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2018.02.22 Aula 01 Casos Hipotéticos (1)

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Crimes Contra a Vida
Casos hipotéticos
Homicídio (art. 121, CP)
Terêncio, em razão de violência doméstica, efetua disparo de arma de fogo contra sua esposa Efigênia, visivelmente grávida, todavia atingindo, por falta de habilidade no manejo da arma, Nereu, um vizinho, que morre imediatamente. 
Terêncio cometeu qual crime? 
Sandra, inabilitada para conduzir veículo automotor, saiu para passear com o veículo de propriedade do pai sem ele saber e dirigindo em alta velocidade atropelou Maria das Dores, causando-lhe lesões corporais gravíssimas as quais causaram a morte da vítima.
Sandra cometeu qual crime? 
Terêncio, em razão de violência doméstica, efetua disparo de arma de fogo contra sua esposa Efigênia, visivelmente grávida, todavia atingindo, por falta de habilidade no manejo da arma, Nereu, um vizinho, que morre imediatamente. 
Terêncio cometeu qual crime? Tentativa de aborto provocado sem consentimento da gestante e homicídio consumado na forma qualificada por feminicídio e majorada pela vítima gestante
Sandra, inabilitada para conduzir veículo automotor, saiu para passear com o veículo de propriedade do pai sem ele saber e dirigindo em alta velocidade atropelou Maria das Dores, causando-lhe lesões corporais gravíssimas as quais causaram a morte da vítima.
Sandra cometeu qual crime? Homicídio culposo (imperícia e imprudência) no trânsito (CTB) 
Horácio, traficante de drogas, é integrante de uma facção criminosa instalada em certa comunidade carente. Lucinda, ao seu turno, domina uma outra comunidade com sua facção criminosa rival. Horácio muda para a comunidade de Lucinda e, ao descobrir a origem de Lucinda, decide matá-la para assumir o negócio de tráfico. Assim, usando uma arma de fogo adquirida exclusivamente para aquela finalidade, Horácio vai à casa de Lucinda e derruba a porta. Após percorrer alguns cômodos, Horácio descobre o quarto de seu alvo, encontrando Lucinda sentada em uma cadeira de rodas. Só então descobre que a mulher é tetraplégica. Não obstante, Horácio coloca em prática sua intenção criminosa e mata a vítima com um tiro na testa.
Feminicídio simples
Homicídio qualificado pelos motivos e pelo modo de execução. 
Homicídio qualificado pelos motivos determinantes. 
Homicídio qualificado pelo modo de execução. 
Feminicídio qualificado pela qualidade da vítima 
Horácio, traficante de drogas, é integrante de uma facção criminosa instalada em certa comunidade carente. Lucinda, ao seu turno, domina uma outra comunidade com sua facção criminosa rival. Horácio muda para a comunidade de Lucinda e, ao descobrir a origem de Lucinda, decide matá-la para assumir o negócio de tráfico. Assim, usando uma arma de fogo adquirida exclusivamente para aquela finalidade, Horácio vai à casa de Lucinda e derruba a porta. Após percorrer alguns cômodos, Horácio descobre o quarto de seu alvo, encontrando Lucinda sentada em uma cadeira de rodas. Só então descobre que a mulher é tetraplégica. Não obstante, Horácio coloca em prática sua intenção criminosa e mata a vítima com um tiro na testa.
Feminicídio simples
Homicídio qualificado pelos motivos e pelo modo de execução. 
Homicídio qualificado pelos motivos determinantes. 
Homicídio qualificado pelo modo de execução. 
Feminicídio qualificado pela qualidade da vítima 
Caio, inimigo de Tício, passou muito tempo planejando a morte de seu desafeto. Ao chegar no dia ideal para tirar a vida de Tício, Caio pega uma arma e dispara a queima roupa no seu inimigo, sendo certo que o tiro não atingiu um órgão vital e que não havia grande risco de morte. Durante o socorro, a ambulância que levava Tício para o hospital foi atingida violentamente pelo caminhão dirigido por Alceu, que ultrapassara o sinal vermelho. Em razão da colisão, Tício acabou falecendo.
Caio e Tício cometeram qual crime? 
“Petrus”, desgostoso com a vida, decidiu suicidar-se e, para tanto, pediu ao enfermeiro “Caius”, seu amigo, que o auxiliasse e nele injetasse veneno. “Caius”, atendendo à solicitação de “Petrus”, usando seringa e agulha, nele injetou um forte anestésico e depois lhe aplicou outra injeção com poderoso veneno. “Petrus” morreu em poucos minutos sem sentir qualquer dor.
Caius cometeu qual crime? 
Caio, inimigo de Tício, passou muito tempo planejando a morte de seu desafeto. Ao chegar no dia ideal para tirar a vida de Tício, Caio pega uma arma e dispara a queima roupa no seu inimigo, sendo certo que o tiro não atingiu um órgão vital e que não havia grande risco de morte. Durante o socorro, a ambulância que levava Tício para o hospital foi atingida violentamente pelo caminhão dirigido por Alceu, que ultrapassara o sinal vermelho. Em razão da colisão, Tício acabou falecendo.
Caio e Tício cometeram qual crime? Caio cometeu tentativa de homicídio (CP) e Tício cometeu homicídio culposo no trânsito (CTB)
“Petrus”, desgostoso com a vida, decidiu suicidar-se e, para tanto, pediu ao enfermeiro “Caius”, seu amigo, que o auxiliasse e nele injetasse veneno. “Caius”, atendendo à solicitação de “Petrus”, usando seringa e agulha, nele injetou um forte anestésico e depois lhe aplicou outra injeção com poderoso veneno. “Petrus” morreu em poucos minutos sem sentir qualquer dor.
Caius cometeu qual crime? Homicídio simples
João, sabendo que Dorotéia estava grávida, e assumindo conscientemente a consequência de matar o feto, desferiu nela golpes de faca na nuca, matando-a, e provocando também a morte do feto em face do aborto. 
João cometeu qual crime? conforme jurisprudência consolidada no STJ, homicídio e aborto provocado sem consentimento da gestante em concurso imperfeito de crimes
Dica para analisar concurso de crimes:
1) Analisar o número de Crimes: só se houver dúvida quanto ao concurso
2) Analisar o número de condutas: se for uma conduta é concurso Formal, se forem duas ou mais condutas pode ser Material ou Crime Continuado (dependerá das circunstâncias)
3) Analisar o número de vontades: no caso do concurso Formal, se houve só uma vontade indica concurso próprio/perfeito, se houver duas ou mais vontades concurso será concurso impróprio/Imperfeito.
2 crimes, 2 condutas, 1 vontade: Concurso Material
2 crimes, 2 condutas, 1 vontade, porém nas mesmas condições de tempo, lugar e maneira: Crime Continuado
2 crimes, 1 conduta, 1 vontade: Concurso Formal Próprio
2 crimes, 1 conduta, 2 vontades: Concurso Formal Impróprio ( soldado que alinha vários prisioneiros para matá-los com apenas 1 projétil, homem que deseja matar mulher grávida e bebê ao mesmo tempo).
Informativos de Jurisprudência: STF
Informativo 667 – O dolo eventual é incompatível com a qualificadora da surpresa, pois para que incida a qualificadora é preciso provar que o agente tinha vontade de surpreender a vítima, impedindo ou dificultando que ela se defenda. No dolo eventual, o agente não tem essa intenção, uma vez que não objetiva matar a vítima, apenas assume o risco de produzir esse resultado. Em crime de trânsito, classificado como dolo eventual, mesmo que a vítima tenha sido “surpreendida” pelo carro em alta velocidade, não se considera que o homicídio causado pelo atropelamento seria qualificado pela surpresa.
Informativos de Jurisprudência: STJ
Informativo 554 – no homicídio culposo, a morte instantânea da vítima não afasta a causa de aumento da pena prevista no art. 121, §4º do CP – deixar de prestar imediato socorro à vítima - a não ser que o óbito seja evidente
Informativo 525 – a anterior discussão entre a vítima e o autor do homicídio, por si só, não afasta a qualificadora do motivo fútil
Informativo 520 – é possível a aplicação da causa de aumento de pena prevista no art. 121, §4ª do CP no caso de homicídio culposo cometido por médico e decorrente do descumprimento de regra técnica no exercício da profissão sem caracterizar bis in idem
Informativo 507 – iniciado o parto, não há crime de aborto, mas sim homicídio ou infanticídio
Induzimento, instigação e auxílio ao suicídio (art. 122, CP)Telma, sabendo que sua genitora, Júlia, apresentava sérios problemas mentais, que retiravam dela a capacidade de discernimento, e com o intuito de receber a herança decorrente de sua morte, induziu-a a cometer suicídio. Em decorrência da conduta de sua filha, Júlia cortou os próprios pulsos, mas, apesar das lesões corporais graves sofridas, ela não faleceu.
Telma cometeu qual crime? 
Naiara encontra seu pai caído, com um ferimento na cabeça, aparentemente produzido por disparo de arma de fogo realizado por ele mesmo, todavia ainda respirando. Desesperada, corre até a casa de seu tio Hermínio, solicitando ajuda. Como houvera uma rusga entre Hermínio e a vítima, aquele se recusa a prestar auxílio, limitando-se a dizer à sobrinha: “tomara que morra”. Seu pai faleceu em menos de um minuto depois. Realizado o exame cadavérico, o laudo pericial indica que o ferimento seria fatal, ainda que o socorro tivesse sido prestado de imediato. 
Hermínio cometeu qual crime? 
Telma, sabendo que sua genitora, Júlia, apresentava sérios problemas mentais, que retiravam dela a capacidade de discernimento, e com o intuito de receber a herança decorrente de sua morte, induziu-a a cometer suicídio. Em decorrência da conduta de sua filha, Júlia cortou os próprios pulsos, mas, apesar das lesões corporais graves sofridas, ela não faleceu.
Telma cometeu qual crime? Tentativa de homicídio
Naiara encontra seu pai caído, com um ferimento na cabeça, aparentemente produzido por disparo de arma de fogo realizado por ele mesmo, todavia ainda respirando. Desesperada, corre até a casa de seu tio Hermínio, solicitando ajuda. Como houvera uma rusga entre Hermínio e a vítima, aquele se recusa a prestar auxílio, limitando-se a dizer à sobrinha: “tomara que morra”. Seu pai faleceu em menos de um minuto depois. Realizado o exame cadavérico, o laudo pericial indica que o ferimento seria fatal, ainda que o socorro tivesse sido prestado de imediato. 
Hermínio cometeu qual crime? Não incorreu em omissão de socorro, é conduta atípica
Marcos e Rodrigo instigaram Juarez, que sofria de depressão, a cometer suicídio, pois, na condição de herdeiros do último, pretendiam a morte do mesmo por interesses econômicos. Ainda que Juarez tenha admitido firmemente a possibilidade de eliminar a própria vida, não praticou qualquer ato executório.
Marcos e Rodrigo cometeram qual crime? 
Rapaz de 30 anos, que não estuda, nem trabalha e convive com o genitor, diz-lhe, pela primeira vez, que quer se matar, sem condutas antecedentes que denunciassem tal intenção. O pai, que nunca cogitou matar o filho, sem falar nada, imediatamente antes de sair pela porta da casa e deixar o rapaz sozinho, entrega um frasco com veneno, que é ingerido pelo moço, que morre minutos depois:
O pai cometeu qual crime? 
Marcos e Rodrigo instigaram Juarez, que sofria de depressão, a cometer suicídio, pois, na condição de herdeiros do último, pretendiam a morte do mesmo por interesses econômicos. Ainda que Juarez tenha admitido firmemente a possibilidade de eliminar a própria vida, não praticou qualquer ato executório.
Marcos e Rodrigo cometeram qual crime? Conduta atípica pois não houve resultado
Rapaz de 30 anos, que não estuda, nem trabalha e convive com o genitor, diz-lhe, pela primeira vez, que quer se matar, sem condutas antecedentes que denunciassem tal intenção. O pai, que nunca cogitou matar o filho, sem falar nada, imediatamente antes de sair pela porta da casa e deixar o rapaz sozinho, entrega um frasco com veneno, que é ingerido pelo moço, que morre minutos depois:
O pai cometeu qual crime? crime de auxílio ao suicídio, com incidência de agravante genérica de crime praticado contra descendente.
Getúlio, a fim de auferir o seguro de vida de Maria da qual era beneficiário, induziu sua mulher a cometer suicídio, e, ainda, emprestou- lhe um revólver para que consumasse o crime. Maria efetuou um disparo, com a arma de fogo emprestada, na região abdominal, mas não faleceu, tendo sofrido lesão corporal de natureza grave. 
Getúlio cometeu qual crime? 
Tício tentou suicidar-se e cortou os pulsos. Em seguida arrependeu-se e chamou uma ambulância. Celsus, que sabia das intenções suicidas de Tício, impediu dolosamente que o socorro chegasse e Tício morreu por hemorragia. 
Tício cometeu qual crime? 
Getúlio, a fim de auferir o seguro de vida de Maria da qual era beneficiário, induziu sua mulher a cometer suicídio, e, ainda, emprestou- lhe um revólver para que consumasse o crime. Maria efetuou um disparo, com a arma de fogo emprestada, na região abdominal, mas não faleceu, tendo sofrido lesão corporal de natureza grave. 
Getúlio cometeu qual crime? Induzimento e auxílio ao suicídio, qualificado por motivo egoístico
Tício tentou suicidar-se e cortou os pulsos. Em seguida arrependeu-se e chamou uma ambulância. Celsus, que sabia das intenções suicidas de Tício, impediu dolosamente que o socorro chegasse e Tício morreu por hemorragia. 
Tício cometeu qual crime? Homicídio doloso
Caso prático: Jim Jones e massacre em Jonestown
Jim Jones, lider cultista e fundador da comunidade Templo do Povo, em Jonestown, Guiana, ordenou em 18 de novembro de 1978 que membros da comunidade do vertessem ampolas de cianureto em jarras de refresco e levou a cabo seu suicídio revolucionário.
Primeiro, ele fez os pais darem a bebida a seus filhos, que depois de algum tempo, morriam em seus braços. Essa cena durou 20 minutos de acordo com uma das únicas 3 testemunhas que sobreviveram, Odell Rhodes. Depois foi a vez dos adultos um por um tomarem o veneno e morrerem. Jones foi esperto matando as crianças primeiro, pois muitos pais estavam abalados com a morte dos filhos e tomaram o veneno. Se fizesse ao contrário, com certeza muitos não tomariam. O ato levo a morte de 909, inclusive Jones, encontrado com um tiro na cabeça. No total, 914 pessoas morreram naquele dia.
Odell Rhodes, a testemunha que escapou correu para Port Kaituma, dando o alarme ao exército da Guiana, que chegou no local 2 dias depois e se deparou com a horrível cena de centenas de corpos caídos no chão. Rhodes ficou abalado, voltou para os EUA e a heroína (ele havia sido tirado das drogas por Jones) e morreu de overdose.
Infanticídio (art. 123, CP)
Micaela, de 19 anos de idade, após esconder a gestação durante meses de sua família e ser desprezada pelo namorado, que disse que não assumiria qualquer responsabilidade pela criança, entra em trabalho de parto em sua residência e acaba parindo no banheiro do imóvel. A criança nasce com vida e Micaela, agindo ainda sob efeito do estado puerperal, corta o cordão umbilical e coloca o recém nascido dentro de um saco plástico, jogando-o no lixo da rua. O bebê entra em óbito cerca de duas horas depois.
Micaela cometeu qual crime? 
Mediante promessa de pagamento de cem reais, a intrometida vizinha Florbela participa dolosamente do infanticídio executado pela jovem mãe Tícia que, em desespero, se encontrava então sob forte influência do estado puerperal
Florbela e Tícia cometem qual crime? 
Micaela, de 19 anos de idade, após esconder a gestação durante meses de sua família e ser desprezada pelo namorado, que disse que não assumiria qualquer responsabilidade pela criança, entra em trabalho de parto em sua residência e acaba parindo no banheiro do imóvel. A criança nasce com vida e Micaela, agindo ainda sob efeito do estado puerperal, corta o cordão umbilical e coloca o recém nascido dentro de um saco plástico, jogando-o no lixo da rua. O bebê entra em óbito cerca de duas horas depois.
Micaela cometeu qual crime? Infanticídio
Mediante promessa de pagamento de cem reais, a intrometida vizinha Florbela participa dolosamente do infanticídio executado pela jovem mãe Tícia que, em desespero, se encontrava então sob forte influência do estado puerperal
Florbela e Tícia cometem qual crime? Florbela comete homicídio qualificado e Tícia comete infanticídio
Quando o estado puerperal, no crime de infanticídio, produz efeitosque resultam em perturbação da saúde mental, diminuindo a capacidade de entendimento ou de determinação da parturiente, esta terá a redução de pena, em razão de sua semi-imputabilidade.
A afirmativa acima está correta? 
Maria, que estava sob a influência do estado puerperal, em face de ter acabado de dar à luz, estando sonolenta pela medicação que lhe fora ministrada, ao revirar na cama, acabou sufocando seu filho, que se encontrava ao seu lado na cama, matando-o.
Maria cometeu qual crime? 
Quando o estado puerperal, no crime de infanticídio, produz efeitos que resultam em perturbação da saúde mental, diminuindo a capacidade de entendimento ou de determinação da parturiente, esta terá a redução de pena, em razão de sua semi-imputabilidade.
A afirmativa acima está correta? Sim (prova de Delegado da Polícia Federal)
Maria, que estava sob a influência do estado puerperal, em face de ter acabado de dar à luz, estando sonolenta pela medicação que lhe fora ministrada, ao revirar na cama, acabou sufocando seu filho, que se encontrava ao seu lado na cama, matando-o.
Maria cometeu qual crime? As recentes provas de Delegado da Polícia Civil entendem que homicídio culposo, mas parte da doutrina entende que fato atípico
Prática do “infanticídio” nas populações indígenas brasileiras
Esse costume milenar é disseminado vários povos indígenas brasileiros, dentre os quais citam-se: Uaiuai, Mehinaco, Tapirapé, Ticuna, Amondaua, Uru-eu-uau-uau, Suruwaha, Deni, Jarawara, Jaminawa, Waurá, Kuikuro, Kamayurá, Parintintin, Yanomami, Paracanã e Kajab
A prática é resumida ao homicídio de crianças sob a justificativa da preservação cultural, ou seja, consiste no sacrifício de vidas em nome de crenças tribais. A morte de crianças indígenas ocorre por uma série de motivos, entre eles: o nascimento de crianças gêmeas, os filhos de mães solteiras e, ainda, no caso de crianças nascidas com deficiências físicas ou mentais.
A busca pela pureza étnica na sociedade indígena produz essas mortes, causadas mediante as mais variadas práticas, seja por asfixia causada pelo enterro da criança, ou com a utilização de armas.
Porque esse caso é difícil? Temos de um lado o direito à diversidade cultural dos povos indígenas (arts. 215 e 231) e do outro o direito à vida e o direito à dignidade humana
Deveriam ser os índios punidos por tal prática? Ou os direitos à vida e à dignidade humana devem ser relativizados afim de respeitar a prática cultural? O entendimento atual é que os índios não devem ser imputáveis considerando a proteção à diversidade cultural, sendo assim, o infanticídio entre os indígenas é um ato tolerado como sendo um costume próprio do povo. Contudo, há irresignação de grande parte da sociedade brasileira, que entende que o direito à vida não poderia ser assim relativizado. Nesse sentido, há projetos de lei que buscam maneiras de erradicar a prática com a justificativa de que é uma forma de proteger os direitos fundamentais de crianças indígenas.
Caso Hakani da tribo Suruwahá
O caso mais conhecido de infanticídio indígena é o da menina Hakani, filha de uma índia Suruwahá. Nascida em 1995, Hakani não se desenvolveu como as outras crianças de sua tribo, apresentando dificuldades motoras e na fala. A pressão da tribo para sacrificar a criança “sem alma” levou os pais a uma atitude extrema: cometer suicídio, para não terem que tirar a vida de sua filha. Seu avô, incumbido de cometer a prática por ser o membro mais velho da tribo, tentou matá-la com uma flechada, mas como a menina sobreviveu e tomado por culpa e remorso, ele atentou contra a própria vida, ingerindo uma porção de veneno. Hakani passou três anos isolada do grupo, vivendo em condições sub-humanas por ser vista pela tribo como “amaldiçoada”. Um de seus irmãos a entregou a um casal de missionários que por mais de 20 anos trabalhava com o povo Suruwahá. Hakani recebeu tratamento médico e todo o suporte familiar que carecia, tornando-se uma criança sadia. Sua história de vida motivou a criação do projeto Hakani, que reforça a campanha da “ONG Atini – Uma voz pela vida”, iniciativa que busca atrair a atenção da sociedade para o problema do infanticídio indígena
Aborto (art. 125 a 128, CP)
Uma gestante, ao saber que está grávida, deseja retirar o seu bebê, mas não deseja correr o risco de realizar um aborto em uma clínica clandestina. Sendo assim, a gestante vai a uma delegacia de polícia e mente que foi estuprada há um mês, mas que teve vergonha de se expor na época dos fatos e depois usa o boletim de ocorrência para enganar o médico e convencê-lo a realizar o aborto.
Uma gestante, ao saber que está grávida, deseja retirar o seu bebê, mas não deseja correr o risco de realizar um aborto em uma clínica clandestina. Sendo assim, a gestante vai a uma delegacia de polícia e mente que foi estuprada há um mês, mas que teve vergonha de se expor na época dos fatos e depois usa o boletim de ocorrência para enganar o médico e convencê-lo a realizar o aborto.
Para o médico, não há crime porque ele supôs estar agindo acobertado pela excludente de ilicitude do aborto sentimental, descriminante putativa (art. 20, § 1º, do CP). 
Para a gestante, há crime de aborto consentido e de comunicação falsa de crime (art. 340), em concurso material.
Uma gestante, ao saber que está grávida, conta para o namorado, que, imediatamente, a convence de que a melhor decisão é abortar o bebê. O namorado leva a namorada para uma clínica abortiva, paga o procedimento de curetagem e, consentindo com o ocorrido, a namorada se submete à retirada do feto. A curetagem é realizada na gestante pelo médico, com assistência da enfermeira. 
Uma gestante, ao saber que está grávida, conta para o namorado, que, imediatamente, a convence de que a melhor decisão é abortar o bebê. O namorado leva a namorada para uma clínica abortiva, paga o procedimento de curetagem e, consentindo com o ocorrido, a namorada se submete à retirada do feto. A curetagem é realizada na gestante pelo médico, com assistência da enfermeira. 
Gestante: autora do crime de aborto consentido
Namorado: participe do crime de aborto consentido
Médico: autor do crime de aborto provocado com consentimento da gestante, pois é ele que realiza a manobra abortiva
Enfermeira: partícipe do crime de aborto provocado com consentimento da gestante, pois auxiliou na prática da manobra abortiva, preparando a gestante e fornecendo os instrumentos ao médico que,
Um médico famoso, pai de filha grávida maior de idade, a convence a abortar, uma vez que o filho é produto de uma relação antes do casamento, fato que feriria a imagem da família perante o seu círculo social. A filha, convencida pelas razões do pai, dá o seu consentimento para o aborto e, em seguida, permite que o pai realize nela um procedimento de curetagem, que acaba causando o aborto de seu bebê.
Um médico famoso, pai de filha grávida maior de idade, a convence a abortar, uma vez que o filho é produto de uma relação antes do casamento, fato que feriria a imagem da família perante o seu círculo social. A filha, convencida pelas razões do pai, dá o seu consentimento para o aborto e, em seguida, permite que o pai realize nela um procedimento de curetagem, que acaba causando o aborto de seu bebê.
Gestante: aborto consentido
Pai médico: omo se trata de um único aborto, o médico não pode ser punido duplamente por um só crime (participação no consentimento da filha e autor da provocação do aborto), prevalecendo a tipificação do crime mais grave (aborto provocado com consentimento da gestante).
Uma enfermeira de clínica de aborto, ao ser surpreendida com a notícia de que uma amiga estava esperando um bebê e que não teria condições de sustentar a criança, incentivou a amiga a realizar um aborto. A gestante, então, convencida de que o melhor é retirar o bebê, consente no ato abortivo e vai para a clínica realizar o procedimento. A amiga enfermeira, além de levar a amiga gestante à clínica, auxilia o médico no ato abortivo.
Uma enfermeira declínica de aborto, ao ser surpreendida com a notícia de que uma amiga estava esperando um bebê e que não teria condições de sustentar a criança, incentivou a amiga a realizar um aborto. A gestante, então, convencida de que o melhor é retirar o bebê, consente no ato abortivo e vai para a clínica realizar o procedimento. A amiga enfermeira, além de levar a amiga gestante à clínica, auxilia o médico no ato abortivo.
Gestante: aborto consentido
Médico: aborto provocado com consentimento da gestante
Enfermeira: não responde por duas participações no mesmo crime, sendo punida apenas por participação em aborto provocado com consentimento da gestante, fato mais grave (art. 126).
Gestante menor de 14 anos foi vítima do crime de estupro de vulnerável. Motivada pelo ânimo de realizar o aborto sentimental do feto em desenvolvimento, uma vez que criar um filho que a lembrasse do estupro seria doloroso, buscou, sem seus pais saberem, um médico ginecologista que realiza abortos sentimentais. O médico, sabendo da condição de menor de 14 anos da gestante, provoca o aborto em razão da gravidez decorrer de estupro. 
Gestante menor de 14 anos foi vítima do crime de estupro de vulnerável. Motivada pelo ânimo de realizar o aborto sentimental do feto em desenvolvimento, uma vez que criar um filho que a lembrasse do estupro seria doloroso, buscou, sem seus pais saberem, um médico ginecologista que realiza abortos sentimentais. O médico, sabendo da condição de menor de 14 anos da gestante, provoca o aborto em razão da gravidez decorrer de estupro. 
Gestante: conduta atípica
Médico: como não houve consentimento do representante legal da gestante, o médico incorreu no crime de aborto sem consentimento da gestante. 
O pai de uma moça de 16 anos, ao saber que ela estava grávida do namorado, fica extremamente inconformado com a situação. Dizendo para a filha que irá leva-la ao ginecologista para um exame de rotina para verificar se está saudável, o pai a ela ao médico abortivo e, sem que ela saiba, paga para este realizar curetagem no momento do exame. 
O pai de uma moça de 16 anos, ao saber que ela estava grávida do namorado, fica extremamente inconformado com a situação. Dizendo para a filha que irá leva-la ao ginecologista para um exame de rotina para verificar se está saudável, o pai a ela ao médico abortivo e, sem que ela saiba, paga para este realizar curetagem no momento do exame. 
Gestante: conduta atípica
Médico: autor do crime de aborto provocado sem consentimento da gestante (art. 125, CP)
Pai: partícipe do crime de aborto provocado sem consentimento da gestante (art. 125, CP)
Lesões Corporais (129, CP)
Após uma discussão em um bar, Pedro decide matar Roberto. Para tanto, dirige-se até sua residência onde arma-se de um revólver. Ato contínuo, retorna ao estabelecimento e efetua um disparo em direção a Roberto. Contudo, erra o alvo, atingindo Antônio, balconista que ali trabalhava, ferindo-o levemente no ombro.
Lesão corporal leve. 
Lesão corporal culposa. 
Homicídio tentado e lesão corporal leve. 
Lesão corporal culposa e tentativa de homicídio.
Homicídio na forma tentada. 
Após uma discussão em um bar, Pedro decide matar Roberto. Para tanto, dirige-se até sua residência onde arma-se de um revólver. Ato contínuo, retorna ao estabelecimento e efetua um disparo em direção a Roberto. Contudo, erra o alvo, atingindo Antônio, balconista que ali trabalhava, ferindo-o levemente no ombro.
Lesão corporal leve. 
Lesão corporal culposa. 
Homicídio tentado e lesão corporal leve. 
Lesão corporal culposa e tentativa de homicídio.
Homicídio na forma tentada. 
Romeu conduzia seu veiculo automotor na via pública em velocidade compatível e na mão correta de direção. Ao mesmo tempo, teclava mensagens em seu telefone celular. Assim, acabou atropelando um jovem de 23 anos. Em face da hemorragia craniana sofrida, o jovem chegou a ficar em coma, ou seja, sofreu risco de morte durante cinco dias, tendo sobrevivido com algumas sequelas.
Lesão corporal grave
Lesão corporal culposa (CP)
Lesão corporal culposa no trânsito (CTB)
Tentativa de homicídio culposo
Lesão corporal gravíssima
Romeu conduzia seu veiculo automotor na via pública em velocidade compatível e na mão correta de direção. Ao mesmo tempo, teclava mensagens em seu telefone celular. Assim, acabou atropelando um jovem de 23 anos. Em face da hemorragia craniana sofrida, o jovem chegou a ficar em coma, ou seja, sofreu risco de morte durante cinco dias, tendo sobrevivido com algumas sequelas.
Lesão corporal grave
Lesão corporal culposa (CP)
Lesão corporal culposa no trânsito (CTB)
Tentativa de homicídio culposo
Lesão corporal gravíssima
Fabrício, cultivador de milho, conduzia diariamente um trator de colheita no interior de sua fazenda, arando a terra para uma plantação. Em um dia que estava cansado, por não ter dormido suficientemente, acabou, por descuido, atropelando Laurete, uma das trabalhadoras de sua fazenda. A vítima foi, logo em seguida da lesão, internada no hospital e, em razão do acidente, perdeu uma das pernas.
Lesão corporal grave
Lesão corporal culposa (CP)
Lesão corporal culposa no trânsito (CTB)
Tentativa de homicídio culposo
Lesão corporal gravíssima
Fabrício, cultivador de milho, conduzia diariamente um trator de colheita no interior de sua fazenda, arando a terra para uma plantação. Em um dia que estava cansado, por não ter dormido suficientemente, acabou, por descuido, atropelando Laurete, uma das trabalhadoras de sua fazenda. A vítima foi, logo em seguida da lesão, internada no hospital e, em razão do acidente, perdeu uma das pernas.
Lesão corporal grave
Lesão corporal culposa (CP)
Lesão corporal culposa no trânsito (CTB)
Tentativa de homicídio culposo
Lesão corporal gravíssima

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