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RESUMO - HIPOTESE DE INCIDENCIA TRIBUTARIA - GERALDO ATALIBA

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Resumo do livro "Hipótese de Incidência Tributária "
Capítulo Único
Noções Introdutórias
O conteúdo das normas tributárias consiste em um comando para que se entregue ao Estado certa soma de dinheiro. Dessa forma, o objeto dos comandos jurídicos só pode ser o comportamento humano, uma vez que não há norma dirigida às coisas, mas tão somente ao comportamento livre do homem poderá ser objeto dos mandamentos jurídicos. O objeto da norma tributária não é, portanto, o dinheiro transferido aos cofres públicos, mas sim o comportamento de levar o dinheiro a tais cofres. Assim, infere-se que o objeto da relação tributária é o comportamento de levar o dinheiro aos cofres públicos. O objeto da norma tributária é o comportamento humano e este, o comportamento, deve adequar-se ao conteúdo mandamental da norma. 
 A hipótese abstratamente prevista na norma descreve os fatos que, se e quando acontecidos, tornam o comando atualmente obrigatório, ademais, descreve também quem são as pessoas que devem ter o comportamento prescrito no mandamento, bem como as pessoas que vão exigir. As normas jurídicas sempre atribuem algo a alguém ou algum comportamento. Tudo o que todos têm (coisas ou qualidades jurídicas) lhes é atribuído pela ordem jurídica. No entanto, efetivamente não basta que a lei atribua certa parcela de riqueza privada ao Estado, é preciso que gestos humanos levem o dinheiro aos cofres públicos. As normas tributárias, portanto, atribuem dinheiro ao Estado e ordenam comportamentos tendentes a levar dinheiro dos particulares para os cofres públicos. Assim, no caso da tributação adotou-se como técnica fazer a obrigação nascer de um fato, atribuindo-se a certos fatos o condão de nascer uma obrigação tributária. 
 Ressalta-se, além disso, que a palavra tributo é um instituto criado pelo ordenamento jurídico, podendo ou não ser semelhante aos conceitos extrajurídicos designados pela mesma palavra em outros setores do conhecimento. Adicionalmente, constata-se, ainda, que nós não somos obrigados a obedecer a todos os comandos jurídicos, mas tão somente aqueles mandamentos cujas hipóteses nos contemplam inequivocadamente. Assim, acontecido o fato previsto na hipótese da lei, o mandamento, que antes era virtual, passa a ser atual, no entanto, enquanto não ocorrer o fato descrito na hipótese, o mandamento fica suspenso, não incidindo. Costuma-se designar, por fim, a incidência como o fenômeno de subsunção de um fato à hipótese legal, assim, a norma tributária irá incidir assim que acontecer o fato previsto na lei.
Capítulo Único
Aspectos da Hipótese de Incidência Tributária
Este é o capítulo no qual o autor apresenta sua tese, explicando o que seria a denominada hipótese de incidência, além de afirmar a rejeição do uso da terminologia "fato gerador". Inicialmente, o direito tributário objetivo é definido como o conjunto de normas jurídicas que regulam a tributação, entendendo-se por tributação a ação estatal de tributar, ou seja, de exigir tributos. Tendo em vista que os tributos caracterizam-se por ser uma prestação pecuniária decorrente de lei, a fim de se isolar a norma tributária, é preciso excluir, de um lado, as situações contratuais e, de outro a sanção por ato ilícito, configurador de multa (artigo 3º do CTN). 
Conforme dispõe o autor, é imprescindível fazer uma diferenciação entre hipótese de incidência e fato imponível. Assim, o primeiro termo refere-se à descrição legal e hipotética de um fato, enquanto que o fato imponível, por sua vez, é a realização, o fato efetivamente acontecido, num determinado tempo e lugar, configurando-se, assim, a hipótese de incidência. Infere-se, portanto, que a hipótese de incidência é a descrição in abstractu, enquanto que o fato imponível é a hipótese in concretu. Ao desenvolver sua teoria, Geraldo Ataliba critica a utilização da terminologia "fato gerador", posto que tal termo refere-se tanto a descrição contida na lei, bem como à ocorrência no mundo fenomênico daquilo que está abstratamente referido na lei. Dessa forma, para o autor, constituiria uma imprecisão terminológica a utilização do mesmo termo para mencionar duas situações completamente diferentes. Seria semelhante ao que acontece no Direito Penal, tendo em vista que, a palavra crime é usada tanto para referir-se ao tipo legal, bem como para apontar a situação realmente acontecida no mundo dos fatos. Dessa forma, Geraldo Ataliba defende a terminologia "hipótese de incidência" para designar o tipo abstratamente previsto e "fato imponível" para referir-se ao fato efetivamente ocorrido. Para ele, haveria, portanto, dois momentos lógicos, o primeiro através da lei no qual haveria a narração de um fato que teria o potencial de gerar uma obrigação e, logo após, a realização do fato. Assim, prefere-se designar o fato gerador em abstrato por "hipótese de incidência" e em concreto por "fato imponível".
A hipótese de incidência é, pois, um conceito no sentido de que é uma representação mental de um fato, mas não é um mero conceito, mas, sobretudo, um conceito legal, posto que está contido em uma proposição legislativa. O conteúdo da hipótese de incidência não é o estado de fato, mas sim sua designação ou descrição. Assim, a lei, ao descrever um estado de fato limita-se a arrecadar caracteres que bem o definam, para os efeitos de criar uma hipótese de incidência. A h.i é, além disso, um todo unitário, ela dá configuração ao tributo, assim, como decorrência necessária, cada h.i só é igual a si mesma e, portanto, inconfundível com as demais. A h.i em seu todo unitário dá configuração ao tributo e, portanto, cada tributo só é igual a si próprio. Além disso, a h.i é a descrição hipotética e abstrata de um fato, é o meio pelo qual o legislador institui um tributo. Já o fato imponível, por sua vez, é o fato ocorrido no mundo fenomênico que corresponde à “imagem abstrata" que dele faz a lei, ele é, como concretização, a realização efetiva dos fatos descritos.
Ao "plano abstrato" corresponde à hipótese de incidência, já o "plano concreto" corresponde ao fato imponível. Fato imponível, por fim, é o fato concreto, localizado no tempo e no espaço, acontecido efetivamente no mundo fenomênico que, por corresponder rigorosamente à descrição prévia, dá nascimento à obrigação tributária. A h.i contém, pois, um arquétipo, um protótipo bem circunstanciado. O fato imponível é, portanto, a materialização desse modelo legal, é o fato concreto que é qualificado pelo direito como apto a determinar o nascimento da obrigação tributária, é a realização da h.i.
Adicionalmente, é importante ressaltar que uma h.i, enquanto a lei que a contém estiver vigente, poderá cobrir milhões de fatos imponíveis, ressalvando, entretanto, que cada fato imponível será uno e inconfundível com os demais, por mais acentuados que sejam os traços de semelhança entre eles. A cada fato imponível corresponde o surgimento de uma obrigação tributária, de modo que haverá tantas obrigações tributárias quantos forem os fatos imponíveis.
Ademais, a doutrina tradicional costuma classificar os "fatos geradores" em simples e complexos, sendo que, os primeiros são aqueles nos quais nos reputa-se consumado o fato imponível com a prática de um fato uno e singular. Já o fato imponível complexo, por sua vez, é aquele que depende da ocorrência de vários fatos, neste caso, será consumado somente quando ocorrer a pratica do último fato. É exemplo da hipótese de incidência simples o imposto sobre vendas e do segundo o imposto sobre a renda, uma vez que, no caso do IR, são necessárias várias operações ao longo do ano para que seja fixada a base de cálculo. Paulo Barros Carvalho, entretanto, faz uma crítica quanto à classificação da h.i em simples ou complexa, propondo, assim, a seguinte classificação: h.i que prevêem um momento exato para a ocorrência do fato imponível e h.i que não fazem alusão ao momento que haverá a concretização da hipótese abstrata.
Terceira Parte
Classificação Jurídica dos Tributos
Para Geraldo Ataliba a CR/88 consagra a classificação tricotômicados tributos, posto que enumera como espécies tributárias os impostos, taxas e contribuições. Assim, seriam caracterizados por serem tributos vinculados aqueles nos quais a hipótese de incidência estaria vinculada a uma atuação estatal e, em contrapartida, seriam tributos não vinculados aqueles cuja h.i consistir na descrição de um fato que não for vinculado a atuação estatal. Conclui-se, assim, que a descrição do aspecto material da h.i é o responsável por indicar se corresponde a um tributo vinculado ou não.

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