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Direito Constitucional

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DIREITO CONSTITUCIONAL PARA A POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR FREDERICO DIAS 
 
Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 1
Aula 4 – Ordem Social 
Base e objetivos da ordem social. Seguridade social. Meio ambiente. 
Família, criança, adolescente, idoso, índio. 
Bom dia! 
Com esta aula finalizamos o nosso curso. Espero que as informações passadas 
aqui (de forma virtual) auxiliem a sua preparação para o concurso da Polícia 
Federal. 
O edital “está na praça” e sua prova se aproxima. Mas ainda dá tempo de se 
organizar para fechar todas as matérias e ainda separar um tempo para a 
revisão (isso é importante). 
E quanto aos seus estudos, como vão? Esta reta final não é nada fácil! Sei bem 
disso, pois passei por essa sensação também. É isso mesmo! Eu também fiquei 
desanimado, também achei que tinha muita gente mais bem preparada que 
eu, achei que não ia dar tempo de estudar tudo, que precisava de mais tempo 
etc. 
Meu caro, isso é normal... Portanto, não se deixe abater. Agora, sim é que é 
preciso que você mostre ainda mais garra para enfrentar o Cespe nesta prova 
que está por vir. 
Eu sempre digo que não precisa ser gênio para passar num concurso como 
este da PF, mas precisa, isso sim, de muita determinação e força de vontade. 
Em suma, não deixe a peteca cair, bola pra frente! 
Agradeço a confiança e espero ter sido útil para sua futura aprovação. Se você 
tiver gostado do meu trabalho, tenho alguns livros publicados pela Editora 
Método/Grupo Gen. Ademais, estarei sempre aqui no sítio do Ponto. 
Hoje trataremos da ordem social. 
Primeiro apresentaremos as noções gerais desse título da nossa Constituição. 
Logo a seguir entraremos no estudo da seguridade social, meio ambiente, 
família, criança, adolescente, idoso e índio. 
Vale a pena comentar que esses assuntos costumam ser cobrados de forma 
mais literal – o que aumenta a necessidade de se privilegiar a resolução de 
muitos exercícios (que possibilitem o treinamento e memorização). Assim, faça 
a aula com a sua Constituição ao lado (inclusive marcando os principais 
detalhes). 
Vamos então começar a nossa aula! 
Você já estudou a ordem social constitucional? Pois é, podemos iniciar 
relembrando o que vimos quando estudamos a evolução dos direitos 
fundamentais. 
Em síntese, é como se, no século XX, a sociedade começasse a exigir que o 
Estado promovesse ações que assegurassem a todos condições dignas de 
existência. Assim, as Constituições passaram a dispor sobre formas de atuação 
na área econômica e social. 
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No nosso caso em particular, a idéia de uma Constituição social materializa-se 
no Título VIII da CF/88, denominado ordem social. Esse título aborda vários 
assuntos (seguridade social, educação, cultura, desporto, meio ambiente, 
família, índios, ciência e tecnologia). 
Segundo José Afonso da Silva, o título da ordem social e os direitos 
fundamentais constituem o núcleo substancial do regime democrático. 
Nesse sentido, nos termos do art. 193 da CF, a ordem social tem como base o 
primado do trabalho, e como objetivos o bem-estar e a justiça social. 
Sintetizando: 
 
E isso já é importante, pois cai em concursos. Assim, saiba diferenciar base e 
objetivos. 
Ainda segundo José Afonso da Silva, isso implica que as relações econômicas e 
sociais do país devem propiciar trabalho e condição de vida adequada ao 
trabalhador e à sua família, e que a riqueza produzida no país, para gerar 
justiça social, há de ser distribuída de forma equânime. 
Podemos começar com uma questão? 
(CESPE/CONSULTOR/SENADO/2002) Acerca da ordem social nos termos da 
Constituição da República de 1988, julgue os itens subseqüentes. 
1) (CESPE/CONSULTOR/SENADO/2002) A ordem social disposta na 
Constituição de 1988 tem como base a harmonia entre capital e trabalho. 
Observe que a questão ateve-se ao texto da Constituição, cobrando 
essencialmente a memorização do art. 193. 
A base da ordem social é o primado do trabalho, portanto errada a questão. 
Na realidade, a harmonia entre capital e trabalho está na Constituição como 
um dos fundamentos do Estado brasileiro (os valores sociais do trabalho e da 
livre iniciativa). 
Item errado. 
 
Entremos então em cada um dos capítulos que serão cobrados no seu concurso 
da Polícia Federal. 
 
1 – Seguridade Social 
A Seguridade Social está disciplinada entre os artigos 194 e 204 da CF/88. Ela 
compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa: (i) dos Poderes 
Públicos e (ii) da sociedade. 
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Além disso, destina-se a assegurar os direitos relativos à: 
I) à saúde, disciplinada nos arts. 196 a 200 da CF; 
II) à previdência, disciplinada nos arts. 201 e 202; e 
III) à assistência social, disciplinada nos arts. 203 e 204. 
Atenção! É comum as bancas atribuírem à seguridade social como um todo 
características que são específicas da previdência, como o caráter contributivo, 
por exemplo. Não caia nessa! 
Na verdade, o caráter contributivo é característica apenas da previdência 
social, como se depreende do art. 201 da CF: 
“A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter 
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o 
equilíbrio financeiro e atuarial.” 
Nesse sentido, a CF dispõe que a saúde é direito de todos e dever do Estado 
(art. 196) e que a assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social (art. 203). 
De acordo com o parágrafo único do art. 194 da CF/88, compete ao poder 
público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos 
seguintes objetivos: 
I) universalidade da cobertura e do atendimento 
Enquanto a universalidade da cobertura refere-se às situações (riscos) 
cobertas pelo sistema (doença, invalidez, velhice etc.), a universalidade de 
atendimento determina que o sistema atenda a todos que dele precisarem. 
II) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais 
Proíbe discriminações legais arbitrárias entre populações urbanas e rurais (têm 
igualmente direito aos mesmos benefícios e serviços). 
III) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e 
serviços 
O princípio da seletividade relaciona-se à priorização das situações cobertas a 
fim de fornecer atendimento efetivo a quem mais precisa. O princípio da 
distributividade direciona benefícios e serviços aos mais necessitados, 
funcionando como redutor de desigualdades sociais. 
IV) irredutibilidade do valor dos benefícios 
Concedido o benefício, surge para o segurado o direito de não tê-lo reduzido 
em seu valor nominal. 
V) eqüidade na forma de participação no custeio 
O princípio da equidade relaciona-se com as noções de justiça e igualdade na 
forma de custeio. Assim, as contribuições devem ser estabelecidas de acordo a 
capacidade econômica. 
VI) diversidade da base de financiamento 
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A diversidade da base de financiamento prestigia o princípio da solidariedade, 
uma vez que responsabiliza diversos setores da sociedade pelo financiamento 
do sistema de seguridade. 
VII) caráter democrático e descentralizado da administração, 
mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, 
dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos 
colegiados. 
Impõe a organização da seguridade social segundo um sistema descentralizado 
e democrático. 
O esquema abaixo apresenta aestruturação da seguridade social, segundo a 
CF/88. 
Sintetizando: 
 
2) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA 
PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) A seguridade social tem por finalidade 
assegurar exclusivamente os direitos relativos à saúde, mediante um 
conjunto integrado de ações de iniciativa tanto do poder público como da 
sociedade. 
A Seguridade Social está disciplinada no art. 194 da CF. A seguridade social 
compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa: (i) dos Poderes 
Públicos e (ii) da sociedade. 
Além disso, destina-se a assegurar os direitos relativos à: 
I - saúde; 
II – previdência; e 
III - assistência social. 
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Entraremos em cada um desses aspectos logo a seguir. Mas, por enquanto, é 
relevante saber que a seguridade social compreende todos os três. Assim, 
errada a questão. 
Item errado. 
3) (CESPE/PROCURADOR/PGEPI/2008) Compete ao poder público, nos 
termos da lei, organizar a seguridade social, com base no caráter 
democrático e descentralizado da administração, mediante gestão bipartite 
e com a participação dos trabalhadores e dos empregadores. 
De acordo com o § único do art. 194 da CF compete ao poder público, nos 
termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos objetivos listados 
nos incisos de I a VII e apresentados no esquema anterior. 
Um desses objetivos refere-se ao caráter democrático e descentralizado da 
administração, mediante gestão quadripartite, com participação (nos órgãos 
colegiados): 
I - dos trabalhadores; 
II - dos empregadores; 
III - dos aposentados; e 
IV - do Governo. 
Item errado. 
4) (CESPE/CONSULTOR/SENADO/2002) Entre os objetivos da seguridade 
social, em face de recente processo de flexibilização, já não mais se inclui 
a universalização de cobertura e atendimento. 
Outro objetivo do sistema de seguridade social é o da universalização da 
cobertura e do atendimento (art. 194, § único, I). 
Com essas duas questões foi possível observar a necessidade de se memorizar 
os objetivos da seguridade social. 
Item errado. 
5) (CESPE/OAB/2007) A seguridade social compreende um conjunto 
integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade 
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à 
assistência social, as quais exigem caráter contributivo. 
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa 
dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos 
relativos: 
I - à saúde, disciplinada nos arts. 196 a 200 da CF; 
II - à previdência, disciplinada nos arts. 201 e 202; e 
III - à assistência social, disciplinada nos arts. 203 e 204. 
É errado, porém, dizer que a seguridade social exige caráter contributivo. Na 
verdade, o caráter contributivo é característica apenas da previdência social, 
como se depreende do art. 201 da CF: 
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“A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter 
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o 
equilíbrio financeiro e atuarial.” 
Atenção! É comum as bancas atribuírem à seguridade social como um todo, 
características que são específicas da previdência, como o caráter contributivo. 
Não caia nessa! 
Aliás, a CF dispõe que a saúde é direito de todos e dever do Estado (art. 196) 
e que a assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social (art. 203). 
Item errado. 
6) (CESPE/AGENTE/PF/2004) A seguridade social, que pode ser definida 
como o conjunto de ações integradas, de iniciativa dos poderes públicos e 
da sociedade, destinadas exclusivamente a assegurar direitos relativos à 
previdência social e à assistencial social, tem como um dos objetivos que 
fundamentam sua organização a diversidade da base de financiamento. 
Mais uma vez o CESPE fez uma questão restringindo a seguridade social a uma 
ou duas de suas vertentes. Não caia nessa! A seguridade social compreende 
um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da 
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos: (i) à saúde, (ii) à 
previdência e (iii) à assistência social. 
Um dos objetivos que fundamentam a organização da seguridade social é 
realmente a diversidade da base de financiamento. 
Item errado. 
7) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPU/2004) As ações propositivas de 
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade que asseguram os direitos 
relacionados à saúde, à educação, à assistência social e à previdência 
constituem o conceito de seguridade social, conforme estabelecido no 
título da Ordem Social da Constituição Federal. 
Os direitos relativos à educação não se encontram entre os componentes da 
seguridade social, que abrange apenas saúde, previdência e assistência social. 
Item errado. 
 
1.1 – Financiamento da Seguridade Social 
O art. 195 da CF explicita como se dará o financiamento da seguridade social. 
“Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de 
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos 
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das 
seguintes contribuições sociais: (...)” 
As formas de financiamento decorrem: (i) do orçamento dos entes federados; 
e (ii) de contribuições sociais. Nesse sentido, há participação do governo, 
das empresas e dos trabalhadores no custeio da seguridade social, segundo 
o princípio da diversidade da base de financiamento. 
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É importante conhecer as formas de financiamento da seguridade social 
apresentadas no art. 195. Segue abaixo um esquema que pode ajudá-lo a 
memorizar esses aspectos, o que não substitui a necessidade de você conhecer 
o próprio teor do art. 195. 
Sintetizando: 
 
Além dessas fontes de financiamento, lei complementar poderá instituir 
outras destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social. 
Mas observe um detalhe previsto no § 6°: essa instituição de novas 
contribuições deverá respeitar a chamada anterioridade nonagesimal. É 
dizer que só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da 
publicação da lei que as houver instituído ou modificado. 
Por outro lado, não estarão sujeitas à anterioridade do exercício financeiro (CF, 
art. 150, III, “b”), podendo ser cobradas no mesmo exercício em que tenham 
sido instituídas, desde que respeitados os 90 dias. 
Devemos destacar duas imunidades previstas nesse art. 195. As contribuições 
sociais para a seguridade social não poderão incidir sobre: 
I - aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência 
social (CF, art. 195, II); 
Anote-se, aqui, uma importante diferença em relação ao regime próprio de 
previdência dos servidores públicos, previsto no art. 40 da Constituição 
Federal: os proventos e as pensões concedidas sob o regime próprio de 
previdência dos servidores públicos sofrem a incidência de contribuição 
previdenciária (CF, art. 40, § 18), ao passo que a aposentadoria e a pensão 
concedidas pelo regime geral de previdência para os trabalhadores em geral 
estão imunes à incidência de contribuição. 
II - entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências 
estabelecidas em lei (CF, art. 195, § 7°). 
Destaque-se que a pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade 
social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público 
nem dele receber benefíciosou incentivos fiscais ou creditícios (CF, art. 195, § 
3°). 
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É de se observar ainda que nenhum benefício ou serviço da seguridade social 
poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de 
custeio total (CF, art. 195, § 5°). 
8) (CESPE/ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA/MPS/2010) A CF 
prevê, expressamente, como fonte de financiamento para a seguridade 
social, a contribuição social da empresa incidente sobre o lucro. 
O art. 195 da CF explicita como se dará o financiamento da seguridade social. 
Assim, a seguridade social será financiada por toda a sociedade mediante 
recursos provenientes: (i) dos orçamentos dos entes federados; e (ii) de 
contribuições sociais. Segundo a CF, incidirá contribuição social sobre o lucro 
das empresas (CF, art.195, I, “c”). 
Item certo. 
9) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MTE/2008) Sobre a receita de 
concursos de prognósticos incide contribuição social destinada a financiar 
a seguridade social. 
Segundo a CF, incidirá contribuição social sobre a receita de concursos de 
prognósticos (CF, art.195, III). 
Item certo. 
10) (CESPE/TÉCNICO SOCIAL COM FORMAÇÃO EM SERVIÇO 
SOCIAL/SEAD/CEHAP/PB/2008) A seguridade é um sistema de cobertura 
de contingências sociais destinado a todos os que se encontram em estado 
de necessidade, não restringindo os benefícios nem aos contribuintes nem 
à perda da capacidade laborativa. 
A seguridade social não se restringe ao atendimento aos contribuintes ou 
àqueles que tenham perdido sua capacidade de trabalho. A saúde, por 
exemplo, é direito de todos (CF, art. 196) e a assistência social será prestada a 
quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social 
(CF, art. 203). 
Item certo. 
11) (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA/2008) 
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de 
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar 
exclusivamente os direitos à previdência social. 
A seguridade não se restringe à previdência social. Ela abrange também a 
saúde e a assistência social (CF, art. 194). 
Item errado. 
12) (CESPE/ESCRIVÃO/PF/2004) É possível a criação de benefício da 
seguridade social sem indicação da correspondente fonte de custeio total 
caso esse benefício seja classificado como atividade essencial do Estado. 
Segundo o art. 195, § 5°, nenhum benefício ou serviço da seguridade social 
poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de 
custeio total. 
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Item errado. 
13) (CESPE/ESCRIVÃO/PF/2004) Uma das formas de financiamento da 
seguridade social é a contribuição social incidente sobre a receita de 
concursos de prognósticos. 
Já vimos as formas de financiamento da seguridade social, de acordo com o 
art. 195 da CF. Entre elas destaca-se a contribuição sobre a receita de 
concursos de prognósticos (art. 195, III). 
Item certo. 
14) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE/MA/2005) A seguridade social foi 
constitucionalmente dividida em normas sobre saúde, previdência social e 
assistência social. 
Como já vimos, a seguridade social divide-se em saúde, previdência social e 
assistência social. 
Item certo. 
15) (CESPE – ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/TO/2005) Por disposição expressa 
da Constituição Federal, quaisquer normas reguladoras das contribuições 
sociais instituídas para o financiamento da seguridade social somente 
podem entrar em vigor após decorridos noventa dias da data da 
publicação da lei respectiva. 
Somente estão submetidas à anterioridade nonagesimal (art. 195, § 6°) as leis 
que venham instituir ou aumentar contribuições sociais, já que trata do 
princípio da não-surpresa. Ou seja, não são quaisquer normas reguladoras do 
tema. 
Como exemplo, podemos apresentar a súmula 669 do STF, que estabelece que 
a norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não 
se sujeita ao princípio da anterioridade. 
Item errado. 
 
1.2 – Saúde 
Vejamos alguns aspectos relativos ao direito à saúde. Segundo nossa 
Constituição, a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante 
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de 
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua 
promoção, proteção e recuperação. 
Portanto, como já visto, a saúde é uma das vertentes da seguridade social que 
não exige contribuição, podendo qualquer um se dirigir à rede hospitalar 
pública e requerer atendimento. 
De acordo com o art. 197, as ações e serviços de saúde são de relevância 
pública, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua 
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita 
diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica 
de direito privado. 
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As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e 
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as 
seguintes diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem 
prejuízo dos serviços assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
Atenção! Você deve ficar atento para a Emenda Constitucional 63/2010, que 
dispõe sobre piso salarial profissional nacional e diretrizes para os Planos de 
Carreira de agentes comunitários de saúde e de agentes de combate às 
endemias. 
Assim, de acordo com a nova redação dada ao § 5° do art. 198 da CF/88: 
“§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial 
profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a 
regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de 
combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar 
assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial.” 
O art. 199 estabelece a forma de participação da iniciativa privada no sistema 
de saúde. Assim, as instituições privadas poderão participar de forma 
complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante 
contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades 
filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
A assistência à saúde é livre às instituições privadas, que poderão participar de 
forma complementar do SUS. Todavia, o § 2° do art. 199 veda a destinação de 
recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins 
lucrativos. 
O § 3° do art. 199 veda a participação direta ou indireta de empresas ou 
capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos 
em lei. 
Segundo o § 4°, a lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a 
remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, 
pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de 
sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. 
Quanto a esse último aspecto, você deve ter em mente aquela importante 
decisão do Supremo Tribunal Federal, já comentada no nosso curso. O Tribunal 
julgou constitucional o art. 5° da Lei federal 11.105/2005 (Lei da 
Biossegurança), que permite, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de 
células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por 
fertilização in vitro e não usados no respectivo procedimento. Nesse caso, 
entendeu o STFque deveria prevalecer o direito à saúde e o direito à livre 
expressão da atividade científica (ADI 3.510, 28 e 29-5-08). 
Vejamos algumas questões. 
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16) (CESPE/ADMINISTRADOR/MTE/2008) Caso uma clínica privada 
especializada em transplante de medula óssea pretenda estender os seus 
serviços para o atendimento à população carente, nesse caso, ainda que 
essa clínica integre o Sistema Único de Saúde, não poderá receber 
recursos públicos para auxílios ou subvenções se tiver fins lucrativos. 
A assistência à saúde é livre às instituições privadas, que poderão participar de 
forma complementar do SUS. Todavia, o § 2° do art. 199 veda a destinação 
de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições 
privadas com fins lucrativos. 
Item certo. 
17) (CESPE/AGENTE/PF/2004) As instituições privadas podem participar de 
forma complementar do Sistema Único de Saúde mediante contrato de 
direito público ou convênio. 
Segundo o art. 199, a assistência à saúde é livre à iniciativa privada, sendo 
que o § 1° estabelece que as instituições privadas poderão participar de forma 
complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante 
contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades 
filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
Item certo. 
18) (CESPE/TCE-PE/2004) A disciplina constitucional da saúde permite que, no 
âmbito do Sistema Único de Saúde, o poder público colabore com 
quaisquer instituições privadas prestadoras de serviços de saúde, 
mediante a destinação de auxílios e subvenções, conforme o caso. 
É permitido que as instituições privadas participem de forma complementar do 
sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito 
público ou convênio. Nesse caso, terão preferência as entidades filantrópicas e 
as sem fins lucrativos, sendo vedada a destinação de recursos públicos 
para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins 
lucrativos. 
Ou seja, não serão quaisquer instituições que poderão receber auxílios e 
subvenções, apenas aquelas que não tiverem fins lucrativos. 
Item errado. 
19) (CESPE/TCE-PE/2004) O direito à saúde, na Constituição da República, é, 
em certa medida, tratado como uma manifestação do princípio da 
igualdade. 
Essa é mais uma ótima questão do CESPE, em que é realizada uma abordagem 
sistemática da Constituição. Nesse caso, a assertiva apresenta uma interação 
entre o direito à saúde e o princípio da igualdade, realmente existente na 
Constituição. 
Primeiramente, o art. 6° estabelece a saúde como um dos direitos sociais da 
pessoa. Já no art. 5° a constituição estatui que todos são iguais perante a lei, 
sem distinção de qualquer natureza. 
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Assim, em homenagem a esses dois comandos fundamentais do Estado 
brasileiro, na ordem social, a saúde é apresentada como direito de todos e 
dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem 
à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação 
(art. 196). 
Item certo. 
20) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE/MA/2005) A Constituição Federal 
impõe ao poder público a obrigação de garantir aos cidadãos o acesso 
universal e igualitário a ações e serviços de saúde. 
A assertiva traz a regra prevista no art. 196 da CF, segundo o qual a saúde é 
direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção 
e recuperação. 
Item certo. 
21) (CESPE – ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/TO/2005) A instituição de um 
sistema único de saúde, por meio de uma rede regionalizada e 
hierarquizada, está prevista na Constituição Federal, devendo tal sistema 
ser organizado de acordo com as diretrizes de descentralização, 
atendimento integral e participação da comunidade. 
A questão cobra do candidato o conhecimento do art. 198 da CF. 
As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e 
hierarquizada e constituem um sistema único. 
A organização desse sistema deve seguir as seguintes diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, 
sem prejuízo dos serviços assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
Item certo. 
22) (CESPE/PROCURADOR/PGE/PI/2008) A lei disporá sobre as condições e os 
requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias 
humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a 
coleta, o processamento e a transfusão de sangue e seus derivados, sendo 
vedado todo tipo de comercialização. 
A questão limita-se a reproduzir o art. 199, § 4°, segundo o qual a lei disporá 
sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e 
substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem 
como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo 
vedado todo tipo de comercialização. 
Item certo. 
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23) (CESPE/JUIZ FEDERAL/TRF5/2009) Caso seja praticado crime de 
estelionato contra instituição privada que integra o SUS, a instauração do 
inquérito policial é atribuição constitucionalmente prevista para a Polícia 
Federal. 
Essa questão relaciona o assunto da aula passada com nosso tema de hoje. A 
competência da Polícia Federal alcança os crimes em detrimento de bens, 
serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas 
públicas (CF, art. 144, § 1°, I). 
Por outro lado, o SUS compõe-se não só de entidades federais, mas também 
de instituições privadas (CF, art. 199, § 1°) e de outros entes federados (CF, 
art. 198, I). Assim, não será de competência da justiça federal o julgamento e 
nem de competência da polícia federal a apuração se o crime praticado não 
ocorrer em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas 
autarquias e empresas públicas. 
Seria diferente se fosse o caso de desvio de verbas repassadas pela União para 
uma empresa pública ou autarquia federal. Nesse caso, competiria à PF a 
apuração. 
Item errado. 
 
Para terminarmos os aspectos constitucionais relacionados à saúde, cabe 
destacar que ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, 
nos termos da lei (CF, art. 200): 
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse 
para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; 
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de 
saúde do trabalhador; 
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; 
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de 
saneamento básico; 
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e 
tecnológico; 
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor 
nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; 
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e 
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; 
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho. 
 
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1.3 – Previdência Social 
A previdência social é uma espécie de seguro social que tem por finalidade 
atender às pessoas contra infortúnios que elas possam ter ao longo de sua 
vida (como doenças, invalidez, acidentes etc.). Em resumo, como qualquer 
seguro, a pessoa recolhe determinada quantia regularmente e tem a proteção 
contra esses riscos. 
Ou seja, a previdência tem um caráter contributivo. Com isso, os 
benefícios não são assegurados a todos os cidadãos. 
Outro aspecto é o de que para funcionar o sistema, tem de haver mais pessoas 
contribuindo a fim de se formar um montante suficiente para sustentar os 
benefícios. Assim, outra característica da previdência é o fato de ela ser 
obrigatória. 
Lembre-se ainda de que a previdência social tem dois regimes distintos: o 
regime geral (art. 201 da CF) e o regime próprio dos servidores públicos (art. 
40). 
É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de 
segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência 
(CF, art. 201, § 5º). 
 
 
É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de 
aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, 
ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que 
prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados 
portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar (CF, art. 
201, § 1º). 
Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do 
trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo (CF, art. 
201, § 2º). 
cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e 
idade avançada 
proteção à maternidade, especialmente à gestante 
proteção ao trabalhador em situação de desemprego 
involuntário 
salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes 
dos segurados de baixa renda 
pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao 
cônjuge ou companheiro e dependentes 
PREVIDÊNCIA 
SOCIAL 
organizada sob a forma de regime 
geral, de caráter contributivo e de 
filiação obrigatória, observados 
critérios que preservem o equilíbrio 
financeiro e atuarial, e atenderá, 
nos termos da lei, a: 
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Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício 
serão devidamente atualizados, na forma da lei (CF, art. 201, § 3º). Assim, é 
assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter 
permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei (CF, art. 201, § 
4º). 
A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor 
dos proventos do mês de dezembro de cada ano (CF, art. 201, § 6º). 
É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos 
da lei, obedecidas as seguintes condições (CF, art. 201, § 7º): 
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de 
contribuição, se mulher; 
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se 
mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos 
os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia 
familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. 
Os requisitos a que se refere o inciso I serão reduzidos em cinco anos, para o 
professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das 
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio 
(CF, art. 201, § 8º). 
Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de 
contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, 
hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão 
financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei (CF, art. 201, § 9º). 
Segundo o § 10 do art. 201 da Constituição, caberá à Lei disciplinar a 
cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente 
pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado. 
Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao 
salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão 
em benefícios, nos casos e na forma da lei (CF, art. 201, § 11). 
Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a 
trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem 
exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que 
pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de 
valor igual a um salário-mínimo (CF, art. 201, § 12). Esse sistema especial 
terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do 
regime geral de previdência social (CF, art. 201, § 13). 
24) (CESPE/TÉCNICO SOCIAL COM FORMAÇÃO EM SERVIÇO 
SOCIAL/SEAD/CEHAP/PB/2008) A previdência social tem como objetivo 
básico assegurar determinados benefícios a todos os cidadãos. Tais 
benefícios destinam-se a cobrir eventos de doenças, invalidez e morte, 
proteger a maternidade, proteger o trabalhador em situação de 
desemprego, entre outros. 
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A previdência social é uma espécie de seguro social que tem por finalidade 
atender às pessoas que contribuíram (nesse sentido, os benefícios não são 
assegurados a todos os cidadãos). 
Item errado. 
25) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MTE/2008) Mesmo que um servidor 
público federal possua regime próprio de previdência social, ele poderá ser 
contribuinte facultativo do regime geral de previdência social. 
Como vimos, há dois regimes de previdência: (i) geral; e (ii) próprio dos 
servidores públicos. 
O art. 201, § 5º, veda o ingresso de pessoa participante do Regime Próprio de 
Previdência Social na qualidade de segurado facultativo do Regime Geral da 
Previdência Social. 
Por outro lado, há a possibilidade de inscrição facultativa de pessoa não 
participante de nenhum regime, como a dona de casa que não recebe 
nenhuma forma de remuneração, por exemplo. 
Item errado. 
26) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE/MA/2005) A previdência social tem 
como uma de suas finalidades amparar as pessoas reconhecidamente 
hipossuficientes, prestando-lhes auxílio em casos de doença, invalidez, 
morte e idade avançada. 
Já vimos as finalidades da previdência social anteriormente. Observa-se entre 
elas, a cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada 
(art. 201, I). 
Item certo. 
27) (CESPE/Defensor Público/DPGE/2007) Embora não conste expressamente 
no título que trata da ordem social na Constituição Federal, o princípio da 
solidariedade é postulado fundamental para a compreensão do regime 
financeiro da previdência social brasileira, representado de maneira 
evidente pelo pacto das gerações, característica dos sistemas de 
repartição. 
Cheguei a mencionar que para o sistema de previdência social funcionar é 
necessário que haja muita gente contribuindo a fim de se formar um montante 
suficiente para sustentar os benefícios. Daí decorre o seu caráter obrigatório, 
expresso no art. 201. 
A isso se refere a assertiva, ao mencionar o princípio da solidariedade. De 
maneira simples, podemos dizer que quem contribui hoje ajuda a formar um 
montante de recursos que pode sustentar a aposentadoria de outras pessoas 
que já não podem trabalhar. Daqui a alguns anos outras pessoas estarão 
contribuindo para sustentar a aposentadoria dessa mesma pessoa que 
contribui hoje e por aí vai... 
Item certo. 
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28) (CESPE/PROCURADOR/PGEPI/2008) Para efeito de aposentadoria, é 
assegurada a contagem, de forma autônoma, do tempo de contribuição na 
administração pública ou na atividade privada, rural e urbana, não sendo 
lícita a compensação financeira entre os dois sistemas. 
A questão está em desacordo com o § 9° do art. 201, já que a contagem do 
tempo de contribuição é realizada de forma recíproca, havendo compensação 
entre os sistemas. 
Nos termos da CF, para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem 
recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade 
privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de 
previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios 
estabelecidos em lei. 
Item errado. 
 
Por fim, cabe comentar como a Constituição disciplina a previdência privada, 
de caráter complementar. 
Segundo o art. 202, o regime de previdência privada, de caráter complementar 
e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência 
social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o 
benefício contratado, e regulado por lei complementar. Essa lei assegurará ao 
participante de planos de benefícios de entidades de previdência privada o 
pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos planos. 
As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais 
previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de 
previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, 
assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a 
remuneração dos participantes, nos termos da lei (CF, art. 202, § 2°). 
Segundo o § 3º do art. 202 da CF/88, é vedado o aporte de recursos a 
entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de 
economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de 
patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal 
poderá exceder a do segurado. 
Por fim, cabe destacar que Lei complementar: 
I) disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, 
inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e 
empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de 
entidades fechadas de previdência privada, e suas respectivas entidades 
fechadas de previdência privada (CF, art. 202, § 4°); aplicando-se, no que 
couber, às empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação 
de serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades fechadas de 
previdência privada (CF, art. 202, § 5°); e 
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II) estabelecerá os requisitos para a designação dos membros das diretorias 
das entidades fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos 
participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses 
sejam objeto de discussão e deliberação (CF, art. 202, § 6°). 
29) (CESPE/DELEGADO/PF/2004) É vedado à União, pela Constituição Federal, 
qualquer tipo de aporte de recursos a entidade de previdência privada, 
sendo a desobediência a essa determinação considerada crime contra a 
ordem social. 
Segundo o art. 202, § 3°, como regra é vedado o aporte de recursos a 
entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de 
economia mista e outras entidades públicas. 
Todavia, existe uma exceção para a condição de patrocinador, situação na 
qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do 
segurado. 
Item errado. 
30) (CESPE/PROCURADOR/PGEPI/2008) É vedado o aporte de recursos a 
entidade de previdência privada pela União, pelos estados, pelo DF e pelos 
municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de 
economia mista e outras entidades públicas, ainda que na qualidade de 
patrocinador. 
Apesar de, como regra, ser vedado o aporte de recursos a entidade de 
previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas 
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e 
outras entidades públicas, existe uma exceção. Trata-se da possibilidade de 
contribuição na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese 
alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado (art. 202, § 
3°). 
Item errado. 
 
1.4 – Assistência Social 
O art. 203 da CF apresenta os objetivos da assistência social, sendo um deles 
a promoção da integração ao mercado de trabalho. O esquema abaixo organiza 
as informações constantes no art. 203. 
 
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As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com 
recursos do orçamento da seguridade social, além de outras fontes, e 
organizadas com base nas seguintes diretrizes: 
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as 
normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos 
programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades 
beneficentes e de assistência social; 
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na 
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis (CF, art. 
204). 
É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à 
inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita 
tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: 
I - despesas com pessoal e encargos sociais; 
II - serviço da dívida; 
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos 
investimentos ou ações apoiados (CF, art. 204, parágrafo único). 
31) (CESPE/ADMINISTRADOR/MTE/2008) A promoção da integração ao 
mercado de trabalho é um objetivo da assistência social. 
De fato, esse é um dos objetivos da assistência social (CF, art. 203, III). 
Item certo. 
32) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MTE/2008) Suponha que Maria, de 25 
anos de idade, possua deficiência que a incapacita ao trabalho e que, na 
casa em que mora, com a mãe e mais cinco irmãos, a renda familiar seja 
de um salário mínimo. Nessa situação, Maria tem direito a benefício da 
o amparo às crianças e adolescentes carentes 
a promoção da integração ao mercado de trabalho 
a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de 
deficiência e a promoção de sua integração à vida 
comunitária 
a garantia de um 
salário mínimo de 
benefício mensal 
ASSISTÊNCIA 
SOCIAL 
Prestada a quem dela 
precisar, 
independentemente de 
contribuição à seguridade 
social, e tem por objetivos: 
que comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família 
I - à pessoa portadora 
de deficiência 
II - ao idoso 
a proteção à família, à maternidade, à infância, à 
adolescência e à velhice 
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assistência social, no valor de um salário mínimo por mês, mesmo na 
hipótese de jamais ter contribuído para a seguridade social. 
Muito interessante a situação hipotética apresentada na questão. Pelo art. 203 
um dos objetivos da assistência social consiste na garantia de um salário 
mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência que comprove 
não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua 
família. Observe que Maria enquadra-se nessasituação, visto que nem ela 
pode trabalhar, nem sua família tem condições de sustentá-la. 
Ademais, ainda segundo o art. 203, a assistência social independe de 
contribuição, sendo prestada a quem dela precisar. Assim, não há óbice em 
que Maria receba benefício sem ter jamais contribuído para a seguridade 
social. 
Item certo. 
33) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE/MA/2005) A Constituição Federal 
estabelece que a assistência social deve ser prestada a quem dela 
necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social. 
Observe essa característica da assistência social, muito cobrada pelo Cespe. 
Diferentemente da previdência social, que tem caráter contributivo, a 
assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de 
contribuição à seguridade social (art. 203). Não vá errar isso, hein! 
Item certo. 
34) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE/MA/2005) As ações governamentais na 
área da assistência social são realizadas com recursos do orçamento da 
seguridade social, sendo proibida a obtenção de recursos de outras fontes. 
O financiamento da seguridade social será realizado por toda a sociedade, de 
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos 
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e de 
contribuições sociais. 
O art. 195 lista entre os incisos de I a IV a competência tributária discriminada 
para instituição de contribuições sociais para a seguridade social. Essas 
contribuições serão materializadas pela edição de lei ordinária. 
Já o § 4° do art. 195 institui a competência residual, que possibilita à União, 
por meio de lei complementar, criar outras fontes destinadas a garantir a 
manutenção ou expansão da seguridade social. 
Aliás, aqui vale destacar o seguinte: para a instituição de contribuições sobre 
as materialidades já previstas nos incisos do art. 195 da Constituição, a 
Constituição só exige lei ordinária; já para a União utilizar-se de sua 
competência residual para a instituição de outras fontes destinadas a 
manutenção ou expansão da seguridade social, exige-se a edição de lei 
complementar (art. 195, § 4º). 
Item errado. 
(CESPE/OAB/2007) Josias foi aposentado por invalidez, por ter contraído o 
vírus da AIDS, e não tem condições econômicas de custear o seu tratamento, 
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já que os custos com medicação e as despesas de seu filho de 10 anos de 
idade ultrapassam o valor de seus proventos de aposentadoria. Considerando a 
situação hipotética acima, julgue os itens à luz da ordem social e do 
entendimento do STF. 
35) (CESPE/OAB/2007) As ações de assistência social devem ser prestadas a 
Josias, independentemente de suas condições econômicas, pelo fato de ele 
ser pai de uma criança. 
Vimos que a assistência social independe de contribuição, mas depende das 
condições econômicas do destinatário. 
De acordo com o art. 203, as ações de assistência social serão prestadas a 
quem delas necessitar. Além disso, entre seus objetivos podemos destacar: 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
e 
II - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora 
de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à 
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a 
lei. 
Item errado. 
36) (CESPE/PROCURADOR/PGEPI/2008) A assistência social será prestada a 
quem dela necessitar, desde que o interessado seja contribuinte da 
seguridade social. 
De acordo com a CF, a assistência social não tem caráter contributivo. 
Portanto, será prestada a quem dela necessitar, independentemente de 
contribuição à seguridade social. 
Você acertou essa, não é? Depois de tanto repetir, tomara que ela caia no seu 
concurso e você acerte lá também... RS 
Item errado. 
(CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2008) Diante de uma 
reportagem jornalística que apontava os maus-tratos sofridos por idosos em 
um asilo, os quais não tinham condições de se locomover para um hospital, o 
MP resolveu firmar com o município um termo de ajustamento de conduta, no 
qual esse ficaria responsável por dissolver a associação responsável por 
administrar aquele estabelecimento privado, bem como proporcionar uma nova 
sede e transporte público coletivo a todos aqueles que ali se encontravam 
internados. Solicitou, por fim, a abertura de inquérito policial para apurar o 
fato. Conforme foi verificado pela própria associação, a responsabilidade pelos 
maus-tratos aos idosos foi imputada a um associado, que foi 
compulsoriamente excluído da associação. Considerando a situação hipotética 
acima, julgue os itens de acordo com o tratamento constitucional do idoso e os 
direitos e garantias individuais. 
37) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2008) A liberdade 
de associação não é um direito fundamental absoluto, devendo guardar 
relação com outros direitos, como o da dignidade da pessoa humana e da 
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proteção aos idosos. Dessa forma, agiu corretamente o MP ao buscar a 
dissolução da referida associação, a qual demonstrou não ter condições de 
administrar o asilo. 
Realmente, a liberdade de associação, assim como os demais direitos 
fundamentais, não tem natureza absoluta, devendo guardar relação com 
outros direitos. Até aí a questão está correta. 
Todavia, não pode o MP dissolver a associação, pois se trata de reserva de 
jurisdição. Você se lembra da aula 1? 
A Constituição garante a plena liberdade de associação para fins lícitos, 
exigindo decisão judicial a suspensão das suas atividades ou a dissolução 
compulsória, exigindo-se o trânsito em julgado nesse último caso. 
Item errado. 
38) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2008) A CF 
garante, conforme dispuser a lei, o benefício assistencial mensal, de um 
salário mínimo, à pessoa idosa, desde que esta comprove não possuir 
meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. 
Segundo o art. 203, V, a assistência social será prestada a quem dela 
necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, 
garantindo-se um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. 
Item certo. 
 
2 – Meio Ambiente 
Ao arrepio da doutrina, que não considera o meio ambiente como assunto 
propriamente da ordem social, a Constituição inseriu um capítulo específico 
sobre meio ambiente dentro da ordem social. 
Segundo o art. 225 da CF, todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de 
vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
É de se observar que o meio ambiente é bem de uso comum do povo e não 
bem dominial ou bem de uso especial. Fique atento a essa detalhe, pois é 
comum o Cespe fazer essa confusão. 
A classificação de bens públicos é assunto de direito administrativo e direito 
civil. Mas, em linhas gerais, podemos classificá-los quanto à destinação em (i) 
bens de uso comum do povo, (ii) bens de uso especial e (iii) bens dominais. 
Segue uma breve descrição. 
Os bens de uso comum do povo são aqueles destinados à utilização de todos, 
em igualdade de condições, independentemente de consentimento. Como 
exemplos, podemos citar as praias, os mares, as praças e, o mais importante 
para nossa prova, o meio ambiente. 
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Os bens de uso especial são aqueles destinados à execução dos serviços 
administrativos, utilizados pela administração para a execução dos serviços 
públicos (os prédios utilizados para a prestação dos serviços públicos, por 
exemplo). 
Por fim, os bens dominiais são os que constituem o patrimônio das pessoas 
jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada 
uma delas (as terras devolutas e os demais bens que não sejam de uso 
comum do povo e que não estejam afetados à prestação de algum serviço 
público, por exemplo). 
Na realidade, para a nossa disciplina, o que importa é você guardar que o meio 
ambiente é bem de uso comum do povo. 
Segundo a CF, para assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente 
equilibrado, incumbe ao Poder Público: 
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo 
ecológico das espécies e ecossistemas; 
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e 
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material 
genético; 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a 
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que 
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, 
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; 
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos 
e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio 
ambiente; 
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente; 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que 
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou 
submetam os animais a crueldade. 
Segundo o § 2º do art. 225 da CF/88, aquele que explorar recursos minerais 
fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução 
técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. 
E as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão 
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados (CF, art. 225, 
§ 3°). 
Segundo o art. 225, § 4°, são patrimônio nacional: 
I - a Floresta Amazônica brasileira; 
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II - a Mata Atlântica 
III - a Serra do Mar; 
IV - o Pantanal Mato-Grossense; e 
V - a Zona Costeira 
Além disso, sua utilização deverá ser feita, na forma da lei, dentro de 
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto 
ao uso dos recursos naturais. 
De se destacar que são indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos 
Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas 
naturais (CF, art. 225, § 5°). 
Segundo o § 6° do art. 225, as usinas que operem com reator nuclear deverão 
ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser 
instaladas. 
39) (CESPE/JUIZ FEDERAL/TRF5/2009) Todos os brasileiros têm direito ao 
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem dominial da União e 
essencial à sadia qualidade de vida. Nesse sentido, impõe-se ao poder 
público e à coletividade o dever de defender o meio ambiente e preservá-
lo para as presentes e futuras gerações. 
Segundo o art. 225 da CF, todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de 
vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
Item errado. 
40) (CESPE/AUXILIAR DE TRÂNSITO/SEPLAG/DETRAN/DF/2008) O direito ao 
meio ambiente ecologicamente equilibrado é considerado direito 
fundamental de terceira geração. 
Questão interessante, que mescla o assunto de hoje com o da primeira aula. 
Vimos que os direitos fundamentais podem ser de primeira, segunda ou 
terceira geração (ou dimensão). 
Na primeira geração ou dimensão, temos os direitos ligados aos ideais do 
Estado liberal, de natureza negativa, com foco na liberdade individual frente 
ao Estado (direitos civis e políticos). 
Na segunda dimensão, temos os direitos ligados aos ideais do Estado social, de 
natureza positiva, com foco na igualdade entre os homens (direitos sociais, 
culturais e econômicos). 
Há, ainda, a terceira dimensão, em que temos os direitos de índole coletiva e 
difusa (pertencentes a um grupo indeterminável de pessoas), com foco na 
fraternidade entre os povos (direito ao meio ambiente, à paz, ao progresso 
etc.). 
Mais uma informação para você guardar: o direito ao meio ambiente é de 
terceira geração ou dimensão. 
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Item certo. 
(CESPE/ANALISTA AMBIENTAL/ICMBIO/2008) A União, após realizar 
levantamentos em determinada área do pantanal mato-grossense, editou 
decreto expropriatório de uma fazenda ali situada, para fins de reforma 
agrária. O proprietário do imóvel rural impugnou judicialmente o decreto de 
desapropriação alegando que a CF, ao instituir o pantanal mato-grossense 
como área especialmente protegida, impedia, juridicamente, que a União, por 
meio de atividade expropriatória, promovesse e executasse ali projetos de 
reforma agrária, notadamente nos imóveis rurais. Tendo como referência a 
situação hipotética acima, julgue os itens a seguir. 
41) (CESPE/ANALISTA AMBIENTAL/ICMBIO/2008) O pantanal mato-grossense, 
assim como a floresta amazônica, a mata atlântica, a Serra do Mar e a 
zona costeira, de fato, foi declarado pela CF como patrimônio nacional, o 
que identifica a referida área também como bem da União. 
Segundo o art. 225, § 4°, são patrimônio nacional: (i) a Floresta Amazônica 
brasileira; (ii) a Mata Atlântica; (iii) a Serra do Mar; (iv) o Pantanal Mato-
Grossense; e (v) a Zona Costeira. 
Além disso, sua utilização deverá ser feita, na forma da lei, dentro de 
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto 
ao uso dos recursos naturais. 
Mas o fato de defini-los como patrimônio nacional não quer dizer que esses 
bens pertencem à União. 
Interessante observar que o próprio STF já se manifestou nesse sentido: 
"Não é a Mata Atlântica, que integra o patrimônio nacional a que alude o artigo 
225, § 4º, da Constituição Federal, bem da União” (RE 300.244, 20/11/01). 
Item errado. 
42) (CESPE/ANALISTA AMBIENTAL/ICMBIO/2008) A situação esboça uma 
tensão entre interesses constitucionais, quais sejam, o direito de 
propriedade e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
Ocorre que a CF, ao impor ao poder público o dever de fazer respeitar a 
integridade do patrimônio ambiental, não o inibe de intervir na esfera 
dominial privada e de promover a desapropriação de imóveis rurais para 
fins de reforma agrária, especialmente porque este é um dos instrumentos 
de realização da função social da propriedade. 
Em situações concretas, como a apresentada na questão, é comum nos 
deparamos com conflitos entre bens jurídicos constitucionalmente protegidos. 
No caso em tela, trata-se de colisão entre o direito de propriedade e o direito 
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Nesse tipo de situação deve-se 
buscar a harmonização entre esses direitos, prevalecendoum ou outro, 
dependendo do caso concreto. 
A própria Constituição, ao mesmo tempo em que restringe a utilização do 
patrimônio nacional protegido (CF, art. 225, § 4°), obriga o Estado a intervir 
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na propriedade privada a fim de se garantir sua função social (CF, art. 5°, 
XXIII, e art. 184). 
Quanto a esses aspectos, o Supremo já decidiu: 
I – por um lado, é juridicamente possível a expropriação, para fins de reforma 
agrária, de imóveis situados no Pantanal Mato-Grossense, já que o § 4° do art. 
225 não atuaria como impedimento à efetivação da função social da 
propriedade (MS 22.164/30-10-95); e 
II – por outro lado, é devida a indenização nesses casos, já que a 
interpretação harmoniosa do art. 225, § 4º, com o art. 5º, XXII, garante e 
assegura o direito de propriedade em todas as suas projeções, inclusive aquela 
concernente à compensação financeira devida pelo Poder Público ao 
proprietário atingido por atos imputáveis à atividade estatal (RE 134.297/13-6-
95). 
Item certo. 
43) (CESPE/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/PRF/2008) O meio ambiente é 
bem de uso especial, que a administração pública pode utilizar para a 
realização de suas atividades e a consecução de seus fins. 
De acordo com o caput do art. 225, o meio ambiente é bem de uso comum do 
povo. 
Item errado. 
44) (CESPE/ANALISTA AMBIENTAL/MMA/2008) A instalação de obra ou 
atividade causadora, mesmo que apenas potencialmente, de significativa 
degradação do meio ambiente deve ser precedida por estudo de impacto 
ambiental, exigindo-se, ainda, o atendimento ao princípio da publicidade. 
Segundo a CF, para assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente 
equilibrado, incumbe ao Poder Público: 
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo 
ecológico das espécies e ecossistemas; 
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e 
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material 
genético; 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a 
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que 
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio 
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará 
publicidade; 
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos 
e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio 
ambiente; 
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VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente; 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que 
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou 
submetam os animais a crueldade. 
Observe que a instalação de obra ou atividade, mesmo que apenas 
potencialmente causadora de significativa degradação, deverá ser precedida de 
estudo de impacto ambiental. Deverá ainda ser dada publicidade a esse 
estudo. 
Item certo. 
45) (CESPE/ANALISTA AMBIENTAL/MMA/2008) Usinas que se destinam a 
operar com reator nuclear só poderão ser instaladas mediante definição do 
local específico de seu funcionamento, estabelecida por lei de cada estado 
ou do Distrito Federal. 
Segundo o § 6° do art. 225, as usinas que operem com reator nuclear deverão 
ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser 
instaladas. 
De se observar que mesmo no caso de serem estaduais, as usinas que operem 
com reator nuclear terão sua localização definida por lei federal, de acordo com 
expressa previsão constitucional. 
Item errado. 
(CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/PGM/NATAL/2008) Tendo em vista o 
tratamento dado pela CF ao meio ambiente, julgue os seguintes itens. 
46) (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/PGM/NATAL/2008) A CF prevê 
expressamente que a obrigação de preservar o meio ambiente é do poder 
público e da coletividade. 
Está expresso no caput do art. 225 que todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever 
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
Para a doutrina esse aspecto configura um dever de justiça distributiva entre 
as gerações, na medida em que as atuais gerações não poderão utilizar o meio 
ambiente sem pensar no futuro das gerações posteriores. 
Item certo. 
47) (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/PGM/NATAL/2008) O direito ao meio 
ambiente equilibrado não pode ser considerado direito fundamental, visto 
que não integra o rol dos direitos previstos no art. 5º da CF. 
Como vimos, o direito ao meio ambiente equilibrado é um direito fundamental 
de terceira geração previsto no art. 225. 
Agora, te pergunto: o fato de o direito ao meio ambiente equilibrado não estar 
expresso no rol do art. 5° impede que ele seja considerado um direito 
fundamental? Não, como você deve se lembrar da aula 1! Cheguei a comentar 
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esse aspecto naquela ocasião: os direitos fundamentais não se restringem ao 
catálogo do art. 5° da CF. 
Guarde esse detalhe. 
Item errado. 
48) (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/ PGM/ NATAL/ 2008) Condutas e 
atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitam os infratores a 
sanções penais ou administrativas, que não podem ser cumuladas com a 
obrigação de ressarcir o dano, sob pena de bis in idem. 
A questão cobra do candidato o conhecimento do art. 225, § 3°, segundo o 
qual as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente 
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e 
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos 
causados. 
Ou seja, não há que se alegar bis in idem nesse caso, já que a própria CF 
prevê as sanções penais e administrativas em conjunto com a obrigação de 
ressarcir o dano. 
Item errado. 
49) (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/PGM/NATAL/2008) Usinas que operem 
com reator nuclear devem ter sua localização definida por decreto do 
presidente da República, sem o qual não podem ser instaladas. 
Tenho certeza de que você acertou essa! Vimos anteriormente que a 
localização de usinas que operem com reator nuclear deve ser estabelecida por 
lei federal. 
Item errado. 
50) (CESPE/NÍVEL SUPERIOR/MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA/2008) 
A CF prevê expressamente que a floresta amazônica brasileira, a mata 
atlântica, a serra do Mar, o pantanal matogrossense e a zona costeira são 
patrimônio nacional, e sua utilização será feita dentro de condições que 
assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos 
recursos naturais. 
A questão está de acordo com o § 4° do art. 225. Segundo esse parágrafo, (i) 
a Floresta Amazônica brasileira, (ii) a Mata Atlântica, (iii) a Serra do Mar, (iv) o 
Pantanal Mato-Grossense e (v) a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua 
utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a 
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. 
Item certo. 
51) (CESPE/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/PRF/2008) O meio ambiente é 
bem de uso especial, que a administração pública pode utilizar para a 
realização de suas atividades e a consecuçãode seus fins. 
Como já vimos, a CF estabelece ser o meio ambiente bem de uso comum do 
povo. Não vá errar esse tipo de questão! 
Item errado. 
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52) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE/MA/2005) A Constituição Federal não 
consagrou como obrigação do poder público a defesa, preservação e 
garantia de efetividade do direito fundamental ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado. 
A questão está errada, já que está expresso na CF o dever de o poder público 
defender preservar e garantir a efetividade do direito ao meio ambiente 
equilibrado. 
Na verdade, não é outro o sentido do caput do art. 225, bem como de seu § 
1°: 
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes 
e futuras gerações. 
Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo 
ecológico das espécies e ecossistemas; 
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e 
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material 
genético; 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a 
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que 
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, 
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; 
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos 
e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio 
ambiente; 
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente; 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que 
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou 
submetam os animais a crueldade. 
Observe também que, nos termos do art. 200, VII, compete ao sistema único 
de saúde colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho. Assim, o direto à saúde engloba também a proteção do local em que 
o trabalhador exerce sua atividade. 
Item errado. 
53) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE/MA/2005) Para a instalação de obras 
que possam causar dano significativo ao meio ambiente, é desnecessária a 
realização de estudo prévio de impacto ambiental. 
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A questão está incorreta, pois está em desacordo com o comando 
constitucional que exige, para instalação de obra ou atividade potencialmente 
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de 
impacto ambiental, a que se dará publicidade (art. 225, § 1°, IV). 
Item errado. 
54) (CESPE/AUDITOR DE OBRAS/TCE/PE/2004) Com base no tratamento 
constitucional do meio ambiente, todo cidadão tem legitimidade para 
auxiliar o poder público na proteção desse bem jurídico, inclusive pela via 
judicial, uma vez que o direito ao ambiente saudável e equilibrado não é 
de natureza individual. 
Questão fantástica do Cespe, já que exige do candidato um conhecimento do 
nosso arcabouço constitucional de forma mais sistemática. Você acertou essa 
questão, não é? 
Já comentamos que o direito ao meio ambiente está expresso na Constituição: 
Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado 
(...). 
Todavia, este não é um direito individual, pois se trata de direito de terceira 
geração de âmbito coletivo e caráter solidário. 
Considerando esse aspecto, a nossa CF disponibiliza ao cidadão um meio 
judicial de proteger esse direito fundamental. Você se lembra do que estamos 
falando? Se não, observe matéria inserida no art. 5°, LXXIII: 
“Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a 
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio 
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas 
judiciais e do ônus da sucumbência.” 
Outro meio judicial de proteção ao meio ambiente está à disposição do 
Ministério Público, ao qual compete promover o inquérito civil e a ação civil 
pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e 
de outros interesses difusos e coletivos (art. 129, III). 
É isso aí, correta a assertiva. 
Item certo. 
55) (CESPE/AGENTE/PF/2004) Para garantir um meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, são indisponíveis as terras arrecadadas pelos 
estados, por ações discriminatórias, que sejam necessárias à proteção dos 
ecossistemas naturais. 
A assertiva está de acordo com o § 5° do art. 225 que estabelece serem 
indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos estados, por ações 
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 
Item certo. 
56) (CESPE – ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/TO/2005) A Constituição Federal 
estabelece que as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio 
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ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, entre outras 
conseqüências, a sanções penais. Ainda que, por sua própria natureza, 
não caiba a cominação de penas privativas de liberdade para as pessoas 
jurídicas, as sanções penais a elas aplicáveis devem observar alguns 
princípios constitucionais, entre eles o de que não há crime sem lei 
anterior que o defina nem pena sem prévia cominação legal. 
Muito interessante essa questão. A assertiva está correta e relaciona alguns 
bens jurídicos tratados pela nossa Constituição. 
Segundo o art. 225, § 3°, as condutas e atividades consideradas lesivas ao 
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções 
penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os 
danos causados. 
Por questões óbvias, não cabe cominação da pena privativa de liberdade a 
pessoas jurídicas, mas poderá a lei adotar alguma outra pena prevista no inc. 
XLVI do art. 5° (por exemplo, multa). 
Todavia, devem ser respeitados normalmente os comandos constitucionais 
relativos às penalidades, como o inc. XXXIX do art. 5°, que engloba o princípio 
da reserva legal e o princípio da anterioridade: 
“Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação 
legal." 
Item certo. 
 
3 – Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso 
Esses assuntos encontram-se regulados pelos arts. 226 a 230 da CF/88, que 
devem ser conhecidos por você (o Cespe cobra a literalidade desse assunto). 
O art. 226 reúne os comandos constitucionais relativos à família. 
Os §§ 3° e 4° tratam do que a CF entende por entidade familiar. Assim, para 
efeito da proteção do Estado, são reconhecidas como entidade familiar: 
I - a união estável entre o homem e a mulher; 
II - a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. 
A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. Sendo assim, o 
Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a 
integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas 
relações (CF, art. 226, § 8°). 
O casamento é civil e gratuita a celebração, mas pode

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