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Casos Concretos ciencia politica av1e av2

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caso -01 - Diante do texto acima e, de acordo com o que você apreendeu da leitura referente à Aula 1, responda:
a) A verdadeira concepção de política se coaduna com o desinteresse da coisa pública pela cidadania? Não, pois se entende como a verdadeira concepção de política aquilo tudo que diz respeito a relação entre os cidadãos (como membros de um corpo social) com seus governantes, quando essa relação tem fundamentos o interesse público. Assim, fica claro o contrassenso que há entre o desinteresse pela coisa pública e a política, uma vez que esta, a verdadeira concepção de política, cuida dos interesses dos cidadãos. 
b) Estaria correta a afirmação do filósofo Francis Wolff quando afirma que "o desinteresse dos cidadãos pela política ameaça a democracia"? Justifique sua resposta.Sim, estaria correta, pois quando os cidadãos se negam a participar da vida política de sua Nação, eles estão na verdade renunciando a uma das mais importantes garantias Constitucionais que nos é assegurado que é o direito ao voto. Consequentemente, políticos corruptos podem assumir o poder e a probabilidade de a população exausta colocar no poder governantes que a pretexto de acabar com a corrupção tomem medidas autoritárias e maior
caso-02 - ’E evidente que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum que os mantenha subjugados, eles se encontram naquela condição que é chamada de guerra; e essa guerra é uma guerra de cada homem contra cada outro homem ”. Aponte o autor dessa frase e a situação por ele descrita: 
 a)Locke e o estado da natureza. 
b)Hobbes e o estado da natureza. 
c)Hobbes e o estado em sociedade. 
d)Platão e o estado da natureza
2- Como vimos, em Hobbes, o contrato social faz com que os indivíduos abdiquem de sua infinita liberdade e a entreguem a um soberano, que deve garantir suas vidas e uma ordem social segura. Com este acordo, segundo Hobbes, está criada a sociedade e também o Estado. Neste sentido, pergunta -se: 
- Quais as finalidades do Estado na visão de Hobbes? Representar os cidadãos; Assegurar a ordem e o Estado ser a única fonte de lei.
caso-03 - 1- Na visão de Locke e Rousseau os homens são completamente livres conforme a sua natureza, pelo que são criaturas marcadas pela bondade. Sendo certo que com o surgimento da propriedade o homem abandona a sua condição natural, pode-se afirmar que a propriedade surge da mesma forma e tem os mesmos efeitos na formação do Estado para ambos os autores ?
Locke prega que o estado de natureza e uma situação real,que o individuo vem antes da sociedade e vive num estagio pré social e pré político na mais perfeita harmonia, liberdade e igualdade no estado de natureza, segundo a concepção de Locke a propriedade já existe e um direito natural do individuo, que não pode ser violado pelo estado, o individuo através do trabalho transforma a matéria bruta, e assim demarca sua propriedade.
Rousseau,tinha uma visão pessimista sobre a razão e em busca da verdadeira ciência que seria, a virtude o amor, para Rousseau a razão, e um desvio da humanidade, para ele, o homem em seu estado natural e bom, porem precisa lutar pela sua sobrevivência. Rousseau, pensa em um estado que melhore a vida dos homens e diz que precisa de um novo pacto social, no que haja condições de igualdade, cada individuo deve abrir mão de seus direitos em função do coletivo. A vontade geral deve prevalecer sobre a individual e preciso que o povo cobre de seus governantes as melhorias para a comunidade.
caso-04 - 1- Considerando a possibilidade das ilhas de Fernando de Noronha deixarem de compor o território brasileiro, é certo que a extensão territorial brasileira será alterada. Com a dita alteração, o mar territorial e o espaço aéreo sofrerão algum tipo de impacto?
Sim, com certeza terá um impacto no mar territorial e no espaço aéreo, pois essas duas características estão ligadas diretamente ao território. O território deve ser visto de uma maneira multidimensional, não se restringindo apenas ao elemento terrestre. Com essa ideia em mente, teremos mudanças na questão de território brasileiro no solo, no subsolo, no espaço aéreo e nas águas interiores que banham o Brasil.
caso-05 - 1- Paulo, refugiado de guerra, já vive no Brasil acerca de 20 anos, já tem todos os documentos Brasileiros, já constituiu a sua família (com mulher e um casal de filhos) tem emprego fixo, mas não pensa em se naturalizar brasileiro. Quando questionado a esse respeito, ele afirma ser grato ao Brasil, mas que não se sente Brasileiro. Diante do caso de Paulo, é possível identificar uma distinção entre o conceito de povo e o conceito de nação?
De acordo com o caso citado podemos distinguir a diferença existente entre esses dois conceitos
Povo: É a população do Estado, considerada sob o aspecto puramente jurídico, pode ser também compreendido como o conjunto de indivíduos sujeitos às mesmas leis.
Nação: É constituída por uma população que partilha a mesma origem, língua, religião e/ou cultura, são pessoas que possuem uma história e identidade comuns. O conceito de nação, portanto, é mais amplo e complexo do que o conceito de povo.
caso-06 - O conceito de soberania é teoricamente bastante complexo e tem variado no decorrer do tempo, suscitando uma grande quantidade de acepções conceituais. Podemos, de qualquer forma, extrair que se trata de um termo que designa o poder político no Estado Moderno estando expresso em praticamente todas as constituições modernas. A Constituição brasileira tem alguns dispositivos (no caso os art. 4º e 14) que fazem tal referência, se não vejam os : Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios :
 I - independência nacional; (...) III - auto determinação dos povos ; IV - não intervenção; V - igualdade entre os Estados; (...) Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos , e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. (...)? (grifo nosso) Diante do acima exposto, pergunta-se: 
a) Diante do que está expresso no Art. 4º da Constituição Federal, é possível afirmar que o Brasil deve considerar que a soberania sempre exterioriza a supremacia estatal? Não. Supremacia estatal está relacionada com o poder do Estado/ sua soberania, e está vinculado ao art.14; o art. 4 é o reconhecimento do Brasil perante as outras nações.
caso-07 - Considere a hipótese: O Premier da Alemanha propõe que a Comunidade Europeia se transforme em uma federação enquanto que o Premier da França contra propõe que ela se transforme em uma confederação. Ambos querem estabelecer um vínculo jurídico, entre aqueles estados europeus, mais forte que o Tratado de Maastrich. Do ponto de vista da natureza dos vínculos jurídicos propostos, o que os diferenciaria? 
R= A diferença principal está relacionada com a soberania dos Estados. Se na federação os estados europeus perderiam a soberania, em prol da soberania oriunda de sua união, passando à soberania ser atribuída apenas ao Estado Federal e os demais entes federativos são dotados de autonomia político-administrativa, na confederação os Estados conservariam a sua soberania, podendo exercer o direito de secessão. Ressalte-se também o caráter definitivo do modelo federativo e sua instituição por uma constituição federal e o caráter temporário da forma confederativa, criada por um Tratado Internacional. 
 AULA 08: Após superar uma ditadura e iniciar um processo de redemocratização determinado país “P” resolve elaborar uma nova constituição. Embora estivesse definido que se organizariam pela via federativa, houve uma divisão política quanto à forma de governo a ser assumida: por um lado, os mais tradicionalistas requerendo o retorno à monarquia que deu origem ao surgimento do país no Século XVIII; e, por outro lado, os que defendem uma república de viés democrático, evitando estabelecer qualquer resquíciopersonalista ao poder. A disputa se acirra e o representante da Família Real, figura carismática e bastante conhecido entre a população local, percebendo que os constituintes estão inclinados a estabelecer a forma de governo republicana, passa a defender que a constituição preveja uma forma monárquica com eleições para rei, sendo que o eleito deve governar com mandato fixo de seis anos, além de responder politicamente pelos seus atos. Pergunta -s e:
a) A proposta do representante da família real faz algum sentido sob a perspectiva da teoria política atualmente estudada?
R= A afirmação não faz nenhum sentido. O conceito de monarquia por definição Pressupõe a transmissão do poder em virtude dos laços de sangue, sendo que o término do direito de ser o monarca somente ocorre com a morte ou com a comprovada ausência de condições de cumprir suas atribuições. A condução ao exercício da função de Monarca não decorre da escolha popular. Além disso, também é da definição desta forma de governo que o monarca não tenha responsabilidade política e, por isso, não necessite se explicar ao povo ou a qualquer órgão. No caso em tela, o que a Família Real estaria propondo é exatamente a assunção de uma forma de governo republicana, cujas características são: acesso ao poder por meio de sufrágio censitário ou universal, permanência limitada temporalmente por meio de mandato fixo e responsabilização do governante.
b) A Constituição brasileira de 1988 permitiria uma modificação (emenda constitucional) com a finalidade de alterar a forma de governo republicana pela forma monárquica? Pesquise e responda. 
R= A Constituição de 1988 não impede que o Brasil assuma a forma Monárquica de governo, pois não gravou a forma republicana com cláusula pétrea no art. 60 da CRF B/88. Neste sentido, apenas a forma federativa foi gravada com cláusula de imodificabilidade. Embora haja quem defenda que após o Plebiscito de 1993, em que o povo escolheu a forma republicana de governo, não poderia mais, no âmbito da presente Constituição, alterar-se a forma de governo, a maioria não pensa assim. Neste caso, embora esteja cristalizada a posição de que a forma de Estado (federativa) não possa ser alterada, a maior parte dos juristas e cientistas políticos entende que a forma (republicana) ou mesmo o sistema de governo (presidencialista) podem ainda ser alterados por meio de emenda à constituição. 
AULA 09 - Leia a notícia abaixo, divulgada em http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2015/06/cunha-defendedebate-para-trocar-presidencialismo-por-parlamentarismo.html.(29 /06/2015 ). Cunha defende debate para trocar presidencialismo por parlamentarismo. Para presidente da Câmara, sistema presidencialista está em 'crise'. Ele citou que, no parlamentarismo, chefe de governo pode ser destituído. (Nathalia Passarinho - Do G1, em Brasília).
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB -RJ), defendeu nesta segunda -feira (29), em visita à Assembleia Legislativa de Manaus, que o Brasil debata a possibilidade de mudar o atual sistema presidencialista pelo parlamentarismo - sistema pelo qual o chefe de governo (primeiro-ministro) é eleito pelo parlamento e pode ser destituído antes do término do mandato (...). Nós vivemos uma crise de presidencialismo. Uma crise na qual, se o sistema fosse parlamentarista, seria muito mais fácil de ser resolvida. O presidencialismo implica que você elege o governante e depois só na próxima eleição você tem condições de rever sua posição", disse. (...) Diante da reportagem acima apresentada, procure responder as seguintes questões:
a) Por que razão o Presidente da Câmara afirmou que no sistema parlamentarista o Primeiro Ministro pode ser destituído antes do término do mandato? 
R= O chefe de Governo depende do Poder Legislativo para se manter no poder e, por isso, a queda do gabinete pode ocorrer a qualquer momento, a partir de um voto de desconfiança do parlamento. Assim, os Poderes Executivo e Legislativo se entrelaçam de tal maneira que ocorrendo eventual descontentamento com as decisões políticas do Poder Executivo, a maioria do Poder Legislativo pode exigir a queda desse Poder Executivo (Gabinete e Primeiro-Ministro), a partir de um voto de desconfiança. Logo é correto afirmar que o prazo do mandato do Poder Executivo é indeterminado. 
b) Estaria correta a afirmação do Presidente da Câmara quando afirma que no presidencialismo ao se eleger o governante, somente na eleição seguinte o povo teria condições de rever sua posição? Pesquise e responda de forma fundamentada.
R= Pode-se dizer que possui parcial razão. Embora o mandato presidencial tenha prazo determinado constitucionalmente, de quatro anos e uma vez eleito pelo povo, inexiste a destituição pelo Congresso Nacional a partir de um voto de desconfiança ou moção de censura. Porém, tem-se o instrumento do impeachment, no qual o Chefe do Poder Executivo pode vir a ser destituído do cargo se condenado por crime de responsabilidade, nos termos do que estabelece o Art. 52, II combinado com o Artigo 85,ambos da Constituição Federal de 1988. 
c) O que é o recall? O Brasil adota este instituto?
R= O Recall é importante instrumento jurídico da democracia direta ou participativa, consagrando-se o direito de revogação da representação política e possibilitando a correção de rumo em caso de erro de escolha no período das eleições. Porém, é importante salientar que por falta de previsão constitucional o sistema constitucional brasileiro não se utiliza deste instituto jurídico, que daria ao eleitorado a possibilidade de revogar o mandato.
Caso 10 - Após inúmeras manifestações populares exigindo ampliação de participação dos cidadãos no processo político do País “P”, os governantes, assustados com tais eventos, dão início a uma reforma política que tem por objetivo alterar algumas regras estabelecidas na Constituição de “P”. Nesta, atualmente, há previsão para que apenas os homens com idade igual ou superior a 21 anos possam votar, sendo que a proposta é a de que o voto seja passível de ser exercido por homens e mulheres com idade igual ou superior a 18 anos. Além desta alteração outras mais poderão ser propostas pelos atuais parlamentares, que, simbolicamente, representam a vontade do povo de “P”. Diante do quadro apresentado, e considerando a leitura de seu livro de Ciência Política, responda:
a) A alteração da idade mínima para exercício do voto pode ser considerada uma medida que amplia o grau de democracia de “P”? 
Se considerarmos que a inclusão do maior número de participantes foi um dos critérios considerados por Robert Dahl como relevantes para medir o grau de democracia de uma determinada comunidade política, temos que a diminuição da idade mínima proposta pode sim, representar o aumento do grau de democracia em "P". Isto porque o número de cidadãos que participarão do processo de formação da vontade coletiva será maior e com isso, um percentual maior da população atuará politicamente. 
b) A vontade popular manifestada por meio de parlamentares é admitida dentro de um quadro teórico democrático? Se sim, seguindo que modelo de democracia, a dos antigos ou a dos modernos? Justifique. 
R= Sim. Democracia dos modernos. Como se sabe, a democracia dos modernos fundamenta-se em um sistema de controle e limitação, com base na transmissão representativa do poder do povo a seus representantes, que passam a exercer mandatos políticos, representando a vontade da cidadania. É o exato caso do exercício em tela. A democracia dos antigos só seria observável se os próprios cidadãos pudessem, por si, apresentar, discutir e aprovar suas propostas, seguindo o modelo de participação direta, no qual o cidadão exercita pessoalmente seus direitos políticos
c) A manifestação nas ruas pode ser considerada como exercício democrático ou a democracia somente deve ser reconhecida pela manifestação institucional do voto? Justifique sua resposta.
R= Certamente que sim. A democracia nos dias de hoje pode ser pensada também dentro dos quadros organizacionais ou institucionaisnão estatais. Nas concepções de democracia na atualidade, para aferição de qual o grau de democratização vivencia uma determinada sociedade, devem ser levados em conta não somente a participação prevista nos instrumentos institucionais (constituições, leis, eleições, etc.), mas também a participação do grupo social em manifestações não-institucionalizadas que tenham por fim manifestar posições relacionadas ao interesse da coletividade. A manifestação não-institucional observada no caso acima, respeitando premissas básicas de respeito ao princípio da não-violência, bem representa esta ideia, sendo que é possível até mesmo entender que seu caráter espontâneo melhor se coaduna com a ideia de autonomia coletiva que deve estar presente no ideal democrático.

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