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PLURALISMO JURÍDICO 1 Monismo Jurídico O monismo jurídico, simplificadamente, nada mais é que o monopólio da criação e aplicação normativa cuja característica principal é homogeneização dos direitos; O reconhecimento de apenas uma ordem jurídica, estatal ou natural (universal); Concepção unitária, homogênea e centralizadora denominada de monismo; Filosofia contratualista Originou-se entre os filósofos contratualistas europeus nomeadamente Thomas Hobbes, Jonh Locke e Jean- Jacques Rousseau; Todos divergiram em certas questões, porém em comum possuíam a ideia de que o Estado originou-se de um contrato social realizado em consenso entre as pessoas. A filosofia contratualista funde-se com o monismo jurídico a partir do momento em que delega ao Estado a partir do contrato social o monopólio do poder de produzir o ordenamento jurídico dentro dos domínios estatais suprimindo sistemas normativos alternativos. Os filósofos contratualistas criaram uma espécie de monismo universal, ou seja, baseado na existência de normas e valores de justiça válidos em qualquer povo e época. Seu apogeu doutrinário situa-se entre os séculos XVII e XVIII. 2 Monismo jurídico estatal Mais sistematizado e complexo que o monismo universal dos jusnaturalistas está o monismo jurídico estatal (ou positivo) originário da decadência do sistema feudal com o fim da Idade Média e a formação dos grandes Estados absolutistas; Para o monismo jurídico estatal o direito deve coincidir unicamente como direito positivo do Estado não considerando a existência de um direito natural. Émile Durkheim A teoria sociológica de Émile Durkheim influi no monismo jurídico a partir do momento em que concebendo a sociedade como um grande organismo formado por indivíduos e que essa sociedade comporta-se de modo distinto das consciências individuais dos membros que a compõe implica na existência de códigos de conduta unificados que sejam capazes que manter a coesão social e afastar o sentimento de anomia. 3 “Uma vez reconhecido que o Estado, como ordem de conduta humana, é uma ordem de coação relativamente centralizada, e que o Estado como pessoa jurídica é a personificação desta ordem coerciva, desaparece o dualismo de Estado e Direito como uma daquelas duplicações que têm a sua origem no fato de o conhecimento hispostasiar a unidade (e uma tal expressão de unidade é o conceito de pessoa), por ele mesmo constituída, do seu objeto. Então, o dualismo de pessoa do Estado e ordem jurídica surge, considerado de um ponto de vista teorético-gnoseológico, em paralelo com o dualismo, igualmente contraditório, de Deus e mundo.” (KELSEN, 1983, p. 233). CRÍTICAS Entre os críticos do monismo jurídico está Léon Duguit que em sua teoria funcional pondera que o Direito não provém unicamente do Estado posto que ele não está acima dos indivíduos, assim sendo as normas jurídicas originam-se da solidariedade social e governam não apenas o povo mas também o próprio Estado. Há ainda a corrente pluralista institucional que tem como ideia principal a instituição, ou seja, a produção normativa não se origina somente do Estado, mas também na atividade criadora das instituições socialmente organizadas. 4 Pluralismo Jurídico Perspectiva Sociológica Perspectiva do Campo Político O pluralismo jurídico é decorrente da existência de dois ou mais sistemas jurídicos, dotados de eficácia, concomitantemente em um mesmo ambiente espácio-temporal; Baseia-se na existência de mais de uma realidade social; Procura-se diminuir a legislação estatal como única fonte do Direito. Parte de um conceito para além da identificação com o aparato legal-estatal; Direito enquanto conjunto de regras, dotado de sanção. Fim da ligação entre o Estado e os monopólios de poder. 5 Pluralismo Jurídico Contexto histórico Pluralismo na Europa Pluralismo na América Latina - Pensado na sociedade contemporânea; - América Latina: desigualdade e pluralidade de etnias socialmente inferiorizadas - Principais países com correntes pluralistas no Direito: México, Colômbia e Argentina DIREITO ROMANO . Permitia a continuidade do direito dos povos que dominava IDADE MÉDIA . Invasões Bárbaras (intenso intercâmbio cultural e étnico no mundo ocidental) REVOLUÇÃO FRANCESA . Interesse na unicidade política e a criação do Estado de Direito . surge o Monismo (monopólio de poder normativo) PLURALISMO . Surge pela insuficiência do Monismo estatal 6 Abrangência do Pluralismo Pluralismo jurídico como fenômeno presenciado em diversas realidades, não há mais como admitir a interferência totalitária do Estado, que acaba por desconsiderar o interesse das minorias, desrespeitando a diversidade fruto da evolução social. Visão filosófica Visão sociológica Visão política Contra o individualismo materialismo Sociedade exige a diversificação do papel de cada indivíduo social Acabar com a ligação pesada que se dá entre a sociedade e o Estado, de diversas formas, e o monopólio do poder 7 Pluralismo para Wolkmer Antonio Carlos Wolkmer; Instituições Jurídicas: representação das elites dominantes; Negação do Direito da sociabilidade: indígenas, negros e camponeses; A cultura jurídica na contemporaneidade tardia: cultura política-legal marcada pela imposição de privilégios; Cultura jurídica na pós-independência: reestruturação na ordem social e política. 8 Pensamento de Wolkmer Novo pluralismo jurídico: rompe com o modelo formal; Características participativas; Nova ética e racionalidade centradas no coletivo; Descentralização: democracia judicial. 9 Pluralismo no Direito Oficial Hegemonia estatal na produção legislativa, na prática de aplicação da justiça e na resolução dos conflitos Ineficiência do estado em administrar suas demais funções na sociedade, apelando-se para novas formas de procedimento: Práticas ou mecanismos legais institucionais de produção alternativa existentes dentro de Direito positivo oficial do estado; Práticas ou mecanismos legais não-institucionalizados de produção alternativa fora da órbita do Direito estatal positivo. 10 Pluralismo no Direito Não-oficial Diante da crise do modelo jurídico tradicional, é cada vez mais pertinente o apelo para a descentralização e democratização dos procedimentos; No nível da resolução de conflitos: novas modalidades não-institucionais de negociação, mediação, conciliação, conselhos populares de justiça; criação e tribunais de bairros e de vizinhança; justiça distrital etc. No nível das fontes de produção legislativa: formação de “acordos coletivos”, “negociações consensuais” e de “arranjos” político-jurídicos de agregação de interesses; imposição de “acertos comunitários” mediante de mobilização e pressão advindas das carências e necessidades dos novos sujeitos coletivos e individuais. 11 Movimentos sociais e suas conquistas A grande contribuição dos movimentos sociais na cultura brasileira é uma nova forma de organização social e política que eles fomentam em seus participantes. QUATRO GRANDES GRUPOS DE MOVIMENTOS SOCIAIS: Movimentos de igualdade racial Movimento de igualdade de gênero (feminismo) Movimento LGBTQ+ Movimentos das pessoas com deficiência MOVIMENTOS SOCIAIS: São ações coletivas que visam alcançar mudanças sociais e políticas através do enfrentamento político dentro de uma sociedade ou contexto específico. 12 Impacto e contribuição do Pluralismo O pluralismo cria nas pessoas o sentimento de participação ; “Direito achado na rua” – UNB – Roberto Lyra Filho; Traz para os Direito vigente/estatal vivências e regras importantes das comunidades; Demonstrar que o Direito não é advindo apenas do Estado; Formas alternativas para resolução de conflitos. 13
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