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Trabalho Direito nas Organizações NP2

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
DIREITO NAS ORGANIZAÇÕES
CURSO: ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
Regime de Dependência - DP
4º semestre – NP2
ASSIS
2018
INTRODUCÃO
O Direito Trabalhista tem por objeto as normas, as instituições jurídicas e os princípios que disciplinam as relações de trabalho subordinado, determinando os seus sujeitos e as organizações destinadas à proteção do trabalho em sua estrutura e atividade. A preocupação em estabelecer normas legais de proteção ao trabalhador se concretizou na Constituição mexicana de 1917, que dedicou 30 artigos aos direitos sociais e do trabalhador. Constava também no Tratado de Versalhes, de 1919, do qual se originou a Organização Internacional do Trabalho (OIT), como órgão da antiga Liga das Nações, hoje Organização das Nações Unidas (ONU).
A legislação trabalhista e a Justiça do Trabalho surgiram, no Brasil, como conseqüência de longo processo de luta e de reivindicações operárias que se desenvolvia no mundo, sob forte influência dos princípios de proteção ao trabalhador, defendidos pelo Papa Leão XIII em sua encíclica Rerum Novarum, de 1891.
No Brasil, as primeiras normas de proteção ao trabalhador começaram a aparecer a partir da última década do século XIX, como é o caso do Decreto nº. 1.313, de 1891, que regulamentou o trabalho dos menores de 12 a 18 anos. Em 1907, uma lei tratou da sindicalização rural. Em 1917, foi criado o Departamento Nacional do Trabalho (DNT) como órgão fiscalizador e informativo.
O surgimento de órgãos direcionados a resolver os conflitos trabalhistas ocorreu em 1922. A lei estadual nº. 1.869, de 10 de outubro de 1922, criou, em cada comarca de São Paulo, um Tribunal Rural "para conhecer e julgar as questões, até o valor de quinhentos mil réis, decorrentes da interpretação e execução dos contratos de locação de serviços agrícolas".
Caracterização da Disciplina 
A disciplina de Direito das Organizações integra a componente de formação técnica do Curso Profissional de Técnico de Gestão, com uma carga horária total de 130 horas. Como nota introdutória é de referir a importância fundamental do Direito em qualquer sector de atividade de uma Sociedade como meio regulador, bem como a sua contribuição para a interiorização de valores fundamentais de convivência social como a Justiça, a Igualdade, a Solidariedade e a Participação Cívica. Este é um contributo fundamental do Direito: fazer com que os alunos adquiram uma cidadania responsável. É essencial que os alunos adquiram uma formação jurídica básica, de modo a terem uma visão de como se processa a vida jurídica em qualquer sociedade, com a consciência dos seus direitos e deveres e dos meios que podem ser utilizados para os salvaguardar. O Direito ao apresentar-se como meio regulador da ordem social, apresenta soluções para os problemas que vão aparecendo com a inevitabilidade da evolução social. Ora a criação de uma cidadania responsável pressupõe o desenvolvimento de um espírito crítico perante os problemas com respeito pelo direito à diferença e ao pluralismo de opinião. É importante referir o facto desta disciplina ser leccionada com o suporte legislativo adequado. No que diz respeito ao Direito Comercial este apresenta-se como um dos ramos do Direito a ser desenvolvido no presente curso uma vez que se encontra diretamente ligado à área de desempenho profissional dos alunos do Curso profissional de Técnico de Gestão. De facto estes devem estar aptos a intervir ativamente nas áreas administrativa e financeira de estruturas organizacionais nomeadamente do sector empresarial. Devem, por isso, estar habilitados para compreender a estrutura jurídica que os rodeia, principalmente do mundo empresarial, que se apresenta cada vez mais complexo e mutante. O seu desempenho irá traduzir-se numa colaboração eficaz para sua construção sólida e organizada. Nesse sentido os alunos devem estar aptos a compreender e interpretar a legislação diretamente relacionada com a atividade que vão desempenhar, bem como a documentação bancária subjacente. Assim sendo, a presente área do Direito representa uma base de trabalho para outras disciplinas da formação científica e técnica, nomeadamente a de Gestão, pelo que o seu programa deve ser desenvolvido de uma forma interdisciplinar. O Direito Laboral apresenta-se como um dos ramos do Direito a ser desenvolvido no presente curso uma vez que se encontra diretamente ligado à área de desempenho profissional dos alunos do Curso profissional de Técnico de Gestão. Com o módulo de Direito do Trabalho pretende fazer-se uma abordagem à legislação laboral tão necessária e fundamental, ao mundo empresarial. Este propósito é preconizado com base nas relações contratuais entre empregador e empregado, visando a compreensão da importância desta relação como instrumento regulador da vida empresarial.
Relativamente ao Direito Internacional torna-se necessária uma visão de conjunto da dimensão jurídica de ordem internacional que transcende o âmbito estadual com referência à legislação comunitária em particular. No que concerne ao Direito das Organizações este estabelece a relação entre a dinâmica social e relacional, abordando as diferentes formas de organização social e questões relacionadas com Higiene e Segurança no Trabalho. Quanto ao Direito Administrativo e Direito Autárquico, especificamente na área da Gestão Autárquica, a sua importância é fundamental, abordando, no último ano, decisivamente, a sua vertente pública autárquica. Tendo este curso uma feição eminentemente técnica, o que se pretende, fundamentalmente, é fomentar, nos alunos, o espírito de cidadania num contexto de envolvência e práticas administrativas que enformam a organização do Estado uno e indivisível. Claro que cidadania envolve um comportamento de intervenção e de motivação para o exercício de uma vida política conformada pela regulação da atividade administrativa. As noções de Administração Pública são fundamentais para entendermos a sua particularidade orgânica e, em seguida, ministraremos noções de Direito Administrativo, fazendo uma incursão mais atenta no Direito Autárquico.
No mundo dos negócios, é comum surgirem questões que envolvam processos jurídicos nas mais diferentes situações e, por isso, deve-se ter cautela ao tomar quaisquer decisões – mesmo as que parecem inofensivas à empresa.  
Para agilizar as decisões diárias, não dependendo somente dos advogados, os líderes e empresários devem manter-se informados sobre questões legais que envolvam seus colaboradores e os fatos administrativos e jurídicos de uma companhia.  
A legislação é extensa, porém áreas como a trabalhista, empresarial e tributária precisam de atenção quando se é líder e gestor de uma empresa. 
1. Legislação trabalhista 
As empresas geralmente delegam todos os processos trabalhistas ao setor responsável, mas é importante que todo gestor acompanhe e faça parte das decisões. Para entender os processos, é importante informar-se sobre a legislação trabalhista e os direitos do colaborador prestador de serviço, contratado por Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como estagiário, temporário e outros.  
2. Contratos para relações comerciais 
Que as relações comerciais estabelecidas pelas empresas devem ser amparadas pelo contrato, o gestor já deve saber. Isso porque esse documento deve ser elaborado sem brechas, para que exista a segurança jurídica necessária.  
Porém, nem todos os gestores têm conhecimento de que as partes devem ter direitos e obrigações de forma equilibrada, ou o Poder Judiciário pode anular o contrato e ter a decisão judicial baseada em provas, caso entenda que apenas um dos envolvidos foi beneficiado. 
3. Concorrências e licitações 
As concorrências são processos de escolha de contratações de serviços e compras com valores estabelecidos pelo Art. 23 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993: para obras e serviços de engenharia, com valor acima de 1,5 milhão dereais, e para compras e serviços com valor acima de 650 mil reais.  
Ainda assim, as empresas podem participar de concorrências com valores menores que os mencionados. O que o gestor deve analisar é o quanto vale a pena investir nesse tipo de negócio. Para entender isso a fundo, é preciso, portanto, compreender todo o processo desse tipo de licitação. 
4. Legislação tributária
 
Toda empresa, desde seu início, deve ter conhecimento da Legislação Tributária e Aduaneira que a Receita Federal estabelece. Qualquer deslize fiscal do empresário pode representar problemas com os órgãos de fiscalização do governo. No site da Receita, há as legislações disponíveis por assunto para fácil consulta. 
5. Código de ética da classe 
O gestor deve, até mesmo antes de criar a empresa ou os valores dela, informar-se e praticar o código de ética de sua área de atuação. É nela em que as condutas profissionais são estabelecidas. Caso não as respeite, pode haver processos judiciais, e estes levarem ao fechamento ou mesmo falência da empresa. 
O empresário, seus líderes e demais colaboradores, portanto, nunca devem subestimar e desrespeitar o código de ética, caso queiram ter sucesso no mercado sem risco de denegrir a própria imagem.  
A importância do Direito Empresarial
Para entendermos a importância do direito empresarial primeiramente cabe compreender a relevância da empresa na economia moderna. Lorenzo Mossa já sustentava a natureza institucional da empresa e observava ser o Direito Comercial, o Direito das Empresas.
In verbis, ressaltou: “A empresa, no momento capitalista mais agudo, e agora na passagem para um sistema mais justo, assumiu o motivo próprio da atividade econômica. As pessoas perderam importância diante das organizações de bens e de forças vivas por estas criadas. Duram no tempo, aperfeiçoam a iniciativa, a perpetuam e renovam no mudar contínuo das pessoas”.
Tal visão institucional da empresa e sua necessária preservação têm orientado diversas legislações no mundo e que primam fundamentalmente pela recuperação econômica e sobrevida, considerando os interesses que para esta convergem.
É fato inexorável que vários interesses convergem para a empresa, o que sublinha sua importância econômico-social. Não apenas o lucro do titular da empresa (seja empresário individual ou coletivo, ou seja, sociedade empresária) é protegido, mas principalmente por ser condicionado ao interesse social principalmente em face do disposto no art. 173, § 4º da Constituição Federal Brasileira de 1988, sendo gerador dos salários que representam o instrumento de sobrevivência do trabalhador e de sua família, de manifesta natureza alimentar, e também gerador de tributos indispensáveis à consecução dos fins objetivos do Estado nas suas três esferas: federal, estadual e municipal, e ainda, acrescentamos a paz social, com a indispensável manutenção do emprego.
A empresa é sede de comunidade de pessoas, sendo uma instituição social agregadora de empresários, sociedades empresárias, trabalhadores, sócios, acionistas, terceiros e o Estado que tem a função de controle e supervisão principalmente no sentido de coibir o abuso do poder econômico e garantir a livre iniciativa.
Cláudio do Couto e Silva em sua habitual erudição lembra que “numa certa medida, a empresa separou-se do próprio empresário, tendo em vista a relevância social como fator de progresso econômico e de criação de emprego.”
Por sua vez, Rubens Requião ressaltou que empresa enquanto unidade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou serviços, constitui cadinho onde efervescem múltiplos interesses: o pagamento de salários para a classe obreira, dos tributos para a manutenção do Estado e dos lucros para os investidores.
Não devemos apenas avaliar os interesses imediatistas de coletor de impostos ou da cobrança de dívidas nos momentos de evolução da empresa. Mesmo a vigente Lei de Sociedades Anônimas (Lei 6.404, de15/12/1976) [1] buscou limitar o poder do acionista controlador, ressaltando a função social da companhia.
A empresa é uma comunidade de produção, seu fim é econômico e social e sendo unidade de produção, não é mero resultado de uma relação na base de contratos individuais, como era no regime de economia de mercado, tem caráter de comunidade e responde ao conceito institucional, em que todos os elementos se condensam num feixe superior. É, enfim, a sociedade organizada com caráter hierárquico.
Como entidade autônoma de fins econômicos e de caráter institucional, na qual se estabelecem relações de colaboração e subordinação entre o empresário e o pessoal da empresa.
A empresa é um organismo, isto é, um agrupamento organizado hierarquicamente de homens ligados entre si por diversos vínculos, tais como os contratos de sociedade, de salários, etc., com a colaboração para a realização de um fim determinado.
Das antigas oficinas de artesãos foram gradativamente em decorrência do incremento do comércio e da indústria que se operou com a Revolução Industrial, sendo substituídas por organismos mais complexos, que reuniam os meios indispensáveis à produção, a saber: capital, trabalho, maquinário, sob a coordenação de seu respectivo titular – o empresário.
Foram os economistas os primeiros a definir empresa, conceituando-a como organismo econômico, o que foi logo aceito pelos comercialistas clássicos como é Carvalho de Mendonça que in litteris aduz: “Empresa é a organização técnico-econômica que se propõe a produzir, mediante a combinação dos diversos elementos, natureza, trabalho e capital, bens ou serviços destinados à troca (venda), com esperança de realizar lucros, correndo os riscos por conta por empresário, isto é, daquele que reúne, coordena e dirige esses elementos sob a sua responsabilidade.
Este conceito econômico é o mesmo jurídico, em que pese alguns doutrinadores trazem distinções sem maiores fundamentos.
O iminente Rubens Requião acolheu o conceito econômico não sem contrariar aqueles que o rejeitam. Em vão alguns juristas procuram construir um conceito jurídico próprio para tal organização.
A empresa como expressão da atividade do empresário está sujeita às normas precisas que subordinam o exercício da empresa a determinadas condições ou pressupostos. Principalmente as normas legais atinentes ao seu registro e condições de funcionamento.
A empresa como ideia criadora a que a lei concede tutela e se submete às regras jurídicas que proíbem a concorrência desleal, a violação de segredo industrial, e traz também a proteção à propriedade imaterial (ao nome comercial, marcas e patentes).
A empresa é atividade econômica organizada exercida profissionalmente pelo empresário através de seu estabelecimento. Naturalmente pressupõe uma estrutura composta de complexo de bens materiais e imateriais (o estabelecimento), o capital, o trabalho de terceiros (empregados), a coordenação desses fatores pelo empresário e a atividade produtiva, ou seja, esse complexo de valores em movimento.
No entanto, a empresa não é sujeita de direito, essa condição quem a possui é seu respectivo titular, ou seja, o empresário (poderá ser individual ou coletivo).
Mas, há de se lembrar que empresa não é unicamente comercial, pois existem também empresas mercantis, civis, públicas e rurais. As sociedades civis de finalidades não lucrativas passam a denominar-se associações (religiosas, culturas, científicas, literárias e, etc).
E, o vigente Código Civil Brasileiro tal como seu similar italiano, não conceituou a empresa, fazendo-o tão-simente com relação ao empresário.
Por derradeiro, estudar os fundamentos do direito empresarial é de crucial importância estratégica para o gestor que poderá administrar de forma escorreita com eficiência e otimização as ferramentas disponíveis em nosso ordenamento jurídico nacional.
Propiciando o desenvolvimento da empresa e principalmente da atividade empresarial, protegendo e respeitando os direitos trabalhistas, a responsabilidade civil da empresa, o direito ambiental, os contratos entabulados,o direito do consumidor e o direito econômico.
Enfim, conhecer tais fundamentos do direito empresarial capacita ao discente promover a adequada gestão garantindo o sucesso do empreendimento em plena reafirmação da função social da empresa.
BIBLIOGRAFIA:
http://www.usf.edu.br/diferenciais/carreira-dicas-exibir/85253070/a+importancia+do+direito+na+gestao.htm#.WsROzi7wbIU
https://giseleleite2.jusbrasil.com.br/artigos/121943870/a-importancia-do-direito-empresarial
https://www.zemoleza.com.br/trabalho-academico/humanas/direito/direito-do-trabalho-e-administracao-de-empresas/
Faculdade de Direito –Universidade de Coimbra – www.fd.uc.pt
 Faculdade de Direito – Universidade de Lisboa – www.fd.ul.pt
 Faculdade de Direito – Universidade Nova de Lisboa – www.fd.unl.pt
 Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas -www.iapmei.pt
 Jurinfor – Informática e Publicações - www.jurinfor.pt 
 Portal do Cidadão - www.portaldocidadao.pt 
 Universidade Lusíada do Porto – www.por.ulusiada.pt

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