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101065336 Apostila de Gestao de Custos

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Prévia do material em texto

MBA EM GESTÃO EMPRESARIAL 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO ESTRATÉGIA 
DE CUSTOS 
 
 
Fabiano Simões Coelho 
fabiano@fabianocoelho.com.br 
http://www.fabianocoelho.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Realização 
Fundação Getulio Vargas 
FGV Management 
 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
 
Todos os direitos em relação ao design deste material didático são reservados à 
Fundação Getulio Vargas. 
Todos os direitos quanto ao conteúdo deste material didático são reservados ao(s) 
autor(es). 
 
COELHO, Fabiano Simões. 
Gestão Estratégica de Custos. 1ª Rio de Janeiro: FGV 
Management – Cursos de Educação Continuada. 
114 p. 
 
 
Bibliografia 
 
 
1. Formação de Preços 2. Custos 
 
 
Coordenação Executiva do FGV Management: Prof. Ricardo Spinelli de Carvalho 
Coordenador Geral da Central de Qualidade: Prof. Carlos Longo 
Coordenadores de Área: 
Prof. Ernani Hickmann 
Prof. José Carlos Sardinha 
Prof. Marilson Gonçalves 
Prof. Ronaldo Andrade 
Profa. Sylvia Constant Vergara. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A sua opinião é muito importante para nós 
Fale Conosco! 
Central de Qualidade – FGV Management 
* ouvidoria@fgv.br 
 
 
 
 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
Sumário 
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 6 
1.1 Ementa 6 
1.2 Carga horária total 6 
1.3 Objetivos 6 
1.4 Conteúdo programático 6 
1.5 Metodologia 7 
1.6 Bibliografia Recomendada 7 
Curriculum resumido dos professores 7 
2 TEXTO DE ESTUDO 8 
O Significado Das Informações Do Balanço E Seus Reflexos No Demonstrativo De Resultado 8 
Conceito de Ativo 9 
Capital de Giro 11 
Custo de Capital 13 
A Empresa JCS e o seu Custo de Capital 14 
H2R Ltda. 16 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 16 
Objetivos da Contabilidade de Custos 17 
O Demonstrativo De Resultado 18 
O Demonstrativo de Resultado de uma Empresa Comercial 20 
O Demonstrativo de Resultado na Empresa Industrial 20 
CONCEITOS, DEFINIÇÕES E CLASSIFICAÇÕES 21 
TERMINOLOGIA CONTÁBIL 21 
CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS 23 
Dilema Contábil: Custeio por absorção VS Custeio Variável 26 
INTRODUÇÃO 26 
ABORDAGEM POR ABSORÇÃO 27 
ABORDAGEM POR CONTRIBUIÇÃO - CUSTEIO VARIÁVEL 29 
Análise Custo-Volume-Lucro 32 
Custeio Baseado em Atividades - A.B.C. 40 
Introdução 40 
Os Benefícios e as Restrições do ABC 41 
Atribuição de custos às Atividades 42 
Identificação e Seleção dos Direcionadores de Custos 43 
PROCESSO DECISÓRIO NA FORMAÇÃO DE PREÇO 49 
POLÍTICAS DE FIXAÇÃO DE PREÇOS DE PRODUTOS, CONSIDERANDO O CUSTO 50 
INTRODUÇÃO 50 
A IMPORTÂNCIA DO CUSTO UNITÁRIO 53 
Política de Preço de um Produto Quando Varia o Valor de um Insumo 54 
Demonstrativo de Resultado Projetado 56 
Decisão de Preço Para uma Encomenda Especial Com base em Lucro Pré-Definido 56 
Decisão de Preço Com Objetivo em Volume de Negócio e Lucro 59 
Decisão de Preço Considerando o Retorno sobre o Investimento 61 
EXERCÍCIO - Posto Lagoa Vermelha 66 
Decisão de Retirar ou Adicionar Produtos ou Departamentos 68 
Decisão de Comprar ou Fazer 70 
Decisão de Produção Quando Há Fatores Limitativos 73 
2.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 75 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
3 MATERIAL COMPLEMENTAR 76 
3.1 ESTUDOS DE CASOS DO CAPÍTULO 2.1 76 
3.1.1 THE DOCUMENT SALE 76 
3.1.2 BAUSCH & LOMB 77 
3.1.3 BENS DE PRESTÍGIO 78 
3.1.4 O lado obscuro do Diamante 79 
3.1.5 Reforma no Balcão 81 
3.2 ESTUDOS DE CASOS DO CAPÍTULO 2.3 84 
3.2.1 modelo Absorção e ABC 84 
3.2.1.1 – Absorção Puro 84 
3.2.1.2 – Absorção Lógico 85 
3.2.1.3 – Custo Baseado em Atividades (ABC) 86 
3.2.2 PEANUT... ou O Maior Controle dos Negócios 87 
3.2.3 SN Ltda. 90 
3.2.3.1 – Com mais produtos 91 
3.2.4 A LOJA DO VOVÔ 92 
3.2.5 Exercício 2.2 HORNGREN 93 
3.2.6 A Loja do Vovô com vários produtos 94 
3.2.7 Exercício 2.12 HORNEGREN 95 
3.2.8 Exercícios de Projeções de Cenário 01 96 
3.2.9 Exercícios de Projeções de Cenário 02 97 
3.2.10 A Loja do Vovô e o Imposto de Renda 98 
3.2.11 Exercício 2.32 HORNEGREN 99 
3.2.12 A fábrica do titio com vários produtos 100 
3.2.13 Exercício 2.27 HORNEGREN 101 
3.2.14 Análise Custo-Volume -Lucro e o comportamento de custos 102 
3.2.15 A Fábrica do Titio e os Padrões de Comportamento dos Custos 103 
3.2.16 A Loja do Vovô - Comportamento dos Custos 104 
3.3 ESTUDOS DE CASOS DO CAPÍTULO 2.4 105 
3.3.1 Aceitar ou Rejeitar uma Proposta - o caso McDonald’s 105 
3.3.2 Decisão de Preço em uma concorrência 106 
3.3.3 Decisão de Preço com objetivo em lucro e quantidade 107 
3.3.4 Custos Fixos Identificados por departamento 108 
3.3.5 Custos Fixos Identificados por produtos – Comprar ou fazer 110 
3.3.6 Fator Limitante 112 
3.3.7 A LOJA SARDINHA REVELAÇÕES - 1 HORA 113 
3.3.8 RETORNO SOBRE INVESTIMENTO E SUA VELOCIDADE 114 
3.4 - Transparências 115 
 
 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
6 
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 
1.1 Ementa 
 
Estratégia mercadológica de preço: os impulsos de compra do consumidor e a curva de 
demanda para as empresas, análise do macroambiente, as estratégias de preço. O significado 
das informações do demonstrativo de resultado. Custeio por contribuição versus custeio por 
absorção. Análise custo-volume-lucro: ponto de equilíbrio, metas de vendas com objetivo de 
lucro. Decisão de preço quando varia o preço do insumo. Decisão de aceitar ou rejeitar uma 
proposta. Decisão de preço considerando o retorno sobre o investimento. Retirar ou 
adicionar um produto de linha. Custo ABC. Decisão de comprar ou fazer. 
 
 
1.2 Carga horária total 
 
24 horas/aula 
 
 
1.3 Objetivos 
 
· Identificar as diferenças entre Contabilidade Financeira e Contabilidade de Custos. 
· Analisar o Break-Even-Point , a maximização de resultado e o impacto do Imposto 
de Renda. 
· Diferenciar a aplicabilidade entre os métodos de custeio absorção, variável e ABC - 
Custeio Baseado em Atividade. 
· Formar o preço através da análise de Mark-Up. Aplicar a relação custo-benefício e 
custo de oportunidade na análise de custos. 
 
1.4 Conteúdo programático 
 
Aspectos 
Mercadológicos na 
Formação de Preços 
Modelo Geral 
Estrutura de mercado 
Fatores acessórios 
Políticas de preços 
Custos 
 
Métodos de custeio 
Custeio direto 
Decisões de curto e longo prazos de preços 
 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
7 
1.5 Metodologia 
 
A metodologia utilizada será de exposição dialogada, debates, estudos de caso. Criar 
situações onde os alunos poderão absorver o aprendizado de forma e exercitar, vivenciando 
situações. 
 
 
1.6 Bibliografia Recomendada 
 
ASSEF, Roberto. Guia prático de formação de preço. 9a ed. Rio de Janeiro: Campus, 
1997 
COGAN, Samuel. Custos e Preços: Formação e analise. São Paulo: Pioneira, 1999. 
DUTRA, René Gomes. Custos: uma abordagem prática. 4a ed. São Paulo: Atlas, 
1995. 
HORNEGREN, C.T; Introdução à Contabilidade Gerencial. Rio de Janeiro: PHB, 5ª 
edição, 1985. 
 
Curriculum resumido dos professores 
 
Fabiano Simões Coelho é Mestre em Ciências Contábeis pela FAF/UERJ – Faculdade de 
Administração e Finanças da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Pós graduado em 
Ciências Contábeis pela FGV/EPGE em 2000. Graduado em Ciências Contábeis pela UERJ 
em 1998. Trabalhou como prestador de serviços de consultoria para a Petrobrás, ASEP e 
outras empresas. É professor do Programa de Cursos Conveniados da FGV Management, 
Professor da Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getulio Vargas e 
professor da Faculdade da Cidade - Rio de Janeiro. Autor de trabalhos publicados em 
revistas especializadas no Brasil e no exterior. 
 
 
 
 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
8 
2 TEXTO DE ESTUDO 
 
O Significado Das Informações Do Balanço E Seus 
Reflexos No Demonstrativo De Resultado 
A decisão de uma pessoa racional sobre investir em uma organizaçãosempre considera 
que a receita operacional ao longo do tempo deverá cobrir os custos relacionados a 
obtenção dessa receita e ainda contribuir com o retorno desejado pelos investidores. Em 
outras palavras, os modelos de decisão sempre explicitam o retorno sobre 
investimento. Por exemplo, a decisão de preço que tem de ser tomada a priori, projeta-
se um volume de operação desejado, os respectivos custos operacionais e o lucro 
desejado. Em função dessas variáveis define-se o preço. É importante refletir, contudo, 
que o lucro aqui mencionado refere-se a garantia do retorno desejado pelos investidores. 
Caso contrário a médio e longo prazo a organização não contará com quem financie sua 
operação. Pois, os investidores aplicarão suas poupanças em outras que satisfaçam suas 
necessidades. Esses investimentos são apresentados no BALANÇO através das contas 
do PASSIVO 1. 
Os investimentos realizados por uma empresa são expressos através de suas contas do 
Ativo. O retorno sobre o ativo é o retorno sobre o investimento: sendo, uma medida de 
performance gerencial. Esta informação permite o investidor conhecer se a empresa A 
teve performance superior a B, porque: (1) apesar de ambas apresentarem o mesmo 
resultado operacional, os ativos da empresa A são inferiores aos da empresa B; ou, (2) 
ambas possuem o mesmo investimento, mas a empresa A apresenta um lucro superior 
ao da empresa B. Este conceito expressa: a empresa A é mais eficiente, pois exige 
menos recursos para obter os mesmos resultados ou com os mesmos recursos obtém 
resultados superiores. 
A decisão em qual empresa deveremos investir estará sempre considerando o item: 
retorno sobre o investimento. A empresa eficiente, isto é, a que obtém o retorno 
desejado pelos investidores, terá mais facilidade de conseguir recursos no mercado, 
porque: os banqueiros emprestarão a juros mais baixos; propensos acionistas estarão 
disposto a pagar ágio em emissão de ações; e ainda, investidores em potencial aceitarão 
adquirir debêntures em melhores condições para a empresa. Em resumo, investidores 
esperarão: empresas eficientes, em uma indústria, conseguirão o retorno esperado pelo 
mercado. 
O lucro, nada mais é que o retorno sobre o investimento (ou, ativo) multiplicado pelo 
investimento (ou, ativo). Assim sendo, uma empresa, com investimentos ociosos, para 
obter o retorno esperado pelo mercado, terá de conseguir um lucro superior ao da outra 
empresa que realizou aplicações eficientemente ..... uma tarefa dita impossível. Pois, 
para obter esse lucro superior, o preço de seu produto terá de ser mais elevado, 
estimulando os consumidores a optarem inicialmente para o produto do concorrente. E, 
o preço, juntamente com o volume de vendas e os custos do produto afetam diretamente 
o lucro da empresa, consequentemente, o retorno sobre o investimento. 
 
1 Referenciaremos PASSIVO como o conjunto das contas: Exigibilidades mais Patrimônio Líquido. 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
9 
Para compreendermos melhor o funcionamento sobre o retorno sobre o ativo, 
inicialmente aprofundaremos a discussão em torno dos conceitos de ativo, capital de 
giro e, finalmente, discutiremos o conceito de custo de capital. Esse custo de capital 
reflete o retorno que o ativo deverá gerar de forma a cobrir a demanda dos 
investimentos no passivo. 
 
Conceito de Ativo 
À compreensão do conceito de ATIVO está diretamente ligado ao entendimento do 
objetivo da contabilidade: que tem sua definição mais corriqueira oriunda do 
Accounting Terminology Bulletin No. 1 da American Institute of Certified Public 
Accounting (AICPA), de 1941: 
Contabilidade é a arte de registrar, classificar e resumir de forma 
significativa e em termos monetários, transações e eventos que são, pelo 
menos em parte, de características financeiras...2. 
A definição da AICPA nos faz "olhar" o ATIVO de uma forma estática, como bens e 
direitos que uma empresa possui e que foram adquiridos a um custo monetário 
mensurável3, e não de maneira que permita mensurar eficiência, como aplicações 
capazes de gerar receitas em períodos futuros 4. A forma estática pode induzir a erros 
de percepção na informação. Indicando: uma empresa possui mais bens e direitos que 
outra não significa competência. 
Por exemplo, duas empresas, A e B, trabalham na mesma indústria, produzindo 
produtos similares. O ativo de A é valorado em $1.000, enquanto o de B em $2.000. O 
resultado de ambas empresas são iguais: vendas $1.000, custos $900 e lucro $100. Se 
considerarmos a definição de que ATIVOS são bens e direitos - deveremos, 
consequentemente, escolher a empresa B como superior a empresa A; o ativo da 
empresa B é superior. 
Investidores, de forma diferente da definição estática (bens e direitos), mesmo leigo em 
contabilidade, optaria seus investimentos para a empresa A: investiria menos recursos 
para obter o mesmo resultado. Dessa forma, o nosso aplicador estará em vantagem 
competitiva - seu retorno sobre o investimento será superior. 
Procurando expressar de forma mais adequada, a Accounting Principles Board (APB), 
no Statement No. 4 de Outubro de 1970, refere a contabilidade como conceito de 
informação. 
Contabilidade é uma atividade de serviço. Sua função é fornecer 
informações quantitativas, de preferência de natureza financeira, sobre 
entidades econômicas, com a intenção de ser útil à tomada de decisões, 
permitindo uma escolha razoável entre cursos alternativos de ações....5. 
A conceituação contemporânea da contabilidade fez, também, evoluir o conceito e 
valoração do ATIVO, um bem tem valor se for moeda ou um item que 
 
2 Most, K.S ., Accounting Theory, Grid, 1977, p. 1 
3 Anthony, R., Contabilidade Gerencial , Atlas, 1981, p. 45 
4 Garrison, R.H., Managerial Accounting: Concepts for Planning, Control, Decision Making , BPI, 
1988, Fifth Edition, p. 280 
5 Most, K.S ., Accounting Theory, Grid, 1977, p. 2 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
10 
provavelmente seja convertido em moeda ou se espera que beneficie o futuro 
funcionamento da empresa6. Permitindo o investidor avaliar os investimentos das 
empresas de forma pertinente. Pois, investimentos adequados gerarão VANTAGENS 
COMPETITIVA EM CUSTOS : o retorno sobre o investimento deverá ser superior, 
por uma das seguintes razões. 
(1) Preço mais baixo que o concorrente, induz uma demanda superior pelos 
consumidores. Demanda maior do que a esperada, significa lucro acima 
do esperado. 
(2) Preço igual à da concorrência, porem, a lucratividade por produto é 
superior. Em demandas iguais, consequentemente, o lucro será superior. 
O ativo é, portanto, uma medida que reflete o investimento na operação da empresa e 
esse pode ser dividido em dois grandes grupos: ATIVO PERMANENTE e ATIVO 
CIRCULANTE. 
Os investimentos no parque fabril, como prédio, máquinas, equipamentos, etc., 
compreendem os valores apresentados no item ATIVO PERMANENTE. Esses 
investimentos representam a capacidade produtiva da empresa, que geralmente é um 
fenômeno limitador. 
Imaginemos, uma empresa automobilística que deseja produzir 40.000 carros por 
período. Sua política é: o parque fabril tenha uma capacidade máxima de 80% da 
produção desejada. Os investimentos no ATIVO PERMANENTE da fábrica, permitirão 
produzir no máximo 50.000 carros (40.000 dividido por 80%). O valor do investimento 
para esta unidade fabril será de $15.000.000. 
Os investimentos em ATIVO PERMANENTE têm efeito de longo prazo, pois serão 
utilizados por mais de um período contábil (que, normalmente, é de um ano). Os custos 
relacionados a esses investimentos são apropriados como despesas de depreciação nos 
exercícios contábeis em que a empresa dele se utiliza. Em empresa manufatureira, as 
despesas de depreciação da área industrialsão alocadas ao custo do produto; enquanto, 
as despesas de depreciação das áreas comerciais e administrativas são consideradas 
despesas do período. 
Os custos do produto são apropriados as contas estoques e quando o produto é vendido, 
seu custo é confrontado com o valor da receita. O método de valorar este custo é o de 
custeio por absorção, onde os custos fixos são alocados ao produto. Este procedimento 
pode, também, ser empregado para projeção; neste caso, os custos dos insumos de 
produção e o volume de operação são projetados. No nosso caso, intencionamos 
produzir 40.000 carros, que deverá acarretar em um custo total de produção de 
$40.000.000. Uma parte deste valor é o custo de depreciação da unidade fabril; o custo 
de fabricação por unidade é, por sua vez, projetado em $1.000 ($40.000.000/40.000 
carros). 
As despesas do período, termo empregado quando utilizamos o método de custeio por 
absorção, são relacionadas aos insumos dos setores de vendas e de administração. Elas 
são "carregadas" ao item despesas operacionais, do Demonstrativo de Resultados, 
independentemente se houver alguma venda do produto. 
 
6 Anthony, R., Contabilidade Gerencial , Atlas, 1981, p. 45 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
11 
Em empresa produtora de bens o investimento em ATIVO PERMANENTE é um dos 
principais elementos na definição da eficiência da empresa. Sem ATIVOS 
PERMANENTES a empresa não pode gerar produtos e estoques. 
Espera-se que uma empresa industrial possa ganhar mais com seus ATIVOS 
PERMANENTES do que com seus ATIVOS CIRCULANTES. Os ATIVOS 
PERMANENTES representam os verdadeiros ativos rentáveis da empresa... Em geral, 
os ATIVOS CIRCULANTES da empresa, excetuando-se os títulos negociáveis, não 
são ativos rentáveis... Se a empresa pudesse ganhar mais dinheiro comprando estoques 
do que produzindo-o ou investindo seu dinheiro em títulos negociáveis, não deveria 
estar no ramo industrial. Em outras palavras, caso uma empresa não possa obter mais 
nos investimentos em ATIVO PERMANENTE do que nos investimentos em ATIVOS 
CIRCULANTES, deve-se vender todos os seus ATIVOS PERMANENTES e usar os 
proventos para adquirir ATIVOS CIRCULANTES.7 
A decisão de investimentos em ATIVOS PERMANENTES merecem a maior atenção 
possível da alta administração, pelo fato de que elas comprometem a empresa por longo 
período de tempo. Investimentos ociosos ou desatualizados permitem que concorrentes, 
com investimentos adequados, tirem vantagem competitiva em custo. 
Não obstante, somente o investimento em ATIVO PERMANENTE não é suficiente 
para que uma empresa opere. A empresa tem de alocar recursos em contas necessárias a 
sua operação corrente. O grupo dessas contas é denominado ATIVO CIRCULANTE, 
também, conhecido como CAPITAL DE GIRO 
 
Capital de Giro 
Desconsiderar as questões sobre o CAPITAL DE GIRO podem causar inúmeros 
dissabores, como mostra a experiência recente de empresas que apresentavam condições 
aparentemente saudáveis, a considerar-se seus ativos, e foram incapazes de atender aos 
seus compromissos de curto prazo, caracterizando a situação conhecida como 
insolvência técnica. 
No mundo real, os executivos passam a maior parte de seu tempo administrando seus 
ativos e passivos circulantes, em um processo tão repetitivo que acaba por obscurecer 
sua importância. No Brasil, entre as maiores empresas em termos de vendas em 1992, o 
capital de giro líquido (ou capital circulante líquido) representava, na média, cerca de 
21% do patrimônio líquido. E era da ordem de 15% e 40%, entre as maiores empresas 
industriais e comerciais, respectivamente. 
Por essas razões, a Política e a Administração do Capital de Giro desempenham papel 
importante na gestão de qualquer empresa. Enquanto a primeira estabelece o nível a ser 
mantido de cada categoria dos ativos circulantes - caixa e títulos, contas a receber e 
estoques - e a forma de financiá-los, a Administração do Capital de Giro se preocupa em 
assegurar que as metas estabelecidas sejam seguidas. 
Mas em que consiste, de fato, o capital de giro de uma empresa ? O termo capital de 
giro foi cunhado a partir da atividade desenvolvida pelo caixeiro-viajante do passado, 
que enchia sua carroça com mercadorias e saía pelos povoados buscando vendê- las. 
Essas mercadorias tinham o nome de capital de giro ("working capital" em inglês) 
 
7 Gitman, L.J., Princípios de Administração Financeira, Harbra, 1984, Terceira Edição, p. 284 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
12 
porque era isso que ele vendia, ou girava, trocando-as por dinheiro. Por exemplo, se o 
caxeiro viajante tem um carroça capaz de carregar 100 unidade de um produto, ao custo 
de $1,00/unid. e o resultado dessas vendas geraram um valor de $150. Ao retornar 
("turnover") este homem deverá: (1) utilizar $100 como o capital necessário para 
adquirir as mesmas mercadorias e (2) considerar $50 como lucro da empreitada. A 
carroça e o cavalo constituíam seus ativos permanentes. Enquanto, o valor necessário 
para adquirir as mercadorias, o investimento em capital de giro (ou, "working 
capital")8. 
Note que seu lucro ao fim de um dado período, como um ano, seria a função do número 
de viagens realizada (isto é, do giro ou 'turnover"). Por exemplo, se o vendedor, ao fim 
de um ano, conseguisse realizar 10 viagens (um giro de 10), teria um lucro anual de: 
Lucro no Ano = Lucro por Viagem x Giro no Ano 
Lucro no Ano = 50 x 10 = $500 
Como visto acima o ATIVO CIRCULANTE representa investimentos em contas 
necessárias a operação corrente. Mais especificamente, a empresa necessita de estoques 
para atender a demanda dos clientes. Idealmente, o investimento em estoque deveria ser 
ZERO; quando o cliente chegar para adquirir o produto, esse estaria chegando do 
fabricante ou estaria acabando de ser produzido. 
Infelizmente projetar esse procedimento é inviável. Pois o consumidor não encontrando 
a marca desejada, provavelmente, adquirirá o produto do concorrente. Podendo a 
empresa perder: a oportunidade de vender e a lealdade do consumidor. 
Os investimentos nas contas do ATIVO CIRCULANTE estão relacionadas com o risco 
de insolvência técnica (insolvência técnica significa: incapacidade da empresa de 
pagar suas contas no vencimento); sendo mensurado "através do montante do Capital 
Circulante Líquido ou do Índice de Liquidez Correntes... Supõe-se que: quanto maior o 
montante de Capital Circulante Líquido (definido como: Ativo Circulante menos o 
Passivo Circulante) menos risco a empresa apresenta"9. 
O valor investido a conta CAIXA é um dos principais elementos que tem por fim evitar 
insolvência técnica. Ele amortiza as diferenças existentes no fluxo de entrada e saída de 
caixa e evita possíveis problemas quando o fluxo de entrada de caixa não ocorre como 
projetado. A diferença entre o fluxo de entrada e saída de caixa, também, ocorre por 
haver períodos em que o volume de pagamentos será superior ao do recebimento. Como 
conseqüênc ia, necessita-se haver um saldo de caixa para cobrir essa diferença. 
Os investimentos em contas do CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO são denominados 
como CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO; o ATIVO CIRCULANTE são conhecidos por 
CAPITAL DE GIRO. Essa denominação, CAPITAL DE GIRO, é devido ao fluxo em que os 
investimentos em ESTOQUES ao serem vendidos a clientes tornam-se CONTAS A 
RECEBER. E, finalmente, ao transformar essas dívidas em CAIXA ocorre-se um GIRO 
OPERACIONAL na empresa. O dinheiro regresso a conta CAIXA, por sua vez, irá adquirir 
novamente ESTOQUE, recomeçando o GIRO. 
Os valores dos GIROS das contas do ATIVO CIRCULANTE mensuram quão eficiente 
a firma gerencia seus investimentos operacionais. Apesar de não existir um valor ótimo 
 
8 Brigham, E.F.,Fundamentals of Financial Management, Dryden, 1989, Fifth Edition, p. 269 
9 Gitman, L.J. Op cit. p. 283 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
13 
para cada uma dessas contas, o giro é uma medida que pode ser empregada para 
responder a seguinte pergunta: A vista dos níveis operacionais correntes ou projetados, 
o valor investido em cada item do ativo é razoável, baixo ou alto ? 10 
 
Custo de Capital 
O custo de capital é a taxa de retorno que uma empresa precisa obter sobre seus 
investimentos de forma a manter inalterado o valor de mercado da empresa11. Esta taxa 
pode ser considerada como o retorno exigido pelos investidores a fim de atrair o 
financiamento necessário a custo razoável. O investidor estará sempre procurando obter 
uma taxa de retorno composta: (1) do custo de juros livre do risco do empreendimento e 
(2) do prêmio de risco do empreendimento. A taxa de retorno desejada pelo investidor 
pode ser expressa pela seguinte equação matemática: 
k = j + r 
onde: 
k = taxa de retorno desejada pelo investidor 
j = custo do juros livre do risco 
r = prêmio exigido pelo risco percebido pelo investidor 
Portanto, projetos com taxa de retorno abaixo do custo de capital diminuirão o valor da 
firma: o preço da ação será reduzido e investidores de renda fixas (debêntures, bancos, etc.) 
exigirão juros superiores para financiar a empresa (pois, a taxa de risco será mais alta). Por 
outro lado, projetos com taxa de retorno superior a do custo de capital aumentarão o valor 
da empresa: acionistas terão o preço da ação elevado e outros investidores aceitarão 
financiar a empresa a juros que embutem prêmio de risco mais baixo. 
O custo de capital é uma taxa que compreende as várias fontes de financiamento, 
combinando as respectivas taxas. As fontes de financiamento, por sua vez, são 
representadas pelas contas do PASSIVO. Por exemplo, imaginemos que a empresa 
XYZ possui a seguinte estrutura de passivo: 
ATIVO PASSIVO 
Ativo Circulante $800 Fornecedores $200 
Exigibilidades $800 Ativo Permanente $1.200 
 Patrimônio Líquido $1.000 
Ativo - Total $2.000 Ativo – Total $2.000 
Nessa estrutura estamos dividindo o Passivo em três grupos de contas: Fornecedores, 
que representam as dívidas vinculadas a operação da empresa; Exigibilidades, que são 
relacionadas a investidores que retornos cujas taxas são fixas ou previamente 
estabelecidas; e, Patrimônio Líquido, que representa os acionistas da empresa. 
A separação aqui apresentada está caracterizada pelo custo relativo a cada grupo de 
financiadores. Por exemplo, os financiadores de Exigibilidades querem uma taxa de 
 
10 Brigham, E.F. Op cit. p. 268 
11 Gitman, L.J. Op cit . p. 479 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
14 
juros de 10% a.a. e os acionistas desejam um retorno sobre o Patrimônio Líquido de 
32% a.a. A conta Fornecedores não tem custo especificado, seu valor é contrabalançado 
com a conta Estoque, do Ativo Circulante; significando: aquisição a preço superior 
automaticamente estará elevando o valor do ATIVO. E, quanto maior o valor do 
ATIVO maior terá de ser o preço do produto a fim de produzir a mesma taxa de retorno. 
PEDE-SE: 
Qual deverá ser a taxa de retorno dessa empresa de forma a fazer frente as taxas 
exigidas pelos investidores ? (Em outras palavras, qual o custo de capital da empresa 
XYZ ?) 
RESPOSTA: 
A conta Exigibilidade corresponde a 40% do total do ATIVO ($800/$2.000); o custo 
para empresa desse item é de: 0,04 (40% a um custo de !0%; ou, 0,40 x 0,10). O 
Patrimônio Líquido eqüivale a 50% do ATIVO ($1.000/$2.000); seu custo para empresa 
considerando o retorno desejado pelos acionista é de 16%, ou 0,16 (50% ao custo de 
32%; ou, 0,50 x 0,32). Portanto, combinando os custos dos dois itens para empresa, 
teremos um custo de capital igual a 20% (0,20 = 0,04 + 0,16). 
Assim sendo, se a empresa obtiver um lucro anual de $400, poderá pagar um juros de 
$80, que é 10% do valor da Exigibilidade, e contribuirá para os acionistas com $320 
($400 menos $80): valor esse igual a 32% do Patrimônio Líquido. 
O exemplo acima é muito simples: o imposto de renda não é considerado. Além do mais 
ele não tem por fim ensinar como você deve determinara custo de capital, mas de alerta-
lo quanto a importância da obtenção do Lucro Operacional de forma a atender os 
investidores da empresa. A decisão sobre o valor do custo de capital de uma empresa é 
assunto de teoria financeira, assunto fora do nosso escopo12. 
 
A Empresa JCS e o seu Custo de Capital 
A empresa JCS tem um ativo total de $1.000,00, com a seguinte estrutura de passivo: 
ATIVO PASSIVO 
Ativo Circulante $400 Fornecedores $100 
Exigibilidades $400 Ativo Permanente $800 
 Patrimônio Líquido $500 
Ativo – Total $1.000 Ativo – Total $1.000 
A estrutura do passivo, também denominada estrutura de capitais, pode ser dividida em 
três grupos de contas: 
1. Passivo Operacional, que tem contas como Fornecedores, representam as dívidas 
vinculadas a operação da empresa. A principal característica dessa conta é que o 
custo explícito desse recurso é 0 (zero). Por exemplo, ao adquirirmos um produto 
para pagarmos num prazo de 60 dias, seu valor terá embutido os juros cobrado pelo 
fornecedor, digamos que a vista o produto é vendido por $80 e com pagamento em 
 
12 Para adquirir conhecimento de como determinar o custo de capital de uma empresa leia: Van Horne, 
J.C., Fundamentos de Administração Financeira, PHB, 1983, Quinta Edição, c. 15, pp. 266 a 288 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
15 
60 dias por $85. O valor registrado na nota fiscal é $85, sendo esse contabilizado à 
estoque, que ao ser vendido é debitado à conta Custos das Mercadorias Vendidas. 
2. Exigibilidades, cujo conjunto de contas estão relacionadas a investidores que 
demandam retornos com taxas são fixas ou previamente estabelecidas. Por exemplo, 
empréstimos de curto e longo prazos realizados por bancos, debentures, etc. 
3. Patrimônio Líquido, que representa o conjunto de contas pertencentes aos acionistas 
da empresa; por exemplo, Capital, Lucros Retidos. 
Os financiadores da conta Exigibilidades querem uma taxa de juros de 10% a.a. e os 
acionistas desejam um retorno sobre o Patrimônio Líquido de 16% a.a, livre do imposto 
de renda. O imposto de renda possui uma taxa de 50%. 
OBS: É importante notar que ativos ociosos elevarão o valor do ATIVO. E, quanto 
maior o valor do ATIVO maior terá de ser o lucro gerado pelos mesmos a fim de 
produzir a mesma taxa de retorno. 
PEDE-SE: 
Qual deverá ser a taxa de retorno dessa empresa de forma a fazer frente as taxas 
exigidas pelos investidores ? (Em outras palavras, qual o custo de capital da empresa 
JCS ?) 
RESPOSTA: 
A conta Exigibilidade corresponde a 40% do total do ATIVO ($400/$1.000); o custo 
para empresa desse item é de: 0,04 (40% a um custo de !0%; ou, 0,40 x 0,10); o que 
significa que o lucro operacional terá de contemplar um valor igual a $40 para pagar os 
juros cobrados pelos bancos. 
O Patrimônio Líquido eqüivale a 50% do ATIVO ($500/$1.000). O retorno desejado 
pelos acionistas livre do Imposto de Renda é 16%. O imposto de renda possui uma taxa 
de 50%, significando que o retorno para os acionistas antes do imposto de renda deverá 
ser 32% 
Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) LAIR 
Menos: Imposto de Renda (IR) 0,5 x LAIR 
Igual: Lucro Líquido (16% do Patrimônio Líquido {PL}) 0,16PL 
LAIR – 0,5LAIR = 0,16PL 
LAIR = 0,16PL / 0,5 = 0,32PL 
Como o PL da empresa é de $500, o valor a ser obtido no LAIR é 32% de $500, isto é, $160. 
Dessa forma, $80 serão pagos ao Imposto de Renda e $80 serão revertidos ao PL, 
perfazendo os 16% de retorno desejado. Em outras palavras, o retorno desejado pelos 
acionista depoisdo imposto de renda é de 16%, ou 0,16 (50% ao custo de 32%; ou, 0,50 x 
0,32). 
Portanto, combinando os custos dos dois itens para empresa, teremos um custo de 
capital igual a 20% (0,20 = 0,04 + 0,16). Em resumo, o LO terá de ser 20% do valor do 
ativo, ou seja, $200; $160 para o LAIR e $40 para pagar os juros dos empréstimos. 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
16 
 
H2R Ltda. 
A H2R Ltda. possui um ativo total no valor de $2.000.000,00. A empresa pretende 
operar com a seguinte estrutura de capital, isto é de Passivo: 
PASSIVO 
1 Exigível de Curto Prazo 
1.1 Fornecedores $ 300.000,00 
1.2 Impostos Indiretos $ 50.000,00 
1.3 Empréstimo para Capital de Giro $ 150.000,00 
 Exigível de Curto Prazo - Total $ 500.000,00 
 
2 Exigível de Longo Prazo 
2.1 Debêntures $ 500.000,00 
 $ 500.000,00 
 
3 Patrimônio Líquido 
3.1 Capital $ 700.000,00 
3.2 Lucros Retidos $ 300.000,00 
 $1.000.000,00 
 Passivo – Total $2.000.000,00 
Os empréstimos para capital de giro têm um custo anual de 10%; enquanto as 
debêntures 13% aa. Os acionistas desejam um retorno sobre o Patrimônio Líquido de 
17,5% aa, livre do imposto de renda. O imposto de renda tem uma taxa de 30%. 
Pergunta-se: 
1. Quanto deverá a H2R obter de lucro operacional para fazer frente a demanda das 
fontes financiadoras de capital, isto é, dos valores apresentados no Passivo ? 
2. Qual é a percentagem do lucro operacional em relação ao Ativo Total, isto é, qual é 
a rentabilidade requerida do Ativo Total ? 
 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 
A Contabilidade de Custos forma parcela ponderável da moderna Contabilidade 
Administrativa, Gerencial ou Analítica. Passaremos a expor alguns conceitos breves que 
nos auxiliarão a desenvolver a tese de que as técnicas de Contabilidade de Custos 
constituem um poderoso instrumento nas mãos do administrador para o eficiente 
desempenho de suas funções. 
Importante notar que durante muito tempo se pensou que a Contabilidade de Custos se 
referia apenas ao custeamento dos produtos e que servia somente às empresas 
industriais. Todavia, atualmente, esse ramo da Contabilidade é constituído de técnicas 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
17 
que podem ser aplicadas a muitas outras atividades, inclusive, e principalmente, aos 
serviços públicos e ainda às empresas não- lucrativas. 
Uma distinção clara entre Contabilidade Industrial e Contabilidade de Custos é 
essencial nesta ponto. Contabilidade Industrial é a aplicação dos princípios e preceitos 
da Contabilidade Geral, ao registro, organização e controle das operações de uma 
empresa industrial, assim como o são a Contabilidade Bancária, a de Transportes, a de 
Seguros e assim por diante. A Contabilidade de Custos, no entanto, engloba técnicas de 
Contabilidade Geral e outras técnicas extracontábeis para o registro, organização, 
análise e interpretação dos dados relacionados à produção ou à prestação de serviços, 
podendo ser aplicada igualmente como detalhe da Contabilidade Industrial, da 
Contabilidade Bancária, da Contabilidade de Transportes e de Seguros. 
 
Objetivos da Contabilidade de Custos 
A idéia básica de custos, atualmente, é de que eles devem ser determinados, tendo em 
vista o uso a que se destinam. A “diversidade de objetivos da Contabilidade de Custos 
torna difícil estabelecer um só tipo de custo da produção, que se adapte a todas as 
necessidades. Cada utilização de custo requer, de fato, diferentes tipos de custos”. Por 
isso, a Contabilidade de Custos, quando acumula os custos e os organiza em 
informações relevantes, pretende atingir três objetivos principais: a determinação do 
lucro, o controle das operações e a tomada de decisões. 
Os dados de custos necessários para a determinação do lucro podem ser extraídos 
diretamente dos registros convencionais da Contabilidade. Uma ou outra compilação 
deverá ser feita para transformá-los em informações úteis. Por exemplo, a separação dos 
custos em aplicados e periódicos já vai fornecer resultados mais realísticos à 
Administração. A acumulação dos custos por fases de fabricação, por departamentos e 
por produtos resultará em apropriações mais racionais. O atendimento do princípio 
contábil de que a toda renda devem ser computados os custos necessários para realizá- la 
é a maneira mais usada e correta para o levantamento do lucro do período. 
Considerando, ainda, os mesmos dados básicos, pode a Contabilidade, por meio de 
classificações especiais, atender ao controle. Quando o contador acumula os custos por 
centros de responsabilidade e dentro de cada centro classifica os custos por função, por 
natureza e por possibilidade de controle, dota a Administração de meio eficaz para a 
determinação dos custos por componente da organização e, conseqüentemente, para o 
exercício de controle mais efetivo sobre o desempenho de cada um dos responsáveis por 
esses mesmos componentes. 
O sistema de custos-padrão, adotado pelas empresas industriais e que também pode ser 
empregado para o controle de outras atividades, é instrumento valioso à disposição do 
administrador o qual permite a criação de metas contra as quais medir os resultados. A 
separação dos custos em relação ao volume, isto é, custos fixos e custos variáveis, 
fornecerá ao contador meios para dar melhores informações à administração em termos 
de controle (por exemplo, os orçamentos flexíveis) e em termos de auxílio ao processo 
decisório (por exemplo, a análise do ponto de equilíbrio). 
Tratando-se das relações entre a Contabilidade de Custos e o processo de decisão, vale 
lembrar a existência de diversos tipos de custos que devem atender a várias finalidades. 
Neste ponto é que reside a maior utilidade das técnicas de Custos. Os dados de custos 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
18 
são manipulados de formas diferentes, objetivando emprestar-lhes a significação exigida 
para a solução dos mais complexos problemas que enfrenta o administrador. 
Na fixação do preço de venda de um produto devem ser computados todos os custos e, 
principalmente, num regime inflacionário, os custos de reposição. A recuperação dos 
custos através da venda servirá para cobrir os impostos, os juros, as despesas para 
expansão, os dividendos e a reposição das matérias-primas e de outros fatores de 
produção necessários para o reinício e manutenção do ciclo operacional. 
O custeamento dos planos e das alternativas, das atividades de distribuição e dos 
inventários por meio de tipos diferentes de custos, permitirá ao administrador tomar 
decisões mais científicas. É sabido que existem fatores qualitativos de extrema 
importância que devem ser levados em conta ao se tomar uma decisão. Todavia, mesmo 
reconhecendo que existem elementos imponderáveis na escolha de uma alternativa, este 
processo será mais válido se auxiliado por fatores de natureza quantitativa. Em resumo, 
a Contabilidade de Custos fornece informações para: 
1. A determinação dos custos dos fatores de produção; 
2. A determinação dos custos de qualquer natureza; 
3. A determinação dos custos dos setores de uma organização; 
4. A redução dos custos dos fatores de produção, de qualquer atividade ou de setores da 
organização; 
5. O controle das operações e das atividades de qualquer organização; 
6. A administração, quando esta deseja tomar uma decisão, estabelecer planos ou 
solucionar problemas especiais; 
7. O levantamento dos custos dos desperdícios, do tempo ocioso dos operários, da 
capacidade ociosa do equipamento, dos produtos danificados, do trabalho necessário 
para conserto, dos serviços de garantia de produtos; 
8. A determinação da época em que se deve desfazer de um equipamento, isto é, quando 
as despesas de manutenção e reparos ultrapassam os benefícios advindos da utilização 
do equipamento; 
9. A determinação dos custos dos pedidosnão satisfeitos; 
10. A determinação dos custos dos inventários com a finalidade de ajudar o cálculo do 
estoque mínimo, do lote mais econômico de compra, da época de compra; 
11. O estabelecimento dos orçamentos. 
 
O Demonstrativo De Resultado 
A contabilidade financeira prepara relatórios econômico financeiros para usuários externos 
a empresa, como bancos, investidores, etc. Sua ênfase é empregar os princípios e regras 
estabelecidos por entidades que a regulamentam. No Brasil, por exemplo, uma empresa 
com capital aberto necessita atender regras que satisfaçam a demanda da Secretária da 
Receita Federal do Ministério da Fazenda e da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). 
A preocupação, portanto, da contabilidade financeira está com a forma que os fenômenos 
econômicos, que afetam as entidades, serão medidos e comunicados. É vital para a 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
19 
economia que as informações sejam compreendidas claramente, a fim de serem bem 
utilizadas na determinação quanto à alocação de recursos. Com base nessas informações 
econômicas as empresas são capazes de captar recursos para investimentos em seus ativos. 
O usuário dos relatórios contábeis tem de ter confiança nas informações. Elas devem 
permitir comparações entre relatórios de períodos passados e de outras empresas. Assim 
sendo, projeções sobre o futuro comportamento das entidades poderão ser realizados. Em 
resumo, a contabilidade financeira necessita de padrões de divulgação que são os 
princípios contábeis de aceitação geral. Os princípios são guias para preparar os relatórios 
econômico financeiros e têm como objetivo: compreensão, confiabilidade e 
comparação. 
Os valores apresentados no relatório do Demonstrativo de Resultados, de acordo com a 
Contabilidade Financeira, utilizam do MÉTODO DA COMPETÊNCIA. Esse método tem 
por objetivo apropriar os custos que foram necessários à organização para obter a receita 
que está sendo apresentada. Em outras palavras, quais foram os custos incorridos pela 
organização na obtenção da receita que está sendo apresentada. De uma forma geral, para 
empresas comerciais, os Demonstrativos de Resultados empregados na Contabilidade 
Financeira têm a seguinte estrutura de informação: 
Receita (R) 
Menos: Custos das Mercadorias Vendidas (CMV) 
Igual: Margem ou Lucro Bruto (MB) 
Menos: Despesas Operacionais (DO) 
Igual: Lucro Operacional (LO) 
Menos: Despesas de Juros (DJ) 
Igual: Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR) 
Menos: Imposto de Renda (IR) 
Igual: Lucro Líquido (LL) 
Essa estrutura de informação é conhecida, também, como CUSTEIO FUNCIONAL, pois 
as informações são apresentadas conforme a função de sua origem. O Custo da Mercadoria 
Vendida (CMV) representa a função básica do negócio. Uma empresa comercial adquire 
mercadorias com o intuito de revendê-la. Não há transformação, simplesmente a empresa 
cria um canal de distribuição desse produto para seu consumidor. Esse canal de 
distribuição pode ser mais ou menos sofisticado. Como o nome induz, CMV significa 
quanto custou as mercadorias que foram vendidas. É importante, não trocar o custo da 
mercadoria comprada com o custo da mercadoria vendida. Por exemplo, a empresa H2R 
é uma loja de móveis e comprou 10 cadeiras para revendê-las em sua loja. Cada cadeira 
custou $50; portanto, o custo de compras foi de $500. Essas cadeiras foram registradas à 
Estoque pelo valor de $500 e seus valores serão retirados dessa conta conforme são 
vendidos. Nesse mesmo período, a empresa vendeu 8 cadeiras pelo valor de $1.600. A 
receita é declarada com a venda de oito (8) cadeiras, portanto para determinarmos o lucro 
da empresa, teremos inicialmente de confrontar a essa receita o custo das mercadorias que 
foram vendidas, isto é, o custo das oito (8) cadeiras que foram vendidas. Em resumo, a 
relação CMV com a R nos fornece um sinal da política de preço da empresa. O LUCRO 
BRUTO refere-se o resultado básico do negócio. 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
20 
As duas (2) cadeiras que ficaram em Estoque estão ao seu custo de compra, $100 (ou, $50 
cada). Ao término de período, esse valor é conhecido como ESTOQUE FINAL. 
Como mencionado anteriormente, a fim de determinarmos o lucro teremos de apropriar as 
outras despesas organizacionais. Essas despesas ocorreram para venda do produto, como 
aluguel da loja, comissão de vendedores, etc. Contudo, não se tem como relacionar 
diretamente as mesmas aos produtos. Elas são competência do PERÍODO. Assim sendo, 
por convenção, estabeleceu-se que todas as despesas incorridas nas áreas de vendas e 
administrativas seriam alocadas ao item DESPESAS OPERACIONAIS. Sua subtração ao 
LUCRO BRUTO nos informaria o LUCRO OPERACIONAL. Esse lucro mostra a 
capacidade gerencial dos administradores frente ao ativo disponível. 
As DESPESAS DE JUROS, também, referem-se ao período, isto é, sua competência está 
relacionada ao período de obtenção da receita e não com a venda do produto. Assim sendo, 
a subtração das Despesas de Juros ao Lucro Operacional temos o Lucro Antes do Imposto 
de Renda (LAIR). 
 
O Demonstrativo de Resultado de uma Empresa Comercial 
¨ O fluxo da informação no DEREX 
 
O Demonstrativo de Resultado na Empresa Industrial 
¨ O fluxo da informação do DEREX e as contas de estoques: Materiais; Produtos em 
Processo e Produtos Acabados 
¨ O significado das informações de custos na produção: Materiais Diretos; Mão-de-
Obra Direta; e, Custos Indiretos de Fabricação 
Na empresa industrial os materiais são transformados em produtos que para serem 
vendidos. Essa transformação tem a ajuda da mão de obra direta, assim com essa 
transformação demanda recursos fabris, que são custos indiretos de fabricação, como: 
aluguel da fábrica, salário de engenheiros, gerente da fábrica, depreciação de máquinas, 
etc. Todos esses custos serão apropriados ao produto, pois sua fabricação depende 
dessas despesas. Elas ocorrem durante a produção e são básicas ao negócio. Ao vender 
o produto, os custos exigidos a sua produção são destinados a conta CUSTO DOS 
PRODUTOS VENDIDOS, que tem o mesmo significado do CUSTO DAS 
MERCADORIAS VENDIDAS. Sendo que esta é a denominação para o comércio, 
enquanto a outra é para indústria. 
Como ocorre nas empresas comerciais, as despesas de vendas e administrativas são 
alocadas as DESPESAS OPERACIONAIS de competência ao período da obtenção da 
RECEITA. A diferença para contabilidade comercial e industrial está na conta 
ESTOQUE. Na contabilidade comercial só há uma conta ESTOQUE, enquanto na 
industrial três (3): 
Estoque de Material Direto – que são os custos dos produtos disponíveis, mas ainda 
não enviados à produção. 
Estoque de Produto em Processo (ou de Produtos em Fabricação ou de Produtos 
em Elaboração) – que são os custos dos produtos ainda não acabados na linha de 
produção, seus custos são formados por proporções apropriadas dos três principais 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
21 
custos de fabricação, materiais diretos, mão de obra direta e custos indiretos de 
fabricação. 
Estoque de Produtos Acabados – que são os custos dos produtos inteiramente 
acabados e que ainda não foram vendidos. 
Como mencionado anteriormente, os três principais custos de fabricação são: materiais 
diretos, mão de obra direta e custos indiretos de fabricação. E, podemos defini- los da 
seguinte forma: 
 
Material Direto. Todos os materiais fisicamente identificados como partes do produto 
acabados e que podem ser associados aos produtos acabados de modo economicamente 
viável. 
Mão de Obra Direta. Toda a mão de obra que pode ser fisicamente associada aos 
produtos acabados de forma economicamente viável. 
Custos Indiretos de Fabricação. Todos os custos que são associados ao processo 
produtivo e que não são materiais diretos e mão de obra direta. 
A relaçãoentre essas contas e o fluxo da informação para determinar o lucro no 
Demonstrativo de Resultados pode ser explicada pelos exemplos a seguir: 
 
CONCEITOS, DEFINIÇÕES E CLASSIFICAÇÕES 
TERMINOLOGIA CONTÁBIL 
O ponto inicial da exposição sobre custos está na terminologia. Infelizmente, 
encontramos em todas as áreas, principalmente nas sociais (e econômicas em particular) 
uma profusão de nomes para um único conceito e também conceitos diferentes para 
uma única palavra. 
Gasto - Sacrifício que a entidade arca para obtenção de um bem ou serviço, 
representado por entrega ou promessa de entrega de ativos. O gasto se concretiza 
 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
22 
quando os serviços ou bens adquiridos são prestados ou passam a ser de propriedade da 
empresa. 
EXEMPLOS: 
· Gasto com mão-de-obra (salários e encargos) = aquisição de serviços de mão de obra. 
· Gasto com aquisição de mercadorias para revenda. 
· Gasto com aquisição de matérias-primas para industrialização. 
· Gasto com energia elétrica = aquisição de serviços de fornecimento de energia. 
· Gasto com aluguel de edifício (aquisição de serviços). 
· Gasto com Reorganização Administrativa (serviço). 
Investimento - Gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de 
benefícios atribuíveis a períodos futuros. EXEMPLOS: 
· Aquisição de móveis e utensílios. 
· Aquisição de imóveis. 
· Despesas pré-operacionais. 
· Aquisição de marcas e patentes. 
· Aquisição de matéria-prima. 
· Aquisição de material de escritório. 
Custo - Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e 
serviços: são todos os gastos relativos à atividade de produção. EXEMPLOS: 
· Salários do pessoal da produção. 
· Matéria-prima utilizada no processo produtivo. 
· Combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas da fábrica. 
· Aluguéis e seguros do prédio da fábrica. 
· Depreciação dos equipamentos da fábrica. 
· Gastos com manutenção das máquinas da fábrica. 
Despesa - Gastos com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e 
consumidos com a finalidade de obtenção de receitas. Em termos práticos, nem sempre 
é fácil distinguir Custos e Despesas. Pode-se, entretanto, propor uma regra simples do 
ponto de vista didático: todos os gastos realizados com o produto até que esteja pronto, 
são Custos; a partir daí, são Despesas. Assim, por exemplo, gastos com embalagens são 
Custos se realizados no âmbito do processo produtivo (o produto é vendido embalado); 
são Despesas, se realizados após a produção. 
Todos os Custos que estão incorporados nos produtos acabados que são fabricados pela 
empresa industrial são reconhecidos como Despesas no momento em que os produtos 
são vendidos. A matéria-prima industrial que, no momento de sua compra, representava 
um Investimento, passa a ser considerada Custo no momento de sua utilização na 
produção e torna-se Despesa quando o produto fabricado é vendido. Entretanto, a 
matéria-prima incorporada nos produtos acabados em estoque, pelo fato destes serem 
ativados, volta a ser Investimento. 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
23 
Os encargos financeiros incorridos pela empresa, mesmo aqueles decorrentes da 
aquisição de insumos para a produção, são sempre considerados Despesas. EXEMPLO: 
· Salários e encargos sociais do pessoal de vendas. 
· Salários e encargos sociais do pessoal administrativo. 
· Energia elétrica consumida na sede administrativa. 
· Gasto com combustíveis e refeições do pessoal de vendas. 
· Conta telefônica da administração e de vendas. 
· Aluguéis e seguros da sede administrativa. 
Desembolso - Saídas de caixa para atender a aquisição de um bem ou serviço. Pode 
ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou 
não do gasto. 
Perda - É um gasto não intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da 
atividade produtiva normal da empresa. No 1º caso, são considerados da mesma 
natureza que as Despesas e são jogadas diretamente contra o resultado do período. 
EXEMPLOS: 
· Incêndio. 
· Obsoletismo de estoques. 
· Período de greve. 
· Enchente. 
· Furto/roubo. 
No 2º caso, onde se enquadram, por exemplo, as perdas normais de matérias-primas na 
produção industrial, integram o Custo de produção. EXEMPLO: 
Uma indústria de estamparia que aproveita apenas 80% da chapa de aço e considera 
20% como perda técnica. Da mesma forma, o camiseiro que considera o preço do pano 
total comprado, como custo, não se importando com os retalhos. Em alguns casos 
admite-se considerar dias parados por motivo de greve como “ociosidade” e incluí- los 
nos gastos gerais de fabricação para rateio na formação do custo de todos os produtos. 
 
CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS 
A) QUANTO A ALOCAÇÃO AO PRODUTO 
Custo Direto - São aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos 
fabricados, porque há uma medida objetiva de seu consumo nesta fabricação. 
EXEMPLOS: 
· Matéria-prima - Normalmente, a empresa sabe qual a quantidade exata de matéria 
prima que está sendo utilizada para a produção de uma unidade do produto. Sabe-se o 
preço da matéria-prima, o custo daí resultante está associado diretamente ao produto. 
· Mão-de-Obra direta - Trata-se dos custos com os trabalhadores utilizados diretamente 
no produção. Sabendo-se Quanto tempo cada um trabalhou no produto e o preço da 
mão-de-obra, é possível apropriá-la diretamente ao produto. 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
24 
· Material de embalagem. 
· Depreciação de equipamento quando é utilizado para produzir apenas um tipo de 
produto. 
· Energia elétrica das máquinas, quando é possível saber quanto foi consumido na 
produção de cada produto. 
Custo Indireto - São os custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para 
serem apropriados em diferentes produtos, portanto, são os custos que só são 
apropriados indiretamente aos produtos. O parâmetro utilizado para as estimativas é 
chamado de base ou critério de rateio. EXEMPLOS: 
· Depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um produto. 
· Salários dos chefes de supervisão de equipes de produção. 
· Aluguel da fábrica. 
· Gastos com limpeza da fábrica. 
· Energia elétrica que não pode ser associada ao produto. 
OBSERVAÇÕES: 
1. Se a empresa produz apenas um produto, todos os seus custos são diretos. 
2. Às vezes, o custo é direto por natureza, mas é de tão pequeno valor que não 
compensaria o trabalho de associá-lo a cada produto, sendo tratado como indireto. 
Exemplo: Gastos com verniz e cola na fabricação de móveis. 
 
B) QUANTO AO VOLUME 
Custo Fixo - Custos Fixos são aqueles cujos valores são os mesmos qualquer que seja o 
volume e produção da empresa. É o caso, por exemplo, do aluguel da fábrica. Este será 
cobrado pelo mesmo valor qualquer que seja o nível de produção, inclusive no caso da 
fábrica nada produzir. 
Observe que os Custos Fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas podem 
variar de va lor no decorrer do tempo. O aluguel da fábrica, mesmo quando sofre 
reajuste em determinado mês, não deixa de ser considerado um Custo Fixo, uma vez 
que terá o mesmo valor qualquer que seja a produção do mês. Outros exemplos: 
Imposto Predial, Depreciação dos equipamentos (pelo método linear), Salários de vigias 
e porteiros da fábrica, Prêmios de seguro, etc. 
GRÁFICO REPRESENTATIVO DOS CUSTOS FIXOS (CF) 
 
Unidades Produzidas
C
us
to
Unidades Produzidas
C
us
to
Custo Fixo
Total
Custo Fixo
Unitário
 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
25 
Custo Variável - Custos Variáveis são aqueles cujos valores se alteram em função do 
volume de produção da empresa. Exemplo: matéria-prima consumida. Se não houver 
quantidade produzida, o Custo Variável será nulo. Os CustosVariáveis aumentam à 
medida em que aumenta a produção. 
OUTROS EXEMPLOS: 
· Materiais indiretos consumidos. 
· Depreciação dos equipamentos (quando esta for feita em função das horas/máquina 
trabalhadas). 
· Gastos com horas-extras na produção. 
GRÁFICO REPRESENTATIVO DOS CUSTOS VARIÁVEIS (CV) 
GRÁFICO CLÁSSICO DOS CUSTOS TOTAIS (CT) 
 
Custo Semi-Fixo - Custos Semi-Fixos são custos que são fixos numa determinada faixa 
de produção, mas que variam se há uma mudança nesta faixa. Considere, por exemplo, a 
necessidade de supervisores de produção de uma fábrica expressa na tabela a seguir: 
 
Volume de 
Produção 
Quantidade 
Necessária de 
Supervisores 
Custo em R$ (Salários + 
Encargos) 
0 – 20.000 1 120.000 
20.001 – 40.000 2 240.000 
40.001 – 60.000 3 360.000 
60.001 – 80.000 4 480.000 
Unidades Produzidas
Cu
sto
Unidades Produzidas
Cu
stoTeoria Prática
Custo Variável
Unitário
Custo Variável
Total
 
Receita Total
C.F. + D.F.
C.V. +
D.V.
Quantidade
Pr
eç
o
LUCRO
PREJUÍZO
 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
26 
 
Custo Semi-Variável - Custos Semi-Variáveis são custos que variam com o nível de 
produção mas que, entretanto, têm uma parcela fixa que existe mesmo que não haja 
produção. É o caso, por exemplo, da conta de energia elétrica da fábrica, na qual a 
concessionária cobra uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto no período, embora 
o valor da conta dependa do número de quilowatts consumidos e, portanto, do volume 
de produção da empresa. 
Outros exemplos: aluguel de uma copiadora no qual se cobra uma parcela fixa mesmo 
que nenhuma cópia seja tirada; gasto com combustível para aquecimento de uma 
caldeira, que varia de acordo com o nível de atividade, mas que existirá, mesmo que 
seja num valor mínimo, quando nada se produza, já que a caldeira não pode esfriar. 
 
Dilema Contábil: Custeio por absorção VS Custeio Variável 
INTRODUÇÃO 
A decisão de investimento é reflexo dos resultados das organizações, sendo esses 
representados pelo VALOR DA FIRMA. O VALOR DA FIRMA se traduz no preço de 
sua ação, e é um conceito que expressa o binômio risco-retorno. Esse valor é 
determinado pela expectativa do investidor com respeito ao retorno da empresa, na 
presença de risco. A existência do risco é devido a falta de certeza quanto ao retorno. 
Portanto, o risco pode ser definido como a possibilidade do retorno real se desviar do 
esperado. As expectativas são continuamente revistas com base em novas informações 
que são procedentes de decisões de investimentos, financiamentos ou dividendos13. 
Caso a empresa atinja a expectativa de seus investidores, o valor da ação se mantêm. Se 
os resultados superarem as expectativas, o valor da firma aumenta através do aumento 
do preço da ação; caso contrário o valor da ação cai. Portanto, os elementos custo, 
volume de produção e retorno sobre o investimento são fatores importantes na 
decisão de preço do produto. Pois, o valor da firma é uma medida para mensurar a 
performance de empresas, sendo empregada pela revista FORTUNE para classificar as 
melhores. 
O preço final de um produto, que deve ter um valor capaz de pagar os custos e gerar 
lucros aos acionistas, é função da estratégia escolhida pela empresa. Entretanto, pode-se 
perceber que, independente da estratégia empregada, o retorno sobre investimento, o 
volume de produção e os custos de operação são variáveis interdependentes e essenciais 
na adoção de uma política de preços. Registre-se, ainda, que o retorno sobre 
investimento, ou o lucro, tem um papel limitador, pois a sobrevivência do produto, e 
como conseqüência, da empresa, dependerá desse retorno ser aquele mínimo exigido 
pelos investidores. Em vista dessas considerações, não é espantoso que tantas empresas 
lancem mão de modelos com abordagem da orientação no custo do produto para que as 
auxiliem na definição do preço de seus produtos. 
A abordagem orientada no custo do produto tem como objetivo fixar preço com uma 
margem sobre o custo do produto. Esta margem permitirá um retorno adequado sobre o 
investimento. A primeira vista, este é um procedimento para empresas que podem fixar 
seus próprios preços, pois aliam a este valor computado uma combinação de palpite 
 
13 Van Horne, J.C ., Financial Management and Policy, Prentice-Hall, 1971, Second Edition, Cap. 2 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
27 
sagaz e hábitos misteriosos14. O preço computado, por sua vez, é conhecido como 
preço-meta, por ter embutido a expectativa do retorno sobre o investimento. 
O método do preço-meta pode ser, também, empregado por empresas que tenham 
pouca influência sobre o preço de mercado. Este é caso que mostra: (1) qual deverá ser 
o preço ideal do mercado para a estrutura atual de custo da empresa; ou, (2) qual deverá 
ser a estrutura de custo ideal da empresa para um dado preço de mercado. A primeira 
situação deixa a empresa a mercê do mercado, sem nenhuma ação gerencial. No 
segundo, o método sinaliza um custo a ser perseguido. 
A seguir discutiremos o efeito das duas abordagens contábeis, absorção versus 
contribuição, no custo do produto; mais a frente, mostraremos através de exemplos a 
vantagem da abordagem por contribuição em algumas decisões, como a de preço. 
Ao término deste módulo, entre outras coisas, esperamos que o leitor seja capaz de: 
- distinguir margem de contribuição de margem bruta e suas aplicações; 
- identificar a importância do custo unitário; 
- distinguir o conceito: abordagem por absorção e abordagem por 
contribuição; 
 
ABORDAGEM POR ABSORÇÃO 
A abordagem por absorção é que encontramos nos Demonstrativos Financeiros. A 
principal diferença é encontrada em empresa industrial, pois todos os custos variáveis 
mais os custos fixos de produção, são alocados ao produto. Por exemplo, se os custos 
variáveis do produto X montam a $10 e os custos indiretos da fábrica totalizam $100, o 
custo de X será $15 caso sua contribuição para os resultados da empresa sejam de 5%. 
O preço de X será definido atribuindo-se uma margem de lucro a esse valor $15. 
Subjacente a esse valor de $15 está a percepção de que não faz diferença se os custos da 
produção são fixos ou variáveis.. Os custos indiretos fixos, por exemplo, depreciação, 
são essenciais ao processo produtivo, assim como são os custos variáveis, tal qual 
matéria-primas; portanto, não podem ser ignorados no custeio unitário do produto15. 
Os custos de vendas e administrativos, para qualquer tipo de empresa, são alocados ao 
Demonstrativo de Resultados sob o título de Despesas Operacionais. Esses custos são 
definidos como despesas do período ; pois não estão diretamente relacionados com 
produto ou serviço oferecido, mas com a unidade de tempo. Em outras palavras: os 
custos com aluguel da loja, com o salário do presidente, com os vendedores, etc. não 
são estocáveis, portanto, não aumentam o custo do produto ou do serviço se não houver 
negócio em um determinado período. A empresa incorrerá nessas despesas a cada 
período sendo o mesmo confrontado à Receita para fins de computar o lucro do período. 
Os custos de produção são definidos como custos do produto, sendo o valor incorrido 
no processo produtivo atribuído ao produto. Uma vez o produto esteja pronto seu valor 
é levado a conta Estoque para posteriormente ser confrontado à Receita, através da 
conta Custos das Mercadorias Vendidas, quando ocorrer a venda. Deve-se notar que o 
 
14 Horngren, C.T. , Introdução à Contabilidade Gerencial , PHB, 1981, Quinta Edição, p. 74 
15 Garrison, R.H., Managerial Accounting: Concepts for Planning, Control, Decision Making , BPI, 
1988, Fifth Edition, p.278 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
28 
valor do produtovaria de acordo com o nível de produção. No exemplo anterior o 
produto X absorve $5 de custos fixos por contribuir 5% para os resultados da empresa. 
Imagine, agora, que a empresa só fabrique o produto X a um volume de 20 unidades e 
todos os custos indiretos da fábrica são fixos. Os custos variáveis continuam $10 por 
unidade. Se por uma razão qualquer a produção industrial caiu de 20 para 10, os custos 
do produto X passaram para $20; sendo $10 dos custos variáveis e $10 pela alocação 
dos custos fixos ao produto (que é, $100 dividido por 10 unidades). 
Empresas que possuem, proporcionalmente, um alto percentual de custos fixos em seus 
custos totais, assim como empresas que comercializam seus produtos através de 
contratos (como, por exemplo, empreiteiras), têm um grande apelo em empregar a 
abordagem por absorção para tomada de decisão de preço, E, uma das razões para a 
decisão de preço ser comumente baseada na abordagem por absorção é a crença de que 
o valor definido salvaguardará a empresa de um possível prejuízo, isto é, os custos 
serão cobertos pelo preço que, ainda, contribuirá com uma margem de lucro. 
No entanto, esse argumento é ilusório, porque pode ocorrer prejuízo se as vendas não 
atingirem o volume empregado no cálculo do custo unitário. Mais convincente é o 
argumento de que esse custo unitário pode ser utilizado para ser comparado com o custo 
unitário do produto concorrente, além de ser uma estimativa razoável da relação entre 
custos e preços dos competidores. A despeito de sua simplicidade uma série de 
argumentos contra o método é apresentada na literatura16: 
ü método não considera a demanda pelo produto; é possível que não existam 
consumidores dispostos a pagar o preço computado pela firma. 
ü método não considera a competição. Se seu emprego for irracional e rígido, a 
empresa pode perder oportunidades de negócios, como no exemplo da empresa de 
telecomunicação. Se a empresa não aceita a proposta, que irá gerar um aumento em 
seus lucros, pode ficar vulnerável perante os concorrentes. 
ü Qualquer método empregado para alocar os custos indiretos de fabricação são 
arbitrários e podem ser irrealistas; é difícil mostrar as relações de causa-e-efeito 
entre os custos alocados e a maioria dos produtos. 
O principal problema com o método de absorção é que a utilização indiscriminada dos 
custos unitários pode resultar em premissas erradas na previsão de como os custos totais 
comportar-se-ão. Uma interpretação errada dos custos fixos unitários (isto é, o eventual 
desconhecimento sobre a função de formação de custo do produto) irá gerar uma análise de 
custo errada. 
 
16 Boone, L.E. e D.L. Kurtz, Contemporary Marketing , Dryden, 1989, Sixth Edition, pp. 359 e 360 e 
Atkin, B., editado por Pocock, M.A. e A.H.Taylor, Financial Planning and Control , Pricing Policy, 
Gower, 1988, Second Edition, p. 69 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
29 
 
ABORDAGEM POR CONTRIBUIÇÃO - CUSTEIO VARIÁVEL 
Os proponentes da abordagem por contribuição utilizam as críticas apresentadas à 
técnica da absorção para enfatizar a flexibilidade desse método como um meio de 
resposta às condições de demanda e de competição. Por exemplo, há uma oportunidade 
de exportar 1.000 unidades do produto X pelo preço de $14 a unidade. Seu custo, de 
acordo com a abordagem por absorção, foi computado em $15, mas para a abordagem 
por contribuição o que conta é o custo marginal - o aumento do custo devido ao pedido. 
Nesse caso, o valor incremental é igual ao unitário, que é o mesmo do custo variável, 
isto é, $10. Então, qualquer preço acima de $10 irá aumentar o lucro da empresa. No 
exemplo, se a empresa aceitar esse negócio, cada unidade exportada contribuirá com 
$4 para o lucro da empresa e o lucro final terá majorado em $4.000 (obtido pela razão 
de 1.000 unidades com a contribuição de $4 por unidade). O método se baseia na 
contribuição de cada produto. 
No exemplo da firma de telecomunicação, há uma possibilidade de produzir 100 unid de 
um equipamento especial, o preço unit a ser comercializado é de $370, os custos 
variáveis por unid do produto X são de $280. Digamos que depois de sua análise sobre a 
tendência de custos da empresa, você conclui: (1) a empresa possui custos fixos no 
valor de $32.000, que independem do produto a ser produzido; e, (2) o outro produto de 
linha possui custos variáveis totalizando $48.000. As informações podem ser 
apresentadas como: 
 Produto de linha Equip Especial TOTAL 
Receita $100.000 $37.000 $137.000 
(-)Custos Variáveis 48.000 28.000 76.000 
Mg de Contribuição $52.000 $ 9.000 $ 61.000 
(-)Custos Fixos 32.000 
CUSTOS
DiretosIndiretos
RATEIO
Produto Y
Produto Z
Estoque
ESQUEMA BÁSICO DE
ALOCAÇÃO
MÉTODO ABSORÇÃO
 RESULTADO
Vendas
(-) CPV
(=) Resultado Bruto
(-) Desp. Administrativas
(-) Desp. Vendas
(=) Resultado Líquido
DESPESAS
 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
30 
Lucro $ 29.000 
 
A utilização da abordagem por contribuição permite que a empresa, em circunstância 
específica, considere e responda os pedidos individuais de maneira apropriada. Em 
períodos em que a demanda é alta, a decisão quanto à produção e comercialização 
deverá recair sobre os produtos que trazem uma margem maior de contribuição; para os 
períodos de baixa demanda, a informação por contribuição permite que se saiba o limite 
máximo a que a firma pode reduzir o preço do produto a fim de conseguir qualquer 
contribuição para o negócio 17. 
No exemplo acima, se a demanda sobre o produto de linha for grande, a administração 
empresa deverá direcionar sua atenção para este produto, em detrimento a do pedido 
especial. A margem de contribuição sobre a receita, do produto de linha, é 52% 
($52.000 / $100.000); enquanto, a do pedido especial é de 24,3% ($9.000 / $37.000). 
Significando, que cada unidade monetária vendida, 52% desse valor estará contribuindo 
tanto para pagar os custos fixos como para gerar lucro. 
Na opinião de alguns contadores, as informações oriundas da abordagem variável são 
superiores e deveriam ser utilizadas nos relatórios contábeis, ao invés da abordagem por 
absorção18. Entre os argumentos favoráveis à abordagem por contribuição encontram-
se: 
Ø Os custos indiretos fixos estão relacionados com a capacidade de produção 
instalada e projetada ao invés do número de unidades efetivamente produzido em um 
respectivo período. Em outras palavras, os custos para criar a disponibilidade, isto é, os 
equipamentos, o seguro, os salários dos gerentes e supervisores etc., representam custos 
relacionados a estar pronto para produzir e, como conseqüência, seriam incorridos 
independentemente de a produção real ser o volume A ou B19. 
Ø Os custos dos ativos fixos, como as depreciações de prédios e equipamentos, são 
funções do tempo. Em outras palavras, estão relacionados com a passagem do tempo e 
não com a produção de uma unidade e, portanto, deveriam ser tratados como custos do 
período. Independente da produção realizada, os custos fixos seriam alocados à despesa 
do período. Os custos variáveis seriam atrelados aos produtos e seriam os únicos custos 
considerados para efeito de registrá-los como estoque 20. 
Ø Os lucros aumentam ou diminuem em função das vendas e a abordagem por 
contribuição apresenta claramente essa variação, já que existe uma proporcionalidade 
constante entre o valor das vendas e dos custos variáveis. As informações explícitas da 
relação entre as vendas e os custos variáveis facilitam a utilização da análise do ponto 
de equilíbrio21. 
 
17 Atkin, B., editado por Pocock, M.A. e A.H.Taylor, Financial Planning and Control , Pricing Policy, 
Gower, 1988, Second Edition, p. 70 
18 DeCoster, D.T. e E.L. Schafer, ManagementAccounting: A Decision Emphasis , Wiley/Hamilton, 
1976, 
19 Garrison, R.H., Managerial Accounting: Concepts for Planning, Control, Decision Making , BPI, 
1988, Fifth Edition, p.27 
20 DeCoster, D.T. e E.L. Schafer, Management Accounting: A Decision Emphasis , Wiley/Hamilton, 
1976, 
21 DeCoster, D.T. e E.L. Schafer, Management Accounting: A Decision Emphasis , Wiley/Hamilton, 
1976, 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
31 
Não obstante o aparente pragmatismo em se empregar o método por contribuição, há 
restrições e perigos em sua utilização22: 
Ø Para sobreviver a longo prazo a empresa tem que conseguir uma receita que 
cubra os custos variáveis, os custos fixos e um lucro que satisfaça os investidores. 
Portanto, esse método não deve ser aplicado sem verificar essas restrições. 
Ø O emprego de custos variáveis para a decisão de preço de pedidos marginais 
pode trazer problemas com consumidores tradicionais e/ou com esse mesmo cliente no 
futuro. Os consumidores tradicionais podem se sentir ludibriados por estarem pagando 
mais caro pelo mesmo produto. Por outro lado, o cliente que adquiriu o produto mais 
barato poderá querer o mesmo tratamento no futuro. Como conseqüência, a firma 
poderá não cobrir seus custos fixos e/ou obter o lucro requerido pelos investidores. 
Ø Há sempre o risco de, ao empregar preço menor para pedidos marginais, 
provocar retaliação de competidores, resultando em uma margem de lucro baixa por 
produto. Pior, os consumidores podem se acostumar com o preço baixo do produto e 
não o adquirir, no futuro, a preço superior, afetando o retorno desejado pelos 
investidores, 
Ø Nem sempre é fácil associar custos incrementais a produtos relacionados aos 
pedidos especiais. Nem sempre os custos variáveis são os custos marginais ou 
incrementais; podem existir, também, custos fixos, assim como, em algumas situações 
pode ser difícil atribuir custos variáveis ao produto. 
Ø Podem haver restrições legais por praticar preços diferentes em relação ao 
mesmo produto. 
Apesar das restrições e perigos, apresentadas acima, quando se emprega o método por 
contribuição para apreçar produto, este fornece informações mais detalhadas que a 
abordagem por absorção, pois os padrões de comportamento de custos variáveis e fixos 
são delineados explicitamente. O método de abordagem por contribuição é sensível às 
relações de custo-volume-lucro, sendo, portanto, uma base mais fácil e melhor para o 
estabelecimento de fórmulas de fixação de preço. 
 
22 Atkin, B., editado por Pocock, M.A. e A.H. Taylor, Financial Planning and Control , Pricing Policy, 
Gower, 1988, Second Edition, p.70 e Boone, L.E. e D.L. Kurtz, Contemporary Marketing , Dryden, 
1989, Sixth Edition, p. 360 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
32 
 
 
Análise Custo-Volume-Lucro 
Definição dos custos variáveis e custos fixos e calcular os efeitos das variações de volume 
sobre cada um destes custos. 
Uma das análises mais relevante em negócio é a de custo-volume-lucro. Conhecendo-se o 
comportamento dos custos do produto, essa análise permite estudar o efeito no lucro se 
ocorrer variação no volume de vendas ?, ou qual o volume de vendas será necessário para 
que o lucro do negócio seja $X ?, ou que preço deve ter o produto, dado que o volume de 
operação será de Y unidades e o lucro desejado deverá ser de $Z ?. As relações entre 
receita, despesas e lucro são estudadas a fim de responderem perguntas similares as 
apresentadas. 
Para utilizar essa análise é importante que os custos da empresa sejam divididos em fixos e 
variáveis. Os custos fixos e variáveis são definidos em termos da variação de um custo 
total em relação às variações de quantidade de uma atividade escolhida. Ao descrever a 
diferença entre esses dois tipos de custos encontra-se os seguintes pontos relevantes: 
 1. qualquer negócio pode classificar seus custos em fixos e variáveis, o importante é 
conhecer o intervalo operacional (também conhecido como intervalo de confiança) no qual 
os valores estabelecidos para os custos fixos e variáveis são constantes; por exemplo, entre 
300 a 600 unidades o somatório dos custos fixos é de $1.000 e o somatório dos custos 
variáveis por unidade é de $5,00; 
 2. os custos fixos por unidade são variáveis e os custos variáveis por unidade são 
fixos; contudo, quando estamos descrevendo para um nível de operação, como os custos 
para 400, 450 e 500 unidades. O somatório dos custos fixos é $1.000, não variando. 
Enquanto o somatório dos custos variáveis para 400 unidades é de $2.000, para 450 é de 
$2.250 e para 500 é de $2.500. Sendo diferentes para cada um desses níveis; e, 
CUSTOS
FixosVariáveis
Produto Y
Produto Z
Estoque
ESQUEMA BÁSICO DE
ALOCAÇÃO
CUSTEIO VARIÁVEL
DESPESAS
Fixa
Variável
 RESULTADO
Vendas
(-) Custo Variável
(-) Desp. Var. Venda
(=) Margem Contribuição
(-) C. Fixo Produção
(-) Desp. Administrativas
(-) Desp. Fixas Vendas
(=) Resultado Líquido
 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
33 
 3. o custo unitário médio compreende o custo total (somatório dos custos fixos e dos 
custos variáveis) para o nível de operação dividido por esse nível de operação. Assim 
sendo, o custo unitário médio para o nível de operação em: 
 - 400 unidades será $7,50 ([$1.000 + $2.000] / 400), 
 - 450 unidades será $7,22 ([$1.000 + $2.250] / 450), 
 - 500 unidades será $7,00 ([$1.000 + $2.500] / 500). 
A parcela relativa aos custos variáveis por unidade será constante ($5,00 por unidade), mas 
a dos custos fixos por unidade irá variar (para 400 unidades é de $2,50 por unidade, para 
450 é de $2,22 e para 500 é de $2,00). Razão por que temos de ser cuidadosos quando 
utilizamos a informação do custo unitário médio em tomadas de decisão. 
Calculo do volume da atividade tanto em valores quanto em unidades, para atingir o 
ponto de equilíbrio. 
A análise do custo-volume-lucro baseia-se na fórmula: 
Receita = Custos Totais + Lucro 
O ponto de equilíbrio expressa o volume a ser comercializado a fim de que o Lucro seja 0 
(zero), isso é, que os custos sejam iguais a receita. 
Por exemplo, o Hotel Savoy possui 200 quartos e opera 365 dias ao ano. Se operar 
a 100% de capacidade durante todo o ano terá 73.000 diárias (200 diárias por dia x 
365 dias ao ano). A diária do hotel é de $55. O custo variável por diária é de $5 e os 
custos fixos no ano totalizam $1.000.000,00. Pergunta-se: quantas diárias terão de 
ser obtidas no ano para se ter o ponto de equilíbrio ? 
O objetivo é obter uma receita em que subtraindo dos custos encontre um lucro 
igual a zero. Os custos por sua vez, são divididos em variáveis e fixos; e, em cada 
diária que se obtém incorre-se num custo variável de $5. Assim sendo, os custos 
variáveis durante um ano podem ser expressos de uma forma geral como: 
Custos Variáveis = custos variáveis por diária x número de diárias no ano 
isto é, como o objetivo é saber o número de diárias no ano que fornecerá o ponto de 
equilíbrio, esta será definida como Q e a fórmula acima toma a forma: 
Custos Variáveis = $5 x Q 
A receita anual com diárias pode ser definida como: 
Receita = preço por diária x número de diárias no ano 
Considerando que o valor da diária é de $55, pode-se, portanto, expressar que a 
receita no ponto de equilíbrio será: 
Receita = $55 x Q 
Como, os custos fixos anuais totalizam $1.000.000,00, pode-se estruturar essas 
informações da seguinte forma: 
Receita 55 x Q 
Menos: Custos Variáveis 5 x Q 
Igual: Margem de Contribuição 50 x Q 
 
 
Gestão Estratégica de Custos 
34 
Menos: Custos Fixos 1.000.000 
Igual: Lucro 0 
 
A equação acima, diz que Margem de Contribuição menos Custos Fixos é igual ao Lucro, 
assim sendo: 
50 x Q – 1.000.000

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