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Blitz Cultural Construção da cidadania no território através da Intersetorialidade - Leonardo Koury

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Blitz Cultural: Construção da Cidadania 
no Território através da Intersetorialidade1 
Resumo: O presente artigo pretende relatar a
construção intersetorial através do Direito ao Lazer
e a Cultura no âmbito do território e a construção da
cidadania.
Palavras-chave: Território, intersetorialidade,
Cidadania, Ribeirão das Neves. 
Ao longo do primeiro semestre do ano de dois mil e quatorze, uma articulação entre
as Secretarias Municipais de Cultura; Assistência Social; Esportes, Lazer e Turismo,
deram início a uma série de discussões sobre a oferta de políticas sociais na cidade de
Ribeirão das Neves, Minas Gerais.
Entre estas várias discussões, se destaca a construção de promoção da cultura e
do lazer no âmbito do território. Levar aos espaços geográficos, qual em sua organização
espacial tem diversas carências e peculiaridades, a promoção de ações via poder público
na garantia dos Direitos de Cidadania.
Necessário também ressaltar, que não se trata de uma específica avaliação técnica
sobre a Blitz Cultural, nome do Projeto construído por estas três secretarias. Nem mesmo
se trata de uma apresentação da organização territorial, mas de promover um debate
sobre dois conceitos fundamentais: o da intersetorialidade e o do território, no intuito de
presumir a importância nesta articulação.
Segundo PIAGET (1977), o princípio da transversalidade não está e nem se
constrói da ingenuidade de se perceber integrado, mas na proposição de construir
estratégias no âmbito político e pedagógico que tendem a formulação de ações coletivas.
A intersetorialidade, por sua vez, tenta garantir através de ações integradas o olhar
transversal sobre os direitos da população e a garantia de uma eficácia na sua gestão.
Observar que a demanda apresentada pelo usuário da Assistência Social, como exemplo,
perpassa no caso da Blitz Cultural, pela oferta de ações integradas no território, visando a
identidade dos sujeitos ali presentes e do fortalecimento da convivência.
Através deste ponto de vista, o da transversalidade, buscou-se promover nos
territórios da cidade de Ribeirão das Neves, em especial os mais segregados pelos
Serviços Públicos e Privados a construção intersetorial garantindo, como também a oferta
de ações culturais e de lazer.
1 Leonardo Koury Martins – Escritor, Assistente Social, MBA em Gestão Pública e Servidor Público em Ribeirão 
das Neves, MG.
É fundamental considerar que toda esta experiência, foi construída conjunto com
os sujeitos do território. Entre estes sujeitos: artistas locais, servidores públicos dos
equipamentos envolvidos, cidadãos e cidadãs que participam das políticas
socioassistenciais, em especial do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos.
Estas ações também ocorrem com a valorização das lideranças locais e da rede
socioassistencial, que além de parceira da Blitz Cultural é integrante do processo de
construção no âmbito do território.
A oferta da cultura e do lazer no âmbito territorial, se afirma na construção da
cidadania, pois segundo SANTOS, o território não é apenas um espaço físico vazio, mas
a sua constante transformação retrata a identidade de seus protagonistas coletivos. O
autor ainda afirma sua complexidade quando traduz o território na seguinte dimensão:
“O território é o chão e mais a população, isto é, uma identidade, o
fato e o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O
território é a base do trabalho, da resistência, das trocas materiais e
espirituais e da vida, sobre os quais ele influi.”
(SANTOS; 1982)
No processo de pós oferta das ações, que acontecem no espaço de um dia, a
discussão sobre a cidadania ser mais do que os serviços públicos básicos, busca
consolidar as prerrogativas constitucionais presentes no âmbito dos direitos sociais, entre
eles o da cultura, esporte e lazer. Direitos ainda pouco constituídos na esfera da oferta
pública e ainda emergentes da demanda da população.
A cidade de Ribeirão das Neves, certamente se modifica quando a construção
destes direitos, principalmente nos lugares mais segregados no aspecto socioeconômico
e que tem em sua grande maioria a classe trabalhadora como vivente.
A Cultura da periferia, seja sua música, sua arte de rua, o olhar sobre a ótica dos
bens imateriais e suas histórias, também devem ser foco na tomada de decisão da gestão
pública buscando a convivência familiar e comunitária e a organização coletiva. 
Não haverá a tomada de consciência para a classe trabalhadora, quando a
articulação do território não reconhecer o direito a esta oferta, bem como a diversidade de
sua construção. A identidade é um Direito Humano.
REFERÊNCIAS
PIAGET, Jean. A Tomada da Consciência. Trad. Edson B. de Souza. São Paulo:
Melhoramentos e EDUSP, 1977
SANTOS, Milton. Pensando o espaço do homem. São Paulo: Hucitec, 1982.

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