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1 Inquérito Policial – III DIREITO PROCESSUAL PENAL www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online INQUÉRITO POLICIAL – III VALOR PROBATÓRIO O Inquérito Policial tem, em regra, valor relativo em relação às provas em que angaria. A prova angariada em sede Inquérito Policial tem validade somente como indí- cio, merecendo ser confirmada em juízo sob o crivo do devido processo penal e com direito ao contraditório e à ampla defesa. O próprio CPP, em seu art. 155, permite que o Juiz forme sua convicção também em elementos colhidos no IPL, in literis: Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautela- res, não repetíveis e antecipadas. FORMAS DE INSTAURAÇÃO Diante da notitia criminis, dá-se a instauração do IPL, que representa o seu início. Em caso de um crime de ação penal pública incondicionada, o IPL será ins- taurado das seguintes formas, conforme art. 5º, caput e §1º, CPP: 1) De Ofício – O Delegado de Polícia, tomando conhecimento da prática de uma infração penal, determina, por sua conta e através de Portaria, a instaura- ção do Inquérito. 2) Mediante Requisição – A Autoridade Policial instaura o Inquérito devido a requisição, requerimento lastreado em lei, do Juiz ou do MP. 3) Mediante Requerimento – Do Ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 2 Inquérito Policial – III DIREITO PROCESSUAL PENAL www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A Autoridade Policial, em regra, não pode indeferir requisição do MP ou de Juiz para instauração de IPL, tendo em vista que a requisição é uma exigência legal. Porém, diante de uma requisição que não fornece nenhum dado que traduza justa causa em prol da instauração de IPL, caberá à Autoridade Policial refutar a instauração e se manifestar (oficiar) em face da autoridade requisitante, demons- trando a impossibilidade da inauguração da persecução criminal em vista dos dados apresentados. Por outro lado, a Autoridade Policial poderá indeferir requerimento de instau- ração de IPL nas seguintes hipóteses: 1) Se já estiver extinta a punibilidade; 2) Se o requerimento não fornecer o mínimo indispensável para se proceder à investigação; 3) Se a Autoridade a quem for dirigido o requerimento não for a competente; 4) Se o fato narrado for atípico; 5) Se o requerente for incapaz. Em caso de indeferimento do requerimento de instauração, pode o ofendido interpor recurso administrativo ao Chefe de Polícia (Superintendente Regional da Polícia Federal) em petição fundamentada demonstrando a eventual falta de razão do delegado de Polícia (Ver art. 5º, §2º, CPP). Além da instauração do IPL na forma determinada pelo art. 5º, caput e §1º, CPP, o Inquérito Policial pode se iniciar também nos crimes de ação penal pública incondicionada através de: 1) Auto de Prisão em Flagrante – Nos termos do art. 301 e seguintes do CPP. 2) Delatio Criminis – Nos termos do art. 5º, §3º, CPP, quando qualquer do povo leva à Autoridade Policial uma notitia criminis, sendo vedado o anonimato. Em caso de um crime de ação penal pública condicionada, o IPL será instau- rado mediante: Representação do ofendido: a vítima comunica um crime e solicita provi- dência do Estado para punir o seu responsável, nos termos do art. 5º, § 4º, CPP. Requerimento de quem tiver qualidade para intentá-la, ou seja, o ofendido ou quem o represente. 3 Inquérito Policial – III DIREITO PROCESSUAL PENAL www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online DELATIO CRIMINIS Delatio Criminis Simples consiste na faculdade qualquer do povo de levar à Autoridade Policial uma notitia criminis, sendo vedado o anonimato. Delatio Criminis Postulatória é quando, além da comunicação de um fato supostamente criminoso, há a solicitação de providências do Estado-Investiga- ção para punir o seu responsável, nos termos do art. 5º, § 4º, CPP. NOTITIA CRIMINIS A notitia criminis é o conhecimento espontâneo ou provocado, por parte do Dele- gado de Polícia, de um fato aparentemente criminoso. Poder ser classificada em: 1) Notitia criminis de cognição direta, imediata, espontânea ou inqualifi- cada: quando o Delegado de Polícia toma conhecimento direto do ilícito através de suas atividades de rotina. 2) Notitia criminis de cognição indireta, mediata, provocada ou qualifi- cada: quando o Delegado de Polícia toma conhecimento do ilícito por meio de algum ato jurídico de comunicação formal do delito. A notitia criminis de cognição indireta pode dar-se por: • Delatio criminis, nos crimes de ação penal pública Incondicionada. • Requisição do Juiz e do MP. • Requisição do MJ. • Representação do ofendido. 3) Notitia criminis de cognição coercitiva – Ocorre no caso de prisão em flagrante. OOss:� Auto de prisão em flagrante (APF) é um dos dois tipos de peça inaugural do inquérito. O outro é a instauração pelo Delegado por portaria. � �Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.
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