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Universidade Federal da Bahia Faculdade de Direito Disciplina: Direito Ambiental – 2018.1 Pofessora: Raissa Pimentel Roteiro de Estudos Princípios do Direito Ambiental Princípio do Desenvolvimento Sustentável Princípio da Solidariedade intergeracional Princípio do Poluidor – Pagador | Usuário-Pagador | Protetor – Recebedor | Responsabilidade Princípios da Prevenção | Precaução Princípio da Participação Social Princípio do Acesso Equitativo aos Recursos Naturais Princípio da Solidariedade Social Princípios do poluidor-pagador, usuário-pagador, protetor-recebedor e responsabilidade. Conceitos preambulares: Externalidades ambientais. Entende-se por externalidade o impacto causado pelas ações de um determinado indivíduo ou grupo a terceiros próximos, todavia não participantes, seja direta ou indiretamente, da ação geradora do resultado – aos outsiders, portanto. Externalidades negativas (ou deseconomias externas). Efeitos nocivos, ditos externos aos mercados, porquanto não contabilizados nos custos e decisões daqueles que os produzem, representando assim “preço zero”. (“Privatização de lucros e socialização de perdas.”) Externalidades negativas e bens comuns. A tragédia dos comuns (Garrett Hardin) →o risco de perecimento do bem. A propriedade comum e o livre acesso aos bens acabam por implicar no desenvolvimento de atividades econômicas sem o devido cálculo dos custos sociais, dentre os quais incluem-se as externalidades, mas somente analisando-se custos de produção. Externalidades positivas e o problema do free-riding. O problema do free-riding reside no fato de potenciais interessados em determinado resultado advindo de bem ou serviço quedarem-se inertes, optanto por não produzi-los na expectativa de que possam vir a “tomar carona” nos benefícios produzidos por outros. Ótimo de Pareto. Equilíbrio entre custos privados de produção e custos sociais. Necessidade de intervenção estatal para correção das externalidades. Por que internalizar a externalidades ambientais ? PREVENÇÃO (evitar o perecimento do bem ambiental) JUSTIÇA SOCIAL (vocação redistributiva) DIRECIONAMENTO COMPORTAMENTAL De que instrumentos dispõe o Estado regulador? Comando e controle | instrumentos econômicos | instrumentos de comunicação. Poluidor – Pagador → Recomendação C (72) 128, editada em 1972 pela Organização para a Cooperação e para o Desenvolvimento Econômico (OCDE): […] Os recursos ambientais são, em geral, limitados e sua utilização em atividades de produção e de consumo pode levar à deterioração. Quando o custo desta deterioração não é devidamente computado no sistema de preços, o mercado não reflete a escassez de tais recursos, tanto a nível nacional e internacional ... 4. O princípio a ser utilizado para alocar os custos de prevenção da poluição e medidas de controle para incentivar o uso racional dos recursos ambientais escassos e evitar distorções no comércio internacional e investimento é o chamado "princípio poluidor-pagador". Este princípio significa que o poluidor deve arcar com as despesas de realização acima mencionadas, medidas decididas pelas autoridades públicas para assegurar que o ambiente está em estado aceitável. Em outras palavras, o custo dessas medidas deve ser refletido no custo dos produtos e serviços que causam a poluição na produção e / ou consumo […]. → Princípio nº 16 daDeclaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Brasil em 1992: As autoridades nacionais devem procurar promover a internacionalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segundo a qual o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção ao interesse público e sem provocar distorções no comércio e nos investimentos internacionais. → No ordenamento jurídico brasileiro, foi consagrado como princípio norteador da Política Nacional do Meio Ambiente, a partir da edição, em 31 de agosto de 1981, da Lei nº 6.938. (Art. 4º, inciso VII). Operacionalização do P.P.P:Licenciamento ambiental / imposição de condicionantes de licença ambiental / Compensação ambiental... Usuário – Pagador →Previsto no artigo 4º, inciso VII da Lei 6.938/81. Impõe, ao usuário, o pagamento de contribuição pela utilização dos recursos naturais com fins econômicos. A cobrança sobre o uso dos recursos naturais, especialmente os mais escassos, com objetivo de induzir à racionalização da sua utilização, inibindo o desperdício. Cobrança pelo uso da água. Protetor – Recebedor → Lei nº 12.305, em 02 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, artigo 6º, II. → Código Florestal de 2012, artigo 1º A, VI e artigo 41, I. Art. 41. É o Poder Executivo federal autorizado a instituir, sem prejuízo do cumprimento da legislação ambiental, programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente, bem como para adoção de tecnologias e boas práticas que conciliem a produtividade agropecuária e florestal, com redução dos impactos ambientais, como forma de promoção do desenvolvimento ecologicamente sustentável, observados sempre os critérios de progressividade, abrangendo as seguintes categorias e linhas de ação: I - pagamento ou incentivo a serviços ambientais como retribuição, monetária ou não, às atividades de conservação e melhoria dos ecossistemas e que gerem serviços ambientais, tais como, isolada ou cumulativamente: [...] → Lei nº 13.223 de 12 de janeiro de 2015, que institui a Política de Pagamento por Serviços Ambientais do Estado da Bahia. Obs.: Princípio do protetor-recebedor e comportamento super conforme. Adicionalidade Técnica / Adicionalidade Legal. Princípio da Responsabilidade →Art. 225 (...) § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. Princípio nº 13 daDeclaração do Rio – 92 : Os Estados irão desenvolver legislação nacional relativa à responsabilidade e à indenização das vítimas de poluição e de outros danos ambientais. Os Estados irão também cooperar, de maneira expedita e mais determinada, no desenvolvimento do direito internacional no que se refere à responsabilidade e à indenização por efeitos adversos dos danos ambientais causados, em áreas fora de sua jurisdição, por atividades dentro de sua jurisdição ou sob seu controle. Operacionalização:autos de infração e sanções negativas, dever de indenizar, demolição compulsória... POLUIDOR - PAGADOR x RESPONSABILIDADE Índole preventiva (intervenção a priori) Índole reparatória (intervenção a posteriori) Destinatário: autoridades públicas Destinatário: legislado Instrumento econômico Instrumento de comando e controle Princípios da Prevenção e Precaução Princípio da Prevenção Princípio 17 da Declaração do Rio – 92: A avaliação do impacto ambiental, como instrumento nacional, será efetuada para as atividades planejadas que possam vir a ter um impacto adverso significativo sobre o meio ambiente e estejam sujeitas à decisão de uma autoridade nacional competente. Operacionalização: Licenciamento ambiental e avaliações de impacto ambiental , monitoramento, inspeção e auditorias ambientais... Princípio da Precaução Princípio 15 da Declaração do Rio – 92: Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão para o adiamento de medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental. Incerteza científica: in dubio pro natura (ou pro sallute) Inversão do ônus da prova ao interessado no empreendimento/atividadeAtenção! PREVENÇÃO x PRECAUÇÃO Risco certo, conhecido Risco incerto, desconhecido Perigo concreto Perigo abstrato, potencial Princípio da Participação Social → As decisões, em matéria ambiental, não dever ser exclusivamente públicas. Princípio 10 daDeclaração do Rio – 92 : A melhor maneira de tratar as questões ambientais é assegurar a participação, no nível apropriado, de todos os cidadãos interessados. No nível nacional, cada indivíduo terá acesso adequado às informações relativas ao meio ambiente de que disponham as autoridades públicas, inclusive informações acerca de materiais e atividades perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade de participar dos processos decisórios. Os Estados irão facilitar e estimular a conscientização e a participação popular, colocando as informações à disposição de todos. Será proporcionado o acesso efetivo a mecanismos judiciais e administrativos, inclusive no que se refere à compensação e reparação de danos Audiências Públicas | Conselhos de Meio Ambiente | Ação Popular | Ação Civil Pública Tripé de Aarhus: informação (Convenção de Aarhus, 1998) participação pública acesso à justiça Dimensão ativa ao direito de informação. “Informar para melhor decidir” (dimensão passiva – acesso à informação) Princípio do Acesso Equitativo aos Recursos Naturais Princípio 5 da Declaração do Rio – 92: Para todos os Estados e todos os indivíduos, como requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável, irão cooperar na tarefa essencial de erradicar a pobreza, a fim de reduzir as disparidades de padrões de vida e melhor atender às necessidades da maioria da população do mundo. Princípio 6 da Declaração do Rio – 92 : Será dada prioridade especial à situação e às necessidades especiais dos países em desenvolvimento, especialmente dos países menos desenvolvidos e daqueles ecologicamente mais vulneráveis. As ações internacionais na área do meio ambiente e do desenvolvimento devem também atender aos interesses e às necessidades de todos os países. Princípio 23 da Declaração do Rio – 92: O meio ambiente e os recursos naturais dos povos submetidos a opressão, dominação e ocupação serão protegidos.
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