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1 ESTADO DO MARANHÃO SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO MARANHÃO DIRETORIA DE ENSINO CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS Criado pela Lei Estadual nº 3.602, de 04/12/1974 Tel: (98) 3258.2128/2146 Fax: (98) 3245.1944 – End: BR 135, Km 2–Tirirical REDAÇÃO E COMUNICAÇÃO OFICIAL PM E ATENDIMENTO AO PÚBLICO 2 APRESENTAÇÃO Este trabalho representa um esforço coordenado dos integrantes do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças – CFAP e objetiva fomentar a produção de conhecimento, padronização de procedimentos operacionais e proporcionar subsídios àqueles interessados em adquirir informações, proporcionando também base teórica que deverá ser usada por todas as Unidades Polos de Ensino da PMMA, por ocasião de Cursos de Formação ou atualização, bem como poderá ser aprimorada e utilizada em outras atividades de ensino que, com certeza, haverão de acontecer. Certamente, os conhecimentos não foram exauridos e também não foi essa a nossa pretensão, mas sim deixarmos nossa parcela de contribuição nesse contexto. Responsável pela edição e aprimoramento textual: Cel QOPM Auceri Becker Martins - Cmt. CFAP 3 MENSAGEM DO COMANDANTE Caros alunos e alunas do Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar do Estado do Maranhão. Vocês foram selecionados entre muitos, candidatos para uma carreira promissora e de ascensão, a qual tem como meta a preservação da ordem pública e segurança interna do nosso Estado. Parabéns pela vitoriosa caminhada feita até aqui. Foram ultrapassados os desafios iniciais das entrevistas, dos exames e das avaliações para serem considerados ―aptos‖ a uma nova etapa desta seleta carreira. São notórias as expectativas e perguntas, no entanto, venham com o compromisso e disposição para um aprendizado constante que tem o objetivo de ampliar seus conhecimentos e habilitá-los de maneira que possam atuar como agentes de segurança de forma preventiva e/ou repressiva como força de dissuasão em caso de perturbação da ordem, mantenedores da ordenação pública e multiplicadores de uma polícia baseada na proximidade com a comunidade. A formação profissional é óbvia e exige de seus aprendizados dedicação intelectual, moral, física, espiritual e muitas vezes abdicação de seus familiares e amigos. Valorizem os sacrifícios que venham enfrentar e os limites conquistados. Aprenderão a amar a verdade e respeitar acima de tudo e todos à justiça, e assim promovê-la sempre a todo custo na busca de uma sociedade mais justa e igualitária. Temos a expectativa de que todos vocês concluam com êxito todas as etapas neste processo de formação que ora se inicia. A sociedade maranhense certamente anseia por novos agentes de segurança pública e acredita numa pacificação social. Sendo assim, em nome da Polícia Militar do Estado do Maranhão, sejam bem vindos! Que o Senhor nosso Deus os proteja e vos abençoe! CEL QOPM JOSÉ FREDERICO GOMES PEREIRA COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO MARANHÃO 4 PALAVRAS DO COMANDANTE DO CFAP O incremento intelectual e técnico na qualidade do serviço dos profissionais em segurança pública é filosofia de gestão do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da PMMA desde que travei meu primeiro contato com o ensino nessa instituição. O educador militar persegue o objetivo de satisfazer plenamente nosso cliente e estabelece o conceito de ―confiável‖ para um formando na prestação de serviços. Alinhados com o discurso de aliança entre modernidade e tradições, os profissionais desse Centro buscam ininterruptamente, identificar oportunidades de melhoria a partir da experimentação e aprimoramento de práticas, nunca indiferentes às possibilidades de inovação, preservando valores éticos pautados em respeito ao cidadão e ao próprio policial militar. Em um ano de profunda inquietação social e de eventos da magnitude de uma eleição presidencial e de uma copa do mundo em nosso país, enfrentamos o desafio de fazer segurança pública de qualidade. Vivemos essa nova ordem mundial, sem fronteiras na informação, onde ideologias se inflamam e paixões transbordam preceitos de respeito, civilidade e urbanidade. Momento em que a preservação da paz social se faz imperativa, sob pena de sucumbirmos ante ao caos, o crime e a anarquia. É na preparação desse profissional que sustentará os alicerces da democracia nas ruas e nas palavras que debruçamos nossos esforços, talentos e trabalho incessante. Precisamos estar familiarizados com as frequentes exigências desse mundo em ebulição social, moral e ideológica, perseguindo novos instrumentos de aprimoramento e progresso na seara educacional. Atentos aos acontecimentos do nosso tempo, estamos inaugurando uma nova gama de ferramental pedagógico, comparável às mais modernas instituições de ensino da contemporaneidade, ofertando o uso de uma plataforma virtual extremamente prática, funcional e confiável para o processo educativo. Trata-se da Plataforma Moodle, fruto do sonho e empenho dos comandantes que me antecederam na gestão dessa Unidade Escola. Estaremos disponibilizando esse sistema magnífico durante toda a extensão dos cursos oferecidos pelo CFAP, com profissionais, oficiais e praças PMS, gabaritados e treinados por tutores experientes oriundos das universidades mais respeitáveis do Estado do Maranhão, sempre na busca da excelência na prestação de nosso serviço aos matriculados no ensino a distância. Dessa forma senhores e senhoras, com a alma cheia de vontade e o semblante humilde, ciente de que estamos recém iniciando essa jornada, que começamos a trabalhar no ideal proposto por este Centro de Formação, que é a de aproximar o policial militar da comunidade ampliando seu espectro de percepções e sensibilidades sem jamais descuidar do seu preparo técnico e intelectual para a prestação de um serviço à altura das expectativas do nosso povo. Reitero o fraterno e sincero abraço de meus predecessores, certo que darei continuidade à mesma trajetória e ao mesmo sonho comum. Muito obrigado! Cel QOPM Auceri Becker Martins Comandante do CFAP 5 SUMÁRIO ORD PÁG 1 HISTÓRIA DA “VIOLÊNCIA” NA POLÍCIA MILITAR. 2 2 RELAÇÕES INTERPESSOAIS............................................ 3 3 APERFEIÇOAMENTO POLICIAL..................................... 4 4 ATENDIMENTO..................................................................... 5 5 TRABALHO EM EQUIPE..................................................... 7 5.1 ONDE COMEÇA A QUALIDADE DO ATENDIMENTO. 8 5.2 QUALIDADE NO ATENDIMENTO.................................... 8 5.3 REQUISITOS BÁSICOS PARA UM ATENDIMENTO DE QUALIDADE.................................................................... 9 5.4 PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O BOM ATENDIMENTO PESSOAL................................................. 10 6 OS SETE PECADOS DO ATENDIMENTO........................ 11 7 ESPÉCIE DE ATENDIMENTO............................................ 11 7.1 ATENDIMENTO TELEFÔNICO......................................... 11 7.2 ATENDIMENTO PRESENCIAL.......................................... 11 8 ÉTICA NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO...................... 13 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................. 14 6 1 HISTÓRIA DA “VIOLÊNCIA” NA POLÍCIA MILITAR. A PM (Policia Militar) é uma das principais forças de segurança das cidades brasileiras. No entanto, os métodos utilizadospela PM são muitas vezes associados à truculência e violência. E para especialistas, a cultura violenta da PM é um dos resquícios da ditadura. Quando os militares assumiram o poder no Brasil, sob o pretexto de manter a segurança interna e eliminar o perigo do comunismo, o Estado aumentou o autoritarismo e a repressão, criando órgãos de controle da informação, como o SNI (Sistema Nacional de Informações). Em 1969, foi criada a Lei de Segurança Nacional, que restringia a liberdade de reunião, associação e de imprensa, em 1970 foi criado o DOI-Codi, centro de repressão do Exército conhecido, como “sucursal do inferno”, palco de tortura e desaparecimento de presos políticos e “suspeitos de subversão”. Naquela época, a PM foi usada como extensão dos órgãos de repressão da ditadura e o uso da violência e a tortura se tornaram rotina e práticas autorizadas pelo estado. A polícia de São Paulo foi uma das primeiras a ser militarizada logo do golpe, com a imediata incorporação e comando da PM pelas forças armadas. Nos anos 1960, surgiu também em São Paulo o temido “Esquadrão da morte”, um grupo de extermínio de origem policial. Em 1966, quando ainda era chamada de Força Pública do Estado de São Paulo, a PM teve como comandante o coronel Joao Baptista de Figueiredo, o mesmo que mais tarde encerraria a era de presidente militares com mandato entre 1979 e 1985. No início dos anos de 1970, a PM paulista criaria uma unidade especial, a Rota (Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar), que surgiu para combater a guerrilha urbana e as ações praticadas pela esquerda armada. Nas décadas seguintes, a Rota seria alvo de denúncias de tortura e assassinatos contra criminosos comuns e de jovens sem antecedentes criminais. Por outro lado, os “Direitos Humanos” passaram a ser vistos como ideologicamente filiados à esquerda e depois passaram a ser vistos como “defensores de bandidos”. Incentivar as corporações a adotar uma cultura de direitos humanos. Modificando os paradigmas e pensando em melhorar o atendimento Policial Militar verificou-se a necessidade de um bom relacionamento interpessoal como um dos fatores iniciais a um bom suporte policial. 7 2-RELAÇÕES INTERPESSOAIS O que é Relacionamento Interpessoal? A palavra interpessoal já nos dá uma dica para oferecer uma definição: É o conhecimento das relações internas entre si próprio, ou com seu Eu interior. Nessa categoria, podemos falar de autoconhecimento, auto-reflexão a fim de estudar os sentimentos e emoções, análise do processo de pensamento. Quando uma pessoa começa a conhecer seus pensamentos e sentimentos um novo universo se abre o que proporciona a compreensão do mundo ao redor onde vivemos, pois nosso estado interno reflete diretamente em nosso mundo externo. O conceito de Relacionamento Interpessoal vem sendo aplicado em dinâmicas de grupo para auxiliar a integração entre os participantes, para resolver conflitos e proporcionar o autoconhecimento. A partir do momento que uma pessoa começa a conhecer a si mesma, muitas portas se abrem o que facilita a comunicação interpessoal com outros membros da equipe ou grupo de trabalho onde surgem relacionamentos que proporcionam novas amizades, e até soluções para problemas antes não vistos ou não percebidos pelo grupo. De acordo com Carvalho (2009) pertencemos a uma sociedade com alto desenvolvimento tecnológico que proporciona aproximações, mas também desenvolve um baixo contato interpessoal. Segundo o autor, existem vários tipos de relacionamentos como: abertos ou fechados, criativos, conflitantes, gratificantes ou destrutivos. Estimulando as Relações Interpessoais todos saem ganhando, a instituição em forma de produtividade e os policiais em forma de autoconhecimento o que agrega valor em sua carreira e em sua relação com a família e a sociedade. Em síntese quando olhamos para dentro e despertamos a competência do autoconhecimento conseguimos abrir nossos olhos para observar os relacionamentos externos no ambiente de trabalho e na vida pessoal. Os relacionamentos externos refletem diretamente nosso estado interior. Se as pessoas com quem convivemos não condizem com os objetivos pessoais e profissionais é hora de repensar suas relações, olhar para dentro, analisar o que você quer do futuro e iniciar o processo de mudanças internas. 8 3- APERFEIÇOAMENTO POLICIAL A velocidade das mudanças, a famosa globalização e o desenvolvimento tecnológico transformam incessantemente o ambiente de trabalho, de forma que hoje não há dúvidas de que "estudo" e "formação" não são apenas uma etapa da vida, mas uma constante ao longo de toda a carreira. Assim, a atualização profissional deixou de ser uma opção para ser também uma condição e uma necessidade dentro do exercício da profissão. Isso se manifesta tanto como iniciativa de aperfeiçoamento do currículo dentro de um ambiente cada vez mais concorrido quanto por exigência natural do mercado, onde a todo instante se vêem antigos meios e conceitos sendo aperfeiçoados ou superados. O policial militar deve ser atuante nessa capacitação, buscando um melhor atendimento. Faz-se necessário o conhecimento universal das disciplinas vinculadas ao aprimoramento técnico profissional militar levando assim a um melhor atendimento ao público. Ele deve estar atento às novidades e às oportunidades de aplicação de sua experiência e competência e entender claramente quais são as competências valorizadas na área em que atua. Vê-se então a necessidade de procurar um processo rápido, eficaz e específico para aquisição dos conhecimentos que quer aprofundar ou adquirir. É a isso que vão de encontro direto os programas de atualização profissional. Lembrando-se sempre de Paulo Freire, que diz em uma de suas obras: "Mulheres e homens, somos os únicos seres que, social e historicamente, nos tornamos capazes de aprender. Por isso, somos os únicos em quem aprender é uma aventura criadora, algo, por isso mesmo, muito mais rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito". 9 4 - ATENDIMENTO "Os clientes julgam os serviços que recebem a partir da maneira pela qual são tratados por todos aqueles com quem tem contato.” Carl Sewell. Conceitos Atendimento corresponde ao ato de atender, ou seja, ao ato de cuidar, de prestar atenção às pessoas que recebemos ou mantemos contato. O atendimento requer, de quem pratica, muita responsabilidade e um estado de espírito baseado na competência e gentileza. Assim, atender é: • O ato ou efeito de atender; • A maneira como habitualmente são atendidos os usuários de determinado serviço; • É prestar assessoria, consultoria, sanar dúvidas; • É acolher; • É receber com atenção e cortesia; • Dar ou prestar atenção a algo. O atendimento pressupõe uma ajuda de uma pessoa à outra. Sempre que você atende, você está relacionando-se com outras pessoas. a) Objetivos Qualquer atendimento tem por objetivo assistir o cliente em suas necessidades que geraram a procura pelo serviço. Na atualidade, o objetivo principal do atendimento é encantar o cliente, permitindo torná-lo um parceiro da instituição, capaz de agregar desenvolvimento e aprimoramento. Muitos cidadãos nunca tiveram um contato direto com um policial. A maioria provavelmente teve apenas um contato ou bem poucos. Assim, lembre-se, pode ser a décima ocorrência que você atenda no dia, mas para aquele que lhe solicita possivelmente deva sua primeira experiência com a força policial na vida. Trate-o com a compreensão e a paciência que vocêespera, enquanto cidadão, que um policial tinha. A instituição pode não ter outra oportunidade para modificar a má impressão que você deixou. b) Aspectos necessários para um bom atendimento. • Preparo: Conhecimento do seu serviço e do funcionamento da instituição em suas partes e no todo. Preparo nas habilidades emocionais exigidas pelas relações sociais inerentes a situação do atendimento. • Dedicação: O atendente deve estar sempre atualizado nas informações que possui e que sua função exige. A auto-observação e percepção do atendente são instrumentos utilizados com constância e, portanto, necessário para excelência do atendimento. • Presença de espírito: Permite que o atendente seja criativo e assertivo em sua conduta, em especial nas situações de conflito e tensão. Obs.: Quando as relações sociais do atendimento são envolvidas em experiências emocionais de tensão e conflito com o público, o 10 atendente torna-se uma espécie de "para-raios afetivo", destinado a captar as descargas emocionais dos clientes (cidadãos). • Intuição: Deve basear-se na observação atenta das necessidades do cliente, as verbalizadas e as não-verbalizadas, mas que podem ser percebidas. Por exemplo, quando o cliente não compreender com clareza a informação, mas não tem coragem de dizer ao atendente; ou quando o cliente chega à instituição e não tem certeza do que quer. Agora uma enquete. Você já foi “encantado” por um bom atendimento? “Encantado”, quer dizer que você sem perceber, comentou sobre o serviço para outras pessoas. 11 5 TRABALHO EM EQUIPE Cada vez mais, as equipes se tornam a forma básica de trabalho nas organizações do mundo contemporâneo. As evidências sugerem que as equipes são capazes de melhorar o desempenho dos indivíduos quando a tarefa requer múltiplas habilidades, julgamentos e experiências. Quando as organizações se reestruturaram para competir de modo mais eficiente e eficaz, escolheram as equipes como forma de utilizar melhor os talentos dos seus funcionários. As empresas descobriram que as equipes são mais flexíveis e reagem melhor às mudanças do que os departamentos tradicionais ou outras formas de agrupamentos permanentes. As equipes têm capacidade para se estruturar, iniciar seu trabalho, redefinir seu foco e se dissolver rapidamente. Outras características importantes é que as equipes são uma forma eficaz de facilitar a participação dos trabalhadores nos processos decisórios e aumentar a motivação dos funcionários. 5.1 ONDE COMEÇA A QUALIDADE DO ATENDIMENTO? Certamente você já ouviu a seguinte expressão: “para uma empresa se destacar, nos dias atuais, a qualidade no atendimento é fundamental”. Pois é, oferecer serviços de qualidade é uma obrigação básica de toda e qualquer empresa que almeja se manter firme no mercado. Mas, infelizmente, uma grande parcela de empresas ainda não está conseguindo fazer o básico, ou seja, oferecer o mínimo de qualidade nos serviços prestados para que os clientes sintam-se satisfeitos. Você concorda que: Cortesia é fundamental no atendimento ao cliente? Agilidade é importante para que os clientes obtenham a solução para seus problemas? Saber se comunicar, escutar e estabelecer empatia com os clientes é imprescindível? Conhecer os produtos e serviços que a empresa vende contribui para transmitir informações precisas ao cliente? Demonstrar disponibilidade com bom humor é uma atitude que não pode faltar no atendimento? Provavelmente a sua resposta às perguntas acima será “sim”. Porém, cortesia, agilidade, comunicação, empatia, bom humor e disponibilidade são fatores que devem fazer parte, primeiro, do atendimento interno da empresa. De que adianta todo mundo saber que é preciso pratica. 12 5.2 QUALIDADE NO ATENDIMENTO A qualidade no atendimento ao cliente reflete o grau de eficiência da organização. Ou seja, trata-se de uma atividade que deve retratar o espelho da sua cultura, da motivação de seus funcionários, das suas relações de trabalho, da capacidade gerencial dos seus gestores e da sua integração com o trabalho em equipe. Atender um cliente é um relacionamento interpessoal, o qual se processa através da comunicação impulsionado pela motivação, visando nessa interação, detectar as necessidades ocultas do cliente e satisfazê-las com qualidade. Hoje, o atendimento é considerado fator determinante para a conquista e a manutenção de clientes, transformando-se numa atitude fundamental para a sobrevivência da própria empresa. Portanto, torna-se necessário que as organizações criem estratégias de atendimento inspiradas nas preferências do cliente, além de uma estrutura que garanta boa seleção do pessoal envolvido com o atendimento e um adequado programa de treinamento desses colaboradores. 5.3 REQUISITOS BASICOS PARA UM ATENDIMENTO DE QUALIDADE Ouvir o cliente Saber ouvir é indispensável para um bom atendimento e criação de um relacionamento duradouro. Reconhecer e agir em cima das informações passadas garante a oportunidade de saber o que a empresa está fazendo de errado e corrigir, além de ter o cliente mais interessado e menos aborrecido. Foco e Análise Quem lida diretamente com o cliente precisa avaliar as prioridades e analisar as principais causas do problema, a fim de identificar a melhor forma de solucioná- las. Empatia A empresa que se utiliza da empatia, aumenta a qualidade das relações. A sensibilidade ajuda a compreender o comportamento em determinadas circunstâncias e agir de forma que colabore na tomada de decisões. Agilidade Atuar com rapidez também é fundamental para satisfação do cliente, a equipe de atendimento deve ser treinada para criar a capacidade de chegar rapidamente ao objetivo final. Flexibilidade Jogo de cintura se faz necessário em algumas situações, às vezes é preciso mudar uma determinada atitude ou forma de falar adaptando-se as necessidades de cada cliente. Proatividade Não significa somente tomar a iniciativa, mas possuir colaboradores que assumam a responsabilidade de fazer com que as coisas aconteçam. Feedback Obter o feedback dos clientes é fator importantíssimo no processo de melhoria contínua de produtos e serviços, bem como deve ser compartilhado e considerado por toda a organização na tomada de decisões. 13 5 .4 PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O BOM ATENDIMENTO PESSOAL 1. Ser cortês – atender bem a qualquer clientela que se dirija a empresa. Para isso, o funcionário precisa suplantar seus próprios preconceitos ou eventual má impressão inicial que tenha do cliente. 2. Dar boas vindas – Cumprimentar a todos com um sorriso natural e espontâneo, facilitando o contato com o cliente. Sempre que possível chamá-lo pelo nome, pronunciando corretamente. E nunca diga que o nome do seu cliente é horrível, estranho, engraçado e etc. 3. Atender de imediato – O cliente deve ser priorizado em qualquer atendimento, principalmente se o funcionário estiver realizando apenas uma conversa ou um ato que não esteja relacionado com o seu trabalho. Lembre-se que para quem chega a sua empresa você é o responsável pela primeira impressão e um minuto de espera pode representar uma eternidade. 4. Mostre boa vontade – Mesmo fora de sua área de trabalho, o funcionário pode cumprimentar a todos e tentar ajudar, na medida do possível, a gentileza não precisa ficar restrita ao setor de trabalho ou às pessoas que conhece. É sempre gratificante para o cliente ser atendido ou cumprimentado por um funcionário da empresa que o reconheça. 5. Dispensar atenção ao cliente – Dar tempo para o cliente explicar o que deseja. Escutá-lo e não apenasouvir. Lembre-se de manter uma atitude agradável buscando principalmente respeitar a opinião de seu cliente. 6. Agir com rapidez – O tempo é muito importante tanto para você como para o seu cliente. Ele deseja que o seu problema seja solucionado o mais rápido possível e você, deve atendê-lo com agilidade para que possa dar andamento ao atendimento dos demais clientes. Mas lembre-se que rapidez não é sinônimo de descaso ou irritação. Nunca demonstre ao cliente que está sendo rápido para se livrar dele. 7. Não dê ordens – Jamais ordene algo ao cliente. Uma expressão cordial é o necessário para que o cliente faça o que você quiser. “Por favor, o Senhor pode assinar nesta linha?” 8. Em casos especiais chame o superior – Diante de um cliente imperioso (e muitas vezes sem razão), o funcionário deve buscar ajuda com habilidade é claro, e sem demonstrar ao cliente insegurança ou pouco conhecimento do assunto. 9. Evitar atitudes negativas – expressões negativas tendem a criar um clima negativo. Evite: “não deve”, “não pode”, “não dá”. 10. Falar a verdade – A verdade é extremamente importante nas informações dadas, mas lembre-se que nem sempre o nosso superior coopera para que digamos a verdade, e nesses casos a mentira não é sua, você está apenas cumprindo ordens. 11. Agir como o melhor cartão de visitas – Lembre-se de que sua imagem equivale a imagem da empresa, seu local de trabalho deve estar sempre limpo, organizado, a 14 sua linguagem deve ser a mais correta, sem exageros, o seu vestuário deve ser o mais sóbrio possível, sem exageros. 6. OS SETE PECADOS DO ATENDIMENTO Segundo o autor Karl Albrecht, os sete pecados do atendimento ao Cliente são: 1. Apatia - ocorre quando os funcionários de uma empresa não demonstram que se importam com o Cliente. As pessoas ficam bravas, ofendem-se. 2. Má vontade os funcionários tentam livrar-se do Cliente sem resolver o seu problema. 3. Frieza O Cliente é tratado de forma distante, até desagradável. 4. Desdém Há funcionários que se dirigem ao cliente de cima para baixo, como se ele não soubesse nada, tratando-o como uma criança. Isso enfurece as pessoas. 5. Robotismo O funcionário deixa de agir como se fosse uma pessoa e repete sempre a mesma coisa, da mesma maneira, com os movimentos como se estivesse em outro lugar. 6. Demasiado apego às normas Acontece com o funcionário que diz "sinto muito, mas não podemos fugir das regras, não podemos ser flexíveis". 7. Jogo de responsabilidades A síndrome do vai-paralá-e-vai-para-cá. Há pessoas que mandam os Clientes de um lugar para outro, sem nunca resolver nada. 6. Demasiado apego às normas Acontece com o funcionário que diz "sinto muito, mas não podemos fugir das regras, não podemos ser flexíveis". "A cortesia tem um grande poder, entretanto, não custa nada" - Samuel Smiles. 15 7- ESPÉCIE DE ATENDIMENTO 7.1 ATENDIMENTO TELEFÔNICO Na comunicação telefônica, é fundamental que o interlocutor se sinta acolhido e respeitado, sobretudo porque se trata da utilização de um canal de comunicação a distância. É preciso, portanto, que o processo de comunicação ocorra da melhor maneira possível para ambas as partes (emissor e receptor) e que as mensagens sejam sempre acolhidas e contextualizadas, de modo que todos possam receber bom atendimento ao telefone. Alguns autores estabelecem as seguintes recomendações para o atendimento telefônico: - Perguntar o nome do cliente e tratá-lo pelo nome; - Agir com cortesia. Cumprimentar com um “bom-dia” ou “boa-tarde”, dizer o nome e o nome da instituição são atitudes que tornam a conversa mais pessoal; - O cidadão não deve ser interrompido no atendimento policial militar, pode ser a única oportunidade que ele tenha de oferecer informações sobre a ocorrência se não dispor de tempo; - Coletar o máximo de informações possíveis; - Não deixar o cidadão esperando por um tempo muito longo. É melhor explicar o motivo de não poder atendê-lo e retornar a ligação em seguida; - Assumir a responsabilidade pela resposta: a pessoa que atende ao telefone deve considerar o assunto como seu, ou seja, comprometer-se e, assim, garantir ao interlocutor uma resposta rápida. Por exemplo: não deve dizer "Não sei", mas "Vou imediatamente saber" ou "Daremos uma resposta logo que seja possível". - O atendente deverá apresentar formas alternativas para o fazer, como: fornecer o número do telefone direto de alguém capaz de resolver o problema rapidamente; - diálogo está sendo acompanhado com atenção, dando feedback. 7.2. ATENDIMENTO PRESENCIAL Nessa modalidade de atendimento devem ser incorporados alguns princípios relativos ao atendimento telefônico, além de outros específicos a serem abordados a seguir. Por se tratar de uma modalidade de comunicação de grande impacto junto ao usuário, o atendente deve sempre demonstrar simpatia, competência e profissionalismo e ter atenção com as expressões do rosto, da voz, dos gestos, do vocabulário e de aparência. E da mesma forma, considerar os seguintes princípios. Princípios para a qualidade ao atendimento presencial: 16 - Competência - O usuário espera que cada pessoa que o atenda detenha informações detalhadas sobre o funcionamento da organização e do setor que ele procurou. - Legitimidade - O usuário deve ser atendido com ética, respeito, imparcialidade, sem discriminações, com justiça e colaboração. • Disponibilidade - O atendente representa, para o usuário, a imagem da organização. Assim, deve haver empenho para que o usuário não se sinta abandonado, desamparado, sem assistência. O atendimento deve ocorrer de forma personalizada, atingindo- se a satisfação do cliente. - Flexibilidade - O atendente deve procurar identificar claramente as necessidades do usuário e esforçar-se para ajudá-lo, orientá-lo, conduzi-lo a quem possa ajudá-lo adequadamente. Para que o cliente ou usuário possa se sentir bem atendido, existem, também, algumas estratégias verbais, não-verbais e ambientais. Estratégias verbais - Reconhecer, o mais breve possível, a presença das pessoas; - Pedir desculpas se houver demora no atendimento; - Se possível, tratar o usuário pelo nome; - Demonstrar que quer identificar e entender as necessidades do usuário; - Escutar atentamente, analisar bem a informação, apresentar questões; Estratégias não-verbais - Olhar para a pessoa diretamente e demonstrar atenção; - Prender a atenção do receptor; - Não escrever enquanto estiver falando com o usuário; - Prestar atenção à comunicação não-verbal; Estratégias ambientais - Manter o ambiente de trabalho organizado e limpo; - Assegurar acomodações adequadas para o usuário; - Evitar pilhas de papel, processos e documentos desorganizados sobre a mesa. Atendimento e tratamento O atendimento está diretamente relacionado aos negócios de uma organização, suas finalidades, produtos e serviços, de acordo com suas normas e regras. O atendimento estabelece, dessa forma, uma relação entre o atendente, a organização e o cliente. A qualidade do atendimento, de modo geral, é determinada por indicadores percebidos pelo próprio usuário relativamente a: - Competência – recursos humanos capacitados e recursos tecnológicos adequados; - Confiabilidade – cumprimento de prazos e horários estabelecidos previamente; - Credibilidade – honestidade no serviço proposto; - Segurança – sigilo das informações pessoais; - Facilidade de acesso – tanto aos serviços como ao pessoal de contato; - Comunicação – clareza nas instruções de utilização dos serviços. O tratamento é a maneira como o funcionário se dirige ao cliente e interage com ele, orientando-o,conquistando sua simpatia. Está relacionada a: - Presteza – demonstração do desejo de servir, valorizando prontamente a solicitação do usuário; - Cortesia – manifestação de respeito ao usuário e de cordialidade; - Flexibilidade – capacidade de lidar com situações não-previstas. 17 8 ÉTICA NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO. A ética no relacionamento é algo pessoal, no qual a aproximação com o cliente tem o objetivo de tentar entendê-lo e encantá-lo com um atendimento preciso, de qualidade, agradável, respeitável, ético. Ética no atendimento ao cliente é definida como o que é correto ou bom na conduta do atendimento. A preocupação do que deve ser feito não se limitando ao que dizem as leis que regem o serviço realizado. Assim, o bom senso é o principal instrumento de avaliação para definição do que pode ou deve ser realizado. Aquele que oferece a prestação de um serviço deve ter consciência que servindo bem, cria-se, de forma natural, a necessidade do outro em retribuir. Desta feita, a conduta ética na relação de atendimento permite definir a qualidade e satisfação do cliente. a) Serviço e Postura de Atendimento Observando estas duas condições principais que causam a vinculação ou o afastamento do cliente da empresa, podemos separar a estrutura de uma empresa de serviços em dois itens: os serviços e a postura de atendimento. O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organizações e, como tal, está diretamente relacionado ao próprio negócio. Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de serviços, a sua própria definição e filosofia. Aqui, também são tratados os aspectos gerais da organização que dão peso ao negócio, como: o ambiente físico, as cores (pintura), os jardins. Este item, portanto, depende mais diretamente da empresa e está mais relacionado com as condições sistêmicas. POSTURA DE ATENDIMENTO, que é o tratamento dispensado às pessoas, está mais relacionado com o funcionário em si, com as suas atitudes e o seu modo de agir com os clientes. Portanto, está ligado às condições individuais. É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas políticas das empresas, o treinamento, a definição de um padrão de atendimento e de um perfil básico para o profissional de atendimento, como forma de avançar no próprio negócio. Dessa maneira, estes dois itens se tornam complementares e inter- relacionados, com dependência recíproca para terem peso. 18 CONSIDERAÇÕES FINAIS Melhorar o atendimento ao Público tem sido um dos fatores primordiais no mundo militar. Não é mais admitido que o policial possa atender com truculência ou com indiferença um cidadão. Fator esse que vem sido melhorado e aperfeiçoado ao longo dos anos com a qualificação policial, além da boa ética individual e ainda a inserção da policia na filosofia do policiamento comunitário. A resolução da problemática ou da lide conflituosa no meio social, muita das vezes é resolvida com a participação ativa da comunidade. Outro ponto a ser verificado, é que o primeiro contato com a ocorrência é feito pela polícia militar e esse profissional deve está bem aperfeiçoado a receber o cidadão que está emocionalmente relacionada à ocorrência. Por isso a necessidade da capacitação em um melhor atendimento ao público e para que isso aconteça é necessário melhorar o relacionamento interpessoal, investir na capacitação continuada militar, e conhecer os itens que compõe para aumentar o bom atendimento. 19 REFERÊNCIAS https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/ditadura-militar-grandes- obras-e-truculencia-policial-sao-algumas-herancas-do-regime.htm CARVALHO, Maria Do Carmo Nacif de. Relacionamento Interpessoal: como preservar o sujeito coletivo. Rio de Janeiro: LTC, 2009. http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2005/04/08/485805/importncia-do- aperfeioamento-profissional.html FREIRE, Paulo, BETTO, Frei. Essa Escola Chamada Vida. São Paulo: Ativa, 2000. Moscovici, Fela. Equipe dão Certo: a multiplicação do talento humano. Rio de Janeiro: José Olympio, 1996. 20 SUMÁRIO ORD PÁG 1 PROCESSO DA COMUNICAÇÃO 1.1 ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 2 CONSTITUINTES 3 CLASSIFICAÇÃO DAS CORRESPONDENCIAS OFICIAIS 4 CARACTERÍSTICAS DA REDAÇÃO OFICIAL 5 PRONOMES DE TRATAMENTO 5.2 CONCORDÂNCIA COM OS PRONOMES DE TRATAMENTO 5.3 EMPREGOS DOS PRONOMES DE TRATAMENTO 6 FECHOS PARA A COMUNICAÇÃO 7 IDENTIFICAÇÃO DO SIGNATÁRIO 8 O PADRÃO OFÍCIO 8.1 PARTES DO DOCUMENTO NO PADRÃO OFÍCIO 8.2 FORMA DE DIAGRAMAÇÃO 8.3 AVISO E OFÍCIO 8.4 MEMORANDO 9 SOLUÇÕES PARA MELHORAR A COMUNICAÇÃO 21 1 PROCESSO DA COMUNICAÇÃO A comunicação é um dos atos vitais do ser humano. Para Mattelart, (2009, p. 189) ―[...] anuncia-se como parâmetro por excelência da evolução da humanidade [...]‖ Por meio dela foi possível o desenvolvimento humano e social através da transmissão do conhecimento e informações. Ao buscar a etimologia da palavra Martino (2005, p. 12-13) nos diz que ―O termo comunicação vem do latim communicatio, do qual distinguimos três elementos: uma raiz munis, que significa ―estar encarregado de‖, que acrescido do prefixo co, o qual expressa simultaneidade, reunião, temos a ideia de uma ‗atividade realizada conjuntamente‘, completada pela terminação tio, que por sua vez reforça a ideia de atividade.‖ Segundo o dicionário Aurélio, comunicação é ―a capacidade de trocar ou discutir ideias, de dialogar, de conversar, com vista ao bom entendimento entre pessoas‖. Comunicação é um processo de duas vias. Se você não consegue ouvir e entender o que estão dizendo, não há comunicação. Para que uma comunicação seja efetiva, você precisa ouvir ativamente. Isto pode parecer óbvio, na medida que a ação de ouvir é passiva, no entanto existe sim uma grande diferença entre escutar o que está sendo dito e ouvir ativamente e, consequentemente, compreender o significado da comunicação. Vale destacar que esta habilidade está sendo hoje considerada crítica quando o assunto é comunicação. Isso acontece porque normalmente colocamos a responsabilidade e foco da ação no emissor. Como emissores, estamos tão voltados para nós mesmos, cuidando do que queremos comunicar, cuidando dos meios que iremos usar para transmitir e com isso esquecemos de colocar foco no receptor. Quem é meu receptor? Que linguagem será mais adequada? Ele entendeu a mensagem e está pronto a dar o resultado que esperamos? 22 Ouvir ativamente, observar e olhar cuidadosamente seu interlocutor são habilidades importantes, porque desta forma você poderá primeiro reconhecer quem é seu interlocutor e segundo perceber se a mensagem está alcançando seu êxito. Muitos estudos e observações demonstram como é deficiente nossa capacidade de ouvir e quanto tempo, energia e dinheiro é jogado fora por causa disso. 1.1 Elementos da comunicação A comunicação acompanha o ser humano desde seu nascimento, sendo processada em todo tempo, independentemente da forma ou da localização. Confunde-se com nossa própria vida, estamos a todo tempo nos comunicando, seja através da fala, da escrita, de gestos, de um sorriso e até mesmo através do manuseio de documentos, jornais e revistas. Há quem diga que o sucesso de toda atividade profissional é uma comunicação eficaz. Comunicar significa transmitir e receber mensagens e pode ser realizada por meio de: -Linguagem falada ou escrita, -Linguagem de sinais -Ideias, -Comportamentos e atitudes. No entanto, a comunicação jamais poderá ser compreendida como umfenômeno isolado, pois ela somente será efetiva, se outros elementos estiverem presentes nessa dinâmica. Em cada um dos atos que realizamos notamos a presença dos elementos essenciais para que ocorra uma comunicação eficiente: - emissor: é aquele que dá início ao processo comunicativo, pois transmite a mensagem. - receptor: é aquele a quem a mensagem é endereçada. - mensagem: é o conteúdo da comunicação. - canal de comunicação: é o meio pelo qual a mensagem será transmitida: carta, palestra, jornal televisivo. 23 - código: é o conjunto de signos e de regras de combinação desses signos utilizado para elaborar a mensagem; o emissor codifica aquilo que o receptor irá descodificar. Abaixo listamos alguns requisitos para uma boa mensagem, verificando se: - está ajustada ao receptor; - tem conteúdo significativo; - apresenta sentido claro; - não é inconcludente. No processo de comunicação o maior cuidado deve estar em não produzir ―ruídos‖ ao transmitir informações. Ou seja, ter certeza de que a mensagem emitida foi corretamente recebida e interpretada pelo público-alvo. 2- CONSTITUINTES São três os constituintes da redação oficial: - O signatário: alguém que comunique, sempre o Poder Público. Por integrarem sistemas públicos e/ou prestarem serviços de interesse coletivo, organizações como universidades, escolas, sindicatos, federações, confederações, entidade associativa em geral e cartórios, entre outras, mesmo sendo de iniciativa privada, realizam o que se denomina redação oficial. - Algo a ser comunicado: assunto relativo ao órgão público representado pelo signatário que, portanto, não se utilizará da comunicação oficial para privilegiar interesses pessoais, sejam eles comerciais, sociais ou políticos. O destinatário da comunicação, que pode ser o cidadão, em seu conjunto ou isoladamente, entidades em geral, ou outro órgão público Portanto, na conceituação de redação oficial, não importa o destino do documento. 3 CLASSIFICAÇÃO DAS CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS a) Quanto ao Circulação: 24 - Externa: Ofício, relatório. - Interna: memorando, ofício, relatório. Como se observa, o memorando é correspondência de circulação exclusiva interna, enquanto ofício e relatório, dependendo de cada caso e da complexidade da estrutura administrativa do ente público, podem ser de circulação externa e interna. b) Quanto ao conteúdo - Secreto: quando a divulgação das informações pode comprometer a segurança, as relações e os interesses do ente público, exigindo, por isso, sigilo absoluto. - Nominal: quando contém informações de caráter pessoal, cujo conhecimento é restrito ao destinatário. - Reservada: quando a necessidade de sigilo é transitória, ou seja, por determinado tempo. Ordinária: quando a divulgação não causa qualquer prejuízo ao ente público. 4 – CARACTERÍSTICAS DA REDAÇÃO OFICIAL Conforme o Manual de Redação da Presidência da República pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. Deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: ―A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)‖. Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda administração pública, claro está que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. O já citado Manual aborda os atos normativos e em relação a estes versa: não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que 25 dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. Em relação às comunicações oficiais afirma que: devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem. Os principais parâmetros que distinguem, em maior ou menor grau, a comunicação oficial das demais – correspondência pessoal ou empresarial, texto jornalístico, técnico ou científico, literatura, entre outras – são as necessidades de impessoalidade, padronização, formalidade, uniformidade e o padrão culto da linguagem. a) Impessoalidade: Quem se comunica com o destinatário não é pessoa, mas o órgão público que esta representa; de outra parte, as questões tratadas pelas comunicações oficiais se restringem a assuntos de interesse público. Assim sendo não há hipótese para individualidades, impressões e tratamentos pessoais como os que caracterizam a correspondência pessoal, o texto jornalístico e literário, entre outros. Tanto o signatário da comunicação oficial como o servidor que a elabora precisam, permanentemente, estar imbuídos da condição de representantes e zeladores dos interesses coletivos, não permitindo em momento algum, que se manifeste qualquer interesse ou condição pessoal. b) Padronização: A administração de qualquer órgão público é uma; por isso, impõe-se que suas comunicações sigam um padrão que a identifique. Uma organização em que cada um realize suas ações a sua maneira, sem levar em conta os objetivos do todo, não é uma organização, mas é um número maior ou menor de individualidades. É necessário que o conjunto de servidores tenha uma só direção, um único caráter, transmitindo à coletividade a certeza de um trabalho coeso, voltado exclusivamente ao bem comum. A comunicação é veemente, senão única, forma de transmitir ao público esse espírito de equipe organizada e voltada aos interesses coletivos, razão por que se faz necessário que tenha um padrão. c) Formalidade: As comunicações oficiais devem ser sempre formais, ou seja, obedecer a certas regras relativas a sua forma, entre as quais se destacam a exigência de impessoalidade, o emprego adequado dos pronomes de tratamento, o uso padrão culto de linguagem, a utilização de formas sóbrias de diagramação e sobretudo, clareza, objetividade, concisão, precisão e polidez no tratamento. d) Uniformidade: As comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre um único comunicador: o Poder público, e o receptor é outro órgão público 26 ou o cidadão ou o conjunto deles ou ainda instituições, todos tratados de forma homogênea. e) Padrão culto de linguagem: A linguagem sempre decorre do ambiente em que é produzida, existindo por isso diversos níveis, da mais coloquial à inteiramente formal. Depende também do destinatário ou do grupo de receptadores a que se destina à comunicação. Há entre emissor e receptor uma espécie de acordo de cooperação que visa à otimização do entendimento entre as partes. Assim, o caráter público dos atos e expedientes oficiais, bem como sua finalidade de estabelecer regras de condutas dos cidadãos, de regular o funcionamento dos órgãos públicos e de informar com clareza e objetividade, impõe um padrão de linguagem culta, universal, impessoal, que seja compreendida por todos. Entende-se como padrão culto de linguagem aquele em que se observem as regras da gramática formal e se empregue um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. Portanto nas comunicações oficiais não há lugar para:- Linguagem restrita a determinados grupos, como gírias regionalismos e jargões burocráticos; - manifestações de amizade e apreço pessoal; Tratamentos que manifestem qualquer forma de intimidade; - palavras e expressões de difícil entendimento; - ambiguidades; - modismos; - Linguagem rebuscada; - Figuras de linguagem própria da língua literária. 5. PRONOMES DE TRATAMENTO 5.1 Breve história dos pronomes de tratamento O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem larga tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após serem incorporados ao português os pronomes 27 latinos tu e vos, ―como tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra‖, passou-se a empregar, como expediente linguístico de distinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor: ―Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a um atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria superior, e não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se o tratamento ducal de vossa excelência e adotaram-se na hierarquia eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência, vossa santidade.‖ A partir do final do século XVI, esse modo de tratamento indireto já estava em voga também para os ocupantes de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e depois para o coloquial você. E o pronome vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que provém o atual emprego de pronomes de tratamento indireto como forma de dirigirmo- nos às autoridades civis, militares e eclesiásticas. 5.2 Concordância com os pronomes de tratamento Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo sintático: ―Vossa Senhoria nomeará o substituto‖; ―Vossa Excelência conhece o assunto‖. Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: ―Vossa Senhoria nomeará seu substituto‖ (e não ―Vossa ... vosso...‖). Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é ―Vossa Excelência está atarefado‖, ―Vossa Senhoria deve estar satisfeito‖; se for mulher, ―Vossa Excelência está atarefada‖, ―Vossa Senhoria deve estar satisfeita‖. 5.3 Emprego dos pronomes de tratamento 28 Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular tradição. São de uso consagrado: Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: a) do Poder Executivo; Presidente da República; Vice-Presidente da República; Ministros de Estado; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais. b) do Poder Legislativo: Deputados Federais e Senadores; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. c) do Poder Judiciário: Ministros dos Tribunais Superiores; 29 Membros de Tribunais; Juízes; Auditores da Justiça Militar. O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador, No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma: A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Ministro de Estado da Justiça 70.064-900 – Brasília. DF A Sua Excelência o Senhor Senador Fulano de Tal Senado Federal 70.165-900 – Brasília. DF A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Juiz de Direito da 10ª Vara Cível Rua ABC, no 123 30 01.010-000 – São Paulo. SP 31 Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação. Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é: Senhor Fulano de Tal, (...) No envelope, deve constar do endereçamento: Ao Senhor Fulano de Tal Rua ABC, no 123 70.123 – Curitiba. PR Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comunicações. Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo: 32 Magnífico Reitor, (...) Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica, são: Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é: Santíssimo Padre, (...) Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo: Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal, (...) Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos. 6 FECHOS PARA COMUNICAÇÕES O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Portaria no 1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, o já citado Manual 33 estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial: a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente, b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior: Atenciosamente, Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridadesestrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores. 7 IDENTIFICAÇÃO DO SIGNATÁRIO Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte: (espaço para assinatura) NOME Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República (espaço para assinatura) NOME Ministro de Estado da Justiça 34 Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho. 8 O PADRÃO OFÍCIO Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o que chamamos de padrão ofício. 8.1 Partes do documento no Padrão Ofício O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes partes: a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede: Exemplos: Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita: Exemplo: São Luís, 18 de maio de 2015. c) assunto: resumo do teor do documento Exemplos: Assunto: Produtividade do órgão em 2002. Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores. 35 d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o endereço. e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura: – introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das formas: ―Tenho a honra de‖, ―Tenho o prazer de‖, ―Cumpre-me informar que‖, empregue a forma direta; – desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; – conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição recomendada sobre o assunto. Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos. Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a estrutura é a seguinte: – introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula: “Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 2011, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 2011, do Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal.” ou 36 “Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do telegrama no 12, de 10 de fevereiro de 2013, do Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.” – desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento. f) fecho; g) assinatura do autor da comunicação; e h) identificação do signatário. 8.2 Forma de diagramação Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte forma de apresentação: a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número da página; d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares (―margem espelho‖); e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda; f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 cm de largura; g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; 37 h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco; i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento; j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações; l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm; m) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos; n) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do documento + palavras-chaves do conteúdo Ex.: ―Of. 123 - relatório produtividade ano 2012‖ 8.3 Aviso e Ofício 8.3.1 Definição e finalidade Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também com particulares. 8.3.2 Forma e estrutura 38 Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário, seguido de vírgula. Exemplos: Excelentíssimo Senhor Presidente da República Senhora Ministra Senhor Chefe de Gabinete Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente: – nome do órgão ou setor; – endereço postal; – telefone e endereço de correio eletrônico. 39 40 41 42 8.4 Memorando 8.4.1 Definição e finalidade O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por determinado setor do serviço público. Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação.Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões, e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no memorando. 8.4.2 Forma e estrutura Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Exemplos: Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos 43 44 9 SOLUÇÕES PARA MELHORAR A COMUNICAÇÃO A revista EXAME na sua edição de agosto de 2014 publicou a matéria com esse guia de soluções para melhorar a comunicação. Por se fazer pertinente à disciplina e à atividade policial expõe-se o conteúdo a seguir. A dificuldade de se expressar é um problema recorrente entre profissionais e um dos principais obstáculos que as empresas enfrentam para obter resultados. A inabilidade de comunicação leva à má compreensão de objetivos, que leva ao esforço inútil e sem foco. A informação mal transmitida e mal digerida causa conflitos nas equipes, o que, além de improdutivo, é desgastante para todos os envolvidos. Veja como aprimorar sua capacidade de se fazer entender no trabalho: 1 Tenha uma meta Antes de começar uma conversa, pense no resultado. Ter foco no objetivo final faz com que a discussão tenha foco e rapidez. Quando começar a falar, diga a seu ouvinte o que você pretende. ―Revele, em uma ou duas frases, o que será tratado‖, diz Reinaldo Polito, professor de expressão verbal do Instituto Reinaldo Polito, de São Paulo. 2 Inclua seu interlocutor Um bom jeito de ser ouvido com atenção é mostrar a seu interlocutor que ele faz parte da solução. Isso ajuda a pessoa a se comprometer. Para incluir o outro na conversa, use o pronome ―nós‖, que deixa claro que há algo a ser compartilhado. ―Use o ‗você‘ somente para elogiar‖, diz Vera Martins, da Assertiva, consultoria de São Paulo. 3 Mantenha o respeito Ao conversar sobre algum assunto mais delicado, demonstre respeito. Olhe nos olhos de seu interlocutor e leve os argumentos dele em consideração. ―Fale com a pessoa, 45 não para a pessoa‖, diz Reinaldo Passadori, do Instituto Passadori, especializado em educação corporativa, de São Paulo. Demonstre que a conversa não é unilateral e que você também está aberto a ouvir. Tome cuidado para manter a firmeza, mas evite a agressividade. 4 Pergunte mais Procure compreender a perspectiva da outra pessoa, fazendo perguntas para esclarecer o assunto. Repetir as palavras do interlocutor ajuda a conferir se você interpretou o que foi dito corretamente. Para direcionar a conversa, formule questões objetivas quando tiver dúvidas, do tipo: ―Quando isso aconteceu?‖. Se o assunto precisar de esclarecimentos, use perguntas amplas, como: ―Por que você chegou a essa conclusão?‖. 5 Escute de verdade Quando uma pessoa fala, nem sempre os outros escutam. Prestar atenção é uma qualidade importante do comunicador. Uma maneira de evitar devaneios durante uma conversa é olhar para a pessoa e não interrompê-la. Evite planejar mentalmente uma resposta enquanto o outro ainda estiver falando — isso também distrai. Ouvir atentamente não significa virar estátua. Dê sinais de que está prestando atenção. ―Acene com a cabeça e use expressões de acompanhamento, como ‗sim‘ e ‗entendi‘‖, diz Reinaldo Polito. 6 Fique atento ao tom Nada pior do que ouvir pedido de desculpas ou elogio que soa falso. A maneira como as pessoas interpretam o que é dito não depende apenas do conteúdo, mas também da forma como se fala. Lembre-se que o tom da voz e a postura corporal transmitem mensagens. ―Evite o sarcasmo e a ironia‖, diz Reinaldo Passadori. Fale com naturalidade. 46 7 Cuidado com a linguagem corporal Seu corpo fala tanto quanto sua voz — e há muito mais tempo. A linguagem corporal foi desenvolvida pelos homens antes da linguagem falada. O cérebro é preparado para detectá-la e compreendê-la. Durante uma conversa, cuide da postura e de sua fisionomia. ―Verifique se há coerência entre o que você diz e o modo como seu corpo se comporta‖, diz Reinaldo Polito. 8 Faça críticas objetivas Se for criticar, coloque o foco no comportamento inadequado, e não na pessoa. É difícil mudar uma personalidade, mas é possível ajudar alguém a ter uma atitude mais adequada com sugestões objetivas e impessoais. 9 Argumente com exemplos Evite ser impreciso ou generalizar demais. Em vez de dizer que a pessoa se atrasa, aponte casos específicos que provem seu argumento, como lembrar que ela chegou tarde nos quatro últimos dias. No caso de uma reunião, tente usar exemplos e histórias para reforçar sua argumentação e ajudar os participantes a fixar melhor a pauta. 10 Use “e” em vez de “mas” Se quiser fazer um elogio, evite construções do tipo ―Adorei a ideia, mas será que podemos adaptá-la?‖. Quando se fala ―mas‖, o interlocutor desconsidera o elogio e fixa a atenção na crítica. O melhor é construir frases unidas pela conjunção ―e‖. ―Adorei a ideia e acho que uma abordagem diferente seria mais eficaz‖, por exemplo. Esse artifício faz com que a outra pessoa ouça seu ponto com mais tranquilidade. 11 Não fique na defensiva Vários problemas de comunicação poderiam ser evitados se os profissionais não ficassem na defensiva. Adote uma postura assertiva. Faça perguntas para explorar as 47 diferenças de pontos de vista. ―À medida que as defesas diminuem, a capacidade de compreender argumentos aumenta‖, diz Vera Martins, da consultoria Assertiva. 12 Saiba ficar em silêncio Ficar calado pode ser muito útil. O silêncio permite a quem escuta ganhar tempo para processar o que foi dito e a organizar os pensamentos antes de uma resposta apressada. ―Ficar em silêncio não significa entrar mudo e sair calado, mas suspender a fala por alguns momentos para proporcionar reflexão‖, diz Reinaldo Polito. 13 Pratique a empatia A diversidade de pontos de vista é enorme porque todo mundo tem os próprios valores e influências que moldam o jeito de enxergar o mundo. Por isso, a melhor maneira de se fazer entender é tentar se colocar no lugar do outro para imaginar como determinada informação será encarada. ―Pense em como gostaria de ser tratado se estivesse no lugar do outro‖, diz Reinaldo Polito. 48 REFERÊNCIAS LEDUR, Paulo Flávio. Manual de Redação Oficial. Porto Alegre: AGE, 2015. CABRAL, Mariana. Elementos presentes no ato de comunicação. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/redacao/elementos-presentes-no-ato- comunicacao.htm.> Acessado em 04 mai 2015. MATTELART, M. e A. História das teorias da comunicação. Tradução: Luiz Paulo Rouanet. 12ª ed. São Paulo: Loyola, 2009. MENDES, Gilmar Ferreira e FORSTER JÚNIOR, Nestor José. Manual de Redação da Presidência da República. 2. ed. rev. e atual. – Brasília : Presidência da República, 2002. Ornellas e associados PROCESSO DA COMUNICAÇÃO. Disponível em: <http://www.jfpr.jus.br/arquivos/office/0bb1788777b0056d8ed3e710778dbcae.pdf.> Acessado em 04 mai 2015. Os elementos do processo de comunicação. Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/marketing/artigos/36849/os-elementos-do- processo-de-comunicacao>. Acessado em 04 mai 2015. SANTANA, Dove. 13 SOLUÇÕES PARA MELHORAR A COMUNICAÇÃO. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/revista-voce-sa/edicoes/195/noticias/13-solucoes-para- melhorar-a-comunicacao>. Acessado em 04 mai 2015