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LICITAÇÃO CONTRATAÇÃO DIRETA SEM LICITAÇÕES

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36
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP 
JACQUELINE SEABRA DE OLIVEIRA 
LICITAÇÃO
“CONTRATAÇÃO DIRETA SEM LICITAÇÕES”
SÃO PAULO
2021
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP 
JACQUELINE SEABRA DE OLIVEIRA
RA: 4353684 FONE: (11) 9.6610-8391 E-MAIL: jack_seabra@hotmail.com
LICITAÇÃO
“CONTRATAÇÃO DIRETA SEM LICITAÇÕES”
Monografia apresentada à Banca Examinadora da Universidade Paulista UNIP, como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito sob a orientação do Professor Arthur Bezerra de Souza Junior. 
SÃO PAULO
2021
BANCA EXAMINADORA:
	Professor Orientador: __________________________
Professor Arguidor: ____________________________
Professor Arguidor: ____________________________
“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las” (Evelyn Beatrice Hall)
RESUMO
Embora o procedimento licitatório seja regra conforme a Lei 8.666/93, possui exceções estando elencados aos artigos 24 e 25 da Lei de Licitações (dispensa de inexigibilidade). Dispensa de licitações tem fundamentação no artigo 24 da Lei de 8.666/93, que são objetos licitáveis, ou seja, objetos que possam ser fornecidos por outras pessoas. Já a inexigibilidade, falta os pressupostos lógicos que consiste na pluralidade de ofertantes, está elencada no artigo 25 da Lei. Sendo assim a licitação é um procedimento formal de escolha da melhor proposta para a celebração de um contrato administrativo, mas possui exceções.
Palavras-chave: Licitação, inexigibilidade e princípios.
 Sumário
INTRODUÇÃO	7
1.1	Conceito	8
1.2 Finalidade	10
1.3 Objeto	11
1.4 Princípios da licitação	11
1.4.1 – Princípio da Igualdade	12
1.4.2 – Princípio da Legalidade	12
1.4.3 – Princípio da Impessoalidade	13
1.4.4 – Princípio da Moralidade	13
1.4.5 – Princípio da Probidade	14
1.4.7 – Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório	15
1.4.8 – Princípio do Julgamento Objeto	16
1.4.9 – Princípio da Obrigatoriedade	17
2. Obrigatoriedade de Licitação	19
2.1 Competências para Legislar	20
2.2 Obrigados a Licitar	21
2.3 Pressupostos da Licitação	21
2.3.1 – Pressupostos Fáticos	21
2.3.2 – Pressupostos Jurídicos	22
2.3.3 – Pressuposto Lógico	22
3. Contratação Direta Sem Licitação	22
3.1 Dispensa de Licitação	23
3.1.1 – Em Razão do Valor	27
3.1.2 – Licitações Excepcionais	27
3.1.3 – Em Razão do Objeto	29
3.1.4 – Em Razão da Pessoa	30
3.2 Inexigibilidade de Licitação	30
3.2.1 – Fornecedor Exclusivo	31
4. Atualização da Nova Lei de Licitações nº 14.133/2021.	31
4.1 - Principais Alterações:	32
4.1.1- Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP)	32
4.1.2 - Sustentabilidade.	33
4.1.3 - Procedimento Licitatório.	34
4.1.4 - Diálogo Competitivo	35
4.1.5 - Deslocamento dos crimes para o Código Penal	35
4.1.5 - Modos de Disputa.	36
CONCLUSÃO	38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	38
INTRODUÇÃO
A licitação é um procedimento obrigatório mediante o qual a Administração Pública seleciona proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Como procedimento, desenvolve-se através de uma sucessão ordenada de atos vinculantes para a Administração e para os licitantes.
A Lei 8.666/93 foi criada para regulamentar essa obrigatoriedade, além de circular as normas gerais sobre licitações, o presente estudo tem como objetivo analisar o pregão como uma modalidade de licitação. O pregão, como as outras modalidades de licitação, busca obter melhor proposta à administração, aquela considerada a mais vantajosa para o ente administrativo que está interessado em contratar terceiros.
Nesta linha, o estudo sobre dispensa e inexigibilidade de licitações públicas serão levados em conta os princípios que regem o direito administrativo, bem como os artigos 24 e 25 da Lei 8.666/93.
Por fim, a última seção é dedicada a um estudo crítico do tema principal e considerações finais.
1. Licitações Públicas
	Licitações públicas são utilizadas para celebrar contratos de prestações de serviços, levando sempre em consideração a melhor proposta, tanto no aspecto da qualidade, quanto a menos onerosa.
1.1 Conceito
	Licitação é um procedimento público organizado pelo Estado em suas contratações, oferecendo sempre igualdade entre os concorrentes, levando sempre em consideração os princípios do Direito Administrativo. Segundo Hely Lopes Meireles: “licitação é um procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse”.
	Ao contrário do particular, que dispõe de ampla liberdade na hora de adquirir, alienar, locar bens, contratar execução de obras e serviços, a Administração tem que obrigatoriamente seguir a Lei 8.666/93.
	Ainda examinando o conceito de licitação, deparamos com o conceito de Maria Silvia Zanella Di Pietro:
Pode-se definir licitação como o procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório. Possibilidade de formularem propostas dentre as quais secionará e aceitará as mais convenientes para a celebração do contrato. 
	Os vínculos contratuais não nascem da licitação, mas são preparados por esta para a celebração do ajuste. O procedimento da licitação tem faxes e ator específicos; o contrato administrativo tem características próprias e cláusulas essenciais irrelegáveis pelas partes.
	É um certame que as entidades governamentais devem promover e no qual abrem disputa entre os interessados em com elas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, para escolher a proposta mais vantajosa às conveniências públicas. Estriba-se na ideia de competição, a ser travada isonomicamente entre os que preencham os atributos e aptidões necessários ao bom cumprimento das obrigações que se propõem assumir. 
	Donde, pressupõe como regra duas fases fundamentais; uma, a da demonstração de tais atributos, chamada habilitação, e outra, concernente à apuração da melhor proposta, que é o julgamento.
	Esta é a definição de Celso Bandeira de Mello[footnoteRef:1]: [1: MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administração, 26° ed. São Paulo, Malheiros Editores, 2009, p .517.] 
Define licitação como um certame que as entidades governamentais devem promover e no qual abrem disputa entre os interessados em com elas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, para escolher a proposta mais vantajosa às conveniências públicas”.
	Há outras definições para o mesmo tema feitas por Miguel Seabra Fagundes[footnoteRef:2]: [2: FAGUNDES, Miguel Seabra, p. 236/429.] 
A concorrência, licitação é, tipicamente, um procedimento administrativo, isto é, uma série de atos ligados entre si, como antecedentes e consequentes. Tem ela como um de seus objetivos limitar a discrição da autoridade que contrata. Na concorrência, a classificação dos concorrentes se dá sempre em função das vantagens por eles oferecidas.
	Hely Lopes Meirelles[footnoteRef:3], no clássico Direito Administrativo Brasileiro, concebe a licitação como: [3: MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 37° ed., São Paulo: Malheiros, 2011, p. 283.] 
Licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse, inclusive o da promoção do desenvolvimento econômico sustentável e fortalecimento de cadeias produtivas de bens e serviços domésticos. Como procedimento, desenvolve-se através de uma sucessão ordenada de atos vinculantes para a Administração e para os licitantes, o que propicia igual oportunidade a todos os interessados e atua como fator de eficiência e moralidade nos negócios administrativos. 
	Hely Lopes Meireles em sua obra pressupõe que:
o procedimento administrativo através do qual a pessoa a isso juridicamenteobrigada leciona, em razão de critérios objetivos previamente estabelecidos, de interessados que tenham atendido à sua convocação, a proposta mais vantajosa para o contrato ou ato de seu interesse.
	Licitação é o procedimento administrativo que contrata serviços ou adquire produtos pela Administração Pública direta ou indireta. No Brasil, essas licitações são reguladas pela Lei n° 8.666/93[footnoteRef:4]. [4: Decreto-lei n° 8.666/93 de 21 de junho de 1993.] 
	O ordenamento jurídico em sua Constituição Federal em seu art. 37, XXI, determinou a obrigatoriedade da licitação para todas as aquisições de bens e contratações de serviços e obras, bem como para alienação de bens, realizada pela Administração no exercício de suas funções.
Art. 37, XXI. Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensável à garantia do cumprimento das obrigações.
	No entanto, a doutrina conceitua licitação como um procedimento administrativo, de observância obrigatória pelas entidades governamentais, em que observada a igualdade entre os participantes, deve ser selecionada a melhor proposta dentre as apresentadas pelos interessados e com elas travam determinadas relações de conteúdo patrimonial, uma vez preenchido os requisitos mínimos necessários ao bom cumprimento das obrigações a que eles se propõem[footnoteRef:5]. [5: PAULO, Marcelo Alexandrino Vicente. Direito Administrativo. 19° ed., São Paulo: Método, 2011, p. 562.] 
1.2 Finalidade
	A finalidade da licitação é atender o interesse público por meio da proposta mais vantajosa e menos onerosa, observando os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, probidade administrativa, vinculação ao instrumento convocatório e julgamento objetivo.
	A finalidade pode ser observada no artigo 3° da Lei 8.666/93: “a licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável (...)”
1.3 Objeto
	Existe na doutrina dois tipos de objetos, que são denominados de mediatos e imediatos:
	I – Mediatos: é aquilo que administração pretende contratar;
	II – Imediatos: é a proposta mais vantajosa
	Conforme o artigo37, XXI, da Constituição Federal, salvos aos que a lei permite a contratação direta sem o procedimento licitatório que será objeto principal deste estudo.
1.4 Princípios da licitação
	Os princípios são, em sentido amplo, a origem das normas. É, segundo José Afonso da Silva[footnoteRef:6]: “ordenações que se irradiam e imantam os sistemas de normas”. Miguel Reale[footnoteRef:7] arremata dizendo que: “(...) os princípios são verdadeiros fundamentos de um sistema de conhecimento, com tais admitidas, por serem evidentes ou por terem sido comprovadas, mas também por motivos de ordem prática de caráter operacional, isto é, como pressupostos exigidos pelas necessidades de pesquisa e de práxis”. [6: 	SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 32° ed. São Paulo: Malheiros, 2009, p.92.] [7: 	REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 7° ed. São Paulo: Saraiva, 1980, p. 299.] 
	Como é comum aos procedimentos dos entes públicos, a licitação também segue os princípios gerais do regime jurídico-administrativo, porém é inegável que um procedimento licitatório tem outros princípios constitucionais os quais a licitação terá que seguir à risca para boa eficácia do procedimento licitatório.
	A licitação segue procedimentos pautados uns após os outros, os quais vinculam a administração e os licitantes às exigências de todo o trâmite licitatório, as administrações podem adequar o procedimento licitatório às peculiaridades de suas repartições, e geralmente, fazem através do caderno de obrigações ou de encargos, mas, uma vez fixadas as normas procedimentais, não podem afastar-se de suas prescrições, sob pena de invalidarem a licitação, este é o princípio da formalidade do procedimento, o qual domina toda licitação. Parelhando os que realizam e os que licitam aos mesmos preceitos procedimentais.
	Daí o que faz valer o preceito do artigo 4° da Lei 8.666/93, de 1993, alude que os participantes de licitação têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento, muito embora dirigido aos órgãos e entidades da Administração Federal, esse dispositivo enuncia uma norma geral.
	Maria Sylvia Zanella Do Pietro, observa que:
(...) a própria licitação constitui um princípio a que se vincula a Administração Pública. Essa é uma decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público e que se constitui em uma restrição à liberdade administrativa na escolha do contratante: administração terá que escolher aquele cuja proposta melhor atenda ao interesse público[footnoteRef:8]. [8: 	PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito Administrativo. 24° ed. São Paulo: Atlas, 2011, p. 63. ] 
	O artigo 3°, do Decreto Lei n° 2300, de 21 de novembro de 1986, menciona que a licitação será julgada e processada em estrita conformidade com os princípios básicos da igualdade, da publicidade, da propriedade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. Acrescenta-se ainda, conforme o artigo 3°, da Lei n° 8.666/93, os princípios da legalidade, impessoalidade e da moralidade (prevista no art. 37, caput, da Constituição). 
1.4.1 – Princípio da Igualdade
	Este princípio visa assegurar igualdade de direitos a todos os interessados em contratar e permitir a melhor escolha à Administração. A Constituição Federal, no seu art. 5°, caput, estabelece que, sem distinção de qualquer natureza, todos são iguais perante a lei. Portanto, todos têm que ser tratado pela Administração Pública de forma igual. 
	O objetivo deste princípio é evitar privilégios por parte de alguns, esta igualdade não significa nivelamento econômico, mas sim de uma igualdade jurídica formal.
	Todavia, Celso Antonio Bandeira de Mello dispõe sobre este princípio: “que o princípio da igualdade não deve ser entendido em termos absolutos de modo a se converter em obstáculo do bom e eficaz desempenho da atividade administrativa”[footnoteRef:9]. [9: 	MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 22° ed., São Paulo: Malheiros, 2007, p. 74.] 
	Dessa forma, para todos aqueles que desejam ser contratados pela Administração devem ter iguais chances de participação na licitação.
1.4.2 – Princípio da Legalidade
	A Administração Pública tem que seguir os mandamentos da lei, não podendo se esquivar de segui-la, sob pena de invalidade do ato e responsabilidade de seu autor. O princípio não incide só sobre a atividade administrativa, mas também às demais atividades do Estado.
	Portanto, a lei é quem define e rege os ditames da licitação, por isso é de grande importância no procedimento licitatório. Todas as fases da licitação estão elencadas na Lei 8.666/93, cujo artigo 4° estabelece que todos que participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o artigo 1° têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido na lei[footnoteRef:10]. [10: 	TANAKA, Sônia Yuriko Kanashiro. Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2008, p. 287.] 
	O princípio da legalidade determina que a atividade administrativa deverá ser executada na conformidade da lei. Enquanto o particular tem a liberdade de fazer tudo o que a lei não proíbe, a Administração Pública somente tem a permissão de fazer aquilo que a lei autoriza.
1.4.3 – Princípio da Impessoalidade
	Na impessoalidade, o ato administrativo não deve ser elaborado tendo como objetivo a pessoa de alguém, ou seja,a licitação não é feita pensando em uma pessoa específica, tem que servir a qualquer pessoa, é um ato impessoal.
	Todos que participam da licitação devem ser tratados de forma igualitária em seus direitos e obrigações, devendo a Administração, em suas decisões não levar em conta as condições pessoais ou vantagens oferecidas pelos licitantes, salvo no instrumento convocatório.
	O princípio da impessoalidade traz a ideia de que a conduta do agente público, no desempenho da atividade administrativa e na condição de gestor da coisa pública deve ser sempre objetiva e impessoal, tendo por único objetivo, a satisfação do interesse público.
1.4.4 – Princípio da Moralidade
	A moralidade administrativa esta ligada a boa-fé, a moral, os bons costumes, no qual o bom administrador usa de sua competência da melhor forma e mais útil para o interesse público.
	A importância do princípio da moralidade administrativa já for ressaltada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (RDA 89:134) ao afirmar que a moralidade administrativa e o interesse coletivo integram a legalidade do ato administrativo.
	Especificamente no âmbito das licitações e contratos administrativos, o princípio da probidade e moralidade administrativa tem o mesmo sentido, qual seja, o dever de agir com lealdade e boa-fé, ou seja, os agentes da Administração Pública nas suas ações devem preservar a lisura e licitude. É justamente em razão disto que ao optar pela dispensa e inexigibilidade de licitação, deve fazê-lo dentro dos limites e hipóteses fixadas na lei, pra que não haja lesão ao interesse público.
	Está previsto nos arts. 44 e 45 da Lei de Licitações e Contratos Administrativos, respectivamente, no julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou no convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta lei. E que o julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de Licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidades com os tipos de licitação, os critérios previamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
1.4.5 – Princípio da Probidade
	O princípio da probidade está relacionado com o princípio da moralidade, em seu art. 37, §4°, da Constituição Federal, estabelece que: 
os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
	Este princípio está relacionado a boa-fé, honestidade, moralidade dos administradores que leva a confiança dos cidadãos comuns. Evidentemente os administradores atuem com boa-fé para com administrados e a própria administração.
1.4.6 – Princípio da Publicidade
	O princípio da publicidade refere-se à garantia dada a qualquer interessado em contratar com o Estado em participar da licitação, bem como o conhecimento dos atos da Administração Pública praticados durante a licitação.
	A licitação deve ser aberta aos interessados, assegurando aos mesmos o direito de fiscalizar todos os atos, decisórios ou não, emanados da Comissão de Licitação, relativos à determinada licitação, devem ser publicados nos mesmos meios em que foi dada ciência do edital aos interessados, inclusive os de abertura da licitação e do respectivo contrato, se houver que podem ser publicados em resumo.
	Todos os atos do processo de licitação podem ser conhecidos por todos quantos se interessarem pelo contrato, de modo a propiciar sua fiscalização, salvo o conteúdo dos envelopes que será de caráter sigiloso. Entretanto, com sua abertura em ato público, perde a característica sigilosa, assim podendo todos os interessados ter acesso ao conteúdo.
	A publicidade deve ser tida como um dever de transparência em favor dos interessados e a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de seus efeitos externos, visando propiciar seu controle pelos interessados, desta forma, a Lei n° 8.666/93, em seu art. 3°, §3° estabelece: “que a licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura”.
	A base legal também se encontra no art. 5, inc. LXXIII, da Constituição Federal que atribui legitimidade a qualquer pessoa para propositura da ação popular contra ato lesivo ao patrimônio público ou a moralidade administrativa, podemos citar também o art. 74, §2 da mesma, que é parte legítima também qualquer cidadão para denunciar irregularidade ou ilegalidade perante o TCU (Tribunal de Contas da União).
1.4.7 – Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório
	De acordo com Hely Lopes Meirelles[footnoteRef:11], a vinculação ao edital é princípio básico de toda licitação. Nem se compreenderia que a Administração fixasse no edital forma e o modo de participação dos licitantes e no decorrer do procedimento ou na realização do julgamento dos licitantes, caso se afastasse do estabelecido ou admitisse documentação e propostas em desacordo com o solicitado. O edital é a lei interna da licitação, e como tal, vincula aos seus termos tanto os licitantes como a Administração que o expediram, art. 41 da Lei 8.666/93. [11: 	MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 37° ed., São Paulo: Malheiros, 2011, p. 290.] 
	Este princípio é essencial e caso não seja observado pode gerar nulidade do procedimento de licitação. Quanto a Administração, estabelece através de edital ou carta convite, as condições para participar da licitação e as cláusulas essenciais para o contrato apresentado os interessados, suas propostas conforme estabelecidas essas condições, caso esse princípio for desrespeitado. Estarão os princípios em igualdade entre os licitantes.
	Mediante o instrumento convocatório, leva-se ao conhecimento do público a abertura de licitação, nele sendo fixadas as condições de sua realização e aos convocados os interessados para apresentarem propostas[footnoteRef:12]. [12: 	MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 37° ed., São Paulo: Malheiros, 2011, p. 271.] 
	Entretanto, esse princípio não impede a Administração Pública de negociar com o licitante vencedor condições mais vantajosas para o interesse público. Lembra Antonio Carlos Cintra do Amaral[footnoteRef:13]: [13: 	AMARAL, Antonio Carlos Cintra do. Licitação para serviços públicos, São Paulo: Malheiros, 1995, p. 19.] 
nota-se que a vinculação ao instrumento convocatório não exclui a possibilidade de negociação. Pra que juridicamente possa esta ser fundamentada é necessário observar o seguinte: a) só pode haver negociação com o proponente vencedora; b) dela deve resultar uma melhoria na proposta apresentada; c) em consequência, a ordem de classificação não poderá ser alterada, e d) a negociação não pode acarretar uma alteração no instrumento convocatório, de sorte que alguém que não participou da licitação pudesse alegar que se soubesse que seria assim teria participado. 
	Diante do exposto, a Administração Pública tem liberdade para definir suas condições, concomitantemente, entretanto, estrutura-lhes de modo a restringir discricionariedade a certas etapas.
1.4.8 – Princípio do Julgamento Objeto
	De acordo com Hely Meirelles[footnoteRef:14], o julgamento objetivo é o que se baseia no critério indicado no edital e nos termos específicos das propostas. É princípio de toda licitação que seu julgamento apoie em fatores concretos pedidos pela Administração, em confronto com o ofertado pelos proponentes dentro do permitido no edital ou convite. Visa a afastar o discricionarismo na escolha das propostas, obrigando os julgadores a atentar-se ao critério prefixado pela Administração, como o que se reduz e se delimita a margem de valoração subjetiva, sempre presente em qualquer julgamento, arts. 44 e 45 da Lei. [14: 	MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 37° ed., São Paulo: Malheiros, 2011, p. 291.] 
	Esse princípiosignifica que o administrador deve observar critérios objetivos definidos no ato convocatório para o julgamento das propostas. Afasta a possibilidade de o julgador utilizar-se de fatores subjetivos ou de critérios não previstos no ato convocatório, mesmo que em benefício da própria Administração.
1.4.9 – Princípio da Obrigatoriedade
	O dever de licitar está previsto expressamente na Constituição Federal, em seu art. 37, XXI, que exige a licitação para os contratos de obras, serviços compras e alienações bem como para a concessão e permissão de serviços públicos.
Art. 37(...), XXI. Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e licitações serão contratadas mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômicas indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
	Neste mesmo sentido, o mestre Hely Lopes Meirelles[footnoteRef:15] completa o entendendo com o seguinte comentário: somente a lei pode desobrigar Administração, quer autorizando a dispensa de licitação, quando exigível, quer permitindo a substituição de uma modalidade por outra. [15: 	MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 37° ed., São Paulo: Malheiros, 2011, p. 260.] 
	Essa exigência de obrigatoriedade de licitação tem como objetivo obrigar a Administração a proceder à licitação sempre, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizado de uma só vez (limite R$ 80.000,00);
	Nestes dois primeiros incisos podemos mencionar que o valor mínimo é dispensado a licitação.
III – nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
– Desde que seja pertinente a contratação e justifique a falta de licitação.
IV – nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
– Desde que caracterize urgência nas situações que comprometam a seguranças da nação.
V – Quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições pré-estabelecidas;
– Também conhecida como deserta, quando não houver proposta oferecida.
VI – Quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preço ou normalizar o abastecimento;
VII– Entende-se que somente a União pode realizar tal intervenção, desse modo a Administração Pública dos Estados e municípios não valem as hipóteses de dispensa.
VIII – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
– Para contratar com a própria Administração.
XI – na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
– Nesta situação deverá respeitar a ordem de classificação da licitação.
XVII – para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto o fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia.
	– Quando a peça original seja indispensável para a manutenção do produto.
	Também é dispensada a licitação para os casos previstos no §2° do artigo 17 da Lei 8.666/93.
	Em tese, de acordo com Celso Antonio Bandeira de Mello[footnoteRef:16], a dispensa contempla hipótese em que a licitação seria possível; entretanto, razões de tomo justificam que se deixe de efetuá-la em nome de outros interesses públicos que merecem ser acolhidas. [16: 	Mello, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 22° ed., São Paulo: Malheiros, 2007, p. 521.] 
	Os casos de inexigibilidade de licitação, o caso mais utilizado pela Administração é, na verdade, o previsto no art. 25, I, in verbis:
I – Para aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência por marca devendo a comprovação de exclusividade se feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes.
2. Obrigatoriedade de Licitação
	O procedimento licitatório para a contratação de serviços, obras, compras pela administração pública é considerada obrigatória.
	Dessa forma, diz que, caso o Ministério Público realize contratação de terceiros sem previa licitação, estará desrespeito os princípios constitucional tais como: legalidade, igualdade, moralidade, vez que prevalecerá o favoritismo de determinadas empresas.
	A Constituição Federal/88 foi a primeira a prever expressamente a licitação como procedimento obrigatório prévio que garante igualdade, respeitando assim os princípios constitucionais. É no art. XXI da Constituição Federal que se encontra este instituto, vejamos:
Art. 37. A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (...):
XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienação serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, a qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
	Conforme nossa Constituição Federal vigente, é imprescindível licitar, e a Administração Pública não tem escolha de licitar ou não, ela tem o dever.
	Maria Zanella di Pietro explica que “a licitação é o procedimento administrativo pelo qual o ente político possibilita a todos os interessados, uma vez sujeitados às condições estabelecidas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas, dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente com a celebração do contrato”.
	Nesta esteira, nossa Constituição Federal/88 em seu art. 175, também dispõe regras a luz deste tema, vejamos: “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”.
	Para criar regras específicas e regulamentar melhor este tema, o art. 37 da Constituição Federal/88 foi editada a lei 8.666/93, dando forma a este procedimento, bem como garantindo a normatização específica. Encontramos a obrigatoriedade de licitar no art. 2° da lei específica:
as obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.
	Sendo assim, é obrigatório o procedimento licitatório,todas as empresas privadas têm o direito de possuir contratos com a Administração Pública.
2.1 Competências para legislar
	Bastante controvertida é a discussão sobre a natureza da competência para criar leis sobre licitações.
	O art. 22 XXVII, da Constituição Federal, aduz que compete privativamente à União legislar sobre: normas gerais da licitação e contratação, em todas as modalidades, para administrações públicas, autarquias e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...) XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, §1°, III.
	Entretanto a doutrina observa que a Constituição Federal atribuiu à União a competência privativa para editar normas gerais sobre o tema. Nos demais incisos do mesmo art. 22, o constituinte definiu como federal a competência para legislar integralmente sobre diversos assuntos, sem reduzir a atribuição à expedição de normas gerais, ficou tal dúvida: se a união cria somente normas gerais porque as regras específicas competem às demais entidades federativas? 
Para responder esta pergunta os doutrinadores chegaram à conclusão que se trata de competência concorrente, razão pela qual o inciso XXVII foi equivocadamente incluído art. 22, devendo então ter sido colocado no art. 24 dispõe este tema.
2.2 Obrigados a Licitar
	A obrigatoriedade de licitar incube a todas as entidades e órgãos públicos pertencentes à União, Estados, Distrito Federal e os Municípios. E o que ensina o art. 37, caput e inciso XXI, da Constituição Federal.
	Apesar de estar claramente demonstrada em nosso texto constitucional, a lei específica (8.666/93) aperfeiçoou tal regra, segundo o qual estão subordinadas ao dever de licitar: 
Art. 10. Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos poderes da União, os Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo Único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
	Sendo assim, o procedimento licitatório é obrigatório em qualquer um dos entes federativos e como regra em qualquer situação.
2.3 Pressupostos da Licitação
	Para Celso Antonio Bandeira de Mello (2010), é necessária a existência de pressupostos, pois sem eles não haveria o menor sentido, deixando de atender sua finalidade, pois são eles que viabilizam e permitem que alcançar suas finalidades e que o ato convocatório se destina.
2.3.1 – Pressupostos Fáticos
	Para Alexandre Mazza (2013), “é a exigência de comparecimento de interessados em participar da licitação. A ausência do pressuposto fático implica a autorização para contratação direta por dispensa de licitação embasada na denominada licitação deserta”. Ou seja, esse pressuposto é as mais importantes, pois sem ele não haverá competição partindo então para outro tema, que será o objeto principal deste estudo. 
2.3.2 – Pressupostos Jurídicos
	Este pressuposto está diretamente ligado à conveniência e oportunidade, ou seja, na realização do procedimento, nele é analisado se o valor, por exemplo, é licitável conforme o art. 24 da lei específica, ele é analisado de plano no momento da abertura do edital, caso não seja atendido tal pressuposto pode ocorrer uma licitação prejudicada.
2.3.3 – Pressuposto Lógico
Este pressuposto está atrelado ao objeto a ser licitado, se é viável ou não abrir um edital para um objeto em que não há vários fabricantes, por exemplo. Caso não seja observado pode ocorrer uma licitação deserta.
3. Contratação Direta Sem Licitação
	Como já pontuado anteriormente, licitação é um procedimento com previsão legal em nossa Constituição, bem como demonstrado e especificado na Lei 8.666/93. Contudo, trata-se de uma regra, e toda regra possui suas exceções. Faz necessário salientar que o dever de licitar não é algo absoluto como demonstrado em nossa Constituição Federal, em seu art. 37 XXI, vejamos:
Art. 37. A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte;
XXI – Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
	Sendo assim, conseguimos visualizar suas exceções, observando as ressalvas no princípio da obrigatoriedade.
	Este trecho do diploma constitucional deixou aberta a possibilidade para a lei ordinária fixar hipóteses em que a licitação deixa de obrigatória, sempre que o caso não se compatibilize com o rito ou a demora do processo.
	Essas hipóteses em que não há obrigação de licitar são chamadas de Dispensa e Inexigibilidade de licitações, previstas na Lei 8.666/93, em seus artigos 24 e 25. Tal situação são exceções, pois este procedimento é obrigatório como já demonstrado.
	O procedimento licitatório não pode ser ignorado pela simples identificação no caso concreto, justificando como uma hipótese de incidência na lei. Deverá, portanto, observar os requisitos em que a lei autorize a contratação, levando em consideração todos os princípios que regem este certame, mas em especial o princípio da Legalidade.
	Trata-se de um ato vinculado em que a lei tipifica, bem como objetiva claramente a situação em que a Administração Pública deverá dispensar ou considerar inexigível o procedimento licitatório. Tal exigência está muito bem expressa e elencada nos artigos 24 e 25, da lei 8.666/93, de forma inexistir qualquer margem a liberdade de escolha.
	Sendo assim, confirma que se trata de um ato vinculado, pois a administração deve respeitar os limites que a lei estabelece.
	Daí observamos que nem sempre é viável realizar o certame, pois irão surgir determinadas situações em que é impossível movimentar toda a máquina, por exemplo, em um caso de inexigibilidade (art. 25 da lei 8.666/93).
	Esse é o entendimento de José dos Santos Carvalho Filho (2012, p.148):
o procedimento da obrigatoriedade da licitação impõe que todos os destinatários ao estatuto façam realizar o procedimento antes de contratarem obras e serviços. Mas a lei não poderia deixar de ressalvar algumas hipóteses que pela sua particularidade não se compatibilizam com o rito e a demora ao processo licitatório.
	Estas exceções elencadas na Lei Federal 8.666/93 são denominadas contratação diretas, possuindo duas hipóteses: art. 24 dispensa rol taxativo e as causas de inexigibilidade art. 25 rol exemplificativo.
3.1 Dispensa de Licitação
	A dispensa de licitação é a realização de um contrato de forma direta entre o particular e a Administração Pública, sem que haja um procedimento licitatório. Nestes casos, existe a possibilidade de competição entre os licitantes, porém com base na conveniência ao interesse público, bem como por determinação legal é afastada a competição e então é realizada a contratação com terceiro interessado.
Os casos enumerados pelo legislador são taxativos, não podendo, via de consequência, ser ampliados pelo administrador. Os casos legais, portanto, são os únicos cuja dispensa de licitação o legislador considerou mais convenienteao interesse público (CARVALHO FILHO, 2012, p. 248);
	Tais hipóteses estão elencadas no artigo 24 da lei 8.666/93, conforme segue:
Art. 24. É dispensável a licitação:
I – Para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;
II – Para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
III – nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV – nos caso de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
V – Quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
VI – Quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;
VII – quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços ou dos serviços;
VIII – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
IX – Quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;
X – Para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;
XI – na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que atenda a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
XII – nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia;
XIII – nas contratações de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;
XIV – para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;
XV – Para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade; 
XVI – para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;
XVII – para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;
XVIII – nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta lei;
XIX – para as compras de material de uso pelas forças armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;
XX – Na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
XXI – para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput ao art. 23;
XXII – na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica;
XXIII – na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sócias, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão;
XXV – na contratação realizada por instituição científica e tecnológica – ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida;
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou convênio de cooperação;
XXVII – na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública;
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no país, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão;
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das forças singularesbrasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo comandante da força;
XXX – na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do programa nacional de assistência técnica e extensão rural na agricultura familiar e na reforma agrária, instituído por lei federal;
XXXI – nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos e 20 da observados os princípios gerais de contratação dela constantes;
XXXII – na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS, no âmbito da saúde pública, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica;
XXXIII – na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água;
XXXIV – para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da Administração Pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira necessária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à vigência desta lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
§1° os percentuais referidos nos incisos I e II dos caputs deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como agências executivas.
§2° o limite temporal de criação dos órgãos ou entidade que integre a Administração Pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da saúde pública, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS.
§3° a hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá procedimentos especiais instituídos em regulamentação específica.
§4° não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do art. 90 à hipótese prevista no inciso XXI do caput.
3.1.1 – Em Razão do Valor
	Conforme analisado no artigo 24 anteriormente colacionado, a lei 8.666/93 estabelece mais de 30 hipóteses de dispensas de licitações, e umas das mais importantes é em razão do valor, vejamos:
I – Contratos de até 10% do valor limite para o convite, ou seja: R$ 15 mil para obras e serviços de engenharia; R$ 8 mil para compras e serviços;
II – Contratos de até 20% do valor limite para o convite, se feitos por consórcios públicos, empresas estatais e agências executivas (parágrafo 1°, art. 24);
Importante ressaltar que não é possível o fracionamento de contratações que possam ser feitas de uma só vez, para assegurar a finalidade da lei, ou seja, para que não haja violação.
3.1.2 – Licitações Excepcionais
	Em casos de urgência em que é impossível aguardar a morosidade do processo comum licitatório, a lei em seu artigo 24 estabelece situações em que tal procedimento é dispensado, este grupo abrange incisos III, IV, V, VI, VII, IX, XI, XIV e XVIII do artigo 24 da lei 8.666/93.
a) guerra ou grave perturbação da ordem (inciso III): nestes casos, ocorre uma confusão na administração pública, pois deverá ser analisado o grau de periculosidade, sendo assim, não é dispensado de plano. Segundo Carvalho Filho (2012, p. 250), “não basta qualquer comoção interna; é preciso que se caracterize como grave para justificar a dispensa”. Ainda neste sentido o doutrinador Hely Lopes Meirelles (2009) conceitua guerra como: “estado de beligerância entre Brasil e outras nações, declarado por ato do Presidente da República na forma constitucional”. Já grave perturbação da ordem, na visão de Diógenes Gasparini (2008, p. 526), “é a comoção interna geral ou particular de determinada região. É provocada por atos humanos, a exemplo da greve e da revolução. São, cremos, as situações que caracterizam o estado de defesa e o estado de sítio”. Sendo assim, não dependerá apenas da existência de guerra, mas também da decretação do Estado de Defesa e Estado de Sítio, onde a dispensa de licitação deverá ser utilizada para proteger a segurança nacional.
b) Emergência ou calamidade pública (inciso IV): para melhor entendimento da matéria, são de grande valia os conceitos de emergência e calamidade pública de Hely Lopes Meirelles (2004, p. 272 e 273): A emergência caracteriza-se pela urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízos ou comprometer a incolumidade ou a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, exigindo rápidas providências da Administração para debelar ou minorar suas consequências lesivas à coletividade (...). Calamidade pública é a situação de perigo e de anormalidade social decorrente de fatos da natureza, tais como inundações devastadoras, vendavais destruidores, epidemias letais, secas assoladoras e outros eventos físicos flagelantes que afetem profundamente a segurança ou a saúde pública em geral.
	Neste caso, o interesse público encontra-se em risco por isso os serviços de contratação de serviços, obras, entre outros objetos que servirão para atender ao interesse colocado em risco, deverão ser contratados por meio da dispensa de licitação, tendo em vista que o interesse público sempre deve estar em evidência, não esquecendo do prazo de 180 dias.
c) Desinteresse pela licitação anterior – Licitação deserta (inciso V): caso não haja interesse à licitação e esta não possa ser repetida sem prejuízo, mantidas as condições do edital. Não podemos confundir a licitação deserta com a licitação fracassada; na última, aparecem interessados, mas esses são inabilitados ou desclassificados, não cabendo, portanto, dispensa, somente concessão de prazos para os licitantes apresentarem nova documentação.
d) Intervenção da União no domínio econômico (inciso VI): quando a União tiver que intervir no poder econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento.
e) Em casos de rescisão contratual, para conclusão dos remanescentes de obra; contrata-se o 2° mais bem classificado nas condições oferecidas pelo vencedor do certame (XI).
3.1.3 – Em Razão do Objeto
	A dispensa de licitação também pode ocorrer em razão do objeto que se busca obter, quando relacionados a bens de uso comum da Administração Pública os bens destinados a atender interesse público específico. São as hipóteses dos incisos X, XII, XV, XVII, XIX e XXI do mesmo art. 24.
a) Compra ou locação de imóvel dirigido a fins precípuos da administração (inciso X): desta forma, as locações de imóvel que atenderem às necessidades da administração e preencherem os requisitos do dispositivo, poderão correr por dispensa de licitação. Em primeiro lugar, o imóvel a ser comprado ou locado deve ser destinado ao atendimento das finalidades precípuas da Administração. Deve-se, também, levar em consideração as características do imóvel, tais como a localização, dimensões, de edificação, destinação etc., fazendo com que se justifique que aquele imóvel é o mais adequado ao serviço que a Administração quer executar. Por último, o preço deve ser compatível com o valor de mercado, sendo assim definido através de uma avaliação prévia.
b) Compra de hortifrutigranjeiros,pão e outros gêneros perecíveis (inciso XII): tendo em vista que se trata de produtos perecíveis, tem que ser dispensado de licitação, pois não suportará a estocagem, não havendo, portanto, prazo para que corra o procedimento licitatório normal. Deve ser observado que não se pode contabilizar o prejuízo que estas compras podem causar no erário, por isso deverá adquirir o produto com o preço do dia, atendendo ao interesse público. Todavia, é admissível a possibilidade de compra direta apenas no tempo necessário para que seja realizada a licitação, logo, não é permanente.
c) Aquisição ou restauração de obras de arte ou objetos históricos (inciso XV): neste caso à aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, ressalta-se a necessidade de que os bens a serem adquiridos ou restaurados tenham certificado de autenticidade e que sejam compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade, para que, assim, possa ser permitida a contratação direta sem licitação.
d) Aquisição de componentes durante o período de garantia técnica (inciso XVII): o caso do inciso XVII poderá proceder por meio de dispensa, devendo-se, para tanto, que o fornecedor do produto constitua manutenção de garantia técnica. Além disso, é necessário que tal medida seja vinculada a contrato de fornecimento anterior que exija a exclusividade da contratação para a vigência da garantia.
e) Compras de material de uso pelas Forças Armadas (inciso XIX): analisando de plano, percebe-se, através de tal hipótese, uma inviabilidade de licitação que acarretaria um caso de inexigibilidade pelo fato de padronização levar a um único fornecedor. Contudo, quando houver uma pluralidade de possíveis fornecedores, se faz necessário que o parecer da comissão que será instituída através de decreto justifique a opção, a viabilidade, a razoabilidade dos preços pretendidos e o atendimento das exigências legais.
f) Aquisição de bens destinados exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica (inciso XXI) 
g) Contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica – ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia (inciso XXV)
h) Contratação visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3°, 4°, 5° e 20 da Lei 10.973/2004 (inciso XXXI): tendo em vista que são autoexplicativos, dispensa explicações aprofundadas.
3.1.4 – Em Razão da Pessoa
I – Na contratação de instituição brasileira de pesquisa, ensino, desenvolvimento institucional ou recuperação de preso, com inquestionável reputação ético-profissional e sem fins lucrativos.
II – Na contratação de serviços de organizações sociais para atividades contempladas no contrato de gestão. 
3.2 Inexigibilidade de Licitação
	Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
I – Para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II – Para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III – para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
§1° Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequando à plena satisfação do objeto do contrato.
§2° Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
O artigo acima colacionado dispõe que a licitação é inexigível quando houver inviabilidade de competição. O mesmo dispositivo apresenta um rol exemplificativo em que existe tal situação.
3.2.1 – Fornecedor Exclusivo
	A lei traz a seguinte disposição sobre esse caso de inexigibilidade: “para aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de maraca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou serviço, pelo sindicato, federação ou Confederação Patronal, ou ainda, pelas entidades equivalentes”.
	Trata-se de situações em que a abertura do certame seria útil, pois não haveria competição, que é uma das principais características do procedimento licitatório. 
	No convite, considera-se como praça de comércio a localidade. Na tomada de preços, observando-se o registro cadastral, e na concorrência o país.
	Observação: não se deve confundir o fornecedor exclusivo com preferências de marca. Essa não é permitida pela lei de licitações, que só abre exceção quando se trata de dispensa do certame para aquisição de equipamento para as Forças Armadas. 
4. Atualização da Nova Lei de Licitações nº 14.133/2021.
 No decorrer do desenvolvimento deste trabalho foi sancionada a Nova Lei de Licitações nº 14.133/2021. No dia 1º de abril de 2021, foi sancionada e publicada no Diário Oficial da União, que unifica o regime jurídico sobre licitações e contratos administrativos no Brasil. A “Nova Lei de Licitações” inaugura e protagoniza uma era digital no âmbito das contratações públicas brasileiras, estabelecendo-se como um esperado paradigma normativo, sobretudo devido à defasagem sistêmica da Lei nº 8.666/93 e demais normas que historicamente regem as licitações e contratos administrativos.
4.1 - Principais Alterações: 
 Para que o trabalho não fique extenso irei apresentar as principais modificações no que se trata da nova Lei de Licitações nº 14.133/2021, aqui cabe ressaltar que a Lei nº 8.666/93 não foi revogada. Assim, nos primeiros dois anos teremos ainda a aplicação da lei nº 8.666/93, bem como a lei nº 14.133/21. Os órgãos terão a faculdade de continuar a utilizar a lei nº 8.666/93 ou a lei nº 14.133/21, devendo ser justificada a escolha no processo, sendo a vedada a combinação das duas leis.
 Como objetivo de adaptar os mecanismos licitatórios e contratuais à realidade contemporânea, que é voltada ao universo de atividades em âmbito eletrônico, e visando, sobretudo, a acompanhar a dinâmica atual das relações contratuais da Administração, a Nova Lei de Licitações trouxe um grupo de novidades voltadas aos procedimentos eletrônicos e instrumentos digitais, como, por exemplo: 
4.1.1- Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) - Licitação em meio eletrônico. 
Além da necessidade de acompanhar o desenvolvimento tecnológico, um dos fios condutores do novo marco licitatório foi um visível esforço para que a Administração Pública se mantenha em consonância com as melhores práticas contemporâneas, seguindo o que atualmente está pacificado na jurisprudência e em normativas infralegais. Nesse sentido, foram inseridos diversos dispositivos na Lei nº 14.133/2021 que têm por objetivo prestigiar a simplificação e o formalismo moderado nas contratações, racionalizando procedimentos e sedimentando práticas contratuais já existentes, mas que não possuíam, até então, previsão legal no regime ordinário. Nesse contexto, destacam-se as seguintes alterações:
Incorporação, no novodiploma, de práticas e procedimentos não previstos nem regulamentados pela Lei nº 8.666/1993, como a contratação por credenciamento, a pré-qualificação do objeto ou de interessados, o procedimento de manifestação de interesse (PMI) e o registro cadastral unificado (art. 78 e ss.);
 Protagonismo à etapa de planejamento das licitações públicas, com destaque para o estudo técnico preliminar (art. 18);
 Maior flexibilização das hipóteses de dispensa de licitação, bem como a adequação dos exemplos de inexigibilidade (art. 75);
 Previsão de contratação de bens e de serviços exclusivos, indicando formas mais flexíveis para viabilizar a comprovação de exclusividade, além da suavização na comprovação da notória especialização (art 74);
 Alteração do prazo e vigência de contratos de serviços ou fornecimentos contínuos, ou sob regime de fornecimento e prestação de serviço associado: de até 5 anos, prorrogáveis por até 10 anos (art. 105 e ss.);
 Antecipação dos efeitos do termo aditivo (art. 132);
 Possibilidade de afastamento do dever de elaborar parecer jurídico em razão do valor, complexidade ou padronização das contratações (art. 53, § 5º);
 Diretrizes em favor do saneamento de vícios e critérios para decisão sobre a preservação da avença ou declaração de nulidade do contrato (art. 12, III, art. 59, I e V, art. 71, III, e art. 147).
4.1.2 - Sustentabilidade. 
 O novo diploma com a sustentabilidade, que teve sua importância majorada por meio de previsões específicas, como a contida no artigo 144 da Lei nº 14.133/2021, que permite o estabelecimento de remuneração variável vinculada ao desempenho do contratado, inclusive com base em critérios de sustentabilidade ambiental. O dever de integridade também ocupa posição de destaque no texto da nova lei, uma vez que passa a ser obrigatória a existência de programa de integridade pelo licitante no caso de contratações de obras, serviços e fornecimentos de grande vulto (superior a duzentos milhões de reais), conforme dispõe o art. 25, § 4º, além de ser utilizada como critério de desempate (art. 60) e atenuante de eventuais sanções impostas (art. 156, § 1º). Cumpre destacar, ainda, algumas novidades pontuais, como a criação da figura do “agente de contratação”, em substituição à comissão de licitação, e as alterações em matéria criminal, uma vez que a nova lei acrescentou doze tipos penais ao Código Penal. A propósito, a Lei nº 14.133/2021 revogou e substituiu, desde a sua publicação, os crimes previstos na Lei nº 8.666/93.
Aplicação da Nova Lei de Licitações
 A Nova Lei de Licitações entrou em vigor na data de sua publicação, porém permanece sendo de uso facultativo até o marco temporal de 1º de abril de 2023, quando serão oficialmente revogadas a Lei nº 8.666/93 (atual Lei Geral de Licitações), a Lei nº 10.520/2002 (Lei do Pregão) e os arts. 1º a 47-A da Lei nº 12.462/2011 (que tratam do Regime Diferenciado de Contratações – RDC).
4.1.3 - Procedimento Licitatório.
 Posto isso, o processo licitatório, segundo a Lei nº 14.133/2021, possui novos critérios de julgamento, além daqueles previsto na legislação anterior, sendo eles, segundo artigo 33, o de maior desconto, melhor técnica ou conteúdo artístico e de maior retorno econômico, além daqueles da Lei 8.666/93: menor preço, técnica e preço e maior lance, este último no caso de leilão.
 Merecem destaque dois desses novos critérios: o julgamento em caso de critério de maior desconto e o julgamento cujo critério seja o de maior retorno econômico.
Segundo o artigo 34, §2º, da nova lei nº 14.133/2021, 
"o julgamento por maior desconto terá como referência o preço global fixado no edital de licitação, e o desconto será estendido aos eventuais termos aditivos".
 No que tange ao critério de maior retorno econômico, o artigo 39 dispõe que será utilizado exclusivamente em casos de contrato de eficiência, considerando-se a maior economia para a Administração, sendo que "a remuneração deverá ser fixada em percentual que incidirá de forma proporcional à economia efetivamente obtida na execução do contrato".
 Se os critérios de escolha acima elencados, que devem ser previamente definidos no edital, não forem suficientes para a seleção de uma única proposta vencedora, o artigo 60 da nova lei estabelece a ordem de critérios de desempate que devem ser observados sucessivamente — frisa-se, não alternativamente —, até o alcance daquele que irá desempatar o embate, são eles: 1) disputa final, em que os licitantes empatados poderão apresentar nova proposta; 2) avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes; 3) desenvolvimento pelo licitante de ações de equidade de gênero no ambiente de trabalho; e 4) desenvolvimento de programa de integridade (compliance).
 Importante destacar que conforme o artigo 4º da Lei nº 14.133, aplicam-se às licitações a Lei Complementar nº 123/2006, que dispõe que "nas licitações será assegurada, como critério de desempate, preferência de contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte".
4.1.4 - Diálogo Competitivo 
 Outra novidade da Lei 14.133/2021 foi a criação de modalidade denominada diálogo competitivo, no qual a Administração Pública realiza com eventuais interessados previamente selecionados, mediante critérios objetivos, diálogos com o intuito de desenvolver alternativa capaz de atender às suas necessidades:
Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:
(…)
XLII – diálogo competitivo: modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos;
 Tal modalidade de licitação visa ao estabelecimento de um canal de comunicação para que a Administração Pública e os interessados possam trocar informações relevantes sobre o objeto a ser licitado, com o alinhamento de expectativas e possibilidades, sempre no sentido do melhor atendimento às necessidades da Administração Pública.
 Sua utilização ocorrerá em casos que envolvam inovação tecnológica ou técnica, a necessidade de adaptação de soluções disponíveis no mercado ou, ainda, diante da impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com precisão suficiente pela Administração Pública.
4.1.5 - Deslocamento dos crimes para o Código Penal
 Diferentemente do que era previsto na Lei 8.666/93, os crimes envolvidos nas licitações não foram tratados em Título e/ou Capítulo da nova lei, sendo agora inseridos no Código Penal.
Isso, naturalmente, favorece uma melhor sistematização do assunto.
 Ou seja, a nova lei incluiu no rol de condutas típicas algumas condutas que há muito vinham sendo processadas, apesar de não constarem expressamente como crimes de licitação.
 Já o crime de contratação inidônea, que previa punição igual para a admissão, a participação e a contratação de empresa ou fornecedor inidôneo por meio de licitação, agora teve as condutas segregadas por lesividade. Assim, para a mera admissão ou participação em licitação, a pena será mais branda que para o caso de contratação, o que parece mais razoável à luz do princípio da culpabilidade no Direito Penal. A antiga redação colocava na mesma posição agentes que cometeram condutas com graus de lesividade diferentes e que, portanto, mereceriam uma pena diferente e proporcional à lesividade de suas condutas.
 Embora alterem apenas a pena imposta e não a tipificação da conduta, outras modificações da lei acabam por gerar importantes consequências processuais que afetam o prazo prescricional, o rito em que tramitará eventual processo penal, a possibilidade de realizar acordos penais e de substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.É o caso, por exemplo, dos crimes de patrocínio de contração indevida e perturbação de processo licitatório, cuja pena máxima foi aumentada de dois para três anos, o que acaba por excluí-los do rol de crimes de menor potencial ofensivo, impossibilitando, consequentemente, os benefícios previstos na Lei nº 9.099/95, como a realização de transação penal.
 4.1.5 - Modos de Disputa. 
 A Nova Lei de Licitações também trouxe pelo menos 4 modos de disputa para a etapa de julgamento da proposta. São eles: o modo aberto, o modo fechado, o modo aberto e fechado e o modo fechado e aberto.
 No modo aberto, os licitantes deverão fazer a apresentação de suas propostas, cabendo a adoção de lances públicos e sucessivos, crescentes ou decrescentes. Todos os lances são públicos e sucessivos, com prorrogações que variam conforme o definido no edital.
 No modo fechado, por outro lado, as propostas feitas ficarão em sigilo até a data e hora designadas para que sejam divulgadas.
No modo aberto e fechado, os licitantes, em um período fixo, dão os seus lances publicamente. Em seguida, há um outro período aleatório adicional sem prorrogação para que os licitantes ajustem suas propostas. 
 Nesse modo de disputa, a previsão de intervalo mínimo de diferença entre os valores ou percentuais entre os lances é facultativa no edital. Após o fim da etapa de lances, o sistema ordena os melhores valores por ordem de vantajosidade para que apresentem seus últimos lances finais fechados.
 Ao fim do processo, as propostas fechadas são conhecidas, apurando-se qual delas é mais vantajosa para a administração.
No modo fechado e aberto, por fim, acontece o contrário do modo aberto e fechado. Ou seja, há uma primeira etapa de envio de lances que é fechada, isto é, os lances não são públicos.
 Essa etapa, por sua vez, é seguida por uma etapa aberta com os licitantes que ofereceram lances até 10% superiores ao menor lance tem a oportunidade de fazer ofertas de forma aberta, ou seja, publicamente.
Foi apresentado nos tópicos 4 e seguintes algumas alterações da Lei 8.666/93 que ainda estará vigente até 2023 para a Nova lei nº 14.133/202. A Nova lei é rica em detalhes onde neste trabalho não iriam comportar. 
CONCLUSÃO
	Diante de todo o exposto, podemos concluir que o procedimento licitatório é obrigatório e deve atender aos princípios do artigo 37 da Constituição Federal.
	Entretanto, a lei 8.666/93 em seus artigos 24 e 25 autoriza que em caso de urgência mediante a um cadastro, o serviço pode ser realizado sem prévia licitação.
	Há uma segunda hipótese de contratação direita, que estão elencadas no artigo 25 da lei 8.666/93, chamada de inexigibilidade, nestes casos a decisão de não realizar o certame é vinculada à medida que configurada alguma das hipóteses legais, não resta alternativa além da contratação direta.
 Em virtude da recente aprovação da Lei nº 14.133/2021, este estudo tem por objetivo contextualizar as principais alterações da disciplina das licitações no ordenamento jurídico brasileiro a fim de nortear o gestor público. Tendo por base os questionamentos sobre a efetiva inovação legislativa e o fato de que a Lei nº 8.666/1993 não foi revogada por completo, o que somente acontecerá em 2023, é de suma importância averiguar as principais alterações introduzidas pelo novel diploma legal, como o novo papel da assessoria jurídica, a modalidade de Diálogo Competitivo e os cuidados para seu uso. A pesquisa classifica-se como dedutiva, descritiva e bibliográfica. 
 A Lei 14.133/21 apresentou avanços em relação à sistemática anterior (Lei Federal 8.666/93, Lei Federal 10.520/02 e Lei Federal 12.462/2011) e que podem contribuir para o aprimoramento dos procedimentos licitatórios e dos contratos administrativos .A Nova lei de licitações chega a fim de modernizar a Administração Pública e responder às necessidades de entes públicos e privados.
 Como vimos ao longo do texto, a Nova Lei de Licitações estabelece uma série de mudanças no processo licitatório.
Em primeiro lugar, algumas das modalidades de licitação, como a Carta Convite e a Tomada de Preços deixam de existir, dando lugar ao Diálogo Competitivo.
Além disso, a inversão de fases passa a ser a regra, e não a exceção, assim como as modalidades de licitação por meios eletrônicos.
 Essas e outras mudanças vieram para agilizar o processo licitatório e trazer mais transparência para os gastos públicos de maneira geral
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Sites
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