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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
CENTRO DE ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO 
FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Aécio Neves 
Competência do Poder Legislativo e Judiciário
2017
O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o afastamento do então senador Aécio Neves de seu mandato. Além disso, dispôs que o mesmo se recolhesse em casa no período da noite. Aécio Neves está respondendo acusação de corrupção passiva e obstrução da justiça. A justificativa usada para afastar o senador, segundo Edson Fachin, são os artigos 319 e 320 do Código Penal, que versam: 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.[1: BRASIL. Decreto Lei nº 2.848, de 07 de Dezembro de 1940, Código Penal, Brasília, DF.]
O Senado fez uma interpretação de que a medida cautelar imposta a Aécio Neves pelo STF, de recolhimento noturno, equivale à prisão. O parágrafo 53 da Constituição determina que a prisão de qualquer parlamentar deva ter o aval, por meio de votação em plenário, da Casa legislativa onde ele atue. 
O afastamento não está explícito na Constituição, e desta forma o STF usou uma forma cautelar. Deste modo, a decisão do Supremo tem base jurídica quanto a prisão, não o afastamento. Segundo o Artigo 55 da Constituição, que trata da ocorrência da perda o mandato, Aécio não perde seu mandato. Para a perda do mandato é necessário pela maioria absoluta, decidida pela Câmara ou pelo Senado.
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013)
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de 1994).[2: BRASIL. Constituição Federal, Brasília, DF.]
“Quem lê meus textos sabe que é despiciendo que eu fale sobre o papel da CF e do respeito às regras do jogo. Por exemplo: STF não tem competência para afastar senador. Nem Delcídio, nem Aécio. Como escrevi na semana passada, direitos e garantias devem ser defendidas inclusive quando se tratar de quem não se gosta!!! Nada se pode fazer fora da Constituição! É nas horas de crise que testamos nossas instituições”. O mesmo jurista expressou sua opinião com relação ao afastamento de Renan Calheiros, em dezembro de 2016. Segundo ele não há previsão constitucional para o afastamento ocorrer.[3: Lenio Streck por meio de seu perfil no Facebook, disponível em: http://www.conjur.com.br/2017-mai-18/stf-nao-competencia-afastar-senador-reafirma-lenio-streck ]
Mesmo com a reforma do Judiciário, feita pela Emenda Constitucional nº 45 de 2004, o critério “limitador” da repercussão geral, não trouxe limitações ao STF no sentido de lhe restringir o poder, mas lhe permitiu otimizar as decisões no sentido de analisar poucos casos, cujos acórdãos serão utilizados para as demais situações. (DE QUEIROZ BARBOSA, CARVALHO, p. 11, 2017)
Streck fala sobre o ativismo do STF, que “refere-se à atuação dos próprios juízes e tribunais em geral, e à atuação da Suprema Corte em especial, quando ultrapassam a tênue linha que separa as competências dos três poderes da República” (DE QUEIROZ BARBOSA, CARVALHO, 2017).
Neste caso, deve-se usar da cautela para solução. “O problema dessa discussão sobre ativismo judicial, é que ela termina com um exercício interpretativo, entre o que consta na Constituição e o que, de fato, os tribunais estão fazendo” (DE QUEIROZ BARBOSA, CARVALHO, 2017).
Onde há regra expressa, vale a decisão do processo político majoritário. Ou seja, deve-se respeitar a deliberação do Congresso Nacional. Onde não há regra, o Judiciário pode avançar, ainda que com certo comedimento. ‘Mas onde haja o direito fundamental de uma minoria em jogo, o Judiciário deve ser mais diligente e atento’, e atuar com mais vigor (Barroso, 2013)[4: Luis Roberto Barroso, durante sua sabatina perante a CCJ, em 5 de junho de 2013, com cobertura do site Conjur, disponível em: http://www.conjur.com.br/2013-jun-05/ativismo-judicial-tom-sabatina-luis-roberto-barroso-ccj-senado ]
Cabe verificar a interpretação do STF, que avançou e prosseguiu com sua decisão. Deste modo, como qualquer decisão judicial, a decisão do mesmo deve ser cumprida. 
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto Lei nº 2.848, de 07 de Dezembro de 1940, Código Penal, Brasília, DF.
BRASIL. Constituição Federal, Brasília, DF.
DE QUEIROZ BARBOSA, Leon Victor; CARVALHO, Ernani. Ativismo Judicial: entre o mito e a juristocracia velada. Revista Política Hoje - ISSN: 0104-7094, [S.l.], v. 25, n. 2, p. 7-20, fev. 2017. ISSN 0104-7094. Disponível em: <https://periodicos.ufpe.br/revistas/politicahoje/article/view/8661/14658>.
http://justificando.cartacapital.com.br/2017/10/03/suspensao-do-mandato-de-aecio-neves-um-entrave-entre-legislativo-e-judiciario/
https://jota.info/artigos/judiciario-x-legislativo-o-caso-aecio-neves-02102017
http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2017-10/aecio-pede-ao-supremo-liminar-para-suspender-seu-afastamento
http://www.conjur.com.br/2017-mai-18/stf-nao-competencia-afastar-senador-reafirma-lenio-streck
http://www.valor.com.br/politica/5141686/decisao-do-stf-sobre-afastamento-de-aecio-deve-prevalecer-diz-fux
http://www.conjur.com.br/2016-dez-06/streck-nao-previsao-constitucional-afastamento-renan 
http://www.conjur.com.br/2013-jun-05/ativismo-judicial-tom-sabatina-luis-roberto-barroso-ccj-senado 
https://professoraalice.jusbrasil.com.br/artigos/315644894/das-imunidades-e-prerrogativas-dos-parlamentares

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