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DESCRIÇÃO Apresentação das principais classes de sólidos da Engenharia – metais, polímeros, cerâmicos e compósitos. PROPÓSITO Reconhecer as características, propriedades e potencialidades de aplicação das principais famílias de materiais da área de Engenharia. OBJETIVOS MÓDULO 1 Descrever os principais aspectos relacionados com os materiais metálicos MÓDULO 2 Identificar os polímeros, suas aplicações e propriedades MÓDULO 3 Identificar os materiais cerâmicos, suas aplicações e propriedades MÓDULO 4 Identificar os compósitos, suas aplicações e propriedades MATERIAIS SÓLIDOS DE ENGENHARIA O especialista Marco Aurélio Souza de Oliveira fala sobre materiais sólidos de Engenharia MÓDULO 1 Descrever os principais aspectos relacionados com os materiais metálicos MATERIAIS METÁLICOS O especialista Marco Aurélio Souza de Oliveira fala sobre materiais metálicos METAIS – DEFINIÇÃO O metal é um material cuja estrutura é formada por átomos do elemento (se for metal puro) ou dos elementos (se for liga metálica) dispostos em redes cristalinas, com ligações covalentes ressonantes, chamadas ligações metálicas. A ligação metálica é aquela em que os elétrons de valência formam uma nuvem que circunda todos os átomos, não se fixando diretamente em nenhum deles. Tal estrutura é esboçada na Figura 1. Imagem: Shutterstock.com Figura 1: Esquema da estrutura da ligação metálica Os arranjos dos núcleos dos átomos dos metais, diferentemente do que se pensa, são importantes e responsáveis por muitas propriedades. A nuvem eletrônica compartilhada é importantíssima para a condução de calor e eletricidade, bem como responsável pelo brilho característico desses materiais. Vejamos, a seguir, alguns arranjos cristalinos de átomos de metais. Imagem: Shutterstock.com Figura 2: Distribuição dos átomos metálicos em variadas estruturas cristalinas As células unitárias são as unidades mínimas de distribuição dos átomos em um elemento de volume (Figura 2). Tais células se sucedem em todas as direções, até um limite, formando grãos ou cristais. Por sua vez, os grãos ou cristais se unem uns aos outros, tridimensionalmente, formando a estrutura metálica (Figura 3). Imagem: Shutterstock.com Figura 3: Exemplos de grãos de metais em diversas geometrias A estrutura metálica é formada, portanto, por grãos ou cristais. Cada grão possui alinhamento de seus cristais em direções iguais – sistemas isotrópicos – ou diferentes – sistemas anisotrópicos. Cada um dos grãos da Figura 3 é formado por milhões de átomos do metal, arranjados na forma mostrada, por exemplo, na Figura 2. PROPRIEDADES DOS METAIS As propriedades dos metais são divididas, em uma visão mais ampla, em físicas e químicas. A seguir, veremos uma rápida abordagem desses dois grupos. PROPRIEDADES FÍSICAS Trata-se das propriedades que não alteram a natureza do metal. As propriedades físicas podem ser de ordem: TÉRMICA Relacionadas a deformações transitórias pelo calor. ELÁSTICA Relacionadas a deformações transitórias pela tração, compressão etc. PLÁSTICA Relacionadas a deformações permanentes etc. Vejamos algumas delas a seguir. PLASTICIDADE É a propriedade que o metal apresenta de se deixar deformar de maneira permanente. Distingue-se da propriedade elástica, em que o metal retorna ao estado inicial quando cessa a causa deformante. Pode-se dizer que a propriedade elástica é um primeiro grau da plasticidade. Quando o metal é submetido a uma solicitação – torção, flexão, tração –, até certo ponto, o metal pode retornar à forma primitiva, quando a causa cessa – elasticidade. Além desse limite, no entanto, a deformação será permanente – plasticidade. TENACIDADE É a resistência apresentada à ruptura, sob a ação de alongamento progressivo. A tração pode determinar progressivamente a elasticidade, a plasticidade e a ruptura do metal. A tenacidade é determinada pelo peso capaz de romper um fio metálico de determinado diâmetro a ela suspenso. Alguns metais estão classificados na seguinte ordem decrescente de tenacidade: Co, Ni, Fe, Cu, Pt, Ag, Au, Zn, Sn e Pb. Verifica-se, portanto, que os mais fracamente eletropositivos são os mais tenazes. Foto: Shutterstock.com Figura 4: Teste de tração em fio metálico DUCTIBILIDADE É a propriedade dos metais de se deixarem reduzir a fios. Para isso, os metais são passados através de fieiras – placas de aço com furos, através dos quais o metal é passado sucessivamente. A ductibilidade é expressa pelo comprimento de fio que se pode obter com 1 (um) grama do metal ou pela espessura do fio a que se quer reduzi-lo. Cabe ressaltar que o calor aumenta a ductibilidade. Foto: Shutterstock.com Figura 5: Detalhe da fabricação de fios de cobre MALEABILIDADE É a propriedade dos metais de se deixarem reduzir a lâminas. As lâminas podem ser obtidas pela ação do martelo, da prensa ou de aparelhos especiais – os laminadores. O calor aumenta a maleabilidade. DUREZA Trata-se da resistência que as substâncias opõem à penetração de um corpo mais duro em sua superfície. A dureza dos metais é classificada pelo uso de várias escalas. A escala mais amplamente utilizada é a Escala Mohs, que mede a capacidade de um metal riscar outro. Baseada nessa capacidade de um corpo mais duro riscar a superfície de outro, Mohs estabeleceu sua escala nos valores de 1 a 10. Nesse caso, os maiores valores riscam materiais de valores mais baixos. O diamante é a substância natural de maior dureza que se conhece, pois risca todas as outras. PROPRIEDADES ELETROMAGNÉTICAS Os metais, em regra, são bons condutores, não só de eletricidade como de calor. A condução da eletricidade se deve ao movimento de elétrons. A condutividade nos metais decresce com o aumento da temperatura. A propriedade das substâncias em se tornarem magnéticas é denominada suscetibilidade magnética. Os metais se comportam de maneiras diferentes sob ação de campos magnéticos e são distribuídos como: FERROMAGNÉTICOS Metais que se magnetizam no mesmo sentido que o campo magnético exterior com facilidade. Entre eles, destacam-se ferro, cobalto e níquel. PARAMAGNÉTICOS Substâncias que também se imantam no mesmo sentido que o campo magnético exterior, mas se distinguem das anteriores pela pequena intensidade de magnetização. DIAMAGNÉTICOS Não sofrem magnetização. Foto: Shutterstock.com Figura 6: Magnetização de anéis metálicos por eletroímã PROPRIEDADES QUÍMICAS Propriedades químicas são intrínsecas das substâncias, ou seja, cada substância tem a sua. São essas propriedades que definem a natureza da substância e, por sua vez, o tipo de reação que ela pode sofrer quando combinada com outras substâncias. Veremos, a seguir, algumas propriedades químicas voltadas para a reação dos metais com os meios externos. AÇÃO DO AR E OXIGÊNIO A maioria dos metais é oxidada em presença do oxigênio ou do ar seco. O ouro, a prata e a platina são exceções, razão pela qual foram chamados de metais nobres. O metal em estado de grande divisão – em pó, por exemplo – torna-se muito oxidável, de modo que esse fenômeno pode ser realizado em temperaturas relativamente baixas. A ação oxidante do ar úmido é muito mais acentuada do que a do ar seco, sendo reforçada pela presença de eletrólitos, tais como NaCl, H2SO4, CO2 etc. AÇÃO DA ÁGUA A maioria dos metais decompõem a água, formando hidróxidos e liberando hidrogênio. Os metais alcalinos fazem a decomposição à temperatura ambiente e com grande desprendimento de calor. Ferro, níquel e cobalto, extremamente aquecidos ou ao rubro, decompõem a água. O magnésio e o zinco também o fazem a altas temperaturas, obtendo-se os óxidos correspondentes e o gás hidrogênio. Por outro lado, ouro, prata, platina, cobre e mercúrio não decompõem a água a nenhuma temperatura. AÇÃO DOS ÁCIDOS O ácido clorídrico gasoso ou em solução ataca todos os metais – à exceção do Ouro e da Platina –, formando cloretos metálicos. O ácido sulfúrico concentrado, geralmente,não ataca os metais à temperatura ambiente. A quente, concentrado, é oxidante: 5H2SO4 + 4ZN→ 4ZNSO4 + 4H2O+H2S Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal O ácido sulfúrico diluído só não ataca o ouro, a platina, a prata e o cobre. O ácido nítrico concentrado, normalmente, não ataca os metais. Já o diluído só não ataca o ouro e a platina. Quando reage com os metais, forma nitratos e desprende NO ou NO2, ao contrário dos ácidos clorídrico e sulfúrico que, geralmente, desprendem hidrogênio. Vejamos: 8HNO3 + 3HG→ 3HG (NO3 ) 2 + 4H2O+ 2NO 4HNO3 +CU→CU (NO3 ) 2 + 2H2O+ 2NO2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal O ouro e a platina somente são atacados pela água régia – mistura de ácidos nítrico e clorídrico na proporção de 1:3. METALURGIA Vamos relembrar, a seguir, algumas informações importantes que serão úteis no entendimento de alguns aspectos dos metais. MINÉRIO Alguns metais são encontrados em estado nativo – isolados ou misturados. É o caso dos metais nobres – ouro, platina e prata – e de alguns outros, em raras ocorrências, como o cobre. O que se espera, normalmente, é que os metais se apresentem na forma de compostos, como óxidos e sulfetos metálicos. Em ambos os casos, puros ou em compostos, os metais aparecem acompanhados de impurezas em grau mais ou menos considerável – argila, cascalho, terra etc. Um agregado de compostos naturais diversos recebe o nome de mineral. Quando um mineral possui um metal – em estado livre ou combinado – como um de seus compostos, ele passa a se chamar minério daquele metal específico. EXEMPLO O minério de ferro, por exemplo, é um composto mineral que possui ferro em estado combinado, como é o caso da Hematita (Fe2O3). Nesse caso, pode-se dizer que minério é um mineral que permite a extração econômica de um ou mais metais. A seguir, veremos como se dá o processo de extração de metais dos minérios. EXTRAÇÃO DE METAIS Os compostos metálicos têm conteúdo de energia inferior ao dos metais puros, de modo que são, normalmente, mais estáveis. Como consequência do estado energético inferior dos compostos, a extração dos metais a partir dos seus minérios exige fornecimento de energia. O conjunto de processos metalúrgicos de obtenção dos metais é chamado de metalurgia. Quando se trata, especificamente, do ferro e de seus derivados, o processo de obtenção tem o nome de siderurgia. Foto: Shutterstock.com Figura 7: Flagrante de uma das operações da metalurgia REDUÇÃO Alguns processos metalúrgicos costumam ser necessários ao tratamento do minério. Entre eles, abordaremos mais especificamente o processo químico da redução. A redução é utilizada principalmente para os minérios que possuem compostos metálicos na forma de óxidos. Os minérios quem contêm sulfetos e carbonatos são submetidos previamente à operação de ustulação e calcinação para serem transformados em óxidos. Vejamos os exemplos: javascript:void(0) javascript:void(0) USTULAÇÃO Processo químico utilizado na metalurgia que consiste em aquecer um sulfeto na presença de oxigênio. CALCINAÇÃO Processo térmico em sólidos com o intuito de eliminar substâncias voláteis por meio de transformações físico-químicas. EXEMPLO Ustulação 2ZNS+ 3O2 → 2ZNO+ 2SO2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Calcinação ZNCO3 →ZNO+CO2 FECO3 →FEO+CO2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal O carbono é o agente redutor mais amplamente utilizado. Nesse caso, o minério é colocado no forno, juntamente com o carvão ou coque – tipo de combustível derivado de carvão mineral. A combustão do carvão forma CO, que é o verdadeiro agente redutor. Por sua vez, o CO retira o oxigênio do minério e forma CO2, deixando o metal em liberdade (reduzido). PRODUTOS Os produtos resultantes das operações metalúrgicas podem ser classificados como produtos intermediários. Tais produtos intermediários ainda devem sofrer uma ou mais operações para a obtenção do metal. É o caso do ferro gusa, por exemplo. Na siderurgia, ele sofrerá operações posteriores para ser transformado em Aço. Existem os produtos finais, que são constituídos pelos metais brutos, ou refinados, e pelas ligas. Além desses, temos os produtos residuais – escórias, gases e poeiras –, que não são aproveitados em muitos casos. SIDERURGIA – OBTENÇÃO DO AÇO PROCESSO O ferro gusa, como já visto, é obtido pela redução dos minérios de ferro (óxidos) pelo carbono, sob temperaturas elevadas, em fornos especiais – os altos-fornos. Os materiais necessários para tal fim são: minério, carbono na forma de coque, fundente e oxigênio. O minério, que é o material-fonte de ferro, pode ter várias origens. Vejamos alguns exemplos das origens do ferro: Nome do Mineral Nomes comuns do minério Fórmula química Teor de Ferro (%) Cor do mineral Hematita Especular, oolítico, fóssil ou riniforme Fe2O3 70,0 Vermelho ou cinza de aço preto Magnetita Magnetita ou Loadstone Fe3O4 72,4 Preto Limonita Limonita ou ocre- amarelo Fe2O3 . xH2O 59,9 Amarelo castanho Siderita Blackband ou minério de ferro estático FeCO3 48,2 Cinza Wustita FeO Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 1: Minérios fontes de ferro Elaborada por Marco Aurélio Souza de Oliveira Foto: Shutterstock.com Figura 8: Alto-forno O alto-forno é carregado com minério de ferro, coque e fundente. Essa carga é introduzida pela abertura superior do alto-forno e, à medida que desce em seu interior, encontra zonas com temperaturas cada vez mais elevadas, participando de diversas reações químicas. Na parte inferior, encontram-se orifícios de saída da escória, cujos constituintes principais são silicatos de cálcio, de alumínio e de ferro. Tais silicatos são empregados em pavimentação e na fabricação de cimentos especiais. O coque (C) desempenha o papel de combustível e de redutor. Trata-se do produto do aquecimento seco do carvão mineral em uma unidade denominada coqueria. O carvão mineral nacional contém alto teor de cinzas ricas em pirita (FeS2). O enxofre é um verdadeiro “veneno” para o aço a ser obtido, pois diminui o poder calorífico do coque e impurifica o gusa. Já os fundentes correspondem às matérias introduzidas no alto-forno com o fim de eliminar as impurezas do minério. A combinação dos fundentes com as impurezas forma as escórias, que sobrenadam no ferro liquefeito e são escoadas por um orifício acima do orifício de escoamento do Gusa. Usualmente, o fundente é o calcário (CaCO3): CACO3 →CAO+CO2 (A 900 °C) CO2 +C→ 2CO (SUBSTÂNCIA REDUTORA) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal O óxido de Cálcio (CaO) reagirá com as impurezas do minério e do coque, formando a escória, que é uma mistura de silicatos. CAO+SIO2 →CASIO3 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Foto: Shutterstock.com Figura 9: Ferro gusa fundido e a escória, em coloração mais escura ALTO-FORNO Um alto-forno típico tem cerca de 30 (trinta) metros de altura e 7 (sete) metros de diâmetro máximo. Apresenta uma pequena variação de diâmetro interno, necessária para compensar a variação do volume (expansão) dos gases, em função da temperatura. Um alto-forno típico pode produzir de 2.000 a 3.000 toneladas/dia de ferro gusa, conforme a tabela a seguir: Material de Entrada Ton/dia % Material de Saída Ton/dia % Minério (50% Fe) 4.000 28,5 Ferro Gusa (90%) 2.000 14,0 Fundente 500 3,5 Escória 1.500 11,0 Coque 1.500 11,0 Poeira 500 3,5 Ar (1000°C) 8.000 57,0 Gases ( 300°C) 10.000 71,5 Total 14.000 100 Total 14.000 100 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 2: Porcentagem de produção de Ferro Gusa Elaborada por Marco Aurélio Souza de Oliveira Figura 10: Processo em um alto-forno FERROS FUNDIDOS Os ferros fundidos constituem umadas classes de produtos mais comuns da indústria siderúrgica. São ligas de ferro-carbono com percentagens normais de carbono de 2,5 a 4,0%. Possuem outros elementos – Si, P, Mn e S – nos percentuais normais dos aços comuns. As ligas de ferro-carbono podem ser de vários tipos, dependendo de sua composição e estrutura. Vejamos: FERRO FUNDIDO CINZENTO OU COMUM Possui mais de 2% de carbono (2,5 < %C < 3,5), e de 1% a 3% de silício. O carbono se apresenta, em parte, livre e, em parte, combinado com ferro. A parte livre forma veios de grafita descontínuos na massa do metal, o que facilita a sua fratura. Daí vem o aspecto cinzento de sua fratura e sua pouca resistência. O ferro fundido tem grande fusibilidade, preenchendo facilmente moldes complicados, além de apresentar muito boa capacidade de ser usinado – cortado, lixado etc. FERRO FUNDIDO BRANCO É obtido por resfriamento rápido do ferro fundido. Todo o carbono é mantido combinado com o ferro, na forma de Fe3C (carboneto de ferro de nome cementita). O ferro fundido branco é extremamente duro e sua fratura apresenta aspecto esbranquiçado. FERRO FUNDIDO MALEÁVEL Resulta da mudança de textura do ferro fundido branco, após tratamento térmico prolongado. A grafita fica concentrada em nódulos, cercada pela massa metálica de ferro com pouco carbono – semelhante ao aço. Possui de 2,0 a 2,6% de C, de 1,8 a 2,8% de Si e de 0,3 a 0,5% de Mn. FERRO FUNDIDO NODULAR É obtido por um processo especial, com adição de cerca de 0,05% de Mg, no qual o carbono se apresenta sob a forma de nódulos. A sua composição química é semelhante à do ferro fundido cinzento. O ferro fundido nodular permite a obtenção de peças extremamente resistentes. Trata-se de um dos processos de confecção de peças fundidas mais utilizados atualmente. FERRO FORJADO É um material constituído de Ferro quase puro, com um teor muito baixo de carbono (0,02%) e cerca de 0,12% de Silício. O ferro forjado se apresenta em forma de produtos trabalhados, especialmente tubos e, também, barras e chapas laminadas. O emprego do ferro forjado na indústria é pequeno atualmente, mas foi o produto siderúrgico mais importante até cerca de 150 anos atrás. A causa de ter sido quase suplantado pelos aços se deve à sua resistência mecânica baixa. AÇOS Aços-carbono Os principais produtos finais da siderurgia são, sem dúvida, os aços-carbono. Na metalurgia, o aço-carbono é definido como uma liga de ferro e carbono, que contém, teoricamente, entre 0,02 e 2,0% de carbono. Os aços usuais, no entanto, nunca apresentam quantidade de carbono superior a 1,7% na prática. Além do ferro e do carbono, esses aços contêm: Silício – 0,1 a 0,3%; Manganês – 0,3 a 1,5%; Fósforo – 0,04%; Enxofre – 0,05%. Os aços-carbono são divididos em: AÇOS DE BAIXO CARBONO Carbono até 0,30%, manganês até 0,90% e silício até 0,10%; os aços de muito baixo carbono (C < 0,10%) são conhecidos como aço doce. AÇOS DE MÉDIO CARBONO Carbono até 0,6% e Manganês até 1%. AÇOS DE ALTO CARBONO Acima de 0,6% de carbono. Aços inoxidáveis Os aços inoxidáveis (Stainless Steel) também são muito conhecidos. Genericamente, são chamados de aços inoxidáveis aqueles aços que têm dificuldade de oxidar, mesmo pela exposição prolongada à atmosfera normal. Essa propriedade é conseguida pela adição de, pelo menos, 12% de Cromo. O cromo é o elemento de liga básico dos aços inoxidáveis, promovendo a formação de uma película de óxidos de cromo na superfície do metal. Os aços inoxidáveis são, portanto, aços que contém de 12 a 26% de cromo, até 22% de níquel e, frequentemente, pequenas quantidades de outros elementos de liga. Concentração dos elementos As propriedades dos aços e, portanto, suas aplicações práticas são estritamente condicionadas pelo teor de carbono. Em uma mesma aplicação, pequenas variações no teor de carbono e de elementos de liga determinam o desempenho da peça. A fabricação do aço a partir do ferro gusa consiste, essencialmente, na redução controlada da concentração de diversos elementos que entram em sua composição inicial. Vejamos um exemplo na tabela a seguir: Elemento Ferro gusa (%) Aço doce (%) C 3 –4 0,02 – 0,1 Si 1 –3 0,02 – 0,1 Mn 0,5 –1,5 0 –0,02 S 0,01 – 0,2 0,01 – 0,1 P 0,05 – 2 0,05 – 0,2 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 3: Porcentagem de impurezas em ferro gusa e aço doce Elaborada por Marco Aurélio Souza de Oliveira DIAGRAMA DE FASES Os diagramas de fase – ou de equilíbrio – mostram alterações na estrutura de misturas ou ligas metálicas de acordo com a variação da temperatura. VOCÊ SABIA? Com relação às ligas metálicas, o diagrama ferro-carbono é o mais estudado entre todas as ligas metálicas presentes na atualidade. Isso se deve ao fato de os aços-carbono, além de serem uma das classes de materiais metálicos mais utilizados pelo homem, apresentarem variadas e interessantes transformações no estado sólido. O estudo do diagrama de fases da liga de ferro-carbono permite compreender como variações do teor de carbono nos aços resultam na obtenção de diferentes materiais e propriedades, e dessa maneira, possibilitam a obtenção de aços de acordo com as aplicações desejadas. A Figura 11 mostra um complexo diagrama da liga Fe-C. Não se preocupe com sua complexidade, já que o importante é saber que, por meio do diagrama, podemos obter as informações da composição da liga que desejamos. Imagem: Shutterstock.com Figura 11: Diagrama Fe-C LIGAS NÃO FERROSAS Apesar de o ferro ser, ainda nos dias atuais, o principal metal de utilização em projetos de Engenharia, outras ligas metálicas apresentam importante valor econômico e de projeto. As ligas não ferrosas são caracterizadas por uma baixa densidade, o que as torna leves. Além disso, apresentam alta condutividade térmica e elétrica – característica dos metais em geral – e mais resistência à corrosão do que as ligas metálicas ferrosas, mesmo em se tratando do aço. As ligas não ferrosas são obtidas a partir dos mais diversos tipos de minérios. Vejamos a tabela a seguir: Metal Minério Compostos Cu Calcopirita CuFeS2 Cuprita Cu2O Calcosita Cu2S Sn Cassiterita SnO2 Pb Galena PbS Cr Cromita Cr2O3 Mn Pirolusita MnO2 Zn Blenda ZnS Zincita ZnO Smitsonita ZnCO3 Al Bauxita Al2O3 . 2H2O Ti Anastasio TiO2 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 4: Minérios dos quais os metais são extraídos Elaborada por Marco Aurélio Souza de Oliveira ATENÇÃO As ligas metálicas, como o nome sugere, são uma combinação de vários metais que interagem em uma rede cristalina. Desse modo, categorizar as ligas como se fossem formadas por um metal específico é incoerente, uma vez que elas podem ser formadas de uma grande variedade de metais. O que utilizamos para classificar as ligas é o metal presente com o maior percentual. Nesse caso, esse será o regulador do tipo de liga com a qual estamos tratando. Nome Composição Algumas aplicações Bronze Alumínio Cu 90% Al 10% Emprego antioxidante Bronze “de canhão” Cu 90% Sn 10% Instrumentos musicais, armamentos e engrenagens. Constatan Cu 60% Ni 40% Peças térmicas Latão Cu 67% Zn 33% Tubos, lâminas e cartuchos. Duralumínio Al 95,5% Cu 3% Mn1% e Mg 0,5% Aeronaves Magnalium Al 90% Mg 10% Equipamentos leves e náuticos Solda Al 90% Si 10% Varetas de solda Nome Composição Algumas aplicações Down D Al 85% Cu 2%Cd 1% Zn 5% Mg 7% Resistência a tração Monel Ni 72% Cu 25% Fe3% Hélices, lâminas e tubos. Hastelloy B2 Ni 80% Mo 20% Resistência térmica Inconel 600 Composição variável de Ni-Cr-Fe Resistência a meios oxidantes e de carbono Inconel 625 Composição variável de Ni-Cr-Mo Resistência a meio aquoso em alta temperatura Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 5: Composição de ligas metálicas Elaborada por Marco Aurélio Souza de Oliveira Vejamos, a seguir, as características de algumas das ligas mencionadasna tabela. LIGAS DE COBRE Destacam-se nesta categoria, pois são as mais famosas e de importantes aplicações. EXEMPLO Podemos destacar o bronze – uma liga de cobre e estanho com alta resistência mecânica e à corrosão, além de ser de fácil fundição. Trata-se de uma liga muito utilizada em instrumentos musicais devido à sua capacidade de gerar ondas específicas. Outro exemplo é o latão, que é obtido da combinação do cobre com o zinco, e é utilizado desde a pré-história. Dependendo da porcentagem dos metais que a compõe, a liga de latão pode ter diversos tipos. Suas aplicações compreendem vários segmentos, por exemplo: a fabricação de armas, peças automobilísticas, parafusos, entre outros. LIGAS DE ALUMÍNIO São amplamente utilizadas em aplicações estruturais que exijam leveza, já que a densidade das ligas de alumínio equivale a, aproximadamente, 1/3 da do aço. Sua aplicação inclui, por exemplo, a indústria aeroespacial. O alumínio confere às suas ligas características de bom condutor termoelétrico e anticorrosivo – uma camada de óxido protetora que se forma na superfície desse material. Foto: Shutterstock.com Figura 12: Fundição para a formação de uma liga de alumínio O alumínio, por ter um relativamente baixo ponto de fusão (660°C), pode receber, em sua fase líquida, o acréscimo dos metais que formarão a liga. Isso confere à liga, principalmente, resistência mecânica, mantendo a característica de metal leve. LIGAS DE NÍQUEL Estão entre os exemplos mais representativos de ligas metálicas não ferrosas. Aproximadamente, 14% do níquel produzido no mundo são destinados para a confecção de suas ligas. O metal puro apresenta excelente resistência a atmosferas agressivas para a corrosão – meios ácidos, salinos e cáusticos – à alta temperatura. Tal propriedade é, invariavelmente, transmitida para suas ligas. Para o aumento da resistência mecânica e suas aplicações específicas, outros metais são adicionados à sua rede cristalina. Foto: Shutterstock.com Figura 13: Moeda de euro confeccionada em uma liga Ni-Cu LIGA MONEL Como mostrado na tabela, além de resistência antioxidante à ácidos utilizados para esse fim – como o ácido sulfúrico –, apresenta alta resistência a trincas e desgastes físicos pela corrosão em ambientes salinos. Por essa razão, essa liga possui ampla aplicação na indústria náutica. Com o molibdênio, o níquel é utilizado como resistente aos meios redutores e de eleveda temperatura. LIGAS TERNÁRIAS DE NÍQUEL Mesma linha de resistência à corrosão, principalmente os sistemas Ni-Cr-Fe e Ni-Cr-Mo. Também são empregadas em ambientes de atmosfera rica em carbono e redutora, bem como maios aquosos e de alta temperatura. VERIFICANDO O APRENDIZADO A ETAPA DENOMINADA REDUÇÃO É NECESSÁRIA NA FABRICAÇÃO DE METAIS, UMA VEZ QUE: A) Os metais encontram-se em estado combinado nos seus respectivos minérios. B) Costuma-se gerar camadas de óxidos protetores nas superfícies dos materiais. C) As impurezas são transformadas em compostos mais aceitáveis de associação com o metal. D) Os componentes do minérios devem ser transformados em diferentes formas de compostos para posterior tratamento no alto forno. E) É vital que o volume de metal seja reduzido para que porções pequenas dele possam ser beneficiadas nas metalúrgicas. UMA LIGA METÁLICA NÃO FERROSA É DEFINIDA COMO: A) Metais, diferentes do ferro, que formam ligas com o carbono. B) Metais, diferentes do ferro, que formam ligas entre si nos mais variados percentuais de composição. C) Aços que contenham, em sua composição, pequenas percentagens de outros metais. D) Liga de metais com silício que, na composição da liga, adquire propriedades metálicas. E) Produto da indústria siderúrgica obtido em altos-fornos pela redução com carvão mineral. GABARITO A etapa denominada redução é necessária na fabricação de metais, uma vez que: A alternativa "A " está correta. A redução é a etapa crucial em que os compostos metálicos são transformados em metais puros nos alto-fornos. Uma liga metálica não ferrosa é definida como: A alternativa "B " está correta. Como o próprio nome remete, essas ligas não contêm ferro em sua composição, mas representam a combinação de diversas espécies metálicas, formando um material útil para aplicações. MÓDULO 2 Identificar os polímeros, suas aplicações e propriedades POLÍMEROS O especialista Marco Aurélio Souza de Oliveira fala sobre polímeros. POLÍMEROS – DEFINIÇÃO Os polímeros são substâncias de elevada massa molecular, obtidas pela repetição, em longas e teoricamente infinitas cadeias, de uma mesma unidade molecular denominada monômero. Os monômeros são moléculas que, quando reagem adequadamente, combinam-se e formam as longas cadeias, que são os polímeros propriamente ditos. Quando, no entanto, analisamos o polímero em si e identificamos essas unidades que se repetem, elas não são mais denominadas moléculas ou monômeros, mas sim meros. EXEMPLO Os materiais orgânicos, ou seja, aqueles formados por uma estrutura básica de cadeias de carbono, são materiais muito propensos a se polimerizar. Entre os polímeros naturais, temos o látex (poliisopreno) e a celulose, que constitui elemento básico na fabricação do papel. Muitas macromoléculas encontradas nos seres vivos são polímeros, entre as quais estão as proteínas, os ácidos nucleicos – DNA e RNA – e os lipídios. Os monômeros das proteínas são os aminoácidos. Imagem: Shutterstock.com Figura 14: Representação da cadeia polimérica da celulose (Entre colchetes, está indicado o mero do polímero) MACROMOLÉCULAS É importante diferenciarmos os polímeros das macromoléculas. As macromoléculas são moléculas de alta massa molecular, mas que não apresentam a característica de repetição de uma mesma unidade básica – os monômeros – e são de tamanho finito. RESUMINDO Trata-se de moléculas grandes que não apresentam a característica do polímero de ser uma cadeia, teoricamente, infinita. Existem os materiais naturais, nos quais essas moléculas são formadas pela natureza, como a madeira, o látex, entre outros. Além dos naturais, há os materiais artificiais, em que as macromoléculas são obtidas pela junção deliberada de pequenas moléculas. Nesse caso, o homem não se limitou a melhorar os materiais orgânicos naturais, mas desenvolveu substâncias sintéticas. EXEMPLO O desenvolvimento de substâncias sintéticas coloca a copolimerização em um lugar de destaque na indústria dos plásticos, por exemplo. Alterando as proporções dos monômeros e sua distribuição, conseguem-se plásticos com maior ou menor resistência aos agentes químicos, resistência mecânica, rigidez e outras alterações qualitativas. Os plásticos que contêm moléculas grandes, em geral, são mais resistentes às tensões mecânicas e térmicas do que aqueles compostos por moléculas pequenas. Nos plásticos comerciais, o grau de polimerização, normalmente, encontra-se na faixa de 75 a 750 meros por molécula. A polimerização, nos processos industriais, costuma ser conseguida por aquecimento dos monômeros em alta pressão, na presença de catalisadores – substâncias adicionadas aos reatores para acelerar o processo reacional. Foto: Shutterstock.com Figura 15: Fabricação de sacos plásticos FORMAÇÃO DOS POLÍMEROS Os mecanismos segundo os quais ocorre a polimerização podem ser classificados em duas categorias – adição e condensação. A seguir, veremos cada uma delas. POLIMERIZAÇÃO POR ADIÇÃO Na polimerização por adição, os meros sucessivos são adicionados à molécula, por meio de reações entre si, a fim de aumentá-la. Dessa forma, cada monômero deve ter dois ou mais pontos de reação nos quais possam ser feitas as ligações. EXEMPLO Vamos considerar, por exemplo, o etileno, que é matéria-prima para os plásticos. Quando sua ligação dupla é rompida, duas ligações simples se tornam disponíveis para ligações. Portanto, o etileno é considerado bifuncional. Vejamos: Imagem adaptada por Renato Teixeira A moléculaforma seus pontos de reação pela ruptura de duplas ligações e formação de duas ligações simples. Desse modo, a polimerização ocorre sem a formação de subprodutos. O processo de polimerização, em teoria, continua indefinidamente. Na prática, no entanto, isso não acontece devido à necessidade das moléculas de estarem próximas às extremidades da cadeia, para haver ligação. Se isso não ocorrer, é necessário encaminhá-las para as extremidades, o que vai se tornando difícil com o desenvolvimento da polimerização. Quando verificamos, no processo de adição, que apenas uma espécie de mero foi usada, geramos os homopolímeros. EXEMPLO Como exemplo, temos a polimerização do butadieno, na borracha. Nesse caso, apenas uma espécie de mero é usada no processo de adição. Vejamos: Imagem adaptada por Renato Teixeira Copolímeros Um avanço importante na tecnologia de plásticos ocorreu quando se percebeu que polímeros de adição contendo dois ou mais meros diferentes, frequentemente, apresentavam propriedades físicas e mecânicas melhores. Trata-se dos copolímeros, que têm, como exemplo, os copolímeros de cloreto e acetato de vinila. Imagem adaptada por Renato Teixeira Imagem adaptada por Renato Teixeira Vejamos as aplicações dos copolímeros citados: ACETATO DE VINILA Adesivos. CLORETO DE VINILA Substituto da borracha quando plastificado externamente. COPOLÍMEROS DE CLORETO E ACETATO DE VINILA Plásticos de boa resistência mecânica e resistência a solventes, e substituto da borracha no revestimento de condutores. É possível ter controle da arrumação das moléculas no caso dos copolímeros. EXEMPLO Suponha que estamos fazendo um copolímero de dois compostos A e B. Na copolimerização comum, não há uma ordem na cadeia, que está sujeita ao acaso. No entanto, sob controle das condições de reação e com determinados catalisadores, podemos obter uma copolimerização ordenada. Vejamos: Ao acaso – AABBBABABAAAABBAB..... Ordenada – AABBAABB.... RESUMINDO Um copolímero, portanto, pode ter propriedades muito diferentes daquelas de qualquer um dos componentes, e a faixa de variação indica que podemos obter plásticos sob medida para uma grande variedade de aplicações. A copolimerização tem sido muito usada no campo das borrachas sintéticas. POLIMERIZAÇÃO POR CONDENSAÇÃO A polimerização por condensação forma uma segunda molécula não polimerizável como subproduto. Usualmente, o subproduto é água ou alguma molécula simples, como o HCl, CH3OH ou NH3. Vejamos um exemplo, a seguir, com fenol e formaldeído: Imagem adaptada por Renato Teixeira Na temperatura ambiente, o formaldeído é um gás, e o fenol é um sólido de baixo ponto de fusão. A reação pode ocorrer em vários pontos ao redor da molécula de fenol. Em virtude dessa polifuncionalidade, forma-se um esqueleto molecular tridimensional em vez de uma simples cadeia linear. RESUMINDO Os polímeros de condensação, portanto, podem ou não ser lineares. A composição química e a forma pela qual os átomos se distribuem nas cadeias têm grande influência nas propriedades finais. ESTRUTURA DOS POLÍMEROS A estrutura de um polímero afeta seu comportamento de várias formas. MONÔMEROS BIFUNCIONAIS Só produzem polímeros lineares. MONÔMEROS POLIFUNCIONAIS Podem gerar arranjos tridimensionais. No caso dos monômeros bifuncionais, observa-se apenas forças de Van der Waals – força característica atuante entre moléculas apolares – nas moléculas adjacentes. Nesse caso, pode ocorrer escorregamento entre moléculas e observa-se que cadeias adjacentes podem estabelecer uma cristalização local. Já na estrutura tridimensional, esse escorregamento não é tão fácil de ocorrer. No caso das estruturas lineares, pode-se estabelecer uma variação que crie dificuldades ao movimento entre cadeias adjacentes, alterando-se as propriedades mecânicas profundamente. CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL Podemos classificar os polímeros quanto à sua estrutura em: TERMOPLÁSTICOS - ESTRUTURA LINEAR São termoplásticos os polímeros que permitem pós-moldagem por aquecimento. TERMOFIXOS - ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL São termofixos os polímeros que não admitem a pós-moldagem por aquecimento. Foto: Shutterstock.com Figura 16: Tiras de borracha termofixa para selagem de portas à prova d’água CLASSIFICAÇÃO INDUSTRIAL DOS POLÍMEROS A classificação industrial diz respeito às aplicações práticas dos polímeros. Em uma classificação bastante ampla, os polímeros se dividem em elastômeros, plásticos e fibras. Conheceremos, a seguir, cada um dos tipos citados. Foto: Shutterstock.com Figura 17: Processo de fabricação de borracha sintética ELASTÔMEROS Os elastômeros apresentam propriedades elásticas acentuadas. É o caso das borrachas sintéticas, como o neopreno, isopreno, poliisobuteno, etc. De maneira geral, qualquer polímero linear originado de reação de adição constitui um elastômero sintético. Uma etapa determinante na preparação dos artigos de borracha é a vulcanização. Esse processo consiste na inclusão de átomos de enxofre na cadeia polimérica, com o intuito de diminuir o grau de deformação permanente da borracha. O processo confere resistência mecânica e mais características termofixas à borracha. Foto: Shutterstock.com Figura 18: Colocação de piso laminado de plástico (PVC) PLÁSTICOS Os plásticos se apresentam no estado sólido, mais ou menos rígido. É o caso do polietileno, do poliestireno, do policloreto de vinil(a) (PVC), entre outros. Também existem muitos plásticos, em menor grau de polimerização, que se prestam muito bem à produção de tintas, vernizes, lacas etc., como o acetato de polivinil(a) (PVA). A tecnologia moderna também oferece os chamados plásticos reforçados. Por exemplo, temos os plásticos que contam com a adição de lã de vidro a uma resina, formando a chamada fibra de vidro. Tal processo aumenta a resistência do plástico. Há também o caso dos plásticos expandidos, por exemplo, o poliestireno. Nesse caso, são adicionados gases que se expandem por aquecimento, gerando um “inchaço” no plástico. O resultado disso é o isopor, que é extremamente leve e um ótimo isolante térmico. Foto: Shutterstock.com Figura 19: Monômeros do nylon 66, o nylon comum FIBRAS As fibras são polímeros com grande resistência à tração mecânica e, em consequência, prestam-se muito bem à fabricação de fios. É o caso no nylon, do poliéster, entre outros. As fibras podem ser obtidas, quanto à reação de preparação, na forma de adição ou condensação. APLICAÇÕES DE POLÍMEROS NA ENGENHARIA Com o advento dos polímeros, desde a confecção de carrocerias, peças industriais, refratários, tintas e outros elementos estruturais, não houve setor do saber humano que não sofresse transformação considerável. Os materiais poliméricos possuem propriedades peculiares e bastante diferentes dos materiais metálicos. Entre as numerosas aplicações na Engenharia, podemos citar: Protetores à base de silicone, para altas temperaturas. Óleos e graxas para baixas temperaturas, em que materiais tradicionais apresentam comportamento inaceitável. Isolamento elétrico – os materiais plásticos têm grande aplicação como isolantes elétricos, e certos desenvolvimentos da eletrônica só se tornaram possíveis com o advento desses materiais. Guias, buchas e tintas antiaderentes à base de politetrafluoretileno. Elementos estruturais de fibra de vidro com resina poliéster ou epóxi (plásticos reforçados), que apresentam peso reduzido e elevada resistência mecânica. Suas aplicações são, principalmente, para a engenharia aeronáutica e química, para as quais são confeccionadas cubas, dutos etc. Alguns polímeros específicos têm ampla aplicação nos mais diversos ramos industriais e de engenharia. Vejamos alguns homopolímeros termoplásticos, a seguir. Imagem: Shutterstock.com Figura 20: Estrutura molecular do polietileno (PET) POLIETILENO Trata-se de um material de grande flexibilidade pela presença de moléculas que se sucedem emuma forma simples. É muito empregado em artigos plásticos em geral, principalmente nas exigências mecânicas mais brandas, como em embalagens e garrafas de bebibas. Imagem: Shutterstock.com Figura 21: Estrutura molecular do polietireno POLIESTIRENO Os poliestirenos são os isopores. Por aquecimento, os gases adicionados ao material se expandem, e ele infla. São os polímeros expandidos, como vimos. Comparado ao polietileno, o poliestireno apresenta menor flexibilidade (maior rigidez), em virtude do grande volume do anel benzênico. A diminuição da rigidez é conseguida com a adição de agentes conhecidos como plastificantes, que aumentam ou diminuem a rigidez. Imagem adaptada por Renato Teixeira Figura 22: Estrutura molecular do poliacrilonitrila POLIACRILONITRILA – ACRÍLICO Trata-se de um material muito utilizado em vidros acrílicos e recobrimentos. Imagem: Shutterstock.com Figura 23: Estrutura molecular do Teflon TEFLON Constitui um material extremamente resistente a agentes químicos e muito utilizado em revestimentos superficiais, válvulas cardíacas e vedantes. Exemplo de Poliacrilonitrila – acrílico: Foto: Shutterstock.com Figura 24: Tinta acrílica de revestimento VERIFICANDO O APRENDIZADO PODEMOS DIFERENCIAR POLÍMEROS DE MACROMOLÉCULAS PELO SEGUINTE ASPECTO: A) Os polímeros são moléculas constituídas, unicamente, por carbono e hidrogênio, diferentemente das macromoléculas. B) Macromoléculas são compostos de baixo peso molecular, bem menores do que os polímeros. C) As macromoléculas, diferentemente dos polímeros, são formadas por repetições de porções idênticas, chamadas meros. D) Os polímeros são sintetizados industrialmente, já as macromoléculas são produtos naturais. E) Os polímeros são constituídos por infinitas cadeias fruto de repetições de porções iguais denominadas meros. AS BORRACHAS SÃO EXEMPLOS DE POLÍMEROS DO TIPO: A) Fibras B) Plásticos C) Elastômeros D) Condensados E) Ligantes GABARITO Podemos diferenciar polímeros de macromoléculas pelo seguinte aspecto: A alternativa "E " está correta. Os polímeros recebem esse nome exatamente por serem o encadeamento de porções menores oriundas dos monômeros. As macromoléculas também são moléculas de alto peso molecular, mas não apresentar uma repetição de unidades estruturais. As borrachas são exemplos de polímeros do tipo: A alternativa "C " está correta. As borrachas são os representantes clássicos de uma família de polímeros termofixos denominados elastômeros, em virtude de sua propriedade de deformação acentuada. MÓDULO 3 Identificar os materiais cerâmicos, suas aplicações e propriedades CERÂMICOS O especialista Marco Aurélio Souza de Oliveira fala sobre cerâmicos CERÂMICOS – DEFINIÇÃO A palavra cerâmica tem origem em keramos, do grego, que significa oleiro ou olaria. Keramos, por sua vez, deriva do sânscrito e quer dizer queimar. Desse modo, os antigos gregos usavam esse termo para se referir a um material queimado ou barro (argila) queimado. A palavra cerâmica, portanto, provavelmente designava os primeiros objetos cerâmicos produzidos – jarros, pratos, tijolos e artefatos diversos – feitos de barro. Tais objetos necessitam ser submetidos a intenso calor, por um período controlado, para a obtenção de uma forma moldada permanente. Os cerâmicos modernos são materiais formados, na sua maioria, por interações entre metais e não metais. Com isso, são compostos predominantemente iônicos, embora haja materiais dessa classe com caráter de ligação eminentemente covalente – o que representa a minoria deles. Foto: Shutterstock.com Figura 25: Disco de freio de material cerâmico Todos os materiais cerâmicos são obtidos a partir de tratamento térmico (queima), principalmente em fornos, a altíssimas temperaturas. Tal tratamento permite o surgimento das propriedades desejadas para cada tipo de material. MATERIAIS CERÂMICOS AVANÇADOS – MCA Quando mencionávamos a palavra cerâmica, até cerca de meio século atrás, vinham à mente os materiais cerâmicos tradicionais, tais como pratos, vasos e porcelanas em geral. São objetos oriundos da argila comum, amplamente utilizados até os dias atuais. A partir do fim da Segunda Guerra Mundial, no entanto, entraram em cena novos materiais obtidos pelo mesmo processo das cerâmicas usuais, mas utilizando matéria-prima mais refinada e seleta. Essa nova classe de compostos, conhecida como materiais cerâmicos avançados (MCA), revolucionou a indústria de ponta em todas as áreas – da eletrônica à mecânica. Os MCA trouxeram vantagens que seus concorrentes – principalmente os metais – não conseguiam superar. A leveza, a alta resistência a temperatura, choques mecânicos e corrosão, bem como a facilidade de fabricação, utilizando matéria-prima barata e abundante, foram fatores decisivos para o estabelecimento dos MCA no rol da pesquisa e indústria de alta tecnologia. PREPARAÇÃO Os cerâmicos são, mais frequentemente, óxidos, nitretos e carbetos, embora a imensa gama de compostos inorgânicos iônicos possa se enquadrar nessa classificação. Incluem-se aqui, também, materiais derivados de minerais, cimentos e vidros. Os cerâmicos são tipicamente isolantes à passagem de eletricidade e calor, salvo as cerâmicas supercondutoras. Geralmente, cerâmicos são muito mais resistentes aos ambientes agressivos – corrosivos e de exigências mecânicas fortes – do que os metais ou os polímeros. Possuem a vantagem de ser facilmente fabricados em formas variadas, já que são consolidados a partir de pós em fôrmas para prensagem, e a partir de materiais baratos e acessíveis. Dependendo da aplicação, podem ser feitos com matéria-prima de baixo grau de pureza. EXEMPLO Podemos citar como representantes típicos dessa classe de materiais: SiC (carbeto de silício), Si3N4 (nitreto de silício), os óxidos de ferro (FeO, Fe2O3 e Fe3O4), zinco (ZnO), zircônio (ZrO2), alumínio (Al2O3) e silício (SiO2) e suas combinações. OBTENÇÃO DO PÓ A preparação de dispositivos cerâmicos, de maneira geral, começa com a preparação do pó. A obtenção do cerâmico propriamente dito é realizada por técnicas de síntese química usuais, que gerem o sólido pretendido como produto. Foto: Shutterstock.com Figura 26: Pós químicos cerâmicos precursores Pode-se utilizar métodos químicos, tais como: COPRECIPITAÇÃO A PARTIR DE SOLUÇÕES OU SÍNTESE DO TIPO SOL-GEL Esses métodos são preferidos por se tratarem de reações químicas, pois geram produtos mais bem definidos e homogêneos em virtude das interações íntimas – em nível atômico – entre as partículas componentes. METODOLOGIA CONHECIDA COMO: MISTURA DE PÓS Caracteriza-se por uma simples mistura física, em moinhos, de componentes precursores do material final. O método gera produtos menos homogêneos e de microestrutura não muito bem definida. DICA Outra importante diferença entre os dois métodos de síntese de pós é o custo. O método químico, por requerer materiais de alta pureza e equipamentos adequados, tem seu custo mais elevado. Já a mistura de pós se mostra um método muito mais acessível do ponto de vista financeiro, e não exige equipamentos caros e sofisticados na sua execução. TRATAMENTO TÉRMICO Uma vez que o pó foi obtido, ele deve receber uma série de tratamentos para chegar ao dispositivo final. Inicialmente, ele deve receber um tratamento térmico a fim de se formarem as fases cristalinas e a microestrutura desejadas para o material. A taxa de aumento da temperatura de aquecimento, a temperatura final, o tempo de permanência do material no forno e a atmosfera de aquecimento são parâmetros importantes a serem controlados nessa etapa. ATENÇÃO É uma fase importante, já que vai definir as propriedades que o produto final demonstrará. PRENSAGEM O pó, já cristalino após o primeiro tratamento térmico, deve ser moldado na forma em que o dispositivo será utilizado. A técnica, conhecida como prensagem, é simples. Para realizar a técnica, deve-se preencher uma matriz (fôrma)com as especificações da peça final com o pó e submeter o sistema à ação de uma prensa hidráulica para a conformação da peça. Nessa fase, o tempo de prensagem e a pressão a ser exercida pela prensa são parâmetros importantes. Alguns aditivos podem ser utilizados para facilitar o processo de prensagem. Vejamos alguns exemplos: LUBRIFICANTE Para facilitar o deslizamento das partes da matriz e posterior retirada da peça “verde”. PLASTIFICANTE Para melhorar a conformação da peça. LIGANTE Para aumentar a resistência da peça e evitar que ela trinque ou se esfarele, entre outros. Outras características podem ser imputadas, se houver necessidade. Prensagens a seco ou a úmido podem ser realizadas, ou prensagem acompanhada de aquecimento, para melhor conformação da peça. Foto: Shutterstock.com Figura 27: Prensa hidráulica Ainda pode ser realizada a prensagem sob campo magnético, muito utilizada quando do processamento de cerâmicas magnéticas. Para isso, é necessário o alinhamento dos domínios magnéticos do material em uma mesma direção e sentido. Imagem: Shutterstock.com Figura 28: Forno de sinterização e tratamento térmico SINTERIZAÇÃO Uma vez que o pó já foi prensado na forma desejada, ele deve ser submetido a um novo tratamento térmico, chamado de sinterização. Esse tratamento tem como objetivo estabelecer a microestrutura definitiva do material cerâmico. Serão definidos, nessa fase, a consolidação do material macroscopicamente, o aumento na resistência a fraturas, a definição mais apurada de suas propriedades, bem como a definição do formato e tamanho de grãos microscópicos. Os parâmetros a serem controlados na fase de sinterização são os mesmos do tratamento térmico do pó. Isso significa que devem ser controlados a taxa de aquecimento e resfriamento da peça, o tempo de permanência da peça na temperatura de sinterização, o valor dessa temperatura, a atmosfera de trabalho etc. INFLUÊNCIA DA MICROESTRUTURA A estrutura interna dos materiais é determinada pelos seus átomos constituintes e seu arranjo tridimensional em um estado de ordem definido. Muitos materiais inorgânicos são cristalinos e consistem de uma multiplicidade irregular de cristais de empacotamento denso. As estruturas dos materiais cerâmicos são muito mais complexas do que as dos metais, por serem compostos de, pelo menos, dois elementos – geralmente mais. As ligações atômicas nesses materiais vão de puramente iônica à totalmente covalente. Muitos cerâmicos exibem uma combinação desses dois tipos de ligação – iônica e covalente –, sendo o grau do caráter iônico dependente da eletronegatividade dos átomos. Confira na tabela a seguir: Material Percentual de caráter iônico CaF2 89 MgO 73 Material Percentual de caráter iônico NaCl 67 Al2O3 63 SiO2 51 Si3N4 30 ZnS 18 SiC 12 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 6: Percentual iônico das ligações químicas nos cerâmicos Elaborada por Marco Aurélio Souza de Oliveira PROPRIEDADES As propriedades dos materiais cerâmicos são consequências de sua microestrutura – tipo de rede cristalina, defeitos, tamanho da célula, disposição espacial dos componentes, alinhamento dos cristais etc. O tipo, o tamanho, a forma e o arranjo dos defeitos de rede de um material também compõem a chamada microestrutura dos materiais. Propriedades afetadas pela microestrutura do material: TEMPERATURA DE FUSÃO ELASTICIDADE DUREZA PLASTICIDADE PROPRIEDADES TÉRMICAS PROPRIEDADES ELÉTRICAS PROPRIEDADES MAGNÉTICAS PROPRIEDADES ÓTICAS Desse modo, tais propriedades podem ser majoradas ou inibidas por uma simples modificação estrutural, fruto de um processamento adequado na fabricação do cerâmico. Quanto maior a exigência feita sobre um material, mais exatas são as especificações da microestrutura. Isso pode, inclusive, levar a que certas substâncias não se tornem, efetivamente, materiais para aplicação prática, até que sua microestrutura seja muito bem definida. EXEMPLO Podemos citar os boretos, carbetos, nitretos e óxidos como exemplos materiais que precisam ter sua microestrutura muito bem definida para aplicação prática. Esses compostos são conhecidos há muito tempo, mas só recentemente se tornaram materiais cerâmicos avançados, com propriedades úteis. O pré-requisito para isso foi o desenvolvimento de uma microestrutura bem-definida de grãos ultrafinos. Em materiais lubrificantes, por exemplo, é ideal que haja camadas planas alinhadas paralelamente entre si e ligadas fracamente. Desse modo, haverá melhor deslizamento entre essas lamelas – estruturas lamelares – e se evitará a aderência das partes lubrificadas. Imagem: Shutterstock.com Figura 29: Estruturas da grafite (esquerda) e nitreto de boro (direita) DICA A disposição microscópica desses materiais em camadas paralelas facilita o deslizamento. Materiais magnéticos também têm suas propriedades melhoradas com um arranjo adequado de seus cristais. EXEMPLO As ferritas (óxidos de ferro) são amplamente utilizadas em sistemas eletrônicos de gravação ou como ímãs permanentes. Um perfeito alinhamento dos momentos magnéticos dos íons ferro de suas estruturas garante excelentes propriedades magnéticas na direção do alinhamento. Imagem: Shutterstock.com Figura 30: Domínios magnéticos microscópicos não alinhados de um material (esquerda) e alinhados após sofrer influência de um campo externo (direita) CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS CERÂMICOS Existe uma gama de compostos cerâmicos que podem ser classificados tomando por base suas características mais marcantes. Em geral, podemos identificá-los em duas categorias: cerâmicos estruturais e cerâmicos eletrônicos. CERÂMICOS ESTRUTURAIS Os cerâmicos estruturais ou covalentes, entre as classes dos materiais cerâmicos avançados, têm sido alvo de grandes pesquisas e desenvolvimentos. Isso ocorre devido à série de propriedades atraentes desses materiais, que abrem um leque de aplicações. Graças às suas peculiaridades de ligações interatômicas e de estruturas de redes, os cerâmicos estruturais apresentam características que superam em desempenho materiais concorrentes – aços, metais e ligas metálicas. Tais características são, principalmente, mecânicas, embora seus usos não estejam restritos às aplicações mecânicas, como pode ser constatado pela tabela a seguir. Funções Propriedades Aplicações Mecânicas Altas resistências mecânicas a altas temperaturas e baixo coeficiente de expansão térmica. Blindagens, coletes, ferramentas, abrasivos, turbinas de aviões, lubrificantes sólidos, partes de instrumentos de precisão etc. Térmicas Refratariedade, isolamento e condutividade térmica. Linhas de fornecimento industrial de alta temperatura,material de eletrodo, encolhimento por calor para componentes eletrônicos etc. Nucleares Resistência à radiação, refratariedade, e resistência a altas temperaturas. Combustível nuclear, revestimento de reatores, material de controle, material de moderação e linhas do reator. Eletromagnéticas Isolamento ou condutividade elétrica, piezoeletricidade e dieletricidade. Elemento de resistência térmico, varistores, sensores, elemento de memória etc. Funções Propriedades Aplicações Químicas e biológicas Compatibilidade biológica, adsorção, catálise e resistência à corrosão. Ossos e dentes artificiais, bases de catalisadores, trocador de calor, equipamentos químicos etc. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 7: Aplicações dos materiais cerâmicos Elaborada por Marco Aurélio Souza de Oliveira Os materiais cerâmicos – de forma global e, em especial, os estruturais – são quase tão duros quanto o diamante e bem mais leves do que os metais. Devido à estupenda força de suas interações, são extremamente resistentes à ataques químicos e oxidação atmosférica. Além disso, possuem maior resistência mecânica em altas temperaturas do que os aços denominadosde alta resistência. Exemplos de aplicação Todas as características de excelente potencial de uso dos materiais cerâmicos em aplicações de engenharia têm sido postas à prova. EXEMPLO Atualmente, as indústrias bélicas, aeronáuticas e automobilísticas já contam com componentes cerâmicos em blindagens, turbinas auxiliares de aviões e motores de automóveis. Os motores de cerâmica, por serem projetadas para desempenhar funções a altíssimas temperaturas, dispensam sistemas de refrigeração e diminuem o peso do próprio motor. Aviões mais leves consomem menor quantidade de combustível, e cada dez quilos de peso poupados em uma aeronave representa dois quilômetros a mais de autonomia de voo. Foto: Shutterstock.com Figura 31: O caça americano F22 Raptor apresenta componentes de cerâmicos estruturais em seu revestimento e componentes do motor VOCÊ SABIA? Caminhões protótipos com seus motores a diesel totalmente revestidos por material cerâmico, após dez mil quilômetros de teste, mostraram ser de 30% a 50% mais econômicos do que os motores metálicos comuns. Além disso, dispensam o radiador e outras 360 peças do sistema de refrigeração – 190 quilos a menos. Nitreto de silício (Si3N4), Carbeto de Silício (SiC), Óxido de Alumínio (Al2O3) e Óxido de Zircônio (ZrO2) são os representantes típicos e mais amplamente utilizados dessa classe de materiais. Outros cerâmicos estruturais têm sido menos utilizados, e suas potenciais aplicações nas diversas áreas – militares, industriais, de engenharia ou de pesquisa – ainda estão sob intenso estudo científico. SAIBA MAIS Os boretos – compostos covalentes binários de Boro –, por exemplo, fazem parte dos cerâmicos estruturais e despontam como um promissor ponto de partida para dispositivos de alto desempenho. CERÂMICOS ELETRÔNICOS Alguns materiais utilizados atualmente em componentes eletroeletrônicos dos mais avançados são materiais cerâmicos. Nessa categoria, assim como na área de materiais estruturais vista anteriormente, o maior e mais tradicional concorrente dos cerâmicos são os metais e suas ligas. Os metais ainda superam os cerâmicos em muitas propriedades finais para uso, atingindo valores úteis muito superiores aos de seus concorrentes. Por outro lado, por ser uma classe de materiais relativamente nova em comparação aos metais, as cerâmicas ainda possuem um vasto campo para pesquisa. Nesse sentido, possuem um potencial muito grande quanto ao aperfeiçoamento de suas características e propriedades de trabalho, o que poderia torná-las exclusivas em diversas aplicações. As vantagens atuais dos materiais cerâmicos para a área de eletrônica se encontra na leveza de seus componentes, na resistência ao calor e na inércia frente aos processos corrosivos. A tabela, a seguir, traz um comparativo entre alguns cerâmicos eletrônicos. Material Aplicação Propriedades Alumina (Al2O3) e óxido de berílio Isolantes substratos e componentes estruturais Altas forças mecânica, térmica e resistividade elétrica e alta estabilidade térmica Ferritas duras Alto-falantes, ímãs, cartões magnéticos, discos rígidos para computadores, geradores e motores elétricos Alta magnetização e boa resistência mecânica Material Aplicação Propriedades Ferritas macias Aparelhos de alta frequência Baixas perdas magnéticas, alta permeabilidade magnética Titanato de Bário Capacitores, sensores, elementos de aquecimento, equipamentos óticos e sonares Propriedades óticas específicas e propriedades eletromecânicas especiais Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 8: Aplicação de cerâmicos em eletrônica Elaborada por Marco Aurélio Souza de Oliveira As cerâmicas eletrônicas também podem ser subdivididas em diversos outros grupos, cada um englobando materiais com propriedades eletrônicas específicas. No grupo das cerâmicas elétricas, destacam-se os isolantes, representados pelos óxidos de alumínio, silício e magnésio, principalmente. Figura 32: Processador de computador a base de material cerâmico eletrônico CERÂMICAS PIEZOELÉTRICAS As cerâmicas piezoelétricas representam uma classe bastante peculiar de cerâmicas eletrônicas. Elas apresentam a característica de transformar um estímulo elétrico em resposta mecânica, e vice-versa. Os titanatos – principalmente o de bário e de chumbo/zircônio – são representantes clássicos dessa classe de materiais. Este último, o titanato zirconato de chumbo, é conhecido por sua sigla inglesa PZT (PbZrTiO3). EXEMPLO As cerâmicas piezoelétricas são amplamente utilizadas em equipamentos sonares, em que as ondas mecânicas do som do alvo são captadas e transformadas em sinais elétricos, traduzidos nos indicadores dos equipamentos. De modo contrário, nos aparelhos de telefonia celular, tais cerâmicas são empregadas para fazer vibrar o aparelho, quando acionadas mediante o sinal elétrico da chegada de uma chamada. CERÂMICAS MAGNÉTICAS O subgrupo mais significativo das cerâmicas eletrônicas, talvez, seja o de cerâmicas magnéticas. Tais cerâmicas substituem enormemente os metais na função de transmitir ou transformar energia magnética, armazená-la ou gerá-la. EXEMPLO Os exemplares mais clássicos de cerâmicas magnéticas são as chamadas ferritas – compostos conjugados de óxido de ferro com diversos outros óxidos metálicos. Sua fórmula geral, e de acordo com as proporções estequimétricas, é: MEO .FE2O3 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal No caso, MeO significa óxido de metal, geralmente, de valência 2+. Existem, basicamente, dois tipos de ferritas: FERRITAS MACIAS Apresentam magnetização não permanente, ou seja, magnetizam-se somente mediante a aplicação de um campo magnético externo a elas. Uma vez que cessa a influência desse campo, elas perdem sua magnetização. São muito utilizadas em circuitos eletrônicos, em geral, e de alta frequência. Seus principais exemplos são as ferritas de zinco, manganês, níquel e de outros metais de transição mais raros. FERRITAS DURAS São os ímãs cerâmicos, materiais de magnetização permanente. Desse modo, mantêm sua magnetização natural permanentemente, independentemente da ação de um campo externo atuante. Possuem ampla aplicação em sistemas de gravação magnéticos, tais como componentes de computadores. VEÍCULOS INVISÍVEIS Uma aplicação especial das cerâmicas eletrônicas é na tecnologia de veículos invisíveis (ou stealth). Vários fatores são levados em consideração para tornar uma aeronave “invisível”. Entre eles, o formato da fuselagem, a redução da emissão de calor pelos motores e o revestimento da superfície com material absorvedor de radiação, RAM – Radiation-Absorbant Material ou material absorvedor de radiação, em português. Foto: Shutterstock.com Figura 33: Bombardeiro invisível B2 americano. Aeronave revestida com material cerâmico absorvedor de radiação. O RAM magnético usa derivados do ferro, como o óxido de ferro (ferritas). O ferro absorve as ondas de radar e pode ser usado em tintas, dissipando a energia antes de reemitir. A energia é absorvida pelos elétrons da cobertura magnética, sendo muito efetivo contra radares de alta frequência usados nos caça modernos. VERIFICANDO O APRENDIZADO A SINTERIZAÇÃO DE MATERIAIS CERÂMICOS É CARACTERIZADA POR: A) Tratamento térmico da peça prensada para consolidação de sua estrutura. B) Agregação das partículas do pó cerâmico em prensa para a conformação de peças. C) Tratamento térmico inicial recebido pelo pó cerâmico. D) Reação química que gera o material sólido precursor. E) Eliminação dos solventes, via tratamento térmico, que formaram o meio durante as reações químicas. TRATA-SE DE MATERIAL EXTREMAMENTE RESISTENTE A EXIGÊNCIAS MECÂNICAS DEVIDO, EM GRANDE PARTE, À SUA MICROESTRUTURA E AO CARÁTER COVALENTE DE SEUS COMPONENTES. ESSA DEFINIÇÃO CARACTERIZA BEM: A) Os cerâmicos iônicos. B) Os cerâmicos magnéticos. C) Os pós-cerâmicos em geral. D) Os cerâmicosestruturais. E) Os moldes em que são prensadas as peças. GABARITO A sinterização de materiais cerâmicos é caracterizada por: A alternativa "A " está correta. Para formar a microestrutura cristalina do material cerâmico, é necessário um tratamento térmico denominado sinterização, após a peça já estar finalizada na prensa. Trata-se de material extremamente resistente a exigências mecânicas devido, em grande parte, à sua microestrutura e ao caráter covalente de seus componentes. Essa definição caracteriza bem: A alternativa "D " está correta. Os cerâmicos estruturais são considerados materiais avançados de engenharia, pois possuem sua microestrutura especialmente projetada para resistir a grandes esforços mecânicos e térmicos. MÓDULO 4 Identificar os compósitos, suas aplicações e propriedades COMPÓSITOS O especialista Marco Aurélio Souza de Oliveira fala sobre compósitos. COMPÓSITOS – DEFINIÇÃO São denominados compósitos os materiais formados pela combinação de diversos tipos de materiais a fim de se obter um produto final com uma combinação de propriedades adequada. Essas propriedades podem ser a soma das propriedades apresentadas pelos materiais constituintes ou as propriedades intermediárias. Muitas exigências modernas requerem materiais que apresentem certas propriedades que não são encontradas apenas em uma classe de compostos. A combinação de materiais induz a combinação de propriedade, e foi essa lacuna que os compósitos vieram preencher. ATENÇÃO A escolha dos materiais que constituem o compósito também é algo de grande relevância atualmente. Em termos ecológicos, essa escolha deve ser criteriosa para que seu uso e posterior descarte não representem ameaças à vida e ao ecossistema em que esse material será inserido. COMPOSIÇÃO E PROPRIEDADES O material compósito tem como característica ser um material multifásico, uma vez que a combinação de seus componentes pode não ser homogênea. Na realidade, os compósitos são homogêneos somente macroscopicamente. No nível microscópico, percebe-se a heterogeneidade do material. Foto: Shutterstock.com Figura 34: O concreto é um bom exemplo de material compósito As fases que compõem os materiais compósito são denominadas matriz e reforço. MATRIZ A matriz pode ser um composto cerâmico, metálico ou polimérico cuja principal função é ser responsável pelo perfil de resposta mecânica do material. Normalmente, opta-se por um polímero, ou até mesmo um metal, para compor a matriz, pois é necessário um bom grau de ductibilidade dessa fase. Isso significa que a matriz deve ser capaz de se deformar adequadamente para evitar a fratura do compósito. A matriz, por ser o meio de dispersão do compósito, tem a finalidade de unir as fibras – ou partículas – da fase de reforço, transmitindo o estímulo mecânico externo sofrido entre as partículas que são mais resistentes mecanicamente. A matriz é responsável, apenas em parte, pela absorção da carga mecânica sofrida pelo material inteiro. A matriz tem uma segunda finalidade, que é proteger a fase de reforço de abrasão e ataques químicos externos, que podem representar danos superficiais e trazer fragilidade ao material como um todo. Por fim, a matriz serve de separação entre as partículas dispersas, evitando que trincas se propaguem por longas extensões ao longo do material. REFORÇO A fase de reforço é descontínua, pois é de origem fibrosa ou de partículas, sendo mais resistente do que a matriz. A fibra de vidro é um exemplo de material de reforço de compósitos. Foto: Shutterstock.com Figura 35: Fibra de vidro O reforço é o principal responsável pela resistência do material compósito, conferindo a ele suas conhecidas propriedades de resistência térmica e mecânica. Sem dúvida, embora o reforço possa ser um conjunto de partículas multiformes, o grande destaque dessa fase são as fibras. Como já citamos, a fibra de vidro foi uma das mais utilizadas fibras para este fim. No entanto, atualmente, as fibras cerâmicas ganham destaque, em especial as de carbono e titânio. ORGANIZAÇÃO DAS FIBRAS O arranjo das fibras ao longo da fase de reforço influencia a aplicação do material, uma vez que esse arranjo determina as propriedades das fibras. Isso ocorre na medida em que o alinhamento, a forma, a orientação e a composição das fibras variam para cada material. É possível perceber que existem, basicamente, duas maneiras de organização das fibras: de forma totalmente aleatória, ou paralelas e alinhadas entre si, ao longo de um mesmo eixo. ATENÇÃO Vale lembrar, aqui, que existem propriedades que se manifestam de acordo com um eixo tomado como referência dentro do material. Nesse sentido, considera-se uma propriedade anisotrópica aquela que só é observada em determinada direção ao longo do material. EXEMPLO Um clássico exemplo de propriedade anisotrópica são os alinhamentos dos domínios magnéticos dentro dos cerâmicos, como vimos anteriormente. Nesse caso, a propriedade magnética é mostrada somente ao longo da direção de alinhamento desses domínios. Uma propriedade isotrópica, por outro lado, é aquela que se mostra em qualquer direção, independentemente do eixo de observação que se tome dentro de determinado material. Com isso, entendemos que o arranjo das fibras é importante na determinação do tipo de propriedade apresentada pelo compósito. FIBRAS CONTÍNUAS E FIBRAS DESCONTÍNUAS No universo dos compósitos reforçados por fibras, tem-se a fase de fibras contínuas e a fase de fibras descontínuas: FIBRAS CONTÍNUAS Fibras que atravessam a matriz de ponta a ponta, continuamente, e ficam dispostas de forma paralela. FIBRAS DESCONTÍNUAS Pequenos pedaços de fibras que ficam alinhados ou desalinhados no interior da matriz, dependendo do objetivo de sua aplicação. Muito embora fibras mais curtas, como o pó de fibra de vidro, confiram menor resistência ao material que as contêm, elas encontram muitas aplicações no cenário atual. O material de fibra total ou contínua, por sua vez, representa um reforço mais robusto nas propriedades mecânicas do compósito final. Foto: Shutterstock.com Figura 36: Material compósito fibroso à base de fibra de carbono para componente automobilístico PARTÍCULAS Ao lado das fibras, as partículas utilizadas em compósitos são multiformes, mas alguns perfis se sobressaem. PARTÍCULAS ESFÉRICAS São utilizadas, mas sem expectativa de ganhos em propriedades. São exemplos dessa classe a sílica (SiO2), o carbonato de cálcio (CaCO3) e a titânia (TiO2). Essas partículas nem sempre têm muita afinidade com a matriz. PARTÍCULAS COM FORMA DE BASTÃO OU TUBULARES Têm os nanotubos de carbono como principal expoente. São as partículas mais pesquisadas atualmente, juntamente com os nanotubos de titanato e nanofibras de carbono, por exemplo. Foto: Shutterstock.com Figura 37: Micrografia real de emaranhado de nanotubos de carbono Os nanotubos de carbono nem sempre apresentam uma boa interface. Diferentemente das partículas esféricas, que são essencialmente inorgânicas, as de bastão são covalentes. Essa característica destaca sua performance como material de boa resistência mecânica. Sua interação com matrizes poliméricas também pode ser melhorada com alterações de sua estrutura. Por fim, as partículas podem ser do tipo lamelares ou em camadas, que são folhas de arranjos de átomos dispostas paralelamente. Algumas argilas se enquadram nessa classe, como a argila mineral montmorilonita. Essa argila possui estrutura cristalina formada por duas folhas de tetraedros de silicatos, que partilham um dos vértices com uma folha octaédrica de hidróxido de alumínio. INTERFACE Sabemos que o material compósito é uma combinação de materiais, de forma que é necessário que haja uma afinidade química entre as fases presentes, já que as propriedades do material final será consequência direta dessa interação. Em virtude disso, surge uma terceira fase nos compósitos, que é denominada interface. A interfaceé a região de contato ou interação entre a matriz e o disperso, e representa as propriedades intermediárias do compósito. A interface e a boa interação entre as fases do compósito são bem marcantes nos chamados nanocompósitos – materiais nos quais a fase de reforço apresenta suas partículas na escala nanométrica. Isso faz com que haja uma melhoria nas propriedades mecânicas, elétricas, óticas ou térmicas. APLICAÇÕES Os tipos de materiais compósitos e as proporções de combinações entre eles são diversos, de forma que é igualmente extenso o campo de aplicação de tais materiais. Vejamos algumas de suas potencialidades e realidades de aplicação. EXEMPLO A área militar é uma grande consumidora de materiais compósitos. Propelentes de foguetes são exemplos disso. O veículo lançador de satélites (VLS) brasileiro, por exemplo, apresentava seu combustível como uma matriz polimérica de polibutadieno incrustrada de partículas de comburente – perclorato de amônio – e alumínio. Ainda na indústria aeronáutica, peças estruturais de aeronaves – flaps, pás dos motores, freios aerodinâmicos – são fabricadas com esses materiais, além de bocais de propulsores de mísseis, peças de motores, entre outras. A blindagem pessoal e de viaturas também é um exemplo de aplicação dos materiais compósitos, como coletes e capacetes. Em se tratando de blindagem, destaca-se o Kevlar, material polimérico que serve como fase de materiais compósitos destinados a essa aplicação. Foto: Shutterstock.com Figura 38: Detalhe da produção de fibra de Kevlar Na indústria automotiva, as propriedades que costumam ser almejadas são resistência à temperatura, rigidez e fadiga. Os compósitos se destacam, mais uma vez, tendo como principais usos a fabricação de itens de interior, como painéis e bancos, bem como na carroceria e em partes do motor, além de componentes eletroeletrônicos. Foto: Shutterstock.com Figura 39: Teto veicular e antena a base de compósitos Imagem: Shutterstock.com Figura 40: Figura conceitual com as possibilidades de utilização de materiais compósitos na construção civil A Engenharia Civil se vale da alta resistência a impactos e tração, leveza, baixa inflamabilidade, baixa manutenção, entre outras comodidades, para confeccionar painéis, caixas d’água, fôrmas para concreto – o próprio concreto, como já falamos –, peças de acabamento, argamassas etc. VERIFICANDO O APRENDIZADO OS COMPÓSITOS SÃO, BASICAMENTE, FORMADOS POR: A) Matriz, reforço e interface. B) Ligas, borrachas e fibras. C) Fibras, partículas e whiskers. D) Polímeros, fibras e energia. E) Interface, metais e ametais. SOBRE O KEVLAR, PODEMOS AFIRMAR QUE: A) É um plastificante destinado ao processo de fabricação de compósitos. B) É uma liga metálica de alta resistência. C) É uma fibra polimérica de alta resistência. D) É uma mistura de ácidos destinada à nitração de propelentes de foguetes. E) É um tipo de aço empregado como matriz de compósitos. GABARITO Os compósitos são, basicamente, formados por: A alternativa "A " está correta. Por ser uma interação entre dois componentes básicos, a estrutura de um material compósito é constituída de uma matriz, uma fase dispersa ou de reforço, e a região da interface. Sobre o Kevlar, podemos afirmar que: A alternativa "C " está correta. O Kevlar é uma fibra polimérica utilizada como reforço em compósitos de alta resistência mecânica, sendo aplicado em blindagens. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Abordamos as grandes classes de materiais de engenharia: os metais, cerâmicos, polímeros e compósitos. Impossível pensar a Engenharia sem a utilização desses materiais que compõem a base dos projetos de qualquer área. Conhecer as suas peculiaridades é ferramenta basilar para a atuação profissional do futuro engenheiro. As principais características desses materiais foram abordadas e suas relações com a estrutura química foram estabelecidas. As propriedades foram destacadas e as aplicações que surgem em virtude delas foram mostradas. Os ensinamentos aqui abordados, ainda que de forma sintética e ampla, representam o coroamento de todo o aprendizado adquirido e não um fim em si mesmo. Significa, por outro lado, um estímulo para que o estudante se aprofunde mais no entendimento dos materiais que estão a sua disposição e possa ir além, projetando e sintetizando novos materiais para necessidades que são crescentes no meio tecnológico. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química – questionando a vida moderna. 3. ed. Porto Alegre: Bookman Companhia, 2006. CALLISTER Jr.; WILLIAM, D. Materials Science and Engineering: an introduction. [S.l.]: John Wiley & Sons, 1996. CHIAVERINI, V. Aços e ferros fundidos: características gerais, tratamentos térmicos, principais tipos. 7 ed. [S.l.]: Associação Brasileira de Metais, 2002. SOUZA, S. A. Ensaios mecânicos de materiais metálicos. São Paulo: USP, 1992. SHACKELFORD, J. F. Introduction to Materials Science for Engineers. [S.l.]: Prentice Hall, 1996. PADILHA, A. F., Materiais de Engenharia – microestruturas e propriedades. [S.l.]: Hemus, 1997. WILLIAM, F. S. Structure and Properties of Engineering Alloys. [S.l.]: McGraw-Hill, 1992. EXPLORE+ Leia o artigo Os compósitos e a sua aplicação na reabilitação de estruturas metálicas, de Ana Mafalda F. M. Ventura, para explorar um pouco mais sobre essa classe de material, que está crescendo no mercado devido às suas ótimas propriedades físicas, ao baixo peso e baixo custo. CONTEUDISTA Marco Aurélio Souza de Oliveira CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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