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a cidade e o estranho seminário carolina lima, cecília pisetta, gianne uchoa, nashalyn, vania bartalini fonte: http://www.banksy.co.uk/out.asp fonte: http://www.banksy.co.uk/out.asp conceituação geral Marshall Berman: ao investigar o espírito da sociedade e cultura Martin Heidegger: compreensão do que é estar no mundo Crhistian Dunker e Caterina Koltai definição das experiências que, mesmo subjetivas, têm caráter coletivo. Teresa Pires do Rio Caldeira e Zygmunt Bauman: entendimento sobre os espaços criados e a partir das sensações causadas pela violência e o crime Eugênio Queiroga: conceituação de espaços livres públicos reflexões acerca do medo: como fonte de interferência nas ações, nos espaços, segregando a sociedade e interferindo nos conceitos de solidariedade e altruísmo como poder de alterar a paisagem consequências dele no plano social: paranóia e pânico do contato com os diferentes como moeda que interfere nas propostas urbanas enfatizando as sensações de inseguranças, transformando os espaços e políticas públicas autores objetivos estudos de caso medo: produtor e produto da paisagem condomínios desenho urbano rua e entorno espaço publico: praça nossa intenção Trazer à luz questões latentes na cultura em determinado tempo e lugar, que refletem-se na paisagem, enquanto “experiência vívida” ... “...A paisagem não é somente uma entidade fechada em si mesma. No interior dessa clausura, a questão das relações com uma realidade mais vasta permanece”. (BESSE, 2014, p. VIII) fonte: http://www.banksy.co.uk/out.asp ponto de partida É necessário entender o contexto que produz paisagem e que através dela também se revela Berman e a vida moderna: contradições, fragmentações e mudanças caóticas: “Ser moderno é encontrar-se em um ambiente que promete aventura, poder, alegria, crescimento, autotransformação e transformação das coisas em redor - mas ao mesmo tempo ameaça destruir o que temos” “...ela (a modernidade) nos despeja a todos num turbilhão de permanente desintegração e mudança, de luta e contradição, de ambiguidade e angústia. Ser moderno é fazer parte de um universo no qual, como disse Marx, ‘tudo o que é sólido desmancha no ar’”. (BERMAN, 1986) Vivemos orientados por um intrincado panorama, dado previamente a nós; é em referência a ele que nos conduzimos e nos pautamos O mundo nos provê com certa familiaridade: ampliando a questão A contemporaneidade é extensão de questões da modernidade - carrega as mesmas contradições com reflexos no indivíduo, na sociedade e no espaço o que se vive é um sentimento fugidio de: Bases comuns, compartilháveis que nos permitem projetar, criar bases e raízes A familiaridade, portanto, é fundamental para nós. estar perdido abandonado à própria sorte sem retaguarda sem sossego... mas, no “contrafluxo”: fonte: http://www.banksy.co.uk/out.asp ampliando a questão Na experiência contemporânea: parece haver um movimento de “insegurança ontológica”, como defende Bauman é sentir-se anônimo em meio à complexidade de um mundo no qual se é involuntariamente jogado é perder-se em um mar de informações é, diante do que rapidamente se transforma, sentir-se inseguro Sentir-se jogado no mundo pode adquirir caráter de certa violência A ilusão contemporânea é a do pretenso controle proveniente dos avanços científicos e tecnológicos disponíveis. Obsessão por certezas, mensurações, métodos cientificamente comprovados Afastamento do que pode ser experimentado como estranheza, estrangeridade, diferença: meta é nos avizinharmos do conhecido, do semelhante, do familiar A era em que vivemos é busca por perseguir o que é seguro/não estranho O aconchego de identificação dos “iguais” gera segurança O “diferente” é evitado como perigo: A pluralidade afastada em nome da manutenção da ordem e do sossego. E o que é para nós, o “não familiar” ou o“diferente”? Aquele que não reitera quem eu desejaria ou julgo ser Aquele que em vez de me reafirmar meu modo de vida, se apresenta como oposto Aquele que me faz ver o que eu não desejo ver Aquele que abala minhas tênues certezas. ampliando a questão Psicanálise: há “o estranho” em mim com o qual devo, mas nem sempre quero conviver Caterina Koltai (2000): “Qual a grande descoberta de Freud? Justamente a de que o homem é impelido por algo que lhe é estrangeiro, que ele não é integrado em si mesmo…” O “estranho” em mim: pode estar apartado de mim mas aparecer a qualquer momento...no outro...que com seus gestos, seu modo pode me desorientar... Afastar-me do “outro” que sinonimiza para mim o estranho, parece ser a providência mais usual. Como nós, brasileiros, lidamos com o estranho? De modo geral – negamos a miscigenação que nos caracteriza desde a origem Desde a origem também nos caracteriza a negação de nossas raízes: Temos olhar sempre atento ao que é estrangeiro Tentamos nos apartar de nossa mestiçagem fazemos de nossos ancestrais o “outro” a quem queremos evitar. ampliando a questão Christian Dunker e a metáfora da vida nos condomínios fechados O modelo - fantasia de certos setores da população brasileira: Décadas de 70 e 80 - clamor por ordem, progresso, felicidade, descanso Obtenção de sossego e garantia de não invasão de estranhos Condomínios/clube concretizam o sonho de exclusão do desconhecido: Afasta a ideia desconfortável de “mistura” de etnias ou subjetividades Têm elementos típicos do projeto neo-liberal brasileiro: Eficiência da segurança privada, desenvolvimento planejado pelo livre mercado, Reverência ao aparato tecnológico e busca de gerenciamento externo/terceirizado Pode-se sonhar com a “felicidade planejada” evidência de que a falta impulsiona, mobiliza; de que as dificuldades ensejam vida O compartilhamento da “situação de viventes” (Dunker, 2015) nos humaniza: Fato: Erguem-se barreiras à convivência e as políticas públicas as incentivam: não somos capazes de conviver uns com os outros Os condomínios fechados se esforçam, mas não conseguem realizar utopia a hipertrofia das regras asfixia e leva à perda da liberdade Perpetuação de condomínios e loteamentos fechados Pouco limite às ocupações irregulares em péssimas condições Construção de espaços públicos gradeados, fechados Conclusão: Esse tipo de intervenção espacial transmite uma mensagem fonte: http://www.banksy.co.uk/out.asp (editada) cidades abertas x cidades fechadas Enxergar o fenômeno “Condomínio” sob a ótica dos movimentos da economia contemporânea Contexto CRISE ECONÔMICA GLOBAL (visão ampliada de todas as crises) O capitalismo como um sistema que se alimenta de CRISES¹ OS ENCLAVES URBANOS FORTIFICADOS4. O MEDO COMO ESTRATÉGIA DE MANOBRA² E COMO NEGÓCIO³ Agente propulsor Objeto 1 Hipótese proposta pela jornalista canadense NAOMI KLEIN sobre o sistema capitalista em “THE SHOCK DOCTRINE” (2007); 2 Proposição feita pela socióloga VERA MALAGUTI BATISTA em “MEDO, VIOLÊNCIA E POLÍTICA DE SEGURANÇA (2009); 3 Hipótese levantada por 4 Definição estabelecida pela cientista social e antropóloga TERESA CALDEIRA em “FORTIFIED ENCLAVES:THE N EW URBAN SEGREGATIO”(1996) Le Fevre: “Implosão e explosão” Castells: “A crise está em metamorfose” Naomi Klein: “Capitalismo produtor e gerenciador de crises” Milton Santos: “A crise não é a passagem de período mas sim é a definição do próprio período” base teórica autores PRODUÇÃO DE CRISES contexto global o capital industrial perde o seu caráter de reprodutor social (enfraquecimento do seu próprio poder) e dá lugar ao capital financeiro que tem interesse exclusivamente no consumo, financeirizaçãoe securitização GLOBALIZAÇÃO DAS FINANÇAS REESTRUTURAÇÃO DO CAPITALISMO – REESTRUTURAÃO DO ESPAÇO mudança da produção o capital necessita da produção, mas está descomprometido com a produção, ele lida com números numa articulação local visando ordens/interesses globais negação do urbano dissolução e reconstrução de modo simultêneo definição Castells: “o Locus da reprodução da força de trabalho” A cidade torna-se a reprodução do capital para o capital em detrimento da reprodução da força de trabalho Quem paga fica nela, quem não paga está fora espaços novos instrumentalizados pelo capital sob domínio das finanças globalizadas reestruturação (transição) da metrópole desigualdades se alteram e se aprofundam contexto global indústria imobiliária- o incorporador (O capital globalizado) escolhe o local e como será o empreendimento- o espaço) o acontecer urbano é alterado em sua qualidade e quantidade REESTRUTURAÃO DO ESPAÇO URBANO mudança estrutural: da moradia aos centros de lazer e abastecimento passam a ser pensados como produto imobiliário pelos incorporadores e não mais são resultantes de um conjunto de escolhas, feitas ao longo do tempo, das empresas comerciais ou do estado o produto (a cidade) passa a ser o vínculo entre o local e o global o espaço urbano SETOR IMOBILIÁRIO COMO PROPULSOR DA REPRODUÇÃO DO CAPITAL NO URBANO movimentos hierárquicos já estabelecidos periferia centro periferia base topo novos movimentos heterarquia urbana* novas tecnologias globalização *Conceito proposto e desenvolvido por PEREIRA (2015) e FERRÃO (2014) *Conceito proposto e desenvolvido por PEREIRA (2015) e FERRÃO (2014) o espaço urbano estruturas urbanas mais orientadas pelo consumo portão, muro, sistema de controle e vigilância SETOR IMOBILIÁRIO COMO PROPULSOR DA REPRODUÇÃO DO CAPITAL NO URBANO cidades policêntricas constituição de novas segregações e auto-segregações não é etnica, política, mas sim sobretudo de natureza sócio-econômica o negócio mudando o espaço urbano negócio imobiliário para gerar renda como ativos financeiros capitalizam qualquer forma de renda advinda do uso do espaço construído em capital fictício preço da propriedade proprietários recebem renda proprietários incrementam renda com base nos melhoramentos idealizados agentes de crédito fornecem capital em troca dos juros construtores o lucro do empreendimento se capitaliza por meio dos impostos estado “A gated community é uma forma de comunidade residencial ou habitação que contém entradas estritamente controladas para pedestres , bicicletas e automóveis , e muitas vezes caracterizada por um perímetro fechado de paredes e cercas. As comunidades fechadas geralmente consistem em pequenas ruas residenciais e incluem várias comodidades compartilhadas. Para comunidades menores, este pode ser apenas um parque ou outra área comum . Para comunidades maiores, pode ser possível que os residentes permaneçam dentro da comunidade para a maioria das atividades diárias. As comunidades fechadas são um tipo de desenvolvimento de interesse comum , mas são distintas das comunidades intencionais .” (SPOSITO & GOES, 2013) o produto: gated community Imagem- Google Earth (acesso em 16-10-2017 )– Região de Barueri SP. Milton Santos: “...por falta de meios, somente utiliza parcialmente, como se fosse uma pequena cidade, uma cidade local” Barth: “As fronteiras são demarcadas e fazem emergir as diferenças – legitimar a fronteira” Bauman: “Capsulas defensivas, Gated Communities, ilhas de uniformidade – imunes à perigosa vida lá fora” base teórica autores ENCLAVE URBANO cisão social e política quem tem dinheiro fica os de dentro e os de fora estar entre os seus e não ver os de fora estar entre os seus e não ver os de fora estar entre os seus e não ver os de fora a privatização da segurança produção da insegurança como elemento constituinte da economia contemporânea Foucaut: “VIGIAR PARA PUNIR” Bauman: “É possível obter grandes lucros comerciais graças à insegurança e ao medo” Sennett: “VISISBILIDADE EXACERBADA E ISOLAMENTO” base teórica autores O MEDO COMO NEGÓCIO e COMO INSTRUMENTO DE CONTROLE Compreender o passado pelo presente (Marc Block) Precis amos de um a polí cia qu e à nós in spire c onfian ça e a os esc ravos infund a terro r Séc.XIX-Sociedade violentamente hierarquizada. Para elaborar uma política de segurança é necessário entender qual é a demanda por ordem nas formações socioeconômicas Delimitar o inimigo como algo que vem de fora. Questionar a existência das diferenças sociais, jamais. As rebeliões escravas eram lidas como um atentado à ordem escravocrata e não como algo legítimo e justo. Paisagem do imaginário (Foucault) *Adaptado de BATISTA (2015) brasil: o palco perfeito Séc.XX- Ditadura - Repotencialização das estruturas de controle social autoritárias. O medo se torna produto político. Como manter sob controle, pacificada, uma população de maioria negra e pobre. O novo medo, o medo do crime. Campanhas maciças de pânico social produziram um avanço sem precedentes, na internalização do autoritarismo. *Adaptado de BATISTA (2015) Entender os medos de hoje pelas marcas do passado brasil: o palco perfeito botar para fora o caos social e a sua periculosidade Qual afeto, inconscientemente vivenciado, está por trás da lógica do condomínio (Reflexão proposta e definição de afeto por Vladmir Safatle-2015) “...Também, esta pode ser uma bela metáfora para entendermos como a vida social brasileira é cingida...” (Vladmir Safatle 2015) medo da desposseção dos bens expoliação do fruto do próprio trabalho morte violenta *Adaptado de SAFATLE (2015) Imagem- Google Earth (acesso em 16-10-2017 )– Região de Barueri SP. “CONDOMÍNIO HORIZONTAL é um produto imobiliário, estandardizado, planificado, fechado, que se difundiu, espalhando-se rapidamente no mundo inteiro. Ela promete alegria de viver e segurança às classes média e alta. Barreiras, guaritas, muros, arames, estendendo-se sobre dezenas, na verdade, centenas de metros, povoam atualmente as paisagens das cidades americanas. É difícil penetrar nessas gated communities sem se identificar e sem conhecer alguém no seu interior”. (SPOSITO & GOES, 2013) GATED COMMUNITY EM SÃO PAULO o produto no brasil: condomínios horizontais PARAÍSOS ARTIFICIAIS Fonte : Maria Encarnação Beltrão Sposito e Eda Maria Góes ( 2013) - Percepção do morador do condomínio, quando perguntado sobre o motivo da escolha de morar em condomínio: nível de segurança, liberdade maior para as crianças, investimento financeiro, tranquilidade, boa vizinhança e possibilidade de aprofundar amizades. Pelas entrevista s, transparece a ideologia utilizada para vender a altos preços esses espaços fechados, quais sejam: o reencontro de uma espécie de paraíso, que remete a uma vida supostamente de paz e harmonia, vivida no passado nas cidades pequenas. Um paraíso artificial do qual o outro, o indesejável, o diferente, ou seja, o que está nas camadas mais pobres, é excluído; um paraíso artificial que torna evidente, no espaço, as profundas desigualdades sociais e econômicas existentes no país. a insegurança e as novas praticas espaciais em cidades brasileiras (barcelona 2014) objetivo Analisar a implantação e apropriação dos espaços residenciais fechados, localizados em três cidades médias do Estado de São Paulo – Marília, Presidente Prudente e São Carlos. método Entrevistas realizadas com relatos descritivosque expliquem os motivos para a escolha do local . A perspectiva de análise é a do cotidiano. Conclusão A Cidade Fechada (solução ao que o Poder público não oferece) hipótese Novas formas de produção do espaço urbano com tendência à fragmentação sócio espacial, geram novas práticas espaciais, que alteram os conteúdos dos espaços públicos e as suas representações. referências PASSIVO PARA O ESPAÇO URBANO E EVIDÊNCIA DO CONTRASTE SÓCIO- ECONÔMICO DOS AGENTES. “...em tempos como esses, o indivíduo ousa individualizar-se..” “...tornar-se medíocre é a única moralidade que faz sentido...”(BERMAN, 2007) A rua é o local do encontro do qual depende a vida urbana. Na rua se estabelece a desordem, liberam- se e afluem os elementos da vida urbana e a cidade se manifesta, se apropria dos lugares. (LEFEBVRE, 2004). [...] na rua se tornam claras as formas de apropriação do lugar e da cidade, e é aí que afloram as diferenças, e as contradições que permeiam a vida cotidiana […] (CARLOS, 1996, p.86). “uma cidade é um assentamento onde estranhos devem provavelmente se encontrar” (SENNET,1998,p. 324). a rua indivíduo x coletivo casa x rua “... ele [o homem] sempre defenderá sua exigência de liberdade individual contra a vontade do grupo. Boa parte da peleja da humanidade se concentra em torno da tarefa de achar um equilíbrio adequado isto é, que traga felicidade, entre as exigências individuais e aquelas do grupo, culturais , ...” (CALLIARI, 2014 apud FREUD, p. 41). A casa e a rua não designam apenas definições espaciais “ [...], mas acima de tudo, entidades morais, esferas de ação social, províncias éticas dotadas de positividade, domínios culturais institucionalizados”, capazes de despertar sentimentos. O que não é compreendido no ambiente da casa pertence à rua, e vice-versa. O código da casa é fundado na família, na amizade, na pessoa e no compadrio. O código da rua é baseado em leis universais, numa burocracia antiga e num formalismo jurídico-legal. (DAMATTA, 1997, p.14). a rua: um instrumento de qualificação “os interesses do homem como indivíduo nem sempre coincidem com os interesses desse mesmo homem como ser coletivo; cabe então ao urbanismo procurar resolver, na medida do possível, esta contradição fundamental.“ (COSTA,1953). A importância dos espaços públicos, em especial a rua, nos processos de elaboração dos projetos de Arquitetura e Urbanismo compreender a rua como elemento protagonista do processo de desenvolvimento de projetos de Arquitetura e Urbanismo “A pedagogia da rua, a rua como methodos, é o meio fundamental de elaboração da cidadania e da civilidade. A cidadania é a convicção da autopertinência a um universo social que compartilha um conjunto de representações e relações sociais. A cidadania, mais do que um estatuto formal, é o exercício da responsabilidade com relação ao que é comum.” (VOGEL, 1985,p.130). Por que alguns conjuntos habitacionais parecem melhor conectados à cidade e outros não? Esta conexão influencia a percepção de qualidade dos conjuntos habitacionais e de suas edificações? A interface com a cidade pode refletir na qualidade, preservação e, consequente, valorização dos imóveis do conjunto habitacional no decorrer do tempo? CONJUNTOS HABITACIONAIS Conjunto Residencial Alto de Pinheiros Conjunto Residencial Natingui RESIDENCIAL ALTO DE PINHEIROS - 1968 RESIDENCIAL NATINGUI - 1971 Quais as diretrizes estabelecidas na elaboração dos projetos arquitetônicos dos conjuntos habitacionais em relação às áreas públicas, especialmente as ruas? Como estas diretrizes interferiram na qualidade espacial e, consequentemente, na qualidade de vida, dentro e fora, dos conjuntos habitacionais ao longo dos anos? PARTIDO ARQUITETÔNICO 5 PARÂMETROS DE ANÁLISE HISTÓRICO CONEXÕES DIÁLOGOS FLUXOS SINCRONICIDADE HISTÓRICO Conjunto Residencial Alto de Pinheiros Conjunto Residencial Natingui 1940 1958 CONEXÕES Conjunto Residencial Alto de Pinheiros Conjunto Residencial Natingui CONEXÕES Conjunto Residencial Alto de Pinheiros Conjunto Residencial Natingui Cidades Jardins A casa então não estará mais unida à rua por sua calçada. A habitação se erguerá em seu próprio meio, onde gozará de sol, de ar puro e de silêncio. A circulação se desdobrará por meio de vias de percurso lento para o uso de pedestres, e de vias de percurso rápido para o uso de veículos. Cada uma dessas vias desempenhará sua função, só se aproximando ocasionalmente da habitação. o alinhamento tradicional dos imóveis ao longo das ruas acarreta uma disposição obrigatória do volume construído. Ao serem cortadas, ruas paralelas ou oblíquas desenham superfícies quadradas ou retangulares, trapezoidais ou triangulares, de capacidades diversas que, uma vez edificadas, constituem os “blocos”. (CORBUSIER, 1993, tópico 17) Urbanismo Modernista Conjunto Residencial Alto de Pinheiros Conjunto Residencial Natingui FLUXOS Conjunto Residencial Alto de Pinheiros Conjunto Residencial Natingui FLUXOS Conjunto Residencial Alto de Pinheiros Conjunto Residencial Natingui DIÁLOGOS Conjunto Residencial Alto de Pinheiros Conjunto Residencial Natingui SINCRONICIDADE Sevcenko, em seu livro A Corrida Para o Século XXI, se pergunta: “ Quem diria que no novo século o front político retornaria para as ruas, tal como nas pólis da Grécia antiga?”. (SEVCENKO, 2006, p. 131). Estudo de Caso - Entorno Terminal Sacomã Vias de Fluxo intenso (Priorização do automóvel), Transposições precárias para o pedestre, Equipamentos (Lazer e cultura / Hospitais e etc.) concentrados, Pontos de ônibus vulneráveis, Calçadas estreitas, inapropriadas, Galpões abandonados, Poucas Fachadas Ativas. estudo de caso: entorno terminal sacomã Segregação Socioeconômica e Espacial: Como solucionar? Um equipamento único traria transformações para a região, atrairia pessoas? Ou elas continuariam com medo do outro? a questão da “praça” 2009 2011 2017 construída em 2010 espaço residual da obra de alargamento da Avenida Padre Angelo Cremonti, localiza num bairro consolidado de uso residencial, diversidade de usos comerciais e industriais a questão da “praça” para Eugenio Queiroga, praça é: “(…) um sistema de ações e objetos que apresente forte conotação pública, de livre acessibilidade é o que vai caracterizar o espaço como praça. Desta forma, situações de ‘pracialidade’ poderão ocorrer, eventualmente em ruas, avenidas, descampados e até em edifícios”. (QUEIROGA, 2011, p. 58) Praça José Francisco Brízido situações de “pracialidade” poderiam ainda existir, se nela ocorressem encontros, discussões e vida pública mas seria esse espaço ainda uma praça (pública)? a questão da “praça” A estratégia de segurança adotada, através das grades, da comunicação visual e do mobiliário urbano afeta os padrões de circulação, pois como poderia a experiência do caminhar não ser transformada diante do cenário de altas grades? enfatiza o dentro e o fora: o usuário está “protegido” pelas grades que a cercam em todo o seu perímetro e pelos portões que se abrem em horários específicos por funcionários devidamente identificados enfraquece os pactos espontâneos de comportamento, já que as placas informam as condutas esperadas rechaça a permanência com a instalação debancos de assentos individualizados e sem encosto, frios e desconfortáveis “A ideia de sair para dar um passeio a pé, de passar naturalmente por estranhos, o ato de passar em meio a uma multidão de pessoas anônimas, que simboliza a experiência moderna da cidade, estão todos comprometidos numa cidade de muros. As pessoas se sentem restringidas em seus movimentos, assustadas e controladas[…]. Os encontros no espaço público se tornam a cada dia mais tensos, até violentos, porque têm como referência os esteriótipos e medos das pessoas. Tensão, violência discriminação e suspeição são as novas marcas da vida pública.” (Caldeira, 2011, p. 301) a questão da “praça” hipótese do medo ao crime violento Distrito Policial do bairro é o que mais apresenta produtividade policial na cidade bairro em que se insere se liga a nordeste e a sudeste a favelas consolidadas e regiões de maior vulnerabilidade da cidade porém área específica em que se localiza a “praça” não é perceptível a proximidade desses bairros a questão da “praça” não é um espaço propício às ações criminosas pelo movimento constante e pelos usos institucionais e comunitários existentes na área existência de outras “praças” em diferentes regiões da cidade que também apresentam essas mesmas características gráfico comparativo de dados de produtividade dos Distritos Policiais de Jundiaí Fonte: Carolina M. B. de Lima com base nos dados da SSP-SP gráfico de percentuais de produtividade do 3° Distrito Policial (Ponte SãoJoão) de Jundiaí Fonte: Carolina M. B. de Lima com base nos dados da SSP-SP Distrito Policial Mapa de abairramento e regionalização de Jundiaí, detalhe mostrando a vulnerabilidade social da área do bairro da Ponte São João e as localizações das Distritos Policias próximos Legenda Vulnerabilidade Social Fonte: Carolina M. B. de Lima, trabalho gráfico sobre mapas DVS - SEMADS Jundiaí - Outubro de 2016 A imagem das grades na paisagem assume o significado dos enclaves fortificados e “homogêneos, isolados daqueles percebidos como diferentes. Consequentemente, o novo padrão de segregação espacial serve de base a um novo tipo de esfera pública que acentua as diferenças de classe e as estratégias de separação.” (CALDEIRA, 2011, p. 212) a questão da “praça” a questão da “praça” Com o enfraquecimento da esfera de vida pública na sociedade contemporânea, em profunda sintonia aos interesses do capital global, para o qual não interessa a formação do cidadão mas do consumidor, torna-se evidente um declínio no valor atribuído pelos atores hegemônicos às praças públicas. Muitas praças em áreas centrais deterioradas são abandonadas pelas classes dominantes e, decorrente disto, abandonadas, com freqüência, pelo Estado. Transformam-se em local de moradia de mendigos e meninos de rua, nas cidades grandes do Brasil. Mesmo estes logradouros só não serão considerados como praças apenas se tal situação excluir (não apenas conflitar) usos caracteristicamente públicos; se impedir, por exemplo, o pedestre de transitar pelo local em todas as horas do dia. Pois, de outra forma, não é o fato da praça abrigar o lúmpem mais que o “cidadão ateniense” que a impede de se configurar como importante “espaço livre público. (QUEIROGA, 2001, p. 60). SUA ORIGEM ESTÁ ANCORADA NA HISTÓRIA DA CONSTITUIÇÃO DAS CIÊNCIAS HUMANAS PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO SOBRE A RELAÇÃO PESQUISADO/ MUNDO, DENTRO DE DETERMINADO CONTEXTO – PESSOAL, SOCIAL, HISTÓRICO a pesquisa qualitativa fenomenológica Aparece como contraposição ao pensamento positivista que busca a constatação empírica, o controle das variáveis, a formulação de leis A pesquisa quantitativa lida com os fatos “...tudo aquilo que pode se tornar objetivo e rigorosamente estudado enquanto objeto da Ciência” * a pesquisa qualitativa fenomenológica * Martins, Joel e Maria Aparecida Viggiani Bicudo – “A Pesquisa Qualitativa em Psicologia” A pesquisa qualitativa lida com sensações, impressões, com nossa relação com o mundo e com a maneira que as coisas do mundo chegam a nós A pesquisa qualitativa FENOMENOLÓGICA é o gesto de OLHAR os fenômenos a partir do que eles expressam a pesquisa qualitativa fenomenológica Bases fenomenológicas aparecem... escuta busca das múltiplas dimensões atenção ao discurso do outro apreensão da rede referencial importância dada à experiência se relaciona Pode ajudar o pesquisador/arquiteto a compreender como o experenciador a pesquisa qualitativa fenomenológica significa o lugar vê captura fornecendo subsídios para a elaboração de projetos, partidos e programas mais efetivos Tomando-se um segmento de pessoas, investigar como seria: ponto de partida exercício proposto experiência de estar em lugares onde a questão da segurança/medo/ apartamento interfere no desenho urbano (condomínios, ruas, praças...) planejamento Definir com que segmentos contatar Delinear abordagens compatíveis Elaborar pauta condizente com a questão central Definir onde e como falar com os segmentos escolhidos Preparo e ida a campo Análise interpretativa e apresentação dos resultados Exemplo genérico de roteiro Apresentações gerais Investigar sensações relativas ao lugar onde moram Descrição do lugar do ponto de vista dos sentimentos despertados Como define em termos vivenciais a sensação de estar seguro exercício proposto Relação lugar x segurança em que lugares se sente seguro ou não; o que produz sensação de segurança ou não; o que o lugar deve oferecer; quem deve estar nele; como as pessoas devem se portar nele Investigar como a experiência em condomínios fechados, ruas, praças interfere na sensação de segurança x medo Expectativa em relação ao que o arquiteto e o poder público podem oferecer para a obtenção do sentimento de segurança
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