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TRIBUNAIS tributario TRF TEOEXE edvaldonilo Aula 04

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CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO PARA OS TRIBUNAIS REGIONAIS 
FEDERAIS – TEORIA RESUMIDA E QUESTÕES COMENTADAS DA FCC 
PROFESSOR: EDVALDO NILO 
1 
Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br 
PROFESSOR EDVALDO NILO 
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO PARA OS TRIBUNAIS 
REGIONAIS FEDERAIS – TEORIA RESUMIDA E QUESTÕES 
COMENTADAS DA FCC 
 
AULA 4 – IMPOSTOS DA UNIÃO, DOS ESTADOS E DO 
DISTRITO FEDERAL. 
 
1. RESUMO FUNDAMENTAL - IMPOSTOS FEDERAIS 
 
(I) Os impostos da União, em regra, são os seguintes: a) imposto 
sobre importação de produtos estrangeiros (II); b) imposto sobre 
exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados 
(IE); c) imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR); 
d) imposto sobre produtos industrializados (IPI); e) imposto sobre 
operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou 
valores mobiliários (IOF); f) imposto sobre propriedade territorial 
rural (ITR); g) imposto sobre grandes fortunas (IGF). 
 
(II) Existem dois outros impostos da União: a) impostos residuais; 
b) impostos extraordinários de guerra (IEG). 
 
(III) O imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II) 
incide sobre a importação de mercadoria estrangeira e tem como 
fato gerador a entrada desses produtos estrangeiros no território 
nacional (art. 19 do CTN). 
 
(IV) O imposto de importação tem como fato gerador a entrada de 
produtos estrangeiros no território nacional, sendo certo que, 
tratando-se de mercadoria despachada para consumo, 
considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro, na 
repartição aduaneira competente, da declaração apresentada 
pelo importador. 
 
(V) O valor da alíquota do II rege-se pela norma vigente à 
época da efetivação do registro da declaração apresentada, 
pelo importador, para efeito de processamento do despacho 
aduaneiro da mercadoria importada. 
 
(VI) A base de cálculo do imposto de importação (II) é: (a) 
quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada 
pela lei tributária, que é a quantidade de mercadoria; (b) quando a 
alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu 
similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em 
condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de 
entrada do produto no País. Neste caso, existe previsão normativa 
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afirmando que a base de cálculo é o valor aduaneiro do produto 
ou mercadoria definido no artigo VII (7°) do Acordo Geral sobre 
Tarifas Aduaneiras e Comércio; (c) quando se trate de produto 
apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da 
arrematação. 
 
(VII) Considera-se contribuinte do imposto sobre importação (II): 
(a) o importador ou quem a lei a ele equipara, assim considerada 
qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira 
no Território Nacional; (b) o arrematante de produtos apreendidos ou 
abandonados; (c) o destinatário de remessa postal internacional 
indicado pelo respectivo remetente; (d) o adquirente de mercadoria 
entrepostada. 
 
(VIII) O II, juntamente com o imposto sobre exportação (IE), é 
considerado pela classificação estabelecida pelo CTN como imposto 
sobre o comércio exterior. 
 
Imposto de Importação 
 
Aspecto material: Entrada do produto estrangeiro no território 
nacional. 
Aspecto temporal: Em princípio, a data do registro da declaração 
de importação submetida a despacho para consumo. 
Aspecto espacial: Território nacional, a que corresponde o território 
aduaneiro. 
Aspecto pessoal: Sujeito ativo: União; Sujeito Passivo 
(contribuinte): o importador ou quem a ele a lei equiparar. 
Aspecto quantitativo: Base de cálculo: (a) quando a alíquota for 
ad valorem, é o valor aduaneiro definido no art. 7° (VII) no Acordo 
Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT); (b) quando a alíquota for 
específica, é a quantidade de mercadoria expressa na unidade de 
medida estabelecida na legislação tributária. Alíquota: é aquela 
fixada na legislação federal. 
 
(IX) O imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos 
nacionais ou nacionalizados (IE) tem como fato gerador a saída 
destes do território nacional. 
 
(X) O IE incide sobre o produto nacional ou nacionalizado 
destinado ao exterior. Considera-se nacional o produto produzido 
no território brasileiro e nacionalizado o produto estrangeiro 
importado a título definitivo. 
 
(XI) A base de cálculo do IE é a seguinte: (a) quando a alíquota 
seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária; (b) 
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quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, 
ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda 
em condições de livre concorrência (art. 24 do CTN). Ressalta-se que 
quando a alíquota seja ad valorem, considera-se a entrega como 
efetuada no porto ou lugar da saída do produto, deduzidos os 
tributos diretamente incidentes sobre a operação de exportação e, 
nas vendas efetuadas a prazo superior aos correntes no mercado 
internacional, o custo do financiamento (art. 24, parágrafo único, do 
CTN). 
 
(XII) O contribuinte do IE é o exportador ou quem a lei a ele 
equiparar, assim considerado qualquer pessoa que promova a saída 
do produto do território nacional. 
 
(XIII) À exceção dos II, IE e do ICMS, nenhum outro imposto 
poderá incidir sobre operações relativas à energia elétrica, serviços 
de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais 
do País. 
 
Imposto de Exportação 
 
Aspecto material: à saída do território nacional para o estrangeiro 
de produtos nacionais ou nacionalizados. 
Aspecto temporal: Registro informatizado da operação de 
exportação no SISCOMEX. 
Aspecto espacial: Território nacional, que equivale ao território 
aduaneiro, para fins de tributação sobre o comércio exterior (IE e 
II). 
Aspecto pessoal: Sujeito ativo: União; Sujeito Passivo 
(contribuinte): exportador ou quem a lei a ele equiparar, assim 
considerado qualquer pessoa que promova a saída do produto do 
território nacional. 
Aspecto quantitativo: Base de cálculo: (a) quando a alíquota seja 
específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária; (b) 
quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, 
ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda 
em condições de livre concorrência. Alíquota: é a fixada na legislação 
federal (30%), que pode ser alterada pelo Poder Executivo até o 
limite de 150%. 
 
(XIV) O imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) 
tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade 
econômica ou jurídica: a) de renda, assim entendido o produto do 
capital, do trabalho ou da combinação de ambos; b) de proventos 
de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais 
não compreendidos como renda. 
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(XV) A incidência do IR independe da denominação da receita ou do 
rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da 
fonte, da origem e da forma de percepção. 
 
(XVI) No caso de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei 
estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua 
disponibilidade, para fins de incidência do IR. De tal modo, verifica-se 
que o IR pode incidir na hipótese de receita ou de rendimento 
oriundosdo exterior (território estrangeiro). 
 
(XVII) O IR pode incidir, nos termos e limites fixados em lei, sobre 
rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão, pagos pela 
previdência social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, a pessoa com idade superior a sessenta e cinco anos, cuja 
renda total seja constituída, exclusivamente, de rendimentos do 
trabalho. 
 
(XVIII) O IR será informado pelos critérios ou princípios da 
generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da 
lei. 
 
(XIX) No que tange especificadamente ao imposto de renda da 
pessoa física (IRPF), a base de cálculo é o seu rendimento bruto. 
Em relação ao imposto de renda da pessoa jurídica (IRPJ), a base 
de cálculo pode ser o lucro real ou lucro presumido, 
ordinariamente, e, excepcionalmente, o lucro arbitrado. 
 
(XX) No que se refere ao contribuinte do IR, é o titular da 
disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos 
de qualquer natureza, sem prejuízo de atribuir a lei essa 
condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores 
de renda ou dos proventos tributáveis. A lei também pode 
atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos 
tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja 
retenção e recolhimento lhe caibam. 
 
Imposto de Renda 
 
Aspecto material: aquisição da disponibilidade econômica ou 
jurídica de renda ou de proventos de qualquer natureza. 
Aspecto temporal: IPRF: em regra, no último momento do dia 31 
de Dezembro de cada ano-calendário; IPPJ: em regra, no último 
momento dos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 
de dezembro de cada ano-calendário. 
Aspecto espacial: Território nacional (renda percebida no País) ou 
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o território estrangeiro, desde que, neste último caso, a pessoa seja 
residente ou domiciliada no Brasil. 
Aspecto pessoal: Sujeito ativo: União; Sujeito Passivo 
(contribuinte): titular da disponibilidade econômica ou jurídica de 
renda ou proventos de qualquer natureza, sem prejuízo de atribuir a 
lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens 
produtores de renda ou dos proventos tributáveis. 
Aspecto quantitativo: Base de cálculo: montante, real, arbitrado 
ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. Alíquota: é a 
fixada na legislação federal. 
 
(XXI) O imposto sobre produtos industrializados (IPI) tem como fato 
gerador: (i) o seu desembaraço aduaneiro, quando de 
procedência estrangeira; (ii) a saída do produto do 
estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial (ex.: o 
comerciante), quando for de produção nacional; (iii) a sua 
arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão. 
 
(XXII) Caracteriza-se como industrialização qualquer operação 
que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a 
apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para 
consumo 
 
(XXIII) As relevantes características constitucionais do IPI são: (a) 
será seletivo, em função da essencialidade do produto; (b) será 
não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada 
operação com o montante cobrado nas anteriores; (c) não incidirá 
sobre produtos industrializados destinados ao exterior; (d) terá 
reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo 
contribuinte do imposto, na forma da lei. 
 
(XXIV) Conforme disposto no inciso II do § 3º do artigo 153 da 
Constituição Federal, observa-se o princípio da não-cumulatividade 
compensando-se o que for devido em cada operação com o montante 
cobrado nas anteriores, ante o que não se pode cogitar de direito a 
crédito quando o insumo entra na indústria considerada a alíquota 
zero. Se a desoneração total do IPI – não tributação ou 
alíquota zero – que, nas entradas, provoca, para efeitos 
quantitativos, diferença máxima entre sua condição numérico-
tributária e as alíquotas de saída, não autoriza que o contribuinte 
se credite, é evidente que, produzindo diferenças menores, a 
desoneração parcial não pode, por maior razão, gerar-lhe 
direito de crédito. 
 
(XXV) A base de cálculo do IPI é a seguinte: (a) no caso do fato 
gerador ser o desembaraço aduaneiro, quando for importação de 
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produto industrializado de procedência estrangeira, é o preço 
normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da 
importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para 
entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País acrescido 
do montante do imposto sobre a importação (II), das taxas exigidas 
para entrada do produto no País e dos encargos cambiais 
efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis. Assim, a base 
de cálculo é o valor aduaneiro + imposto de importação (II) + taxas 
+ encargos cambiais; (b) no caso da saída do estabelecimento do 
produto industrializado (fato gerador), quando o produto for nacional, 
o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria, ou na 
falta deste valor, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no 
mercado atacadista da praça do remetente; (c) na hipótese de 
arrematação do produto industrializado, quando apreendido ou 
abandonado e levado a leilão, o preço da arrematação (art. 47 do 
CTN). 
 
(XXVI) Em relação ao contribuinte do IPI, vocês devem saber o 
seguinte: (a) o importador ou quem a lei a ele equiparar; (b) o 
industrial ou quem a lei a ele equiparar; (c) o comerciante de 
produtos sujeitos ao IPI, que forneça produtos industrializados aos 
contribuintes definidos como industrial ou quem a lei a ele equiparar; 
(d) o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, 
levados a leilão. E para os efeitos do IPI, considera-se contribuinte 
autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, 
comerciante ou arrematante. 
 
Imposto sobre Produtos Industrializados 
 
Aspecto material: (a) importar produto industrializado do exterior; 
(b) promover operações com produtos industrializados. 
Aspecto temporal: (a) desembaraço aduaneiro; (b) saída do 
produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial. 
Aspecto espacial: Território nacional. 
Aspecto pessoal: Sujeito ativo: União; Sujeito Passivo 
(contribuinte): (a) o importador ou quem a lei a ele equiparar; (b) o 
industrial ou quem a lei a ele equiparar; (c) o comerciante de 
produtos sujeitos ao IPI, que os forneça aos industriais contribuintes. 
Aspecto quantitativo: Base de cálculo: (a) valor aduaneiro + 
imposto de importação + taxas + encargos cambiais; (b) valor da 
operação, ou na falta deste valor, o preço corrente da mercadoria, 
ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente. 
Alíquota: é a fixada na legislação federal, podendo o Poder Executivo 
reduzir alíquotas até zero (0) ou acrescentar até trinta (30%) de 
incidência ao percentual já fixado na lei. 
 
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(XXVII) O fato gerador do IOF é: (a) quanto às operações de 
crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante 
ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à 
disposição do interessado; (b) quanto às operações de câmbio, a 
sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de 
documento que a represente, ou sua colocação à disposição do 
interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou 
nacionalentregue ou posta à disposição por este; (c) quanto às 
operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou 
do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da 
lei aplicável; (d) quanto às operações relativas a títulos e 
valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate 
destes, na forma da lei aplicável (art. 63, do CTN). 
 
(XXVIII) Observo que a incidência do IOF sobre operações de 
crédito exclui a incidência do IOF sobre operações relativas a títulos e 
valores mobiliários, e reciprocamente, quanto à emissão, ao 
pagamento ou resgate do título representativo de uma mesma 
operação de crédito (art. 63, parágrafo único, do CTN). Deste modo, 
na hipótese de acontecer apenas uma operação (o crédito é 
representado somente por um título de crédito), não há incidência 
cumulativa do imposto sobre operações de crédito (art. 63, inc. I, do 
CTN) e do imposto sobre operações com títulos ou valores 
imobiliários (art. 63, inc. IV, do CTN), mas somente do imposto sobre 
operações de crédito. 
 
(XXIX) O IOF é o único tributo que incide sobre operações com o 
ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou 
instrumento cambial (meio de pagamento), sendo devido na 
operação de origem. A alíquota mínima será de um por cento (1%), 
assegurada a transferência do montante da arrecadação nos 
seguintes termos: (a) trinta por cento (30%) para o Estado, o Distrito 
Federal ou o Território, conforme a origem; (b) setenta por cento 
(70%) para o Município de origem. 
 
(XXX) A base de cálculo do IOF é: (i) quanto às operações de 
crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e os 
juros; (ii) quanto às operações de câmbio, o respectivo montante 
em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição; (iii) 
quanto às operações de seguro, o montante do prêmio; (iv) quanto 
às operações relativas a títulos e valores mobiliários: (a) na 
emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver; (b) na transmissão, 
o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como 
determinar a lei; (c) no pagamento ou resgate, o preço. 
 
(XXXI) O contribuinte do IOF é qualquer das partes na operação 
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tributada, como dispuser a lei. 
 
Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou 
relativas a Títulos ou Valores Mobiliários 
 
Aspecto material: operações de crédito, câmbio, seguro, relativas 
a títulos ou valores mobiliários e ouro, na condição de ativo 
financeiro ou instrumento cambial. 
Aspecto temporal: (a) operação de crédito: momento da entrega 
do valor ou colocação à disposição do interessado; (b) operação de 
câmbio: momento da liquidação da operação de câmbio; (c) 
operação de seguro: momento da emissão da apólice ou do 
documento equivalente, ou do recebimento do prêmio; (d) operação 
relativa a títulos e valores mobiliários: momento da emissão, 
transmissão, pagamento ou resgate; (e) operação com o ouro, ativo 
financeiro ou instrumento cambial: data da primeira aquisição ou no 
momento do desembaraço aduaneiro. 
Aspecto espacial: Território nacional. 
Aspecto pessoal: Sujeito ativo: União; Sujeito Passivo 
(contribuinte): qualquer das partes na operação tributada. 
Aspecto quantitativo: Base de cálculo: (a) operação de crédito: o 
montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros; (b) 
operação de câmbio: o respectivo montante em moeda nacional, 
recebido, entregue ou posto à disposição; (c) operação de seguro: o 
montante do prêmio; (d) operação relativa a títulos e valores 
mobiliários: (i) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver; 
(ii) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da 
cotação em Bolsa, como determinar a lei; (iii) no pagamento ou 
resgate, o preço; (e) operação com o ouro, ativo financeiro ou 
instrumento cambial: (i) o preço de aquisição do ouro, desde que 
dentro dos limites de variação da cotação vigente no mercado 
doméstico, no dia da operação; (ii) tratando-se de ouro físico, 
oriundo do exterior, o preço de aquisição, em moeda nacional, será 
determinado com base no valor de mercado doméstico na data do 
desembaraço aduaneiro. Alíquota: é a fixada na legislação federal, 
podendo o Poder Executivo alterá-la, nos termos e condições da lei. 
 
(XXXII) O imposto sobre propriedade territorial rural (ITR) será 
obrigatoriamente progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma 
a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas. O ITR 
não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando 
as explore o proprietário que não possua outro imóvel. O ITR poderá 
ser fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na 
forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer 
outra forma de renúncia fiscal. 
 
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(XXXIII) O fato gerador do ITR é a propriedade, o domínio útil ou 
a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localizado 
fora da zona urbana do Município. No que concerne à base do 
cálculo do ITR, é o valor fundiário. O contribuinte do ITR é o 
proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu 
possuidor a qualquer título 
 
(XXXIV) Com efeito, a Constituição dispõe que pertence ao Município 
a totalidade (100%) do valor arrecadado com o ITR na hipótese de 
optar por fiscalizar e cobrar este tributo. Caso não faça esta opção, 
cabe ao Município 50% do montante arrecadado com o ITR (art. 158, 
II). 
 
Imposto sobre Propriedade Territorial Rural 
 
Aspecto material: propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel 
por natureza, como definido na lei civil. 
Aspecto temporal: 1° de janeiro de cada exercício. 
Aspecto espacial: território nacional seja a área rural ou 
urbana, quando imóvel, comprovadamente, seja utilizado em 
exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agro-industrial. 
Aspecto pessoal: Sujeito ativo: em regra, a União, podendo 
também ser o DF e os Municípios; Sujeito Passivo (contribuinte): 
proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu 
possuidor a qualquer título. 
Aspecto quantitativo: Base de cálculo: valor fundiário; Alíquota: é 
a fixada na legislação federal, de acordo com o grau de utilização do 
imóvel. 
 
(XXXV) Compete à União instituir imposto sobre grandes fortunas, 
nos termos de lei complementar. 
 
(XXXVI) A União poderá instituir, mediante lei complementar, 
impostos residuais, desde que sejam não-cumulativos e não 
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos 
discriminados na Constituição. 
 
(XXXVIII) A União poderá instituir na iminência ou no caso de 
guerra externa, impostos extraordinários (IEG), compreendidos 
ou não em sua competência tributária, os quais serão 
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. Com 
efeito, na iminência ou no caso de guerra externa, a União tem certa 
liberdade para estabelecer o fato gerador do IEG, inclusive podendo 
optar pelos fatos geradores de competência do Distrito Federal, dos 
Estados e dos Municípios. Consequentemente, neste caso específico, 
a União pode até criar um IPVA federal ou um ISS federal. Observo 
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que a doutrina afirma que este é único caso de bitributação permitido 
pela CF/88, sendo aceito que a União tribute sobre o mesmo fato 
gerador ousobre a mesma base de cálculo dos impostos de 
competência dos outros entes federativos. 
 
(XXXIX) Só para fixar: a bitributação acontece quando dois ou 
mais entes federativos (União, Estados-membros, DF e 
Municípios) tributam sobre o mesmo fato gerador ou sobre a mesma 
base de cálculo. Na bitributação, em regra, existe invasão de 
competência por determinado ente federativo, pois um ente 
federativo está desobedecendo à competência fixada para outro ente 
federativo. Exemplo de bitributação não permitido é o seguinte: 
determinado Estado-membro instituiu um adicional de IPTU, 
mediante lei estadual sobre o valor venal de imóvel urbano. Isto é, 
o Estado-membro invadiu a competência do Município com a criação 
de novo imposto incidente sobre base de cálculo de tributo do 
Município (IPTU). 
 
2. RESUMO DOS IMPOSTOS ESTADUAIS 
 
(I) Os impostos de competência dos Estados e do Distrito Federal 
fixadas pela CF/88 são as seguintes: (a) impostos sobre transmissão 
causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD); (b) 
imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA); (c) 
impostos sobre operações relativas à circulação de mercadorias e 
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação (ICMS). 
 
Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de 
quaisquer bens ou direitos (ITCMD) 
Aspecto material: em regra, a transmissão de quaisquer bens ou 
direitos em face da morte ou a doação em vida de quaisquer bens ou 
direitos. 
Aspecto temporal: momento da transmissão do bem ou direito; 
(a) imposto sobre herança: data da morte; (b) imposto sobre 
doação: (i) bens móveis, com a tradição; e (ii) bens imóveis, com 
o registro do título aquisitivo no Registro de Imóveis . 
Aspecto espacial: território do Estado ou do Distrito Federal, 
obedecendo-se as seguintes regras: (a) relativamente a bens 
imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do 
bem, ou ao Distrito Federal; (b) relativamente a bens móveis, títulos 
e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou 
arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal 
Aspecto pessoal: Sujeito ativo: Estado ou DF; Sujeito Passivo 
(contribuinte): proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, 
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ou o seu possuidor a qualquer título. 
Aspecto quantitativo: Base de cálculo: em regra, o valor venal dos 
bens ou direitos transmitidos; Alíquota: é a fixada na legislação 
estadual ou distrital, com limite máximo de 8%. 
 
(II) Na Constituição de 1967/69, as transmissões de imóveis (inter 
vivos ou causa mortis) sujeitavam-se a um único imposto estadual, 
denominado de ITBI. Na atual CF/88, atribuiu-se competência 
estadual para o imposto sobre transmissão causa mortis e doação de 
quaisquer bens ou direitos (art. 155, I) e competência municipal para 
o imposto sobre transmissão onerosa por ato entre vivos de bens 
imóveis (art. 156, II), criando-se dois impostos diversos. 
 
(III) O imposto sobre transmissão causa mortis e doação de 
quaisquer bens ou direitos é denominado por várias siglas pelas 
legislações estaduais (ITCMD, ITCD, ICD, IHD), abrangendo no seu 
campo de incidência quaisquer bens ou direitos ocorridos por motivo 
de morte, bem como doação. 
 
(IV) A CF/88 regula o ITCMD no art. 155, I, §1°, I a IV, 
estabelecendo o seguinte: (i) relativamente a bens imóveis e 
respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao 
Distrito Federal; (ii) relativamente a bens móveis, títulos e créditos, 
compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, 
ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal; (iii) terá a 
competência para sua instituição regulada por lei complementar: a) 
se o doador tiver domicílio ou residência no exterior; b) se o de cujus 
possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário 
processado no exterior; (iv) terá suas alíquotas máximas fixadas 
pelo Senado Federal. 
 
(V) O ITCMD incide sobre a transmissão “não onerosa” de qualquer 
bem ou direito: (i) havido por sucessão legítima ou testamentária, 
inclusive sucessão provisória; (ii) por doação. Assim, compreende-se 
no item (i) a transmissão de bem ou direito por qualquer título 
sucessório, ou seja, incide sobre o benefício econômico deixado aos 
herdeiros. No caso, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos 
sejam os herdeiros ou legatários. Relativamente ao item (ii) aplicam-
se os conceitos de direito privado, tendo o Código Civil (art. 538) 
estabelecido como doação “o contrato em que uma pessoa, por 
liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o 
de outra”. Deste modo, é imprescindível que ocorra a mudança 
jurídica de titularidade, com espírito de liberalidade, e efetivo animus 
donandi, mediante o empobrecimento do doador, e o enriquecimento 
patrimonial do donatário. 
 
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(VI) Em regra, o ITCMD não incide sobre: (i) a renúncia à herança 
ou ao legado, desde que seja feita sem ressalva ou condição, em 
benefício do monte; (ii) os honorários do advogado contratado pelo 
inventariante, com homologação do juiz; (iii) o capital segurado pago 
aos beneficiários, no caso de seguro de vida ou acidentes pessoais 
para o caso de morte, inclusive quando se tratar de seguro 
prestamista. 
 
(VII) A respeito do fato gerador do ITCMD, há de se salientar as 
seguintes súmulas do STF, ainda válidas, e também decisões do STJ: 
"Sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante, com 
a homologação do juiz, não incide o Imposto de Transmissão Causa 
Mortis." (Súmula 115 do STF); “É legítima a incidência do imposto de 
transmissão causa mortis no inventário por morte presumida.” 
(Súmula 331 do STF); “Na separação judicial, a legalização dos bens 
da meação não está sujeita a tributação. Em havendo a entrega a um 
dos cônjuges de bens de valores superiores à meação, sem indícios 
de compensação pecuniária, entende-se que ocorreu doação, 
passando a incidir, sobre o que ultrapassar a meação, o Imposto de 
Transmissão por Doação, de competência dos Estados (art. 155, I, da 
CF)” (REsp 723587/RJ). 
 
(VIII) No ITCMD, considera-se ocorrido o fato gerador: (i) nas 
transmissões causa mortis, na data da abertura da sucessão legítima 
ou testamentária, mesmo no caso de sucessão provisória ou 
decorrente de morte presumida; (ii) nas transmissões por doação, 
na data em que ocorrer o fato ou formalização do ato ou negócio 
jurídico. 
 
(IX) A jurisprudência assim dispõe sobre o critério temporal do 
ITCMD: "O Imposto de Transmissão Causa Mortis não é exigível antes 
da homologação do cálculo." (SÚM. 114); “O fato gerador do imposto 
causa mortis se dá com a transmissão da propriedade, que, no direito 
pátrio, coincide com a morte, por força do direito de sucessão (art. 
1.572 do CC/1916)” (REsp 752808/RJ); “O fato gerador do imposto 
causa mortis dá-se com a transmissão da propriedade ou de 
quaisquer bens e direitos e ocorre no momento do óbito. Aplicação da 
lei vigente à época da sucessão”. (AgRg no Ag 721031/SP) 
 
(X) Devemos conhecer também os seguintes entendimentos 
jurisprudenciais: “O Imposto de Transmissão Causa Mortis é devido 
pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão”. (Súmula 
112 do STF); "O Imposto de Transmissão Causa Mortis é calculado 
sobre o valor dos bens na data da avaliação." (Súmula 113 do STF); 
"Calcula-se o Imposto de Transmissão Causa Mortis sobre o saldo 
credor da promessade compra e venda de imóvel, no momento da 
abertura da sucessão do promitente comprador” (Súmula 590 do 
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STF); “Tratando-se de tributo de competência estadual (art. 155, 
inciso I, alínea "a"), nada obsta que lei estadual, em relação ao 
imposto sobre transmissão causa mortis e doação, defina base de 
cálculo menor do que a prevista em lei complementar federal, não 
havendo, portanto, por que falar em violação do art. 38 do CTN”. 
(REsp 343578/SP); "Não se coaduna com o sistema constitucional 
norma reveladora de automaticidade quanto à alíquota do imposto de 
transmissão causa mortis, a evidenciar a correspondência com o 
limite máximo fixado em resolução do Senado Federal." (RE 213.266) 
 
Imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA) 
Aspecto material: é a propriedade de veículo automotor. 
Aspecto temporal: (i) na data da aquisição, em relação a veículos 
nacionais novos; (ii) na data do desembaraço aduaneiro, em relação 
a veículos importados; (iii) no dia 1° de janeiro de cada ano, em 
relação a veículos adquiridos ou desembaraçados em anos 
anteriores. 
Aspecto espacial: é o local (Estado ou DF) onde o veículo 
automotor deve ser registrado. 
Aspecto pessoal: Sujeito ativo: Estado ou DF; Sujeito Passivo 
(contribuinte): proprietário do veículo automotor. 
Aspecto quantitativo: Base de cálculo: valor de mercado do 
veículo; Alíquota: é a fixada na legislação estadual ou distrital, 
obedecendo à alíquota mínima fixada por Resolução do Senado 
Federal. 
 
(XI) O art. 155, III, e §6°, da Constituição Federal de 1988 
estabelece que o IPVA terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado 
Federal e poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e 
utilização. 
 
(XII) O IPVA tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou 
a posse legítima do veículo automotor. O STF já assentou que o IPVA 
não deve incidir sobre embarcações e aeronaves, mas somente sobre 
a propriedade de veículo automotor de circulação terrestre (RE 
379572/RJ). 
 
(XIII) O IPVA é devido no local onde o veículo é registrado, 
licenciado, inscrito ou matriculado, perante as autoridades de trânsito 
(automóveis - DETRAN). Conforme entendimento doutrinário, quando 
o contribuinte está desobrigado das referidas formalidades, o IPVA 
será devido no local do domicílio de seu proprietário. 
 
(XIV) A base cálculo do IPVA é o valor venal do veículo, ou seja, o 
valor de mercado do bem em uma venda à vista em condições 
normais. 
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(XV) No que diz respeito às alíquotas do IPVA, é estabelecida em lei 
ordinária, que normalmente fixa percentuais distintos, tendo em vista 
a diversidade dos veículos. As alíquotas do IPVA podem ser 
diferenciadas em função do tipo do veículo (caminhonetes, 
motocicletas, tratores, tipo de combustível) e sua utilização (taxi, 
ônibus de transporte público, carros de passeio). E o IPVA terá 
alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal. 
 
(XVI) Por sua vez, a jurisprudência vem rejeitando a tributação 
diferenciada em razão da origem dos veículos. Ressalta-se recente 
decisão do STF: “Não se admite a alíquota diferenciada de IPVA 
para veículos importados e os de procedência nacional. O 
tratamento desigual significaria uma nova tributação pelo fato 
gerador da importação” (RE-AgR 367785/RJ) 
 
(XVII) O sujeito ativo do IPVA é o Estado, ou DF, onde o veículo está 
registrado perante a autoridade de trânsito competente, inclusive no 
tocante à fixação de sanção no caso de não-pagamento do imposto, 
consistente na impossibilidade de renovação da licença de trânsito. 
Quanto ao sujeito passivo, contribuinte é o proprietário, podendo ser 
responsáveis tributários: (a) o adquirente, em relação ao veículo 
adquirido sem o pagamento do IPVA do exercício ou dos exercícios 
anteriores; (b) o proprietário do veículo, que o alienar e não 
comunicar a ocorrência ao órgão público encarregado do registro e 
licenciamento, sem a prova de pagamento do IPVA ou do 
reconhecimento de isenção ou imunidade; (c) o titular do domínio 
e/ou possuidor legítimo a qualquer título. 
 
Imposto sobre operações relativas à circulação de 
mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) 
Aspecto material: (ainda que as operações e as prestações se 
iniciem no exterior) (i) Operações relativas à circulação de 
mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em 
bares, restaurantes e estabelecimentos similares; (ii) Prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer 
via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; (iii) Prestações 
onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a 
geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a 
repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza; (iv) 
Fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não 
compreendidos na competência tributária dos Municípios; (v) 
Fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao 
imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a LC 
116/03 o sujeitar à incidência do ICMS; (vi) A entrada de 
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mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou 
jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, 
qualquer que seja a sua finalidade; (vii) A entrada, no território do 
Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes e 
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, 
quando não destinados à comercialização ou à industrialização, 
decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao 
Estado onde estiver localizado o adquirente.. 
Aspecto temporal: momento: (i) da saída de mercadoria de 
estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro 
estabelecimento do mesmo titular; (ii) do fornecimento de 
alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer 
estabelecimento; (iii) da transmissão a terceiro de mercadoria 
depositada em armazém geral ou em depósito fechado, no Estado do 
transmitente; (iv) da transmissão de propriedade de mercadoria, ou 
de título que a represente, quando a mercadoria não tiver transitado 
pelo estabelecimento transmitente; (v) do início da prestação de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal, de qualquer 
natureza; (vi) do ato final do transporte iniciado no exterior; (vii) 
das prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por 
qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a 
transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de 
comunicação de qualquer natureza; (viii) do fornecimento de 
mercadoria com prestação de serviços: (a) não compreendidos na 
competência tributária dos Municípios; (b) compreendidos na 
competência tributária dos Municípios e com indicação expressa de 
incidência do ICMS, como definido na LC 116/03; (ix) do 
desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do 
exterior; (x) do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado 
no exterior; (xi) da aquisição em licitação pública de mercadorias ou 
bens importados do exterior e apreendidos ou abandonados; (xii) da 
entrada no território do Estado de lubrificantes e combustíveis 
líquidos e gasosos derivados de petróleo e energiaelétrica oriundos 
de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à 
industrialização; (xiii) da utilização, por contribuinte, de serviço cuja 
prestação se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculada a 
operação ou prestação subseqüente. 
Aspecto espacial: território do Estado ou do Distrito Federal em 
que ocorre a operação de circulação de mercadoria ou a prestação do 
serviço. 
Aspecto pessoal: Sujeito ativo: Estado ou DF; Sujeito Passivo 
(contribuinte): qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com 
habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, 
operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda 
que as operações e as prestações se iniciem no exterior; e também a 
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pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade ou intuito 
comercial: (i) importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer 
que seja a sua finalidade; (ii) seja destinatária de serviço prestado 
no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; (iii) 
adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou 
abandonados; (iv) adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e 
gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro 
Estado, quando não destinados à comercialização ou à 
industrialização. 
Aspecto quantitativo: Base de cálculo: (i) na saída de 
mercadoria de estabelecimento de contribuinte; na transmissão a 
terceiro de mercadoria depositada em armazém geral ou em 
depósito fechado, no Estado do transmitente; na transmissão de 
propriedade de mercadoria, ou de título que a represente, quando a 
mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente: o 
valor da operação; (ii) no fornecimento de alimentação, bebidas e 
outras mercadorias por qualquer estabelecimento: o valor da 
operação, compreendendo mercadoria e serviço; (iii) na prestação 
de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação: o preço do serviço; (iv) do fornecimento de 
mercadoria com prestação de serviços: (a) o valor da operação, 
na hipótese de prestação de serviços não compreendidos na 
competência tributária dos Municípios; (b) o preço corrente da 
mercadoria fornecida ou empregada, na hipótese de prestação de 
serviços compreendidos na competência tributária dos Municípios; 
(v) na hipótese do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens 
importados do exterior: o valor da mercadoria ou bem constante dos 
documentos de importação + II + IPI + IOF + quaisquer outros 
impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras; (vi) na 
hipótese do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no 
exterior: o valor da prestação do serviço, acrescido, se for o caso, 
de todos os encargos relacionados com a sua utilização; (vii) no 
caso da aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens 
importados do exterior e apreendidos ou abandonados: o valor da 
operação acrescido do valor do II, do IPI e de todas as despesas 
cobradas ou debitadas ao adquirente; (viii) na hipótese da entrada 
no território do Estado de lubrificantes e combustíveis líquidos e 
gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro 
Estado, quando não destinados à comercialização ou à 
industrialização: o valor da operação de que decorrer a entrada; 
(ix) na hipótese da utilização, por contribuinte, de serviço cuja 
prestação se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculada a 
operação ou prestação subsequente: o valor da prestação no 
Estado de origem; Alíquota: é a fixada na legislação estadual ou 
distrital, de acordo com as resoluções do Senado Federal. 
 
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(XVIII) Além da legislação estadual e distrital, aplica-se ao ICMS 
especificadamente (i) o art. 155, II, §2° a 5°, da CF/88; (ii) a Lei 
Complementar 87/96, que estabelece as normas gerias do ICMS; 
(iii) a Lei Complementar n° 24/75, que trata dos convênios 
interestaduais do ICMS; (iv) a Resolução 22/89 do Senado Federal, 
dispondo sobre a alíquota do ICMS, nas operações e prestações 
interestaduais; (v) a Resolução 95/96 do Senado Federal, 
estabelecendo a alíquota de 4% (quatro por cento) na prestação de 
transporte aéreo interestadual de passageiro, carga e mala postal. 
 
(XIX) O ICMS é classificado pela doutrina predominante como 
imposto estadual, fiscal (função arrecadatória), indireto (quem paga é 
o contribuinte de fato), real (estabelecido em função da matéria 
tributada, pouco importando a pessoa do sujeito passivo), 
proporcional (alíquota não varia em razão do valor da base de 
cálculo), plurifásico (incide sobre todas as etapas de circulação de 
riqueza), não cumulativo (compensação do imposto pago nas 
operações/prestações anteriores) e neutro (não distorce a formação 
dos preços das mercadorias, isto é, não produz efeitos econômicos 
paralelos). Porém, a classificação acima é relativizada por parte da 
doutrina, afirmando estes que o ICMS também pode ser considerado 
extrafiscal (ex.: atração de empresas mediante incentivos fiscais) e a 
sua neutralidade impositiva é marcadamente teórica.Por outro lado, 
lembramos que o texto constitucional dispõe sobre a possibilidade 
(faculdade) do ICMS ser seletivo, em função da essencialidade das 
mercadorias ou dos serviços tributados. 
 
(XX) O ICMS incide sobre (art. 2° e §1°, da LC 87/96): (i) 
operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o 
fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e 
estabelecimentos similares; (ii) prestações de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, 
mercadorias ou valores; (iii) prestações onerosas de serviços de 
comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a 
recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação 
de comunicação de qualquer natureza; (iv) fornecimento de 
mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na 
competência tributária dos Municípios; (v) fornecimento de 
mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre 
serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar 
aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual; 
(vi) sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, 
por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual 
do imposto, qualquer que seja a sua finalidade; (vii) sobre o serviço 
prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; 
(viii) sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de 
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petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele 
derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à 
comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações 
interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o 
adquirente. 
 
(XXI) Por outro lado, o ICMS não incide sobre (art. 3° e parágrafo 
único da LC 87/96): (i) operações com livros, jornais, periódicos e o 
papel destinado a sua impressão (imunidade tributária cultural); (ii) 
operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, 
inclusive produtos primários e produtos industrializados semi-
elaborados, ou serviços; (iii) operações interestaduais relativasa 
energia elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis 
líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à 
industrialização ou à comercialização; (iv) operações com ouro, 
quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial; 
(v) operações relativas a mercadorias que tenham sido ou que se 
destinem a ser utilizadas na prestação, pelo próprio autor da saída, 
de serviço de qualquer natureza definido em lei complementar como 
sujeito ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, 
ressalvadas as hipóteses previstas na mesma lei complementar; (vi) 
operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de 
propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra 
espécie; (vii) operações decorrentes de alienação fiduciária em 
garantia, inclusive a operação efetuada pelo credor em decorrência 
do inadimplemento do devedor; (viii) operações de arrendamento 
mercantil, não compreendida a venda do bem arrendado ao 
arrendatário; (ix) operações de qualquer natureza de que decorra a 
transferência de bens móveis salvados de sinistro para companhias 
seguradoras. 
 
(XXII) A operação relativa a circulação de mercadorias é um dos 
fatos geradores do ICMS. A circulação é a mudança de titularidade 
jurídica do bem, isto é, não há circulação sem a transferência de 
propriedade da mercadoria (circulação jurídica). Assim, a simples 
saída física da mercadoria não dá causa ao ICMS. Por conseguinte, a 
súmula 166 do STJ diz que “não constitui fato gerador do ICMS o 
simples deslocamento de mercadoria de um para outro 
estabelecimento do mesmo contribuinte”. Neste sentido, a 
jurisprudência compreende que o mesmo entendimento se aplica as 
transferências realizadas dentro do Estado e entre Estados diversos. 
Sobre o tema, destacamos a seguinte decisão: “O STF fixou 
entendimento no sentido de que o simples deslocamento da 
mercadoria de um estabelecimento para outro da mesma empresa, 
sem a transferência de propriedade, não caracteriza a hipótese de 
incidência do ICMS” (RE 596.983-AgR, DJE de 29-5-09). 
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(XXIII) Nesse contexto, entende-se que a “circulação” exige a 
transferência da titularidade do bem, no âmbito das operações 
mercantis, ou seja, o deslocamento da mercadoria deve ser ato de 
mercancia. Decerto, também não constitui “fato gerador do imposto 
de circulação de mercadorias a saída física de máquinas, utensílios e 
implementos a título de comodato (empréstimo).” (súmula 573 do 
STF). 
 
(XXIV) Ainda sobre a circulação de mercadoria, o STJ cancelou a 
súmula 152 que previa a incidência do ICMS na venda pelo segurador 
de bens salvados de sinistros, por estar prevista no contrato de 
seguro, não podendo, por conseguinte, ser objeto de tributação por 
lei estadual. Isto é, não incide ICMS na operação de venda pelo 
segurador de bens salvados de sinistros, segundo entendimento atual 
do STJ e também do STF. 
 
(XXV) Nesse rumo, a mercadoria, para fins de incidência do ICMS, 
é bem ou coisa móvel corpórea ou incorpórea sujeito à mercancia, 
isto é, tem por finalidade a sua distribuição para consumo. Assim 
sendo, recentemente o STF decidiu pela impossibilidade da cobrança 
de ICMS incidente sobre o fornecimento de água potável encanada, 
eis que se trata de serviço público essencial e não mercadoria (AI 
682.565-AgR, DJE de 7-8-09). Por sua vez, a água mineral e a água 
oxigenada vendidas a consumidor final, qualificam-se como 
mercadorias, incidindo ICMS. Também decidiu o STF que na 
incorporação de uma sociedade por outra inexiste circulação de 
mercadorias. Portanto, não incide ICMS na hipótese de incorporação 
de uma sociedade por outra (RE 208.932-ED-AgR, DJE de 17-4-09). 
É igualmente indevida a cobrança do ICMS na hipótese de venda 
eventual e esporádica de bem móvel integrante do ativo fixo da 
pessoa jurídica, pois o bem alienado nessas condições não é 
mercadoria e a operação não configura circulação de mercadoria, que 
requer habitualidade (RE 203.940/SP). Compreende-se que a venda 
esporádica de bens de ativo fixo da pessoa jurídica não se enquadram 
no conceito de mercadoria, uma vez que não são bens 
comercializados habitualmente. Noutro ponto, não incide ICMS sobre 
o simples depósito, guarda e conservação de mercadorias, em 
armazéns gerais, pois o fato gerador do ICMS exige circulação de 
mercadoria. 
 
(XXVI) Com o advento da CF/88, ficou superado o entendimento de 
que a energia elétrica (coisa incorpórea) não é mercadoria para fins 
de incidência do ICMS, pois incide ICMS sobre energia elétrica, exceto 
sobre operações que destinem a outros Estados a energia elétrica 
(operações interestaduais – art. 155, §2°, X, “b”). 
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(XXVII) Na distinção entre circulação de mercadoria e prestação de 
serviço temos importantes situações que, normalmente, acarretam 
grandes polêmicas entre a competência tributária estadual (incidência 
do ICMS) e a municipal (incidência do ISS). Assim sendo, a doutrina 
classifica a operação de circulação de mercadoria (ICMS) como uma 
obrigação de “dar” (atividade-fim), diferentemente da obrigação de 
“fazer” (atividade-meio), que, diz respeito à prestação de uma 
utilidade ou comodidade à terceiro, de modo personalizado, gerando 
a possibilidade de incidência do ISS. 
 
(XXVIII) Neste sentido, por exemplo, o STF decidiu que na 
confecção de rótulos e etiquetas sob encomenda incide apenas de 
ISS, e não ICMS. (AI 533.202-AgR, DJE de 21-11-08). 
 
(XXIX) Em relação aos programas de computador (software), o STF 
distinguiu o software de prateleira e o software sob encomenda, 
decidindo que não há incidência do ICMS sobre o software sob 
encomenda. O STF compreendeu que o software sob encomenda é 
desenvolvido para atender necessidades pessoais, sendo 
personalizado conforme as exigências do adquirente. Diante disso, 
entendeu que apenas pode ser alcançado pela incidência do ISS. Já o 
software de prateleira é o programa-padrão comercializado em média 
e grande escala pelos estabelecimentos empresariais, sem qualquer 
personalização às necessidades individuais dos adquirentes, devendo 
incidir o ICMS, segundo o STF. Aqui o argumento de que o software 
de prateleira é bem incorpóreo e, por conseguinte, não incide o ICMS 
também é improcedente, pois a CF/88 não fixou que a incidência do 
ICMS se restringe somente aos bens corpóreos, visto que o 
fornecimento de energia elétrica é bem incorpóreo e nem por isso tal 
fato jurídico deixa de se submeter ao âmbito constitucional de 
incidência do ICMS. Ademais, doutrinadores de renome já há muito 
tempo afirmam que os bens quando objeto de atividade comercial, 
isto é, quando objeto de troca de “circulação econômica”, tomam a 
nomenclatura de mercadoria. Em resumo, na comercialização de 
software produzido em média e larga escala incide ICMS e em 
programas personalizados, feitos sob encomenda, poderá incidir o 
ISS. 
 
(XXX) Na circulação de mercadorias cumulada com a prestação de 
serviços também há grande controvérsia a respeito da incidência do 
ICMS ou ISS. Em síntese, o ICMS incide sobre: (a) operações 
relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de 
alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos 
similares (art. 2°, inc. I, da LC 87/96); (b) fornecimento de 
mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na 
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competência tributária dos Municípios (art. 2°, inc. IV, da LC 87/96); 
(c) fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos 
ao ISSQN, quando a LC 116/03 o sujeitar à incidência do imposto 
estadual (art. 2°, inc. V, da LC 87/96). 
 
(XXXI) Nesse rumo, destacamos algumas decisões já predominantes 
do STJ e do STF, que servem sobremaneira para a compreensão da 
hipótese de incidência do ICMS, a saber: “Sem lei estadual que a 
estabeleça, é ilegítima a cobrança do imposto de circulação de 
mercadorias sobre o fornecimento de alimentação e bebidas em 
restaurante ou estabelecimento similar.” (Súmula 574 do STF); “O 
ISS incide na operação de arrendamento mercantil de coisas móveis.” 
(Súmula 138 do STJ); “A prestação de serviço de composição 
gráfica, personalizada e sob encomenda, ainda que envolva 
fornecimento de mercadorias, esta sujeita, apenas, ao ISS.” (Súmula 
156 do STJ); “O fornecimento de mercadorias com a simultânea 
prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos 
similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total 
da operação.” (Súmula 163 do STJ); “O fornecimento de concreto, 
por empreitada, para construção civil, preparado no trajeto ate a 
obra em betoneiras acopladas a caminhões, e prestação de serviço, 
sujeitando-se apenas a incidência do ISS.” (Súmula 167 do STJ); 
“O ISS incide sobre o valor dos serviços de assistência médica, 
incluindo-se neles as refeições, os medicamentos e as diárias 
hospitalares” (Súmula 274 do STJ) 
 
(XXXII) A esse propósito, é digno de consideração novamente que 
ressalvadas as exceções expressas na lista anexa da LC 116/03, os 
serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao ICMS, ainda que sua 
prestação envolva fornecimento de mercadorias (art. 1°, §2°, da LC 
116/2003). Assim, deve-se tomar nota dos seguintes itens da lista 
anexa da LC 116/03, a saber: 7.02 – Execução, por administração, 
empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, 
hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive 
sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação, 
terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e 
montagem de produtos, peças e equipamentos (“exceto o 
fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços 
fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao 
ICMS”). 7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, 
estradas, pontes, portos e congêneres (“exceto o fornecimento de 
mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da 
prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS”). 14.01 – 
Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, conserto, 
restauração, blindagem, manutenção e conservação de máquinas, 
veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou de 
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qualquer objeto (“exceto peças e partes empregadas, que ficam 
sujeitas ao ICMS”). 14.03 – Recondicionamento de motores 
(“exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS”). 
17.11 – Organização de festas e recepções; bufê (“exceto o 
fornecimento de alimentação e bebidas, que fica sujeito ao ICMS”). 
 
(XXXIII) O aplicador do direito deve ficar atento as chamadas 
atividades simultâneas ou complementares. É a hipótese, por 
exemplo, de a empresa que tem por objeto básico atividades 
comerciais, e que, normalmente, se sujeita ao ICMS na venda de 
máquinas (mercadorias), contudo, ao realizar os serviços de concerto 
das mercadorias, sujeitam-se ao ISS. O mesmo ocorre com a 
concessionária de veículos que se sujeita ao ICMS nas operações 
mercantis; todavia, fica obrigada ao ISSQN em eventual serviço de 
borracharia. 
 
(XXXIV) A prestação de serviços de transporte interestadual (entre 
Estados) e intermunicipal (entre Municípios) de pessoas, bens, 
mercadorias ou valores, ainda que a prestação se inicie no exterior, é 
fato gerador do ICMS. A prestação de serviços de transporte 
intramunicipal, ou seja, dentro do próprio Município, é hipótese de 
incidência do ISS disposta no item 16 da Lista de serviços anexa a LC 
116/03. 
 
(XXXV) Destacamos que o ICMS não deve incidir quando o 
transporte é realizado em proveito do próprio contribuinte (carga 
própria), isto é, não há juridicamente prestação de serviço a si 
próprio, uma vez que a prestação de serviços pressupõe pelo menos 
duas pessoas. A prestação de serviços é a outrem e não a si 
próprio.Por outro lado, salientamos que art. 2°, inc. II, da LC 87/96, 
estabelece explicitamente como hipótese de incidência do ICMS as 
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, 
por qualquer via, isto é, transporte rodoviário, ferroviário, lacustre, 
marítimo e aéreo. 
 
(XXXVI) Conforme a LC 87/96, incide ICMS sobre as “prestações 
onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a 
geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a 
repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza” (art. 
2°, III). Isto quer dizer que incide ICMS sobre a prestação de 
serviços de comunicação interestadual, intermunicipal ou 
intramunicipal, ainda que as prestações se iniciem no exterior, pois o 
inc. II, do art. 155, da CF/88, não restringe o campo de incidência 
territorial do ICMS sobre prestação de serviços de comunicação. 
Ressaltamos que o inc. X, do §2°, do art. 155 da CF/88 estabelece 
hipótese de imunidade tributária em relação a incidência do ICMS nas 
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prestações de serviço de comunicação nas modalidades de 
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita. 
Ou seja, não incidirá ICMS neste tipo de prestação de serviço. 
 
(XXXVII) Por sua vez, o ICMS não incide no serviço dos provedores 
de acesso à Internet (súmula 334 do STJ). O ICMS também não 
incide sobre o serviço de habilitação de telefone celular (súmula 350 
do STJ). Segundo o STJ, também não há incidência do ICMS sobre o 
serviço de instalação de linha telefônica fixa, pois o ICMS apenas 
pode incidir sobre os “serviços de comunicação propriamente ditos, 
no momento em que são prestados, ou seja, apenas pode incidir 
sobre a atividade-fim, que é o serviço de comunicação, e não sobre a 
atividade-meio ou intermediária, que é, por exemplo, a habilitação, a 
instalação, a disponibilidade, a assinatura, o cadastro de usuário e de 
equipamento, entre outros serviços. Isso porque, nesse caso, o 
serviço é considerado preparatório para a consumação do ato de 
comunicação”. 
 
(XXXVIII) Não incide ICMS nas operações de importação de 
aeronaves realizadas por meio de arrendamento mercantil e incide 
ICMS na importação de equipamento destinado ao ativo fixo de 
empresa, 
 
(XXXIX) A CF/88 dispõe no art. 155, XII, “h”, que cabe a lei 
complementar definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o 
ICMS incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade. 
Nesta hipótese, segundo a citada regra constitucional, não incidirá 
ICMS sobre operações que destinem a outros Estados (operações 
interestaduais) petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos 
e gasosos dele derivados, e energia elétrica. 
 
(XL) Por sua vez, o §3°, do art. 155, da CF/88, dispõe que à exceção 
do ICMS, do imposto de importação (II) e do imposto de exportação 
(IE), nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas 
à energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de 
petróleo, combustíveis e mineraisdo País. 
 
(XLI) Lembramos a súmula 659 do STF: "É legítima a cobrança da 
COFINS, do PIS e do FINSOCIAL sobre as operações relativas a 
energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, 
combustíveis e minerais do País." Logo, poderá incidir ICMS sobre 
operações relativas a energia elétrica, derivados de petróleo, 
lubrificantes, combustíveis e minerais. 
 
(XLII) Fundamentado nos dispositivos constitucionais, o inc. III, do 
§1°, do art. 2° a LC 87/96, estabelece que incide ICMS sobre a 
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entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive 
lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de 
energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à 
industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o 
imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente. No mesmo 
sentido, o inc. III, do art. 3°, da LC 87/96, estabelece que não 
incide ICMS sobre operações interestaduais relativas a energia 
elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e 
gasosos dele derivados, quando destinados à industrialização ou à 
comercialização. Assim, no caso, podemos dividir em três as 
incidências do ICMS: (a) ICMS sobre energia elétrica; (b) ICMS 
sobre derivados de petróleo, lubrificantes, combustíveis líquidos e 
gasosos dele derivados; (c) ICMS sobre minerais. 
 
(XLIII) A CF/88 dispõe especificadamente que o ICMS não incidirá: 
(a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem 
sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a 
manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado 
nas operações e prestações anteriores; (b) sobre operações que 
destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, 
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; 
(c) sobre o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou 
instrumento cambial; (d) nas prestações de serviço de comunicação 
nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de 
recepção livre e gratuita; São hipóteses de não-incidência 
constitucionalmente qualificas, isto é, hipóteses de imunidade 
tributária referentes ao ICMS. 
 
(XLIX) Ressaltamos que a alínea “i”, do inc. XII, do §2°, do art. 155, 
da CF/88, determina que cabe à lei complementar fixar a base de 
cálculo, de modo que o montante do ICMS a integre (“cálculo por 
dentro” ou “ICMS por dentro”), também na importação do exterior de 
bem, mercadoria ou serviço. Decerto, destacamos que o STF 
interpretando a alínea “i”, do inc. XII, do §2°, do art. 155, da CF/88, 
entende como constitucional a base de cálculo do ICMS 
correspondente ao valor da operação ou prestação de serviço somado 
ao montante do próprio imposto (cálculo ‘por dentro’). (AI 633.911-
AgR, DJE de 1º-2-08). 
 
(L) Assim, conforme o §1°, do art. 13, da LC 87/96, integra a base 
de cálculo do ICMS, inclusive na hipótese do desembaraço aduaneiro 
de mercadorias ou bens importados do exterior: (i) o montante do 
próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação 
para fins de controle; (ii) o valor correspondente a: (a) seguros, 
juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem 
como descontos concedidos sob condição; (b) frete, caso o 
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transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e 
ordem e seja cobrado em separado. 
 
(LI) Em relação ao montante do ICMS integrar a base cálculo do 
próprio ICMS, consideremos o seguinte exemplo doutrinário: “(...) 
uma venda de mercadoria por R$ 1.000,00. Este é o preço cobrado 
pelo comerciante. No exemplo, tomemos uma alíquota de ICMS de 
18%. O valor do ICMS devido será de R$ 180,00 que já está 
embutido no preço do produto – é o chamado ‘imposto por dentro’. 
Ou seja, o adquirente da mercadoria pagará exatamente R$ 1.000,00 
pelo bem, e não R$ 1.180,00. Diferentemente do IPI, o valor do 
imposto não é somado ao preço da operação (o IPI é calculado ‘por 
fora’). Neste exemplo, desconsiderando outros tributos incidentes e 
custos, podemos verificar que o comerciante fica com R$ 820,00 e o 
Fisco com R$ 180,00 do preço cobrado (R$ 820,00 + R$ 180,00 = R$ 
1.000,00, que é o preço final). O cálculo do imposto ‘por dentro’, a 
rigor, redunda em uma alíquota real alíquota maior que a nominal. 
Em outras palavras, embora a alíquota nominal do imposto seja de 
18%, pelo fato de ser calculada ‘por dentro’, ela se transforma em 
uma alíquota real de aproximadamente 22% (R$ 180,00 de imposto 
em relação a R$ 820,00 da mercadoria sem imposto)”. 
 
(LII) Noutro ponto, o STJ distingue a venda a prazo e a venda 
financiada, para fins de incidência do ICMS. Na venda financiada, o 
STJ compreende que os acréscimos (tarifas) decorrentes deste 
financiamento pelo banco ou empresa de cartão de crédito não 
integram a base de cálculo do ICMS. Neste sentido, a súmula 237 do 
STJ dispõe que nas “operações com cartão de crédito, os encargos 
relativos ao financiamento não são considerados no cálculo do ICMS”. 
Já na venda a prazo, “o ICMS incide sobre o valor da venda a prazo 
constante da nota fiscal” (súmula 395). 
 
(LIII) Logo, na venda a prazo, o STJ compreende que ocorre apenas 
uma operação (negócio), cujo preço é pago em mais de uma parcela 
diretamente pelo comprador. Portanto, o valor da operação constitui 
base de cálculo do ICMS. Já na venda com cartão de crédito (venda 
financiada), por exemplo, o STJ entende que o preço é pago de uma 
só vez seja pelo vendedor seja por terceiro, e o comprador assume o 
encargo de pagar as prestações do financiamento. Assim, ocorrem 
dois negócios paralelos, a compra e venda e o financiamento e, 
consequentemente, deve-se excluir os encargos de financiamento da 
base de cálculo do ICMS. 
 
(LIV) Por sua vez, em relação ao ICMS incidente sobre energia 
elétrica, o STJ sumulou o entendimento de que “o ICMS incide sobre 
o valor da tarifa de energia elétrica correspondente à demanda de 
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potência efetivamente utilizada” (súmula 391). Isto quer dizer que 
não incide o ICMS sobre as quantias relativas à chamada demanda 
contratada de energia elétrica, mas sim sobre o efetivo consumo e, 
por conseguinte, a base de cálculo do ICMS é o valor da tarifa 
correspondente a essa demanda consumida. 
 
(LV) Já repetindo o inc. XI, do §2°, do art. 155, da CF/88, o §2°, do 
art. 13, da LC 87/96, dispõe, que, não integra a base de cálculo do 
ICMS o montante do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), 
quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto 
destinado à industrialização ou à comercialização, configurar fato 
gerador de ambos os impostos. Contudo, há inclusão do ICMS na 
base de cálculo do IPI. 
 
(LVI) A respeito das alíquotas, é relevante saber que o §3°, do art. 
155, da CF/88, dispõe que o ICMS poderá ser seletivo, em função da 
essencialidade das mercadorias e dos serviços. Ou seja, a 
seletividade do ICMS é facultativa, ao contrário do que acontece com 
a obrigatoriedade (“será”) da seletividade no IPI. Nesse rumo, 
mercadorias e serviços mais essenciais para a população (ex. arroz, 
feijão) podem ter alíquotas menos onerosas, enquanto mercadorias e 
serviços menos essenciais para a população podem ser gravados com 
alíquotas mais onerosas(ex. artefatos de joalharia). 
 
(LVII) Por sua vez, destacamos novamente os temas em que o texto 
constitucional estabelece como de competência de Resolução do 
Senado Federal para fixação de alíquotas do ICMS: (i) De iniciativa 
do Presidente da República ou de um terço (1/3) dos 
Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, 
as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de 
exportação (art. 155, §2°, IV); (ii) É facultado ao Senado Federal: 
(a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, 
mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela 
maioria absoluta de seus membros; (b) fixar alíquotas máximas 
nas mesmas operações para resolver conflito específico que 
envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa 
da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus 
membros (art. 155, §2°, V); 
 
(LVIII) O inc. I, do §2°, do art. 155, da CF/88, estabelece que o 
ICMS será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em 
cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de 
serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou 
outro Estado ou pelo Distrito Federal. 
 
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(LIX) Por sua vez, o inc. II, do mesmo §2°, dispõe que a isenção ou 
não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação: (a) 
não implicará crédito para compensação com o montante devido nas 
operações ou prestações seguintes; (b) acarretará a anulação do 
crédito relativo às operações anteriores. Nesse rumo, alínea “c”, do 
inc. XII, do §2°, do art. 155, da CF/88, prescreve que cabe à lei 
complementar disciplinar o regime de compensação do ICMS. 
 
 
3. RESUMO DOS IMPOSTOS MUNICIPAIS 
 
(I) Os impostos de competência dos Municípios e do Distrito 
Federal fixadas pela CF/88 são as seguintes: (a) imposto sobre 
propriedade predial e territorial urbana (IPTU); (b) impostos sobre 
transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de 
direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão 
de direitos a sua aquisição (ITBI); (c) imposto sobre serviços de 
qualquer natureza (ISS), não compreendidos no ICMS, definidos em 
lei complementar. 
 
Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU) 
Aspecto material: é a (a) propriedade, o (b) domínio útil ou a (c) 
posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como 
definido na lei civil. 
Aspecto temporal: Em regra, a legislação municipal estabelece 
como sendo 1° de janeiro de cada exercício financeiro. 
Aspecto espacial: a área urbana do território municipal ou 
distrital, exceto no caso de imóvel localizado na área urbana do 
Município que comprovadamente utilizado em exploração extrativa, 
vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial (incide ITR). 
Aspecto pessoal: Sujeito ativo: Município ou DF; Sujeito 
Passivo (contribuinte): é o proprietário do imóvel, o titular do seu 
domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. 
Aspecto quantitativo: Base de cálculo: valor venal do imóvel; 
Alíquota: é a fixada na legislação municipal ou distrital. 
 
(II) O art. 156, I, §1°, I e II, da CF/88 estabelece que, sem prejuízo 
da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso 
II, o IPTU poderá ser progressivo em razão do valor do imóvel e 
ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do 
imóvel. Já o art. 182, § 4º estabelece que é facultado ao Poder 
Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano 
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo 
urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu 
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I - 
parcelamento ou edificação compulsórios; II – IPTU progressivo 
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no tempo; III - desapropriação com pagamento mediante títulos da 
dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado 
Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, 
iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os 
juros legais. 
 
(III) O IPTU tem como fatos geradores a (a) propriedade, o (b) 
domínio útil ou a (c) posse de bem imóvel por natureza ou por 
acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do 
Município. Assim, a propriedade tributada não é apenas a do terreno 
(imóvel por natureza), mas também a das construções feitas pelo 
homem (casas, prédios, galpões – imóveis por acessão física – 
incorporados permanentemente ao solo). Deste modo, deve-se 
afirma que não tributados, em regra, pelo IPTU, os circos, barracas 
de campismo, bancas de jornal, barracas de feira, uma vez que não 
são considerados imóveis por natureza ou por acessão física 
(incorporados permanentemente ao solo), e podem ser retirados a 
qualquer momento sem destruição, modificação, fratura ou dano. 
 
(IV) É a zona urbano do território municipal aquela definida em lei 
municipal; observado o requisito mínimo da existência de 
melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos 
seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: (a) - meio-
fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; (b) - 
abastecimento de água; (c) - sistema de esgotos sanitários; (d) - 
rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para 
distribuição domiciliar; (e) - escola primária ou posto de saúde a 
uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel 
considerado. 
 
(V) Por outro lado, a lei municipal pode considerar urbanas também 
as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de 
loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à 
habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora 
das zonas definidas nos termos do estabelecido acima no LXXIV. 
Nesse rumo, pode ser considerada zona urbana, por exemplo, as 
áreas de conjuntos habitacionais, aprovados e executados nos termos 
da legislação vigente. 
 
(VI) Em regra, a legislação municipal fixa tal momento como sendo 
1° de janeiro de cada exercício financeiro. 
 
(VII) O sujeito ativo é o Município onde se localiza o bem imóvel 
urbano. O lançamento do IPTU é feito, em regra, de ofício. Quanto ao 
sujeito passivo, contribuinte do IPTU é o proprietário do imóvel, o 
titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título, 
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lembrando-se que o art. 130 do CTN dispõe que os créditos 
tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, 
o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a 
taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a 
contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos 
adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua 
quitação. Deve-se dizer, ainda, que a imunidade das entidades 
sindicais de trabalhadores, instituições de assistência social e de 
educação sem fins lucrativos (CF/88, art. 150, III, “c”) impede a 
cobrança de IPTU de imóveis alugados a terceiros, desde que o valor 
dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades 
(Súmula 724 do STF). 
 
(VIII) A base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel. O Valor 
venal é o valor de mercado do bem, em condições normais de venda 
à vista. Normalmente, o Município edita uma Planta Genérica de 
Valores, que constitui parâmetro

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