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Materiais de Construção Mecânica Aula 1 - Introdução Prof. Dr. Alexandre Pitol Boeira alexandre.pitol@passofundo.ifsul.edu.br 1. Introdução à ciência e engenharia dos materiais eclassificação dos materiais; 2. Ligação química nos sólidos- Energias e forças de ligações- Ligações interatômicas primárias- Ligação de Van der Waals 3. Materiais cristalinos- Estrutura cristalina: conceitos fundamentais, célula unitária- Sistemas cristalinos- Polimorfismo e alotropia,- Direções e planos cristalográficos, anisotropia- Determinação das estruturas cristalinas por difração de raios-x. Programa da Disciplina 4. Imperfeições cristalinas- Defeitos pontuais- Defeitos de linha (discordâncias)- Defeitos de interface (grão e maclas)- Defeitos volumétricos (inclusões, precipitados)5.Mecanismos de movimento atômico (difusão)- Mecanismo da difusão- Fatores que influem na difusão- Difusão no estado estacionário- Difusão no estado não-estacionário6. Propriedades Mecânicas dos Metais- Deformação elástica e deformação plástica- Coeficiente de Poisson Programa da Disciplina 7. Discordâncias e Mecanismos de Aumento deResistência- Conceitos básicos: características das discordâncias,sistemas de escorregamento- Aumento da resistência por diminuição do tamanho de grão- Aumento da resistência por solução sólida- Encruamento, recuperação, recristalização e crescimento degrão 8. Falha nos metais- Fratura dúctil, fratura frágil- Fluência nos metais- Fadiga nos metais Programa da Disciplina 9. Diagramas de fase em condições de equilíbrio- Definições e conceitos básicos: identificação dasfases, limite de solubilidade, microestrutura das fases- Diagramas de equilíbrio binários isomorfos e eutéticos- Reações eutetóides e peritéticas- Sistema Fe-C e microestruturas que se formam noresfriamento lento10. Transformações de fases em metais emicroestruturas- Conceitos básicos- Alterações microestruturais das ligas Fe-C epropriedades (curvas Temperatura-Tempo-Transformação). Programa da Disciplina 11. Materiais Metálicos– Tipos de Ligas Metálicas;– Noções de Siderurgia;– Noções de Processos de Conformação;– Tratamentos Térmicos, Termoquímicos eTermomecânicos e sua aplicação na Engenharia;– Classificação e Seleção de Materiais Metálicos e suasaplicações em equipamentos.12. Materiais Poliméricos– Noções de Fabricação;– Aprimoramento Estrutural;– Propriedades dos Polímeros e Aplicação naEngenharia. Programa da Disciplina 13. Materiais Cerâmicos– Noções de Fabricação;– Estrutura das Cerâmicas;– Propriedades das Cerâmicas e Aplicações naEngenharia. 14. Compósitos- Noções de Fabricação;– Estrutura dos Compósitos;– Propriedades dos Compósitos e Utilização. Programa da Disciplina 15. Ensaios Mecânicos– Ensaios Destrutivos;- Ensaios não destrutivos. 16. Corrosão e degradação dos Materiais– Corrosão de Metais;– Corrosão de Materiais Cerâmicos;– Degradação de Polímeros. Programa da Disciplina CALLIESTER JR., William D. Ciência e engenharia de materiais:uma introdução. 7.ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2008. 705 p. CHIAVERINI, Vicente. Tecnologia mecânica: estrutura epropriedades das ligas metálicas. 2.ed. São Paulo: Mcgraw - Hilll,1986. 2 v. CHIAVERINI, Vicente. Aços e ferros fundidos: característicasgerais, tratamentos térmicos, principais tipos. 7. ed. São Paulo:Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, 1996. 599 p. SHACKELFORD, James F. Ciência dos Materiais. 6. ed. São Paulo: Pearson, 2008. 556 p. Bibliografia Introdução • Introdução• Importância do estudo dos materiais de construção mecânica; • Critérios de seleção de materiais; • Classificação dos materiais de construção mecânica. 9000 3500 1500 500 1400 1600 1750 1850 1900 1935 1955 1970 2000 Forja c/pedra (5000 a.c.)“Encruamento” RECOZIMENTO DE RECRISTALIZAÇÃO FUNDIÇÃO “Misturas” (4000 a.c.) IDADE DO BRONZE Cu + (Sn, As, Pb, Zn, Sb) FUSÃO PARCIAL DO FERROEgito CEMENTAÇÃO & TÊMPERA(500 a.c.) IDADE DO FERRO QUALIDADE ERA FEUDAL FERRAMENTAS COMPREENSÃO QUANTIDADE & QUALIDADE ALUMINIO 1880 - HALL AERONAUTICA Ligas especiais “turbinas mais eficientes” PROTESES Co, Ti, 416L SuperLigas Chamaremos de MATERIAIS, as substâncias cujas propriedades as tornam utilizáveis em estruturas, máquinas, dispositivos ou produtos consumíveis. Introdução Através de uma visão geral, engenharia, ciência e tecnologia dos materiais estão relacionados com a geração e aplicação do conhecimento sobre o Processamento, a Estrutura, as Propriedades e o Desempenho de tais materiais. Introdução Introdução – Associada ao arranjo dos componentes do material em estudo Com pos ição e E stru tura Composição – Natureza química dos materiais Estrutura Introdução Pro prie dad es d e um Ma teri al Propriedade– Tipo e intensidade da resposta a um estímulo que é imposto ao material As principais propriedades dos materiais podem ser agrupadas em: – Mecânicas; – Elétricas; – Térmicas; – Magnéticas; – Ópticas; – Químicas; – de degradação (corrosão, oxidação, desgaste). Introdução Pro ces sam ent o e Des emp enh o Processamento– conjunto de técnicas para obtenção de materiais com formas e propriedades específicas. Desempenho – resposta do material a um estímulo externo, presente nas condições reais de utilização.. Introdução O número de materiais cresceu muito nas últimas décadas e a tendência é de se proliferarem mais num futuro próximo - Desenvolvimento e aperfeiçoamento dos métodos de extração de materiais da natureza; - Modificação de materiais naturais; - Combinação de materiais conhecidos para a formação de novos materiais. Introdução Quais os critérios que um engenheiro deve adotar para selecionar um material entre tantos outros? - Em primeiro lugar, o engenheiro deve caracterizar quais as condições de operação que será submetido o referido material e levantar as propriedades requeridas para tal aplicação, saber como esses valores foram determinados e quais as limitações e restrições quanto ao uso dos mesmos. - A segunda consideração na escolha do material refere-se ao levantamento sobre o tipo de degradação que o material sofrerá em serviço. Introdução Quais os critérios que um engenheiro deve adotar para selecionar um material entre tantos outros? - Finalmente, a consideração talvez mais convincente é provavelmente a econômica: Qual o custo do produto acabado??? Um material pode reunir um conjunto ideal de propriedades, porém com custo elevadíssimo. Classificação dos materiais A classificação tradicional dos materiais é geralmente baseada na estrutura atômica e química destes. Metais; Cerâmicas; Polímeros; Compósitos; Semicondutores; Biomateriais (Mat. Biocompatíveis). Classificação tradicional Metais Ferro e suas ligas (Ligas Ferrosas) Cla ssif icaç ão d os m ater iais Outros Metais e suas ligas (Ligas Não-Ferrosas) - Aços; - Ferros Fundidos. - Metais básicos: cobre, alumínio, magnésio, titânio, níquel, chumbo, zinco, etc; - Metais refratários: tungstênio, molibdênio, tântalo e nióbio. - Metais nobres: ouro, prata, platina, paládio, ródio, rutênio, irídio e ósmio; LIGAS METÁLICAS FERROSAS (Fe-C) AÇOS Cla ssif icaç ão d os m ater iais - Porcentagem de Carbono variando entre 0.05 % e 2.11 %. FERROS FUNDIDOS - Porcentagem de Carbono maior que 2.11 % (na prática, entre 3.00 % e 4.50 %). LIGAS METÁLICAS FERROSAS (Fe-C) AÇOS com baixo teor de CARBONO Cla ssif icaç ão d os m ater iais - Teor de Carbono inferior a 0.25 %. - Não respondem à tratamentos termofísicos; - Possuem elevada ductilidade; - São usináveis e soldáveis; - Podem receber outros elementos de liga (cobre, vanádio, níquele molibdênio), para melhoria de suas características mecânicas; - Usados amplamente na indústria automobilística e formas estruturais (vigas I, canaletas, etc). LIGAS METÁLICAS FERROSAS (Fe-C) AÇOS com médio teor de CARBONO Cla ssif icaç ão d os m ater iais - Teor de Carbono entre 0.25 % e 0.60 %;- Respondem bem aos tratamentos termofísicos (Têmpera e Revenimento); - Também podem receber outros elementos de liga (níquel, cromo e molibdênio); - Usados para rodas e trilhos de trens, engrenagens, virabrequins e componentes estruturais de alta resistência. LIGAS METÁLICAS FERROSAS (Fe-C) AÇOS com alto teor de CARBONO Cla ssif icaç ão d os m ater iais - Teor de Carbono entre 0.60 % e 1.40 %;- Mais duros e resistentes; - Baixa ductilidade; - Usados em condição endurecida e revenida; - Resistente ao desgaste e abrasão; - Usados para fabricação de ferramentas (brocas, serras, ferramentas de torno e plaina, matrizes de injeção plástica). LIGAS METÁLICAS FERROSAS (Fe-C) AÇOS INOXIDÁVEIS Cla ssif icaç ão d os m ater iais - Concentração de cromo acima de 11%;- Outros elementos típicos de liga são níquel e molibdênio; - Resistentes à corrosão; - Usados em equipamentos para processos químicos. LIGAS METÁLICAS FERROSAS (F. FUNDIDOS) FERRO CINZENTO Cla ssif icaç ão d os m ater iais - Com teores de carbono entre 2.5 e 4.0 % e silício entre 1.0 e 3.0 %; - Baixa resistência à tração; - Elevada resistência ao desgaste (abrasão); - Usados em bases e barramentos de máquinas operatrizes. LIGAS METÁLICAS FERROSAS (F. FUNDIDOS) FERRO DÚCTIL ou NODULAR Cla ssif icaç ão d os m ater iais - Formado quando se adiciona uma pequena quantidade de magnésio e/ou cério ao ferro cinzento antes da fundição; - Melhoria da resistência mecânica (tração) em comparação ao ferro cinzento; - Usados para válvulas de bombas, virabrequins, engrenagens e componentes automotivos e de máquinas. LIGAS METÁLICAS FERROSAS (F. FUNDIDOS) BRANCO Cla ssif icaç ão d os m ater iais - Com teores de Silício menores que 1 %; - Ligas de aparência branca, dura e resistentes (muito difícil a usinagem); - Utilizado em cilindros de laminação. LIGAS METÁLICAS NÃO-FERROSAS (Básicas) LIGAS DE COBRE Cla ssif icaç ão d os m ater iais Latão: liga de cobre e zinco.- Alta resistência à corrosão; - Alta ductilidade; - Usado em núcleos de radiadores, bocais e acessórios de iluminação, cartuchos de munições. Bronze: liga de cobre e estanho, alumínio, níquel, silício. - Alta resistência à corrosão; - Menor ductilidade que os latões; - Usado em mancais, buchas, engrenagens. LIGAS METÁLICAS NÃO-FERROSAS (Básicas) LIGAS DE ALUMÍNIO Cla ssif icaç ão d os m ater iais - Elementos de liga: cobre, magnésio, silício, zinco, manganês.- Densidade relativamente baixa (2.7 g/cm3); - Resistência à corrosão; - Alta ductilidade; - Condutividade térmica e elétrica elevadas; - Usadas para linhas e tanques de combustível, latas de bebidas, trocadores de calor, rebites, arames, carcaças de bombas e caixas de transmissão, blocos de motores, rodas, etc.. LIGAS METÁLICAS NÃO-FERROSAS (Básicas) LIGAS DE MAGNÉSIO Cla ssif icaç ão d os m ater iais - Elementos de liga: alumínio, manganês , zinco.- Densidade baixa (1.7 g/cm3); - Possui alta ductilidade; - Ponto de fusão baixo (aprox. 650 ° C); - Resistência à corrosão razoável em atmosfera normal (ruim em ambiente marinho); - Usadas para tubulações, componentes automotivos (volante, coluna de direção), rodas automotivas, etc. LIGAS METÁLICAS NÃO-FERROSAS (Básicas) LIGAS DE TITÂNIO Cla ssif icaç ão d os m ater iais Elementos de liga: alumínio molibdênio e estanho.- Densidade relativamente baixa (4.5 g/cm3); - Resistência mecânica elevada; - Ponto de fusão elevado (1.600° C); - Resistência à corrosão extraordinária em temperaturas normais (torna-se altamente reativo em temperaturas elevadas); - Usadas para carcaças, fuselagens de avião e equipamentos resistentes à corrosão p/ indústria naval e de processamento químico. LIGAS METÁLICAS NÃO-FERROSAS (Refratárias) METAIS REFRATÁRIOS Cla ssif icaç ão d os m ater iais Elementos de liga: nióbio, molibdênio, tungstênio e tântalo.- Possuem ponto de fusão extremamente elevado (entre 2.400° a 3.400° C); - Elevada resistência e dureza; - Praticamente imunes ao ataque químico (corrosão); - Usadas para peças estruturais em veículos espaciais, turbinas, reatores nucleares. LIGAS METÁLICAS NÃO-FERROSAS (Nobres) METAIS NOBRES Cla ssif icaç ão d os m ater iais - Elemento de liga: cobre. - Ouro, prata e platina, são elementos de elevada ductilidade; - Utilizadas em joalheria; - A platina também é utilizada em termopares (medida de temperatura). CERÂMICAS Cla ssif icaç ão d os m ater iais Materiais cerâmicos são geralmente uma combinação de elementos metálicos e não- metálicos; Geralmente são óxidos, nitretos e carbetos; São geralmente isolantes de calor e eletricidade; São mais resistêntes à altas temperaturas e à ambientes severos que metais e polímeros; Com relação às propriedades mecânicas as cerâmicas são duras, porém frágeis; Em geral são leves. COMPÓSITOS Cla ssif icaç ão d os m ater iais Materiais compósitos são constituídos de mais de um tipo de material insolúvel no meio; Os compósitos são “desenvolvidos” para apresentarem a combinação das melhores características de cada material constituinte; Um exemplo clássico é o compósito de matriz polimérica com fibra de carbono. O material compósito apresenta a resistência da fibra de carbono associado a flexibilidade do polímero. SEMICONDUTORES Cla ssif icaç ão d os m ater iais Materiais semicondutores apresentam propriedades elétricas que são intermediárias entre metais e isolantes Além disso, as características elétricas são extremamente sensíveis à presença de pequenas quantidades de impurezas, cuja concentração pode ser controlada em pequenas regiões do material Os semicondutores tornaram possível o advento do circuito integrado que revolucionou as indústrias de eletrônica e computadores Ex: Si, Ge, GaAs, InSb, GaN, CdTe.. BIOMATERIAIS Cla ssif icaç ão d os m ater iais Biomateriais são empregados em componentes para implantes de partes em seres humanos Esses materiais não devem produzir substâncias tóxicas e devem ser compatíveis com o tecido humano (isto é, não deve causar rejeição). Metais, cerâmicos, compósitos e polímeros podem ser usados como biomateriais.
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