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* Alterações Post Mortem Disciplina de Patologia Veterinária PUC Betim – 4º período Professora: Ana Paola Brendolan * MORTE Conceito: “Realidade complexa, ligada ao mistério do homem e que determina o fim da sua unidade biológica.” “Cessação dos fenômenos vitais, determinada pela parada das funções cerebral, respiratória e circulatória.” * MORTE Processo gradativo Ausência de sinal patognomônico Fenômenos cadavéricos * Exame Post Mortem Necropsia Tanatopsia Mortopsia Autopsia – termo errôneo * Alterações Post Mortem Achados comuns nos cadáveres Devem ser OBRIGATORIAMENTE diferenciadas das alterações ante mortem * Estudo das Alterações Post Mortem IMPORTÂNCIA Evitar falso diagnóstico Possibilitar a estimativa da hora da morte cronotanatognose (Krónos = tempo; Thanatos = morte; Gnosis = conhecimento) * Como evitar / retardar... A necropsia deve ser realizada o mais rapidamente possível após a morte O cadáver deve ser conservado sob refrigeração Evitar congelamento * Classificação FENÔMENOS ABIÓTICOS OU AVITAIS Imediatos indicativos de morte somática ou clínica Mediatos ou Consecutivos seguem-se aos imediatos – continuação de atividades teciduais Não modificam o aspecto geral do cadáver * Classificação FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS Conseqüentes de autólise e putrefação Modificam o cadáver no seu aspecto geral * Reconhecimento das Alterações Post Mortem * Fenômenos Abióticos Imediatos Perda da consciência Perda da sensibilidade Abolição das sensações táteis, térmicas e dolorosas Abolição da mobilidade e do tônus muscular Dilatação pupilar Abertura das pálpebras Relaxamento do esfíncter anal e vesical Abertura da boca * Fenômenos Abióticos Imediatos Cessação da respiração Evidenciada pela auscultação e eletromiografia dos músculos respiratórios Cessação da circulação Evidenciada pela auscultação, eletrocardiografia, radioscopia e ecocardiografia Cessação da atividade cerebral e arreflexia Morte encefálica Evidenciada por eletroencefalografia * Fenômenos Abióticos Consecutivos Desidratação Cadavérica Algor Mortis ou Frialdade Cadavérica Livor Mortis ou Hipóstase Cadavérica Rigor Mortis ou Rigidez Cadavérica Coagulação do Sangue * Desidratação Cadavérica Cadáver sofre evaporação tegumentar Decréscimo de peso Pergaminhamento da pele Dessecamento das mucosas Modificações dos globos oculares Tela viscosa Perda da tensão do globo ocular Turvação da córnea transparente * Algor Mortis Resfriamento gradual do cadáver até igualar à temperatura ambiente ou mais frio (evaporação tegumentar) Início nas extremidades Perceptível cerca de 4h após a morte Cronotanatognose -1ºC por hora * Hipóstase Cadavérica ou Livor Mortis Acúmulo de sangue nas regiões mais baixas do corpo por ação da gravidade Manchas violáceas – desaparecem pela compressão digital Palidez contralateral * Hipóstase Cadavérica ou Livor Mortis * Hipóstase Cadavérica ou Livor Mortis Aparecimento em 2 a 4h após a morte Intensidade máxima em 12 a 14h Intensidade varia com a fluidez do sangue Mudança de posição X fixação das hipóstases Diferenciar de congestão hipostática ante mortem * Cabeça da miosina fixa ATP tem atividade ATPase ADP + P muda conformação da cabeça (engatilhada) entrada de Ca++ inibe complexo troponina – tropomiosina libera sítio ativo da actina ligação actina-miosina movimento de tensão liberação do ADP + P fixação de outro ATP no local onde foi liberado o ADP relaxamento (desprendimento da cabeça) clivagem do novo ATP e repetição do processo Contração muscular in vivo * Atividade ATPase da cabeça de miosina Papel do ATP na contração e no relaxamento muscular * Contração muscular in vivo Sinal proveniente de nervo motor Dispara potencial de ação no sarcolema se espalha pelos túbulos T (envolvem cada miofibrila) Alcança retículo sarcoplasmático Abertura dos canais de Ca++ Ligação de 4 íons Ca++ à Troponina C Modificação do complexo Troponina – Tropomiosina Liberação dos sítios ativos da actina * Liberação dos sítios de actina * Mecanismo de formação do Rigor Mortis Morte somática glicogênio de reserva do tecido muscular manutenção de ATP para o metabolismo das fibras Ausência de oxigenação do ácido láctico e pH e fosfato de creatina depleção do glicogênio e autointoxicação muscular falha nas ATP autólise e heterólise bombas de Ca++ forte união entre quebra actina e miosina * Rigor Mortis Músculos involuntários músculos voluntários Contração imediata em casos de fadiga muscular intensa antes da morte Particularidades do coração Particularidades do intestino * Rigor Mortis * Coagulação do Sangue Ocorre logo após a morte em todo o sistema cardiovascular Decorrente de autólise das células endoteliais por deficiência de O2 * Mecanismo de formação da Coagulação do Sangue * Coagulação do Sangue Coagulação incompleta Distúrbios da coagulação Infecções septicêmicas Intoxicações de O2 Coágulos cruóricos e lardáceos Diferenciar coágulos de trombos * Fenômenos Transformativos Cessação dos fenômenos vitais Lise das células Decomposição dos tecidos Transformação do cadáver Decorrentes de autólise e heterólise * Autólise Auto digestão enzimática dos tecidos * Autólise Variação entre os tecidos nos conteúdos das enzimas Fixação pára a ação das enzimas autolíticas Alterações nucleares e citoplasmáticas como na necrose de coagulação * Putrefação Decomposição dos tecidos por enzimas proteolíticas produzidas pelas bactérias * Putrefação Odor característico gás sulfídrico Períodos de desenvolvimento Coloração Gasoso Coliquativo Esqueletização Ordem fígado, baço, rins, parede do intestino, útero, musculatura esquelética, pulmão, medula óssea (último) Bactérias anaeróbias * Fenômenos Transformativos Embebição pela hemoglobina Embebição pela bile Meteorismo ou timpanismo post mortem Deslocamento, torção e ruptura de vísceras Maceração da mucosa digestiva Pseudomelanose Pseudoprolapso retal Enfisema intersticial da putrefação Coliquação ou liquefação parenquimatosa Esqueletização ou redução esquelética * Embebição pela Hemoglobina Impregnação dos tecidos pela hemoglobina liberada da hemólise post mortem Presença de manchas avermelhadas no endotélio dos vasos e endocárdio – pode se alastrar pelos tecidos Aparece em torno de 8h após a morte Diferenciar das hemorragias subendocárdicas e subendoteliais * Embebição pela Bile Pigmentação amarelo-everdeada dos tecidos contíguos à vesícula biliar Autólise precoce da parede da vesícula (ação dos sais biliares) – facilita difusão dos pigmentos biliares Tempo de aparecimento variável * Meteorismo ou Timpanismo Post Mortem Distensão abdominal por gases formados no tubo digestivo devido à contínua fermentação Efeitos compressivos sobre outros órgãos Fígado, rins coração Congestão de membros posteriores, pescoço e pulmões Diferenciar do timpanismo ante mortem Ausência de alterações circulatórias na submucosa do tubo gastrintestinal * Deslocamento, Torção e Ruptura de Vísceras Modificação na posição das vísceras, àsvezes acompanhadas de torção e ruptura Conseqüência do timpanismo post mortem Pode ocorrer sob a forma de intussuscepção ou herniação mudança de posição Diferenciar das distopias, torções e rupturas de vísceras ante mortem Ausência de distúrbios circulatórios * Maceração da Mucosa Digestiva Desprendimento da mucosa digestiva devido à ação de enzimas proteolíticas da autólise, putrefação e dos sucos digestivos Fenômeno evidente nos ruminantes desprendimento das mucosas dos pré-estômagos ATENÇÃO: Fenômeno precoce na mucosa do rúmen, não significando putrefação ou intoxicação * Pseudomelanose Aparecimento de manchas irregulares cinza-esverdeadas nos tecidos do cadáver Início clássico da putrefação Fenômeno precoce no baço Hemoglobina + gás sulfídrico (bactérias putrefativas) sulfometemoglobina ou sulfureto de ferro colorido negro * Pseudoprolapso Retal Exteriorização da ampola retal no cadáver Conseqüência do timpanismo post mortem Aumento da pressão intra-abdominal e intra-pélvica Diferenciar de alteração ante mortem * Enfisema Intersticial da Putrefação Acúmulo de gases nos tecidos em forma de bolhas de gás sulfídrico Resultado de fermentação bacteriana Órgãos crepitantes à palpação Associação com demais alterações transformativas * Coliquação ou Liquefação Parenquimatosa Decomposição e liquefação do parênquima das vísceras Ação contínua de enzimas autolíticas e bacterianas Perda progressiva do aspecto e da estrutura dos tecidos órgãos amorfos Ocorrência precoce na medular da adrenal Não significa putrefação nesse órgão * Esqueletização ou Redução Esquelética Desintegração dos tecidos moles e exposição do esqueleto Final das alterações cadavéricas * Fatores que influenciam o aparecimento precoce ou tardio das alterações post mortem * Temperatura Ambiente Tamanho do Animal Cobertura Tegumentar Estado Nutricional Espécie Animal Causa Mortis
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