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Direito Cambiário: Títulos de Crédito

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DIREITO EMPRESARIAL II 
DIREITO CAMBIÁRIO: TÍTULOS DE CRÉDITO 
 
 
Bibliografia: 
 
- Curso de Direito Empresarial: Fabio Ulhoa Coelho 
- Títulos de Crédito – Rubens Requião 
- Direito Empresarial Esquematizado: André Luiz Santa Cruz Ramos 
 
 
DIREITO CAMBIÁRIO: TÍTULOS DE CRÉDITO 
 
Chama-se de direito cambiário ou direito cambial o sub-ramo do direito 
empresarial que disciplina todo o regime jurídico aplicável aos títulos de crédito. 
 
1- Evolução Histórica: 
 
Nas sociedades mais primitivas, o comércio se limitava ao escambo, isto 
é, a troca direta de mercadoria por mercadoria. 
 
Com o passar do tempo e a consequente necessidade de dinamizar as 
trocas, certos bens passaram a ser usados como moeda, com isso, um produtor 
de trigo que quisesse adquirir ferramentas não precisava mais procurar um 
fabricante dessas peças que estivesse precisando exatamente de trigo: ele podia 
vender seu trigo por um determinado preço, expresso na moeda usualmente 
aceita. 
 
No curso da história, inúmeras coisas foram usadas como moeda 
(inicialmente, o sal, que foi sucedido por metais preciosos, sobretudo prata e 
outro, mas houve uma preponderância da prata e do ouro exercendo essa 
função de meio geral de troca. 
 
No entanto, com o passar do tempo a economia foi se tornando cada vez 
mais complexa, e até mesmo a moeda passou a ser um meio de troca 
ineficiente para dar efetividade a todas as transações ocorridas a todo momento 
no mercado. Mais uma vez, o próprio mercado deu a sua solução, criando os 
títulos de crédito, também conhecidos como a moeda-fiduciária ou papel-
moeda, imposta pelo estado como meio de troca universal. 
 
Estamos vivendo um novo momento histórico, chamado comércio 
eletrônico, em que a complexidade das relações econômicas tem demonstrado 
que nem a moeda nem os títulos e crédito tradicionais (letra de câmbio, nota 
promissória, cheque, duplicata etc.) conseguem, de maneira eficiente, dar 
efetividade ao incrível número de transações realizadas no mercado globalizado 
dos dias atuais. 
 
A internet fez o mercado ignorar a distância entre as partes de uma 
determinação relação jurídica, sobretudo as relações empresariais. Hoje em dia 
é cada vez mais fácil comprar bens ou serviços de um empresário que se situa 
em outro estado ou em outro país, o qual às vezes fica em outro continente. E 
essas transações ocorrem numa velocidade espantosa, inimaginável até bem 
pouco tempo atrás. 
 
Os títulos de créditos surgiram na Idade Média como instrumento para 
facilitar a circulação do crédito comercial. O primeiro título de crédito inventado 
foi a letra de câmbio, o que ocorreu no século XI. 
 
Tendo em vista a diversidade entre os países quanto às suas leis 
referentes aos títulos de crédito, um marco fundamental na história do Direito 
Cambiário se deu em 1930 com a Convenção de Genebra. 
 
Trata-se de um tratado internacional cuja finalidade foi a de “uniformizar” 
as regras sobre letra de câmbio e nota promissória, de modo que os países 
signatários devessem editar normas internas de acordo com o seu teor. 
 
O Brasil, como país signatário, fez isso por meio do Decreto n. 57.663/66 
– apelidado de “Lei Uniforme de Genebra”, haja vista a finalidade da Convenção 
de Genebra, ou seja, a de uniformizar a legislação entre os países. 
 
A evolução histórica do direito cambiário corresponde ao chamado 
período uniforme, que se iniciou em 1930, com a realização da Convenção de 
Genebra sobre títulos de crédito e a consequente aprovação, no mesmo ano, da 
Lei Uniforme das Cambiais, aplicável às letras de câmbio e às notas promissórias. 
No ano seguinte, foi aprovada a Lei Uniforme do Cheque. Os Decretos 
57.663/1966 e 57.595/1966 promulgaram as Leis Uniformes das Cambiais e do 
Cheque, respectivamente, em nosso ordenamento jurídico. 
 
O Código Civil de 2002, no seu art. 887, trouxe um conceito de título de 
crédito, “O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e 
autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da 
lei”. 
 
Atualmente, os títulos de crédito passam por um importante período de 
transição. Letras de câmbio já não são vistas no mercado, e mesmo títulos como 
o cheque e a nota promissória vão caindo em desuso e dando lugar às 
transações com os cartões de débito e crédito, os quais já admitem a assinatura 
eletrônica. Assim, vivemos a era do comércio eletrônico. 
 
Portanto, é preciso repensar os títulos de crédito e, consequentemente, 
o estudo desse assunto, à luz dessa nova realidade do comércio eletrônico. 
Assim, embora mantenhamos o tratamento tradicional da disciplina, expondo 
os conceitos fundamentais há tempos construídos pela doutrina e comentando 
as principais regras legais existentes (sobretudo a Lei Uniforme de Genebra), 
tentaremos abordar a questão da chamada “desmaterialização dos títulos de 
crédito”. 
 
II – Conceito: 
 
O Código Civil, que em seu art. 887 dispõe que “o título de crédito, 
documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, 
somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei”. 
 
O conceito do CC nos remete, por intermédio das expressões 
“necessário”, “literal” e “autônomo”, aos três princípios informadores do regime 
jurídico cambial: a) cartularidade; b) literalidade; c) autonomia. Do conceito de 
títulos podemos extrair também suas principais características 
 
Outra característica dos títulos de crédito é que eles constituem títulos 
executivos extrajudiciais (art. 585 do Código de Processo Civil), por 
configurarem uma obrigação líquida e certa. 
 
III - Princípios do Direito Cambiário: cartularidade, literalidade e 
autonomia 
 
1- Cartularidade: 
 
Cártula significa papel; logo, um título de crédito necessariamente deve 
ser firmado em papel. 
 
Pelo princípio da cartularidade, o exercício dos direitos representados por 
um título de crédito pressupõe a sua posse, pois somente quem exibe a cártula 
(o papel, que representa o título) pode exigir a satisfação do direito que está 
documentado no título. Assim, em geral, quem não tem a posse do título não 
pode ser presumido credor. 
 
Com isso, para instruir a petição inicial de uma execução judicial, é 
necessária 
a exibição do original, não podendo ser cópia autenticada. Dessa forma, tem-se 
a garantia de que quem postula a satisfação do direito é realmente o seu titular, 
o que dá segurança às operações creditórias. 
 
Uma exceção a isso (e ao princípio da cartularidade) ocorre quando o 
devedor não devolve a duplicata (que lhe foi enviada para aceitação). Nesse 
caso, a execução pode ser instruída com o comprovante de entrega da 
mercadoria, pois o título original 
foi retido pelo devedor. 
 
* REGRA: Em obediência ao princípio da cartularidade, (i) a posse do título pelo 
devedor presume o pagamento do título, (ii) só é possível protestar o título 
apresentando-o, (iii) só é possível executar o título apresentando-o, não 
suprindo a sua ausência nem mesmo a apresentação de cópia autenticada. 
 
** EXCEÇÃO: A desmaterialização dos títulos de crédito 
 
O princípio da cartularidade, vem sendo posto em xeque, em virtude do 
crescente desenvolvimento tecnológico e da consequente criação de títulos de 
crédito magnéticos, ou seja, que não se materializam numa cártula. 
 
O próprio Código Civil estabeleceu expressamente em seu art. 889, § 3.°, 
que “o título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador 
ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, 
observados os requisitos mínimos previstos neste artigo”. 
 
Dessa forma, emitido eletronicamente, não sendo materializado em 
papel, seria uma exceção ao princípio da cartularidade. 
 
Em consonância com esse processo de desmaterializaçãodos títulos de 
crédito, foram editados os Enunciados da Jornada de Direito Civil do CJF: 
 
- Enunciado 460 “Art. 889. As duplicatas eletrônicas podem ser protestadas por 
indicação e 
constituirão título executivo extrajudicial mediante a exibição pelo credor do 
instrumento de protesto, acompanhado do comprovante de entrega das 
mercadorias ou de prestação dos serviços”; 
 
- Enunciado 461, “Art. 889, § 3.° Os títulos de crédito podem ser emitidos, aceitos, 
endossados ou avalizados eletronicamente, mediante assinatura com certificação 
digital, respeitadas as exceções previstas em lei”. 
 
No mesmo sentido, decidiu o STJ pela validade da chamada duplicata 
virtual: 
 
Embargos de divergência em recurso especial. Divergência 
demonstrada. Execução de título extrajudicial. Duplicata virtual. 
Protesto por indicação. Boleto bancário acompanhado do instrumento 
de protesto, das notas fiscais e respectivos comprovantes de entrega 
das mercadorias. Executividade reconhecida. 
1. Os acórdãos confrontados, em face de mesma situação fática, 
apresentam solução jurídica diversa para a questão da exequibilidade 
da duplicata virtual, com base em boleto bancário, acompanhado do 
instrumento de protesto por indicação e das notas fiscais e respectivos 
comprovantes de entrega de mercadorias, o que enseja o 
conhecimento dos embargos de divergência. 
2. Embora a norma do art. 13, § 1.°, da Lei 5.474/1968 permita o 
protesto por indicação nas hipóteses em que houver a retenção da 
duplicata enviada para aceite, o alcance desse dispositivo deve ser 
ampliado para harmonizar-se também com o instituto da duplicata 
virtual, conforme previsão constante dos arts. 8.° e 22 da Lei 
9.492/1997. 
3. A indicação a protesto das duplicatas mercantis por meio magnético 
ou de gravação eletrônica de dados encontra amparo no art. 8.°, 
parágrafo único, da Lei 9.492/1997. O art. 22 do mesmo Diploma 
Legal, a seu turno, dispensa a transcrição literal do título quando o 
Tabelião de Protesto mantém em arquivo gravação eletrônica da 
imagem, cópia reprográfica ou micrográfica do título ou documento da 
dívida. 
4. Quanto à possibilidade de protesto por indicação da duplicata 
virtual, deve-se 
considerar que o que o art. 13, § 1.°, da Lei 5.474/1968 admite, 
essencialmente, é o protesto da duplicata com dispensa de sua 
apresentação física, mediante simples indicação de seus elementos ao 
cartório de protesto. Daí, é possível chegar-se à conclusão de que é 
admissível não somente o protesto por indicação na hipótese de 
retenção do título pelo devedor, quando encaminhado para aceite, 
como expressamente previsto no referido artigo, mas também na de 
duplicata virtual amparada em documento suficiente. 
5. Reforça o entendimento acima a norma do § 2.° do art. 15 da Lei 
5.474/1968, que cuida de executividade da duplicata não aceita e não 
devolvida pelo devedor, isto é, ausente o documento físico, autorizando 
sua cobrança judicial pelo processo executivo quando esta haja sido 
protestada mediante indicação do credor, esteja acompanhada de 
documento hábil comprobatório da entrega e recebimento da 
mercadoria e o sacado não tenha recusado o aceite pelos motivos 
constantes dos arts. 7.° e 8.° da Lei. 
6. No caso dos autos, foi efetuado o protesto por indicação, estando o 
instrumento acompanhado das notas fiscais referentes às mercadorias 
comercializadas e dos comprovantes de entrega e recebimento das 
mercadorias devidamente assinados, não havendo manifestação do 
devedor à vista do documento de cobrança, ficando atendidas, 
suficientemente, as exigências legais para se reconhecer a 
executividade das duplicatas protestadas por indicação. 
7. O protesto de duplicata virtual por indicação apoiada em 
apresentação do boleto, das notas fiscais referentes às mercadorias 
comercializadas e dos comprovantes de entrega e recebimento das 
mercadorias devidamente assinados não descuida das garantias 
devidas ao sacado e ao sacador. 
8. Embargos de divergência conhecidos e desprovidos (EREsp 
1.024.691/PR, Rel. Min. Raul Araújo, Segunda Seção, j. 22.08.2012, DJe 
29.10.2012). 
 
 
2- Literalidade: 
 
Quando se diz no artigo 887 do CC que “o título de crédito é o documento 
necessário ao exercício do direito literal nele representado”, faz-se referência 
expressa ao princípio da literalidade, segundo o qual o título de crédito vale 
pelo que nele está escrito. Nem mais, nem menos. 
Por um lado, o credor pode exigir tudo o que está expresso na cártula, não 
devendo se contentar com menos. Por outro, o devedor também tem o direito 
de só pagar o que está expresso no título, não admitindo que lhe seja exigido 
nada mais. 
 
3- Autonomia 
 
Autônomo significa independente. Assim, quando um único título 
documentar mais de uma obrigação, elas serão consideradas independentes, 
sendo que uma possível invalidade de qualquer uma delas não irá acarretar 
prejuízos às demais. 
Por exemplo, se, por algum motivo, o aval for considerado nulo, isso não 
irá prejudicar o aceite feito por quem irá efetuar o pagamento. 
 
 O princípio da autonomia é constituído por dois subprincípios: abstração 
e inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé. 
 
3.1 - Abstração 
 
Ocorre quando o título de crédito circula (é transmitido de uma pessoa à 
outra), pois nesse caso ele se desvincula do negócio jurídico que lhe deu origem 
(dito negócio subjacente). Por isso, como regra, deverá ser pago mesmo que 
haja problemas entre as partes originárias do negócio. 
 
3.2 - Inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé 
 
Nesse contexto, o executado, em virtude de um título de crédito, não 
pode alegar em sua defesa (embargos) matéria estranha à sua relação direta 
com o exequente (credor), salvo prova de má-fé. 
 
* Pode-se entender, que o princípio da autonomia é o mais importante princípio 
do regime jurídico cambial. Não fosse ele, não haveria segurança nas relações 
cambiais, e os títulos perderiam suas principais características: a negociabilidade 
e a circulabilidade. Afinal, ninguém se sentiria seguro ao receber um título de 
crédito como pagamento, via endosso, haja vista a possibilidade de ser surpreso 
pela alegação de um vício anterior, do qual sequer tinha conhecimento. Em 
decorrência do princípio da autonomia, portanto, a pessoa que recebe um título 
de crédito numa negociação não precisa se preocupar em investigar a sua 
origem nem as relações que eventualmente o 
antecederam, uma vez que ainda que tais relações existam e estejam viciadas, 
elas não contaminam as relações futuras decorrentes da circulação desse 
mesmo título. 
 
 
4- Características dos Títulos de Crédito 
 
1- Negociabilidade 
 
A característica da negociabilidade (ou circulação) permite que o título de 
crédito circule de forma simplificada, dando mais certeza e segurança a quem o 
recebe, o que propicia maior agilidade e facilidade na transmissão do crédito. 
 
2- Executividade 
 
Outra característica dos títulos de crédito é a executividade, pois há uma 
presunção de verdade quanto ao seu teor, bem como se trata de um 
documento formal disposto em lei. 
É a executividade que dá maior eficiência e celeridade/rapidez na 
cobrança da obrigação porque os títulos de crédito são considerados títulos 
executivos extrajudiciais. O Código de Processo Civil, no art. 585, inc. I [novo 
CPC, art. 784, I], enumera os títulos com essa característica. 
 
Sendo o título de crédito executivo, ele pode ser cobrado diretamente 
por meio de execução judicial – ação cambial/cobrança sumária –, sem a 
necessidade de ação de conhecimento e todo o seu rito processual de 
discussão, prova e contraditório, como em outros casos de cobrança de créditos 
decorrentesde um contrato. 
 
Títulos de Crédito 
Princípios: 
 
1. Cartularidade 
2. Literalidade 
3. Autonomia 
3.1 - Abstração 
3.2 - Inoponibilidade das exceções 
pessoais aos terceiros de boa-
fé. 
 
Características: 
 
1. Negociabilidade/circulação 
2. Executividade 
 
 
 
 
 
Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel 
AULA 2 - Classificação dos títulos de Crédito: 
 
 
1- Quanto a forma de transferência ou circulação: 
 
a) Título ao portador é aquele que circula pela mera tradição (art. 904 do 
Código Civil), uma vez que neles a identificação do credor não é feita de forma 
expressa. Sendo assim, qualquer pessoa que esteja com a simples posse do 
título é considerada titular do crédito nele mencionado. 
Ex: cheque ao portador, até o limite de R$ 100,00 (cem reais) 
 
 
 
 
b) Título nominal é aquele que identifica expressamente o seu titular. 
Nos títulos nominais com cláusula “à ordem”, esse ato formal é o 
endosso, típico do regime jurídico Cambial (art. 910 do Código Civil). 
 
 
Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel 
 
 
Já nos títulos nominais com cláusula “não à ordem” esse ato formal é a 
cessão civil de crédito, a qual, como o próprio nome já indica, submete-se ao 
regime jurídico civil. 
 
** Em regra, os títulos de crédito (letra de câmbio, nota promissória, 
cheque e duplicata) são títulos nominais (devem ser emitidos com indicação 
expressa do beneficiário do crédito) à ordem (via endosso). 
 
II - Quanto ao modelo 
 
Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel 
a) Título de modelo livre é aquele para o qual a lei não estabelece uma 
padronização obrigatória, ou seja, a sua emissão não se sujeita a uma forma 
específica preestabelecida. 
Ex: letra de câmbio e a nota promissória, títulos de crédito que podem ser 
criados em uma simples folha de papel, bastando para tanto que nela constem 
os requisitos essenciais desses títulos. 
 
b) título de modelo vinculado, ao contrário, se submete a uma rígida 
padronização fixada pela legislação cambiária específica, só produzindo efeitos 
legais quando preenchidas as formalidades legais exigidas. 
Ex: cheque e a duplicata. 
A duplicata, por exemplo, em obediência ao disposto no art. 27 da Lei 
das Duplicatas (Lei 5.474/1968), deve ser emitida segundo as normas fixadas 
pelo Conselho Monetário Nacional. 
 
 
Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel 
 
III- Quanto à estrutura 
 
a) ordem de pagamento se caracterizam por estabelecerem três situações 
jurídicas distintas a partir da sua emissão: em primeiro lugar, tem-se a figura do 
sacador (emite o título), ou seja, ordena o pagamento; em segundo lugar, tem-
se a situação do sacado, (contra quem o título é emitido), ou seja, trata-se da 
pessoa que recebe a ordem de pagamento; por fim, tem-se a figura do tomador 
(ou beneficiário), em favor de quem o título é emitido, isto é, pessoa a quem o 
sacado deve pagar, em obediência à ordem que lhe foi endereçada pelo 
sacador. 
Ex: letra de câmbio, cheque e duplicata 
 
 
 
b) promessa de pagamento existem apenas duas situações jurídicas distintas: 
de um lado tem-se a figura do sacador ou promitente, que promete pagar 
determinada quantia; de outro, tem-se a situação do tomador, beneficiário da 
promessa que receberá o valor prometido. 
Ex: nota promissória 
 
Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel 
 
 
 
 
 
IV - Quanto às hipóteses de emissão 
 
a) Título causal é aquele que somente pode ser emitido nas restritas hipóteses 
em que a lei autoriza a sua emissão. 
Ex: duplicata, só pode ser emitida, para documentar a realização de uma 
compra e venda mercantil (duplicata mercantil) ou um contrato de prestação de 
serviços (duplicata de serviços). 
 
b) Título abstrato, por sua vez, é aquele cuja emissão não está condicionada a 
nenhuma causa preestabelecida em lei. 
Ex: cheque, pode ser emitido para documentar qualquer relação negocial. 
 
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AULA 3 
INSTITUTOS DE DIREITO CAMBIÁRIO 
 
*LUG Decreto n. 57.663/66 
 
1- Saque: emissão/criação do título. 
 
Se for o caso de saque de um título considerado ordem de pagamento, ele 
cria três figuras: sacador, sacado e tomador (ex., o cheque e a letra de câmbio). 
* sacador (emitente), sacado (destinatário da ordem de pagamento) tomador 
(credor/ beneficiário). 
 
2- Aceite 
 
Aceite é o ato realizado pelo sacado que consiste na concordância em 
efetuar o pagamento do título de crédito, aceitar a ordem de pagamento. 
 
A formalização do aceite ocorre por meio da simples assinatura na frente 
(anverso) ou no verso do título de crédito. O aceite é identificado no título de 
crédito pela expressão “aceito” ou outra equivalente (LU, art. 25). 
 
O simples fato de um título de crédito ser emitido e endereçado ao 
sacado não significa que ele está obrigado a aceitá-lo para, posteriormente, 
pagá-lo. 
O aceite é necessário para que o sacado fique obrigado ao pagamento. 
Ele deve ser dado até o vencimento do título (LU, art. 21). 
Como efeito da recusa do aceite é a antecipação do vencimento do título 
(LU, art. 43). 
 
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*Exceção ocorre no caso da duplicata, em que o aceite é obrigatório, 
salvo nas hipóteses previstas na legislação. 
 
**De acordo com a lei do cheque, o aceite não é possível nesse tipo de 
título de crédito em razão da dinamicidade da atividade bancária, do comércio 
e também devido ao grande volume de cheques emitidos e compensados 
diariamente. Se, para cada um desses cheques, o banco tivesse que dar o aceite, 
isso, em grande medida, inviabilizaria a sua maciça utilização (poder-se-ia 
entender que, no caso do cheque, o aceite é implícito ao próprio instituto, pois 
ele é dado pelo banco em razão da abertura da conta e do fornecimento do 
talão de cheques). 
 
1. Endosso 
 
Endosso é o ato de transferir o crédito representado por título à ordem. 
O endosso só é possível para créditos decorrente de título “à ordem” 
conforme o art. 11 da LU. (cláusula “à ordem” significa que o título pode ser 
negociado e transferido livremente). 
Se o título de crédito tiver a cláusula “não à ordem”, ele apenas poderá ser 
transferido mediante cessão de crédito (LU, art. 11). 
 
** Endosso X Cessão de Crédito 
 
Como já foi estudado, o endosso e a cessão de crédito são formas de 
transmissão de crédito. Entretanto, há algumas distinções entre os dois 
institutos. 
 
O endosso é a forma de transmissão própria dos títulos de crédito com 
cláusula à ordem. 
 
Já a cessão de crédito é utilizada para transferir qualquer tipo de 
crédito (em regra o originado de contrato), mas excepcionalmente pode ser 
usada para transferência de crédito oriundo de título de crédito, como 
acontece quando possui cláusula “não à ordem”. 
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Endossante, por sua vez, é a denominação dada a quem efetua a 
transferência, e endossatário é quem recebe essa transferência. 
 
Apenas o credor pode endossar. 
 
Em regra, não há limites para o número de endossos, ou seja, um título de 
crédito não tem limitação quanto ao número de transferências. 
Uma exceção é o caso do cheque. No caso de cheque, ele admite apenas 
um endosso, conforme o art. 17, I, da Lei n. 9.311/96 – conhecida como Lei da 
CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. 
Existem divergências sobre a atual vigência dessedispositivo legal, por 
exemplo, que o tributo em si não existe mais. Mas a limitação poderia ser 
explicada pela intenção do governo federal (à época da instituição do referido 
tributo) em aumentar a arrecadação por meio desse tributo, pois, do contrário, 
o cheque poderia demorar mais para ser levado à compensação, haja vista a 
possibilidade de haver inúmeros endossos. 
 
Espécies de endosso: 
 
a) Endosso em preto – é aquele que identifica o endossatário (quem recebe 
o crédito). 
 
b) Endosso em branco (ou ao portador) – não identifica o endossatário. 
*título ao portador, ou seja, o credor é aquele que tiver a sua posse (LU, art. 12); 
o endossatário poderá transferir o título por mera tradição. 
 
c) Endosso-caução (ou pignoratício) – acontece quando o título é dado 
como garantia, como em caso de penhor (por ser o título considerado 
Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel 
um bem móvel, pode ser penhorado). Nessa hipótese, não se transfere a 
titularidade definitiva do crédito ao endossatário, salvo se não cumprir a 
obrigação garantida (LU, art. 19). 
 
d) Endosso-mandato (ou procuração ou impróprio) – é aquele que não 
transfere a titularidade do crédito, apenas dá legitimidade ao seu 
possuidor (que é um mandatário; procurador) para que efetue o 
recebimento do crédito. Tem efeitos de uma procuração (LU, art. 18). 
** Súmula 476 do STJ: “O endossatário de título de crédito por endosso-
mandato só responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar 
os poderes de mandatário”. 
 
e) Endosso sem garantia – proíbe outros endossos após ele, o que 
desobriga o endossante quanto ao pagamento a outras pessoas caso 
haja transferências subsequentes (LU, art. 15). 
 
f) Endosso posterior ao vencimento (póstumo) – é aquele realizado 
depois da data de vencimento do título. 
 
2. Aval 
 
O aval é uma obrigação firmada por terceiro (avalista) que garante o 
pagamento do título, caso o devedor (avalizado) não o cumpra. 
 
O avalista é responsável tanto quanto o seu avalizado. Se o avalista tiver que 
honrar a obrigação diante da falta de pagamento do devedor-avalizado, ele tem 
o direito de voltar-se, em regresso, contra o avalizado para reaver o respectivo 
valor. 
 
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Na prática, o aval ocorre pela assinatura do avalista, mais as expressões para 
identificação da garantia “bom para aval” ou “por aval” e indicação do avalizado 
(salvo no caso de aval em branco). Esses termos podem constar na frente 
(anverso) ou no verso no título, bem como em folha anexa, mas não separada 
(LU, art. 31). 
 
Aval X Fiança 
Ambos são garantias pessoais, fidejussórias. 
Não são garantias reais, como a hipoteca e o penhor, em que há um 
direito real sobre a propriedade, uma vez que, nestes casos, o bem é dado em 
garantia. 
O aval é garantia do Direito Cambiário, utilizada nos títulos de crédito. 
Já a fiança é garantia do Direito Civil, geralmente de contrato. 
 
 
Espécies de aval 
 
a) Aval total ou completo é aquele que garante de modo integral o valor 
do título de crédito. 
 
b) aval parcial é aquele que se restringe a garantir apenas uma parte do 
valor do título. 
 
c) aval em branco é aquele que não identifica o avalizado, e, nesse caso, 
conforme dispõe o art. 31 da LU, o sacador será considerado o avalizado. 
 
d) aval em preto é aquele que identifica quem está sendo avalizado, 
podendo ser o sacador, o sacado ou um dos endossantes. 
 
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3. Vencimento 
 
Vencimento é o advento pelo qual o crédito se torna exigível. 
Com isso, pela regra, o título só pode ser cobrado no seu vencimento. 
Porém, existem algumas exceções, nas quais o título poderá ter seu 
vencimento antecipado: aceite parcial, recusa do sacado em firmar o aceite, 
falência do sacado ou falência do sacador. 
 
Espécies de vencimento (art. 33 da LU) 
 
a) Vencimento à vista – o vencimento acontece no dia da apresentação do 
título ao devedor para que este faça o pagamento (LU, art. 34). 
 
b) Vencimento a prazo (dia fixado/certo) – o dia de apresentação ao 
devedor para pagamento é fixado previamente pelo emissor (LU, art. 37), 
recebendo o nome popular de cheque pré-datado. 
 
c) Vencimento a certo termo de data – é um prazo fixado pelo sacador 
que começa a correr a partir da data de emissão do título (por exemplo, 
30 dias após o dia de emissão) (LU, art. 36). 
 
d) Vencimento a certo termo de vista – é um prazo fixado pelo sacador a 
contar da data do aceite do sacado (por exemplo, 30 dias após a data de 
aceitação do título) (LU, art. 35). 
 
*Quando não houver indicação do vencimento, o título será considerado à 
vista. 
 
4. Pagamento 
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Pagamento é a forma mais comum de adimplemento e extinção das 
obrigações. 
Trata-se do cumprimento ordinário. 
Um título de crédito pago é um título quitado. 
 
5. Protesto extrajudicial 
 
O regime jurídico do protesto é a Lei n. 9.492/97. 
 
“art. 1º. Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a 
inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos 
e outros documentos de dívida”. 
 
A Lei Uniforme também prevê o instituto do protesto, a partir do art. 44. 
 
** protesto judicial, que é regido pelo Código de Processo Civil, art. 517 c/c. arts. 
726 a 729, contudo não é objeto o nosso estudo. 
 
São três as hipóteses para realização do protesto, por falta de 
pagamento, de aceite ou de devolução do título. 
 
Quanto ao prazo para se realizar o protesto: 
a) cheque, os arts. 33 e 48 da Lei n. 7.357/85 preveem que o protesto deve 
ser feito no prazo de apresentação para pagamento, ou seja, cheque da 
mesma praça/município, o prazo é de 30 dias após a data de sua 
emissão; se for cheque de outra praça (locais de emissão e pagamento 
distintos), o prazo é de 60 dias. 
 
b) duplicata, a Lei n. 5.474/68, art. 13, § 3º, prevê 30 dias para protestar a 
partir do vencimento, sob pena de perder o direito de regresso contra os 
endossantes e respectivos avalistas. 
 
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c) letra de câmbio e da nota promissória, de acordo com o art. 44 da Lei 
Uniforme, o prazo para protesto por falta de pagamento da seria de 2 
dias úteis após a data de vencimento. 
 
 
 
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AULA 4 – Títulos de Crédito em Espécie 
 
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Letra de Câmbio é uma ordem de pagamento que o sacador dirige ao sacado, seu devedor, para que, em 
certa época, este pague determinada quantia em dinheiro, devida a uma terceira pessoa, que se denomina 
tomador. É, enfim, uma ordem de pagamento à vista ou a prazo. Quando for a prazo, o sacado deve aceitá-la, 
firmando nela sua assinatura de reconhecimento: é o aceite. 
 
Aceite da Letra de Cambio: 
 
Emitida a letra de câmbio, ela será entregue ao tomador, o qual, por sua vez, a levará ao sacado, para que 
este a aceite (art. 25 da Lei Uniforme), o que deve ser feito no próprio título por meio da expressão “aceito” ou 
“aceitamos”, seguida da assinatura do sacado ou de procurador com poderes especiais para tanto (art. 11 do 
Decreto 2.044/1908). 
 
O sacado não tem obrigação cambial de a cumprir a ordem de pagamento emitida pelo sacador contra a 
sua vontade. O aceite, portanto, é o ato pelo qual o sacado assume obrigação cambial e se torna o devedor 
principal da letra (aceitante). O aceite,na letra de câmbio, é facultativo, porém irretratável. 
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É permitida a recusa do aceite, gerando assim o vencimento antecipado da letra de câmbio, podendo o 
tomador cobrar o título de imediato do sacador. A recusa deve ser comprovada por ato formal que é o protesto. 
 
É preciso ressaltar, todavia, que a recusa do aceite produzirá efeitos relevantes para o sacador e para o 
tomador, 
uma vez que ocorrerá o vencimento antecipado do título, podendo o tomador exigir do sacador (codevedor 
da letra), o seu pronto pagamento. 
 
O sacado pode aceitar a letra parcialmente, nesse caso, também ocorrerá o vencimento antecipado 
do título, podendo o tomador cobrar a totalidade do crédito contra o sacador, portanto, pode o sacador em 
ação de regresso cobrar do sacado na medida do seu aceite, pois havendo aceite parcial, o sacado se vincula 
ao pagamento do título nos termos do seu aceite (art. 26 da Lei Uniforme). 
 
Endosso 
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Uma das características dos títulos de crédito é a circularidade, ou seja, pode ser transmitido a outro, o qual 
passará a ser o credor do título. A transferência da Letra de Câmbio para terceiro se faz pelo endosso. Quem 
transmite o título por meio de endosso é denominado endossante, e o que recebe o título é chamado 
endossatário. 
 
 
Aval 
 
É possível que a Letra de Câmbio, como título de crédito que é, seja garantida por aval. Isso ocorrendo, o 
avalista passa a ser responsável pelo pagamento da mesma forma que o avalizado. Ou seja, o avalista responde 
pelo pagamento do título perante o credor do avalizado e, realizado o pagamento, poderá voltar-se contra o 
devedor. 
 
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Requisitos da letra de câmbio (arts. 1.° e 2.° da Lei Uniforme): 
 
a) a expressão letra de câmbio (cláusula cambiária); b) ordem incondicional de pagar uma quantia determinada. 
c) o nome de quem deve pagar o título = sacado; identificado pelo CPF ou CNPJ, título de eleitor ou carteira 
profissional; 
d) o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem a letra deve ser paga = tomador; e) indicação da data em 
que a letra é sacada; f) indicação do lugar onde a letra é sacada; g) assinatura do sacador. 
 
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Vencimento: 
 
a) letra com dia certo: é a que vence em data preestabelecida pelo sacador, logicamente posterior à data do 
saque. Assim, no momento da emissão é fixada uma data certa, mencionada no título, em que a letra irá 
vencer. 
 
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b) letra à vista: é aquela que tem seu vencimento no dia da apresentação do título ao sacado. 
 
c) letra a certo termo da vista: é a que vence após um determinado prazo, estipulado pelo sacador quando 
de sua emissão, que começa a correr a partir do aceite do título. Pode-se prever, pois, que a letra vence dois 
meses após o aceite, por exemplo. 
 
d) letra a certo termo da data também vence após um determinado prazo estipulado pelo sacador, mas que 
começa a correr não a partir do aceite, mas a partir do saque do título. 
 
* Lembre-se de que nos casos de recusa de aceite ocorre o vencimento antecipado da letra de câmbio, situação em que ela se torna 
imediatamente exigível contra o seu sacador. 
* Não sendo pago o título no seu vencimento, poderá ser efetuado o protesto e a cobrança judicial do crédito (ação cambial). 
Porém, para que o credor possa agir em juízo é necessário que esteja representado por advogado e o título seja original. 
 
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PRAZO PRESCRICIONAL 
 
- Contra o aceitante: 3 anos, a contar do vencimento. 
- Contra o sacador e os demais coobrigados: 12 meses, a contar da data do protesto. 
- Dos endossantes contra os outros e contra o sacador: 6 meses, a contar do pagamento da letra ou do dia em 
que o endossante foi acionado. 
 
 
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AULA 5 – Títulos de Crédito em Espécie 
 
Nota Promissória 
 
Não obstante sejam a nota promissória e a letra de câmbio, os primeiros títulos de crédito identificados 
pelos estudiosos do direito cambiário, portanto elas não possuem presença muito marcante na praxe mercantil, 
estão em desuso. 
No Brasil, os títulos mais utilizados são o cheque e a duplicata, que analisaremos com mais detalhes nas 
próximas aulas. 
 
 
Características, diferenças e similaridades: 
 
1- Regime jurídico: LUG Decreto 57.663/1966 (mesmo LC) 
 
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2- Nota Promissória: Promessa de pagamento 
* ≠ letra de câmbio: ordem de pagamento 
** ≠ não são inaplicáveis às notas promissórias as regras sobre Aceite; 
*** a nota promissória poderia ser sacada com dia certo, à vista e a certo termo da data, mas não poderia ser 
sacada a certo termo da vista, justamente por não depender de aceite. 
 
a) letra a certo termo da vista: é a que vence após um determinado prazo, estipulado pelo sacador quando de 
sua emissão, que começa a correr a partir do aceite do título. 
 
 b) letra a certo termo da data também vence após um determinado prazo estipulado pelo sacador, mas que 
começa a correr não a partir do aceite, mas a partir do saque do título. 
 
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A letra de câmbio é uma ordem de pagamento, enquanto a nota promissória é uma promessa de 
pagamento. Sendo assim, são inaplicáveis às notas promissórias as regras sobre aceite (cláusula não 
aceitável, vencimento antecipado por recusa do aceite). 
Por essa razão, pode-se pensar que a nota promissória poderia ser sacada com dia certo, à vista e a certo 
termo da data, mas não poderia ser sacada a certo termo da vista, justamente por não depender de 
aceite. 
 
Ocorre que a própria Lei Uniforme admite, em seu art. 78, a emissão de nota promissória a certo 
termo da vista, caso em que o título deverá ser levado ao visto do subscritor no prazo de um ano a contar 
do saque da nota. Após o visto do subscritor, começará então a correr um certo prazo, já estipulado 
desde a emissão, após o qual considera-se vencido o título. 
 
OBS: Ainda que na letra de câmbio o devedor principal é o sacado, enquanto na nota promissória o 
devedor principal é o próprio sacador (ou subscritor). 
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Portanto, a Lei Uniforme determina, também no seu art. 78, que “o subscritor de uma nota promissória é 
responsável da mesma forma que o aceitante de uma letra”. 
As regras aplicáveis ao aceitante da letra, pois, devem ser aplicadas ao subscritor da nota. 
 
 
**** Relação jurídica ≠: 
- letra de câmbio: Sacado - devedor principal 
- nota promissória: sacador / promitente / subscritor = devedor principal 
 
***** Figuras jurídica ≠ 
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NP = sacador ou promitente + tomador 
LC = sacador + sacado + tomador 
 
 
 
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Requisitos: art. 75 da lei Uniforme: 
 
a) a expressão nota promissória (cláusula cambiária); 
b) uma promessa incondicional de pagamentode 
quantia determinada; 
c) o nome do tomador; 
d) a data do saque; e) a assinatura do subscritor; 
f) o lugar do saque ou a menção de um lugar junto ao nome do subscritor. 
 
 
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(i) a nota pode ser emitida em branco ou incompleta (Súmula 387 do STF); 
(ii) a nota promissória, por ser título de crédito, possui implícita a cláusula à ordem, podendo vir expressa, 
todavia, a cláusula não à ordem; 
(iii) a identificação do devedor principal – que na nota é o subscritor – deve ser feita com a menção ao número 
de sua carteira de identidade, do seu CPF, do seu título de eleitor ou de sua carteira 
profissional (CTPS); 
(iv) a exigência de identificação do tomador impede, pelo menos em tese, a emissão de nota promissória ao 
portador; 
(v) a promessa de pagamento deve ser incondicional, não se admitindo a sujeição a qualquer condição suspensiva 
ou resolutiva; e 
(vi) a ausência de menção à época do pagamento faz com que a nota seja considerada à vista.

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