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Princípios da Miologia geral veterinária

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MIOLOGIA 
 As células do mesoderma (camada intermediária do embrião) se desenvolvem em células capazes de contração (somitos = grupo de células precursoras de células ou fibras musculares) e seus derivados. Esse grupo de células se diferencia em tecido muscular, o qual transforma energia química em energia mecânica ou em calor. 
 Existem dois tipos de tecido muscular:
 1- Tecido muscular liso: responsável pelas funções contráteis dos órgãos internos. Reveste os dutos excretores de glândulas, forma as paredes dos vasos sanguíneos e linfáticos.
 2- Músculo estriado: pode ser dividido ainda em musculatura esquelética e cardíaca. 
2.1. A musculatura esquelética é a parte mais ativa do sistema locomotor. Tradicionalmente denominada como musculatura ou músculos. São altamente vascularizados e inervados por nervos cerebrospinais (sensoriais e motores) e nervos autônomos vegetativos (simpáticos e parassimpáticos). Grandes extensões de tecido conjuntivo sustentam e protegem os músculos em todas as suas funções. As extremidades dos músculos sempre se inserem em cartilagens ou ossos. 
 As células somitas do mesoderma se diferenciam em células-tronco mesenquimais, formando o início embrionário das células musculares. As células tronco mesenquimais se diferenciam ainda em pré-mioblastos e então em mioblastos contráteis. Os mioblastos contêm proteínas, os filamentos de actina e miosina, responsáveis pela contração muscular. As proteínas assumem posições específicas no citoplasma conforme o tipo de célula muscular, criando um estriamento característico. As células vizinhas tendem a se fundir, formando células longas e cilíndricas multinucleares, conhecidas como fibras musculares. 
 Uma determinada quantidade de células-tronco permanece inalterada como células satélites, as quais desempenham um papel importante na regeneração muscular. Diversos fatores podem causar degeneração local do músculo (como atrofia neural, lesão por pressão, isquemia local ou toxinas) e a regeneração depende da quantidade de células satélite não lesadas. A força de um músculo individual e a percentagem ou volume de tecido muscular depende quase completamente do nível de treinamento; imobilidade, ausência de exercício e interrupção do abastecimento neural causam atrofia muscular e os músculos adquirem massa (hiperplasia) por meio do fortalecimento das bainhas de tecido conjuntivo, da expansão de espessura de fibras e do aumento do fluxo sanguíneo, todos alcançados por exercícios regulares. 
 Um músculo esquelético pode ser divido em 3 partes gerais: o ventre muscular contrátil e os tendões de origem e inserção. Os tendões se unem a cada extremidade do ventre muscular e transferem a força gerada por contração do ventre para o esqueleto. O músculo esquelético pode apresentar (imagem microscópica) faixas cruzadas ou estrias que resultam da disposição paralela e regular dos filamentos de actina e miosina, que juntamente com as bainhas de tecido conjuntivo e gordura armazenada formam o tecido muscular. 
 As células musculares se diferenciam conforme a quantidade e espessura de seus miofilamentos contráteis citoplasmáticos. Quando o sarcoplasma (citoplasma da célula muscular), contém proporcionalmente mais miofilamentos, então o músculo armazena menos mioglobina e tem aparência pálida (tipo muscular branco). Esse tipo de músculo leva à fadiga rapidamente, mas sua força contrátil é imensa. O segundo tipo (tipo muscular vermelho) contém menos miofilamentos e, portanto, pode armazenar mais mioglobina no sarcoplasma (animais domésticos mais velhos e animais selvagens). 
 A inervação do músculo ocorre por meio de conexões neuromusculares. Cada fibra muscular é inervada por no mínimo um axônio neural motor do sistema nervoso central (nervo cerebrospinal). O contato entre o músculo e o nervo é alcançado por meio da placa motora, uma forma especial de união sináptica. O impulso nervoso é passado para a fibra por um neurotransmissor (acetilcolina). O músculo também conta com fusos musculares (terminações nervosas agrupadas e envoltas em uma cápsula) que fornecem informações sobre os tônus musculares e o grau de tensão nos tendões cápsulas articulares. Além disso, eles são responsáveis por coordenar movimentos e perceber espacialmente o posicionamento de partes do corpo em relação umas às outras. Os órgãos tendíneos são semelhantes a fusos musculares e funcionam como receptores para a tensão dentro do sistema músculo-tendão. 
 As paredes dos vasos sanguíneos e linfáticos intramusculares são inervadas por ramificações simpáticas e/ou parassimpáticas do sistema nervoso autônomos, o qual assegura um suprimento adequado de sangue de drenagem linfática necessários para manter seu funcionamento. 
 Cada ventre muscular individual é recoberto por uma bainha esticada de tecido conjuntivo fibroso, o epimísio, que prossegue como epitendão envolvendo os tendões. O epimísio ou epitendão é visível a olho nu e separa os músculos vizinhos um do outro, criando uma superfície lisa que permite movimento sem atrito. Os grandes vasos e nervos que abastecem os músculos correm através do epimísio e seus locais de entrada e saída do músculo se chamam hilos. 
 Em um único músculo, grupos de células são contidos no perimísio, composto de tecido conjuntivo intramuscular, formando uma espécie de rede de unidades funcionais menores. Essa rede de colágeno forma um plexo, permanecendo em contato uma com a outra a fim de coordenar as contrações musculares e fornecer caminho para nervos e vasos sanguíneos menores. 
 Cada célula, individualmente, é envolta em uma delicada rede de fibrilas colágenas, o endomísio, que forma uma trama que recobre as células do tecido conjuntivo, os menores vasos sanguíneos e o plexo nervoso. 
 Essas bainhas são classificadas de acordo com o tamanho dos fascículos que revestem, em fascículos primários, secundários e terciários. Elas compõem uma unidade funcional e se combinam em cada extremidade do ventre muscular, prosseguindo até o tendão. As diversas bainhas de tecido conjuntivo no músculo alongam-se para além das extremidades do músculo e se unem para formar o tendão, uma ligação branca com o osso e semelhante a um cordão. A transferência de força dos músculos para os tendões ocorre nas extremidades das fibras musculares, onde pequenos processos semelhantes a dedos a partir das fibrilas de colágeno dos tendões. Essa estrutura fortalece a conexão entre o tendão e o músculo. As fibras tendíneas correm em paralelo e variam quanto ao raio e ao comprimento.
 Os tendões também são agrupados em fascículos (1º,2º,3º) por meio da continuação das bainhas musculares (epitendão e peritendão). Extensões de laminas musculares que devido a sua forma plana e larga, não apresentam um ventre, se conectam através de expansões planas e finas de tecido conjuntivo (aponeuroses). As fibras das aponeuroses e dos cordões tendíneos orientam-se na mesma direção das forças mecânicas às quais estão sujeitas. Em comparação com o tecido muscular, os tendões exibem uma força tensora muito maior, devido ao alto conteúdo de colágeno e baixo conteúdo elástico. 
 Em seus locais de fixação, as fibras tendíneas continuam até o periósteo ou pericôndrio, na forma de fibras de Sharpey. A fixação pode abranger uma ampla face do osso ou pode estar limitada a um único ponto, formando um ângulo agudo ou obtuso. Os tendões que prosseguem até a pele ou à musculatura da língua contêm um percentual maior de fibras elásticas e, portanto, aumentam a tensão nesses órgãos. 
 Macroscopicamente, as fibras musculares têm aparência escalonada, ligando-se à aponeurose em diferentes ângulos ou ao osso com tendões de diversos comprimentos. O tendão pode se dividir e irradiar no músculo até impregná-lo. A propagação do tecido tendíneo nos músculos resulta em um padrão (intersecção tendínea) semelhante a uma pluma ou a uma folha.
 Os músculos podem ser classificados conforme sua estrutura e orientação das fibras. 
Músculos unipenados: duas interseções tendíneas que se posicionam paralelamenteMúsculos bipenados: apresentam intersecções tendíneas duplas
Músculos multipenados: várias intersecções tendíneas 
 Um músculo penado apresenta fibras oblíquas à linha de força gerada pelo músculo. 
 Forma dos Músculos: 	
 A extremidade distal do músculo é a inserção, e a proximal é a origem. 
Músculos Fusiformes 
Músculos Planos 
Músculos de duas cabeças
Músculos de três cabeças
Músculos de quatro cabeças
Músculos de dois ventres
Músculos orbiculares 
Músculos esfinctéricos 
Locomoção: 
 Movimentos naturais envolvem vários músculos em trabalho simultâneo ou em sequência. 
 Quando 2 músculos atuam em conjunto, eles são sinérgicos. 
 Caso atuem em sentidos opostos, são antagônicos. 
 Durante o movimento, uma parte é o ponto fixo (representa as partes que permanecem imóveis em relação ao tronco) e a outra é o ponto móvel (menor e mais leve que o ponto fixo).
 O funcionamento de um músculo pode derivar de sua origem, colocação e inserção, ou então de seu ponto de rotação. 
 Tônus muscular: quantidade mínima de tensão. A anestesia produz hipotonia, uma redução nos tônus musculares.
 Um aumento contínuo na tensão muscular intrínseca sem alteração no comprimento do músculo configura uma contração isométrica. Com certo grau de tensão, o músculo lentamente começa a se contrair e encurtar (contração isotônica), levando ao movimento. 
 Os músculos podem ser classificados conforme a quantidade de articulações que sofre sua ação:
Músculo uniarticular
Músculo biarticular
Músculo poliarticular 
 Articulações que se movem em conjunto quando o músculo se contrai (articulações dependentes). Articulações que se movem juntas apenas sob circunstancias específicas (articulações combinadas facultativas). 
 Os músculos podem ser classificados conforme seu efeito funcional sobre uma articulação:
Extensor 
Flexor
Adutor 
Abdutor
Esfinctérico
Dilatador
Elevador
Depressor
Rotador:
- Supinador
- Pronador
Estruturas de apoio dos músculos:
Fáscias 
Bolsas
Bainhas tendíneas 
 Os músculos são recobertos individualmente por fáscias, laminas extensas, finas e entrelaçadas compostas principalmente por colágeno, mas que também contém fibras elásticas. Essas fibras estão voltadas para a mesma direção das forças de tensão e estresse que atuam sobre o músculo. 
 As fáscias costumam servir como origem ou locais de ligação dos músculos. Ao recobrir um músculo, as fáscias tornam a superfície lisa e livre de atrito, permitindo liberdade de movimento entre músculos individuais vizinhos. Existem fáscias independentes localizadas entre músculos e fixas no periósteo, chamadas de septos intermusculares. Elas ainda formam estruturas aneladas de tecido conjuntivo sobre faces articulares extensoras ou flexoras, fortalecendo a articulação. Podem ser divididas em fáscia superficial (mais fina. Recobre os músculos cutâneos na maioria das regiões do corpo) e fáscia profunda (mais resistente. 
 As bolsas sinoviais são envolvidas por uma cápsula de tecido conjuntivo. Elas variam em tamanho, geralmente contendo mais de uma seção, e estão sempre cheias de sinóvia. A estrutura das paredes das bolsas é semelhante à das articulações; apresenta a membrana sinovial interna e a membrana fibrosa externa. As bolsas estão presentes em todos os locais do corpo onde músculos, tendões ou ligamentos deslizam sobre os ossos. Bolsas inconsistentes podem se desenvolver sob a pele em diversos pontos sujeitos a pressão mecânica constantes. 
As bolsas sinoviais são classificadas conforme sua posição:
Bolsa sinovial subtendínea
Bolsa sinovial submuscular
Bolsa sinovial subligamentosa 
Bolsa sinovial subcutânea 
 As bainhas sinoviais tendíneas são semelhantes às bolsas, porém elas recobrem totalmente os tendões protegendo os tecidos subjacentes da pressão exercida pelo tendão e reduzindo o atrito durante o movimento. Costumam se formar quando a membrana sinovial de uma articulação forma saculações que então passam a envolver o tendão. Apresentam cavidades preenchidas com fluido sinovial. A mebrana sinovial é formada a partir das camadas visceral e parietal. A face interna voltada para o tendão é a camada visceral da bainha tendínea. Essa camada recua sobre si mesma e se torna a camada externa ou parietal. Essas duas camadas são unidas por um mesentério duplo fino, o mesotendão, que fornece passagem para vasos sanguíneos e nervos. O mesotendão é incompleto em alguns locais.

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