Pluralismo e Monismo Juridico

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Os ordenamentos jurídicos em relação entre si
O problema do reenvio
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A primeira condição para que seja possível falar-se em relações entre ordenamentos é que os ordenamentos jurídico existentes sejam mais de um.
Na realidade, não se está diante de um problema interno ao ordenamento jurídico mas externo, de coexistência de ordenamentos distintos.
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Ordenamento jurídico único
O ideal de um ordenamento jurídico único foi persistente no pensamento jurídico ocidental e pretensão, primeiramente, do Direito Romano e, depois, do Direito Natural e seus adeptos, surgindo a crença em um ordenamento jurídico universal.
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Com o advento e a predominância do direito positivo, surgiu um sério problema existencial entre o direito positivo e o direito natural, que pretendia ser universal, pregando a existência de normas, valores e princípios não escritos que seriam inatos à própria condição humana, colidindo, dessa forma, com o pragmatismo positivista.
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Monismo jurídico
É a ideia universalista com base na qual existe um único ordenamento jurídico universal aplicável e aceito por todos.
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Pluralismo jurídico
É a coexistência de ordenamentos jurídicos diversos (estatais ou não-estatais), com normas diversas, em um mesmo lugar, numa mesma época.
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Fases do pluralismo
1ª fase: Estatista. Essa fase se liga com o surgimento dos Estados soberanos e a noção de nacionalidade. As normas produzidas em cada Estado soberano (nacionalizadas) refletiam direta ou indiretamente a consciência popular, sendo, portanto, partilhada apenas por aquelas pessoas que compunham aquela Nação.
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Nessa primeira fase do pluralismo, ficou evidente que não existe apenas um, mas muitos ordenamentos jurídicos, pois existem muitas nações, cada uma das quais tendendo exprimir, num ordenamento jurídico unitário (produzido pelo Estado), sua personalidade.
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A concepção de direito universal foi sendo fragmentada em tantos direitos particulares quantos Estados soberanos existissem, um independente do outro. E esse movimento foi reforçado pelo estabelecimento do positivismo jurídico como corrente dominante.
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2ª fase: Institucional. Significa não só que existem muitos ordenamentos jurídicos em contraposição ao único direito universal, mas que existem ordenamentos jurídicos de muitos tipos diferentes.
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Essa fase é chamada de institucional porque sua tese principal é de que existe um ordenamento jurídico onde quer que exista uma instituição, ou seja, um grupo social organizado. Ex: Igreja, sindicatos, associações, condomínios etc.
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Aceita a teoria pluralista institucional, o problema das relações entre ordenamentos passa a compreender não só o problema das relações entre ordenamentos estatais, mas também o problema das relações entre ordenamentos estatais e ordenamentos diferentes dos estatais.
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Tipos de ordenamentos não estatais
Ordenamentos acima do Estado, como o ordenamento internacional, e, segundo algumas doutrinas, o da Igreja Católica.
Ordenamentos abaixo do Estado, como aqueles propriamente sociais, que o Estado reconhece, limitando-os ou absorvendo-os.
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Ordenamentos ao lado do Estado, como aqueles da Igreja Católica, segundo outras concepções, ou, também, aquele internacional, segundo a concepção chamada dualista.
Ordenamentos contra o Estado, como as associações para delinquir, as seitas secretas etc.
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Atualmente, constata-se o declínio da concepção universalista do direito, não quer isso dizer que o universalismo jurídico esteja morto. Pelo contrário, o universalismo como tendência nunca morreu e, nos últimos anos, sobretudo após a 2ª Grande Guerra e a criação da ONU está mais vivo do que nunca.
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“O universalismo jurídico ressurge hoje não mais como crença num direito natural eterno, já estabelecido em caráter definitivo, mas como vontade tendente a constituir um único direito positivo, que reúna numa unidade todos os direitos positivos existentes, e que seja produto não da natureza, mas da história”. (BOBBIO, 2008, p. 304)