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VISITA A UMA COMUNIDADE
MARCELINO Leticia Kons
São José
2018
INTRODUÇÃO
De acordo com Karl Marx a definição de comunidade é a seguinte: um tipo de vida em sociedade “onde todos são chamados pelo nome”. Este ser significa uma vivencia em sociedade onde a pessoa, além de possuir um nome próprio, isto é, além de manter sua identidade e singularidade, tem a possibilidade de participar, de dizer sua opinião, de manifestar seu pensamento, de ser alguém.
As relações comunitárias que constituem uma verdadeira comunidade são relações igualitárias, que se dão entre pessoas que possuem iguais direitos e deveres. Essas relações implicam que todos possam ter vez e voz, que todos sejam reconhecidos em sua singularidade, onde as diferenças sejam respeitadas. E mais: as relações comunitárias implicam, também, a existência de uma dimensão afetiva, implicam que as pessoas sejam amadas, estimadas e benquistas.
A comunidade está em todos os lugares e um exemplo muito comum nos dias de hoje são os condomínios residenciais, afinal, mais do em qualquer outro lugar, o condomínio oferece um ambiente propício para a tendência natural humana de se viver em comunidade. A proximidade dos vizinhos e a intimidade forçada entre os moradores existem com evidência. Teoricamente há objetivos comuns, e deveria se ter uma colaboração mútua.
Deste modo, o presente trabalho tem por objetivo relatar como é a convivência de uma comunidade/condomínio a partir de alguns elementos: Compartilhamento de interesses; valores; crenças; repertório de atitudes e a própria convivência social.
METODOLOGIA
Na segunda-feira dia 21 de março de 2016 no condomínio Albertina da Rocha, localizado na Rua Sete de Setembro, 125, Centro – Biguaçu/SC foi feito um trabalho observatório do condomínio que possui 72 apartamentos divididos em três blocos, com área de lazer, salão de festas e parque.
Para essa razão, foi utilizado o método de observação participante onde foram coletados depoimentos de funcionários e alguns moradores do condomínio – discriminados por nomes fictícios como modo de preservar suas identidades. 
O grupo utilizou os seguintes instrumentos: (a) ficha com dados referentes aos entrevistados (1) nome, (2) idade, (3) ocupação profissional, (4) tempo de trabalho ou residência no condomínio e (b) entrevista estruturada sobre a vida em comunidade num condomínio residencial, na qual foram feitas as seguintes perguntas (1) Para você o que é comunidade? (2) Qual a sua percepção sobre morar/trabalhar num condomínio? (3) Você vê o condomínio como uma comunidade? (4) Quais os problemas enfrentados nesta comunidade/condomínio? (6) Você sugere algum tipo de melhoria?
As anotações foram feitas com papel e caneta, além disso, utilizou (com o consentimento dos entrevistados) um gravador com o intuito de facilitar o processo de descrição das entrevistas.
Os participantes foram convidados a participar do projeto e estavam cientes de que se tratou e uma colaboração voluntária, podendo os mesmos, desistirem de participar a qualquer momento. Antes das entrevistas, os colaboradores assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 
UMA BREVE DEFINIÇÃO DE COMUNIDADE
Comunidade, do latim communitate, pode ser definida como qualidade de tudo aquilo que é comum; conjunto de indivíduos que vivem em comunhão de bens e ou interesses e ideias políticas e religiosas. Para Campos (2012), “a comunidade é o lugar em que grande parte da vida cotidiana é vivida.”. Ou seja, é em comunidade que as pessoas se relacionam entre si, compartilham interesses, estabelecem intimidades e se ajudam a alcançar objetivos em comum.
Para a Psicologia Social Comunitária, entretanto, este conceito deve ser entendido de forma muito mais ampla e característica, visto que a prática cientifica é constantemente influenciada pelos movimentos sociais particulares do contexto onde é desenvolvida.
No Brasil, os movimentos populares urbanos da década de 1960, marcam o nascimento da “psicologia na comunidade”. O uso de teorias e métodos da Psicologia em trabalhos voltados para a classe trabalhadora une-se às reivindicações de melhores condições de vida para as comunidades de baixa renda que já naquela época, sofriam com o desemprego e as péssimas condições de renda e moradia.
Nesse contexto político, econômico e social, a Psicologia – recém reconhecida como profissão – esforçava-se para se aproximar da população, colaborando com as reivindicações das necessidades das comunidades carentes, numa clara tentativa de se desvencilhar de seu viés elitista.
Conforme Lane (2012) aponta, foi a partir do Golpe Militar de 1964 – uma época marcada pela repressão e pela violência, que “os profissionais de Psicologia passaram a se questionar sobre a atuação junto à maioria da população, e de qual seria o seu papel na conscientização e organização das mesmas”.
Na década de 70, o cenário político ainda era de repressão e censura, entretanto, os problemas enfrentados pela população brasileira contribuíram para que mais profissionais da Psicologia aderissem ao trabalho junto aos setores mais desprivilegiados visando uma construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A Psicologia passou a demarcar novos espaços, saindo de dentro dos consultórios, das empresas e das escolas, e indo para bairros populares e associações comunitárias – locais onde era possível pensar o papel da Psicologia frente às necessidades enfrentadas pela camada mais desprestigiada da população brasileira.
	Nesse período, a psicologia comunitária ainda não possuía o seu devido reconhecimento, por conta disso, a grande maioria dos profissionais que se voluntariavam a construir essa nova realidade da profissão, conciliavam trabalhos nas universidades brasileiras, o que possibilitou, em âmbito acadêmico, o debate e a reflexão a respeito do compromisso social e político da Psicologia.
Desse modo, a Psicologia Comunitária já em suas primeiras décadas, “definiu intencionalidades e destinatários para apresentar-se como uma ciência comprometida com a realidade estudada, especialmente com os excluídos da cidadania” (Sawaia, 2009).
Na década de 80, junto ao “respiro político” vivido pelo país com a retomada da abertura democrática, a psicologia comunitária passa a se preocupar com o seu caráter “clandestino”. Tal reflexão, possibilitou o remanejamento dos aspectos ligado à essa área de atuação, como o seu caráter não remunerado e voluntário, bem como as metodologias necessárias ao trabalho realizado.
O grande passo dado após a percepção da falta de regulamentação e especificidades da prática da Psicologia Comunitária foi à criação da ABRAPSO (Associação Brasileira de Psicologia Social), que segundo Freitas (2009) “constitui-se em um marco importante para a construção de uma psicologia social, história e comprometida com a realidade concreta da população”.
Nesse ritmo, os anos 90 marcam a expansão dos trabalhos da psicologia frente a outros segmentos relacionados à população brasileira. A regulamentação do Sistema Único de Saúde (SUS) possibilitou a entrada a Psicologia em setores vinculados as políticas públicas brasileiras. 
Atualmente, percebe-se que houve uma institucionalização do trabalho da psicologia comunitária, entretanto, ainda há muito o que se refletir quanto a formação de novos psicólogos, visto que as universidades brasileiras ainda não contemplam a realidade da área. 
Não se faz mais a mesma psicologia comunitária de outrora, e por conta disso é de extrema importância que os cursos de graduação passem a redefinir suas formações.
Por outro lado, a construção de um novo paradigma acerca da psicologia como área de atuação, possibilitou a alçada de novos horizontes que possibilitassem a compreensão dos fenômenos psicossociais enfrentados pelo nosso país. 
Historicamente, devido ao seu nascimento em meio às décadas de reivindicações sociais, a Psicologia Comunitária é identificada como uma ciência envolvida estritamente com o desenvolvimento de comunidadesdesfavorecidas. De fato, essas ações comunitárias continuam até hoje, pois tratam-se de processos necessários à realidade social de nosso país. Entretanto, o conceito de comunidade é muito mais amplo, pois está extremamente vinculado ao homem, ao seu “ser social”.
A essência de comunidade não está apenas no aspecto físico, mas também todas as relações. Afinal de contas, os limites da comunidade estão no grau de repercussão participativa dos grupos e subgrupos de classe que se identificam em termos de interesse e preocupações, levando em conta as estruturas física e social da área. 
Um ponto pouco explorado pela Psicologia na atualidade é a vida nos condomínios residências. Teoricamente esses espaços tão comuns em nossa sociedade, deveriam oferecer um ambiente condizente com a tendência natural e humana de viver em comunidade.
Entretanto, a realidade difere muito da teoria. Condomínio virou sinônimo de isolamento. A vida agitada dos moradores e o imediatismo que cerca a sociedade contemporânea, contribui para a criação de um ambiente que pouco contempla a definição semântica da palavra comunidade.
Nos primórdios da humanidade, o homem vivia em “bandos” onde homens, mulheres e crianças uniam-se em prol de um objetivo em comum: a sobrevivência. Hoje, os condomínios são apenas mais um espaço de convívio social que refletem não só a desvalorização da ideia de colaboração mútua, mas também o espírito do homem atual: “cada um deve viver por si”.
Conforme aponta Carvalho (2013) “a proximidade dos vizinhos e a intimidade praticamente forçada entre moradores existe em prédios e conjuntos deveria facilitar a integração dos moradores rumo à organização de um grupo que lutasse por seus objetivos comuns através de uma colaboração mútua”.
Trazer o homem para uma realidade diferente da vida típica do século XXI não é uma tarefa fácil, mas a Psicologia tem subsídios suficientemente necessários para a execução de trabalhos que facilitem a vida em sociedade como um todo.
De uma forma geral, a Psicologia Comunitária deve contribuir para o desenvolvimento de uma identidade, possibilitando a consciência crítica nos sujeitos em questão. Essa consciência crítica é peça chave no cotidiano de cada um de nós, visto que a vida dos dias de hoje contribui muito para a destituição das formas básicas de convivência humana e solidária.
A Psicologia da atualidade tem em suas mãos o desafio de construir práticas e intervenções que sejam suficientes às demandas exigidas pelos diversos setores da comunidade.
É importante que o trabalho não se generalize apenas às comunidades carentes, mas também na identificação de novos pressupostos acerca da vida em sociedade como um todo. 
A Psicologia deve ser das comunidades e praticada nas comunidades, seja ela qual for.
DESCRIÇÃO 
Mais do que em qualquer outro local, o condomínio oferece um ambiente propício para que se siga a uma tendência natural humana de se viver em comunidade. Diferentemente o conceito de comunidade, que diz que os indivíduos se relacionam em comunhão de bens e valores, com ideias e interesses em comum, no condomínio observado, a proximidade dos vizinhos e a intimidade quase forçada entre os moradores existem e são geradoras de estresse.
Notou-se que os eventos de integração são raros e poucos conflitos são resolvidos com diálogo e bom senso. Existe uma falta de participação e respeito com horários e regras básicas, descaso com a conservação da propriedade coletiva, atitudes que também contrariam o conceito no que diz respeito ao compartilhamento de crenças e valores.
Observou-se também que alguns pais levam as crianças no parque antes de ir trabalhar, alguns pais são mais introvertidos, enquanto outros interagem entre si e conversam sobre assuntos do condomínio e dos condôminos, futebol e assuntos de dia-dia, já as crianças se divertem independente de suas idades. As pessoas não são muito tolerantes com os problemas encontrados ao longo do condomínio.
Desta forma, o ponto de partida para este projeto foi à possibilidade de concentrar a compreensão do tema proposto na fala dos moradores e colaboradores entrevistados. Deste modo, foi possível adentrar, de modo singular, na forma como esses indivíduos se enxergam na comunidade em que vivem ou trabalham.
A linguagem foi um meio interessante de ter acesso a sentimentos, opiniões e posicionamentos desses indivíduos que carregam consigo histórias de vida completamente diferentes, mas que partilham o fato de pertencerem a uma mesma comunidade; compartilhando vivências, dificuldades e objetivos. A vida em comunidade proporciona uma série de benefícios à saúde mental de cada indivíduo, como o aumento da autoestima e a prevenção de problemas emocionais e afetivos. A socialização é algo tão fundamental quanto natural no ser humano. É uma disposição imutável buscar formas de organização coletivas, de associação, como o estado e até um condomínio. Não há como surgir satisfação vivendo de forma solitária. O melhor, então, é pavimentar o caminho para os relacionamentos. "A felicidade só brota se for de um grupo", diz Dennis dos Reis.
As entrevistas foram realizadas em locais reservados para melhor conveniência dos entrevistados. Inicialmente, a entrevistadora, se apresentou explicando objetivo da pesquisa e o papel que o entrevistado desempenharia nesse processo. Com o consentimento das entrevistadas, suas falas foram gravadas e transcritas literalmente, para que então pudéssemos descrever os dados coletados, de maneira a explorá-los e analisa-los dentro do tema proposto. Sendo assim, a fala dos participantes aparece neste projeto apenas em caráter ilustrativo, a fim de compreendê-las da melhor maneira possível e obviamente, enriquecer os pressupostos teóricos.
Cabe-nos então, fazer uma breve apresentação dos colaboradores:
José Carlos
Sindico do condomínio
José Carlos tem 52 anos e atua como sindico do condomínio há oito anos (onde reside com a esposa e duas filhas há dez anos). Em sua fala ressaltou que um dos maiores problemas enfrentados pelo condomínio é a falta de participação dos condôminos nas reuniões mensais, e que há muita intriga por motivos torpes, como por exemplo, as vagas da garagem e o não depósito do lixo em local adequado.
Essa observação mostrou que o condomínio não satisfaz o conceito de comunidade, já que, este sistema depende de uma continuidade temporal das relações entre os membros e que estes compartilhem um espaço de encontro relacional para manutenção dos vínculos e manter-se coeso, unidos e por ambos estarem ligados afetivamente há a coerção de um sobre o outro para continuar constituindo uma identidade coletiva e ambos continuem compartilhando seus interesses.
O sindico relata que por diversas vezes tentou solucionar tais questões, porém a falta de comunicação e de interesse dos condôminos dificulta o processo. Uma das tentativas foi à implementação de um livro e reclamações e sugestões do condomínio, entretanto, para José Carlos esta iniciativa ainda é insuficiente.
Pedro
Porteiro do condomínio
Pedro tem 47 anos e atua como porteiro no turno da manhã há dois anos. É solteiro, não tem filhos e trabalha na área desde os 22 anos de idade. Relata que está satisfeito com a sua função, pois acredita que o seu trabalho é essencial para um condomínio, já que ele que autoriza, ou não, a entrada de visitas, prestadores de serviços ou dos funcionários das unidades, mantendo assim a segurança de todos. Acredita também, que o seu trabalho é bastante desafiador, pois é preciso muita atenção e uma boa memória para conseguir guardar os rostos das pessoas que pertencem ao condomínio, assim como os prestadores de serviços que normalmente transitam por lá. Quanto aos problemas enfrentados pelo condomínio, Pedro acredita que como em toda comunidade, há desentendimentos, porém uma boa comunicação pode ser a melhor saída para resolver tais conflitos. 
Sobre a sua função, ressaltou também que deve ser o cartão de visitas do local, mantendo um clima cordial, respeitosoe profissional na portaria com todos os habitantes do mesmo, já que se encontram varias vezes ao dia, falou que não precisa sempre manter longos diálogos com todos que passam por sua portaria, mas um cumprimento alegre e um ‘’bom dia’’ já são o suficiente para construir um relacionamento agradável com todos. 
Marília
Advogada/Moradora do condomínio
Marília tem 40 anos, é advogada e reside há quatro anos no condomínio onde divide um apartamento com o marido uma filha de cinco anos de idade. Sobre a convivência com os demais moradores, relatou uma grande falta comunicação sobre os problemas enfrentados e acredita que o estresse a rotina atribulada, contribuem para a falta de relacionamento entre os condôminos. 
Assim como José Carlos, reclamou da falta de adesão dos demais moradores as reuniões mensais, pois acredita que esse é um dos meios mais importantes para uma boa convivência e solução de conflitos. Diferentemente dos outros moradores, Marília relatou ter uma participação ativa na rotina do condomínio, já que como parte desta comunidade deve ter vez e voz ativa em todas as decisões tomadas.
Além da falta de interesse e comunicação entre os moradores, Marília destacou os constantes embates entre vizinhos, como um dos principais problemas enfrentados pelo condomínio. Esses conflitos, normalmente se dão por motivos torpes, que para Marília poderiam ser resolvidos de forma mais civilizada, caso os moradores não se fechassem tanto em suas rotinas.
ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS	
Analisando as entrevistas apresentadas, nota-se, que, o discurso dos moradores é muito parecido. Todos concordam com o fato de que é necessário tomar atitudes para melhorar a convivência entre os moradores. Os mesmos propõem mudanças, mas mesmo assim, não são suficientes para que todo o condomínio aceite e comece a cooperar. Nas reuniões não há participação de todos, pois não querem envolver-se com mais problemas, sendo que muitos já possuem seu trabalho, sua família, seus afazeres, suas preocupações. 
O ritmo do dia-a-dia faz com que os indivíduos, cada vez mais estressados, prefiram um lugar mais reservado no conforto de sua residência tranquilamente frente a sua televisão. Reverter essa situação, para que os moradores se tornem mais ativos, interessados, prestativos, torna-se cada vez mais difícil em um mundo em que socializar tornou-se virtual. O ideal seria gerenciar as divergências já que é impossível sua extinção.
	Sugere-se como melhoria da comunidade condominial, a realização de mais reuniões para discutir os problemas e soluções internas, a implantação de eventos para interação dos moradores, como coquetéis de fim de ano, estipulação de um dia na semana para ser exposto no salão de festas produtos que os condôminos vendem/produzem; campeonatos de dominós/cartas; campeonatos de futebol/vôlei. Todos com o objetivo de integrar mais os vizinhos e diminuir os problemas de relacionamento.
Desta forma, os moradores demonstrariam mais interesse nos problemas que o condomínio vem enfrentando. Pois, com essa nova comunicação entre os condôminos, seria uma forma de todos ficarem a par da situação. Já que muitos não frequentam as reuniões. Sendo que preferem outra forma de interação, tornando-se esta a implantação de novos eventos. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMPOS, Regina Helena de Freitas (org), LANE, Sílvia T. M., SAWAIA, Bader Burihan, FREITAS, Maria de Fátima Quintal de, GUARESCHI, Pedrinho, NASCIUTTI, Jacyara C. Rochael, VASCONCELOS, Naumi A. de. Psicologia Social Comunitária: Da solidariedade à autonomia. 15 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
SOUZA, Maria Luiza de. Desenvolvimento de comunidade e participação. 3° ed. São Paulo: Cortez, 1991.
CARVALHO, Kalyne. A vida em comunidade nos condomínios, 2013. Disponível em:< http://www.condominiosc.com.br/jornal-dos-condominios/comportamento/1631-a-vida-em-comunidade-nos-condominios>. Acesso em: 19 de março de 2016.

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