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Biográfia e narrativa do ex-escravo afro-brasileiro Sobre o Livro Biografia escrita por Samuel Moore com narrativa do Mahomma Gardo Baquaqua. Tradução de Robert Krueger. Brasilia 1997 Mahomma Gardo Baquaqua • Nasceu em 1824 em uma família importante de Benin; • Foi capturado e vendido como escravo para o Brasil; • Conseguiu sua liberdade ao ser levado por um de seus donos aos Estados Unidos da América; • Viajou para o Haiti e Canadá. • “Se converteu” ao cristianismo; • A obra é uma narrativa de Baquaqua para Samuel Moore INTRODUÇÃO Na introdução do Livro, Robert Kugert vai trazer dados que são de extrema importância para a Compreensão da escravidão no Brasil. Como pesquisador da área, Krueger traz dados impotantes sobre a escravidão no Brasil, o que de certa forma da embasamento teórico para o que foi narrado po Baquaqua. PREFÁCIO Em seu prefacio, Samuel Moore procura introduzir a história de Baquaqua de modo a criar no leitor uma real curiosidade sobre a vida desse ex-escravizado. Ele explica que o livro se trata de uma narrativa feita pelo próprio Baquaqua, mas que em alguns momentos interfere no que foi narrado e acaba por deixar sobressair a sua própria opinião ou expectativa sobre a vida e escolhas do personagem central. O livro Os seis primeiros capítulos são um resumo da vida em Benin, abordando questões sociais, políticas, econômicas e culturais, sempre contextualizando com a vida do personagem central da narrativa. Esses primeiros capítulos, são uma pequena mostra da África, como diz o próprio Baquaqua, antes da chegada dos Europeus. Nesses capítulos, que podem ser tidos como introdutórios, é possível ver o continente africano com outros olhos, é possível enxergar suas belezas e riquezas materiais e culturais, além de também pode perceber toda a sua organização hierárquica e política, bem como seus costumes e culturas. Apesar de por inúmeras vezes o escritor Samuel Moore deixar transparecer sua opinião sobre a possível conversão ao cristianismo de Baquaqua e sua intenção de evangelizar seus irmãos, os relatos dos primeiros capítulos desta obra deixam claro, como já dito acima, que o narrador sente muita saudade de sua terra e em muitos trechos chega a fazer comparações do modo de vida, trabalho e até mesmo praticas religiosas do seu povo com o modo dos americanos, e nessas comparações fica explicito sua preferência pela África. O sétimo e último capítulo, o mais extenso de toda a obra, é de fato a biografia, que traz relatos de sua infância e juventude, seu aprisionamento e toda a trajetória vivida até o momento de sua chegada ao navio negreiro, onde segundo ele, teria vivido os maiores horrores de sua vida. Em alguns momentos, Baquaqua da a impressão de que as pessoas com que teve contato até o momento do embarque, o tratavam relativamente bem, apesar se sua condição. O capítulo segue com o início da faze mais terrível de sua vida, que começa com uma viajem horripilante em um navio abarrotado de gente, sem espaço para seque ficar em pé, sem água e sem alimentação. Ao ser vendido á um capitão, tão cruel quanto os demais, Baquaqua tem sua grande oportunidade ao ser levado em uma viajem para os Estados Unidos, onde todos eram livres. Ainda dentro do Navio ele começa a planejar sua liberdade, algo que lhe fortalece e da animo para continuar e servir até o momento da fuga. A partir de sua fuga, Baquaqua viaja para o Haiti, onde vai trabalhar em vários lugares até conhecer o senhor Judd, que segundo ele, foi o melhor cristão que já conhecera. Nessa casa Baquaqua trabalhou por dois anos, onde segundo ele, agiu com muita ingratidão para como o seu patrão e sua família, até que foi enviado de volta para os Estados Unidos de onde ele pode estudar, mesmo com toda perseguição dos colegas. Após um longo período, Baquaqua foi para o Canadá, onde enfim sentiu-se em casa, mesmo longe de sua amada África. Conclusão Nos relatos finais da obra, Baquaqua dá a entender que de fato aceitou o cristianismo e que tem a intenção de levar essa mensagem ao seu país. Mas como durante toda a narrativa Samuel Moore faz inúmera interferências sobre o assunto, fica a dúvida se de fato as palavras finais de Baquaqua são uma fiel transcrição do que fora narrado ou se é mais interferência do escritor.