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Prof. Dr. Eric Victor de O. Ferreira 1 Absorção e Adubação Foliar CURSO DE AGRONOMIA CURSO DE ENG. FLORESTAL (CCP) 16/18-01-18 Absorção Foliar Anatomia Foliar Processos/ Cinética Absorção Transporte/ Mobilidade Fatores Influentes Adubação Foliar Aspectos gerais Tipos/Produtos Recomendações/Épocas Vantagens/Desvantagens 2 3 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Trocas Gasosas Sustentação/ Transporte Fixação/ Absorção Não perderam habilidade Absorver água/ nutrientes (Base para Adubação Foliar) Adaptação ao habitat terrestre 4 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) 5 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Ureia: > passagem através da cutícula! Ureia (Adubação Foliar): > Permeabilidade Cutícula/Membranas > Absorção de Nutrientes! Ureia: rompe ligações químicas dos componentes da cutícula 6 Absorção Foliar: Duas etapas Ativo: - Processo Metabólico lento -Contra um gradiente de [] -Exige fornecimento de ATP -Simplasto Foliar Passivo: - Processo não metabólico -ELA: Espaço Livre Aparente -Apoplasto Foliar 7 Cinética Absorção Foliar é similar à Radicular V e lo c id a d e d e a b s o rç ã o d e K M a la v o lt a e t a l. ( 1 9 9 7 ) Fonte de ATP: Fosforilação Oxidativa (Respiração) Participação de Carregadores/ Mesmos valores de Km e Vmax 8 Fontes de ATP para Absorção Ativa Foliar Fonte de ATP: Fosforilação Oxidativa (Respiração) Fonte Adicional de ATP: Fosforilação Fotossíntética 9 Transporte à Longa Distância T ra n s p o rt e p o d e d a r- s e e m f o rm a d if e re n te d a a b s o rv id a M a la v o lt a e t a l. ( 1 9 9 7 ) 10 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Varia com a Planta e com o Nutriente! Aplicação Foliar: “Injeção na veia” Cuidado com Toxidez! 11 Das Folhas para outros órgãos via floema Mobilidade dos Nutrientes F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) 12 Fatores influentes na Absorção Foliar M a la v o lt a e t a l. ( 1 9 9 7 ) 13 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Fatores influentes na Absorção Foliar Molhabilidade da Superfície Foliar Requisito para absorção: superfície foliar molhada Função: ângulo de contato (tensão superficial da gota/natureza da superfície) Cutícula (cutina, pectina, hemicelulose, ácidos graxos e ceras): hidrorrepelente Adesivos (Agentes Molhantes/ Surfactantes): rompem tensão superficial/molhamento foliar reduzem evaporação da água grande poder de penetração (Grande avanço na prática da aplicação foliar!) 14 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Fatores influentes na Absorção Foliar Temperatura e Umidade do Ar Afetam velocidade de secamento da solução Gradiente entre as pressões de vapor da folha e do ar ambiente > Umidade e < Temperatura (< Evaporação): > Absorção Foliar Transpiração: favorece hidratação da cutícula Aplicação Foliar: + favorável na manhã e final da tarde 15 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Fatores influentes na Absorção Foliar Composição da Solução Nutrientes: ≠ velocidades de absorção Interação entre nutrientes (sinergismo e antagonismo) Forma do Nutriente: > Absorção N amídico (ureia)> NO3 - > NH4 + Ureia: Alta velocidade de absorção, pode provocar toxidez: Íon acompanhante 16 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Tolerância das culturas à aplicação foliar de Ureia MgSO4: Diminuiu toxidez de ureia em tomateiro 17 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Sacarose: < toxidez da Ureia... Sacarose: esqueletos de C para assimilação da amônia 18 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Fatores influentes na Absorção Foliar In te ra ç ã o e n tr e N u tr ie n te s Cu x Zn: Inibição Competitiva (> [Zn] de 0,5 para 1 %) B x Zn: Inibição Não Competitiva H+: Inibição Competitiva da absorção de Cátions pH Baixo: alterações permeabilidade membrana plasmática (Efluxo de Íons) Escuro: < Energia... 19 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Fatores influentes na Absorção Foliar Íon acompanhante Cloreto: > Absorção de Zn... Uso de KCl em aplicações foliares! 20 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Fatores influentes na Absorção Foliar Luz Maioria das Plantas: Estômatos abrem na Luz Fotofosforilação: fonte de ATP na absorção ativa 21 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Fatores influentes na Absorção Foliar Superfície Foliar Idade da Folha Cutículas + Finas/ > Nº Estômatos/ Ectodesmas Tricomas (pêlos): > superfície de contato Parte Abaxial foliar (cutícula + fina/ + Estômatos) > Absorção: Grau de hidratação foliar (cutícula + permeável) Folhas + Novas: > Absorção (cutícula + fina e > atividade metabólica) 22 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Fatores influentes na Absorção Foliar Estado Iônico Interno 23 Adubação Foliar Primeiros relatos: séc. XIX Brasil: 1950/1960 Principal objetivo dos estudos da Absorção Foliar Utilizada mundialmente em diferentes culturas F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Alternativa Eficiente em casos específicos 24 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Adubação Foliar Década 1970/80: grande aumento no consumo Forma Líquida: formulações NPK + Micros ou Micros Faltam pesquisas Conclusivas: respaldo agronômico/econômico Recomendações Empíricas Nem sempre surge o efeito esperado de aumento de produção 25 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Interesse Prático: Adubação Foliar Corrigir deficiências eventuais; Fornecimento de Micros (citros, café, soja, etc); Aumentar e eficiência de aproveitamento dos adubos; Suprimento de nutrientes em cobertura (N em cana/ B em eucalipto); Suprimento de Ca diretamente aos frutos (tomate e maça); Distribuição mais uniforme dos adubos 26 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Corretiva Tipos de Adubação Foliar Corrigir deficiências nutricionais (adubação de “salvação”) Respostas + rápidas durante o ciclo de crescimento Substitutiva Não substitui o suprimento via solo (macros grande nº aplicações/ Oneroso) Floricultura Laranja (21 t/ha): Aplicação de 150, 50 e 180 kg/ha N, P2O5 e K2O 750, 250 e 900 g/planta N, P2O5 e K2O (200 plantas/ha) 1,6 kg ureia, 0,5 kg MAP e 1,5 kg KCl/ planta... 71 aplicações (400 L/ha a 2,5 %)! 27 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Tipos de Adubação Foliar Complementar/Preventiva Aplicação via solo do nutriente deficiente no mesmo não será eficiente; Complementar à adubação via solo; Culturas Perenes: Macros via Solo e Micros Foliar (Época de > Exigência); Boro (Imobilidade): prática questionável...; Possibilidade: adubação de cobertura de N e K; Para cada fase: há um nutriente exigido em maiores proporções; Ex: pulverização + rica em N (crescimento), em P (florescimento) e em K (frutificação) 28 “Bitter Pit” Adubação Foliar Tomateiro “Fundo Preto/ Podridão Apical” Macieira Suprimento constante de Ca Evitar Desordens Nutricionais Complementar/Preventiva Pulverizações com Ca: atingir diretamente os frutos! CaCl20,6 % Semanal (Preventiva) A partir do florescimento Espalhante adesivo CaCl2 0,5-0,7 % Quinzenal Frutos 1 cm até a colheita 29 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Tipos de Adubação Foliar Suplementar Investimento adicional (culturas de alta produtividade) Culturas sem carência nutricional (adubação via solo normal) Garantir a produção pendente em períodos de estresse nutricional Resultados contraditórios da viabilidade técnica/econômica 30 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Prática da Adubação Foliar Consenso... Macros: Culturas extensivas, foliar como complemento (não substitutiva) Correção de deficiências eventuais Cobertura de N e K/ Foliar único recurso Culturas alto rendimento/ciclo curto (Floricultura): admite-se Macros totalmente via foliar (substitutiva da radicular) Micros: < Exigências, necessidades supridas em poucas aplicações Prática bastante utilizada em perenes (Substitutiva à via solo) 31 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Produtos na Adubação Foliar Simples ou Mistos Líquidos (Diluídos) ou Sólidos (Dissolvidos) [Macros]: 25-32 % nos Líquidos [Macros]: 45-60 % nos Sólidos Grande variedade de fórmulas no mercado (Coquetéis) 32 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Fontes NPK na Adubação Foliar Matéria-prima Macros 2º/Micros: Cloretos, Sulfatos e Óxidos Cátions Quelatizados: EDTA, Ácidos orgânicos, etc Coquetel Macros + Micros: Preparados Separadamente Misturas: Necessidade de Compatibilidade entre os produtos! 33 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) R e c o m e n d a ç õ e s d e A d u b a ç ã o F o lia r 34 G o n ç a lv e s ( 2 0 1 0 ) Eucalipto: Adubação de Cobertura 35 Citros: Aplicação Foliar Micronutrientes Micro Concentração mg/L B 200-300 Cu 600-1000 Mn 300-700 Zn 500-1000 Caldas com Ácido Bórico e Ureia (5 g/L): Q u a g g io e t a l. ( 2 0 0 5 ) 36 Soja: Molibdênio e Cobalto Dose (g/ha) Forma Estádio Mo 12-25 Semente/Foliar V3-V5 Co 2-3 Semente/Foliar V3-V5 >>> Doses Co: < Fe (Tratamento de sementes) (Zancanaro et al., 2014) 37 Soja: Níveis Críticos Micros no Solo Mehlich-1 DTPA Forma Aplicação* mg/dm3 Zn 2,5 1,2 Solo-Sulco Cu 0,8 0,8 Solo-Sulco Mn 10 5 Solo/Folha Fe - 12 B 0,5 - Solo-Anuais *Preferencialmente (Zancanaro et al., 2014) 38 Café: aplicação Micronutrientes em caso de Deficiência Micro Fonte Via Aplicação B Ácido Bórico 0,5% Solo/Foliar Cu Sulfato Cu 0,5%+Leite Cal Foliar Mn Sulfato Manganoso Foliar 2-4/Ano Zn Sulfato Zn 0,5% ou Zn Quelatizado Foliar 2-4/Ano A n á lis e d e Te ci d o s: É Fu n d a m en ta l n o c a so d o s M ic ro s Uso Comum de Coquitéis (B, Cu e Zn): Inibição Competitiva (Cu e Zn) e Não Competitiva (B e Zn)... M a rt in e z & N e v e s ( 2 0 1 5 ) 39 Café-Aplicações Foliares-Solução: R IB E IR O e t a l. ( 1 9 9 9 ) 40 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Época de aplicação da Adubação Foliar Período > exigência da cultura/ Sintomas de deficiência Exceções: N em mudas de café, B e Mo em mudas de hortaliças e Aproveitamento de operações com Defensivos Horas menos quentes, mas se alta umidade ar/solo não há problema Adição de Surfactantes (Folhas > teores de Cera) Alvo: Parte Abaxial das Folhas Solução: levemente ácida (pH 5-6) Inclusão de Ureia e KCl 41 F A Q U IN ( 2 0 0 5 ) Prática Adubação Foliar Vantagens: Desvantagens: > Eficiência de utilização dos nutrientes pelas plantas (< Doses); Fe melhor alternativa (solo é ineficiente); Distribuição + Uniforme; Respostas das plantas são + rápidas; Pequeno ou Nulo Efeito Residual (> Frequência de Aplicações); Custos extras de várias aplicações (Imobilidade Ca e B); Soluções > [3 %]: Queima nas Folhas! 42 FAQUIN, V. Nutrição Mineral de Plantas. Lavras: UFLA/FAEPE, 2005. 186p. (Curso de Pós-graduação “Lato Senso”-Especialização) FERNANDES, M.S.; SOUZA, S.R. Absorção de nutrientes. In: FERNANDES, M.S. (ed.). Nutrição mineral de plantas. 1 ed. Viçosa: SBCS, 2006. p115-152. MALAVOLTA, E. et al. Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. 2. ed. Piracicaba: Potafós, 1997. 319p TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 719p 43 eric.ferreira@ufra.edu.br
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