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APLICAÇÕES ECOLÓGICAS NO NÍVEL DAS COMUNIDADES E ECOSSISTEMAS INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA – CEARÁ CAMPUS QUIXADÁ ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA O desenvolvimento do ecossistema é também conhecido como sucessão ecológica e envolve mudanças na repartição de energia, na estrutura das espécies e nos processos da comunidade É a sequência de comunidades, desde a colonização até a comunidade clímax para determinado ecossistema. Quando não é interrompida por fatores externos, a sucessão é direcional. Desenvolvimento dos ecossistemas Envolve mudanças na repartição da energia, estrutura das espécies e nos processos da comunidade Sucessão – previsível Resulta da modificação do ambiente físico pela comunidade e por interações de competição – coexistência no nível de população Sucessão é controlada pela comunidade Desenvolvimento dos ecossistemas A sucessão é o resultado da modificação do ambiente físico pela comunidade e por interações de competição-coexistência no nível de população, ou seja, a sucessão é controlada pela comunidade, embora o ambiente físico determine o padrão e a taxa de mudança e limite a extensão do desenvolvimento. Clímax: comunidade que expressa o máximo de desenvolvimento possível do ecossistema. Sucessão ecológica nada mais é do que o processo de substituição de espécies ao longo do tempo As comunidades transitórias durante a sucessão são denominadas estágios de desenvolvimento. Estágio Pioneiro: espécies sucessionais iniciais, as quais apresentam altas taxas de crescimento, tamanho pequeno, tempo de vida curto e produção de um grande número de sementes. Estágio Clímax: estágio terminal ou de maturidade, que persiste por muito tempo na comunidade. Classificação dos processos sucessionais -Quanto às forças que direcionam o processo: Sucessão autogênica (autogerada): mudanças ocasionadas por processos biológicos internos ao sistema – resultante de mudanças pelos próprios organismos. Ex. A transição de um campo de agricultura abandonado até floresta madura - os organismos mudam o ambiente em que vivem e outras espécies da comunidade podem ser beneficiadas ou prejudicadas. Sucessão alogênica (gerada externamente): direcionamento das mudanças por forças externas ao sistema (mudanças climáticas, tempestades, furacões, a ação do homem, incêndios, processos geológicos, etc) Exemplo Sucessão autogênica Rochas Expostas Líquens Musgos Gramí- neas Plantas Herbáceas Arbustos Árvores jovens Árvores adultas Árvores adultas Sucessão animal : as espécies de animais também são substituídas de acordo com o estágio de sucessão. Exemplo: Sucessão alogênica Floresta clímax Ocorrência de incêndio Sementes queimadas germinando e raízes brotando Floresta recuperada rochas nuas dunas ilhas vulcânicas lagos recém-formados Inicia-se numa área na qual anteriormente existiam seres vivos Sucessão secundária Sucessão primária Inicia-se numa área na qual anteriormente não existiam seres vivos zonas ardidas campos abandonados zonas alagadas Classificação dos processos sucessionais -Quanto à natureza do substrato na origem do processo: Sucessão ecológica primária: A chuva e o vento desintegram a rocha Espécies pioneiras como líquenes, instalam-se e modificam a rocha, iniciando a formação do solo Outras plantas começam a instalar-se e a espessura do solo aumenta Gramíneas e arbustos conseguem instalar-se. Está estabelecida uma comunidade climax em equilíbrio com o meio. Sucessão numa rocha nua… Comunidade Pioneira Sucessão ecológica primária: Sucessão numa rocha nua… Comunidade Pioneira Aumento da biodiversidade Aumento da complexidade das teias alimentares início transição estabilidade Sucessão ecológica primária: Comunidade Pioneira A sucessão primária ocorre de uma forma lenta e gradual Sucessão ecológica primária Comunidade pioneira •Espécies capazes de iniciar uma sucessão ecológica. •Espécies de pequeno porte e de desenvolvimento rápido. •Espécies simples mas resistentes. •Criam as condições para o aparecimento e instalação das comunidades seguintes. Líquenes Sucessão ecológica primária Comunidade climax •Formada por populações que não se alteram, nem alteram o meio. •Populações em equilíbrio dinâmico com o meio. •Com elevado número de espécies e de nichos ecológicos. Sucessão ecológica primária Comunidade climax •Últimas espécies a instalar-se. •Para cada tipo de ambiente físico, existe um tipo de comunidade clímax possível. Sucessão ecológica primária: Sucessão numa ilha vulcânica… Em pleno oceano, por exemplo, podem formar-se ilhas devido à atividade vulcânica Sucessão ecológica primária: Sucessão ecológica primária: Sucessão ecológica rochas nuas dunas ilhas vulcânicas lagos recém-formados Inicia-se numa área na qual anteriormente existiam seres vivos Sucessão secundária Sucessão primária Inicia-se numa área na qual anteriormente não existiam seres vivos zonas ardidas campos abandonados zonas alagadas Sucessão ecológica secundária: • Incêndios • Abate de árvores Causas da destruição dos ecossistemas: Sucessão ecológica secundária: A sucessão secundária desenvolve-se mais rapidamente do que a primária uma vez que, permanecem no solo alguns organismos e sementes que tornam o substrato mais favorável á recolonização. Sucessão ecológica secundária: Sucessão num campo abandonado pela agricultura… Exemplo: Sucessão Secundária Sucessão Secundária Fogo Plantas Anuais Gramíneas Árvores jovens e de crescimento rápido Floresta madura – Clímax Desenvolvimento de ecossistemas Os ecossistemas são estruturas dinâmicas cujas comunidades e respectivas interações estão em permanente alteração. Sucessão e Manejo - Restauração oObjetivo – recuperação de uma dada área não apenas por plantas, mas também dos componentes animais da comunidade oRestauração – obtenção de um estágio sucessional estável (clímax) oSucessão Natural o plantações abandonadas com fontes naturais de sementes nas proximidades oSucessão acelerada o Áreas com tendência do processo ser lento e incerto o áreas com intensa atividade agrícola, uso de fertilizantes e herbicidas; o áreas com baixa biodiversidade o Semeadura de uma mistura de sementes de diversas espécies. Sucessão e Manejo - Restauração Conservação oObjetivo – entender a sequência da sucessão oAlgumas espécies animais ameaçadas de extinção estão presentes em um estágio particular da sucessão oIntervenção necessária para manter seu hábitat em estágio sucessional apropriado oEx: weta (inseto) - Nova Zelândia o tojo (erva daninha – introduzida) o Gado e cabras controlam o estágio inicial da sucessão e mantem o tojo em estágio próprio ao crescimento do weta Manejo e teoria da teia alimentar oO conhecimento da teia alimentar: o minimizar risco de doenças humanas o Oferece previsão das espécies invasoras – com maior potencial para perturbar o funcionamento dos ecossistemas o Estabelece objetivos para áreas protegidas oEx 1.: Doença de Lyme (borreliose)danos ao coração e ao sistema nervoso o Bactéria espiroqueta (Borrelia burgdorferi) o Transmissão pelo carrapato do gênero Ixodes – quatro estágios de desenvolvimento (dois anos) – sucessão de hospedeiros vertebrados o Ovos – Larvas (infecção) – ninfa - adultos o Estágio de ninfa – maior probabilidade de infecção humana – início do inverno – picos de atividades recreativas o Manutenção da biodiversidade – menor prevalência no ser humano Manejo e teoria da teia alimentar oEx2.: Áreas protegidas oÁreas marinhas – conservação da biodiversidade oAbalones x lontras marinhas oLontras marinhas – espécie protegida o Abalones – recursos pesqueiros o Áreas de proteção – usos múltiplos Manejo e teoria da teia alimentar oEx2.: Previsão de espécies invasoras oInvasões por peixes salmonídeos em rios e lagos oNova Zelândia – introdução da truta – marrom modificou o comportamento dos invertebrados herbívoros oAumento da biomassa algal Manejo da eutrofização pela manipulação das teias alimentares dos lagos oReversível – lagos profundos , frios e de fluxo rápido; e lagos que foram submetidos à eutrofização cultural por curtos períodos oIrreversíveis – onde a mínima taxa de entrada de fósforo ou a reciclagem de fósforo das reservas acumuladas nos sedimentos do lago já é muito alta (regiões ricas em fósforo por longo período) oLagos atrasados – categoria intermediária – controle das descargas de fósforo com intervenções (química ou biomanipulação) Manejo da eutrofização pela manipulação das teias alimentares dos lagos oLagos atrasados o Biomanipulação oMelhoria da qualidade da água pela redução da densidade do fitoplâncton (aumento da transparência) oAumento do pastejo do zooplâncton sobre o fitoplâncton (redução na biomassa de peixes zooplanctívoros) – pescando-os ou aumentando a biomassa de peixes piscívoros oEx.: soltura de peixes piscívoros – diminui peixes zooplanctívoros oLagos rasos e com níveis de nutrientes não muito altos Manejo de processos ecossitêmicos na agricultura oPoluição – lixiviação de fósforo e nitrato nos lençóis freáticos – rios e lagos – afeta as teias alimentares e o ecossistema o Água potável - Nitratos – nitrosaminas – síndrome do bebe azul (cianose) oCriação de gado, porco e galinhas – principais responsáveis pela liberação de nitrogênio oDejetos de aves – facilmente desidratados e formados em fertilizantes – uso na agricultura e jardinagem Manejo de processos ecossitêmicos na agricultura oFatores que facilitam a lixiviação do nitrato em solos agrícolas: 1. possuem pouca ou nenhuma vegetação viva para absorver os nitratos durante parte do ano 2. As plantações são monoculturas que capturam os nitratos apenas nas zonas de raízes (vegetação natural apresenta uma diversidade de sistemas radiculares e raízes a diferentes profundidades. 3. Quando ocorre a queima o nitrogênio orgânico volta ao solo com nitrato 4. Quando as terras agrícolas são usadas por animais pastadores, seu metabolismo acelera a taxa de respiração do carbono, reduzindo a razão C:N e aumentando a formação e lixiviação de nitratos 5. O nitrogênio dos fertilizantes são aplicados apenas uma ou duas vezes ao ano (maior concentração) Manejo de processos ecossitêmicos na agricultura oAlternativas: oUso de culturas mistas oIntegração da produção animal e vegetal retorno da matéria orgânica para o solo oManutenção da cobertura vegetal oUso de fertilizantes avançados oLiberação controlada Saúde do ecossistema oReflexos diretos sobre a saúde humana o Quantidade de nitrogênio no lençol freático e na água potável o Algas tóxicas o Riquezas em espécies animais hospedeiras que transmitem doenças aos seres humanos oReflexos sobre os processos naturais o Controle de enchentes o Disponibilidade de alimentos Saúde do ecossistema oEstratégias do manejo o Pressão – ação humana o Estado – estrutura da comunidade e funcionamento do ecossistema o Respostas - Biodiversidade e manejo oSelecionando unidades de conservação - Conservação de espécies - áreas protegidas Objetivo geral das unidades de conservação é a representação da biota de cada região de maneira a separar a biodiversidade dos processos que a ameaçam oEtapas do planejamento de conservação sistemático – áreas de alto valor para a humanidade oMeio terrestre x Meio marinho o Maior biodiversidade em termos taxonômicos o Influências adversas: o Sobre-pesca; perturbações do hábitat; poluição Biodiversidade e manejo oDefinição conceitos-chave oA seleção de uma nova área deve garantir a proteção de representantes da maior variedade de comunidades e ecossistemas possíveis oA biodiversidade engloba mais do que apenas a riqueza em espécies. A seleção de novas áreas também deveria tentar garantir a proteção de representantes da maior variedade de comunidades e ecossistemas possível Base tripla da sustentabilidade oLinhas oEconômicas oSociopolítica oAmbiental oPerspectiva econômica X Importante para as atividades de manejo e exploração oConservação – difícil determinação do valor econômico por causa dos argumentos econômicos a favor das atividades humanas que tornam a conservação necessária oPrincipais componentes para determinar o valor econômico de uma espécie: 1. Valor direto do produto que é explorado 2. Valor indireto, em que aspecto da biodiversidade resulta em benefício econômico sem a necessidade de consumo de recursos 3. Valor ético Base tripla da sustentabilidade oEx 1.: animais e plantas silvestres (regiões tropicais e semiáridas) oValor da diversidade genética oAumentar a produção, resistência a pragas, a seca oEx2.: conhecimento de inimigos naturais oA maioria dos inimigos naturais ainda não são conhecidos o40% das drogas – plantas e animais oConservar as espécies, manter o valor de opção – potencial para fornecer benefícios no futuro oValor econômico indireto oEx.: preservação de insetos silvestres responsáveis pela polinização de plantas (quanto aumenta a produção? Custo? oValor ético oEx.: valor subjetivo
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