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Bacia do Paraná
A Bacia Geológica do Paraná, ou simplesmente Bacia do Paraná, ou ainda Bacia Paranaica, é uma ampla bacia sedimentar situada na porção centro-leste da América do Sul. A sua área de ocorrência abrange, principalmente, o centro-sul do Brasil, desde o estado do Mato Grosso até o estado do Rio Grande do Sul, onde perfaz cerca de 75% de sua distribuição areal. Além do Brasil, ela também distribui-se no nordeste da Argentina, na porção leste do Paraguai e no norte do Uruguai. É uma depressão ovalada, com o eixo maior no sentido quase norte-sul, e possui uma área de cerca de 1,5 milhão de km². 
Área de ocorrência da Bacia do Paraná, na América do Sul.
Desenvolveu-se durante parte das eras Paleozoica e Mesozoica, e seu registro sedimentar compreende rochas formadas do Período Ordoviciano ao Cretáceo, abrangendo um intervalo de tempo entre 460 e 65 milhões de anos atrás. A seção de maior espessura, superior a 7000 m, está localizada na sua porção central e é constituída por rochas sedimentares e ígneas. As rochas sedimentares da Bacia do Paraná são ricas em restos de animais e vegetais fossilizados. 
A Bacia do Paraná é uma típica bacia flexural de interior cratônico, embora durante o Paleozoico fosse um golfo aberto para sudoeste para o então Oceano Panthalassa. A gênese da bacia está ligada à relação de convergência entre a margem sudoeste do antigo supercontinente Gondwana, formado pelos atuais continentes América do Sul, África, Antártica e Austrália, além da Índia, e a litosfera oceânica do Panthalassa, classificando a bacia, pelo menos no Paleozóico, como do tipo antepaís das orogenias Gondwanides. 
Mapa geológico simplificado da Bacia do Paraná (modificado de Milani, 1997).
O nome Bacia do Paraná é derivado do Rio Paraná, que corre aproximadamente no seu eixo central, no sentido norte-sul. A atual bacia hidrográfica do Rio Paraná está quase que inteiramente contida na Bacia do Paraná e possui enorme potencial hidroelétrico, devido ao grande volume de água, tanto do Rio Paraná quanto de diversos afluentes, aliados ao terreno acidentado da bacia. 
Os principais recursos naturais extraídos na Bacia do Paraná são: carvão mineral, água subterrânea, folhelho betuminoso e materiais para construção civil e indústria de transformação. Outros recursos encontrados na Bacia do Paraná são urânio e gás natural, ambos com uma jazida cada (vide Capítulo Recursos Naturais). Além disso, a maior parte dos solos apresentam elevada fertilidade química e/ou física, permitindo uma exploração agropecuária intensiva e rentável.
Recursos energéticos
Arenitos asfálticos: Existem diversas ocorrências de arenitos asfálticos aflorantes na Bacia do Paraná, sendo que as principais acumulações estão localizadas nas proximidades da cidade de Anhembi, estado de São Paulo, na borda leste da Bacia. A maior destas acumulações situa-se na Fazenda Betumita, com volume estimado de cerca de 5,7 milhões de barris de óleo. Os depósitos se concentram em arenitos da Formação Piramboia, de idade Triássica e correspondem a prováveis reservatórios de petróleo exumados, quando do soerguimento e erosão da borda leste da Bacia. 
Carvão: Desde o século XIX o carvão mineral é explorado na Bacia do Paraná, no Brasil e no Uruguai e ocorrem intercalados a arenitos e folhelhos da Formação Rio Bonito. Os recursos identificados de carvão no Brasil ultrapassam 32 bilhões de toneladas e estão localizados nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e, subsidiariamente, no Paraná e São Paulo. As jazidas brasileiras de maior importância são oito: Sul-Catarinense (SC), Santa Terezinha, Chico Lomã, Charqueadas, Leão, Iruí, Capané e Candiota (RS), sendo essa última a maior jazida. 
Folhelhos betuminosos: Desde 1972 a Petrobras opera uma planta industrial para extrair petróleo de folhelhos betuminosos da Formação Irati. O Processo Petrosix, uma patente da Petrobras, foi inteiramente desenvolvida pela companhia e obtêm óleo, gás e enxofre e é concluído com a recuperação da área afetada pela mineração, e reconstituição da fauna e flora nativas. Na pedreira são abundantes fragmentos fósseis de crustáceos e da fauna típica de Mesosaurus brasiliensis. Ocorrem duas camadas de folhelho rico em óleo, na Formação Irati, com teores médios de óleo de respectivamente 9,1% para a camada inferior e de 6,4% para a camada superior. As reservas são de cerca de 700 milhões de barris de óleo, nove milhões de toneladas de gás liquefeito (GLP), 25 bilhões de metros cúbicos de gás e 18 milhões de toneladas de enxofre. 
Gás de carvão: A extração de gás metano aprisionada em camadas de carvão (Coalbed Methane) já é realizada comercialmente nos Estados Unidos e no Canadá. As camadas de carvão da Formação Rio Bonito são potencialmente produtoras de gás metano. Estudos realizados na Jazida Santa Terezinha, localizada na região nordeste do Rio Grande do Sul e situadas a profundidades entre 400 e 1000 m, indicam reservas de gás de cerca de 5,5 bilhões de metros cúbicos. 
Gás natural: Em 1996 a Petrobras fez a primeira e, até o momento, única descoberta de gás natural comercial na bacia, o Campo de Barra Bonita, no município de Pitanga, estado do Paraná. A jazida possui cerca de 10 km² e situa-se a uma profundidade média de 3.500m, em arenitos flúvio-deltaicos da Formação Campo Mourão, Grupo Itararé, de idade permo-carbonífera. 
Potencial petrolífero: A Bacia do Paraná tem sido alvo de campanhas exploratórias cíclicas a mais de um século, intercalando períodos curtos de maior atividade a longos períodos de baixa atividade exploratória. O potencial petrolífero da Bacia do Paraná ainda não foi totalmente explorado, com uma média de um poço perfurado a cada 10.000 km² da porção brasileira da bacia, principalmente devido à grande espessura de basaltos, que não só torna a perfuração de poços extremamente onerosa quanto prejudica a qualidade dos levantamentos sísmicos, essenciais para a pesquisa de hidrocarbonetos. Desde o final do século XIX existe interesse na prospecção de petróleo na bacia, quando foram identificadas ocorrências de arenitos asfálticos no flanco leste da mesma. Entre 1892 e 1897 foi perfurado o primeiro poço para exploração de petróleo no Brasil, no município de Bofete, em São Paulo. No entanto, somente foi recuperada água sulfurosa e dois barris de petróleo. Até o momento, somente ocorrências não comerciais de óleo foram encontrados na Bacia. 
Até o presente, foram identificadas duas formações com potencial gerador convencional de hidrocarbonetos: os folhelhos negros da Formação Ponta Grossa, de idade Devoniana, com concentrações de matéria orgânica de 1,5 e 2,5% e picos de 4,6% e potencial gerador de 6 kg HC/ton rocha e os folhelhos negros da Formação Irati, do Permiano superior, com concentrações de matéria orgânica de 1 e 13% e picos de 23% e potencial gerador superior a 100–200 kg HC/ton rocha. 
A partir de novembro de 2013, a porção brasileira da Bacia do Paraná retornou a ser alvo de exploração de petróleo e gás natural, com a realização da Décima Segunda Rodada de Licitações de Blocos de Petróleo e Gás Natural das bacias brasileiras, realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) do Brasil. Nesta rodada, foi licitado um total de 19 blocos situados na Bacia do Paraná, sendo que 14 blocos estão localizados no estado do Paraná e cinco blocos estão localizados no estado de São Paulo. 
Urânio: Em 1969 foi descoberta uma jazida de urânio em arenitos, argilas carbonosas e carvões permianos da Formação Rio Bonito, com reservas de aproximadamente 8.000 t de U3O8 o que corresponde a cerca de 3% das reservas brasileiras. Localizado no município de Figueira, no estado do Paraná, a descoberta desta jazida foi resultado de um levantamento sistemático de carvões no sul e sudeste do Brasil. 
Recursos minerais
Em toda a extensão da Bacia do Paraná uma grande variedade de materiais são extraídos para uso nas indústrias da construção civil, cerâmica e de transformação, como por exemplo, ágata, ametista, arenito,argilas vermelha e refratária, basalto, calcário, cobre, caulim, folhelho, ouro, rochas ornamentais e varvito (na forma de lajotas). A maior jazida de ametista do mundo é encontrada na cidade de Ametista do Sul, no Rio Grande do Sul, chamada de Capital Mundial da Ametista. Cerca de 75% da economia municipal é decorrente da mineração, beneficiamento e comércio de pedras semipreciosas como Ametista, Ágata e Topázio além de outros. A região do Rio Tibagi, no Estado do Paraná, constitui a segunda província diamantífera mais antiga do Brasil, relatada desde 1754, e a sua produção é oriunda de aluviões e terraços antigos. Estes depósitos diamantíferos foram certificados pelo Processo de Kimberley. 
As bacias Paleozóicas sempre alimentaram o sonho das grandes descobertas petrolíferas no Brasil. A bacia do Amazonas, na década de 50, foi a primeira a apresentar resultados que foram precipitadamente comparados aos de bacias de mesma idade e grande produtividade nos Estados Unidos. Posteriormente, o sonho de uma estatal estadual, a Paulipetro, foi construída e destruída sem resultados em cima da bacia do Paraná entre as décadas de 70 e 80. Até que, finalmente, entre 1978 e 1985, a Petrobras concretizou o sonho de uma bacia paleozóica com reservas e produção significativas com as descobertas de gás e óleo leve nas áreas de Juruá e Urucu. Pouca gente se apercebeu que nos últimos 10 anos a bacia do Solimões foi frequentemente a segunda unidade de toda a Petrobras em termos de produção de barris de óleo equivalente, superando grandes unidades produtoras como a bacia Potiguar, o Recôncavo, o Espírito Santo, a Argentina e a Bolívia. A Petrobras viria ainda a descobrir duas pequenas acumulações comerciais de gás na bacia do Amazonas, e duas acumulações sub-comerciais de gás, uma na bacia do Paraná e outra na do Parnaíba. Posteriormente, próximo a esta última, verificaram-se duas descobertas comerciais da OGX. Os problemas principais destas bacias, notadamente Paraná, Parnaíba e Amazonas, são as dimensões gigantescas, uma geologia complexa dominada por derrames de rochas vulcânicas basálticas na superfíce, intrusões de rochas ígneas chamadas de diabásios em profundidade e uma deficiência no imageamento sísmico de sua subsuperfície derivada desta geologia complexa. A falta de dados geológicos e geofísicos nestas bacias é cronica. Só para se ter uma idéia da grandiosidade desta ausência de dados, a bacia do Paraná, que tem 1.000.000 km2 , equivale em área a cerca de 100 bacias do Reconcavo. Com cerca de 150 poços perfurados nesta bacia paleozóica, teríamos o equivalente a apenas dois poços exploratórios na Bacia do Recôncavo.
No Brasil, muito se fala no potencial do shale gas das bacias Paleozóicas. Descartam-se imediatamente para este propósito as bacias do Solimões e Amazonas pela suas localizações remotas. A prospecção e produção de shale gas requerem civilização próxima. Restam, portanto, as bacias do Parnaíba e Paraná. Infelizmente, os folhelhos destas bacias possuem teores de carbono orgânico muito inferiores aos dos folhelhos de mesma idade norte- americanos. Além disto, seus processos de maturação também são não-convencionais, a partir do aquecimento por intrusões de diabásio (e não por subsidência e soterramento normais, como na maioria das bacias sedimentares do mundo).
Províncias Petrolíferas do Brasil 
Oito províncias respondem, hoje em dia, pela produção doméstica de petróleo no Brasil, incluídas nas bacias Solimões, Ceará, Potiguar, Sergipe–Alagoas, Recôncavo, Espírito Santo, Campos e Santos . Em pequena escala, produção petrolífera também foi alcançada nas bacias terrestres de Barreirinhas (MA) e do Tucano (BA). Cerca de quatro mil barris de petróleo por dia são obtidos de maneira não-convencional em São Mateus do Sul – PR, por meio da mineração e retortagem do folhelho betuminoso da Formação Irati, na Bacia Paraná. Petróleo paleozóico em volumes comerciais foi encontrado, até o presente momento, apenas na Bacia do Solimões. O sistema petrolífero lá constatado inclui rochas geradoras do Devoniano (Eiras, 1998), cujos folhelhos foram rochas de potencial gerador bastante elevado em suas condições de acumulação originais, sendo esta uma característica inerente a estratos devonianos em diversas regiões do Planeta. Entretanto, a complexa história térmica a que foram submetidas essas rochas, em função dos episódios magmáticos.

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