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DIREITO EMPRESARIAL II DIREITO CAMBIÁRIO: TÍTULOS DE CRÉDITO Bibliografia: - Curso de Direito Empresarial: Fabio Ulhoa Coelho - Títulos de Crédito – Rubens Requião - Direito Empresarial Esquematizado: André Luiz Santa Cruz Ramos DIREITO CAMBIÁRIO: TÍTULOS DE CRÉDITO Chama-se de direito cambiário ou direito cambial o sub-ramo do direito empresarial que disciplina todo o regime jurídico aplicável aos títulos de crédito. 1- Evolução Histórica: Nas sociedades mais primitivas, o comércio se limitava ao escambo, isto é, a troca direta de mercadoria por mercadoria. Com o passar do tempo e a consequente necessidade de dinamizar as trocas, certos bens passaram a ser usados como moeda, com isso, um produtor de trigo que quisesse adquirir ferramentas não precisava mais procurar um fabricante dessas peças que estivesse precisando exatamente de trigo: ele podia vender seu trigo por um determinado preço, expresso na moeda usualmente aceita. No curso da história, inúmeras coisas foram usadas como moeda (inicialmente, o sal, que foi sucedido por metais preciosos, sobretudo prata e outro, mas houve uma preponderância da prata e do ouro exercendo essa função de meio geral de troca. No entanto, com o passar do tempo a economia foi se tornando cada vez mais complexa, e até mesmo a moeda passou a ser um meio de troca ineficiente para dar efetividade a todas as transações ocorridas a todo momento no mercado. Mais uma vez, o próprio mercado deu a sua solução, criando os títulos de crédito, também conhecidos como a moeda-fiduciária ou papel- moeda, imposta pelo estado como meio de troca universal. Estamos vivendo um novo momento histórico, chamado comércio eletrônico, em que a complexidade das relações econômicas tem demonstrado que nem a moeda nem os títulos e crédito tradicionais (letra de câmbio, nota promissória, cheque, duplicata etc.) conseguem, de maneira eficiente, dar efetividade ao incrível número de transações realizadas no mercado globalizado dos dias atuais. A internet fez o mercado ignorar a distância entre as partes de uma determinação relação jurídica, sobretudo as relações empresariais. Hoje em dia é cada vez mais fácil comprar bens ou serviços de um empresário que se situa em outro estado ou em outro país, o qual às vezes fica em outro continente. E essas transações ocorrem numa velocidade espantosa, inimaginável até bem pouco tempo atrás. Os títulos de créditos surgiram na Idade Média como instrumento para facilitar a circulação do crédito comercial. O primeiro título de crédito inventado foi a letra de câmbio, o que ocorreu no século XI. Tendo em vista a diversidade entre os países quanto às suas leis referentes aos títulos de crédito, um marco fundamental na história do Direito Cambiário se deu em 1930 com a Convenção de Genebra. Trata-se de um tratado internacional cuja finalidade foi a de “uniformizar” as regras sobre letra de câmbio e nota promissória, de modo que os países signatários devessem editar normas internas de acordo com o seu teor. O Brasil, como país signatário, fez isso por meio do Decreto n. 57.663/66 – apelidado de “Lei Uniforme de Genebra”, haja vista a finalidade da Convenção de Genebra, ou seja, a de uniformizar a legislação entre os países. A evolução histórica do direito cambiário corresponde ao chamado período uniforme, que se iniciou em 1930, com a realização da Convenção de Genebra sobre títulos de crédito e a consequente aprovação, no mesmo ano, da Lei Uniforme das Cambiais, aplicável às letras de câmbio e às notas promissórias. No ano seguinte, foi aprovada a Lei Uniforme do Cheque. Os Decretos 57.663/1966 e 57.595/1966 promulgaram as Leis Uniformes das Cambiais e do Cheque, respectivamente, em nosso ordenamento jurídico. O Código Civil de 2002, no seu art. 887, trouxe um conceito de título de crédito, “O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei”. Atualmente, os títulos de crédito passam por um importante período de transição. Letras de câmbio já não são vistas no mercado, e mesmo títulos como o cheque e a nota promissória vão caindo em desuso e dando lugar às transações com os cartões de débito e crédito, os quais já admitem a assinatura eletrônica. Assim, vivemos a era do comércio eletrônico. Portanto, é preciso repensar os títulos de crédito e, consequentemente, o estudo desse assunto, à luz dessa nova realidade do comércio eletrônico. Assim, embora mantenhamos o tratamento tradicional da disciplina, expondo os conceitos fundamentais há tempos construídos pela doutrina e comentando as principais regras legais existentes (sobretudo a Lei Uniforme de Genebra), tentaremos abordar a questão da chamada “desmaterialização dos títulos de crédito”. II – Conceito: O Código Civil, que em seu art. 887 dispõe que “o título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei”. O conceito do CC nos remete, por intermédio das expressões “necessário”, “literal” e “autônomo”, aos três princípios informadores do regime jurídico cambial: a) cartularidade; b) literalidade; c) autonomia. Do conceito de títulos podemos extrair também suas principais características Outra característica dos títulos de crédito é que eles constituem títulos executivos extrajudiciais (art. 585 do Código de Processo Civil), por configurarem uma obrigação líquida e certa. III - Princípios do Direito Cambiário: cartularidade, literalidade e autonomia 1- Cartularidade: Cártula significa papel; logo, um título de crédito necessariamente deve ser firmado em papel. Pelo princípio da cartularidade, o exercício dos direitos representados por um título de crédito pressupõe a sua posse, pois somente quem exibe a cártula (o papel, que representa o título) pode exigir a satisfação do direito que está documentado no título. Assim, em geral, quem não tem a posse do título não pode ser presumido credor. Com isso, para instruir a petição inicial de uma execução judicial, é necessária a exibição do original, não podendo ser cópia autenticada. Dessa forma, tem-se a garantia de que quem postula a satisfação do direito é realmente o seu titular, o que dá segurança às operações creditórias. Uma exceção a isso (e ao princípio da cartularidade) ocorre quando o devedor não devolve a duplicata (que lhe foi enviada para aceitação). Nesse caso, a execução pode ser instruída com o comprovante de entrega da mercadoria, pois o título original foi retido pelo devedor. * REGRA: Em obediência ao princípio da cartularidade, (i) a posse do título pelo devedor presume o pagamento do título, (ii) só é possível protestar o título apresentando-o, (iii) só é possível executar o título apresentando-o, não suprindo a sua ausência nem mesmo a apresentação de cópia autenticada. ** EXCEÇÃO: A desmaterialização dos títulos de crédito O princípio da cartularidade, vem sendo posto em xeque, em virtude do crescente desenvolvimento tecnológico e da consequente criação de títulos de crédito magnéticos, ou seja, que não se materializam numa cártula. O próprio Código Civil estabeleceu expressamente em seu art. 889, § 3.°, que “o título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo”. Dessa forma, emitido eletronicamente, não sendo materializado em papel, seria uma exceção ao princípio da cartularidade. Em consonância com esse processo de desmaterializaçãodos títulos de crédito, foram editados os Enunciados da Jornada de Direito Civil do CJF: - Enunciado 460 “Art. 889. As duplicatas eletrônicas podem ser protestadas por indicação e constituirão título executivo extrajudicial mediante a exibição pelo credor do instrumento de protesto, acompanhado do comprovante de entrega das mercadorias ou de prestação dos serviços”; - Enunciado 461, “Art. 889, § 3.° Os títulos de crédito podem ser emitidos, aceitos, endossados ou avalizados eletronicamente, mediante assinatura com certificação digital, respeitadas as exceções previstas em lei”. No mesmo sentido, decidiu o STJ pela validade da chamada duplicata virtual: Embargos de divergência em recurso especial. Divergência demonstrada. Execução de título extrajudicial. Duplicata virtual. Protesto por indicação. Boleto bancário acompanhado do instrumento de protesto, das notas fiscais e respectivos comprovantes de entrega das mercadorias. Executividade reconhecida. 1. Os acórdãos confrontados, em face de mesma situação fática, apresentam solução jurídica diversa para a questão da exequibilidade da duplicata virtual, com base em boleto bancário, acompanhado do instrumento de protesto por indicação e das notas fiscais e respectivos comprovantes de entrega de mercadorias, o que enseja o conhecimento dos embargos de divergência. 2. Embora a norma do art. 13, § 1.°, da Lei 5.474/1968 permita o protesto por indicação nas hipóteses em que houver a retenção da duplicata enviada para aceite, o alcance desse dispositivo deve ser ampliado para harmonizar-se também com o instituto da duplicata virtual, conforme previsão constante dos arts. 8.° e 22 da Lei 9.492/1997. 3. A indicação a protesto das duplicatas mercantis por meio magnético ou de gravação eletrônica de dados encontra amparo no art. 8.°, parágrafo único, da Lei 9.492/1997. O art. 22 do mesmo Diploma Legal, a seu turno, dispensa a transcrição literal do título quando o Tabelião de Protesto mantém em arquivo gravação eletrônica da imagem, cópia reprográfica ou micrográfica do título ou documento da dívida. 4. Quanto à possibilidade de protesto por indicação da duplicata virtual, deve-se considerar que o que o art. 13, § 1.°, da Lei 5.474/1968 admite, essencialmente, é o protesto da duplicata com dispensa de sua apresentação física, mediante simples indicação de seus elementos ao cartório de protesto. Daí, é possível chegar-se à conclusão de que é admissível não somente o protesto por indicação na hipótese de retenção do título pelo devedor, quando encaminhado para aceite, como expressamente previsto no referido artigo, mas também na de duplicata virtual amparada em documento suficiente. 5. Reforça o entendimento acima a norma do § 2.° do art. 15 da Lei 5.474/1968, que cuida de executividade da duplicata não aceita e não devolvida pelo devedor, isto é, ausente o documento físico, autorizando sua cobrança judicial pelo processo executivo quando esta haja sido protestada mediante indicação do credor, esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria e o sacado não tenha recusado o aceite pelos motivos constantes dos arts. 7.° e 8.° da Lei. 6. No caso dos autos, foi efetuado o protesto por indicação, estando o instrumento acompanhado das notas fiscais referentes às mercadorias comercializadas e dos comprovantes de entrega e recebimento das mercadorias devidamente assinados, não havendo manifestação do devedor à vista do documento de cobrança, ficando atendidas, suficientemente, as exigências legais para se reconhecer a executividade das duplicatas protestadas por indicação. 7. O protesto de duplicata virtual por indicação apoiada em apresentação do boleto, das notas fiscais referentes às mercadorias comercializadas e dos comprovantes de entrega e recebimento das mercadorias devidamente assinados não descuida das garantias devidas ao sacado e ao sacador. 8. Embargos de divergência conhecidos e desprovidos (EREsp 1.024.691/PR, Rel. Min. Raul Araújo, Segunda Seção, j. 22.08.2012, DJe 29.10.2012). 2- Literalidade: Quando se diz no artigo 887 do CC que “o título de crédito é o documento necessário ao exercício do direito literal nele representado”, faz-se referência expressa ao princípio da literalidade, segundo o qual o título de crédito vale pelo que nele está escrito. Nem mais, nem menos. Por um lado, o credor pode exigir tudo o que está expresso na cártula, não devendo se contentar com menos. Por outro, o devedor também tem o direito de só pagar o que está expresso no título, não admitindo que lhe seja exigido nada mais. 3- Autonomia Autônomo significa independente. Assim, quando um único título documentar mais de uma obrigação, elas serão consideradas independentes, sendo que uma possível invalidade de qualquer uma delas não irá acarretar prejuízos às demais. Por exemplo, se, por algum motivo, o aval for considerado nulo, isso não irá prejudicar o aceite feito por quem irá efetuar o pagamento. O princípio da autonomia é constituído por dois subprincípios: abstração e inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé. 3.1 - Abstração Ocorre quando o título de crédito circula (é transmitido de uma pessoa à outra), pois nesse caso ele se desvincula do negócio jurídico que lhe deu origem (dito negócio subjacente). Por isso, como regra, deverá ser pago mesmo que haja problemas entre as partes originárias do negócio. 3.2 - Inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé Nesse contexto, o executado, em virtude de um título de crédito, não pode alegar em sua defesa (embargos) matéria estranha à sua relação direta com o exequente (credor), salvo prova de má-fé. * Pode-se entender, que o princípio da autonomia é o mais importante princípio do regime jurídico cambial. Não fosse ele, não haveria segurança nas relações cambiais, e os títulos perderiam suas principais características: a negociabilidade e a circulabilidade. Afinal, ninguém se sentiria seguro ao receber um título de crédito como pagamento, via endosso, haja vista a possibilidade de ser surpreso pela alegação de um vício anterior, do qual sequer tinha conhecimento. Em decorrência do princípio da autonomia, portanto, a pessoa que recebe um título de crédito numa negociação não precisa se preocupar em investigar a sua origem nem as relações que eventualmente o antecederam, uma vez que ainda que tais relações existam e estejam viciadas, elas não contaminam as relações futuras decorrentes da circulação desse mesmo título. 4- Características dos Títulos de Crédito 1- Negociabilidade A característica da negociabilidade (ou circulação) permite que o título de crédito circule de forma simplificada, dando mais certeza e segurança a quem o recebe, o que propicia maior agilidade e facilidade na transmissão do crédito. 2- Executividade Outra característica dos títulos de crédito é a executividade, pois há uma presunção de verdade quanto ao seu teor, bem como se trata de um documento formal disposto em lei. É a executividade que dá maior eficiência e celeridade/rapidez na cobrança da obrigação porque os títulos de crédito são considerados títulos executivos extrajudiciais. O Código de Processo Civil, no art. 585, inc. I [novo CPC, art. 784, I], enumera os títulos com essa característica. Sendo o título de crédito executivo, ele pode ser cobrado diretamente por meio de execução judicial – ação cambial/cobrança sumária –, sem a necessidade de ação de conhecimento e todo o seu rito processual de discussão, prova e contraditório, como em outros casos de cobrança de créditos decorrentesde um contrato. Títulos de Crédito Princípios: 1. Cartularidade 2. Literalidade 3. Autonomia 3.1 - Abstração 3.2 - Inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa- fé. Características: 1. Negociabilidade/circulação 2. Executividade Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel AULA 2 - Classificação dos títulos de Crédito: 1- Quanto a forma de transferência ou circulação: a) Título ao portador é aquele que circula pela mera tradição (art. 904 do Código Civil), uma vez que neles a identificação do credor não é feita de forma expressa. Sendo assim, qualquer pessoa que esteja com a simples posse do título é considerada titular do crédito nele mencionado. Ex: cheque ao portador, até o limite de R$ 100,00 (cem reais) b) Título nominal é aquele que identifica expressamente o seu titular. Nos títulos nominais com cláusula “à ordem”, esse ato formal é o endosso, típico do regime jurídico Cambial (art. 910 do Código Civil). Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel Já nos títulos nominais com cláusula “não à ordem” esse ato formal é a cessão civil de crédito, a qual, como o próprio nome já indica, submete-se ao regime jurídico civil. ** Em regra, os títulos de crédito (letra de câmbio, nota promissória, cheque e duplicata) são títulos nominais (devem ser emitidos com indicação expressa do beneficiário do crédito) à ordem (via endosso). II - Quanto ao modelo Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel a) Título de modelo livre é aquele para o qual a lei não estabelece uma padronização obrigatória, ou seja, a sua emissão não se sujeita a uma forma específica preestabelecida. Ex: letra de câmbio e a nota promissória, títulos de crédito que podem ser criados em uma simples folha de papel, bastando para tanto que nela constem os requisitos essenciais desses títulos. b) título de modelo vinculado, ao contrário, se submete a uma rígida padronização fixada pela legislação cambiária específica, só produzindo efeitos legais quando preenchidas as formalidades legais exigidas. Ex: cheque e a duplicata. A duplicata, por exemplo, em obediência ao disposto no art. 27 da Lei das Duplicatas (Lei 5.474/1968), deve ser emitida segundo as normas fixadas pelo Conselho Monetário Nacional. Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel III- Quanto à estrutura a) ordem de pagamento se caracterizam por estabelecerem três situações jurídicas distintas a partir da sua emissão: em primeiro lugar, tem-se a figura do sacador (emite o título), ou seja, ordena o pagamento; em segundo lugar, tem- se a situação do sacado, (contra quem o título é emitido), ou seja, trata-se da pessoa que recebe a ordem de pagamento; por fim, tem-se a figura do tomador (ou beneficiário), em favor de quem o título é emitido, isto é, pessoa a quem o sacado deve pagar, em obediência à ordem que lhe foi endereçada pelo sacador. Ex: letra de câmbio, cheque e duplicata b) promessa de pagamento existem apenas duas situações jurídicas distintas: de um lado tem-se a figura do sacador ou promitente, que promete pagar determinada quantia; de outro, tem-se a situação do tomador, beneficiário da promessa que receberá o valor prometido. Ex: nota promissória Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel IV - Quanto às hipóteses de emissão a) Título causal é aquele que somente pode ser emitido nas restritas hipóteses em que a lei autoriza a sua emissão. Ex: duplicata, só pode ser emitida, para documentar a realização de uma compra e venda mercantil (duplicata mercantil) ou um contrato de prestação de serviços (duplicata de serviços). b) Título abstrato, por sua vez, é aquele cuja emissão não está condicionada a nenhuma causa preestabelecida em lei. Ex: cheque, pode ser emitido para documentar qualquer relação negocial. Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel AULA 3 INSTITUTOS DE DIREITO CAMBIÁRIO *LUG Decreto n. 57.663/66 1- Saque: emissão/criação do título. Se for o caso de saque de um título considerado ordem de pagamento, ele cria três figuras: sacador, sacado e tomador (ex., o cheque e a letra de câmbio). * sacador (emitente), sacado (destinatário da ordem de pagamento) tomador (credor/ beneficiário). 2- Aceite Aceite é o ato realizado pelo sacado que consiste na concordância em efetuar o pagamento do título de crédito, aceitar a ordem de pagamento. A formalização do aceite ocorre por meio da simples assinatura na frente (anverso) ou no verso do título de crédito. O aceite é identificado no título de crédito pela expressão “aceito” ou outra equivalente (LU, art. 25). O simples fato de um título de crédito ser emitido e endereçado ao sacado não significa que ele está obrigado a aceitá-lo para, posteriormente, pagá-lo. O aceite é necessário para que o sacado fique obrigado ao pagamento. Ele deve ser dado até o vencimento do título (LU, art. 21). Como efeito da recusa do aceite é a antecipação do vencimento do título (LU, art. 43). Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel *Exceção ocorre no caso da duplicata, em que o aceite é obrigatório, salvo nas hipóteses previstas na legislação. **De acordo com a lei do cheque, o aceite não é possível nesse tipo de título de crédito em razão da dinamicidade da atividade bancária, do comércio e também devido ao grande volume de cheques emitidos e compensados diariamente. Se, para cada um desses cheques, o banco tivesse que dar o aceite, isso, em grande medida, inviabilizaria a sua maciça utilização (poder-se-ia entender que, no caso do cheque, o aceite é implícito ao próprio instituto, pois ele é dado pelo banco em razão da abertura da conta e do fornecimento do talão de cheques). 1. Endosso Endosso é o ato de transferir o crédito representado por título à ordem. O endosso só é possível para créditos decorrente de título “à ordem” conforme o art. 11 da LU. (cláusula “à ordem” significa que o título pode ser negociado e transferido livremente). Se o título de crédito tiver a cláusula “não à ordem”, ele apenas poderá ser transferido mediante cessão de crédito (LU, art. 11). ** Endosso X Cessão de Crédito Como já foi estudado, o endosso e a cessão de crédito são formas de transmissão de crédito. Entretanto, há algumas distinções entre os dois institutos. O endosso é a forma de transmissão própria dos títulos de crédito com cláusula à ordem. Já a cessão de crédito é utilizada para transferir qualquer tipo de crédito (em regra o originado de contrato), mas excepcionalmente pode ser usada para transferência de crédito oriundo de título de crédito, como acontece quando possui cláusula “não à ordem”. Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel Endossante, por sua vez, é a denominação dada a quem efetua a transferência, e endossatário é quem recebe essa transferência. Apenas o credor pode endossar. Em regra, não há limites para o número de endossos, ou seja, um título de crédito não tem limitação quanto ao número de transferências. Uma exceção é o caso do cheque. No caso de cheque, ele admite apenas um endosso, conforme o art. 17, I, da Lei n. 9.311/96 – conhecida como Lei da CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. Existem divergências sobre a atual vigência dessedispositivo legal, por exemplo, que o tributo em si não existe mais. Mas a limitação poderia ser explicada pela intenção do governo federal (à época da instituição do referido tributo) em aumentar a arrecadação por meio desse tributo, pois, do contrário, o cheque poderia demorar mais para ser levado à compensação, haja vista a possibilidade de haver inúmeros endossos. Espécies de endosso: a) Endosso em preto – é aquele que identifica o endossatário (quem recebe o crédito). b) Endosso em branco (ou ao portador) – não identifica o endossatário. *título ao portador, ou seja, o credor é aquele que tiver a sua posse (LU, art. 12); o endossatário poderá transferir o título por mera tradição. c) Endosso-caução (ou pignoratício) – acontece quando o título é dado como garantia, como em caso de penhor (por ser o título considerado Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel um bem móvel, pode ser penhorado). Nessa hipótese, não se transfere a titularidade definitiva do crédito ao endossatário, salvo se não cumprir a obrigação garantida (LU, art. 19). d) Endosso-mandato (ou procuração ou impróprio) – é aquele que não transfere a titularidade do crédito, apenas dá legitimidade ao seu possuidor (que é um mandatário; procurador) para que efetue o recebimento do crédito. Tem efeitos de uma procuração (LU, art. 18). ** Súmula 476 do STJ: “O endossatário de título de crédito por endosso- mandato só responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário”. e) Endosso sem garantia – proíbe outros endossos após ele, o que desobriga o endossante quanto ao pagamento a outras pessoas caso haja transferências subsequentes (LU, art. 15). f) Endosso posterior ao vencimento (póstumo) – é aquele realizado depois da data de vencimento do título. 2. Aval O aval é uma obrigação firmada por terceiro (avalista) que garante o pagamento do título, caso o devedor (avalizado) não o cumpra. O avalista é responsável tanto quanto o seu avalizado. Se o avalista tiver que honrar a obrigação diante da falta de pagamento do devedor-avalizado, ele tem o direito de voltar-se, em regresso, contra o avalizado para reaver o respectivo valor. Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel Na prática, o aval ocorre pela assinatura do avalista, mais as expressões para identificação da garantia “bom para aval” ou “por aval” e indicação do avalizado (salvo no caso de aval em branco). Esses termos podem constar na frente (anverso) ou no verso no título, bem como em folha anexa, mas não separada (LU, art. 31). Aval X Fiança Ambos são garantias pessoais, fidejussórias. Não são garantias reais, como a hipoteca e o penhor, em que há um direito real sobre a propriedade, uma vez que, nestes casos, o bem é dado em garantia. O aval é garantia do Direito Cambiário, utilizada nos títulos de crédito. Já a fiança é garantia do Direito Civil, geralmente de contrato. Espécies de aval a) Aval total ou completo é aquele que garante de modo integral o valor do título de crédito. b) aval parcial é aquele que se restringe a garantir apenas uma parte do valor do título. c) aval em branco é aquele que não identifica o avalizado, e, nesse caso, conforme dispõe o art. 31 da LU, o sacador será considerado o avalizado. d) aval em preto é aquele que identifica quem está sendo avalizado, podendo ser o sacador, o sacado ou um dos endossantes. Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel 3. Vencimento Vencimento é o advento pelo qual o crédito se torna exigível. Com isso, pela regra, o título só pode ser cobrado no seu vencimento. Porém, existem algumas exceções, nas quais o título poderá ter seu vencimento antecipado: aceite parcial, recusa do sacado em firmar o aceite, falência do sacado ou falência do sacador. Espécies de vencimento (art. 33 da LU) a) Vencimento à vista – o vencimento acontece no dia da apresentação do título ao devedor para que este faça o pagamento (LU, art. 34). b) Vencimento a prazo (dia fixado/certo) – o dia de apresentação ao devedor para pagamento é fixado previamente pelo emissor (LU, art. 37), recebendo o nome popular de cheque pré-datado. c) Vencimento a certo termo de data – é um prazo fixado pelo sacador que começa a correr a partir da data de emissão do título (por exemplo, 30 dias após o dia de emissão) (LU, art. 36). d) Vencimento a certo termo de vista – é um prazo fixado pelo sacador a contar da data do aceite do sacado (por exemplo, 30 dias após a data de aceitação do título) (LU, art. 35). *Quando não houver indicação do vencimento, o título será considerado à vista. 4. Pagamento Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel Pagamento é a forma mais comum de adimplemento e extinção das obrigações. Trata-se do cumprimento ordinário. Um título de crédito pago é um título quitado. 5. Protesto extrajudicial O regime jurídico do protesto é a Lei n. 9.492/97. “art. 1º. Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida”. A Lei Uniforme também prevê o instituto do protesto, a partir do art. 44. ** protesto judicial, que é regido pelo Código de Processo Civil, art. 517 c/c. arts. 726 a 729, contudo não é objeto o nosso estudo. São três as hipóteses para realização do protesto, por falta de pagamento, de aceite ou de devolução do título. Quanto ao prazo para se realizar o protesto: a) cheque, os arts. 33 e 48 da Lei n. 7.357/85 preveem que o protesto deve ser feito no prazo de apresentação para pagamento, ou seja, cheque da mesma praça/município, o prazo é de 30 dias após a data de sua emissão; se for cheque de outra praça (locais de emissão e pagamento distintos), o prazo é de 60 dias. b) duplicata, a Lei n. 5.474/68, art. 13, § 3º, prevê 30 dias para protestar a partir do vencimento, sob pena de perder o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas. Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel c) letra de câmbio e da nota promissória, de acordo com o art. 44 da Lei Uniforme, o prazo para protesto por falta de pagamento da seria de 2 dias úteis após a data de vencimento. Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel AULA 4 – Títulos de Crédito em Espécie Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel Letra de Câmbio é uma ordem de pagamento que o sacador dirige ao sacado, seu devedor, para que, em certa época, este pague determinada quantia em dinheiro, devida a uma terceira pessoa, que se denomina tomador. É, enfim, uma ordem de pagamento à vista ou a prazo. Quando for a prazo, o sacado deve aceitá-la, firmando nela sua assinatura de reconhecimento: é o aceite. Aceite da Letra de Cambio: Emitida a letra de câmbio, ela será entregue ao tomador, o qual, por sua vez, a levará ao sacado, para que este a aceite (art. 25 da Lei Uniforme), o que deve ser feito no próprio título por meio da expressão “aceito” ou “aceitamos”, seguida da assinatura do sacado ou de procurador com poderes especiais para tanto (art. 11 do Decreto 2.044/1908). O sacado não tem obrigação cambial de a cumprir a ordem de pagamento emitida pelo sacador contra a sua vontade. O aceite, portanto, é o ato pelo qual o sacado assume obrigação cambial e se torna o devedor principal da letra (aceitante). O aceite,na letra de câmbio, é facultativo, porém irretratável. Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel É permitida a recusa do aceite, gerando assim o vencimento antecipado da letra de câmbio, podendo o tomador cobrar o título de imediato do sacador. A recusa deve ser comprovada por ato formal que é o protesto. É preciso ressaltar, todavia, que a recusa do aceite produzirá efeitos relevantes para o sacador e para o tomador, uma vez que ocorrerá o vencimento antecipado do título, podendo o tomador exigir do sacador (codevedor da letra), o seu pronto pagamento. O sacado pode aceitar a letra parcialmente, nesse caso, também ocorrerá o vencimento antecipado do título, podendo o tomador cobrar a totalidade do crédito contra o sacador, portanto, pode o sacador em ação de regresso cobrar do sacado na medida do seu aceite, pois havendo aceite parcial, o sacado se vincula ao pagamento do título nos termos do seu aceite (art. 26 da Lei Uniforme). Endosso Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel Uma das características dos títulos de crédito é a circularidade, ou seja, pode ser transmitido a outro, o qual passará a ser o credor do título. A transferência da Letra de Câmbio para terceiro se faz pelo endosso. Quem transmite o título por meio de endosso é denominado endossante, e o que recebe o título é chamado endossatário. Aval É possível que a Letra de Câmbio, como título de crédito que é, seja garantida por aval. Isso ocorrendo, o avalista passa a ser responsável pelo pagamento da mesma forma que o avalizado. Ou seja, o avalista responde pelo pagamento do título perante o credor do avalizado e, realizado o pagamento, poderá voltar-se contra o devedor. Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel Requisitos da letra de câmbio (arts. 1.° e 2.° da Lei Uniforme): a) a expressão letra de câmbio (cláusula cambiária); b) ordem incondicional de pagar uma quantia determinada. c) o nome de quem deve pagar o título = sacado; identificado pelo CPF ou CNPJ, título de eleitor ou carteira profissional; d) o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem a letra deve ser paga = tomador; e) indicação da data em que a letra é sacada; f) indicação do lugar onde a letra é sacada; g) assinatura do sacador. Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel Vencimento: a) letra com dia certo: é a que vence em data preestabelecida pelo sacador, logicamente posterior à data do saque. Assim, no momento da emissão é fixada uma data certa, mencionada no título, em que a letra irá vencer. Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel b) letra à vista: é aquela que tem seu vencimento no dia da apresentação do título ao sacado. c) letra a certo termo da vista: é a que vence após um determinado prazo, estipulado pelo sacador quando de sua emissão, que começa a correr a partir do aceite do título. Pode-se prever, pois, que a letra vence dois meses após o aceite, por exemplo. d) letra a certo termo da data também vence após um determinado prazo estipulado pelo sacador, mas que começa a correr não a partir do aceite, mas a partir do saque do título. * Lembre-se de que nos casos de recusa de aceite ocorre o vencimento antecipado da letra de câmbio, situação em que ela se torna imediatamente exigível contra o seu sacador. * Não sendo pago o título no seu vencimento, poderá ser efetuado o protesto e a cobrança judicial do crédito (ação cambial). Porém, para que o credor possa agir em juízo é necessário que esteja representado por advogado e o título seja original. Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel PRAZO PRESCRICIONAL - Contra o aceitante: 3 anos, a contar do vencimento. - Contra o sacador e os demais coobrigados: 12 meses, a contar da data do protesto. - Dos endossantes contra os outros e contra o sacador: 6 meses, a contar do pagamento da letra ou do dia em que o endossante foi acionado. Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel AULA 5 – Títulos de Crédito em Espécie Nota Promissória Não obstante sejam a nota promissória e a letra de câmbio, os primeiros títulos de crédito identificados pelos estudiosos do direito cambiário, portanto elas não possuem presença muito marcante na praxe mercantil, estão em desuso. No Brasil, os títulos mais utilizados são o cheque e a duplicata, que analisaremos com mais detalhes nas próximas aulas. Características, diferenças e similaridades: 1- Regime jurídico: LUG Decreto 57.663/1966 (mesmo LC) Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel 2- Nota Promissória: Promessa de pagamento * ≠ letra de câmbio: ordem de pagamento ** ≠ não são inaplicáveis às notas promissórias as regras sobre Aceite; *** a nota promissória poderia ser sacada com dia certo, à vista e a certo termo da data, mas não poderia ser sacada a certo termo da vista, justamente por não depender de aceite. a) letra a certo termo da vista: é a que vence após um determinado prazo, estipulado pelo sacador quando de sua emissão, que começa a correr a partir do aceite do título. b) letra a certo termo da data também vence após um determinado prazo estipulado pelo sacador, mas que começa a correr não a partir do aceite, mas a partir do saque do título. Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel A letra de câmbio é uma ordem de pagamento, enquanto a nota promissória é uma promessa de pagamento. Sendo assim, são inaplicáveis às notas promissórias as regras sobre aceite (cláusula não aceitável, vencimento antecipado por recusa do aceite). Por essa razão, pode-se pensar que a nota promissória poderia ser sacada com dia certo, à vista e a certo termo da data, mas não poderia ser sacada a certo termo da vista, justamente por não depender de aceite. Ocorre que a própria Lei Uniforme admite, em seu art. 78, a emissão de nota promissória a certo termo da vista, caso em que o título deverá ser levado ao visto do subscritor no prazo de um ano a contar do saque da nota. Após o visto do subscritor, começará então a correr um certo prazo, já estipulado desde a emissão, após o qual considera-se vencido o título. OBS: Ainda que na letra de câmbio o devedor principal é o sacado, enquanto na nota promissória o devedor principal é o próprio sacador (ou subscritor). Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel Portanto, a Lei Uniforme determina, também no seu art. 78, que “o subscritor de uma nota promissória é responsável da mesma forma que o aceitante de uma letra”. As regras aplicáveis ao aceitante da letra, pois, devem ser aplicadas ao subscritor da nota. **** Relação jurídica ≠: - letra de câmbio: Sacado - devedor principal - nota promissória: sacador / promitente / subscritor = devedor principal ***** Figuras jurídica ≠ Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel NP = sacador ou promitente + tomador LC = sacador + sacado + tomador Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel Requisitos: art. 75 da lei Uniforme: a) a expressão nota promissória (cláusula cambiária); b) uma promessa incondicional de pagamentode quantia determinada; c) o nome do tomador; d) a data do saque; e) a assinatura do subscritor; f) o lugar do saque ou a menção de um lugar junto ao nome do subscritor. Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel Direito Empresarial II Títulos de Crédito Prof. Vanessa Kamel (i) a nota pode ser emitida em branco ou incompleta (Súmula 387 do STF); (ii) a nota promissória, por ser título de crédito, possui implícita a cláusula à ordem, podendo vir expressa, todavia, a cláusula não à ordem; (iii) a identificação do devedor principal – que na nota é o subscritor – deve ser feita com a menção ao número de sua carteira de identidade, do seu CPF, do seu título de eleitor ou de sua carteira profissional (CTPS); (iv) a exigência de identificação do tomador impede, pelo menos em tese, a emissão de nota promissória ao portador; (v) a promessa de pagamento deve ser incondicional, não se admitindo a sujeição a qualquer condição suspensiva ou resolutiva; e (vi) a ausência de menção à época do pagamento faz com que a nota seja considerada à vista.
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