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Direito Constitucional II Aula 22 Poder Judiciário parte 1

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Direito Constitucional II
Paulo Máximo
1
AULA 22
Unidade 4
Poder Executivo – parte 1
2
Introdução:
Alexandre de Moraes destaca que o Poder Judiciário é um dos três poderes clássicos previsto pela doutrina da separação dos poderes.
É, pois, um poder autônomo e independente, de importância crescente no Estado de Direito, visto que sua função não consiste somente em administrar a Justiça, sendo mais, pois seu mister é ser o verdadeiro guardião da Constituição, com a finalidade de preservar, basicamente, os princípios da legalidade e igualdade, sem os quais os demais tornar-se-iam vazios.
3
Introdução:
A independência judicial constitui um direito fundamental dos cidadãos, inclusive o direito à tutela judicial e o direito ao processo e julgamento por um Tribunal independente e imparcial.
Alexandre de Moraes conclui que é preciso um órgão independente e imparcial para velar pela observância da Constituição e garantidor da ordem na estrutura governamental, mantendo nos seus papeis tanto o Poder Federal como as autoridades dos Estados Federados, além de consagrar a regra de que a Constituição limita os poderes dos órgãos da soberania.
4
Introdução:
Clèmerson Merlin Clève destaca que talvez não exista Judiciário no mundo que, na dimensão unicamente normativa, possua grau de independência superior àquela constitucionalmente assegurada à Justiça Brasileira.
No mesmo sentido, Gilmar Ferreira Mendes explica que a Constituição confiou ao Judiciário papel então não outorgado por nenhuma outra Constituição. 
Conferindo-lhe autonomia institucional, desconhecida na história do modelo constitucional pátrio e que se revela, igualmente, singular ou digna de destaque também no plano do direito comparado. Buscou-se garantir a autonomia administrativa e financeira do Poder Judiciário. Assegurou-se a autonomia funcional dos magistrados.
5
Introdução:
A ampliação dos mecanismos de proteção tem influenciado a concepção de um modelo de organização do judiciário, daí porque exigir recurso ordinário para os Tribunais Superiores, como ocorre com as decisões denegatórias de habeas corpus ou habeas data. Ou ainda, que se amplie a prestação jurisdicional tendo em vista determinados tipos de causas.
 
Para Gilmar Ferreira Mendes o modelo presente, consagra o livre acesso ao Judiciário. Os princípios da proteção judicial efetiva (art. 5º, XXXV), do juiz natural (art. 5º XXXVII e LIII) e do devido processo legal (art. 5º. LV) têm influência decisiva no processo organizatório da Justiça, especialmente no que concerne às garantias da magistratura e à estruturação independente dos órgãos.
6
Introdução:
Diferentemente do Legislativo e do Executivo, que se encontram em relação de certo entrelaçamento, o Poder Judiciário, ou a Jurisdição, é que de forma mais inequívoca se singulariza com a referência aos demais Poderes. 
Não é o ato do Judiciário aplicar o Direito que o distingue, uma vez que se cuida de fazer que, de forma mais ou menos intensa, é levado a efeito pelos demais órgãos estatais, especialmente pelos da Administração. Todavia, o que caracteriza a atividade jurisdicional é a prolação de decisão autônoma, de forma autorizada e, por isso, vinculante, em casos de direitos contestados ou lesados.
7
Jurisdição x legislação:
Para José Afonso da Silva não é difícil distinguir a jurisdição e a legislação. Esta edita normas de caráter geral e abstrato e a jurisdição se destina a aplicá-las na solução da lides.
8
Jurisdição x Administração:
Mais difícil estremar a jurisdição da administração. Vários são os critérios para estabelecer a distinção. 
Chiovenda, concebe a jurisdição como uma atividade secundária, ou coordenada, no sentido de que ela substitui a vontade ou a inteligência de alguém, cuja atividade seria primária, enquanto o administrador exerce atividade primária, ou originária, no sentido de que a desenvolve no seu próprio interesse. 
José Afonso da Silva adota um critério orgânico. O ato jurisdicional é o que emana dos órgãos jurisdicionais no exercício de sua competência constitucional respeitante à solução de conflitos de interesses.
9
Funções do Poder Judiciário:
Para Alexandre de Moraes a função jurisdicional, consistente na imposição da validade do ordenamento jurídico, de forma coativa, toda vez que houver necessidade.
José Afonso da Silva destaca que os órgãos do Poder Judiciário tem por função compor conflitos de interesses em cada caso concreto. Isso é o que seja de função jurisdicional ou simplesmente jurisdição que se realiza por meio de um processo judicial, dito, por isso, sistema de composição de conflitos de interesses ou sistema de composição de lides.
10
Funções do Poder Judiciário:
Os conflitos de interesses são compostos, solucionados, pelos órgãos do Poder Judiciário com fundamento em ordens gerais e abstratas que são as ordens legais, constantes ora de corpos escritos que são as leis, ora de costumes, ou de simples normas gerais, que devem ser aplicadas por eles.
O Judiciário, como os demais poderes do Estado, possui outras funções, denominadas atípicas, de natureza administrativa e legislativa.
São de natureza administrativa a organização de suas secretarias; a concessão de férias; provimento dos cargos de juiz de carreira na respectiva jurisdição.
São de natureza legislativa a edição de normas regimentais, pois compete ao Poder Judiciário elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos.
11
Principais características da jurisdição:
Pedro Lenza sintetiza as características básicas da jurisdição em: lide, inércia e definitividade.
Lide: na jurisdição contenciosa, por regra, existirá uma pretensão resistida, insatisfeita. A partir do momento que essa pretensão não é pacificamente resolvida pelo suposto causador da insatisfação, quem entender-se lesado poderá ir ao Judiciário que, substituindo a vontade das partes dirimirá o conflito, afastando a resistência e pacificando com justiça. No tocante à jurisdição voluntária a doutrina costuma observar que o Estado realiza a administração pública de interesses privados.
12
Principais características da jurisdição:
Inércia: transparece na máxima nem judex sine actore; ne procedat judex ex officio, isto é, o Judiciário só se manifesta mediante provocação.
Definitividade: na medida em que as decisões jurisdicionais transitam em julgado e, acobertadas pela coisa julgada formal e material, após o prazo para a interposição da ação rescisória, não poderão ser mais alteradas. Ao contrário de alguns países da Europa, no Brasil toda decisão administrativa poderá ser reapreciada pelo Judiciário, não tendo sido conferido ao contencioso administrativo o poder de proferir decisões com força de coisa julgada definitiva.
13
Jurisdição x competência:
A jurisdição no Brasil é una (ou seja, a definitividade só é dada pelo Judiciário) e indivisível, exercida pelo Judiciário nacionalmente (um só poder, materializado por diversos órgãos, federais e estaduais).
A manifestação da jurisdição se dá por diversos órgãos (integrantes do Poder Judiciário).
A forma de saber qual órgão decidirá a lide se dá por meio das normas de competência.
14
Órgãos de organização estrutural:
O art. 92 da Constituição dispõe:
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - o Superior Tribunal de Justiça;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
15
Órgãos de organização estrutural:
Alexandre de Moraes, Pedro Lenza e José Afonso da Silva posicionam-se no sentido de que o Conselho Nacional de Justiça, muito embora esteja entreo rol constitucional dos órgãos integrantes do Poder Judiciário, na medida em que não é dotado de qualquer competência jurisdicional, não há de ser considerado para elaboração de um organograma, devendo ser entendido, então, como órgão judiciário, mas não jurisdicional, isto é, como órgão administrativo, competindo ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e o cumprimento dos deveres funcionais dos juízes.
16
Órgãos de organização estrutural:
17
Órgãos de convergência e órgãos de superposição:
O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE e STM) são órgãos de convergência tendo sede na Capital Federal, e exercem jurisdição sobre todo o território nacional, nos termos do art. 92, § 2º da Constituição.
Denominam-se órgãos de convergência na medida em que cada uma das Justiças especiais da União tem por cúpula seu próprio Tribunal Superior que é o responsável pela última decisão nas causas de competência dessa Justiça – ressalvado o controle de constitucionalidade cuja palavra final caberá sempre ao Supremo Tribunal Federal.
18
Órgãos de convergência e órgãos de superposição:
Quanto às causas processadas na Justiça Federal ou nas locais (estaduais), em matéria infraconstitucional a convergência conduz ao Superior Tribunal de Justiça, que é um dos Tribunais Superiores da União, embora não integre justiça alguma. 
 
Em matéria constitucional a convergência será sempre ao Supremo Tribunal Federal. 
Todos os Tribunais Superiores convergem unicamente aos Supremo Tribunal Federal, como órgão máximo da Justiça brasileira e responsável final pelo controle de constitucionalidade das lei, atos normativos e decisões judiciais.
19
Órgãos de convergência e órgãos de superposição:
A doutrina aponta que, na medida que não pertencem a qualquer Justiça, tanto o Supremo Tribunal Federal quanto o Superior Tribunal de Justiça não são apenas órgãos de convergência, mas também órgãos de superposição. 
Isso porque, embora não pertença a qualquer Justiça, as suas decisões se sobrepõem às decisões proferidas pelos órgãos inferiores das Justiças comum e especial. As decisões do STJ se sobrepõe àquelas da Justiça Federal comum, da Estadual e daquela do Distrito Federal e Territórios, ao passo que as decisões do STF se sobrepõem a todas as Justiças e Tribunais.
20
Justiça Comum e justiça Especial:
21
A regra do “quinto constitucional”:
O art. 94 da Constituição dispõe o seguinte:
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
22
A regra do “quinto constitucional”:
Embora o dispositivo só se refira explicitamente aos tribunais, a regra do quinto está prevista, também para os tribunais do trabalho:
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, (...)
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; 
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, (...)
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
23
CUIDADO: STJ – “terço” constitucional:
Ao contrário dos demais tribunais, o STJ não é composto por um quinto de advogados e membros do MP, mas 
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros. 
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.
24
Observação: “Burla constitucional permitida” no STJ.
Ao contrário do TST que prevê vagas para magistrados de carreira, a Constituição não prevê para o STJ a limitação. 
Assim, um advogado ou promotor, ingresso pelo quinto constitucional em um Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal pode se candidatar ao STJ na vaga de desembargador.
Consequentemente, a composição do STJ não tem um terço de juízes estaduais de carreira e um terço de juízes federais de carreira, mas sim um terço de advogados e membros do MP, “desembargadores” provenientes do quinto constitucional dos “TJs e dos TRFs” e juízes de carreira. 
25
procedimento para a escolha dos membros do quinto e do terço:
Os órgãos de representação das classes dos advogados (Conselho Federal e Conselhos Seccionais da OAB) e Ministério Público (Conselho Superior do MP nos Tribunais Estaduais e Colégio de Procuradores, nos Tribunais Federais) elabora lista sêxtupla, indicando 6 nomes que preencham os requisitos constitucionais.
Recebida as indicações o Tribunal para qual foi indicado elabora lista tríplice.
Nos 20 dias subsequentes, o Chefe do Poder Executivo (em se tratado dos Tribunais Estaduais, o Governador do Estado; do TJ/DFT, o Governador do Distrito Federal; e nos TRFs, o Presidente da República) escolherá 1 dos 3 para nomeação;
26
procedimento para a escolha dos membros do quinto e do terço:
O Poder Legislativo não participa do processo de escolha, não se aplicando o art. 52, III, da Constituição, nem mesmo por analogia.
Caso não existirem membros do MP que preencham os requisitos constitucionais para compor a lista sêxtupla, é possível que façam parte da lista candidatos com tempo inferior a dez anos na hipótese de inexistência de pelo menos 6 com o requisito temporal.
Na hipótese em que os nomes da lista não preencham os demais requisitos constitucionais, tais como notório saber e reputação ilibada, entendem-se que haverá o mesmo que a entrega de lista incompleta.
27
procedimento para a escolha dos membros do quinto e do terço:
O Tribunal pode recusar a lista sêxtupla desde que fundada a recusa em razões objetivas, declinadas na motivação da deliberação do órgão competente do colegiado judiciário. 
O Tribunal não tem o poder de substituir a lista sêxtupla encaminhada pela entidade de classe por outra. 
A solução é, portanto a devolução da lista sêxtupla à corporação da qual emanada, para que a refaça, total ou parcialmente, conforme o número de candidatos desclassificados.
Dissentindo a entidade de classe, a ela restará questionar em juízo, na via processual adequada, a rejeição parcial ou total do tribunal competente às suas indicações.
28
Jurisprudência:
Reclamação. Ordem dos Advogados do Brasil. Lista. Composição do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Recusa. Devolução. A devolução da lista apresentada pela Ordem dos Advogados do Brasil com clara indicação dos motivos que a suportaram não viola decisão desta Suprema Corte que, expressamente, ressalvou essa possibilidade “à falta de requisito constitucional para a investidura, desde que fundada a recusa em razões objetivas, declinadas na motivação da deliberação do órgão competente do colegiado judiciário” (MS 25.624/SP, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 19-12-2006). (Rcl 5.413, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 10-4-2008, Plenário, DJE de 23-5-2008.) 
29
procedimento para a escolha dos membros do quinto e do terço:
Caso o número de assentos do quinto constitucional seja ímpar, reveza-se entre as entidades uma das vagas:
A norma do § 2º do art. 100 da Loman, LC 35/1979, é aplicável quando, ocorrendo vaga a ser preenchida pelo quinto constitucional, uma das classes se acha em inferioridade na composiçãodo Tribunal. No preenchimento, então, dessa vaga, inverter-se-á a situação: a classe que se achava em inferioridade passa a ter situação de superioridade, atendendo-se, destarte, ao princípio constitucional da paridade entre as duas classes, Ministério Público e advocacia. Precedente do STF: MS 20.597-DF, Octavio Gallotti, Plenário, RTJ 120/1975. (MS 23.972, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 12- 9-2001, Plenário, DJ de 29-8-2003.) 
30
procedimento para a escolha dos membros do quinto e do terço:
Se o número de vagas não for divido por 5, arrendonda-se a fração para o primeiro número interior seguinte para a formação do quinto:
Tribunal de Justiça. Se o número total de sua composição não for divisível por cinco, arredonda-se a fração restante (seja superior ou inferior à metade) para o número inteiro seguinte, a fim de alcançar-se a quantidade de vagas destinadas ao quinto constitucional destinado ao provimento por advogados e membros do Ministério Público. (AO 493, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 6-6-2000, Primeira Turma, DJ de 10-11-2000.) 
31
Garantias do Poder Judiciário :
A Constituição prevê garantias do Poder Judiciário, em geral, e do magistrado, em particular, destinadas a emprestar a conformação de independência que a ordem constitucional pretende outorgar à atividade judicial.
Alexandre de Moraes aponta que a as garantias conferidas aos membros do Poder Judiciário tem como condição conferir à instituição a necessária independência para o exercício da jurisdição, resguardando-a das pressões do Legislativo e do Executivo, não se caracterizando, pois, os predicamentos da magistratura como privilégios dos magistrados, mas sim como meio de assegurar o seu livre desempenho, de molde a revelar a independência e autonomia do Judiciário.
32
Garantias do Poder Judiciário :
José Afonso da Silva distingue as garantias em: 
Institucionais:que protegem o Poder judiciário como um todo, e que se desdobram em garantias de autonomia orgânico-administrativa e financeira; 
Funcionais ou de órgãos: que asseguram a independência e imparcialidade dos membros do Poder Judiciário, previstas tanto em razão do próprio titular mas em favor ainda da própria instituição.
33
Garantias Institucionais:
Segundo ensina Alexandre de Moraes as garantias institucionais garantem a independência do Poder Judiciário no relacionamento com os demais poderes.
São tão importantes que a Constituição considera crime de responsabilidade do Presidente da República atentar contra seu livre exercício, nos termos do art. 85.
34
Autonomia orgânico-administrativa do Poder Judiciário:
Para Gilmar Ferreira Mendes a Constituição de 1988 dotou os tribunais de um poder de autogoverno que se dá pelo exercício da competência exclusiva aposta no art. 96 da CF.
Art. 96. Compete privativamente:
I - aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; 
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
35
Autonomia orgânico-administrativa do Poder Judiciário:
Art. 96. Compete privativamente:
I - aos tribunais: (...)
d) propor a criação de novas varas judiciárias; (ao legislativo competente)
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei; 
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados; 
36
Autonomia orgânico-administrativa do Poder Judiciário:
Art. 96. Compete privativamente:
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores; 
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores; 
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias; 
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. 
37
Autonomia orgânico-administrativa do Poder Judiciário:
Gilmar Ferreira Mendes destaca que a organização do Judiciário deve ser disciplinada no Estatuto da Magistratura, estabelecido em lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, observados os princípios previstos na Carta Magna, nos termos do art. 93:
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: 
O entendimento pacífico do STF que até o advento da lei complementar prevista no dispositivo constitucional o Estatuto da Magistratura será disciplinado pelo texto da Lei Complementar nº 35/79 (LOMAN), que foi recebida pela Constituição.
38
Autonomia orgânico-administrativa do Poder Judiciário:
O entendimento pacífico do STF que até o advento da lei complementar prevista no dispositivo constitucional o Estatuto da magistratura será disciplinado pelo texto da Lei Complementar nº 35/79 (LOMAN), que foi recebida pela Constituição.
39
Autonomia financeira do Poder Judiciário:
A garantia de autonomia financeira do Poder Judiciário consubstancia-se no reconhecimento de sua competência para a elaboração do próprio orçamento, nos termos do art. 99 da Constituição:
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.
§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
40
Autonomia financeira do Poder Judiciário:
Art. 99. (...)
§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º - Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
41
Autonomia financeira do Poder Judiciário:
Art. 99. (...)
§ 4º - Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º - Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
42
Autonomia financeira do Poder Judiciário:
Além das disposiçõescitadas, há de destacar ainda a previsão de vinculação das custas e emolumentos às atividades específicas da justiça, nos termos do art. 98, § 2º:
Art. 98 (...)
§ 2º - As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
43
Autonomia financeira do Poder Judiciário:
Privilegia a autonomia financeira do judiciário o disposto no art. 168 da Constituição:
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
44
Autonomia financeira do Poder Judiciário:
Para José Afonso da Silva a autonomia financeira do judiciário é bastante limitada o que gera mais problemas do que benefícios. 
Para o autor as divergências e disputas entre tribunais, que devem aprovar as propostas, demonstração ao Poder Judiciário que assuntos de administração devem competir mesmo aos administradores e nunca aos julgadores, que precisam ficar imunes a disputas que, no fundo envolvem decisões políticas. 
Relata o autor que a ideia de um órgão de controle externo da administração da Justiça que tivesse, entre suas incumbências, o planejamento e a preparação da proposta orçamentária do Poder Judiciário até foi cogitada, contudo o CNJ apesar de criado, não recebeu tal atribuição.
45
cuidado: EC 95/16
A EC 95/16 congelou os gastos públicos por 20 exercícios financeiros. 
Sua constitucionalidade está sendo discutida no STF por afronta à autonomia financeira do Poder Judiciário.
46
REFERÊNCIAS:
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 20 ed. rev. atual. e ampl. São Paulo, 2016.
MENDES, Gilmar Ferreira. e BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito constitucional. 12. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2017.
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 24 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 33ª Ed., São Paulo: Malheiros Editores, 2010.

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