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Dispensa e inexigibilidade de licitação

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® BuscaLegis.ccj.ufsc.br 
 
 
 
 
Dispensa e inexigibilidade de licitação 
 
 
Cesar Kaissar Nasr* 
 
 
 
Introdução 
O tema escolhido para este trabalho e que será discutido ao longo dos tópicos a seguir 
versa sobre a dispensa e inexigibilidade de licitação. 
A licitação é o procedimento administrativo pelo qual a Administração Pública compra, 
vende, loca, contrata empresas prestadoras de serviços, através da escolha da proposta mais 
vantajosa ao interesse público, bem como às suas conveniências e necessidades. 
Existem, todavia, casos em que esse procedimento licitatório poderá ser dispensável, 
dispensado ou até mesmo inexigido, dependendo da situação concreta apresentada para 
análise. 
Os casos de dispensa ou inexigibilidade do certame licitatório vêm disciplinados nos arts. 
17, 24 e 25 da Lei n. 8.666/93, com suas alterações. 
A Lei n. 8.666/93, no art. 17, I e II, e no art. 24, prevê os casos em que o prévio certame 
licitatório poderá ser dispensado pelo administrador público, sempre que presentes os 
fatores e as circunstâncias legais determinadas no dispositivo mencionado, desde que 
inconveniente à Administração sua realização. 
Já a hipótese trazida pelo art. 25 do mesmo diploma legal prevê a inexigibilidade de 
licitação quando for impossível estabelecer a competição entre os licitantes. 
Ao contrário do que ocorre nas hipóteses de dispensa, em que o processo licitatório é 
simplesmente inconveniente para a Administração, a inexigibilidade é a inviabilidade de 
realização do certame, ou seja, todas as situações que caracterizem a inviabilidade de 
competição podem propiciar a ausência de licitação e a contratação direta, conforme será 
concluído ao final em nosso posicionamento sobre o assunto em tela. 
1. Da licitação 1.1. Considerações gerais 
A Administração não pode contratar livremente, já que deve atender aos princípios da 
igualdade de todos para contratar e da moralidade administrativa. 
O douto professor Diogenes Gasparini explica que: "A procura da melhor proposta para 
certo negócio é procedimento utilizado por todas as pessoas. Essa busca é, para umas, 
facultativa, e para outras, obrigatória. Para as pessoas particulares é facultativa. Para, 
por exemplo, as públicas (União, Estado-Membro, Distrito Federal, Município, autarquia) 
e governamentais (empresa pública, sociedade de economia mista, fundação), é, quase 
sempre, obrigatória, já que essas entidades algumas vezes estão dispensadas de licitar e 
em outras tantas a licitação é para elas inexigível ou mesmo vedada. A seleção da melhor 
proposta, feita segundo critérios objetivos previamente estabelecidos, ocorre entre as 
apresentadas por interessados que pretendem contratar com a entidade obrigada a licitar 
e que atenderem ao seu chamamento, promovido mediante instrumento convocatório 
disciplinador de todo o procedimento, denominado, por alguns, Lei interna da licitação e 
do contrato"[1]. 
Logo, a licitação é realizada entre a verificação da necessidade de contratar e a celebração 
do contrato. Conforme ensina o mestre Hely Lopes Meirelles: "a licitação é o antecedente 
necessário do contrato administrativo, o contrato é o conseqüente lógico da licitação. Mas 
esta, observa-se, é apenas um procedimento administrativo preparatório do futuro ajuste, 
de modo que não confere ao vencedor nenhum direito ao contrato, apenas uma expectativa 
de direito"[2]. 
De acordo com a Constituição Federal, art. 37, XXI, as obras, serviços, compras e 
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade 
de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de 
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos temos da lei, o qual somente 
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do 
cumprimento das obrigações. Ademais, no mesmo inciso verifica-se a possibilidade de 
haver exceções. 
 
1.2. Conceito e finalidades da licitação 
A professora Odete Medauar conceitua licitação como: "Licitação, no ordenamento 
brasileiro, é o processo administrativo em que a sucessão de atos leva à indicação de 
quem vai celebrar contrato com a Administração. Visa, portanto, a selecionar quem vai 
contratar com a Administração, por oferecer proposta mais vantajosa ao interesse 
público. A decisão final do processo licitatório aponta o futuro contratado"[3]. 
Por sua vez, o douto Hely Lopes Meirelles ensina: "Licitação é o procedimento 
administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta mais 
vantajosa para o contrato de seu interesse. Como procedimento, desenvolve-se através de 
uma sucessão ordenada de atos vinculantes para a Administração e para os licitantes, o 
que propicia igual oportunidade a todos os interessados e atua como fator de eficiência e 
moralidade nos negócios administrativos"[4]. 
Já Diogenes Gasparini assim define licitação: "A licitação pode ser conceituada como o 
procedimento administrativo através do qual a pessoa a isso juridicamente obrigada 
seleciona, em razão de critérios previamente estabelecidos, de interessados que tenham 
atendido à sua convocação, a proposta mais vantajosa para o contrato ou ato de seu 
interesse. A pessoa obrigada a licitar é denominada licitante e a que participa do 
procedimento da licitação, com a expectativa de vencê-la e ser contratada, é chamada de 
proponente ou licitante particular"[5]. 
A Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro trata da licitação como um procedimento 
administrativo e a definição dada por ela é: "A licitação é um procedimento integrado por 
atos e fatos da Administração e atos e fatos do licitante, todos contribuindo para formar a 
vontade contratual. Por parte da Administração, o edital ou convite, o recebimento das 
propostas, a habilitação, a classificação, a adjudicação, além de outros atos 
intermediários ou posteriores, como o julgamento de recursos interpostos pelos 
interessados, a revogação, a anulação, os projetos, as publicações, os anúncios, atas, etc. 
Por parte do particular, a retirada do edital, a proposta, a desistência, a prestação de 
garantia, a apresentação de recursos, as impugnações"[6]. 
Por fim, Celso Antônio Bandeira de Mello define licitação como: "Licitação - em suma 
síntese - é um certame que as entidades governamentais devem promover e no qual abrem 
disputa entre os interessados e com elas travar determinadas relações de conteúdo 
patrimonial, para escolher a proposta mais vantajosa às conveniências públicas. Estriba-
se na idéia de competição, a ser travada isonomicamente entre os que preencham os 
atributos e aptidões necessários ao bom cumprimento das obrigações que se propõem 
assumir"[7]. 
Portanto, as finalidades da licitação, conforme se depreende da análise dos conceitos acima 
transcritos, enquadram-se dentro da obtenção de contrato mais vantajoso às conveniências 
públicas e na proteção dos direitos de prováveis contratados. 
1.3. Legislação aplicada à licitação 
O art. 22, XXVII, da Constituição Federal determina que é de competência da União 
legislar sobre normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, nas 
diversas esferas de governo, inclusive para a Administração indireta e empresas 
controladas pelo poder público. 
Os Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios podem legislar sobre normas 
específicas, para seus respectivos âmbitos de atuação, "em tudo que não contrariar as 
normas gerais, notadamente no procedimento de licitação, na formalização e execução 
dos contratos, nos prazos e nos recursos admissíveis"[8]. 
O inciso XXI do art. 37 da Constituição Federal é regulamentado pela Lei n. n. 8.666, de 
21-6-1993 (alterada pelas Leis n. 8.883, de 8-6-1994, e 9.648, de 27-5-1998), que 
estabelece as normas gerais sobre licitações e contratos da Administração.Convém ressaltar que o art. 173 da Constituição Federal estabelece que as empresas 
públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias que explorem atividade 
econômica ficam sujeitas a uma legislação especial. 
2. Dos princípios da licitação 
O art. 3º da Lei n. 8.666/93 norteia quais os princípios que devem ser adotados na licitação. 
De acordo com a classificação da maioria dos doutrinadores, os princípios que regem a 
licitação são os seguintes: procedimento formal; publicidade de seus atos; igualdade entre 
os licitantes; sigilo na apresentação de propostas; vinculação ao edital ou convite; 
julgamento objetivo e adjudicação compulsória ao vencedor. 
Agora, passaremos a dissertar sobre cada um deles. 
2.1. Procedimento formal 
Determina que a licitação esteja vinculada às normas legais que a regem em todos os seus 
atos e fases. De acordo com o art. 4º da Lei n. 8.666/93, não só a lei deve ser observada, 
como também o regulamento, o caderno de obrigações, o edital ou convite, tendo em vista 
a licitação a que se refere. 
2.2. Publicidade de seus atos 
É o direito de acesso aos elementos do processo licitatório, divulgação dos editais e das 
decisões. O art. 3º, § 3º, da Lei n. 8.666/93 traduz isso. 
2.3. Sigilo na apresentação das propostas 
O conteúdo das propostas será sigiloso até a data designada para a abertura dos envelopes 
que as contenham, após a habilitação dos proponentes (arts. 3º, § 3º, e 43, § 1º, da Lei n. 
8.666/93). 
Cumpre salientar que, a abertura da documentação ou das propostas ou a revelação de seu 
conteúdo antecipadamente, além de ensejar a anulação do procedimento, constitui também 
ilícito penal, com pena de detenção e multa, nos termos do art. 94, da Lei de Licitação. 
2.4. Igualdade entre os licitantes 
É vedada qualquer discriminação entre os licitantes. Entretanto, o estabelecimento de 
requisitos mínimos de participação não fere tal princípio. 
Esse princípio constitui uma das bases licitatórias, já que permite à Administração a 
escolha da melhor proposta, além de assegurar a igualdade de direitos a todos os 
interessados em contratar. 
2.5. Vinculação ao edital 
É o princípio básico de toda licitação. Determina o art. 41 da Lei n. n. 8.666/93 que "a 
Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha 
estritamente vinculada". 
 
2.6. Julgamento objetivo 
A função desse princípio é afastar o discricionarismo na escolha das propostas. Os 
julgadores devem basear-se no critério estabelecido no edital e nos termos específicos das 
propostas. 
Tal princípio está consagrado expressamente no art. 45 da Lei n. 8.666/93. Vejamos: "Art. 
45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de Licitação ou o 
responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios 
previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente 
nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de 
controle". 
2.7. Probidade administrativa 
Em conformidade com a leitura do § 4º do art. 37 da Constituição Federal, verifica-se que 
a probidade administrativa é dever de todo administrador público. A Lei n. 8.666/93 a 
incluiu entre seus princípios. 
O professor Celso Antônio Bandeira de Mello preconiza: "Sublinha-se aí que o certame 
haverá de ser conduzido em estrita obediência a pautas de moralidade, no que se inclui, 
evidentemente, não só a correção defensiva dos interesses de quem a promove, mas 
também as exigências de lealdade e boa-fé no trato com os licitantes"[9]. 
2.8. Adjudicação compulsória ao vencedor 
Em conformidade com os arts. 50 e 64 da Lei de Licitação, concluído o procedimento 
licitatório, é vedado a Administração atribuir seu objeto a outrem que não o legítimo 
vencedor. 
2.9. Objeto da licitação 
Esse princípio, como o próprio nome menciona, trata do objeto da licitação, que pode ser 
obra, serviço, compra, alienação, concessão, permissão e locação. 
A definição do objeto da licitação é condição para sua legitimidade. 
 
3. Das modalidades de licitação 
De acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, a licitação é o gênero que se subdivide 
em outras modalidades, que são espécies. Sendo assim, temos as seguintes modalidades: 
concorrência, tomada de preços, convite, concurso, leilão e pregão. Analisaremos, a 
seguir, cada uma delas: 
3.1. Concorrência 
Conforme determina o art. 22, § 1º, da Lei n. 8.666/93, esta é a modalidade que possibilita 
a participação de quaisquer interessados, que satisfaçam as condições estabelecidas no 
edital. Essa modalidade é própria para contratos de grande vulto, como nas contratações de 
obras, serviços e compras, dentro dos limites de valor fixados pelo ato competente. 
Sobre esse tema o mestre Hely Lopes Meirelles ensina: 
"É também obrigatória a concorrência, independentemente do valor do contrato, na 
compra ou alienação de bens imóveis e na concessão de direito real de uso, justificando-se 
tal exigência pelo interesse em convocar o maior número possível de interessados. O 
mesmo ocorre nas licitações internacionais, quando se procura atrair interessados de 
outros países. Neste último caso, admite-se tomada de preços quando a entidade 
interessada disponha de cadastro internacional de fornecedores, situação em que devem 
ser observados os limites financeiros para a escolha da modalidade licitatória"[10]. 
Convém frisar que os requisitos da concorrência são a universalidade, a ampla publicidade, 
a habilitação preliminar e o julgamento por Comissão. 
Conforme ensina a ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro: "A concorrência é obrigatória 
para: a) obras e serviços de engenharia de valor superior a um milhão quinhentos mil reais 
(atualizado na forma do art. 120, com redação dada pela Lei n. 9.648/98); b) compras e 
serviços que não sejam de engenharia, de valor superior a seiscentos e cinqüenta mil reais 
(também atualizado); c) compra e alienação de bens imóveis, qualquer que seja o seu valor, 
ressalvado o disposto no art. 19, que admite concorrência ou leilão para alienação de bens 
adquiridos em procedimentos judiciais ou mediante dação em pagamento (§ 3º do art. 23, 
alterado pela Lei n. 8.883/94); d) concessões de direito real de uso (§ 3º do art. 23); e) 
licitações internacionais, com a ressalva para a tomada de preços e para o convite, na 
hipótese do § 39 do art. 23; f) alienação de bens móveis de valor superior ao previsto no 
art. 23, II, b (art. 17, § 6°); g) para o registro de preços (art. 15, § 32, 1)"[11]. 
 
3.2. Tomada de preços 
Trata-se da licitação realizada entre os interessados, previamente cadastrados, observada a 
necessária habilitação, convocados com antecedência mínima prevista na lei por aviso 
publicado na imprensa oficial e em jornal particular. 
Essa espécie de licitação é aceitável nas contratações de obras, serviços e compras dentro 
dos limites de valor estabelecidos na lei e corrigidos por ato administrativo competente. 
Hely Lopes Meirelles elucida que "O procedimento da tomada de preços, inclusive quanto 
ao julgamento por Comissão de três membros no mínimo, é o mesmo da concorrência. O 
que a caracteriza e distingue da concorrência é a existência da habilitação prévia dos 
licitantes através dos registros cadastrais, de modo que a habilitação preliminar se 
resume na verificação dos dados constantes dos certificados de registro dos interessados 
e, se for o caso, se estes possuem a real capacidade operativa e financeira exigida no 
edital"[12]. 
Os arts. 34 a 37 e 51 da Lei n. 8.666/93 tratam dos registros cadastrais, que são feitos nas 
repartições públicas que realizam licitações, para fins de qualificação dos interessados em 
contratar com a Administração, no ramo de suas atividades. 
 
3.3. Convite 
É a modalidadeutilizada para contratos de pequeno valor; é uma espécie mais simples de 
licitação. 
Convém elucidar que o convite não exige publicação, uma vez que é feito diretamente aos 
escolhidos pela Administração através de carta-convite. Porém, a lei faz uma exigência, e a 
ilustre professora Odete Medauar explica sobre essa modalidade de licitação: 
"É a modalidade de que participam os interessados do ramo pertinente ao objeto do futuro 
contrato, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela 
unidade administrativa; esta deverá fixar, em local apropriado, cópia do instrumento 
convocatório, denominado carta-convite, e o estenderá aos demais cadastrados na 
especialidade, que manifestarem interesse em participar com antecedência de até 24 (vinte 
e quatro) horas do prazo final de apresentação das propostas (§ 3º do art. 22, Lei n. 
8.666/93)"[13] (grifo nosso). 
No que tange ao número mínimo de três convidados, Maria Sylvia Zanella Di Pietro tece 
importante comentário, a seguir exposto: 
 "Quanto à possibilidade de continuar a licitação no caso de aparecerem menos de que 
três convidados, o Tribunal de Contas da União, alterando seu entendimento após a 
entrada em vigor da Lei n. 8.666/93, decidiu que ‘para a regularidade da licitação na 
modalidade convite é imprescindível que se apresentem, no mínimo, 3 (três) licitantes 
devidamente qualificados. Não se obtendo esse número legal de propostas aptas à seleção, 
impõe-se a repetição do ato, com a convocação de outros possíveis interessados, de modo 
a se garantir, nesse aspecto, a legitimidade do certame’ (DOU de 11-8-93, p. 11.635). 
Essa orientação há de ser entendida em termos que a tornem compatível com o art. 22, § 
72, da Lei n. 8.666/93, segundo o qual ‘quando, por limitações do mercado ou manifesto 
desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção de número mínimo de licitantes 
exigidos no § 32 deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas 
no processo, sob pena de repetição do convite’. 
Quer dizer que o simples fato de se apresentarem menos do que três interessados não é 
suficiente, por si só, para determinar a repetição do convite. Pelo contrário, será possível 
prosseguir-se na licitação se ficar demonstrado o manifesto desinteresse dos licitantes 
convidados (o que não é passível de justificação, porque decorre de própria omissão dos 
licitantes) ou as ‘limitações do mercado’. Nesse caso, a limitação pode decorrer, por 
exemplo, da inexistência de outros possíveis interessados ou de empresas que, por alguma 
razão, não atendam às exigências da Administração. Se houver outros possíveis interessa-
dos em condição de atender ao convite, este deve ser repetido, agora com observância do 
§ 6º do art. 22 da Lei n. 8.666/93, com a redação dada pela Lei n. 8.883/94"[14]. 
Por fim, o convite é admissível nas contratações de obras, serviços e compras dentro dos 
limites de valor fixados pelo ato competente. 
 
3.4. Concurso 
Conforme estabelece o art. 22, § 4º, da Lei n. 8.666/93: 
"Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a escolha de 
trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração 
aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com 
antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco dias)". 
O objetivo dessa modalidade especial de licitação é a escolha do melhor trabalho, por isso 
dispensa as formalidades específicas da concorrência. Porém, os princípios da publicidade 
e da igualdade entre os participantes devem ser respeitados. 
Hely Lopes Meirelles salienta, quanto a essa modalidade, que "De acordo com a Lei n. 
8.666/93 (art. 22, § 4º, 51, § 5º, e 52), que admite essa modalidade de licitação para a 
elaboração de projetos, as condições devem ser fixadas no regulamento do concurso. O 
regulamento, pois, é que indicará a qualificação exigida; estabelecerá as diretrizes e a 
forma de apresentação do trabalho; fixará as condições de sua realização e os prêmios a 
serem concedidos; designará a Comissão Julgadora e disporá sobre o critério de 
julgamento. Deve ser anunciado através de edital, com ampla divulgação pela imprensa 
oficial e particular, com prazo mínimo de quarenta e cinco dias"[15]. 
 
 
3.5. Leilão 
Leilão é a espécie de licitação utilizada na venda de bens móveis e semoventes (arts. 22, § 
5º, e 53) e, em casos especiais, também de imóveis (art. 19, III). 
Como bem elucida Odete Medauar: "É a modalidade entre quaisquer interessados, para a 
venda de bens móveis insersíveis à Administração, de produtos legalmente apreendidos ou 
penhorados ou para a alienação de bens imóveis cuja aquisição decorreu de procedimento 
judicial ou dação em pagamento, nas condições do art. 19 (§ 5º do art. 22). Característico 
do leilão é o oferecimento de lances, pelos participantes, considerando-se vencedor quem 
oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação"[16]. 
Há dois tipos de leilão, que são os seguintes: a) comum: é privativo do leiloeiro oficial, 
regido pela legislação federal pertinente (Decretos n. 21.981/32 e 22.427/33); b) 
administrativo: é instituído para a venda de mercadorias apreendidas como contrabando, ou 
abandonadas nas alfândegas, nos armazéns ferroviários etc., observadas as normas da 
Administração que demonstre interesse. 
Hely Lopes Meirelles tece importante comentário acerca do leilão e do Programa Nacional 
de Desestatização: 
"O Programa Nacional de Desestatização, aprovado inicialmente pela Lei n. 8.031, de 12-
4-90, e reformulado pela Lei n. 9.491, de 9-9-97, cujo objetivo básico é reordenar a 
posição estratégica do Estado na economia, transferindo à iniciativa privada atividades 
antes exploradas pelo setor público, passou a admitir o leilão como forma de licitação em 
várias modalidades operacionais de privatização, entre elas a alienação de ações, 
inclusive de controle acionário, a dissolução de sociedades com a alienação de seus 
ativos; a alienação, arrendamento, locação, comodato ou cessão de bens e instalações; e a 
concessão, permissão ou autorização de serviços públicos (art. 4º, § 3º). Para esse fim, 
contudo, é necessário que essa transferência de bens, ativos, ou encargos para o setor 
privado seja aprovada pelo Conselho Nacional de Desestatização, que deverá indicar 
inclusive a modalidade operacional a ser aplicada"[17]. 
O douto Professor relata ainda que:"O leilão, portanto, assumiu uma outra dimensão como 
procedimento licitatório. Nestes casos, deverá ser exigida qualificação de todos os 
interessados e os demais elementos considerados indispensáveis para o êxito da operação, 
inclusive a prestação de garantia. Os leilões ocorridos dentro do Programa Nacional de 
Desestatização têm sido realizados nas Bolsas de Valores, com habilitação prévia dos 
interessados e garantia da proposta, variando os requisitos técnicos, financeiros e 
operacionais exigidos, conforme o objeto licitado"[18]. 
 
3.6. Pregão 
Foi instituída, no âmbito da União, nova modalidade de licitação, denominada pregão, 
através da Medida Provisória n. 2.182, de 23-8-2001, para a aquisição de bens e serviços 
comuns. Tal medida provisória foi convertida em norma geral pela Lei n. 10.520, de 17-7-
2002, que determinou sua aplicação também aos Estados, Distrito Federal e Municípios, 
dispensando estas entidades federadas de editar leis próprias sobre a matéria. 
O Administrativista Diogenes Gasparini ensina sobre a finalidade do pregão: 
"Sua finalidade é selecionar a melhor proposta para a aquisição de bens e serviços 
comuns, salvo, por certo, se não for o caso de dispensa ou inexigibilidade de licitação. O 
pregão, portanto, não se presta para a aquisição de qualquer bem ou serviço, mas 
unicamente para os comuns. Esses bens e serviços comuns são definidos pelo § 2º do art.3º do referido regulamento como aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade 
possam ser concisa e objetivamente definidos no próprio edital, em perfeita conformidade 
com as especificações usuais praticadas no mercado. No Anexo II do mencionado decreto 
estão arrolados, no n. 1, os bens de consumo, a exemplo da água mineral, do combustível, 
do lubrificante e do gás, e no n. 2, os bens permanentes, tais como: mobiliário, 
equipamentos em geral, exceto informática, e veículo automotivo em geral. Nesse mesmo 
Anexo estão os mais variados serviços comuns, a exemplo dos serviços de assinaturas, de 
assistência, de atividades auxiliares e de confecção de uniformes, entre outros. O pregão 
não se aplica às contratações de obras e serviços de engenharia, nem às locações 
imobiliárias e alienações em geral"[19]. 
 
4. Da obrigatoriedade de licitação 
Conforme determinação da Constituição Federal, art. 37, XXI, verifica-se que a licitação 
de obras, serviços, compras e alienações passou a ser exigência constitucional para toda a 
Administração Pública, direta, indireta e fundacional, ressalvados os casos especificados 
na legislação pertinente. 
Conforme elucida Maria Sylvia Zanella Di Pietro: "Estão obrigados à licitação todos os 
órgãos da Administração Pública direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações 
públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades 
controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios 
(art. 1º, parágrafo único)"[20]. 
Verifica-se que também estão obrigadas a licitar as corporações legislativas (Câmaras de 
Vereadores, Assembléia Legislativa, Câmara dos Deputados Federais, Senado Federal), 
assim como o Poder Judiciário e os Tribunais de Contas, sempre que tiverem necessidade 
de realizar um negócio de seus respectivos interesses, visto que são considerados 
Administração direta. 
Sobre o tema, Diogenes Gasparini acrescenta que: "Ainda estão obrigadas a licitar as 
entidades indicadas em leis especiais, a exemplo das sindicais, conforme prevê o § 6º do 
art. 549 da Consolidação das Leis do Trabalho, e o SEBRAE. Essas são as pessoas 
obrigadas a licitar. Atente-se que, ainda que integrantes da Administração indireta, as 
empresas criadas por particulares, concessionárias de serviço público, não estão 
obrigadas a licitar, exatamente por serem particulares, salvo se envolvidas em negócio 
específico de interesse da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município e se 
estes exigirem tal procedimento. Assim será se a União emprestar certo volume de reais 
para a construção da sede de uma dessas concessionárias e condicionar a contratação da 
empresa construtora ao prévio procedimento licitatório. Com essa exigência, o custo da 
obra será menor, como menor será a necessidade do numerário federal a ser transferido. 
Ademais, prestigia-se o princípio da igualdade, na medida em que o beneficiário dos 
recursos federais não poderá escolher discricionariamente o seu contratado"[21]. 
Convém destacar que se admite que empresas estatais que possuem personalidade jurídica 
de Direito Privado possam ter regulamento próprio, desde que obedeçam às disposições da 
Lei n. 8.666/93, de acordo com o art. 119 da mesma lei. 
Tais regulamentos devem ser devidamente publicados e aprovados pela autoridade de nível 
superior a que estiverem vinculados, ficando sujeitos às disposições da lei. 
Por fim, Hely Lopes Meirelles tece importante comentário acerca da expressão 
"obrigatoriedade de licitação". Vejamos: "A expressão obrigatoriedade de licitação tem 
duplo sentido, significando não só a compulsoriedade da licitação em geral como, 
também, a da modalidade prevista em lei para a espécie, pois atenta contra os princípios 
de moralidade e eficiência da Administração o uso da modalidade mais singela quando se 
exige a mais complexa, ou o emprego desta, normalmente mais onerosa, quando o objeto 
do procedimento licitatório não a comporta. Somente a lei pode desobrigar a 
Administração, quer autorizando a dispensa de licitação, quando exigível, quer permitindo 
a substituição de uma modalidade por outra (art. 23, §§ 3º e 4º)"[22]. 
5. Dispensa de licitação 
É a lei que determina os casos em que a Administração pode ou deve deixar de realizar a 
licitação, tornando-a dispensada e dispensável. 
Trata-se de exceção à exigência de licitação; logo, as hipóteses são taxativas, e não 
exemplificativas. Sobre esse aspecto, Vera Lúcia Machado D’Ávila faz considerável 
explicação: 
"Como toda regra, esta também comporta exceção, ou seja, excepciona-se a 
obrigatoriedade da realização de procedimento licitatório quando, por definição do texto 
legal, o ajuste pretendido pela Administração se inserir nas hipóteses de dispensa ou 
inexigibilidade de licitação. A dispensa é figura que isenta a Administração de regular 
procedimento licitatório, apesar de no campo fático ser viável a competição, pela 
existência de vários particulares que poderiam ofertar o bem ou serviço. Entretanto, optou 
o legislador por permitir que, nos casos por ele elencados, e tão-somente nestes casos, a 
Administração contrate de forma direta com terceiros, sem abrir o campo de competição 
entre aqueles que, em tese, poderiam fornecer os mesmos serviços"[23]. 
A professora Odete Medauar bem elucida que, "fora os casos de dispensa por valores 
abaixo do limite legal, os demais em que se contrata sem licitação devem ser justificadas e 
comunicadas, dentro de três dias, à autoridade superior, para homologação (a lei 
denomina ratificação) e publicação na imprensa oficial, no prazo de cinco dias, para 
eficácia dos atos; os autos de dispensa e inexigibilidade serão instruídos com os seguintes 
elementos: a) caracterização da situação que justifica a não realização de licitação; b) 
razão da escolha do executante ou fornecedor indicado; c) justificativa do preço (art. 26 e 
parágrafo único)"[24]. 
Ainda nesse sentido Márcia Walquiria Batista dos Santos faz a seguinte anotação: "Deverá, 
portanto, esta autoridade, ou qualquer servidor designado, elaborar uma justificativa, 
onde deixará clara a situação de dispensa ou de inexigibilidade constatada. Por óbvio, 
referida justificativa deverá mencionar o fundamento legal do futuro ajuste". Continua ela 
dizendo: "Qualquer imprecisão no enquadramento da hipótese, trocando-se a dispensa 
pela inexigibilidade e vice-versa, ensejará ilegalidade, passível de invalidar todo o 
procedimento"[25]. 
Há dois tipos de dispensa de licitação, que veremos a seguir. 
 
5.1. Licitação dispensada 
É aquela estabelecida pela própria lei, conforme se verifica no art. 17, I e II, e § 2º da Lei 
n. 8.666/93, quais sejam: a) com relação a imóveis: nos casos de dação em pagamento; 
investidura; venda ou doação a outro órgão público; alienação, concessão de direito real de 
uso, locação ou permissão de uso de habitações de interesse social; b) com relação a 
móveis: nos casos de doação, permuta, venda de ações e títulos, venda de bens produzidos 
ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração e venda de materiais e 
equipamentos inservíveis, atendidos os requisitos e condições previstas nas alíneas do 
inciso II do citado art. 17. A doação com encargo, salvo no caso de interesse público, é 
passível de licitação, de acordo com o art. 17, § 4º. 
O Administrativista Diogenes Gasparini conceitua a licitação dispensada: "Licitação 
dispensada é a ocorrência na realidade da hipótese legal em que a Administração está 
liberada de licitar por expressa determinação dessa lei. Em tais situações, não cabe à 
Administração Pública qualquer ato, medida ou procedimento para liberar-se da 
licitação, pois essa lei já determina sua dispensa. Desse modo, basta que a hipótese legal, 
a exemplo da alienação de bem imóvel mediante dação em pagamento, aconteça na 
realidade para que aAdministração Pública, proprietária do bem a ser dado em 
pagamento, esteja liberada da licitação, que em outras hipóteses de alienação seria 
indispensável"[26]. 
5.2. Licitação dispensável 
É toda aquela que a Administração pode dispensar, se lhe for conveniente. São enumerados 
vinte e um casos na Lei n. 8.666/93, conforme se depreende do art. 24, I a XXIV. É 
conveniente esclarecer que o rol contido neste artigo é taxativo, a interpretação há de ser 
restritiva. Nessas hipóteses, o interesse público restará mais bem atendido se não ocorrer a 
competição entre os particulares aptos a concorrer entre si. 
Conforme explana Diogenes Gasparini: "Não cabe ao Estado-Membro ou ao Distrito 
Federal, nem ao Município, quando da feitura de suas respectivas leis de licitação e 
contrato administrativo, criar novas hipóteses de dispensabilidade (nesse sentido já 
decidiu o STF - RDA, 145:131). A dita regra escapa à União, que, por lei, pode alterar tal 
elenco, consignando novas hipóteses de licitação dispensável, como, aliás, tem sido feita 
até por medida provisória. Estado-Membro, Distrito Federal, Município, se não podem 
ampliá-lo, podem, certamente diminuí-lo em suas leis, como, de resto, também pode a 
União"[27]. 
Enfim, a notável professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro diz que"as hipóteses de 
dispensa podem ser divididas em quatro categorias: a) em razão do pequeno valor; b) em 
razão de situações excepcionais; c) em razão do objeto; d) em razão da pessoa"[28]. 
5.3. Hipóteses de licitação dispensável mais usuais 
Agora veremos as hipóteses que considero as mais usuais encontradas no art. 24 da Lei n. 
8.666/93, que são os incisos I, II, IV, X e XIII, que passo a comentar 
5.3.1. Inciso I do art. 24 da Lei n. 8.666/93 
"I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite 
previsto na alínea a, do inciso I, do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de 
uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no 
mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente (limite: R$ 
15.000,00)". 
Conforma ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a dispensabilidade, nesse caso, é 
plenamente justificável: "A execução de pequenas obras ou a prestação de singelos 
serviços de engenharia são medidas simples que não se compatibilizam com 
procedimentos solenes, dotados de formalidades que só emperrariam a atividade 
administrativa, sem oferecer qualquer vantagem"[29]. 
Entretanto, para compras, obras e serviços contratados por sociedades de economia mista, 
empresas públicas, autarquias e fundações governamentais qualificadas como Agências 
Executivas, o percentual estabelecido foi de 20% (vinte por cento), conforme prescreve o 
parágrafo único do art. 24. 
Diogenes Gasparini faz importante comentário sobre o inciso I: "Observe-se que dentro do 
exercício financeiro a entidade obrigada a licitar não pode, sob pena de fraudar a 
exigência da licitação, dividir o objeto da licitação (obra ou serviço de engenharia), cujo 
valor exige certa modalidade licitatória, em duas ou mais partes para que os respectivos 
valores se enquadrem nas citadas condições e limites de dispensabilidade (Acórdão TC-
70.717-02/90 do TCESP, publicado no DOE, 11 de junho de 1992). O mesmo expediente é 
condenado se com a sua adoção pretende-se alcançar modalidade licitatória mais simples. 
Assim, não se pode dividir o objeto para fugir da concorrência e cair, por exemplo, na 
tomada de preços (...)"[30]. 
Acrescenta-se, ainda, que quando ocorrer obras e serviços de mesma natureza executados 
no mesmo local, desde que possam ser realizados conjunta e concomitantemente, também 
está proibida a dispensa da licitação. 
 
5.3.2. Inciso II do art. 24 da Lei n. 8.666/93 
"II - Para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na 
alínea ‘a’, do inciso II, do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, 
desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior 
vulto que possa ser realizado de uma só vez (limite: R$ 8.000,00)". 
Aqui se enquadram as observações feitas no item anterior. O percentual também será de 
20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por sociedade de 
economia mista, empresa pública, autarquia e fundação pública qualificadas como 
Agências Executivas, na forma da lei, conforme dispõe o parágrafo único do art. 24 da Lei 
n. 8.666/93. 
5.3.3. Inciso IV do art. 24 da Lei n. 8.666/93 
"IV - Nos casos de emergência ou calamidade pública, quando caracterizada urgência de 
atendimento de situação que possa ocasionar prejuízos ou comprometer a segurança de 
pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente 
para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as 
parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e 
oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou 
calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos". 
Hely Lopes Meirelles define calamidade pública como: "Situação de perigo e de 
anormalidade social decorrente de fatos da natureza, tais como inundações devastadoras, 
vendavais destruidores, epidemias letais, secas assoladoras e outros eventos físicos 
flagelantes que afetem profundamente a segurança ou a saúde pública, os bens 
particulares, o transporte coletivo, a habitação ou o trabalho em geral"[31]. 
O estado de calamidade pública está definido pelo Decreto Federal n. 895, de 16-8-1993 
(que dispõe sobre o Sistema Nacional de Defesa Civil), como o "reconhecimento pelo 
poder público de situação anormal, provocada por desastres, causando sérios danos à 
comunidade afetada, inclusive à incolumidade ou à vida de seus integrantes". 
Com relação às expressões emergência e urgência, Vera Lúcia Machado D’Ávila comenta 
que: "O enfoque delimitador da definição de emergência e urgência, parece convergir ao 
aspecto tempo, ou seja, à verificação de que a via normal de decurso de um procedimento 
licitatório, sem que medidas efetivas sejam imediatamente adotadas pelo administrador, 
pode transformar-se em resultado danoso às coisas e pessoas, comprometendo a 
segurança das mesmas". 
Ela acrescenta ainda: "Diante, pois, dessas hipóteses fáticas, previu o legislador a 
possibilidade de ser declarada a dispensa da licitação, para a imediata contratação do 
particular, única forma possível para, efetivamente, evitar-se um dano maior e irreparável 
às pessoas e bens. E, para que se caracterize esse estado emergencial, necessário se torna, 
segundo a melhor doutrina, tornar clara a demonstração concreta e efetiva de dano e a 
demonstração de que a contratação é a via adequada e efetiva para eliminar o 
risco"[32]. 
Mais adiante se insurge dizendo que"o dispositivo constitui aplicação do princípio da 
razoabilidade, na medida em que exige uma relação entre os meios (dispensa de licitação) 
e os fins (atendimento de situação emergencial ou calamitosa) (...)"[33]. 
Por fim a ilustre Professora ventila que: "Importa reafirmar que a situação emergencial 
citada na regra sob comento é absolutamente incompatível com a morosidade na 
consecução do interesse público. Portanto, ou se está diante de uma situação fática 
ordinária e corriqueira, que poderá ser solucionada dentro das formalidades exigidas pelo 
procedimento licitatório, ou se está diante de fatos que reclamam do administrador a 
imediata adoção de providências que visem afastar ou minorar o prejuízo que decorreria 
da falta de ação da Administração. Daí dizer-se que os conceitos de emergência e 
urgência convergem para o mesmo sentido: a exigüidade de tempo na solução de um 
determinado problema podendo ocasionar irreparável prejuízo às pessoas ou bens 
materiais, soba responsabilidade do Poder Público"[34]. 
5.3.4. Inciso X do art. 24 da Lei n. 8.666/93 
"X - Para compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades 
precípuas da Administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem 
a sua escolha, desde que o preço praticado seja compatível com o praticado no mercado, 
segundo avaliação prévia". 
É conveniente observar que, no Decreto-Lei n. 2.300/86, essa hipótese era de 
inexigibilidade, de acordo com o art. 23, IV, passando agora a constituir caso de dispensa. 
Porém, diversos doutrinadores continuam a entender que essa hipótese é caso de 
inexigibilidade e não de dispensa. 
Diogenes Gasparini adota esta posição, conforme se verifica em seu comentário sobre este 
inciso: "É notório que não se trata se dispensa, mas de inexigibilidade. Ampliou-se, a 
nosso ver, o conteúdo desse dispositivo, e hoje, como todas as finalidades precípuas da 
Administração Pública são serviços públicos, restou mais fácil a dispensa. A instalação ou 
a localização do serviço, não obstante esse alargamento, continuam restringindo a 
hipótese"[35]. 
Segundo a professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro: "Exige-se, para aplicação dessa 
hipótese: a) que as características do imóvel atendam às finalidades precípuas da 
Administração; b) que haja avaliação prévia; e c) que o preço seja compatível com o valor 
do mercado. O descumprimento desse último requisito leva à aplicação do § 2º do art. 25, 
que prevê a responsabilidade solidária do fornecedor (no caso, o vendedor) e do servidor 
responsável, desde que a compra seja feita com superfaturamento"[36]. 
Com relação à instalação e a localização do imóvel, o douto Diogenes Gasparini comenta 
que: "A necessidade de instalação é justificativa para a dispensabilidade quando, por 
exemplo, a natureza do serviço exige do imóvel onde será instalado certas características 
(altura do pé-direito, natureza da construção), tanto quanto o é a localização (próximo a 
um serviço já instalado), por exemplo. Com essa indicação a Administração Pública torna 
o bem singular; não há outro bem que possa tender aos seus reclamos, e em razão disso 
pode-se comprá-lo ou locá-lo sem licitação. A hipótese só prestigia a entidade que, em 
tese, está obrigada a licitar, quando compradora ou locatária. Quando vendedora de bem 
imóvel, a disciplina é estatuída no art. 17 do Estatuto Federal Licitatório e quando 
locadora, a regra é licitação, dado que seu bem pode interessar a mais de uma pessoa, 
salvo a hipótese da alínea f do inciso I desse artigo"[37]. 
Assim, verifica-se que, se não houver a individualização, exige-se a licitação. 
Ademais, esse dispositivo exige, ainda, que o preço praticado para a compra ou locação 
seja compatível com o praticado no mercado. Logo, tal circunstância deve estar bem 
demonstrada no processo de compra ou locação. 
5.3.5. Inciso XIII do art. 24 da Lei n. 8.666/93 
"XIII - Na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente 
da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à 
recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação 
ético-profissional e não tenha fins lucrativos". 
Este inciso trata da contratação de instituição brasileira voltada à pesquisa, ao ensino e ao 
desenvolvimento nacional ou de instituição dedicada à recuperação social do preso. 
Qualquer dessas contratações deve ser feita por preços compatíveis com os praticados no 
mercado, apesar de tal requisito não ser mencionado no inciso. Por fim, essa contratação 
deve respeitar as seguintes condições: a) inquestionável reputação ético-profissional 
(constitui conceito de difícil comprovação); b) não ter fins lucrativos. 
6. Da inexigibilidade de licitação 
É a lei que determina os casos em que a Administração pode ou deve deixar de realizar a 
licitação, tornando-a inexigível. 
 A inexigibilidade de licitação diz respeito às hipóteses em que a competição é inviável, ou 
seja, quando há impossibilidade jurídica de competição entre contratantes, quer pela 
natureza específica do negócio, quer pelos objetivos sociais visados pela Administração. 
Tais hipóteses estão arroladas, exemplificativamente, no art. 25 da Lei n. 8.666/93. A 
própria redação desse artigo traz implícita a possibilidade de ampliação. Assim, outras 
suposições que não estão descritas no artigo poderão ocorrer quando comprovadamente se 
estiver diante de situação que cause a impossibilidade de competição, quer pela 
particularidade do objeto pretendido pela Administração, quer pela particularidade do 
contratado a fornecer o bem ou prestar o serviço. 
O Professor Hely Lopes Meirelles ensina que "em todos esses casos a licitação é inexigível 
em razão da impossibilidade jurídica de se instaurar competição entre eventuais 
interessados, pois não se pode pretender melhor proposta quando apenas um é 
proprietário do bem desejado pelo Poder Público ou reconhecidamente capaz de atender 
às exigências da Administração no que concerne à realização do objeto do contrato"[38]. 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro explica a diferença entre dispensa e inexigibilidade de 
licitação, conforme se verifica a seguir: "A diferença básica entre as duas hipóteses está no 
fato de que, na dispensa, há possibilidade de competição que justifique a licitação; de 
modo que a Lei faculta a dispensa, que fica inserida na competência discricionária da 
Administração. Nos casos de inexigibilidade, não há possibilidade de competição, porque 
só existe um objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da Administração; a 
licitação é, portanto, inviável"[39]. 
Diogenes Gasparini bem define os termos inexigível e inexigibilidade. Vejamos: 
"Inexigível é o que não pode ser exigido, asseguram os dicionaristas. Inexigibilidade, a 
seu turno, é a qualidade do que não pode ser exigido. Desse modo, a inexigibilidade da 
licitação é a circunstância de fato encontrada na pessoa que se quer contratar, ou com 
quem se quer contratar, que impede o certame, a concorrência; que impossibilita o 
confronto das propostas para os negócios pretendidos por quem, em princípio, está 
obrigado a licitar, e permite a contratação direta, isto é, sem a prévia licitação. Assim, 
ainda que a Administração desejasse a licitação, estaria sendo inviável, ante a absoluta 
ausência de concorrentes. Com efeito, onde não há disputa ou competição não há 
licitação. É uma particularidade da pessoa de quem se quer contratar o mérito 
profissional, encontrável, por exemplo, no profissional de notória especialização e no 
artista consagrado pela crítica especializada. É circunstância encontrada na pessoa com 
quem se quer contratar a qualidade de ser a proprietária do único ou de todos os bens 
existentes"[40]. 
Ainda nos dizeres do ilustre professor, "a contratação com base nas hipóteses de 
inexigibilidade necessita de justificativa, que é o arrazoado preparado e assinado pelo 
agente responsável pela análise da viabilidade ou não da licitação (...)"[41]. 
Acrescenta-se, por fim, que a Administração deve tomar os devidos cuidados com a 
comprovação da capacidade jurídica, técnica, econômico-financeira e com a regularidade 
fiscal. 
6.1. Hipóteses de licitação inexigível 
Como mencionado anteriormente, o art. 25 da Lei n. 8.666/93 define quais são as hipóteses 
de inexigibilidade de licitação, que passaremos a comentar a seguir: 
6.1.1. Inciso I do art. 25 da Lei n. 8.666/93 
"I - Para aquisição de materiais, equipamentos; ou gêneros que só possam ser fornecidos 
por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de 
marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido 
pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou 
o serviço pelo Sindicato, Federação ou ConfederaçãoPatronal, 
ou ainda, pelas entidades equivalentes". 
Essa hipótese trata do produtor ou vendedor exclusivo; logo verifica-se que seria 
desnecessário licitar o que não é passível de competição de preço ou de qualidade. 
Nos dizeres de Diogenes Gasparini acerca do tema: "A licitação só tem razão de ser nas 
hipóteses em que se pode instaurar uma competição entre os licitantes interessados em 
negociar com a entidade, em princípio, obrigada a licitar. Inexistindo essa possibilidade, 
torna-se inútil o certame e absurda a sua exigência. É o que ocorre, e aí o porquê da 
inexigibilidade, para a ‘aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que possam ser 
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo’, prevista no 
primeiro dos incisos do art. 25 do Estatuto Federal Licitatório. Produtor tanto pode ser o 
agricultor como o industrial; é aquele que produz bens para o consumo. Empresa é a 
organização que produz ou fornece bens para o consumo. Representante comercial é o 
delegado de uma empresa voltada para o comércio de bens"[42]. 
O professor Hely Lopes Meirelles também faz importantes considerações sobre este inciso: 
"Para a Administração, a exclusividade do produtor é absoluta e afasta sumariamente a 
licitação em qualquer de suas modalidades, mas a do vendedor e do representante 
comercial é na praça, tratando-se de convite; no registro cadastral, no caso de tomada de 
preços; no País, na hipótese de concorrência. Considera-se, portanto, vendedor ou 
representante comercial exclusivo, para efeito de convite, o que é único na localidade; 
para tomada de preços, o que é único no registro cadastral; para concorrência, o que é 
único no País"[43]. 
Sobre o tema a renomada Maria Sylvia Zanella Di Pietro, expressa: "A parte final do 
dispositivo, a indicar a forma como deve ser feita a prova de exclusividade, constitui 
inovação na lei, mas que consagra entendimento já adotado pelo Tribunal de Contas, em 
especial o do Estado de São Paulo; a prova exigida pelo dispositivo já era de aplicação 
rotineira"[44]. 
6.1.2. Inciso II do art. 25 da Lei n. 8.666/93 
"II - Para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza 
singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a 
inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação". 
Essa hipótese trata da inexigibilidade de licitação para contratação de serviços técnicos 
profissionais especializados como profissionais (pessoas físicas) ou empresas (pessoas 
jurídicas) de notória especialização. 
Os serviços dessa natureza estão elencados em vários incisos do art. 13 do Regramento 
Licitatório, vejamos: 
"Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais 
especializados os trabalhos relativos a: 
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; 
II - pareceres, perícias e avaliações em geral; 
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras; 
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; 
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; 
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; 
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico. 
§ 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de 
serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados 
mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração. 
§ 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber, o disposto no 
art. 111 desta Lei. 
§ 3º A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente relação de 
integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como elemento de 
justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os 
referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato". 
Entre os serviços técnicos enumerados no artigo, a contratação destes somente será 
legítima se forem de natureza singular e se o profissional ou empresa desejada para a 
execução for de notória especialização. 
No que concerne à natureza singular do serviço, o professor Diogenes Gasparini diz: "Por 
natureza singular do serviço há de se entender aquele que é portador de tal complexidade 
executória que o individualiza, tornando-o diferente dos da mesma espécie, e que exige, 
para a sua execução, um profissional ou empresa de especial qualificação (...). Assim, não 
basta que seja serviço constante da lista; deverá constar da lista e ter natureza singular. 
Fora disso, a licitação é necessária, ainda que o profissional seja de notória 
especialização"[45]. 
Com relação à notória especialização, o § 1° do art. 25 do Estatuto Federal Licitatório 
trouxe sua definição: "§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou 
empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho 
anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, 
ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu 
trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do 
contrato". 
A professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro também comenta sobre a notória 
especialização: "Com relação à notória especialização, o § 1° do art. 25 quis reduzir a 
discricionariedade administrativa em sua apreciação, ao exigir os critérios de 
essencialidade e indiscutividade do trabalho, como sendo o mais adequado à plena 
satisfação do objeto do contrato, para ser válida a inexigibilidade"[46]. 
6.1.3. Inciso III do art. 25 da Lei n. 8.666/93 
"III - Para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de 
empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião 
pública". 
Esse último inciso traz a hipótese da contratação de profissional de qualquer setor artístico, 
contudo deve-se conferir se o artista é consagrado por críticos especializados ou pela 
opinião pública. 
Vejamos a opinião da ilustre administrativista Maria Sylvia Zanella Di Pietro: "(...) A 
hipótese é semelhante à do inciso anterior: o que se objetiva é a prestação de serviço 
artístico, que pode tornar-se insuscetível de competição, quando contratado com 
profissional já consagrado, que imprima singularidade ao objeto do contrato"[47]. 
Por fim, vale trazer à tona que existem hipóteses que não se enquadram em nenhum dos 
incisos do mencionado art. 25, mas que estão incluídas no caput deste artigo, em razão de 
comprovada inviabilidade de competição, uma vez que o rol apresentado é 
exemplificativo. 
 
7. Conclusão 
Pelo exposto neste trabalho, podemos concluir que é importante reforçar o entendimento 
de que o procedimento licitatório, através dos princípios constitucionais que norteiam os 
atos a ser praticados pela Administração Pública, é exigência formal a ser notada na 
contratação pelo Poder Público. 
Apesar de representar regra na seleção de particulares para celebração de contratos 
administrativos, a Lei prevê alguns casos em que se pode dispensar ou inexigir a 
instauração de procedimento licitatório, conforme acima reportado. 
 Vale lembrar que a dispensa e inexigibilidade de licitação devem ser fundamentadamente 
justificadas. O processo deve ser instruído com elementos que caracterizem a ocorrência de 
uma das hipóteses contidas nos artigos do Estatuto Federal Licitatório, a fim de atender ao 
interesse público, de maneira mais rápida e econômica, visando preservar o erário. 
A justificativa do preço bem como as demais hipóteses demonstradas neste trabalho 
compõem o mínimo exigido da Administração Pública contratante para dar 
prosseguimento e validade ao contrato administrativo que vislumbre declarare também 
justificar a dispensa ou a inexigibilidade de licitação, procedimento esse que se não for 
seguido acarretará a nulidade dos atos praticados. 
Visando atingir esses objetivos, torna-se necessário observar os preceitos legais e 
constitucionais, que traduzem as formalidades necessárias para os processos de dispensa e 
inexigibilidade de licitação, cujo descumprimento pelos administradores importará em 
infração penal devidamente tipificada no Estatuto Federal Licitatório. 
 
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1996. 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 28. ed. (atual. Eurico 
Azevedo et al.). São Paulo: Malheiros, 2003. 
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 11. ed. São Paulo: 
Malheiros, 1999. 
SUNDFELD, Carlos Ari. Licitação e contrato administrativo. São Paulo: Malheiros, 1994. 
 
 
[1] GASPARINI, Diogenes. Direito administrativo. 6. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: 
Saraiva, 2001, p. 385. 
[2] MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 28. ed. (atual. Eurico 
Azevedo et al.). São Paulo: Malheiros, 2003, p. 263. 
[3] MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 1996, p. 204. 
[4] MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 28. ed. (atual. Eurico 
Azevedo et al.). São Paulo: Malheiros, 2003, p. 264. 
[5] GASPARINI, Diogenes. cit., p. 386. 
[6] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 13. ed. São Paulo: Atlas, 
2001, p. 291. 
[7] MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 11. ed. São 
Paulo: Malheiros, 1999, p. 371. 
[8] MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, cit., 2003. p. 263. 
[9] MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo, cit., p. 379. 
[10] MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, cit., p. 303. 
[11] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo, cit., p. 314. 
[12] MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, cit., p. 309. 
[13] MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno, cit., p. 209. 
[14] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo, cit., p. 320. 
[15] MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, cit., p. 311 e 312. 
[16] MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno, cit., p. 210. 
[17] MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, cit., p. 313. 
[18] MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, cit., p. 313. 
[19] GASPARINI, Diogenes. Direito administrativo, cit., p. 466. 
[20] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo, cit., p. 302. 
[21] GASPARINI, Diogenes. Direito administrativo, cit., p. 407 e 408. 
[22] MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, cit., p. 269. 
[23] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella; RAMOS, Dora Maria de Oliveira; SANTOS, 
Márcia Walquiria Batista dos; D´AVILA, Vera Lúcia Machado. Temas polêmicos sobre 
licitações e contratos. 4. ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2000. p. 97. 
[24] MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno, cit., p. 224. 
[25] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella; RAMOS, Dora Maria de Oliveira; SANTOS, 
Márcia Walquiria Batista dos; D´AVILA, Vera Lúcia Machado. Temas polêmicos sobre 
licitações e contratos., cit., p. 104. 
[26] GASPARINI, Diogenes. Direito administrativo, cit., p. 411. 
[27] GASPARINI, Diogenes. Direito administrativo, cit., p. 418. 
[28] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo, cit., p. 304. 
[29] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo, cit., p. 420. 
[30] GASPARINI, Diogenes. Direito administrativo, cit., p. 421. 
[31] MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, cit., p. 270 e 271. 
[32] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella; RAMOS, Dora Maria de Oliveira; SANTOS, 
Márcia Walquiria Batista dos; D´AVILA, Vera Lúcia Machado. Temas polêmicos sobre 
licitações e contratos., cit., p. 107 e 108. 
[33] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo, cit., p. 305. 
[34] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella; RAMOS, Dora Maria de Oliveira; SANTOS, 
Márcia Walquiria Batista dos; D´AVILA, Vera Lúcia Machado. Temas polêmicos sobre 
licitações e contratos, cit., p. 109. 
[35] GASPARINI, Diogenes. Direito administrativo, cit., p. 431. 
[36] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo., cit., p. 308. 
[37] GASPARINI, Diogenes. Direito administrativo, cit., p. 431. 
[38] MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, cit., p. 274. 
[39] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo, cit., p. 302. 
[40] GASPARINI, Diogenes. Direito administrativo, cit., p. 440. 
[41] Idem Ibidem. p. 441. 
[42] GASPARINI, Diogenes. Direito administrativo, cit., p. 442. 
[43] MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, cit., p. 275. 
[44] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo., cit., p. 311 e 312. 
[45] GASPARINI, Diogenes. Direito administrativo, cit., p. 446. 
[46] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo, cit., p. 311 e 313. 
[47] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo, cit., p. 313. 
 
 
 
*Advogado. 
 
 
Disponível em: http://www.saraivajur.com.br/

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