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O SER E O AGIR TRANSFORMADOR1corrigido

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O SER E O AGIR 
CAPÍTULO 1: De qual educação estamos falando?
O livro O Ser e o Agir Transformador Para Mudar a Conversa Sobre Educação, realizado pelo programa Escola Transformadoras do Brasil, iniciativa do Ashoka e correalizada pelo programa Alana, vem apresentar o papel da educação frente aos desafios sociais.
Mulheres transformadoras sociais: Anamaria Schindler, Ana Lucia Villela, Natacha Costa, Ana Eliza Pereira Flaquer de Siqueira, conversam sobre educação com o convite para a família e comunidade participarem da escola, através da experiência e do diálogo, porém, essa responsabilidade também deve ser dos alunos e dos professores, pois o projeto sai um pouco da forma mais tradicional das escolas, por que traz a educação sobre valores como a empatia, criatividade, protagonismo e trabalho em equipe.
CAPÍTULO 2: A gente faz parte da escola. Afinal, somos os estudantes
A escola propicia a criança e ao adolescente ter mais voz ativa, esse processo de fala e escuta tem relação direta com a empatia, com uma boa relação com o professor, em vista disso, nas escolas transformadoras os alunos se sentem mais confortáveis para participar, respeitados e felizes, ganham mais autonomia, sabem trabalhar em consenso com o grupo, aprendem a lidar com as adversidades, e para isso, a empatia e autoempatia, são indispensáveis. 
Empatia
Através dos relatos dos alunos explicando a necessidade de todos cooperarem para um desenvolvimento tanto no âmbito escolar como social, de alunos, professores e escola.
Muitos relatos em comum fala sobre a necessidade de a escola incentivar os alunos em seu desenvolvimento. 
Como o relato do protagonista Flavio Rossi, a diferença das escolas de hoje com as da década de 50 e 60, não eram todas as crianças que podiam estudar, mas sim, as pessoas da elite, e lamenta muito a dificuldade que tinham para terem bons trabalhos por falta de estudo.
Nos dias de hoje, houve muitas mudanças no paradigma escolar, uma nova visão da educação na sociedade, e se não buscarmos o conhecimento estamos propensos às mesmas dificuldades e injustiça da década 50 e 60.
Lutar contra a injustiça e desigualdade, para que a criança cresça e tenha mais oportunidades e se torne um sujeito de transformação, não podemos nos prender em ensinar ou aprender somente dentro de sala de aula, nossa capacidade criativa tem que ser ampliada com projetos fora de sala de aula.
Temos que agir, ter visão de um mundo melhor e não ficarmos submissos, presos nessas armadilhas impostas pelo governo de não termos a educação. É fundamental deixar os jovens, crianças tomarem suas próprias decisões entre organizar, participar, praticar, ter idéias e terem ação nos projetos de ensino nos bairros, escolas, cidades e na sociedade em geral. O aprendizado é aquele que nasce de trocas de idéias e tendo um ambiente acolhedor.
Criatividade
A criatividade desses jovens é surpreendente, as idéias, conceitos, inovações como exemplo a criação de grupos de trabalho para levar alegria às crianças internadas em hospitais, para levar para elas não só alegria, mas também cultura e imaginação no mundo onde está apagado, e assim, acendendo a luz.
Trabalho em equipe
“A dificuldade é quando um quer fazer de um jeito e o outro de outro. Quando as pessoas entram em desacordo. Mas, no fim, achamos meio-termo”. Trabalho em grupo é fundamental para desenvolver e incentivar a criatividade, empatia os jovens do século 21 tem as habilidades de trabalho em equipe, normalmente, equipes experientes realizam trabalhos de grupos finais, trabalham a solidariedade. Jovens que estão participando dessa jornada em prol da transformação de nossa sociedade por meio da educação, os quais, mesmo distantes uns dos outros, estão comunicando suas experiências como protagonistas especialistas na prática da cooperação, solidariedade e empatia.
CAPÍTULO 3: Escolas transformadas e transformadoras
Escolas transformadas e transformadoras
O Brasil viveu um período longo de escravidão (mais de três séculos) e exclusão social. Determinaram atrasos graves na educação, tanto no acesso quanto na qualidade.
O período pós-ditadura militar foi marcado pela Constituição Federal de 1988, que propôs avanços em diversos aspectos da educação e pela ampliação do acesso da população a escolas.
Segundo a socióloga Helena Singer, é que quando a escola é colocada como um lugar para deixar as crianças protegidas da rua ou para transmitir um currículo burocrático ela é esvaziada da sua potência. A escola é o único equipamento com maior potencial de transformação social.
Intenção, coragem e movimento
 Para trabalhar com a intencionalidade clara na formação de sujeitos transformadores, com capacidade crítica e criativa de intervenção no mundo é preciso ousadia, coragem e disponibilidade ao erro. Para haver mudanças, devemos sair de o nosso cotidiano questionar e incomodar com alguma coisa.
 “Para ser uma escola transformadora, tem que querer. Não há ninguém que vai dizer o caminho. Tem que ir fazendo o caminho”.
A escola para ser transformadora precisa colaborar para formação de cidadãos conscientes, responsáveis e atuantes na sociedade. Se a escola estiver inserida em uma comunidade, pode criar espaços de discussão com seus professores e alunos sobre diversos temas, como meio ambiente, família, diversidade cultural, conflitos e outras demandas locais. Professores e alunos podem e devem buscar soluções, expor opiniões e planejar juntas ações para melhorar o mundo que os cerca. A educação é também a formação da cidadania, é apoiar os estudantes a se desenvolverem como seres humanos.
Escola transformada e transformadora tem a intenção de revolucionar a educação com seus projetos tais como, escola aberta, luta contra o racismo, preconceito de gênero, entre outros.
Em 1990 a escola EMEF Desembargador Amorim Lima, passou por uma grande transformação, quando a diretora Ana Elisa Siqueira passou a liderar um processo radical e profundo, de abrir territórios para participação da comunidade na escola, e priorizar a autonomia dos estudantes no processo de aprendizagem.
E assim como Ana, tem vários outros docentes e cidadãos que lutam para ter uma escola transformada e um bairro melhor. Dessa forma, vão dando a oportunidade de seus alunos serem sujeitos autônomos e críticos. 
Planejamento e prática 
Toda escola tem o Projeto Político- Pedagógico (PPP) que quer dizer, que traga o cotidiano para o dia a dia. Porém, na maioria das escolas, esse projeto está engavetado. Nesse PPP, está escrito o que a sociedade quer para a escola e seus alunos e o que querem para mudar no mundo.
Para colocar em ação esse projeto, precisamos de profissionais atualizados e uma gestão escolar com disposição e vontade de transformar o ensino em nosso país.
As escolas transformadas funcionam da seguinte forma: A gestão escolar se reúne com os alunos, pais, professores, funcionários da escola e discutem o que devem fazer para a melhoria da escola e juntos tomam decisões que sejam melhores para todos. Dessa maneira o aluno se torna protagonista da sua própria trajetória escolar.
Os educandos são avaliados não só pelo o que eles aprenderam, como também pelo o que passam a fazer, a conquistar, a realizar em sua vida pessoal, comunitária, profissional e política.
Para podermos dar seqüência a esse trabalho, é preciso que os professores se envolvam em trabalho de construção coletiva. Esses professores também devem ser acolhidos, dessa forma terão mais confiança e determinação para tentar novos métodos de trabalho. O professor trabalha junto com o aluno, escolhem um tema e juntos vão pesquisar, dessa forma estimulando a curiosidade e facilitando a aprendizagem. E todo esse processo é registrado em um mural dentro e fora da sala de aula, onde são consolidadas as informações coletadas. Dessa forma o conhecimento é dividido, sistematizado e divulgado. Fica sempre exposto na escola e é apresentado em seminários, onde tem criança e adultos de todas as idades e assim trocam conhecimentos e aprendem juntos.
Quandoum aluno escolhe um tema para estudar ele consegue produzir mais e aprende mais, porque ele vai buscar se aprofundar sobre algo que ele já gosta, vai à busca de como surgiu o porquê, é dessa forma vai se tornando em um sujeito crítico. 
Também temos o lado do professor, que às vezes pode não saber nada sobre o tema escolhido e acaba aprendendo com o aluno.
Ser protagonista em sua trajetória escolar é um princípio importantíssimo no desenvolvimento de sujeitos críticos, participativos e transformadores. Sabendo disso, as escolas transformadoras desenvolveram formas e canais diversos de participação dos alunos. São inúmeros projetos, por exemplo, algumas escolas transformadoras organizam assembléias. É um espaço para discutir assuntos sobre a gestão escolar, desta forma os estudantes tiram suas duvidas e apresentam seu ponto de vista, e podendo apresentar um projeto pessoal. 
Além de juntar mais o professor do aluno é um espaço prioritariamente ao estudante, no qual o professor tem tido cada vez mais o papel de escutar. 
A interação e o protagonismo da família marcam o trabalho das escolas transformadoras de maneira muito enfática, deste modo os pais e responsáveis participam e ajudam no processo formativo desses alunos. 
As transformações avaliativas também mudaram de forma a não avaliar o aluno por meio de provas tradicionais, as escolas transformadoras criam vários métodos de avaliação, mais processuais e menos pontuais. 
Um dos desafios que persegue as escolas transformadoras, principalmente as de caráter público, é como lidar com o sistema e suas regras, seus engessamentos. Mas são essas práticas de debate e idéias que aos poucos transformam o sistema educacional. 
As políticas públicas vão sendo moldadas, ao longo do tempo, pelas pressões sociais, pela organização e fortalecimento da sociedade civil. As lutas por creches, educação integral, piso salarial para educadores e pelo cumprimento do Plano Nacional de Educação, aliadas a projetos autônomos e transformadores, têm um papel. 
“Não queremos ter controle sobre o resultado final do projeto. Queremos a aventura de aprender. Controle não gera transformação”, diz Silvia Lignon Carneiro, diretora da Escola Amigos do Verde. A escola optou por não utilizar somente os materiais didáticos mandados pelo MEC, organizando o uso destes instrumentos conforme a proposta pedagógica da unidade, dando prioridade a uns, adaptando outros e utilizando novos. 
Retomamos esta idéia para falar da importância da escola como uma rede e da potência enorme que dela emana quando se relaciona com outras redes, quando expande suas relações e influências no território. A escola pode acelerar o desenvolvimento e a transformação de um território, bem como o território pode contribuir para a construção de uma escola mais plural e transformadora. Além dos encontros, são realizadas outras atividades, como Café Sarau, em que pais e filhos preparam apresentações de música, leitura de textos, poesias etc. para os outros participantes, assim como o Cine Café Terapêutico, com sessões de filmes que tratam de questões de inclusão. Não há escola transformadora isolada, como não há transformação sem construção de parcerias e redes.

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