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Filosofia e Ética - AD9

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Curso: Administração Pública
Disciplina: Filosofia e Ética
1. Leia e analise o texto em que se fala da relação entre ética e política, e, tendo em conta a situação atual, discuta as possibilidades e as dificuldades de combinar a ética com a política.
	Ao se falar sobre a relação entre ética e política, é quase inevitável discutir seu distanciamento progressivo no cenário político brasileiro. Ao contrário dos antigos, cujo estudo da política não se separava da ética, atualmente esses dois temas vivem em permanente tensão, na maioria das vezes percebidas como temas de difícil conciliação. Embora aparentemente se rechace a tradição clássica de pensar a ética dissociada da política, ao se pensar mais profundamente sobre o tema “ética na política” se resgata o conceito aristotélico da pólis - ou do Estado, no sentido moderno da palavra - em que a questão ética se funda na sobreposição do interesse comum aos interesses privados. A desconfiança geral na política e em seus representantes é um fato da maior realidade, visível todos os dias se forem lidas (ou escutadas) notícias que denunciam escândalos na vida política. Se parece discutível política e ética como compatíveis entre si nas condições modernas, devemos questionar se o distanciamento entre 0s dois temas - em termos teóricos e em termos práticos – pode ser a principal causa dos problemas desta época, nas vidas privada, pública ou social. Presumindo que a prática política se sustenta numa visão moral e ética, retomamos a relação entre ética e política nas discussões sobre o cenário político do Brasil, submetendo a análise regras de convivência, normas, leis, costumes e práticas do campo político, não a experiência aética da política. Para reformular o problema é preciso observar se a ética que constitui o campo político brasileiro condiz com as leis que regem o decoro parlamentar na Câmara de Deputados e no Senado Federal (constantemente envolvidos em escândalos), e não o vazio da ética na política. A ética se configura, na prática, como algo a ser construído pela sociedade, destacando-se os meios de comunicação como fiscalizadores principais do cumprimento moral-ético, exercendo sua principal função como meio de comunicação: a de informar com imparcialidade. A aplicação das normas éticas no campo político brasileiro é apoiada pela sociedade civil, para se obter êxito em investigações. Os processos se desenvolvem à medida que um problema vaza para a mídia ou é denunciado por alguém, conseguindo um lugar no cenário político nacional. Senão, inverte-se a esfera pública, concebendo-a conceitualmente como esfera privada, a ninguém competindo julgar ou reclamar. 
2. Tendo em consideração as duas concepções de poder (aquela que considera o poder como algo que alguém possui como se fosse uma propriedade privada, e aquela que compreende o poder como relação entre pessoas livres), observe seu local de trabalho, e escolha algum exemplo ou acontecimento normal da vida cotidiana do local em que trabalha ou de uma instituição pública que você conhece. Verifique como se dão as relações de poder. Faça um texto de, pelo menos, uma página digitada, indicando os seguintes aspectos:
a) Descreva brevemente as duas concepções de poder, tendo em conta o texto de Foucault e os comentários sobre ele.
b) Apresente em poucas palavras o fato escolhido por você para identificar o tema do poder.
c) Assinale alguns indícios de que, neste caso, há uma relação de poder, e não violência ou repressão.
d) Indique, no fato escolhido para análise, algumas formas de resistência entre quem manda e quem obedece.
e) Verifique e diga se os colegas de trabalho concebem o poder como algo ruim (ou bom), ou se o veem como uma relação entre pessoas livres.
f) Assinale o que muda em você mesmo se passar a ver o poder como algo que acontece entre as pessoas, e não como algo que alguém tem.
	As relações no cotidiano na administração pública envolvem muitos aspectos pessoais, envolvem seres livres, hierarquicamente dispostos (ou não), podendo haver conflitos de interesses, resistências, acordos, discórdias, etc. Trata-se de um âmbito no qual há de fato uma rede de micropoderes entre todos os membros de cada instituição pública. É possível perceber o quanto é difícil mudar estas relações, mas também que tais mudanças são possíveis dependendo das relações que se costuram no ambiente de trabalho. O poder não é propriedade de alguém, adquirido por esforço próprio, herdado de família, nem algo que pode ser imposto a alguém por se achar esse alguém inferior a quem detém o poder. Ao contrário, só existe poder onde há liberdade entre os seres humanos, pois o poder é algo que acontece entre as pessoas. Vamos analisar as relações de poder que ocorrem dentro de uma unidade educacional:
	A relação do diretor de uma unidade de ensino com os seus professores e funcionários (sob a ótica da administração pública, sua maioria são servidores concursados, que possuem estabilidade e tornam essa relação de poder bem mais difícil!) é explicitada em reuniões de planejamento, reuniões de equipe, aconselhamento e instrução, onde há liberdade para falar e a responsabilidade para ouvir e pôr em prática as orientações que foram passadas. Nessa relação de poder, todos podem se manifestar e discutir as ideias, além de apresentar soluções para as necessidades destacadas. Contudo, há resistências em alguns casos, pois sempre há opiniões divergentes sobre determinados temas. Quando essas divergências aprofundam-se um pouco mais, tende-se a criar resistências para se acatar algumas decisões colocadas pela direção. Saber se essa resistência se tornará ou não um problema para a instituição, dependerá da maturidade e do comprometimento dos envolvidos com o projeto político pedagógico empreendido pela direção e o corpo docente, pois podemos divergir e colocar nossas opiniões para serem discutidas, mas devemos acatar decisões tomadas pelo corpo docente e pela direção da instituição de ensino, comprometendo-nos em realizar o nosso trabalho com envolvimento e profissionalismo para que o objetivo final do projeto seja alcançado. Quando isso ocorre, é natural enxergarmos no processo decisório a liberdade que há dentro da comunidade escolar, pois ela só existe quando estamos envolvidos em uma relação de poder com outras pessoas, seja com conflitos ou não. Ele existe em toda atividade considerada moral e podemos perceber que o exercício do poder nos ajuda a manter ou até mesmo mudar as relações humanas existentes e nas quais estamos diretamente envolvidos, tanto na vida privada, quanto na vida pública e na vida profissional.
	Vivenciando o poder pela ótica de uma ética de responsabilidade (e não pelo prisma de que ter poder é ter propriedade sobre alguém ou alguma coisa, ser opressor, repressor, tirano, etc) vemos que o ato de mandar na conduta dos outros e o ato de obedecer ao comando de alguém têm como único objetivo o resultado de uma ação que visa o bem comum, mantendo sempre aberta a possibilidade de sermos mais livres do que já somos.
3. Como se pode conciliar o exercício do poder com a liberdade? Como pode ser livre quem obedece, e não só quem manda?
	Poder e liberdade não são incompatíveis. Pelo contrário, sempre caminham juntos. Só existe poder onde há liberdade, ou seja, onde há pessoas livres o suficiente para aceitar ou rejeitar essa ação de poder sobre suas vidas. Tanto somos livres quando mandamos (desde que a obediência não seja imposta ao outro) quanto quando obedecemos ou não a quem manda. O poder não é mau ou bom, mas a maneira como ele é exercido nas pessoas é que o torna bom ou mal. Isso é o que precisa mudar: a maneira como o poder é exercido sobre as pessoas. Ser livre é ter autonomia; é estabelecer a própria lei, realizá-la e ser responsável pelo cumprimento da mesma e pelos resultados que ela pode vir a produzir. Ser livre também é ser responsável. A liberdade só existe enquanto estamos envolvidos em uma relação de poder com outras pessoas, pois o poder está presente em todo lugar em que há relaçõeshumanas, sejam elas amorosas, de amizade, de conflito, políticas, econômicas ou institucionais. Essas relações são voláteis e reversíveis, sofrendo alterações de acordo com as circunstâncias, ou seja, hoje quem manda amanhã pode ser mandado. Ora, ambos, quem manda e quem obedece, são livres em uma relação de poder. E, se o poder acontece entre pessoas livres, deixaremos de dizer que o mal acontece exclusivamente por culpa de quem manda, mas também por culpa de quem obedece. É a maneira de exercermos o poder que vai definir se ele é bom ou ruim. São as pessoas e não o poder em si. A maneira de exercermos o poder nos mostram se as relações de poder são eticamente corretas ou não.
REFERÊNCIAS
ASSMANN, Selvino José. Filosofia e Ética. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC; Brasília: CAPES: UAB, 2009.

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