundações para estruturas 6100-1 6200 Escoramentos, cofragens e acabamentos em betão 6200-1 6300 Armaduras de aço para estruturas 6300-1 6400 Betão para estruturas 6400-1 6500 Pré-esforço 6500-1 6600 Betão sem finos, juntas, apoios, pinos para electrificação, parapeitos e drenagem de estruturas 6600-1 6700 Trabalho estrutural em aço 6700-1 6800 Tolerâncias de construção para estruturas 6800-1 SÉRIE 7000 ENSAIOS E CONTROLO DE QUALIDADE 7100 Ensaios de materiais e qualidade de execução 7100-1 7200 Controlo de qualidade 7200-1 1000 SÉRIE 1000 GENERALIDADES 1100 Definições e Termos 1200 Requisitos e Disposições Gerais 1300 Estabelecimento do Empreiteiro no Local da Obra e Obrigações Gerais 1400 Habitação, Escritórios e Laboratórios para o Pessoal da Fiscalização no Local da Obra 1500 Acomodação de Tráfego 1600 Transporte a “Mais” (Overhaul) 1700 Desmatação E Limpeza 1100 - 1 SÉRIE 1000: GENERALIDADES SECÇÃO 1100: DEFINIÇÕES E TERMOS CONTEÚDOS 1101 ASFALTO (MISTURA BETUMINOSA) 1102 REVESTIMENTO ASFÁLTICO (BETUMINOSO) 1103 BASE 1104 ÁREA DE EMPRÉSTIMO 1105 MATERIAL DE EMPRÉSTIMO 1106 PONTE 1107 PLATAFORMA 1108 VALA OU DIQUE DE CRISTA 1109 AQUEDUTO 1110 CORTE (ESCAVAÇÃO) 1111 EXCESSO DE MATERIAL SUPERFICIAL 1112 ATERRO 1113 CONDIÇÕES GERAIS DE CONTRATO 1114 RASANTE 1115 MÓDULO DE GRANULOMETRIA (GM) 1116 VALETAS/VALAS DE DRENAGEM DE SAÍDA E DE ENTRADA 1117 VIA 1118 LOTE 1119 SEPARADOR 1120 VALETA EM SEPARADOR 1121 SANJA E DIQUE DA SANJA 1122 CAMADAS DO PAVIMENTO 1123 CAMADA PIONEIRA 1124 ESPECIFICAÇÕES DO PROJECTO 1125 FUNDAÇÃO DA ESTRADA 1126 PRISMA DA ESTRADA 1127 RESERVA DA ESTRADA 1128 PASSAGENS DE CILINDRO 1129 SELAGEM 1130 LEITO DO PAVIMENTO (CAMADA DE MATERIAL SELECCIONADO) 1131 SERVIÇOS 1132 VALETA (DE PLATAFORMA) LATERAL 1133 BERMA 1134 LIMITE DA BERMA 1135 ESTABILIZAÇÃO 1136 TALUDE 1137 MATERIAL SOBRANTE 1138 SUB-BASE 1139 DRENAGEM SUBTERRÂNEA 1140 FAIXA DE RODAGEM 1141 ORLA A não ser que seja inconsistente com o contexto, nestas Especificações, os termos, palavras e expressões seguintes terão os significados que aqui lhes são atribuídos. As figuras 1 e 2 (no fim da Secção), detalhando elementos do perfil transversal de uma estrada, deverão ser consultadas quando necessário. 1101 ASFALTO (MISTURA BETUMINOSA) Mistura, em proporções pré-determinadas, de agregado, fíler e ligante betuminoso, preparada fora da estrada e normalmente aplicada por meio de uma máquina pavimentadora. 1102 REVESTIMENTO EM ASFALTO (MISTURA BETUMINOSA) Camada (ou camadas) de asfalto construída (s) sobre a base e, em alguns casos, sobre as bermas. 1103 BASE Camada de material construída em cima da sub-base, ou na ausência desta, sobre o leito do pavimento (camada de material seleccionado). A base pode estender-se para além da faixa de rodagem. 1104 ÁREA DE EMPRÉSTIMO Área dentro de limites definidos, aprovada com o propósito de obtenção de material de empréstimo. A depressão escavada na área de empréstimo designa-secâmara de empréstimo. 1105 MATERIAL DE EMPRÉSTIMO Qualquer cascalho, areia, solo, rocha, pedra ou cinza obtidos de áreas de empréstimo, depósitos de entulho ou outras fontes que não a escavação dentro dos limites do prisma da estrada e que é usado na execução dos Trabalhos. Não incluirá agregado britado ou areia obtidos de fontes comerciais. 1106 PONTE Estrutura edificada sobre uma depressão, rio, curso de água, linha férrea, estrada ou outro obstáculo, para suportar tráfego motorizado, ferroviário, pedestre ou outro tipo de tráfego ou serviços, e tendo um comprimento igual ou maior do que 6 metros, medido entre as faces dos encontros ao longo do eixo da estrada, ao nível da base do tabuleiro, com a ressalva que as estruturas “estrada sobre linha férrea” e “linha férrea sobre estrada” são sempre classificadas como pontes. 1107 PLATAFORMA Superfície normalmente utilizada por veículos e que consiste numa ou diversas vias de trânsito contíguas, incluindo vias auxiliares e bermas. 1108 VALA OU DIQUE DE CRISTA Vala ou dique longitudinal fora do prisma da estada, para desviar água que de outro modo escoaria em direcção ao prisma da estrada. 1109 AQUEDUTO Estrutura, diferente de uma ponte, que proporciona uma abertura debaixo da plataforma ou do separador para drenagem ou outros fins. 1110 CORTE 1100 - 2 Corte designa todas as escavações do prisma da estrada, incluindo valetas (de plataforma) laterais, escavações para intersecções, nós de ligação e, onde classificadas como corte, escavações para canais abertos. 1111 EXCESSO DE MATERIAL SUPERFICIAL Material superficial no interior de uma área de empréstimo que não é necessário ou é inapropriado para uso em construção. 1112 ATERRO Porção do prisma da estrada constituída por material importado aprovado que assenta sobre a fundação da estrada e é limitada pelos taludes laterais, mostrados nos perfis transversais tipo nos Desenhos desenvolvendo-se para baixo e para fora do limite (“breakpoint”) da berma exterior e sobre a qual o leito do pavimento, a sub-base, a base, as bermas e, no caso de plataformas duplas, o separador devem ser construídos. Material importado (de empréstimo) para substituir material inapropriado da fundação da estrada será também classificado como aterro. 1113 CONDIÇÕES GERAIS DE CONTRATO Edição apropriada das Condições Gerais de Contrato publicadas pela Autoridade de Estradas (Autoridade Rodoviária) para a qual o Contrato está a ser executado, juntamente com quaisquer Condições Especiais de Contrato que dele façam parte. 1114 RASANTE A rasante é uma linha de referência nos Desenhos dos perfis longitudinais da estrada, indicando a intervalos regulares as cotas de acordo com as quais a estrada deve ser construída. A rasante pode estar referida à estrada construída, base ou qualquer outra camada e pode indicar as cotas ao longo do eixo da plataforma ou de qualquer posição definida no perfil transversal da estrada. 1115 MÓDULO DE GRANULOMETRIA As percentagens acumuladas, em massa, de material de uma amostra representativa de agregado, cascalho ou solo, retidas nos peneiros de 2,00 mm, 0,425 mm e de 0,075 mm, divididas por 100. 1116 VALETAS/VALAS DE ENTRADA E DE SAÍDA Canais conduzindo para ou descarregando de aquedutos, colectores de águas pluviais ou pontes pequenas. 1117 VIA Parte da faixa de rodagem prevista para uma fila simples de tráfego numa direcção, a qual é normalmente marcada como tal por marcas rodoviárias. 1118 LOTE Porção quantificável de trabalho ou de quantidade de material que é avaliada como uma unidade para fins de controlo de qualidade e seleccionada para representar o material ou o trabalho produzido essencialmente pelo mesmo processo e com os mesmos materiais. 1119 SEPARADOR Área ente as duas faixas de rodagem de uma plataforma dupla, excluindo as bermas interiores. 1120 VALETA DE (ou EM) SEPARADOR Valeta longitudinal situada entre as bermas interiores de uma plataforma dupla. 1121 SANJA E DIQUE DE SANJA Valeta construída obliquamente ao eixo da estrada, para escoar a água da valeta (de plataforma) lateral. A sanja inclui normalmente um dique da sanja colocado transversalmente à valeta (de plataforma) lateral. 1122 CAMADAS DE PAVIMENTO As camadas superiores da estrada, compreendendo o leito do pavimento (camadas seleccionadas), sub-base, base ou camada de desgaste em cascalho, e as camadas da berma. 1123 CAMADA PIONEIRA Uma camada inicial construída sobre uma fundação fraca, em que se usa material seleccionado para proporcionar uma plataforma estável para a construção das camadas subsequentes. 1124 ESPECIFICAÇÕES DE PROJECTO Especificações relativas a um projecto específico, que fazem parte integrante dos documentos do Contrato para esse projecto, e que contêm especificações suplementares e/ou alterações às Especificações Padrão. 1125 FUNDAÇÃO DA ESTRADA O material natural in situ, sobre o qual o aterro, ou na ausência de aterro, quaisquer camadas do pavimento devem ser construídas. 1126 PRISMA DA ESTRADA 1100 - 3 A porção da construção da estrada incluída entre a cota do terreno original e os limites exteriores dos taludes de cortes, aterros e valetas (de plataforma) laterais. Não incluirá o leito do pavimento (camada seleccionada), sub-base, base, revestimento, bermas ou fundação da estrada. 1127 RESERVA DA ESTRADA Toda a área incluída entre os limites anunciados para uma estrada. 1128 PASSAGENS DE CILINDRO A não ser que especificado de outro modo nestas Especificações ou nas Especificações de Projecto, considerar-se-á que uma área recebeu uma passagem de cilindro quando um cilindro passou uma vez sobre essa área. As passagens adicionais, feitas apenas como resultado da sopreposição nominal para assegurar cobertura total, não serão tidas em conta. 1129 SELAGEM Aplicação de uma ou mais camadas de ligante betuminoso com ou sem camadas de agregado britado ou areia em sucessivas camadas na plataforma, bermas ou qualquer outra camada compactada na qual tem lugar movimento de tráfego. 1130 LEITO DO PAVIMENTO A camada ou camadas inferiores do pavimento, construída(s) directamente sobre o aterro, ou, em alguns casos, sobre a fundação da estrada. Poderá incluir material da fundação compactado in situ. 1131 SERVIÇOS Cabos, tubos ou outras estruturas para providenciar, entre outros, ligações para electricidade, telefone e telégrafo, água, esgotos, etc. 1132 VALETA (DE PLATAFORMA*) LATERAL Canal aberto longitudinal situado adjacente a e no fundo de taludes de corte ou aterro. *Nota de tradução: a valeta exterior claramente associada à plataforma da estrada tem, em Portugal, a designação de ‘valeta de plataforma lateral’. Diferentes autores designam uma valeta construída junto ao pé de um talude de aterro, a qual pode ser dissociada da plataforma da estrada, por ‘valeta de pé de talude’. 1133 BERMA (a) Quando referida como superfície: a área entre o bordo exterior da faixa de rodagem e o limite da berma. (b) Quando referida como uma camada do pavimento: a camada superior do pavimento localizada entre o bordo exterior da base e o limite da berma. 1134 LIMITE DA BERMA (“shoulder breakpoint”)Linha ao longo da qual se intersectam os planos prolongados da berma e do talude do aterro. Este bordo é normalmente arredondado a um raio pré-determinado. 1135 ESTABILIZAÇÃO Tratamento dos materiais usados na construção da fundação da estrada, aterro ou camadas do pavimento através da adição de um ligante tal como cal ou cimento Portland ou a modificação mecânica do material através da adição de um ligante de solo ou de um ligante betuminoso. Asfalto e betão não serão considerados como materiais que tenham sido estabilizados. 1136 DECLIVE** A não ser que estabelecido de outro modo, o declive é dado pelo quociente da diferença de cotas entre quaisquer dois pontos e a distância horizontal entre eles. Este quociente também pode ser expresso em percentagem. ** “Slope” na versão inglesa. De notar que “slope” pode ser traduzido para português como declive (caso presente) ou como talude. 1137 MATERIAL SOBRANTE Material resultante das operações de construção e que não é utilizado para fins de construção. 1138 SUB-BASE Camada de material no topo do leito do pavimento (camadas seleccionadas) ou do aterro e abaixo da base e das bermas. 1139 SISTEMA DE DRENAGEM SUBTERRÂNEA Conjunto de tubos de drenagem do sub-solo (incluindo algum material permeável) construído para intersectar e remover água subterrânea. 1140 FAIXA DE RODAGEM A porção da plataforma que inclui as diferentes vias de trânsito e vias auxiliares mas exclui as bermas. 1141 ORLA 1100 - 4 Área entre o bordo exterior do prisma da estrada e o limite da reserva da estrada. 1200 - 1 SÉRIE 1000: CONSIDERAÇÕES GERAIS SECÇÃO 1200 REQUISITOS E DISPOSIÇÕES GERAIS ÍNDICE 1201 ÂMBITO 1202 SERVIÇOS 1203 INTERSECÇÕES RODOVIÁRIAS 1204 PROGRAMA DE TRABALHOS 1205 MÃO-DE-OBRA E CONTROLO DE QUALIDADE 1206 IMPLANTAÇÃO DA OBRA E PROTECÇÃO DE MARCOS 1207 AVISOS, SINAIS E ANÚNCIOS 1208 MEDIÇÕES 1209 PAGAMENTO 1210 CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DA OBRA 1211 TRÁFEGO SOBRE CAMADAS DE PAVIMENTO CONCLUÍDAS 1212 PROJECTOS E OFERTAS ALTERNATIVOS 1213 VARIAÇÕES DAS TAXAS NOMINAIS DE APLICAÇÃO OU DAS PROPORÇÕES NOMINAIS DE MISTURA ESPECIFICADAS 1214 ACTIVIDADES DO EMPREITEIRO RELACIONADAS COM BENS FORA DA RESERVA DA ESTRADA E COM SERVIÇOS DESLOCADOS, DANIFICADOS OU ALTERADOS 1215 PRORROGAÇÃO DO PRAZO DEVIDO A PRECIPITAÇÃO ANORMAL 1216 INFORMAÇÕES FORNECIDAS PELO DONO DA OBRA 1217 PROTECÇÃO DAS OBRAS E REQUISITOS A SEREM CUMPRIDOS ANTES DO INÍCIO DA CONSTRUÇÃO DE NOVOS TRABALHOS SOBRE TRABALHOS CONCLUÍDOS 1218 TRABALHOS DE REPARAÇÃO 1219 ÁGUA 1220 MEDIÇÕES E TOLERÂNCIAS AUTORIZADAS 1221 DESENHOS FORNECIDOS PELO EMPREITEIRO 1222 USO DE EXPLOSIVOS 1223 OBRAS SOBRE, POR CIMA, SOB OU ADJACENTES A LINHAS FÉRREAS 1224 A ENTREGA DA RESERVA DA ESTRADA 1225 ESTRADAS PARA TRANSPORTE DE MATERIAIS 1226 MEDIÇÃO DA PROFUNDIDADE DE VALAS E DE ESCAVAÇÕES DE FUNDAÇÕES 1227 REUNIÕES MENSAIS NO LOCAL DA OBRA 1228 DISPOSIÇÕES LEGAIS 1229 LIMPEZA FINAL 1216 ÂMBITO Esta Secção abrange questões relacionadas com o Contrato no seu todo. As definições, frases ou termos que de outra forma seria necessário repetir em outras secções das Especificações estão igualmente abrangidos por cláusulas na presente Secção. As questões abrangidas pelas Condições Gerais do Contrato não se encontram repetidas na presente Secção, excepto onde necessário para fornecer informações mais detalhadas. 1202 SERVIÇOS O presente Contrato poderá incluir certos trabalhos relacionados com a deslocação e reposição de serviços existentes que possam ser afectados pela execução das Obras. O Dono da Obra fornecerá, nos documentos do Contrato, informações relativas à localização de serviços públicos ou outros existentes, embora ele não aceite responsabilidade pela precisão dessas informações. O Empreiteiro verificará e determinará no local da obra as posições de quaisquer serviços indicadas nos Desenhos. Isto será feito por meio de inspecções visuais, utilizando aparelhos de detecção, e por meio de escavações para se pôr a descoberto a posição do serviço em pontos críticos. Isto será igualmente feito nos locais onde nos Desenhos não estejam indicados serviços, mas em que, todavia, se acredita existirem. As posições de todos os serviços assim detectados serão cuidadosamente marcadas e depois assinaladas nos Desenhos. Tais serviços serão então definidos como serviços conhecidos. O Empreiteiro tomará todas as precauções razoáveis para não danificar os serviços durante as buscas, recaindo sobre si o ónus da prova de que, na eventualidade de serem causados danos a tais serviços no decurso dessas mesmas buscas, não foi por culpa sua que os referidos serviços foram danificados. O Empreiteiro será responsável por quaisquer danos por ele causados a serviços conhecidos, salvo se ele puder provar que tomou todas as precauções acima mencionadas e que os danos foram, no entanto, causados porque a posição do serviço conhecido se havia desviado em mais de um metro da posição que poderia ser razoavelmente deduzida a partir das investigações por ele efectuadas. O Empreiteiro tomará todas as precauções razoáveis para proteger os serviços existentes durante a construção e durante a mudança de tais serviços. Nos casos em que as medidas de protecção envolverem a construção de obras permanentes, o Empreiteiro executará os trabalhos de acordo com as instruções da Fiscalização, e os pagamentos serão efectuados tal como previsto nas Especificações do Projecto. Todos os tubos, cabos, condutas ou quaisquer outros tipos de serviços conhecidos, de qualquer natureza, danificados como resultado das operações do Empreiteiro serão prontamente reparados e repostos por ele ou pela Autoridade competente, tudo isso a expensas do Empreiteiro e a contento da Fiscalização. Nos locais em que devam ser executados trabalhos nas proximidades de linhas de energia eléctrica aéreas, o Empreiteiro assegurará que todas as pessoas que trabalhem nessas áreas estejam cientes da distância relativamente grande a que a electricidade de alta tensão pode fazer “curto-circuito” com a terra quando gruas ou outras grandes massas de aço, se encontrem nas proximidades de linhas de energia eléctrica. Ao Empreiteiro será exigido que trabalhe para além das tolerâncias indicadas na norma BS162, a qual fornece tolerâncias seguras para as várias tensões. Deverá ficar claramente entendido que, em certos casos, os serviços existentes só poderão ser transferidos depois de o Empreiteiro ter avançado o suficiente ou ter concluído certas secções das terraplanagens ou de determinadas estruturas. Sempre que sejam encontrados serviços que interfiram com a execução das Obras e que necessitem de ser deslocados e recolocados, o Empreiteiro aconselhará a Fiscalização, a qual determinará a extensão de 1200 - 2 trabalhos, caso os haja, a serem executados pelo Empreiteiro para remover, recolocar e reinstalar ou proteger tais serviços. Quaisquer trabalhos que devam ser executados pelo Empreiteiro para proteger, remover e repor serviços, os quais não foram considerados nos documentos do Contrato, ou para os quais não existam preços unitários apropriados propostos, serão classificados como trabalhos adicionais tal como previsto nas Condições Gerais do Contrato. O Empreiteiro trabalhará em estreita colaboração com Proprietários privados ou autoridades públicas no controlo de serviços que tenham de ser protegidos, removidos ou recolocados.Os detalhes referentes ao estado das negociações concluídas entre o Dono da Obra e o Proprietário no momento da apresentação das propostas, relativamente ao momento em que o Proprietário está preparado para iniciar a mudança de tais serviços, ou se exige ou autoriza o Empreiteiro a iniciar a mudança dos serviços, bem como a duração de tais operações, serão indicados nos documentos do concurso ou serão postos à disposição dos concorrentes. Se os Proprietários dos serviços se recusarem a cooperar com o Empreiteiro de forma razoável no que respeita à protecção ou mudança de serviços que lhes pertençam, o Empreiteiro remeterá o assunto para a Fiscalização. Ao detalhar o seu programa de trabalhos, tal como mencionado na cláusula relevante das Condições Gerais do Contrato, o Empreiteiro deverá, em consulta com a Fiscalização, indicar de forma clara quando é que (se) propõe iniciar e concluir a mudança de cada serviço ou quando é que necessitará que o Dono da Obra inicie e conclua a mudança de cada serviço. Se, posteriormente, devido a atrasos por parte do Dono da Obra ou do Proprietário do serviço a ser mudado, se tornar impossível cumprir o programa de trabalhos, este será devidamente alterado pelo Empreiteiro em consulta com a Fiscalização de modo a limitar, dentro do possível, a extensão de quaisquer danos ou atrasos. Caso seja impossível limitar na totalidade os danos ou atrasos resultantes das alterações necessárias ao programa de trabalhos, o Empreiteiro será reembolsado de quaisquer custos adicionais incorridos, ou de danos que tenha sofrido. 1203 INTERSECÇÕES RODOVIÁRIAS Salvo onde vier especificado em contrário, não serão efectuados pagamentos adicionais – para além do pagamento referente a itens diversos de trabalhos incluídos no presente Contrato – relacionados com a construção, em espaço confinado, de curvas, transições de saída (afunilamentos), cruzamentos do tipo “bellmouth” (cruzamento em T, com simples alargamento da faixa do ramo de menor tráfego, sem ilhas direccionais para canalização do tráfego, mas eventualmente com ilha separadora), ilhas (direccionais/separadoras), acessos a propriedades agrícolas e outras Obras acessórias respeitantes à construção e manutenção de intersecções e cruzamentos rodoviários. Ao Empreiteiro será exigido que proporcione a fluência segura e sem restrições de tráfego público em todas as fases da construção e manutenção das referidas intersecções e cruzamentos. 1204 PROGRAMA DE TRABALHOS Caso o Empreiteiro se atrase com o programa por ele entregue nos termos da cláusula relevante das Condições Gerais do Contrato, programa esse aprovado pela Fiscalização, o Dono da Obra poderá, sem prejuízo dos seus direitos nos termos da cláusula relevante das Condições Gerais do Contrato, exigir que o Empreiteiro entregue, num prazo de sete dias a contar da data em que recebeu uma notificação nesse sentido, um programa revisto nos termos da presente Cláusula, o qual indica a forma como o Empreiteiro se compromete a concluir as Obras dentro do prazo exigido. Qualquer proposta do programa revisto para acelerar o ritmo do progresso, será acompanhada de passos positivos para aumentar a produção através da disponibilização de mais e/ou melhor mão-de-obra e equipamento no local da obra, ou através da utilização mais eficiente da mão- de-obra e equipamento disponíveis. A aprovação de qualquer programa pela Fiscalização não terá nenhum significado contratual para além de manifestar que a Fiscalização ficará satisfeita caso os trabalhos sejam executados de acordo com esse programa e que o Empreiteiro se compromete a executar os trabalhos de acordo com esse mesmo programa. Essa aprovação também não limitará o direito da Fiscalização de instruir o Empreiteiro para alterar o programa, caso as circunstâncias o exijam. O acima exposto não deverá ser considerado como limitando o direito do Empreiteiro a apresentar reclamações por danos ou a solicitar a prorrogação do prazo, a que poderá estar justamente habilitado nos termos das Condições Gerais do Contrato por atraso ou interrupção das suas actividades. Caso o Dono da Obra solicite e o Empreiteiro se comprometa a acabar as Obras, no todo ou em parte, antes do prazo inicialmente exigido no Contrato, o pagamento pela aceleração dos trabalhos só será efectuado se previamente acordado por escrito e nos termos desse acordo. 1205 EXECUÇÃO COMPETENTE DOS TRABALHOS E CONTROLO DE QUALIDADE Cabe ao Empreiteiro a responsabilidade de produzir trabalho que cumpra, em qualidade e precisão dos detalhes, todos os requisitos das Especificações Técnicas e dos Desenhos, devendo o Empreiteiro, a expensas suas, instituir um sistema de controlo de qualidade e providenciar pessoal experiente, nomeadamente engenheiros, encarregados, topógrafos, técnicos de materiais, outros técnicos e demais pessoal técnico, bem como todos os meios de transporte, instrumentos e equipamento para assegurar a supervisão adequada e o controlo positivo das Obras em todas as ocasiões. O Empreiteiro efectuará ou mandará efectuar ensaios de forma contínua e numa base regular, a fim de verificar as propriedades dos materiais naturais e dos materiais naturais processados, e de produtos manufacturados no local da obra, tais como betão e asfalto. Embora não seja exigido que o Empreiteiro efectue ensaios regulares em quaisquer produtos produzidos comercialmente, tais como cimento, betume, aço e tubos, o Empreiteiro será inteiramente responsável por quaisquer materiais ou equipamento defeituosos fornecidos por ele. Do mesmo modo, a qualidade de todos os elementos das Obras será verificada numa base regular, de modo a assegurar conformidade com os requisitos especificados. 1200 - 3 A intensidade do controlo e dos ensaios a serem realizados pelo Empreiteiro nos termos destas obrigações não se encontra especificada, mas deverá ser adequada para assegurar que se exerça um controlo apropriado. Nos casos em que quaisquer materiais naturais ou produtos feitos de materiais naturais sejam fornecidos, e no momento da conclusão de cada elemento dos trabalhos de construção, o Empreiteiro efectuará o ensaio e a verificação de tais materiais, produtos e/ou elementos para efeitos de conformidade com os requisitos especificados, e submeterá) os resultados à Fiscalização para aprovação. Tal entrega incluirá todas as medições e resultados dos ensaios efectuados pelo Empreiteiro, devendo dar prova adequada de conformidade com os requisitos especificados. Não se estabelecem itens de pagamento específicos como compensação pelas obrigações acima mencionadas, incluindo o fornecimento de todas as amostras entregues à Fiscalização, a reparação dos locais de onde se extraíram as amostras, e o fornecimento do pessoal bem como equipamento de ensaio e instalações necessários, cuja compensação será incluída nos preços unitários propostos pelo Empreiteiro para os diversos itens de trabalho a que estas obrigações dizem respeito. Chama-se ainda a atenção do Empreiteiro para as disposições da Cláusula 7208 relativamente à instituição de sistemas específicos de controlo de processos. 1206 IMPLANTAÇÃO DA OBRA E PROTECÇÃO DE MARCOS Chama-se a atenção do Empreiteiro para os requisitos da cláusula relevante das Condições Gerais do Contrato, devendo ele ainda cumprir todas as disposições legais relativamente a trabalhos de levantamento topográfico e implantação da obra. O Empreiteiro verificará as condições em que se encontram todas os marcos de referência e de nível, devendo certificar-se de que os mesmos não foram tirados do local e correspondem à posição e nível reais. Seos marcos tiverem sido destruídos, deslocados ou danificados antes de o local da obra ter sido entregue ao Empreiteiro, a Fiscalização tratará de instalar novos marcos. Um marco que tenha sido deslocado não poderá ser usado, a não ser que a sua posição e nível reais tenham sido redefinidos e os novos valores verificados pela Fiscalização. Onde um marco possa vir a ser removido durante as operações de construção, o Empreiteiro colocará marcos de referência apropriados em locais de onde não serão deslocados durante a construção. Nenhum marco poderá ser tapado, deslocado ou destruído antes de terem sido colocados marcos de referência precisos, e os detalhes das posições e níveis de tais marcos submetidos à Fiscalização e aprovados por esta. Os marcos de referência do Empreiteiro serão, pelo menos, da mesma qualidade e durabilidade dos marcos existentes. O Empreiteiro submeterá à Fiscalização o método de implantação que se propõe utilizar. Para assegurar, sem margem de dúvidas, que os elementos complexos da estrada, tais como nós de ligação, estruturas e outras características importantes se encontram localizados precisa e correctamente, o Empreiteiro verificará toda a implantação com recurso a um segundo método. A Fiscalização poderá a qualquer altura solicitar ao Empreiteiro que comprove que a sua implantação foi verificada de forma satisfatória. Nos casos em que o deslocamento ou a danificação de marcos de propriedades ou de marcos de levantamentos trigonométricos sejam inevitáveis, o Empreiteiro notificará a Fiscalização atempadamente, de modo que esta possa tratar de que tais marcos sejam devidamente referenciados e posteriormente recolocados. O custo desse trabalho, caso seja pago pelo Empreiteiro, será reembolsável como trabalho adicional, tal como disposto nas Condições Gerais do Contrato. Para efeitos da presente Cláusula e da cláusula relevante das Condições Gerais do Contrato, qualquer marco feito em estaca de metal chumbada em betão e qualquer marco de delimitação, quer seja chumbado em betão ou não, será considerado como um marco. As estacas de eixo não serão classificadas como marcos. Para proteger os marcos, as vedações de delimitação da reserva da estrada serão chanfradas nos cantos, de modo a evitar o uso de postes de canto na mesma posição que os marcos de propriedade ou de levantamentos trigonométricos, tudo isso tal como indicado nos Desenhos. O Empreiteiro garantirá o controlo preciso do alinhamento e do nível em todas as fases da construção. Relativamente à estrada propriamente dita, o controlo será a intervalos de 20 m ou intervalos mais curtos, conforme o que for determinado para curvas horizontais e verticais. Onde necessário, e em particular ao se concluir o aterro e a base, o Empreiteiro procederá à reposição de estacas de alinhamento a intervalos suficientemente curtos, para se determinar com precisão a posição dos bordos da base e do revestimento e em particular dos lancis, guardas de segurança e outros elementos rodoviários permanentemente visíveis. A implantação dos trabalhos não será medida e paga directamente, sendo a compensação pelo trabalho envolvido na implantação considerada como coberta pelos preços unitários propostos e paga no âmbito dos diversos itens incluídos no presente Contrato. 1207 AVISOS, SINAIS E ANÚNCIOS O Empreiteiro e os Subempreiteiros não edificarão quaisquer sinais, avisos ou anúncios na Obra ao longo da mesma ou no Estaleiro sem a aprovação por escrito da Fiscalização. Em cada um dos extremos da Obra, o Empreiteiro fornecerá e colocará, como parte das suas obrigações ao abrigo da Secção 1300, e em locais aprovados, nos pontos inicial e final dos Trabalhos, tabuletas bem executadas e à prova de intempéries, pintadas por uma firma aprovada de letreiros, de acordo com os detalhes indicados nos Desenhos. Esses sinais deverão ser erigidos o mais tardar até um mês após o Empreiteiro ter tido acesso ao local da obra. A Fiscalização terá o direito a determinar que qualquer sinal, aviso ou anúncio seja mudado para uma melhor posição ou seja retirado do local das Obras, caso venha a revelar-se insatisfatório, inconveniente ou perigosos para o público em geral. O Empreiteiro retirará todos os anúncios, avisos e sinais ao ser emitido o certificado final de conclusão. 1200 - 4 1208 MEDIÇÕES (a) Unidades de medição Todos os trabalhos serão medidos de acordo com o Sistema Internacional (SI) de unidades métricas. (b) Mapa de Quantidades As quantidades apresentadas no Mapa de Quantidades constituem estimativas, sendo usadas para comparação das propostas e para adjudicação do Contrato. Deve ficar claramente entendido que apenas as quantidades reais de trabalho realizado ou de materiais fornecidos serão medidas para pagamento, e que as quantidades previstas no Mapa poderão ser aumentadas ou diminuídas, tal como estipulado nas Condições Gerais do Contrato. (c) Medição dos trabalhos concluídos Todas as distâncias ao longo do eixo central da estrada, tal como indicado nos Desenhos, são distâncias horizontais, as quais serão usadas no cálculo de quantidades de aterro e das camadas de pavimento para efeitos de pagamento. Todos os cortes transversais serão obtidos num plano vertical. Todos os materiais especificados para serem medidos num veículo serão transportados em veículos de tipo e tamanho que permitam que o volume real possa ser determinado de forma rápida e precisa. A não ser que todos os veículos possuam capacidade uniforme, cada um deles deverá ostentar um dístico de identificação claramente legível, indicando a sua capacidade específica aprovada. A quantidade de materiais betuminosos ou similares a serem pagos em volume serão medidos à temperatura de aplicação. As estruturas serão medidas por meio das linhas nítidas indicadas nos Desenhos e incluirão quaisquer mudanças ordenadas por escrito pela Fiscalização e, para efeitos de pagamento, o volume calculado para as estruturas de betão incluirá o volume das armaduras de aço e tubos com diâmetro até 150 mm. 1209 PAGAMENTO (a) Preços unitários contratuais No cálculo do valor final do Contrato, o pagamento basear-se-á na quantidade real dos trabalhos autorizados realizados de acordo com as Especificações Técnicas e com os Desenhos. Serão aplicados os preços unitários propostos, de acordo com as disposições das Condições Gerais do Contrato, independentemente das quantidades reais serem maiores ou menores do que as quantidades previstas. Nos casos em que nenhuma tarifa ou preço unitário tenha sido proposto pelo concorrente para um item de pagamento no Mapa de Quantidades, entender-se-á que ele não exige qualquer compensação por esse trabalho. Todavia, nos casos em que um item de pagamento descrito nestas Especificações ou no Caderno de Encargos não constar do Mapa de Quantidades, o Empreiteiro receberá, se necessário, compensação razoável por tal trabalho, salvo se algo em contrário tiver sido determinado em outro local. (b) Os preços unitários deverão ser inclusivos O Empreiteiro aceitará o pagamento previsto no Contrato e representado pelos preços unitários por ele propostos no Mapa de Quantidades, como pagamento total pela execução e conclusão dos trabalhos como especificado, pela aquisição, fornecimento, colocação e instalação de todos os materiais, pela procura e fornecimento de mão-de-obra, supervisão, máquinas de construção, ferramentas e equipamento, pelos desperdícios, transporte, carregamento e descarregamento, manuseamento, manutenção, trabalhos temporários, ensaios, controlo de qualidade, incluindocontrolo de processos, despesas gerais, lucro, risco e outras obrigações e por todas as despesas imprevistas necessárias para a conclusão dos trabalhos e manutenção durante o período de manutenção. O Empreiteiro deverá notar que o custo de todos os trabalhos e materiais para pormenores de construção em pontes, por exemplo pequenas quantidades de materiais de calafetagem e materiais de enchimento de juntas (excluindo juntas de dilatação), coberturas de varões de ancoragem, etc., que não estejam indicados no Mapa de Quantidades, estarão incluídos nos preços unitários propostos para o betão. A presente Cláusula aplicar-se-á por inteiro a todos os itens de pagamento, excepto quando esses requisitos possam ser especificamente alterados caso a caso. (c) Significado de certas expressões em cláusulas de pagamento (i) Aquisição e fornecimento... (material) Nos casos em que quaisquer das palavras “abastecer”, “adquirir”, “providenciar”, “aprovisionar” ou “fornecer (material)” sejam usadas na descrição de um item de pagamento, tal significará o fornecimento e entrega no ponto de utilização de todos os materiais de qualquer tipo necessários para o trabalho coberto pelo item de pagamento específico, incluindo todos os impostos, custos de compra, reclamações, danos, direitos de exploração (“royalties”) e custos de transporte envolvidos, mas excluindo o “transporte a mais”. No caso de materiais de empréstimo, pedra e areia, esses deverão também incluir todas as negociações com os Proprietários em causa, a escavação, produção, preparação, processamento, ensaio, transporte e entrega do material no ponto de utilização; a construção, reparação, manutenção e reposição, após a conclusão, de todas as estradas de acesso, bem como todos os trabalhos necessários para a abertura, utilização e fecho de câmaras de empréstimo, salvo se cobertos por quaisquer outros itens de pagamento do Mapa de Quantidades. (ii) Aplicação de material A frase “aplicação de material” significará a descarga, espalhamento, adição, processamento, rega, mistura, regularização e compactação (onde especificado) do material nas camadas de pavimento, aterros e desvios, assim como a aquisição, fornecimento, aplicação e mistura de água; a desagregação de material de tamanho demasiado grande, a remoção de material de dimensão demasiado grande que não puder ser desagregado, correcção de superfícies ou camadas irregulares ou desniveladas, cuja espessura não 1200 - 5 obedece à especificação, acabamento dentro das tolerâncias especificadas, o tapamento de buracos de ensaio e a manutenção dos trabalhos concluídos. No caso de camadas de mistura betuminosa e de selagens betuminosas, também significará o aquecimento e pulverização do ligante, o espalhamento de agregado ou de misturas betuminosas, cilindramento, compactação, o acabamento dentro das tolerâncias especificadas e a manutenção dos trabalhos concluídos. A frase “aquisição, fornecimento e aplicação” significará aquisição e fornecimento, para além da aplicação propriamente dita, tudo isso tal como aqui definido. (d) Itens de pagamento As descrições ao abrigo dos itens de pagamento nas diversas secções das Especificações, indicando o trabalho em relação ao qual serão concedidas tolerâncias nos preços unitários propostos para os referidos itens de pagamento, são para orientação do Empreiteiro e não repetem necessariamente todos os detalhes dos trabalhos e dos materiais necessários que se encontram descritos nas Especificações. Estas descrições deverão ser lidas juntamente com as Especificações e Desenhos relevantes, e o Empreiteiro deverá, ao apresentar propostas, ter em conta que os seus preços unitários deverão incluir todos os aspectos tal como especificado na Sub-cláusula (b) acima mencionada. (e) Materiais no local da obra O pagamento nos termos da cláusula relevante das Condições Gerais da Contrato para materiais no local da obra, que ainda não tenham sido incorporados nas Obras, será calculado em 80% do respectivo preço de compra, ou, no caso de pedra britada, que não tenha sido comprada, mas produzida no local, em 80% de uma estimativa justa do valor desse material. A Fiscalização poderá por seu exclusivo discernimento, permitir o pagamento ao abrigo de “materiais no local da obra” relativamente a artigos tais como vigas pré- fabricadas produzidas e guardadas fora do local da obra, desde que tenham sido concluídos, que se prove serem propriedade do Empreiteiro e que os artigos estejam claramente marcados com o nome do Empreiteiro, o número do Contrato e outros pormenores, em conformidade com as instruções da Fiscalização. (f) Itens apenas de preço unitário Em relação a um item do Mapa de Quantidades, para o qual não seja indicada a quantidade, mas seja necessário apenas um preço unitário, o Empreiteiro incluirá um preço unitário ou uma quantia, que constituirá o pagamento pelo trabalho que possa vir a ser executado nos termos desse item. Utiliza-se um item “apenas de preço unitário” quando se estimar que pouco ou nenhum trabalho será necessário ao abrigo desse item, ou nos casos em que o item será considerado como alternativa de outro item em que seja dada uma quantidade, ou para variações nas taxas de aplicação ou de proporções de mistura nos termos da Cláusula 1213. Só será pago trabalho ao abrigo de itens apenas de preço unitário, se ele tiver sido executado nos termos de instruções dadas por escrito pela Fiscalização. 1210 CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DA OBRA Será emitido um Certificado de Conclusão da Obra, nos termos da cláusula relevante das Condições Gerais do Contrato apenas se os seguintes itens dos Trabalhos, entre outros e conforme for aplicável, tiverem sido devidamente concluídas: (a) a camada de desgaste de cascalho (material granular), selagens, pavimento de asfalto ou de betão; (b) todas as estruturas de drenagem à superfície ou no subsolo; (c) toda a vedação; (d) o acabamento de separadores e de taludes de cortes e aterros; (e) todos os sinais rodoviários verticais e a sinalização horizontal; (f) todas as guardas de segurança; (g) todas as estruturas. 1211 TRÁFEGO SOBRE CAMADAS DE PAVIMENTO CONCLUÍDAS O tráfego sobre estruturas ou camadas de pavimento de uma estrada incompleta deverá, para além das restrições especificadas em outro local, ser limitado a equipamento necessário à sua construção, sob condição de que, o tráfego para transporte de materiais sobre camadas de pavimento seja, dentro do possível, limitado ao mínimo mediante o uso de estradas de construção e desvios. O tráfego sobre estruturas ou sobre a estrada concluída será restringido à carga máxima por eixo permitida nos termos das disposições legais. Quaisquer danos causados pelo tráfego do Empreiteiro em estruturas ou camadas concluídas serão reparados à sua própria custa. 1212 PROPOSTAS E PROJECTOS ALTERNATIVOS A não ser que algo tenha sido determinado em contrário em outro local dos documentos do Contrato, um concorrente poderá, juntamente com a sua proposta para os projectos originais contidos nos documentos do Contrato, submeter propostas e projectos alternativos para consideração. Tais propostas e projectos alternativos estarão sujeitos às seguintes condições e requisitos. (a) Propostas Apenas se considerará uma proposta ou projecto alternativo se a proposta referente aos itens originais incluir todos os preços e estiver completa. Salvo se a proposta alternativa estipular o contrário, dever-se-á assumir que o período para conclusão das Obras será o mesmo do projecto original. Umaproposta ou projecto alternativo será submetido juntamente com a proposta para os itens ou projecto original, caso contrário não será considerado aquando da abertura das propostas. Cálculos, desenhos e um Mapa de Quantidades Modificado (tal como determinado daqui em diante) relativamente a cada oferta ou projecto alternativo 1200 - 6 deverão acompanhar a proposta de concurso alternativa. (b) Códigos de projecto Os projectos alternativos serão executados estritamente de acordo com os códigos de projecto apropriados e as prescrições do Dono da Obra. As cópias de tais códigos e directivas estarão disponíveis para consulta no escritório da Fiscalização, mas cabe ao Empreiteiro a responsabilidade de assegurar que cumpre os requisitos de projecto do Dono da Obra. (c) Cálculos preliminares Os cálculos preliminares para um projecto alternativo serão submetidos com a proposta. Tais cálculos fornecerão detalhes adequados de modo a permitir uma avaliação da eficiência geral do projecto e dos seus principais elementos, bem como do grau em que as prescrições e códigos do projecto do Dono da Obra estão a ser cumpridos. Os cálculos deverão ser claros e estar numa sequência lógica, devendo reflectir claramente todos os pressupostos ou hipóteses do projecto. (d) Desenhos preliminares Os desenhos preliminares dos projectos alternativos também serão submetidos com a proposta. Estes desenhos deverão incluir plantas, alçados, e cortes adequados, devendo ilustrar claramente a eficiência do projecto e dos seus elementos principais. As profundidades da fundação e outros elementos dependentes das condições de fundação deverão, se aplicável, estar de acordo com os pormenores da fundação que constam do documento do Contrato. Os Desenhos para projectos alternativos serão preparados de acordo com as disposições da Cláusula 1221. (e) Quantidades Cada oferta alternativa será acompanhada de um Mapa de Quantidades Modificado e orçamentado, compilado de acordo com as Especificações Padrão, na medida do aplicável, e que ilustre claramente a forma como os preços referentes ao Mapa de Quantidades original deixaram de vigorar ou foram alterados. Para além do Mapa de Quantidades, será fornecido um conjunto de cálculos para ilustrar a forma como se determinaram as quantidades. Todos os pressupostos ou hipóteses relativamente às condições da fundação ou outros factores que determinarão as quantidades serão clara e manifestamente assinalados por meio de sublinhados ou cores, indicando-se também se as hipóteses se basearam ou não em informações fornecidas nos documentos do Contrato (com as necessárias referências). (f) Outros detalhes Caso a Fiscalização constate que os cálculos e desenhos submetidos para projectos alternativos não estão suficientemente completos para uma adjudicação fundamentada dos projectos alternativos, isso poderá significar que tais projectos alternativos deixarão de ser considerados. Porém, o Dono da Obra reserva-se o direito de convidar o proponente para submeter cálculos e desenhos adicionais, consoante o que for necessário. Se esses detalhes adicionais não forem submetidos no prazo de dez dias após o pedido ter sido formulado, possivelmente os projectos alternativos não voltarão a ser tomados em consideração. (g) Adjudicação preliminar de projectos alternativos A Fiscalização efectuará uma minuciosa análise preliminar de quaisquer projectos alternativos para verificação do cumprimento dos requisitos especificados pelo Dono da Obra. Caso se detectem quaisquer erros ou aspectos não satisfatórios, a Fiscalização poderá conceder ao Empreiteiro a oportunidade de os rectificar dentro de um período a ser determinado por ela. Todavia, é de salientar que a análise preliminar do projecto e da proposta, efectuada pela Fiscalização, dada a sua própria natureza, não pode ser abrangente, e a este respeito não se pode dar qualquer garantia de que todos os erros cometidos pelo Empreiteiro serão de facto detectados. Qualquer correcção desses erros será feita mantendo-se o preço da proposta do Empreiteiro e, onde necessário, o Mapa de Quantidades orçamentado para o projecto alternativo, será conformemente ajustado. (h) Aceitação do projecto alternativo O Empreiteiro deverá notar que a aceitação de uma proposta, que inclua projectos alternativos, significará que tais projectos foram apenas aprovados em princípio. Se os cálculos, desenhos e detalhes finais não obedecerem aos requisitos especificados, os referidos projectos alternativos poderão ser rejeitados, salvo se devidamente emendados pelo Empreiteiro de modo a serem aceitáveis para a Fiscalização. (i) Desenhos e cálculos finais e o Mapa de Quantidades orçamentado Caso uma proposta com um projecto alternativo tenha sido aceite, o Empreiteiro deverá submeter à Fiscalização, para aprovação, até três meses antes da data em que tenciona iniciar a construção desse projecto, um conjunto completo de desenhos de trabalho, os cálculos detalhados e um Mapa de Quantidades completo. O Mapa de Quantidades basear- se-á no Mapa de Quantidades preliminar, mas com os necessários ajustamentos das quantidades e preços, mantendo-se o preço proposto para o projecto alternativo. No prazo de seis semanas após a recepção dos itens atrás referidos, a Fiscalização indicará que desenhos, cálculos, quantidades, preços e outros dados são ou não aceitáveis para si, fornecendo as razões para tal. O Empreiteiro submeterá então atempadamente à Fiscalização, para aprovação, quaisquer desenhos e outros dados modificados, podendo para tal dispor de duas semanas. Qualquer atraso resultante do facto de os dados emendados não cumprirem os requisitos, será da responsabilidade do Empreiteiro. Não se poderá começar qualquer trabalho que venha a ser afectado por um projecto alternativo, salvo se os Desenhos, Mapa de Quantidades e os preços para esse projecto alternativo tiverem sido aprovados. Caso o Empreiteiro não modifique quaisquer desenhos, cálculos, quantidades, preços ou quaisquer outros detalhes a contento da Fiscalização, o projecto alternativo será rejeitado e o projecto original construído 1200 - 7 pela mesma quantia que tenha sido proposta para o projecto alternativo. (j) Responsabilidade pelo projecto alternativo A aprovação de um projecto pela Fiscalização não ilibará de forma alguma o Empreiteiro da sua responsabilidade em elaborar um projecto que obedeça em todos os aspectos a todos os requisitos especificados e que seja adequado para o fim pretendido. Se, posteriormente, se verificar, durante a construção ou durante o período de manutenção, que o projecto não respeita os requisitos especificados, apenas o Empreiteiro será responsável por qualquer dano daí resultante, e ele deverá, por conta própria, efectuar todo o trabalho necessário para assegurar que a estrutura respeite todos os requisitos especificados. (k) Pagamentos de projectos alternativos Os pagamentos referentes a projectos alternativos basear-se-ão na versão final aprovada do Mapa de Quantidades e nos preços unitários para esses projectos. O valor global por um projecto alternativo permanecerá fixa, sendo constituída pela quantia final pagável ao Empreiteiro relativamente a esse projecto, exceptuando-se apenas os desvios resultantes de: (i) condições de fundação que diferem das condições de fundação indicadas nos documentos do Contrato, ou relativamente a hipóteses relacionadas com as condições de fundação mencionadas pelo Empreiteiro na sua proposta e aceites pela Fiscalização; (ii) alterações não resultantesde quaisquer erros ou falhas do Empreiteiro, mas sim de modificações solicitadas pela Fiscalização. (l) Custo de verificação de projectos alternativos Na sua proposta referente a cada projecto alternativo, o Empreiteiro incluirá um item para cobrir o custo de verificação do respectivo projecto. Este item será 5% da quantia proposta para o projecto, sem qualquer ajuste de preço nos termos da cláusula relevante das Condições Gerais do Contrato em consideração, e a quantia será pagável à Fiscalização, apenas mediante uma autorização emitida pelo Dono da Obra. (m) Propostas alternativas No presente contexto, ofertas alternativas significará ofertas não relacionadas com uma estrutura, como uma ponte, a qual requer uma análise estrutural abrangente. No essencial, trata-se de ofertas quanto ao uso de outros materiais, programas de construção, itinerários alternativos, etc. Neste caso, continuarão ainda a vigorar as disposições da Cláusula 1212, exceptuando-se os casos em que o Empreiteiro, em consulta com o Dono da Obra, possa concordar em alterar ou eliminar certas disposições, dependendo da natureza da oferta, mas sujeito a um prévio acordo por escrito com o Dono da Obra. 1213 VARIAÇÃO DAS TAXAS NOMINAIS DE APLICAÇÃO ESPECIFICADAS OU DAS PROPORÇÕES NOMINAIS DE MISTURA As diversas secções destas Especificações Técnicas estabelecem taxas nominais de aplicação ou de proporções nominais de mistura para materiais tais como materiais betuminosos, agregados, fíleres, agentes estabilizantes, tinta e outros materiais afins. Os concorrentes deverão basear as suas propostas nestas taxas nominais de aplicação e de proporções de mistura. Nos casos em que se especificarem essas taxas nominais de aplicação ou de proporções de mistura, há cláusulas sobre os desvios nas quantidades de materiais como consequência das taxas de aplicação ou de proporções de mistura recomendadas pela Fiscalização em cada caso particular, tendo em conta os materiais disponíveis e as condições no local. Nos casos em que as taxas reais de aplicação ou as proporções de mistura usadas nas Obras variarem em relação às taxas nominais e às proporções de mistura especificadas, será feito um ajuste de compensação: (a) como pagamento ao Empreiteiro a respeito de qualquer aumento autorizado de quantidades que excedam as especificadas, nos casos em que tal aumento tenha sido ordenado por escrito pela Fiscalização; ou (b) como reembolso ao Dono da Obra relativamente ao decréscimo em quantidades que sejam inferiores às especificadas, independentemente de o decréscimo resultar de um decréscimo autorizado nas taxas de aplicação ou nas proporções de mistura, ou de reduções não autorizadas por parte do Empreiteiro. O pagamento por uma taxa de aplicação ou de proporção de mistura prescrita basear-se-á na taxa real de aplicação ou de proporção de mistura usada, contanto que isso não exceda a taxa de aplicação ou de proporção de mistura prescrita, mais uma certa tolerância permitida na taxa de aplicação ou de proporção de mistura. Se a taxa real de aplicação ou de proporção de mistura exceder a taxa ou proporção prescritas, o pagamento basear-se-á na taxa prescrita de aplicação ou de proporção de mistura mais qualquer tolerância permitida. Se a taxa real de aplicação ou de proporção de mistura for inferior à taxa prescrita de aplicação ou da proporção de mistura ordenada, o pagamento basear-se-á na taxa real de aplicação ou de proporção de mistura, independentemente de qualquer tolerância permitida. Não obstante o acima enunciado, a Fiscalização terá o pleno direito de rejeitar obras que não tenham sido construídas de acordo com as Especificações ou com as taxas de aplicação ou de proporções de mistura por ela recomendadas. O Dono da Obra será reembolsado por quaisquer decréscimos nas taxas especificadas de aplicação ou de proporções de mistura pelo mesmo preço unitário por unidade de medição que o proposto pelo Empreiteiro relativamente a materiais adicionais necessários como resultado de um aumento nas taxas de aplicação ou de proporções de mistura. 1214 ACTIVIDADES DO EMPREITEIRO RELACIONADAS COM PROPRIEDADE FORA DA RESERVA DA ESTRADA E COM SERVIÇOS DESLOCADOS, DANIFICADOS OU ALTERADOS 1200 - 8 (a) O Empreiteiro exercerá quaisquer direitos que lhe possam ser cedidos por uma Autoridade nos termos de quaisquer disposições legais para efeitos de execução do Contrato, na condição de: (i) o Empreiteiro cumprir estritamente os requisitos de tais disposições legais, particularmente no que se refere a questões relacionadas com avisos a dar ao Dono da Obra ou com consultas a manter com o mesmo; (ii) ser firmado por escrito, em cada caso, um acordo com a Fiscalização relativamente aos pormenores das acções propostas pelo Empreiteiro, antes que os direitos deste sejam exercidos nos termos das disposições legais. (b) O Empreiteiro deverá enunciar por escrito todos os acordos com os Donos de propriedades fora da reserva da estrada ou de serviços dentro ou fora da reserva da estrada, no tocante às seguintes questões: (i) A localização, dimensão e uso de câmaras de empréstimo, estradas para transporte de materiais, estradas para fins de construção e desvios fora da reserva da estrada. (ii) Compensação, se aplicável, por terrenos ou materiais tomados ou por terrenos temporariamente utilizados ou ocupados. (iii) A reposição de bens ocupados, utilizados, danificados ou destruídos, ou compensação pelos mesmos em vez da sua reposição. (iv) O procedimento referente à deslocação de serviços e detalhes sobre como e quando isso será feito. (v) Qualquer questão semelhante directamente relacionada com as actividades do Empreiteiro ou respeitantes a bens ou serviços privados. Esses acordos serão assinados por todas as partes interessadas e entregues à Fiscalização. Nos casos em que o Empreiteiro não puder obter o acordo do Proprietário por escrito, ele remeterá a questão à Fiscalização, fornecendo-lhe os detalhes, por escrito, de qualquer acordo verbal feito. (c) Nos casos em que, para além de qualquer acordo com o Dono de qualquer propriedade, em relação à qual haverá acesso ou ocupação temporária, ou de qualquer serviço a ser deslocado, se entende ou exige que o Empreiteiro deverá avisar o Proprietário imediatamente antes de, efectivamente, entrar ou ocupara propriedade privada ou deslocar o serviço, esse aviso será devidamente entregue por escrito, devendo ser enviada à Fiscalização uma cópia do mesmo, juntamente com a confirmação da sua recepção. (d) Ao concluir as suas operações, o Empreiteiro deverá obter, do Proprietário em questão, uma declaração por escrito comprovando que: (i) o Empreiteiro cumpriu as suas obrigações ao abrigo de qualquer acordo por escrito ou, na falta de um tal acordo, (ii) o Proprietário recebeu por inteiro a compensação a que tem direito e que também se sente satisfeito com o facto de toda a propriedade ocupada, incluindo câmaras de empréstimo, estradas para o transporte de materiais e estradas para fins de construção , ter sido reposta de forma apropriada e se encontrar em condições satisfatórias. Relativamente aos serviços que tenham sido deslocados, alterados, danificados ou sob qualquer forma afectados, o Empreiteiro deverá igualmente obter uma declaração por escrito do Proprietário de que esses serviços foram recebidos em condições satisfatórias. Todas essas declarações serão assinadas, datadas e entregues à Fiscalização. (e) Se o Empreiteiro desejar fazer uso de terras fora da área concedida pelo Dono daObra para armazenar ou guardar material ou equipamento necessário para a construção de Obras permanentes, tal será sujeito ao seguinte: (i) Que a Fiscalização aprove qualquer área seleccionada para esse fim. (ii) Que tais terrenos estejam fisicamente separados de quaisquer equipamentos ou actividades de produção, e apropriadamente vedados. (iii) Que a área utilizada para o fim acima mencionado seja submetida a levantamento e, nos casos em que os terrenos não pertençam ao Empreiteiro, ele deverá celebrar um contrato de arrendamento com o respectivo Proprietário referente ao período total em que tais terrenos serão usados para esse mesmo fim, contrato esse que estipulará que o Proprietário não terá quaisquer direitos a quaisquer materiais amontoados ou armazenados nos referidos terrenos durante a vigência do contrato de arrendamento. (iv) Que marcos de referência apropriados e permanentes, aprovados pela Fiscalização, sejam colocados junto à área, a expensas do Empreiteiro, para uso pela Fiscalização tendo em vista, caso seja aplicável, a obtenção de cortes transversais para a determinação de quantidades. (v) Que apenas os materiais utilizados para este contrato serão armazenados em tais terrenos. 1215 PRORROGAÇÃO DO PRAZO DEVIDO A PRECIPITAÇÃO ANORMAL A prorrogação ou extensão do prazo nos termos da cláusula relevante das Condições Gerais do Contrato, relativamente a precipitação anormal, será determinada de acordo com o Método 1 adiante indicado, salvo se as Especificações do Projecto determinarem que seja usado o Método 2. A extensão máxima do prazo, que será considerada relativamente a um dado período, será o número de dias úteis no período em causa, nos quais os trabalhos poderão ser executados de acordo com as disposições da cláusula relevante das Condições Gerais do Contrato. (a) Método 1 (Fórmula de precipitação) De acordo com este método, a extensão do prazo será calculada separadamente para cada mês de calendário ou parte do mesmo, segundo a fórmula adiante indicada. A extensão será calculada para a totalidade do período de conclusão do Contrato, incluindo quaisquer 1200 - 9 prorrogações do mesmo que possam ter sido concedidas: V = (Nw - Nn) + (Rw - Rn) x Se qualquer valor de V for negativo e o seu valor absoluto exceder Nn, considerar-se-á V como sendo igual a menos Nn. Os símbolos terão os seguintes significados: V = Extensão do prazo em dias do calendário, relativamente ao mês de calendário em consideração. Nw = Número real de dias durante o mês de calendário em que se registou uma precipitação de Y mm ou mais. Rw = Precipitação real em mm relativamente ao mês de calendário em consideração. Nn = Número médio de dias no mês de calendário relevante, calculado a partir dos registos de precipitação fornecidos pelas Especificações do Projecto, em que se registou uma precipitação de Y mm ou mais. Rn = precipitação média em mm para o mês de calendário, calculado a partir dos registos de precipitação fornecidos pelas Especificações do Projecto X = 20, salvo indicação em contrário nas Especificações do Projecto. Y = 10, salvo indicação em contrário nas Especificações do Projecto A extensão total do prazo será a soma algébrica dos totais mensais para o período em consideração. Mas se o total geral for negativo, o prazo para conclusão não será reduzido por causa de precipitação anormal. A extensão do prazo relativamente a partes de um mês será calculada proporcionalmente aos valores de Nn e Rn utilizados. O factor (Nw - Nn) será considerado como representando uma estimativa razoável para variações do número médio de dias durante os quais a precipitação excede Y mm. O factor (Rw - Rn) ÷ X será considerado como representando uma estimativa razoável para variações da média referente ao número de dias em que a precipitação não excede Y mm, embora as condições de chuva tenham impedido ou perturbado os trabalhos. Esta fórmula não toma em conta quaisquer danos causados por cheias, os quais poderão causar atrasos adicionais ou concomitantes, devendo ser tratados em separado relativamente à extensão do prazo. Serão efectuadas medições precisas de precipitação, num local adequado da obra, devendo o Empreiteiro, por sua própria conta, tomar todas as precauções necessárias para assegurar que os pluviómetros não sejam alvo de interferência por parte de pessoas não autorizadas. As Especificações do Projecto fornecerão informação respeitante aos registos de precipitação existentes, caso se encontrem disponíveis em estação pluviométrica apropriada próximo do local da obra, juntamente com os cálculos de extensões de prazos referentes a anos anteriores em conformidade com a fórmula acima indicada. Se não houver registos apropriados de precipitação disponíveis, a referida fórmula não se aplicará. (b) Método 2 (Método do Caminho Crítico) Nos casos em que o Método do Caminho Crítico vier especificado nas Especificações do Projecto para a determinação da prorrogação do prazo resultante de precipitação anormal, ele será aplicado da seguinte forma: (i) Um atraso causado por condições climatéricas severas será considerado como tal apenas se, na opinião da Fiscalização, houver uma paragem no andamento de um ou mais itens de trabalho no caminho crítico do programa de trabalhos do Empreiteiro. Apenas se terão em conta os atrasos referentes a dias úteis (com base numa semana de trabalho de cinco dias) para a extensão do prazo, mas o Empreiteiro deverá considerar no seu programa de trabalho um atraso esperado de “n” dias úteis causado por tempo chuvoso normal, em relação ao qual não beneficiará de nenhuma extensão do prazo. O valor de “n” deverá constar nas Especificações do Projecto. (ii) A extensão do prazo durante dias úteis será concedida em função do grau em que os atrasos reais, tal como acima definido, excederem o número de “n” dias úteis mencionado nas Especificações do Projecto. 1216 INFORMAÇÕES FORNECIDAS PELO DONO DA OBRA Certas informações contidas nos documentos do Contrato ou fornecidas em separado são prestadas de boa-fé mas, nas circunstâncias respeitantes ao tipo de informações fornecidas, não poderá dar-se nenhuma garantia de que todas as informações são necessariamente correctas ou representativas das condições in situ. Isto aplica-se mais concretamente a todos os ensaios de solos, mapeamento de solos, resultados de perfurações, levantamentos geofísicos, relatórios geológicos, informações sobre câmaras de empréstimo, levantamentos e relatórios sobre materiais, e informações similares, cuja precisão está necessariamente sujeita às limitações dos ensaios, das amostragens, da variação natural de materiais ou de formações sob investigação e do grau de certeza com que se podem tirar conclusões de quaisquer investigações efectuadas. Isso aplica-se ainda a qualquer diagrama de utilização de materiais fornecido, dado que o diagrama poderá estar sujeito a grandes alterações durante o andamento dos trabalhos, dependendo das condições do local da obra. O Dono da Obra não aceitará qualquer responsabilidade pela exactidão das informações fornecidas ou por quaisquer danos resultantes, directos ou indirectos, caso se venha a verificar, no decurso do Contrato, que as informações fornecidas são incorrectas ou não representativas. Qualquer confiança depositada pelo Empreiteiro nessas informações será por risco próprio. Não obstante o acima exposto, o Dono da Obra aceitará responsabilidade pela exactidão do seguinte: 1200- 10 (a) Quaisquer carotes de rocha a serem supostamente colhidas de furos de ensaios de perfuração designados. (b) Informações visuais evidentes a partir da inspecção de poços de prospecção abertos. (c) Apenas os resultados de quaisquer ensaios sobre solos no eixo da estrada, áreas de empréstimo ou outros ensaios de solos fornecidos nos Desenhos ou mapas que façam parte dos documentos do Contrato. 1217 PROTECÇÃO DAS OBRAS E REQUISITOS A SEREM CUMPRIDOS ANTES DO INÍCIO DA EXECUÇÃO DE NOVOS TRABALHOS SOBRE TRABALHOS CONCLUÍDOS As obrigações gerais do Empreiteiro nos termos da cláusula relevante das Condições Gerais do Contrato incluirão, entre outros, o seguinte: (a) A execução de trabalhos temporários de drenagem tais como valetas, canais abertos, diques, etc., e o fornecimento e operação temporária de bombas e equipamentos afins que possam ser necessários para a adequada protecção, drenagem e remoção de água de Obras e Obras temporárias. Isto será feito adicionalmente a quaisquer trabalhos de drenagem permanentes especificados e executados, para além de quaisquer trabalhos de drenagem temporários, pagos especificamente em separado tal como nos casos de desvios. (b) Não se deverá permitir que o material em câmaras de empréstimo fique excessivamente húmido, todas as camadas executadas deverão ser devidamente drenadas, amontoamentos de materiais sobre camadas concluídas não deverão impedir a drenagem superficial ou formar poças de água sob ou à sua volta, e todas as componentes das Obras deverão estar protegidas contra a erosão causada por cheias e pela chuva. Não poderá espalhar-se material sobre uma camada que se encontre tão húmida que possa resultar no perigo de causar quaisquer danos à camada durante a compactação de uma camada posterior, ou aquando da abertura ao tráfego. Nos casos em que o material for espalhado sobre a estrada, o Empreiteiro assegurará que, durante os períodos de chuva, aquele terá um bom declive transversal e uma ligeira compactação à superfície, de modo a facilitar o escoamento durante a estação chuvosa. (c) Taludes em aterro e em escavação deverão ser imediatamente reparados, sempre que danificados por água superficial. Nos casos em que ocorra erosão em aterros elevados, os taludes serão reparados mediante cortes, de modo a formarem-se banquetas, e pela compactação mecânica da reposição do aterro às densidades especificadas, utilizando equipamento ligeiro apropriado. (d) As escavações para tubos de drenagem, aquedutos, condutas de serviço e estruturas similares deverão ser devidamente protegidas contra a possível entrada de água na ocorrência de chuvas torrenciais. (e) Todas as camadas concluídas deverão ser protegidas e mantidas até que a camada seguinte seja construída. A manutenção incluirá reparações imediatas de quaisquer danos ou defeitos que possam ocorrer, e será repetida sempre que necessário, a fim de se manter a camada continuamente intacta e em bom estado. (f) Antes que qualquer camada executada seja impregnada ou uma camada posterior seja construída sobre esta, quaisquer danos causados à camada existente serão reparados, de modo que, após a reparação ou reconstrução, se necessário, ela corresponda, sob todos os aspectos, aos requisitos especificados para essa mesma camada. Todos os trabalhos de reparação, excepto reparações de pequenos danos superficiais, serão apresentados à Fiscalização para inspecção antes de serem executados. A camada previamente construída deverá ser cuidadosamente limpa mediante a remoção de todos os materiais estranhos antes da construção de uma camada subsequente ou da aplicação de uma rega de impregnação, de um revestimento superficial ou outro revestimento. Em particular, no caso de todos os trabalhos com materiais betuminosos, a camada existente deverá ser cuidadosamente varrida e toda a sujidade, argila, lama e outros materiais nocivos completamente removidos. Onde necessário, a superfície deverá ser pulverizada com água antes, durante e após ter sido varrida de forma a se retirarem todos os materiais estranhos. O trabalho realizado como parte das obrigações acima enunciadas não será medido nem pago separadamente, e o seu custo estará incluído nos preços unitários propostos para os diversos itens de trabalho que necessitam de protecção, e nos itens referentes ao estabelecimento do Empreiteiro no local da obra, tal como especificado na Secção 1300. 1218 TRABALHOS DE REPARAÇÃO Quando se constatar, mediante exame pela Fiscalização, que qualquer parte dos Trabalhos, ou qualquer equipamento ou material não corresponde aos requisitos, ou que em qualquer altura antes da aceitação final se encontre danificado, de tal forma que já não obedeça aos requisitos das Especificações Técnicas, a Fiscalização poderá ordenar a sua completa remoção e substituição, a expensas do Empreiteiro, por trabalhos, equipamento ou materiais satisfatórios, ou então ela poderá permitir que o Empreiteiro aplique medidas de reparação, de modo a corrigir quaisquer defeitos ou danos. As medidas de reparação realmente tomadas serão em todas as ocasiões da inteira iniciativa, risco e conta do Empreiteiro, mas sujeitas à aprovação da Fiscalização no que se refere aos respectivos detalhes. Em particular, as medidas de reparação assegurarão a plena conformidade com os requisitos das Especificações Técnicas do produto final, não deverão fazer perigar ou danificar quaisquer outras partes dos trabalhos, e deverão ser cuidadosamente controladas e submetidas à Fiscalização para verificação quando concluídas, ou em qualquer fase intermédia, quando considerado necessário. Para orientação do Empreiteiro, são fornecidas adiante indicações quanto ao que será normalmente exigido nos casos mais comuns de defeitos ou danos, mas de forma nenhuma será a Fiscalização obrigada a aceitar ou aprovar as medidas a seguir enunciadas, visto que as medidas de reparação reais serão ditadas pelas circunstâncias de cada caso específico. 1200 - 11 (a) Terraplenagens (i) Nos casos em que um talude em corte tenha sido escavado em excesso ou cortado de forma insuficiente, não será normalmente permitido o reenchimento e o talude no seu todo poderá ter de ser novamente regularizado, de forma a obter-se um talude uniforme. (ii) Quando o fundo de um corte tiver sido feito a uma profundidade demasiada, será normalmente necessário um reenchimento e recompactação com cascalho (material granular) seleccionado no caso de escavação de solo ou cascalho, e com agregado britado ou pedra de tamanho apropriado, no caso de escavações em material rijo. Serão tomadas todas as medidas necessárias para se drenar a água subterrânea que se possa ter acumulado em secções submetidas a reenchimento ou reposição). (iii) As larguras excessivas dos aterros terão de ser regularizadas por meio de corte. (iv) Onde a erosão tenha danificado a superfície dos cortes ou dos aterros, os danos deverão ser reparados mediante reenchimento (reposição) com material apropriado, e regularizados de novo. Nos casos mais sérios, os taludes poderão ter de ser cortados, mediante a formação de banquetas, reenchidos e compactados ao grau de compactação exigido com equipamento ligeiro apropriado, sendo depois novamente regularizados. (b) Estabilização Quaisquer secções que não cumpram os requisitos especificados, ou que fiquem danificadas numa extensão tal, que necessitem de ser demolidas e recompactadas, terão de voltar a ser estabilizadas com o tipo e quantidade de agente estabilizante indicado pela Fiscalização. A Fiscalização poderá igualmente
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