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Aula 07 Inquérito Policial III GranCursos

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Inquérito Policial – III
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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INQUÉRITO POLICIAL – III
VALOR PROBATÓRIO
O Inquérito Policial tem, em regra, valor relativo em relação às provas em que 
angaria.
A prova angariada em sede Inquérito Policial tem validade somente como indí-
cio, merecendo ser confirmada em juízo sob o crivo do devido processo penal e 
com direito ao contraditório e à ampla defesa. 
O próprio CPP, em seu art. 155, permite que o Juiz forme sua convicção 
também em elementos colhidos no IPL, in literis:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em 
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos 
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautela-
res, não repetíveis e antecipadas.
FORMAS DE INSTAURAÇÃO
Diante da notitia criminis, dá-se a instauração do IPL, que representa o seu 
início.
Em caso de um crime de ação penal pública incondicionada, o IPL será ins-
taurado das seguintes formas, conforme art. 5º, caput e §1º, CPP:
1) De Ofício – O Delegado de Polícia, tomando conhecimento da prática de 
uma infração penal, determina, por sua conta e através de Portaria, a instaura-
ção do Inquérito. 
2) Mediante Requisição – A Autoridade Policial instaura o Inquérito devido a 
requisição, requerimento lastreado em lei, do Juiz ou do MP.
3) Mediante Requerimento – Do Ofendido ou de quem tiver qualidade para 
representá-lo. 
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A Autoridade Policial, em regra, não pode indeferir requisição do MP ou de 
Juiz para instauração de IPL, tendo em vista que a requisição é uma exigência 
legal.
Porém, diante de uma requisição que não fornece nenhum dado que traduza 
justa causa em prol da instauração de IPL, caberá à Autoridade Policial refutar a 
instauração e se manifestar (oficiar) em face da autoridade requisitante, demons-
trando a impossibilidade da inauguração da persecução criminal em vista dos 
dados apresentados.
Por outro lado, a Autoridade Policial poderá indeferir requerimento de instau-
ração de IPL nas seguintes hipóteses: 
1) Se já estiver extinta a punibilidade; 
2) Se o requerimento não fornecer o mínimo indispensável para se proceder 
à investigação; 
3) Se a Autoridade a quem for dirigido o requerimento não for a competente; 
4) Se o fato narrado for atípico; 
5) Se o requerente for incapaz.
Em caso de indeferimento do requerimento de instauração, pode o ofendido 
interpor recurso administrativo ao Chefe de Polícia (Superintendente Regional 
da Polícia Federal) em petição fundamentada demonstrando a eventual falta de 
razão do delegado de Polícia (Ver art. 5º, §2º, CPP).
Além da instauração do IPL na forma determinada pelo art. 5º, caput e §1º, 
CPP, o Inquérito Policial pode se iniciar também nos crimes de ação penal pública 
incondicionada através de:
1) Auto de Prisão em Flagrante – Nos termos do art. 301 e seguintes do 
CPP.
2) Delatio Criminis – Nos termos do art. 5º, §3º, CPP, quando qualquer do 
povo leva à Autoridade Policial uma notitia criminis, sendo vedado o anonimato.
Em caso de um crime de ação penal pública condicionada, o IPL será instau-
rado mediante: 
Representação do ofendido: a vítima comunica um crime e solicita provi-
dência do Estado para punir o seu responsável, nos termos do art. 5º, § 4º, CPP.
Requerimento de quem tiver qualidade para intentá-la, ou seja, o ofendido 
ou quem o represente.
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DELATIO CRIMINIS
Delatio Criminis Simples consiste na faculdade qualquer do povo de levar à 
Autoridade Policial uma notitia criminis, sendo vedado o anonimato. 
Delatio Criminis Postulatória é quando, além da comunicação de um fato 
supostamente criminoso, há a solicitação de providências do Estado-Investiga-
ção para punir o seu responsável, nos termos do art. 5º, § 4º, CPP.
NOTITIA CRIMINIS 
A notitia criminis é o conhecimento espontâneo ou provocado, por parte do Dele-
gado de Polícia, de um fato aparentemente criminoso. Poder ser classificada em: 
1) Notitia criminis de cognição direta, imediata, espontânea ou inqualifi-
cada: quando o Delegado de Polícia toma conhecimento direto do ilícito através 
de suas atividades de rotina.
2) Notitia criminis de cognição indireta, mediata, provocada ou qualifi-
cada: quando o Delegado de Polícia toma conhecimento do ilícito por meio de 
algum ato jurídico de comunicação formal do delito. A notitia criminis de cognição 
indireta pode dar-se por: 
• Delatio criminis, nos crimes de ação penal pública Incondicionada. 
• Requisição do Juiz e do MP. 
• Requisição do MJ.
• Representação do ofendido.
3) Notitia criminis de cognição coercitiva – Ocorre no caso de prisão em 
flagrante.
OOss:� Auto de prisão em flagrante (APF) é um dos dois tipos de peça inaugural 
do inquérito. O outro é a instauração pelo Delegado por portaria.
� �Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com 
a aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.

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