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Porque é um erro identificar o sujeito como agente da ação do verbo

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Porque é um erro identificar o sujeito como agente da 
ação do verbo 
 
Quando consideramos a voz ativa versus voz passiva, podemos alterar a 
função sintática, mas permanece a função semântica. 
 
Veja os exemplos: 
 
 O menino beijou a menina. 
 A menina foi beijada pelo menino. 
 
Nesses exemplos, permanece o fato de o menino ter realizado a ação de ter 
dado o beijo. 
 
Além disso, definir sujeito como o termo sobre o qual se faz uma declaração 
torna-se igualmente problemático. 
 
Exemplos: 
 
 O carro, Juliana lavou ontem. 
 Fez um tempo bonito ontem. 
 Choveu muito no Carnaval de 2011. 
 São quase dez horas. 
 
 
No exemplo “O carro, Juliana lavou ontem”, o termo sobre o qual se faz a 
declaração é “carro”. 
 
O sintagma nominal “o carro”, encontra-se topicalizado e a posição de sujeito 
é, na verdade, ocupada pelo sintagma nominal formado pelo substantivo 
próprio “Juliana”. 
 
 
 
 2 
 
Nos demais exemplos, não podemos dizer que afirmamos algo sobre o tempo, 
sobre a chuva ou sobre a hora, concorda? 
 
Bechara (1999:409) define sujeito como “[...] unidade ou sintagma nominal 
que estabelece uma relação predicativa com o núcleo verbal para constituir 
uma oração”. 
 
Esse autor afirma ainda que: 
 
“Sujeito é uma noção gramatical e não semântica, isto é, uma referência à 
realidade designada, como ocorre com as noções de agente e paciente.” 
 
Desse modo, Bechara já não trabalha com a noção de que o sujeito é o 
agente da ação. 
 
Para Bechara (1999, p. 410): 
 
“[...] a característica fundamental do sujeito explícito é estar 
em consonância com o sujeito gramatical do verbo do predicado, 
isto é, se adapte, (isto é, concorde) ao seu número, pessoa e 
gênero (neste caso, quando há particípio no predicado): 
 
Eu nasci. Nós nascemos. Elas não eram nascidas.” 
 
Já Ataliba aponta que o conceito de sujeito “[...] tem-se revestido de certa 
fluidez na teoria gramatical [...] Tais dificuldades derivam da natureza 
tríplice de tudo aquilo que é reconhecido como sujeito: o sujeito sintático, o 
sujeito discursivo e o sujeito semântico” (p. 289).

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