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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS
BACHARELADO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS
METODOLOGIA CIENTÍFICA
RESUMO DE APOSTILA – ALDO BIZZOCCHI
SÃO PAULO
2013
POR QUE ESTUDAR METODOLOGIA CIENTÍFICA?
Todo trabalho acadêmico se baseia no conhecimento científico, que resulta na utilização de uma ferramenta chamada método científico. O conhecimento científico é produto da pesquisa científica. A metodologia científica ensina o conhecimento científico, como ele se organiza e em que ele se distingue dos demais tipos de conhecimento, mas também como se planeja e executa uma pesquisa científica.
Metodologia: processo de como se constrói o conhecimento. É uma ciência que estuda a pesquisa científica;
Método: é o caminho através do qual se chega a algum lugar (conhecimento);
Conhecimento: não aumenta, ele se modifica, é evolutivo.
OS QUATRO TIPOS DE CONHECIMENTOS.
Há quatro formas de conhecer e explicar o mundo. São elas: senso comum, conhecimento mítico/ religioso, filosófico e científico.
SENSO COMUM
O conhecimento é formado pela experiência, e é exclusivamente empírica. É casual e, portanto, não intencional, já que o indivíduo descobre algo que não estava buscando. Esse tipo de conhecimento é assistemático, superficial e subjetivo, sem nenhum fundamento científico.
Em suma, dá-se pela (“Método da tentativa e erro”: senso comum):
Experiência;
Conhecimento totalmente empírico;
Conhecimento não sistemático;
Conhecimento casual.
CONHECIMENTO MÍTICO RELIGIOSO
Resulta sempre de um ato de “revelação”, também chamado de conhecimento revelado. O conhecimento místico é ao mesmo tempo, uma explicação do mundo e uma regulamentação sobre o mundo, geralmente transmitido por meio de rituais religiosos.
O conhecimento místico-religioso é, em sua própria essência, dogmático, pois veicula enunciados tidos como verdades absolutas, inquestionáveis, embora jamais demonstráveis pela experiência.
Os processos cognitivos envolvidos no conhecimento religioso são a intuição, materializada na inspiração divina, e a emoção presente no transe místico.
Em suma, dá-se pela:
Ato de revelação;
Ato de fé;
Conhecimento dogmático, argumento de autoridade divina;
Autoridade vira autoritarismo;
Não é conhecimento empírico;
Não sistemático, não há uma busca constante para o conhecimento;
É definitivo, absoluto e não evolutivo;
CONHECIMENTO FILOSÓFICO
O conhecimento filosófico é lógico e racional, por basear-se na reflexão e no pensamento crítico, e, além disso, é a primeira forma de busca sistemática do conhecimento, uma vez que a verdade religiosa é tida como absoluta completa e imutável. Ao contrário, a filosofia é um conhecimento em constante (re) construção e ampliação. Porém, trata-se de um conhecimento não empírico, isto é, não necessariamente baseado na observação dos fatos. Nesse sentido, o pensamento filosófico grego era bastante idealista, fundando-se em grande parte nas opiniões e crenças dos filósofos a respeito da realidade.
A filosofia é fundamentalmente dedutiva, ou seja, parte de premissas gerais, tidas como verdadeiras, para chegar a conclusões particulares. Exemplo: o silogismo. Esse tipo de raciocínio, que parte de verdades universais para chegar a verdades particulares, é chamado de dedutivo.
É preciso ressaltar que a filosofia renascentista já se inquietava com tal impasse, nova forma de conhecimento, por conseguinte, já começava a esboçar o que viria a ser a principal ferramenta da ciência: o chamado método científico.
Os processos cognitivos envolvidos no conhecimento filosófico são a intuição, e a razão, isto é, o raciocínio lógico.
Em suma, dá-se pela:
Por ser racional, porém idealista;
Teórico e não empírico;
Sistemático;
Progressivo;
Iniciou-se com Tales de Milito.
CONHECIMENTO CINETÍFICO
Sobre tudo, desde o final do século XVI e início do século XII, os pensadores passaram a partir da observação de fatos particulares para construir, pela lógica, teorias gerais, e não ao contrário, como fazia a filosofia antiga.
A ciência moderna é um aperfeiçoamento e uma consolidação de técnicas e processos que já vinham sendo esporadicamente utilizados desde muito antes. A ciência moderna, cujo nascimento pode ser situado no século XVII, deriva, pois, do pensamento filosófico pela incorporação do já citado método científico, experimental e observacional, à lógica e à reflexão.
O método científico é indutivo-dedutivo. O conhecimento produzido por meio do método científico é realista, analítico e, acima de tudo, verificável empiricamente.
A ciência trabalha com hipóteses (as chamadas teorias), isto é, veicula enunciados tidos como verdades provisórias, sujeitos a validação e possível rejeição. Pode-se dizer que a ciência é dotada de um mecanismo de autocorreção.
No entanto, sobretudo quando não é possível realizar um experimento para testar uma hipótese, a ciência se vale de pistas, evidências indiretas do fato, vestígios, etc.
Os processos cognitivos envolvidos na pesquisa científica são a sensação, isto é, a observação da realidade e/ ou a experimentação sobre essa realidade, e a razão, ou seja, raciocínio lógico (por vezes lógico-matemático).
Em suma, dá-se pela:
René Descartes = Discurso do método;
Francis Bacon = A nova lógica;
Experimentação (Galileu) = “Eppur si meiove”;
Progressivo, evolutivo e cumulativo;
Sistemático;
Método científico (experimental) = experimental + raciocínio;
Mecanismo de autocorreção;
Indutivo/ dedutivo.
Razão
(
Pensamento)
Sensação
(
Percepção sensorial) 
Intuição (Percepção
extrassensorial)
Emoção
(
Sentimento)
FILOSOFIA
ARTE
CIÊNCIA
RELIGIÃO
DEFINIÇÃO DE CIÊNCIA
Trata-se de um processo de busca, produção e transmissão do conhecimento sobre a realidade imanente (material ou psíquica, concreta ou abstrata) por meio da observação e/ou manipulação dessa realidade e da elaboração de modelos mentais de caráter exclusivamente racional.
É também um processo de transmissão do conhecimento, pois descobrir e não comunicar aos outros não é fazer ciência.
O PROCESSO DA PESQUISA CIENTÍFICA
O saber que serve de premissa ao trabalho científico (saber 1) é um modelo mental da realidade.
O trabalho científico consiste então de tomar esse modelo mental de uma determinada realidade e submetê-lo a um processo de manipulação (que pode, eventualmente, incluir a experimentação) em que agora temos um corpus determinado ou indeterminado, formado de objetos concretos ou abstratos. A manipulação desse corpus pode ser material, como no caso das amostras radioativas ou das cobaias, ou intelectual, como no caso dos corpos celestes ou das ideias.
Feita a manipulação e a observação do corpus, o pesquisador realiza uma análise subjetiva desse corpus. Essa análise consiste na comparação entre a parcela da realidade observada e o modelo mental que dela temos o que leva à confirmação total ou parcial do saber1 e um alargamento de visão, de que resulta um novo saber, que chamaremos de saber2, mais amplo que o anterior. Esse ovo saber pode cumprir quatro funções diferentes: realimentar o próprio processo científico, a partir do momento em que fica disponível para trabalhos subsequentes; satisfazer a curiosidade humana, mediante uma abertura de visão da humanidade; alimentar o processo científico de outras áreas do conhecimento; gerar aplicações na solução de problemas práticos do ser humano (tecnologia).
Toda pesquisa científica num dado domínio realimenta o próprio conhecimento nesse domínio (na forma de bibliografia que fica disponível para futuras pesquisas) e satisfazer a curiosidade humana. Se uma determinada pesquisa científica só realiza as duas primeiras funções, ou se nela tais funções são mais importantes do que as duas últimas, então temos uma ciência pura (ou básica, ou fundamental). Se por outro lado, a pesquisa apresenta as quatro atribuições, sendo a geração de tecnologia e o fornecimento de modelos para outras ciências, funções tão importantes quanto às demais ou mesmo mais importantes do que elas,então estamos diante da pesquisa aplicada, ou pesquisa tecnológica.
Em suma, dá-se pela:
Percepção (Input).
Sensação (5º sentidos);
Intuição (6º sentido);
Julgamento (Through out).
Razão (pensamento);
Emoção (Sentimento);
ESQUEMA DE PROCESSO DA PESQUISA CIENTÍFICA
Previsão teórica
Hipótese
Amostra
Projeto de pesquisa
Experimentação
Questão 
Saber 
1
Bibliografia/ teoria
Publicação
Saber 
2
Resultado experimental
 
Conf. Total
Conf. Parcial
Refutação parcial
Refutação parcial
saber
1
saber
2
parte
 eventualmente refutada
alargamento
 de visão, descoberta
parte
 confirmada
FUNÇÕES DA PESQUISA CIENTÍFICA
A ciência tem quatro funções básicas:
Realimentar o próprio processo científico;
Alimentar a pesquisa científica;
Satisfazer a curiosidade humana;
Gerar aplicações na solução de problemas (gerar tecnologia).
As duas primeiras correspondem à produção bibliográfica que ficará à disposição dos outros investigadores, para que possam iniciar seu trabalho a partir do conhecimento produzido. Nesse sentido, o saber é acumulativo. Esse conhecimento prévio do assunto precisa ter ao iniciar sua pesquisa, é chamada de fundamentação teórica. Ela está disponível nas bibliotecas reais, ou virtuais.
A terceira função da ciência é chamada de função hedônica da ciência. Produzir prazer intelectual humano por meio da satisfação da curiosidade, e da ampliação de seu horizonte de visão.
A quarta é chamada de função pragmática da ciência: o desenvolvimento de soluções para os problemas práticos do ser humano. Isso se chama de tecnologia. Toda solução de problemas de derive da ampliação do conhecimento gerado pela ciência é uma tecnologia.
Em suma, dá-se pela:
Realimentação da pesquisa científica;
Na própria área.
Em outras áreas.
Geração de tecnologia;
Solução para problemas.
Geração de cultura;
Satisfação da curiosidade.
A CIÊNCIA DO CONTEXTO DA CULTURA
Podemos resumir as duas concepções básicas de cultura da seguinte maneira
Cultura num sentido amplo (antropológico) é tudo o que o homem cria ou transforma;
Cultura num sentido estrito (tradicional) é o conjunto das atividades voltadas ao espírito, ao lazer, ao enriquecimento pessoal (físico, intelectual, ou espiritual) do ser humano.
RELAÇÃO ENTRE CIÊNCIA E TÉCNICA
De um modo mais geral, temos a cultura pura, que produz conhecimento pelo conhecimento; a cultura aplicada, que produz conhecimento com objetivos práticos; e a técnica, que utiliza o conhecimento produzido pela cultura aplicada na solução de problemas.
Em suma, dá-se pela:
	PESQUISA BÁSICA (pura/ fundamental)
	PESQUISA APLICADA (tecnologia)
	TECNOLOGIA
	Produz conhecimento (descoberta)
	Produz tecnologia (soluções para problemas, invenção).
	Utiliza tecnologia (uso)
A ESTRUTURA MODAL DOS DISCURSOS DA CIÊNCIA PURA, DA CIÊNCIA APLICADA E DA EDUCAÇÃO.
OS DISCURSOS DA CIÊNCIA PURA E DA CIÊNCIA APLICADA
A ciência pura é um processo de busca da verdade e de construção e transmissão do saber, por meios exclusivamente lógico-racionais, e a ciência aplicada é um processo de busca da verdade e de construção do saber.
O saber produzido por uma determinada ciência pode ter quatro funções diferentes: realimentar a própria especialidade científica; alimentar outras especialidades científicas; gerar aplicações na solução de problemas; e satisfazer a curiosidade do homem. Além disso, o discurso científico pode levar a opinião pública a tomar posição diante de uma dada questão. É a chamada função política da ciência.
Em termos modais, podemos dizer que saciar q curiosidade de forma desinteressada, objeto da função hedônica, se traduz por fazer ter prazer. Realimentar o processo científico significa fazer com que outros pesquisadores possam produzir outros discursos científicos a partir de um discurso dado, ou em termos de modalidades, fazer fazer saber. O discurso da ciência pura faz com que outro discurso científico faça saber, isto é, produza novo conhecimento, reiniciando o ciclo. Quanto à conscientização da opinião pública e à incitação, direta ou velada, à tomada de posição, podemos dizer que o discurso científico informa para persuadir ou convencer, isto é, fazer o público saber para fazê-lo querer algo.
Já a ciência aplicada tem basicamente por missão a produção de tecnologia para a solução dos problemas do homem. Produzir tecnologia significa então fazer com que alguém possa e saiba fazer alguma coisa. Se um problema prático é a impossibilidade de fazer algo (não poder ou não saber fazer), solucionar o problema é fazer poder fazer e fazer saber fazer.
O DISCURSO PEDAGÓGICO
A educação tem duas incumbências principais:
Transmitir conhecimentos básicos que permitam ao indivíduo realizar as mais diversas atividades sociais
Transmitir conhecimentos especializados, que permitam ao indivíduo executar tarefas específicas e, consequentemente, exercer funções sócias específicas.
Em suma, dá-se pela:
Ciência básica
Poder fazer saber para produzir e transmitir conhecimento
Poder fazer saber (realimentação da pesquisa)
Poder fazer ter prazer (cultura)
Poder fazer querer
Ciência aplicada
Poder fazer saber para
Poder fazer saber fazer
Poder fazer poder fazer (geração da tecnologia)
Para poder fazer não fazer dor (geração de problemas)
Educação
Poder fazer saber para transmitir conhecimento
Fazer poder (cidadania)
Fazer ser querer
Poder fazer saber fazer (competência)
Para poder fazer não ter dor (dignidade)
CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS E DO TRABALHO CIENTÍFICO
QUANTO À NATUREZA MATERIAL DO OBJETO DE ESTUDO
As ciências podem ser factuais ou formais. As ciências factuais são aquelas que estudam objetos concretos, pertencentes ao mundo real, ou mundo fenomênico. Ciências formais são as que estudam objetos abstratos, de existência puramente intelectual, isto são objetos que têm forma, mas não substância, com relação abstrata, grandezas, formas geométricas, padrões matemáticos ou operações lógicas.
QUANTO AO DOMPINIO A QUE PERTENCE O OBJETO DE ESTUDO
As ciências se dividem em naturais e humanas. As ciências naturais estudam os objetos, sejam eles criações humanas ou produtos da natureza, do ponto de vista de suas propriedades intrínsecas, independentes do homem. Já as ciências humanas estudam os objetos, sejam eles criações humanas ou produtos da natureza, do ponto de vista de seu valor simbólico para o ser humano, enquanto elementos do domínio da cultura e, portanto, dependentes do julgamento humano.
QUANTO À PERSPECTIVA TEMPORAL DO OBJETO
Temos duas possibilidades de análise: estudar o objeto ao longo de sua história, procurando compreender como as mudanças se processam e como cada estágio evolutivo influi na formação do estágio seguinte, ou então estudar esse objeto num momento qualquer de sua evolução histórica, procurando descrevê-lo, compreender seu funcionamento, sua estrutura, suas propriedades, o modo como cada uma de suas partes se relaciona com o todo e o modo esse objeto se relaciona com os demais. No primeiro caso, temos um estudo diacrônico ou histórico; no segundo, um estudo sincrônico ou descritivo.
QUANTO À FUNÇÃO SOCIEAL DO CONHECIMENTO PRODUZIDO
A pesquisa pode ser básica (também chamada de pesquisa pura ou fundamental) ou aplicada (também chamada de pesquisa tecnológica). A pesquisa básica é aquela que produz o conhecimento como um fim em si mesmo, para a satisfação da curiosidade humana, o aumento do acervo de conhecimentos e a geração de cultura. Quanto à pesquisa aplicada, esta produz o conhecimento como um meio para atingir outros fins, especialmente fins utilitários, isto é, a geração de tecnologias para solucionar problemas.
QUANTO AO MÉTODO DE ESTUDO
À abordagem do objeto, temos duas situações. Se o objeto é formal e, portanto, só existe em nosso intelecto, então só podemos estudá-lo mentalmente, com o raciocínio. Mas se o objeto é factual, existente no mundo real, então podemos agir de duas maneiras: ou estudá-lo concretamente, por meio da observação e/ouda experimentação com o próprio objeto, ou estudar o objeto de forma hipotética, por meio do raciocínio, como se fosse um objeto formal. A pesquisa que estuda um objeto ou fenômeno formalmente, por meio da abstração, chama-se pesquisa teórica. Ela analisa tal objeto ou fenômeno enquanto espécie, e por isso mesmo também é chamada de pesquisa geral, pois suas conclusões se aplicam a todo e qualquer objeto ou fenômeno da mesma categoria, isto é, da mesma espécie. Por outro lado, a pesquisa que estuda um objeto ou fenômeno factual observando-o diretamente e mesmo submetendo-o a testes (experimentação) é a chamada pesquisa empírica. Esta analisa o objeto ou fenômeno enquanto espécime, isto é, enquanto elemento de um conjunto de objetos ou fenômenos semelhantes que é a espécie. A pesquisa empírica realiza suas observações e experimentos sobre uma amostra de material, um subconjunto da espécie que recebe o nome de corpus. É a partir dos traços comuns encontrados em todos os espécimes analisados que são possíveis construírem um modelo geral (isto é, teórico) daquela espécie animal ou vegetal.
Em suma, dá-se pela:
Quanto à natureza material do objeto;
Objeto concreto: ciência factual.
Objeto abstrato: ciência formal.
Quanto ao domínio a que pertence o objeto;
Natureza: não é criado pelo homem, e não se altera.
Ciências naturais: fatos (estuda).
Cultura: criado e/ou transformado pelo homem.
Ciências humanas: valores (estuda).
Perspectiva temporal do objeto;
Histórica: pesquisa diacrônica (histórica).
Descrição: pesquisa sincrônica (descritiva).
Quanto à função social da pesquisa;
Conhecimento como fim (realimentação e/ou cultura).
Pesquisa básica (pura ou fundamental).
Conhecimento como meio (tecnologia).
Pesquisa aplicada (ou tecnológica).
Quanto ao método de estudo
Espécimes (indivíduos reais).
Pesquisa empírica.
Espécie (grupo).
Pesquisa teórica.
O MÉTODO CIENTÍFICO
MÉTODOS, TEORIAS E LEIS CIENTÍFICAS.
O método é o caminho pelo qual se chega a algum lugar, a maneira particular de fazer algo. O método científico é o modo específico de se obter um conhecimento, a técnica de pesquisa, o conjunto de procedimentos adotados para chegar a um resultado. O método científico é também uma expressão lógica do raciocínio associada à formulação de argumentos convincentes. As afirmações já aprovadas constituem leis. As que ainda não o foram e aguardam o momento propício de ser postas à prova são hipóteses ou conjecturas, Assim, uma teoria deve ser convincente no sentido de que ofereça provas às suas afirmações ou indícios de provas a ser pesquisadas futuramente. Mas existe uma distância entre a teoria e a verdade, resultante das próprias limitações da pesquisa científica. Desse modo, uma boa teoria é um corpo de argumentos capaz de convencer a maioria dos membros da comunidade científica. Vale lembrar também que as boas teorias deveriam ser capazes de convencer também o homem comum, que não entende muito de ciência. Porém, isso frequentemente não acontece.
Uma teoria científica é como dissemos, um discurso narrativo ou descritivo que procura explicar como e por que algo acontece ou aconteceu. Para fazer isso da forma mais eficiente, econômica e precisa, ela se vale de conceitos, que são representações mentais de certas propriedades dos fenômenos, e dos termos que representam linguisticamente tais conceitos. Os conceitos são uma espécie de idealização e abstração do objeto de estudo. Para que o discurso científico seja eficiente, esses conceitos devem ter um significado preciso, de modo a não permitir ambiguidades ou interpretações errôneas. Isso se consegue por meio das definições dos conceitos, isto é, das expressões linguísticas que explicam de forma inequívoca o significado de cada termo. O conjunto dos termos de uma determinada especialidade científica e de suas definições constitui o vocabulário técnico dessa especialidade, também chamado de terminologia científica, jargão ou tecnoleto.
O princípio fundamental do conhecimento científico é o chamado princípio da causalidade, ou princípio do determinismo científico, segundo o qual a mesma causa produz sempre o mesmo efeito. Se não fosse assim, seria impossível fazer ciência. Até onde sabemos, a natureza, tanto física quanto humana, obedece a esse princípio. Por isso, podemos expressá-lo por meio de leis, isto é, de enunciados linguísticos ou matemáticos que associam a causa e o efeito.
Em suma, dá-se pela:
Hipótese de trabalho ponto de partida da pesquisa
Experimento prova
Teoria previsão teórica
Caso particular lei geral Indução Caso particular dedução
O MÉTODO CIENTÍFICO
O método científico é na verdade um conjunto de procedimentos obrigatórios na investigação científica. Portanto, uma pesquisa só é considerada científica e, por conseguinte, os seus resultados só serão aceitos sem contestação pela comunidade acadêmica se ela obedecer a esses procedimentos.
OS PROCESSOS DO MÉTODO CIENTÍFICO
OBSERVAÇÃO
Nas ciências factuais, toda pesquisa se inicia com a observação de um fenômeno. Essa observação pode ser assistemática (também chamada de não estruturada ou não controlada) ou sistemática (estruturada ou controlada). A observação assistemática ocorre quando não é possível isolar o fenômeno de outros que porventura possam interferir nele nem mensurá-los para saber quanto eles interferem.
Já a observação sistemática ocorre em campo ou em laboratório, mas sempre em condições de controle, em que todas as variáveis do problema podem ser medidas, influências externas podem ser eliminadas e equipamentos de observação e medida de precisão podem ser utilizados. As observações feitas a partir de experimentos de laboratório ou de testes em amostras (como no caso do teste de um medicamento) são observações estruturadas.
EXPERIMENTAÇÃO
Em algumas pesquisas, podemos não apenas observar um fenômeno que ocorre espontaneamente (como um eclipse, por exemplo), mas podemos provocar esse fenômeno ou simulá-lo em laboratório. Podemos ainda utilizar amostras de material e submetê-las a testes. Esses procedimentos constituem experimentos.
Nas ciências humanas, a experimentação consiste quase sempre em simulações como as que são feitas em pesquisas de opinião: o informante responde a um questionário em que se apresenta uma situação hipotética e se pede que ele diga o que faria se tal situação fosse verdadeira.
Feita a observação e/ou experimentação do objeto, parte-se para a formulação de hipóteses que expliquem o comportamento observado. Esse procedimento se chama indução científica.
INDUÇÃO
Como vimos anteriormente, a indução é uma forma de raciocínio lógico que parte de dados particulares para construir uma fórmula geral. Há dois tipos de indução: a chamada indução formal (ou completa), que foi enunciada pela primeira vez por Aristóteles. É muito usada em sistemas formais, como a matemática.
Já a indução científica (ou incompleta) foi formulada principalmente por Galileu Galilei e Francis Bacon no século XVII e nos diz que, não importa quantas vezes se repita um procedimento observacional- experimental e se obtenha o mesmo resultado, nada garante que numa nova tentativa não se possa obter um resultado que contradiga a expectativa teórica. Isso se dá porque a realidade factual, diferentemente dos sistemas formais, é muito mais ampla do que os sentidos humanos conseguem perceber. Por isso, nossos resultados se apoiam em amostras que, por maiores que sejam nunca englobam o todo da realidade.
DEDUÇÃO
Quando passamos da teoria geral para um novo experimento particular, estamos realizando uma dedução.
Se há concordância, a teoria está confirmada. Se não, deve-se pesquisar que fatores podem ter interferido no resultado. Caso não se encontrem evidências de fatores fortuitos que pudessem ter alterado os dados experimentais, e uma vez descartada a hipótese de erro na observação, só resta reformular a teoria, o que equivale a formular uma nova lei de causa e efeito.
ANÁLISE E SÍNTESE
O processo de decomposição do todo em partes se chamaanálise e o processo inverso – recomposição das partes no todo – se chama síntese. É evidente que nem sempre a “desmontagem” e “remontagem” do objeto precisam ou podem ser feitas fisicamente. Na área corporativa, analisar uma empresa não significa destruí-la, significa apenas compreender mentalmente em que departamentos ela se divide e de que forma esses departamentos interagem.
MÉTODA DA DIFERANÇA
Para termos certeza da existência de um nexo causal entre dois eventos, é preciso não apenas que a ocorrência do primeiro seja seguida da ocorrência do segundo, mas também que a não ocorrência de um implique a não ocorrência do outro. Para isso, temos que testar ambas as hipóteses, a de que A é causa de B e a de que A não é causa de B. Esta última hipótese é chamada de hipótese nula. O método experimental que testa simultaneamente ambas as hipóteses é chamado de método da diferença.
Em suma, dá-se pela:
Observação
Assistemática (não controlada)
Sistemática (controlada)
Experimentação
Amostragem representativa
Conjunto de amostras (corpus amostral)
Indução (do caso particular para a lei geral): resultado hipótese
Completa (lógico-matemática)
Incompleta (científica)
Dedução (da lei geral para o caso particular): previsão teórica
Análise e síntese
Análise: desmontagem do objeto
Síntese: remontagem do objeto
Objeto= instrumento
Método da diferença
A= B | -A= -B
PLANEJAMENTO E ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE PESQUISA ACADÊMICO
O projeto de pesquisa é o documento que contempla esse planejamento e serve tanto para que o próprio pesquisador se guie por ele quanto para que a instituição que patrocina tal pesquisa possa ter controle sobre o que está sendo feito
Um projeto de pesquisa bem elaborado deve responder às seguintes perguntas:
O que fazer? (Definição do tema e problema)
Por que fazer? (Justificativa da escolha do problema)
Para que fazer? (Propósitos do estudo – objetivos)
Quando fazer? (Cronograma de execução)
Onde fazer? (Local – campo de pesquisa)
Com que fazer? (Recursos – custeio)
Como fazer? (Metodologia)
Feito por quem? (Pesquisadores)
ESTRUTURA DO PROJETO DE PESQUISA
Título do projeto: deve descrever, de maneira objetiva e específica, o objeto a ser estudado.
Apresentação do tema: descrição, em um ou dois parágrafos, do objeto a ser estudado; seu conteúdo é uma espécie de detalhamento do título.
Justificativa da escolha do tema: por que o tema é relevante para o pesquisador, para a instituição e/ou para a sociedade; por que foi escolhido.
Formulação do problema: enunciação da(s) pergunta(s) que a pesquisa se propõe responder.
Objetivos da pesquisa:
Objetivos gerais: elencar as contribuições que os resultados da pesquisa trarão ao conhecimento da área em questão, à ciência em geral e/ou à sociedade. Os objetivos gerais são de médio/longo prazo, isto é, serão atingidos após a publicação dos resultados da pesquisa.
Objetivos específicos: elencar os resultados que a pesquisa pretende obter. Os objetivos específicos são de curto prazo, isto é, serão atingidos ao término da pesquisa.
Fundamentação teórica (também chamada de Marco teórico ou Fundamentos teóricos): relata o que já se sabe sobre o assunto; é a base teórica sobre a qual se apoia a pesquisa.
Definições: item de caráter opcional apresenta os termos técnicos que serão utilizados na exposição do estado da arte.
Estado da arte: exposição dos conhecimentos já disponíveis sobre o assunto; deve citar as principais obras nas quais a pesquisa se baseará, utilizando o sistema de referenciarão bibliográfica da ABNT.
Apresentação das hipóteses de estudo: formulação prévia de algumas possíveis respostas à(s) pergunta(s) formulada(s) no item 4; tais hipóteses poderão ou não ser confirmadas após o término da pesquisa.
Plano de pesquisa (ou Metodologia da pesquisa):
Especificação da amostra (Material): descrição da origem, forma, natureza, etc., das amostras a serem estudadas.
Coleta de dados (Métodos):
Escolha da técnica de investigação: como as amostras serão manipuladas e/ou observadas e analisadas. Exemplos:
Pesquisa teórica ou empírica;
Pesquisa básica ou aplicada;
Método dedutivo ou indutivo-dedutivo, observacional ou observacional- experimental;
Pesquisa exploratória, estudo de caso, revisão bibliográfica, etc.
Fases da coleta de dados: se a manipulação e/ou observação envolver vários tipos de procedimento, descrever cada um deles.
Análise dos resultados: como os resultados serão analisados: análise qualitativa, quantitativa, estatística, etc.
Cronograma: detalhamento de cada uma das fases da pesquisa com a duração estimada em dias, semanas ou meses; pode ser mencionada a data de início e término de cada fase.
Exemplo de cronograma:
	TAREFA
	DATA DE INÍCIO
	DATA DE TÉRMINO
	LOCAL DE REALIZAÇÃO
	EQUIPAMENTO UTILIZADO
	OBSERVAÇÕES
	Leitura da bibliografia
	01/01/2005
	31/01/2011 
	Biblioteca da Unisa, internet
	
	O prazo poderá ter de ser prorrogado
	Elaboração de questionário
	15/01/2005
	18/01/2011 
	
	
	
	Visita à empresa X
	01/02/2005
	01/02/2011 
	Empresa X
	Questionário
	Agendar visita com a secretária
	Tabulação dos resultados
	15/02/2005
	18/02/2011 
	CPD
	Software estatístico
	
Orçamento: detalhamento dos custos do projeto (compra de aparelhos, remuneração de pessoal, estadias em hotéis, traslado, etc.).
Mini curriculum do pesquisador: principais informações que permitam perceber a qualificação do pesquisador para realizar a tarefa a que se propõe.
Bibliografia: relação preliminar de livros, revistas e demais fontes bibliográficas utilizadas para compor a fundamentação teórica. Pode também incluir obras a serem utilizadas durante a execução da pesquisa.

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