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Inquérito Policial - JÚLIO CEZAR MATOS - PROCESSO PENAL I

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1 
PROFESSOR: JÚLIO CEZAR MATOS 
DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL PENAL I 
INSTAGRAM: @profjuliocezarmatos 
Aulas AO VIVO toda quinta-feira no YOUTUBE 
www.juliocezarmatos.com.br 
INQUÉRITO POLICIAL 
 PERSECUÇÃO PENAL 
A persecução penal em sentido amplo se desenvolve 
em dois momentos distintos. Inicia-se na fase preliminar, 
de investigação, via de regra pelo inquérito policial, que 
tem natureza administrativa, e pode se estender em juízo, 
caso ocorra instauração de processo, quando então o 
procedimento respectivo deverá observar princípios como 
o do devido processo legal, ampla defesa e contraditório. 
 INQUÉRITO POLICIAL 
Conceito de inquérito policial 
Procedimento administrativo (não é processo) 
inquisitório e preparatório, presidido pela autoridade 
policial, o inquérito policial consiste em um conjunto de 
diligências realizadas pela polícia investigativa objetivando 
a identificação das fontes de prova e a colheita de 
elementos de informação quanto à autoria e materialidade 
da infração penal, a fim de possibilitar que o titular da ação 
penal possa ingressar em juízo. Ou seja, permitindo ao 
Ministério Público (nos crimes de ação penal pública) e ao 
ofendido (nos crimes de ação penal de iniciativa privada) o 
oferecimento da denúncia e da queixa-crime, 
respectivamente. 
Finalidade do inquérito policial 
O objetivo do inquérito policial é apurar a existência da 
infração penal (materialidade) e quem a cometeu 
(autoria), conforme o art. 4º do CPP. 
 
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O inquérito policial é procedimento administrativo 
instaurado com a finalidade de se colherem elementos de 
informação acerca de autoria e materialidade de 
determinado crime, tão somente para o acusador poder 
dar ou não início à ação penal (STJ, RHC nº 47.938/CE, rel. 
Min. Rogerio Schietti Cruz, j. 14.11.17). 
 O juiz pode condenar o acusado com base 
exclusivamente nos elementos informativos colhidos 
no IP? 
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________________________________________________ 
Código de Processo Penal 
 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação 
da prova produzida em contraditório judicial, não podendo 
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos 
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as 
provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação 
dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 Funções essenciais do inquérito policial 
O inquérito policial é um procedimento preparatório: a 
primeira função do inquérito policial é a de preparar 
elementos que possam auxiliar na formação da convicção 
do titular da ação penal (opinio delicti) para que se seja ou 
não proposta a peça acusatória em juízo. 
Além disso, trata-se de procedimento preservador: o 
inquérito policial também tem como função evitar um 
processo penal infundado, preservando a imagem do 
investigado de uma acusação leviana e evitando custos 
desnecessários ao erário. 
 De quem é a titularidade do inquérito policial? 
A titularidade do inquérito policial é da autoridade 
policial no exercício de funções de polícia judiciária. 
Código de Processo Penal 
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades 
policiais no território de suas respectivas circunscrições e 
terá por fim a apuração das infrações penais e da sua 
autoria. 
 
 No que consiste a função de polícia judiciária? 
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file:///C:/Users/Júlio%20Cezar/Google%20Drive/_FACULDADE/FACULDADE%20ESTÁCIO/2020.2/Processo%20Penal%20I/www.juliocezarmatos.com.br
 
 
 
 
 
 
2 
 O Ministério Público pode investigar? 
O inquérito policial não é o único instrumento de 
investigação criminal no processo penal brasileiro. Existem 
outros, como, por exemplo, o procedimento investigatório 
criminal (PIC), instaurado pelo Ministério Público para 
apuração de delitos. 
 
STJ, Súmula 234: “A participação de membro do Ministério 
Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu 
impedimento ou suspeição para o oferecimento da 
denúncia”. 
 CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL 
a) Procedimento escrito 
 
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________________________________________________ 
 
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só 
processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste 
caso, rubricadas pela autoridade. 
 
 É possível a utilização de meios audiovisuais no 
inquérito policial? 
 
 
 
Art. 405, §1º Sempre que possível, o registro dos 
depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e 
testemunhas será feito pelos meios ou recursos de 
gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, 
inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade 
das informações. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
b) Sigiloso 
 
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________________________________________________ 
 
 
 
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo 
necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse 
da sociedade. 
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe 
forem solicitados, a autoridade policial não poderá 
mencionar quaisquer anotações referentes a instauração 
de inquérito contra os requerentes. 
 
 
 
 
Lei nº 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e a Ordem dos 
Advogados do Brasil) 
Art. 7º São direitos do advogado: 
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por 
conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de 
flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos 
ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, 
podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio 
físico ou digital; (Redação dada pela Lei nº 13.245, de 
2016). 
 
STF, Súmula Vinculante nº 14. “É direito do defensor, no 
interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos 
de prova que, já documentados em procedimento 
investigatório realizado por órgão com competência de 
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de 
defesa”. 
 
Nova lei de abuso de autoridade (Lei nº 13.869/2019) 
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado 
acesso aos autos de investigação preliminar, ao termo 
circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro 
procedimento investigatório de infração penal, civil ou 
administrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, 
ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em 
curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, 
cujo sigilo seja imprescindível: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
 Para o advogado ter acesso aos autos do inquérito 
policial é necessária autorização judicial? 
 
Em regra, não há necessidade. O advogado, ao dirigir-se à 
delegacia, por exemplo, independentemente de 
autorização judicial, terá acesso ao procedimento 
investigatório. 
Há, contudo, uma exceção prevista na Lei de Organização 
Criminosa (Lei nº 12.850/2013). 
 
Lei 12.850/2013. Art. 23. O sigilo da investigação poderá 
ser decretado pela autoridade judicial competente, para 
garantia da celeridade e da eficácia das diligências 
investigatórias,assegurando-se ao defensor, no interesse 
 
 
 
 
 
 
3 
do representado, amplo acesso aos elementos de prova 
que digam respeito ao exercício do direito de defesa, 
devidamente precedido de autorização judicial, 
ressalvados os referentes às diligências em andamento. 
Parágrafo único. Determinado o depoimento do 
investigado, seu defensor terá assegurada a prévia vista 
dos autos, ainda que classificados como sigilosos, no prazo 
mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, podendo 
ser ampliado, a critério da autoridade responsável pela 
investigação. 
 
c) Inquisitivo 
Trata-se o inquérito de um procedimento inquisitivo, 
significando que a ele não se aplicam o contraditório e a 
ampla defesa. Por isso, também, em regra, não é possível 
condenação com base apenas no que foi colhido ao longo 
do inquérito policial. Isso porque se trata de mero 
procedimento de natureza administrativa, e não de 
processo judicial. 
Importante destacar que a Lei nº 13.245/2016 alterou 
o Estatuto da OAB para, agora, prever que é direito do 
advogado assistir a seus clientes investigados durante a 
apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do 
respectivo interrogatório ou depoimento e, 
subsequentemente, de todos os elementos investigatórios 
e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou 
indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva 
apuração, apresentar razões e quesitos (art. 7º, XXI e sua 
alínea “a” do EOAB). 
 
 A participação do advogado, agora, é obrigatória? 
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Código de Processo Penal 
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às 
instituições dispostas no art. 144 da Constituição Federal 
figurarem como investigados em inquéritos policiais, 
inquéritos policiais militares e demais procedimentos 
extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos 
relacionados ao uso da força letal praticados no exercício 
profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as 
situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 
de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá 
constituir defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
§1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o 
investigado deverá ser citado da instauração do 
procedimento investigatório, podendo constituir defensor 
no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do 
recebimento da citação. 
§2º Esgotado o prazo disposto no §1º deste artigo com 
ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a 
autoridade responsável pela investigação deverá intimar a 
instituição a que estava vinculado o investigado à época da 
ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 
(quarenta e oito) horas, indique defensor para a 
representação do investigado. 
§3º (VETADO). 
§4º (VETADO). 
§5º (VETADO). 
§6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos 
servidores militares vinculados às instituições dispostas no 
art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos 
investigados digam respeito a missões para a Garantia da 
Lei e da Ordem. 
 
d) Oficialidade 
Trata-se de investigação que deve ser realizada por 
autoridades e agentes integrantes dos quadros públicos, 
sendo vedada a delegação da atividade investigatória a 
particulares, inclusive por força da própria Constituição 
Federal. Incumbe ao delegado de polícia (civil ou federal) a 
presidência do inquérito policial. Vê-se, pois, que o 
inquérito policial fica a cargo de órgão oficial do Estado, 
nos termos do art. 144, § 1º, I, c/c art. 144, § 4º, da 
CF/1988. 
 
e) Oficiosidade 
Ressalvadas as hipóteses de crimes de ação penal 
pública condicionada à representação e dos delitos de 
ação penal privada, o inquérito policial deve ser instaurado 
ex officio (independente de provocação) pela autoridade 
policial sempre que tiver conhecimento da prática de um 
delito (CPP, art. 5º, I). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
f) Discricionário 
Ao contrário da fase judicial, em que há um rigor 
procedimental a ser observado, a fase preliminar de 
investigações é conduzida de maneira discricionária pela 
autoridade policial, que deve determinar o rumo das 
diligências de acordo com as peculiaridades do caso 
concreto. Discricionariedade implica liberdade de atuação 
nos limites traçados pela lei. Se a autoridade policial 
ultrapassa esses limites, sua atuação passa a ser arbitrária, 
ou seja, contrária à lei. Logo, não se permite à autoridade 
policial a adoção de diligências investigatórias contrárias à 
Constituição Federal e à legislação infraconstitucional. 
Especial atenção deve ser dispensada ao art. 14 do CPP. 
Não obstante, certo é que essa discricionariedade da 
autoridade policial não tem caráter absoluto, sobretudo se 
considerarmos o que dispõe o próprio art. 184 do CPP. 
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o 
indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será 
realizada, ou não, a juízo da autoridade. (grifos nossos) 
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz 
ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas 
partes, quando não for necessária ao esclarecimento da 
verdade. (grifos nossos) 
 
 
 
 
 
 
 
g) Dispensável 
O inquérito policial é peça meramente informativa, 
funcionando como importante instrumento na apuração 
de infrações penais e sua respectiva autoria, possibilitando 
que o titular da ação penal possa exercer o jus persequendi 
in judicio, ou seja, que possa dar início ao processo penal. 
Se o titular da ação penal (Ministério Público ou ofendido) 
dispuser do substrato mínimo necessário para o 
oferecimento da peça acusatória, o inquérito será 
perfeitamente dispensável. 
Não é obrigatória a instauração do inquérito, já que a 
ação penal poderá ser proposta pelo seu titular se ele 
dispuser de outros elementos (documentos e papéis 
diversos, em regra) que lhe confiram justa causa (STF, 
AgRg no ARE n 654.192/PR, rel. Min. Gilmar Mendes, j. 
22.11.11). Entende-se, portanto, que o inquérito policial 
não é pressuposto para a propositura da ação penal, por 
ser peça meramente informativa, sendo dispensável diante 
da existência de elementos suficientes de convicção para 
fundamentar a ação penal (STJ, HC nº 426.218/GO, rel. 
Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. 06.02.18). 
ATENÇÃO! 
Doutrina Minoritária em Relação à Dispensabilidade do 
Inquérito Policial 
O Delegado de Polícia Henrique Hoffmann defende que o 
inquérito policial seria indispensável. 
“O inquérito policial, principal procedimento investigativo 
pátrio, sobressai-se como imprescindível ferramenta de 
busca da verdade na persecução penal. A admissão de sua 
indispensabilidade não fecha as portas para as necessárias 
mudanças com o desiderato de modernizar e imprimir mais 
agilidade à investigação criminal, sem descurar da carta 
constitucional de liberdades individuais”. 
 
h) Indisponível 
Diante da notícia de uma infração penal, o delegado de 
polícia não está obrigado a instaurar o inquérito policial, 
devendo antes verificar a procedência das informações, 
assim como aferir a própria tipicidade da conduta 
noticiada. Porém, uma vez instaurado o inquérito, não 
pode a autoridade policial, por sua própria iniciativa, 
promover o seu arquivamento (CPP, art. 17. A autoridade 
policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito), 
ainda que venha a constatar eventual atipicidade do fato 
apurado ou até mesmo uma causa extintiva da 
punibilidade. 
 INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL 
Notitia criminis é o conhecimento, espontâneo ou 
provocado, por parte da autoridade policial, acerca de um 
fato delituoso. 
 
a) notitia criminis de cognição imediata (ou 
espontânea): ocorre quando a autoridade policial toma 
conhecimento do fato delituosopor meio de suas 
atividades rotineiras. É o que acontece, por exemplo, 
quando o delegado de polícia toma conhecimento da 
prática de um crime por meio da imprensa; 
 
b) notitia criminis de cognição mediata (ou provocada): 
ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento 
da infração penal através de um expediente escrito. É o 
que acontece, por exemplo, nas hipóteses de requisição do 
Ministério Público, representação do ofendido, etc. 
 
c) notitia criminis de cognição coercitiva: ocorre 
quando a autoridade policial toma conhecimento do fato 
delituoso através da apresentação do indivíduo preso em 
flagrante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 É possível que a autoridade policial ou o Ministério 
Público inicie uma investigação criminal a partir das 
informações divulgadas em reportagem jornalística? 
É possível a deflagração de investigação criminal com base 
em matéria jornalística. 
STJ. 6ª Turma. RHC 98.056-CE, Rel. Min. Antonio Saldanha 
Palheiro, julgado em 04/06/2019 (Info 652). 
A autoridade policial tomar conhecimento de um fato 
delituoso, ele tem o dever de instaurar o inquérito policial 
de ofício, ou seja, mesmo sem provocação formal de 
alguém. O exemplo típico e mais comum dado pelos livros 
é justamente o caso do Delegado que sabe da prática de 
um crime por meio de uma notícia no jornal. 
Quando o Delegado instaura de ofício um inquérito 
policial, ele o faz por meio de portaria. 
É o que se convencionou a denominar, em doutrina, de 
notitia criminis de cognição imediata (ou espontânea). 
 
 Instauração de ofício de PIC 
O Ministério Público também pode instaurar, de ofício, 
procedimento de investigação criminal (PIC). É o que prevê 
o art. 3º da Resolução nº 181/2017, do CNMP: 
Art. 1º O procedimento investigatório criminal é 
instrumento sumário e desburocratizado de natureza 
administrativa e investigatória, instaurado e presidido pelo 
membro do Ministério Público com atribuição criminal, e 
terá como finalidade apurar a ocorrência de infrações 
penais de iniciativa pública, servindo como preparação e 
embasamento para o juízo de propositura, ou não, da 
respectiva ação penal. 
(...) 
Art. 3º O procedimento investigatório criminal poderá ser 
instaurado de ofício, por membro do Ministério Público, no 
âmbito de suas atribuições criminais, ao tomar 
conhecimento de infração penal de iniciativa pública, por 
qualquer meio, ainda que informal, ou mediante 
provocação. 
Nas palavras do Min. Antônio Saldanha Palheiro: 
“É possível que a investigação criminal seja perscrutada 
pautando-se pelas atividades diuturnas da autoridade 
policial, verbi gratia, o conhecimento da prática de 
determinada conduta delitiva a partir de veículo midiático, 
no caso, a imprensa. É o que se convencionou a denominar, 
em doutrina, de notitia criminis de cognição imediata (ou 
espontânea), terminologia obtida a partir da exegese do 
art. 5º, inciso I, do CPP, do qual se extrai que ‘nos crimes de 
ação pública o inquérito policial será iniciado de ofício’”. 
IMPORTANTE! 
Sob o ponto de vista da autoridade policial, ela recebe 
a notícia (a informação) de um crime. Neste caso teremos 
a noticia criminis. Já sob o ponto de vista das demais 
pessoas, que informam a ocorrência de um crime, elas 
fazer por meio de uma delatio criminis. Esta pode ser 
simples, com a mera comunicação de um crime, ou 
postulatória, aos crimes cuja ação penal seja 
condicionada. 
FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL 
Crimes de ação penal pública incondicionada 
a) de ofício (CPP, art. 5º, I) 
b) requisição da autoridade judiciária ou do Ministério 
Público (CPP, art. 5º, II) 
c) requerimento do ofendido ou de seu representante 
legal (CPP, art. 5º, II) 
d) notícia oferecida por qualquer do povo (CPP, art. 5º, 
§3º) 
e) auto de prisão em flagrante delito 
Crimes de ação penal pública condicionada (CPP, art. 
5º, §4º) 
CPP, art. 5º (...) §4º O inquérito, nos crimes em que a 
ação pública depender de representação, não poderá sem 
ela ser iniciado. 
Crimes de ação penal de iniciativa privada (CPP, art. 
5º, §5º) 
CPP, art. 5º (...) §5º Nos crimes de ação privada, a 
autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a 
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. 
 Qual a medida adequada na hipótese da autoridade 
policial indeferir o requerimento de abertura do 
inquérito policial? 
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6 
IMPORTANTE 
A instauração do inquérito policial não interrompe a 
prescrição, que, conforme previsão legal tem como 
primeiro marco interruptivo o recebimento da denúncia ou 
queixa-crime (CP, art. 117, I). 
 O juiz precisa ser informado da instauração do 
inquérito policial? 
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 Diligências investigatórias 
Os artigos 6º e 7º do CPP trazem providências que o 
delegado de polícia pode, discricionariamente, adotar 
buscando elucidar a materialidade e a autoria do delito. 
São medidas exemplificativas, podendo ser determinadas 
outras não previstas em lei. 
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 Incomunicabilidade do indiciado preso 
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 Indiciamento (Lei 12.830/2013) 
Indiciar é atribuir a autoria (ou participação) de uma 
infração penal a uma pessoa. É apontar uma pessoa como 
provável autora ou partícipe de um delito. Possui caráter 
ambíguo, constituindo-se, ao mesmo tempo, fonte de 
direitos, prerrogativas e garantias processuais (CF, art. 5º, 
LVII e LXIII), e fonte de ônus e deveres que representam 
alguma forma de constrangimento, além da inegável 
estigmatização social que a publicidade lhe imprime. 
O indiciamento é o ato resultante das investigações 
policiais por meio do qual alguém é apontado como 
provável autor de um fato delituoso. Cuida-se, pois, de ato 
privativo do Delegado de Polícia que, para tanto, deverá 
fundamentar-se em elementos de informação que 
ministrem certeza quanto à materialidade e indícios 
razoáveis de autoria. Portanto, se a atribuição para efetuar 
o indiciamento é privativa da autoridade policial (Lei nº 
12.830/13, art. 2º, § 6º), não se afigura possível que o juiz, 
o Ministério Público ou uma Comissão Parlamentar de 
Inquérito requisitem ao delegado de polícia o indiciamento 
de determinada pessoa. 
 
Lei nº 12.830/2013 
(Dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo 
delegado de polícia) 
 
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal 
conduzida pelo delegado de polícia. 
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de 
infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de 
natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. 
§1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade 
policial, cabe a condução da investigação criminal por meio 
de inquérito policial ou outro procedimento previsto em 
lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, 
da materialidade e da autoria das infrações penais. 
§2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de 
polícia a requisição de perícia, informações, documentos e 
dados que interessem à apuração dos fatos. 
§3º (VETADO). 
§4º O inquérito policial ou outro procedimentoprevisto 
em lei em curso somente poderá ser avocado ou 
redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho 
fundamentado, por motivo de interesse público ou nas 
hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos 
em regulamento da corporação que prejudique a eficácia 
da investigação. 
§5º A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente 
por ato fundamentado. 
§6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-
se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-
jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, 
materialidade e suas circunstâncias. 
 
 
 
 
 
 
7 
Art. 3º O cargo de delegado de polícia é privativo de 
bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o mesmo 
tratamento protocolar que recebem os magistrados, os 
membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e 
os advogados. 
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
O indiciamento é ato privativo da autoridade policial, 
segundo sua análise técnico-jurídica do fato. O juiz não 
pode determinar que o Delegado de Polícia faça o 
indiciamento de alguém. 
STF. 2ª Turma. HC 115015/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, 
julgado em 27/8/2013 (Info 717). 
STJ. 5ª Turma. RHC 47.984-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, 
julgado em 4/11/2014 (Info 552). 
 
STF: “(...) Sendo o ato de indiciamento de atribuição 
exclusiva da autoridade policial, não existe fundamento 
jurídico que autorize o magistrado, após receber a 
denúncia, requisitar ao Delegado de Polícia o 
indiciamento de determinada pessoa. A rigor, requisição 
dessa natureza é incompatível com o sistema acusatório, 
que impõe a separação orgânica das funções concernentes 
à persecução penal, de modo a impedir que o juiz adote 
qualquer postura inerente à função investigatória. 
Doutrina. Lei 12.830/2013. Ordem concedida.” (STF, 2ª 
Turma, HC 115.015/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 
27/08/2013) 
 
STJ: “(...) Esta Corte Superior de Justiça, reiteradamente, 
vem decidindo que o indiciamento formal dos acusados, 
após o recebimento da denúncia, submete os pacientes a 
constrangimento ilegal e desnecessário, uma vez que tal 
procedimento, que é próprio da fase inquisitorial, não 
mais se justifica quando a ação penal já se encontra em 
curso. Habeas corpus concedido para cassar a decisão que 
determinou o indiciamento formal dos pacientes, 
excluindo-se todos os registros e anotações, relativos ao 
processo de que aqui se cuida, sem prejuízo do regular 
andamento da ação penal.” (STJ, 6ª Turma, HC 182.455/SP, 
Rel. Min. Haroldo Rodrigues, j. 05/05/2011) 
 
 
 
 
 
 
 Conclusão do inquérito policial 
a) Prazo para conclusão do inquérito policial 
 
 
ATENÇÃO! O art. 3º-B, §2º do CPP, incluído pela Lei nº 
13.964/2019, passou a prever que se o investigado estiver 
preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação 
da autoridade policial, e ouvido o Ministério Público, 
prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 
15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação 
não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. 
 
b) Relatório da autoridade policial 
Peça de caráter descritivo, em que o Delegado de 
Polícia descreve as principais diligências realizadas na fase 
investigatória. 
c) Destinatário dos autos do inquérito policial 
Os destinatários imediatos são os titulares da ação 
penal, quais sejam: 
O Ministério Público, titular da ação penal pública (CF, 
art. 129, I); e 
O ofendido, titular da ação penal privada (CPP, art. 30). 
O destinatário mediato do inquérito policial é o juiz 
 
 
 
 
 
 
8 
 Arquivamento do inquérito policial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Redação antes do pacote anticrime 
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de 
apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do 
inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o 
juiz, no caso de considerar improcedentes as razões 
invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de 
informação ao procurador-geral, e este oferecerá a 
denúncia, designará outro órgão do Ministério Público 
para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, 
ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. 
 Redação após o pacote anticrime (Lei 13.964/2019) 
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou 
de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, 
o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao 
investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos 
para a instância de revisão ministerial para fins de 
homologação, na forma da lei. (Redação dada pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
 
§1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar 
com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no 
prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, 
submeter a matéria à revisão da instância competente do 
órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei 
orgânica. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
§2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em 
detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do 
arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada 
pela chefia do órgão a quem couber a sua representação 
judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
INQUÉRITO POLICIAL 
 
TÍTULO II – DO INQUÉRITO POLICIAL 
 
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades 
policiais no território de suas respectivas circunscrições e 
terá por fim a apuração das infrações penais e da sua 
autoria. 
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não 
excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei 
seja cometida a mesma função. 
 
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será 
iniciado: 
I - de ofício; 
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do 
Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de 
quem tiver qualidade para representá-lo. 
§ 1º O requerimento a que se refere o n
o
 II conterá sempre 
que possível: 
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 
b) a individualização do indiciado ou seus sinais 
característicos e as razões de convicção ou de presunção 
de ser ele o autor da infração, ou os motivos de 
impossibilidade de o fazer; 
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua 
profissão e residência. 
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de 
abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de 
Polícia. 
 
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da 
existência de infração penal em que caiba ação pública 
poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à 
autoridade policial, e esta, verificada a procedência das 
informações, mandará instaurar inquérito. 
 
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública 
depender de representação, não poderá sem ela ser 
iniciado. 
 
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial 
somente poderá proceder a inquérito a requerimento de 
quem tenha qualidade para intentá-la. 
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração 
penal, a autoridade policial deverá: 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se 
alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada 
dos peritos criminais; 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, 
após liberados pelos peritos criminais; 
III - colher todas as provas que servirem para o 
esclarecimento do fato e suas circunstâncias; 
IV - ouvir o ofendido; 
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for 
 
 
 
 
 
 
9 
aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII, deste 
Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por 2 
(duas) testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura; 
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a 
acareações; 
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de 
corpo de delito e a quaisquer outras perícias; 
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo 
datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha 
de antecedentes; 
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de 
vista individual, familiar e social,sua condição econômica, 
sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e 
durante ele, e quaisquer outros elementos que 
contribuírem para a apreciação do seu temperamento e 
caráter. 
X - colher informações sobre a existência de filhos, 
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o 
nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados 
dos filhos, indicado pela pessoa presa. 
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração 
sido praticada de determinado modo, a autoridade policial 
poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde 
que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. 
Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o 
disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro. 
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só 
processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste 
caso, rubricadas pela autoridade. 
 
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, 
se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver 
preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a 
partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no 
prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou 
sem ela. 
 
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver 
sido apurado e enviará autos ao juiz competente. 
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas 
que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar 
onde possam ser encontradas. 
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado 
estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a 
devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão 
realizadas no prazo marcado pelo juiz. 
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos 
que interessarem à prova, acompanharão os autos do 
inquérito. 
 
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou 
queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. 
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: 
I - fornecer às autoridades judiciárias as informações 
necessárias à instrução e julgamento dos processos; 
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo 
Ministério Público; 
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas 
autoridades judiciárias; 
IV - representar acerca da prisão preventiva. 
 
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, 
no §3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, 
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da 
Lei n
o
 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e 
do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o 
delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos 
do poder público ou de empresas da iniciativa privada, 
dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos. 
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo 
de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: 
I - o nome da autoridade requisitante; 
II - o número do inquérito policial; e 
III - a identificação da unidade de polícia judiciária 
responsável pela investigação. 
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos 
crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do 
Ministério Público ou o delegado de polícia poderão 
requisitar, mediante autorização judicial, às empresas 
prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou 
telemática que disponibilizem imediatamente os meios 
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – 
que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do 
delito em curso. 
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa 
posicionamento da estação de cobertura, setorização e 
intensidade de radiofrequência. 
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal: 
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de 
qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial, 
conforme disposto em lei; 
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia 
móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias, 
renovável por uma única vez, por igual período; 
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso 
II, será necessária a apresentação de ordem judicial. 
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial 
deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e 
duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência 
policial. 
§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 
(doze) horas, a autoridade competente requisitará às 
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações 
e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os 
meios técnicos adequados – como sinais, informações e 
outros – que permitam a localização da vítima ou dos 
suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação 
ao juiz. 
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o 
indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será 
realizada, ou não, a juízo da autoridade. 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Atenção! Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de 
delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia 
requerida pelas partes, quando não for necessária ao 
esclarecimento da verdade. 
 
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado 
curador pela autoridade policial. 
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a 
devolução do inquérito à autoridade policial, senão para 
novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da 
denúncia. 
 
Art. 17. A autoridade policial NÃO poderá mandar 
arquivar autos de inquérito. 
 
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito 
pela autoridade judiciária, por falta de base para a 
denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas 
pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 
 
Arquivamento do Inquérito Policial - Em regra, faz coisa 
julgada formal. Pode ser desarquivado e rediscutir o 
assunto, desde que surjam novas provas (requisito 
obrigatório). 
 
Arquivamento do Inquérito Policial - Em exceção, faz coisa 
julgada material, de forma que não poderá ser 
desarquivado, nem que surjam novas provas, e não poderá 
ser ofertada denúncia pelo mesmo fato, seja na mesma ou 
em outra relação processual. 
 
endoprocessual = coisa julgada formal; 
extraprocessual = coisa julgada material. 
 
STF, Súmula nº 524: “Arquivado o inquérito policial, por 
despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, 
não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas”. 
 
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os 
autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, 
onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu 
representante legal, ou serão entregues ao requerente, se 
o pedir, mediante traslado. 
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo 
necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse 
da sociedade. 
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que 
lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá 
mencionar quaisquer anotações referentes a instauração 
de inquérito contra os requerentes. 
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá 
sempre de despacho nos autos e somente será permitida 
quando o interesse da sociedade ou a conveniência da 
investigação o exigir. 
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá 
de três dias, será decretada por despacho fundamentado 
do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão 
do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o 
disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos 
Advogados do Brasil. 
 
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver 
mais de uma circunscrição policial, a autoridade com 
exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja 
procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, 
independentemente de precatórias ou requisições, e bem 
assim providenciará, até que compareça a autoridade 
competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua 
presença, noutra circunscrição. 
 
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz 
competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de 
Identificação e Estatística, ou repartição congênere, 
mencionando o juízoa que tiverem sido distribuídos, e os 
dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
VAMOS TREINAR 
 
1. (NUCEPE - 2017 - SEJUS-PI - Agente Penitenciário) O 
inquérito policial tem como finalidade, EXCETO, 
 
 a) apurar a materialidade do crime. 
 b) apurar a autoria do crime. 
 c) colher elementos para informar o titular da ação penal. 
 d) formar a convicção do juiz e fundamentar sua decisão, 
de forma exclusiva. 
 e) subsidiar a decretação de medidas cautelares. 
 
2. (VUNESP - 2020 - EBSERH - Advogado) Assinale a 
alternativa cujas informações preenchem, correta e 
respectivamente, as lacunas, nos termos do caput do art. 
4° do CPP. 
“A polícia judiciária será exercida _________ no território 
de suas respectivas circunscrições e terá por fim a 
apuração __________ ”. 
 a) pelos Delegados de Polícia ... dos fatos que impliquem 
em crime de ação pública incondicionada 
 b) pelos Delegados de Polícia ... das infrações penais, 
mediante autorização judicial 
 c) pelas autoridades policiais ... das infrações penais e da 
sua autoria 
 d) pelas autoridades policiais ... das infrações penais, 
mediante autorização judicial 
 e) pelos Juízes Corregedores ... das infrações penais e da 
sua autoria 
 
3. (Instituto Acesso - 2019 - PC-ES - Delegado de Polícia) 
Gerson está respondendo a procedimento investigatório, 
conduzido por delegado de Polícia Civil. Em meio a 
investigação foi decretado sigilo do Inquérito policial para 
assegurar as investigações. Nessa situação hipotética, 
marque a alternativa CORRETA. 
 
 a) O advogado somente terá acesso aos autos do inquérito 
policial se não for decretado o seu sigilo, caso em que terá 
que aguardar a instauração do processo judicial. 
 b) O advogado poderá examinar aos autos do inquérito 
policial e ainda ter informações sobre os atos de 
investigação que ainda serão realizados. 
 c) Nos crimes hediondos o advogado do indiciado não terá 
acesso aos autos para assegurar a proteção das 
investigações. 
 d) O advogado poderá examinar aos autos do inquérito 
policial ainda que tenha sido decretado o seu sigilo. 
 e) O sigilo decretado no inquérito policial não impede que 
os meios de comunicações televisivas tenham acesso, 
tendo em vista a necessidade de se preservar a ordem 
pública. 
4. (FCC - 2019 - Consultor Técnico Jurídico) Julgue CERTO 
ou ERRADO. 
O inquérito policial, é indispensável para a propositura da 
ação penal pública incondicionada ou condicionada à 
representação da vítima do delito. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
5. (FUNDEP - 2019 - DPE-MG - Defensor Público) No 
curso de inquérito policial, a autoridade policial que o 
presidia constatou que teria ocorrido extinção da 
punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva. 
Diante disso, assinale a alternativa correta. 
 
 a) A Autoridade Policial deverá declarar a extinção da 
punibilidade pela prescrição, em razão do princípio da 
legalidade do inquérito policial. 
 b) A Autoridade Policial deverá prosseguir na apuração, 
em razão do princípio do impulso oficial do inquérito 
policial. 
 c) A Autoridade Policial deverá remeter de imediato os 
autos do inquérito ao Poder Judiciário, em razão do 
princípio da indisponibilidade do inquérito policial. 
 d) A Autoridade Policial deverá arquivar o inquérito 
policial, em razão do princípio da eficiência do inquérito 
policial. 
 
 
6. (CESPE - 2018 - STJ - Técnico Judiciário) A respeito dos 
procedimentos de investigação, julgue o item que se 
segue. 
Notitia criminis é o meio pelo qual a vítima de delito ou o 
seu representante legal manifesta sua vontade a respeito 
da instauração do inquérito policial e do posterior 
oferecimento de denúncia, nas hipóteses de ação penal 
pública condicionada. 
( ) Certo ( ) Errado 
7. (UEG - 2018 - PC-GO - Delegado de Polícia) Quando o 
inquérito policial é instaurado a partir de um auto de 
prisão em flagrante delito, diz-se haver: 
 
 a) notitia criminis inqualificada. 
 b) delatio criminis postulatória. 
 c) notitia criminis de cognição imediata. 
 d) notitia criminis de cognição mediata. 
 e) notitia criminis de cognição coercitiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
8. (CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de Direito) No que se 
refere a inquérito policial, julgue CERTO ou ERRADO. 
Em caso de ação penal privada, se a vítima tiver falecido, o 
inquérito policial poderá ser instaurado de ofício pela 
autoridade policial. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
9. (CESPE - 2020 - MPE-CE) Tales foi preso em flagrante 
em um parque de Fortaleza pela prática do crime de 
estupro, tendo sido reconhecido pela vítima, Marta, com 
a qual não possuía relação anterior. Há indícios de que 
Tales tenha praticado outros crimes sexuais, tendo sido 
também reconhecido por outras vítimas. 
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. 
A investigação policial não pode ser instaurada de ofício 
pelo delegado, sendo necessário que Marta represente 
formalmente contra Tales. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
10. (FCC - 2019 - Consultor Técnico Jurídico) Julgue CERTO 
ou ERRADO. 
No caso de apuração de delito de furto qualificado, deverá 
se encerrar no prazo de 10 (dez) dias se o indiciado estiver 
preso. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
11. (FGV - 2019 - TJ-CE) Lauro figura como indiciado em 
inquérito policial em que se investiga a prática do crime 
de concussão. Intimado a comparecer na Delegacia para 
prestar declarações, fica preocupado com as medidas que 
poderiam ser determinadas pela autoridade policial, 
razão pela qual procura seu advogado. 
Com base nas informações expostas, a defesa técnica de 
Lauro deverá esclarecer que: 
 a) a reprodução simulada dos fatos poderá ser 
determinada pela autoridade policial, não podendo, 
contudo, ser Lauro obrigado a participar contra sua 
vontade; 
 b) a defesa técnica do indiciado não poderá ter acesso às 
peças de informação constantes do inquérito, ainda que já 
documentadas, em razão do caráter sigiloso do 
procedimento; 
 c) o indiciado e o eventual ofendido, diante do caráter 
inquisitivo do inquérito policial, não poderão requerer a 
realização de diligências durante a fase de investigações; 
 d) o procedimento investigatório, caso venha a ser 
arquivado com base na falta de justa causa, não poderá vir 
a ser desarquivado, ainda que surjam novas provas; 
 e) a autoridade policial, em sendo de interesse das 
investigações, poderá determinar a incomunicabilidade do 
indiciado pelo prazo de 10 (dez) dias. 
 
12. (IDIB - 2019 - Prefeitura de Petrolina - PE - Guarda 
Civil) De acordo com o Código de Processo Penal, assinale 
a alternativa correta acerca do inquérito policial: 
 
 a) A autoridade policial somente poderá proceder o 
reconhecimento de pessoas e coisas mediante autorização 
do Ministério Público, que é o real titular da ação penal 
pública. 
 b) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de 
inquérito. 
 c) Para verificar a possibilidade de haver a infração sido 
praticada de determinado modo, a autoridade policial 
poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde 
que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. 
 d) A autoridade policial, após a competente autorização 
judicial, poderá determinar que se proceda a exame de 
corpo de delito e a quaisquer outras perícias. 
 e) Logo que tiver conhecimento da prática da infração 
penal, a autoridade policial deverá ouvir imediatamente o 
ofendido, antes mesmo de se dirigir ao local do crime. 
 
13. (VUNESP - 2019 - TJ-RJ - Juiz Substituto) Nos literais e 
expressos termos do art. 13 do CPP, incumbe à 
autoridade policial, entre outras funções: 
 
 a) providenciar o comparecimento do acusado preso, em 
Juízo, mediante prévia requisição. 
 b) manter a guarda de bens apreendidos e objetos do 
crime até o trânsito em julgado da ação penal. 
 c) fornecer às autoridades judiciárias as informações 
necessárias à instrução ejulgamento dos processos. 
 d) cumprir as ordens de busca e apreensão e demais 
decisões cautelares que tenha requisitado. 
 e) servir como testemunha em ações penais quando 
arrolada por qualquer das partes.

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