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CASOS CONCRETOS RESPOSTAS DIREITO PROCESSUAL PENAL I

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CASOS CONCRETOS RESOLVIDOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL I
Semana 1
A Autoridade Policial da 13ª Delegacia de Polícia da Comarca da Capital, que investiga o crime de lesão corporal de natureza grave, do qual foi vítima o segurança da boate The Night Agenor Silva, obtém elementos de informação que indicam a suspeita de autoria dos fatos ao jovem de classe média Plininho, de 19 anos. O Delegado então determina a intimação de Plininho para que o mesmo compareça em sede policial para prestar esclarecimentos, sob pena de incorrer no crime de desobediência, previsto no art. 330 do CP. Pergunta-se:
a) Caso Plininho não compareça para prestar declarações, poderá responde pelo cime do art. 330 do CP?
Não, em analogia ao art. 457 do CPP, ele deve colaborar com a investigação, mas tem o direito de permanecer em silêncio já que não é obrigado a constituir prova contra si. 
b) E se houvesse processo penal tramitando regularmente e o juiz da Vara Criminal intimasse Plininho para o interrogatório, poderia o mesmo responder pelo delito em questão?
Não, o investigado não é obrigado a comparecer ao interrogatório, ele pode constituir advogado para apresentar defesa técnica. *Se o réu estiver preso há a obrigação de leva-lo, pois ele está a disposição do Estado.
2 - Esse princípio refere-se aos fatos, já que implica ser ônus da acusação demonstrar a ocorrência do delito e demonstrar que o acusado é, efetivamente, autor do fato delituoso. Portanto, não é princípio absoluto. Também decorre desse princípio a excepcionalidade de qualquer modalidade de prisão processual. (...) Assim, a decretação da prisão sem a prova cabal da culpa somente será exigível quando estiverem presentes elementos que justifiquem a necessidade da prisão. Edilson Mougenot Bonfim. Curso de Processo Penal. O princípio específico de que trata o texto é o da(o):
b - Inocência.
3 - Relativamente ao princípio de vedação de autoincriminação, analise as afirmativas a seguir:
I - O direito ao silêncio aplica-se a qualquer pessoa (acusado, indiciado, testemunha, etc.), diante de qualquer indagação por autoridade pública de cuja resposta possa advir imputação da prática de crime ao declarante.
II - O indiciado em inquérito policial ou acusado em processo criminal pode ser instado pela autoridade a fornecer padrões vocais para realização de perícia sob pena de responder por crime de desobediência.
III - O acusado em processo criminal tem o direito de permanecer em silêncio, sendo certo que o silêncio não importará em confissão, mas poderá ser valorado pelo juiz de forma desfavorável ao réu.
IV - O Supremo Tribunal Federal já pacificou o entendimento de que não é lícito ao juiz aumentar a pena do condenado utilizado como justificativa o fato do réu ter mentido em juízo.
Assinale:
c - Se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas.
Semana 2
Jorginho, jovem de classe média, de 19 anos de idade, foi denunciado pela prática da conduta descrita no art. 217-A do CP por manter relações sexuais com sua namorada Tininha, menina com 13 anos de idade. A denúncia foi baseada nos relatos prestados pela mãe da vítima, que, revoltada quando descobriu a situação, noticiou o fato à delegacia de polícia local. Jorginho foi processado e condenado sem que tivesse constituído advogado. Á luz do sistema acusatório diga quais são os direitos de Jorginho durante o processo penal, mencionando ainda as características do nosso sistema processual.
Jorginho tem direito ao contraditório, a ampla defesa e ao devido processo legal. Dentre as características do sistema acusatório estão: a divisão das funções, o réu é sujeito de direitos e não objeto do processo, há presunção da não culpabilidade, processo público e provas não tarifadas, logo, é nulo o processo pois não foram respeitas as características do sistema, principalmente a falta de defesa técnica.
2 - FCC-2012-TJ/RJ- Analista. No que concerne à estruturação da defesa de acusados em juízo criminal, é correto
afirmar:
b. o acusado que é Advogado pode apresentar defesa “em nome próprio”, sem necessidade de constituição de outro profissional. *desde que não esteja suspenso na OAB.
3 - Com referência às características do sistema acusatório, assinale a opção correta.
a - O sistema de provas adotado é o do livre convencimento motivado.
Semana 3
Um transeunte anônimo liga para a circunscricional local e diz ter ocorrido um crime de homicídio e que o autor do crime é Paraibinha, conhecido no local. A simples delatio deu ensejo à instauração de inquérito policial. Pergunta-se: é possível instaurar inquérito policial, seguindo denúncia anônima? Responda, orientando-se na doutrina e jurisprudência.
Não. Deve haver uma investigação prévia (VPI) (para ver se a denúncia tem fundamento e aí sim, se houver indícios da prática do crime, instaura-se o inquérito policial), em razão de evitar vingança de desafeto.
2 - Tendo em vista o enunciado nº 14 da Súmula Vinculante, quanto ao sigilo do inquérito policial, é correto afirmar que a autoridade policial poderá negar ao advogado:
d) o acesso aos elementos de prova que ainda não tenham sido documentados no procedimento investigatório.
3 - Em um processo em que se apura a prática dos delitos de supressão de tributo e evasão de divisas, o Juiz Federal da 4ª Vara Federal Criminal de Arroizinho determina a expedição de carta rogatória para os Estados Unidos da América, a fim de que seja interrogado o réu Mário. Em cumprimento à carta, o tribunal americano realiza o interrogatório do réu e devolve o procedimento à Justiça Brasileira, a 4ª Vara Federal Criminal. O advogado de defesa de Mário, ao se deparar com o teor do ato praticado, requer que o mesmo seja declarado nulo, tendo em vista que não foram obedecidas as garantias processuais brasileiras para o réu.
Exclusivamente sobre o ponto de vista da Lei Processual no Espaço, a alegação do advogado está correta?
b) Não, pois no processo penal vigora o princípio da territorialidade, já que as normas processuais brasileiras só se aplicam no território nacional.
Semana 4
Em um determinado procedimento investigatório, cujo investigado estava solto, a autoridade policial entendeu com base nos indícios apontados em encerrar a investigação apresentando como termo final, o relatório conclusivo do feito com indiciamento do sujeito, bem como encaminhou as respectivas peças a autoridade judiciária, na forma do
artigo 10, parágrafo primeiro do CPP. Tendo como parâmetro o nosso sistema processual penal, analise a questão à luz da adequada hermenêutica constitucional.
Antes da CFRB/88, após o término do prazo para conclusão, o inquérito policial era distribuído para uma vara criminal, onde o juiz ficava responsável em remeter os autos ao MP, após a promulgação da nossa constituição os inquéritos passaram a ser remetidos diretamente à central de inquéritos do MP, não passando mais pelas varas criminais, salvo se houver alguma medida cautelar pra se buscar (ex.: busca e apreensão, quebra de sigilo telefônico), neste último caso o inquérito é distribuído para uma vara criminal, pois o juiz tem que decidir sobre a cautela e a partir daí o inquérito fica vinculado ao MP desta vara criminal e não a central de inquéritos.
2 - Com relação ao inquérito policial, assinale a opção correta.
b - A instauração de inquérito policial é dispensável caso a acusação possua elementos suficientes para a propositura da ação penal.
3 - Leia o registro que se segue.
Mévio, motorista de táxi, dirigia seu auto por via estreita, que impedia ultrapassagem de autos. Túlio, septuagenário, seguia com seu veículo à frente do de Mévio, em baixíssima velocidade, causando enorme congestionamento na via. Quando Túlio parou em semáforo, Mévio desceu de seu táxi e passou a desferir chutes e socos contra a lataria do auto de Túlio, danificando-a. Policiais se acercaram do local e detiveram Mévio, que foi conduzido à Delegacia de Polícia. Lá, o Delegado entendeu que o crime era de dano, com pena de detenção de 01 a 06 meses ou multa. Iniciou a lavratura doTermo Circunstanciado, previsto na Lei n.º 9.099/95. Ao finalizá-lo, entregou a Mévio para que assinasse o Termo de Comparecimento ao Juizado Especial Criminal, o que foi por ele recusado. Indique o procedimento a ser adotado.
b - Considerando que ocorrera prisão em flagrante, ante a não assinatura do Termo de Comparecimento ao JECRIM, deve o Delegado de Polícia lavrar auto de prisão em flagrante, fixando fiança.
Semana 5
João e José são indiciados em IP pela prática do crime de peculato. Concluído o IP e remetidos ao MP, este vem oferecer denúncia em face de João, silenciando quanto à José, que é recebida pelo juiz na forma em que foi proposta. Pergunta-se: Trata-se a hipótese de arquivamento implícito? Aplica-se a Súmula 524 do STF?
Não, pois, por decisão do STF, não cabe arquivamento implícito no sistema processual penal brasileiro, sendo assim, também não cabe aplicação da súmula 524 do STF, visto que não houve arquivamento em relação a José, podendo o MP oferecer denúncia contra ele a qualquer momento (dependendo da fase em que estiver o processo) ou separadamente.
2 - Na cidade “A”, o Delegado de Polícia instaurou inquérito policial para averiguar a possível ocorrência do delito de estelionato praticado por Márcio, tudo conforme minuciosamente narrado na requisição do Ministério Público Estadual. Ao final da apuração, o Delegado de Polícia enviou o inquérito devidamente relatado ao Promotor de Justiça. No entendimento do parquet, a conduta praticada por Márcio, embora típica, estaria prescrita. Nessa situação, o Promotor deverá:
d) requerer o arquivamento.
3 - A autoridade policial, ao chegar no local de trabalho como de costume, lê o noticiário dos principais jornais em circulação naquela circunscrição. Dessa forma, tomou conhecimento, através de uma das reportagens, que o indivíduo conhecido como “José da Carroça”, mais tarde identificado como José de Oliveira, teria praticado um delito de latrocínio. Diante da notícia da ocorrência de tão grave crime, instaurou o regular inquérito policial, passando a investigar o fato. Após reunir inúmeras provas, concluiu que não houve crime. Nesse caso, deverá a autoridade policial:
c) relatar o inquérito policial, sugerindo ao Ministério Público seu arquivamento, o que será apreciado pelo juiz.
Semana 6
João, diretor de uma empresa de marketing, agride sua mulher, Maria, modelo fotográfica, causando-lhe lesão de natureza leve. Instaurado inquérito policial, este é concluído após 30 dias, contendo a prova da materialidade e da autoria, e remetido ao Ministério Público. Maria, então, procura o Promotor de Justiça e pede a este que não denuncie João, pois o casal já se reconciliou, a lesão já desapareceu e, principalmente, a condenação de João (que é reincidente) faria com que este perdesse o emprego, o que deixaria a própria vítima e seus três filhos menores em
situação dificílima. Diante de tais razões, pode o MP deixar de oferecer denúncia?
Não, em razão dos princípios da obrigatoriedade e da indisponibilidade da ação penal pública, que neste caso é incondicionada.
2 - Paulo Ricardo, funcionário público federal, foi ofendido, em razão do exercício de suas funções, por Ana Maria. Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correta no que concerne à legitimidade para a propositura da respectiva ação penal.
a) Será concorrente a legitimidade de Paulo Ricardo, mediante queixa, e do MP, condicionada à representação do ofendido. *Súm. 714 do STF.
3 - Maria, que tem 18 anos de idade, é universitária e reside com os pais, que a sustentam financeiramente, foi vítima de crime que é processado mediante ação penal pública condicionada à representação. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
d) Caso Maria exerça seu direito à representação e o membro do MP não promova a ação penal no prazo legal, Maria poderá mover ação penal privada subsidiária da pública.
Semana 7
Paula, com 16 anos de idade é injuriada e difamada por Estevão. Diante do exposto, pergunta-se:
a) De quem é a legitimidade ad causam e ad processum para a propositura da queixa?
ad causam- de Paula e ad processum – seu representante legal.
b) Caso Paula fosse casada, estaria dispensada a representação por parte do cônjuge ou do seu ascendente? Em caso positivo por quê? Em caso negativo quem seria seu representante legal?
Parte da doutrina entende que sim, pois ela sendo casada (ou emancipada) não teria mais necessidade de um representante legal, porém, a melhor doutrina entende que, ainda que emancipada, Paula é inimputável, já que a emancipação só gera efeitos civis, e caso fizesse falsas afirmações não estaria sujeita as sanções pela prática de Denunciação Caluniosa. Assim necessária a intervenção do representante legal e não possuindo Paula representante legal, seria viável a nomeação de curador especial (artigo 33 do CPP).
c) Se na data da ocorrência do fato Paula possuísse 18 anos a legitimidade para a propositura da ação seria concorrente ou exclusiva? 
Exclusiva, pois o art. 34 do CPP foi tacitamente revogado pelo art. 5º do CC que diz que a menoridade cessa a partir dos 18 completos. Assim não faz sentido que no processo penal permaneça a legitimação concorrente para os maiores de 18 e menores de 21 anos, pois os maiores de 18 anos são pessoas habilitadas para todos os atos da vida civil.
2 - Acerca da ação civil ex delicto, assinale a opção correta.
b) Ao proferir sentença penal condenatória, o juiz fixará valor mínimo para a reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido, sem prejuízo da liquidação para apuração do dano efetivamente sofrido.
3 - Relativamente às regras sobre ação civil fixadas no Código de Processo Penal, assinale a alternativa correta.
d) Transitada em julgado a sentença penal condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros.

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