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ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 2 PPLLAANNOO DDEE AAUULLAA AAPPOOSSTTIILLAADDOO Escola de Teologia do Espírito Santo TTTTTTTTeeeeeeeeoooooooollllllllooooooooggggggggiiiiiiiiaaaaaaaa ddddddddoooooooo AAAAAAAAnnnnnnnnttttttttiiiiiiiiggggggggoooooooo TTTTTTTTeeeeeeeessssssssttttttttaaaaaaaammmmmmmmeeeeeeeennnnnnnnttttttttoooooooo Deus revelado no Antigo Testamento ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 3 © Copyright 2004, Escola de Teologia do ES A Escola de do ES é amparada pelo disposto no parecer 241/99 da CES – Câmara de Ensino Superior O ensino à distância é regulamentado pela lei 9.394/96 – Artº 80 e é considerado um dos mais avançados sistemas de ensino da atualidade ■ Todos os direitos em língua portuguesa reservados por ESCOLA DE TEOLOGIA DO ES Rua Cabo Ailson Simões, 560 - Centro – Vila Velha- ES Edifício Antônio Saliba – Salas 802/803 CEP 29 100-325 Telefax (27) 3062-0773 www.esutes.com.br ■ PROIBIDA A REPRODUÇÃO POR QUAISQUER MEIOS, SALVO EM BREVES CITAÇÕES, COM INDICAÇÃO DA FONTE. Todas as citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Versão Almeida Corrigida e Fiel(ACF) ©2008, publicada pela Sociedade Bíblica Trinitariana. O presente material é baseado nos principais tópicos e pontos salientes da matéria em questão. A abordagem aqui contida trata-se da “espinha dorsal” da matéria. Anexo, no final da apostila, segue a indicação de sites sérios e bem fundamentados sobre a matéria que o módulo aborda, bem como bibliografia para maior aprofundamento dos assuntos e temas estudados. TEOLOGIA DO ES, Escola de - Título original: Teologia do Antigo Testamento, Deus revelado no Antigo Testamento – Espírito Santo: ESUTES, 2004. ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 4 __________ SSSSSSSSUUUUUUUUMMMMMMMMÁÁÁÁÁÁÁÁRRRRRRRRIIIIIIIIOOOOOOOO ____________________________ UUUUUUUUNNNNNNNNIIIIIIIIDDDDDDDDAAAAAAAADDDDDDDDEEEEEEEE IIIIIIII AAAAAAAA IIIIIIIIMMMMMMMMPPPPPPPPOOOOOOOORRRRRRRRTTTTTTTTÂÂÂÂÂÂÂÂNNNNNNNNCCCCCCCCIIIIIIIIAAAAAAAA DDDDDDDDAAAAAAAA DDDDDDDDEEEEEEEEFFFFFFFFIIIIIIIINNNNNNNNIIIIIIIIÇÇÇÇÇÇÇÇÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOO EEEEEEEE MMMMMMMMEEEEEEEETTTTTTTTOOOOOOOODDDDDDDDOOOOOOOOLLLLLLLLOOOOOOOOGGGGGGGGIIIIIIIIAAAAAAAA Introdução.............................................................................................................................................................5 A Natureza da Teologia do Antigo Testamento....................................................................................................6 O Método da Teologia do Antigo Testamento......................................................................................................9 O Escopo da Teologia do Antigo Testamento....................................................................................................12 A Motivação para a Teologia do Antigo Testamento..........................................................................................13 UUUUUUUUNNNNNNNNIIIIIIIIDDDDDDDDAAAAAAAADDDDDDDDEEEEEEEE IIIIIIIIIIIIIIII OOOOOOOO DDDDDDDDEEEEEEEESSSSSSSSEEEEEEEENNNNNNNNVVVVVVVVOOOOOOOOLLLLLLLLVVVVVVVVIIIIIIIIMMMMMMMMEEEEEEEENNNNNNNNTTTTTTTTOOOOOOOO DDDDDDDDEEEEEEEE UUUUUUUUMMMMMMMM EEEEEEEESSSSSSSSBBBBBBBBOOOOOOOOÇÇÇÇÇÇÇÇOOOOOOOO AAAAAAAA TTTTTTTTEEEEEEEEOOOOOOOOLLLLLLLLOOOOOOOOGGGGGGGGIIIIIIIIAAAAAAAA DDDDDDDDOOOOOOOO AAAAAAAANNNNNNNNTTTTTTTTIIIIIIIIGGGGGGGGOOOOOOOO TTTTTTTTEEEEEEEESSSSSSSSTTTTTTTTAAAAAAAAMMMMMMMMEEEEEEEENNNNNNNNTTTTTTTTOOOOOOOO A Teologia na História........................................................................................................................................16 Os Períodos Históricos da Teologia do Antigo Testamento...............................................................................17 Os Itens-Chaves em cada Período Histórico......................................................................................................21 O Esboço Resultante..........................................................................................................................................22 UUUUUUUUNNNNNNNNIIIIIIIIDDDDDDDDAAAAAAAADDDDDDDDEEEEEEEE IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII AAAAAAAASSSSSSSS CCCCCCCCOOOOOOOONNNNNNNNEEEEEEEEXXXXXXXXÕÕÕÕÕÕÕÕEEEEEEEESSSSSSSS AAAAAAAATTTTTTTTRRRRRRRRAAAAAAAAVVVVVVVVÉÉÉÉÉÉÉÉSSSSSSSS DDDDDDDDAAAAAAAASSSSSSSS ÉÉÉÉÉÉÉÉPPPPPPPPOOOOOOOOCCCCCCCCAAAAAAAASSSSSSSS HHHHHHHHIIIIIIIISSSSSSSSTTTTTTTTÓÓÓÓÓÓÓÓRRRRRRRRIIIIIIIICCCCCCCCAAAAAAAASSSSSSSS DDDDDDDDEEEEEEEE TTTTTTTTEEEEEEEEMMMMMMMMAAAAAAAASSSSSSSS EEEEEEEEMMMMMMMMEEEEEEEERRRRRRRRGGGGGGGGEEEEEEEENNNNNNNNTTTTTTTTEEEEEEEESSSSSSSS A Teologia..........................................................................................................................................................25 A “Benção” Pré-Patriarcal e a “Promessa” Patriarcal.........................................................................................25 A “Promessa” Patriarcal e a “Lei” Mosaica.........................................................................................................27 O “Deuteronomismo” Pré-Monarquico e a “Promessa” Davídica.......................................................................30 A “Teologia da Criação” Sapiencial e a “Promessa” Profética...........................................................................32 UUUUUUUUNNNNNNNNIIIIIIIIDDDDDDDDAAAAAAAADDDDDDDDEEEEEEEE IIIIIIIIVVVVVVVV OOOOOOOO AAAAAAAANNNNNNNNTTTTTTTTIIIIIIIIGGGGGGGGOOOOOOOO TTTTTTTTEEEEEEEESSSSSSSSTTTTTTTTAAAAAAAAMMMMMMMMEEEEEEEENNNNNNNNTTTTTTTTOOOOOOOO EEEEEEEE OOOOOOOO NNNNNNNNOOOOOOOOVVVVVVVVOOOOOOOO TTTTTTTTEEEEEEEESSSSSSSSTTTTTTTTAAAAAAAAMMMMMMMMEEEEEEEENNNNNNNNTTTTTTTTOOOOOOOO Uma Conexão.....................................................................................................................................................34 A Palavra-Chave Neotestamentária para o Antigo Testamento.........................................................................34 A unidade do Antigo Testamento e do Novo Testamento..................................................................................35 A Melhor Aliança................................................................................................................................................37AAAAAAAAPPPPPPPPÊÊÊÊÊÊÊÊNNNNNNNNDDDDDDDDIIIIIIIICCCCCCCCEEEEEEEE.........................................................................................................................................................38 BBBBBBBBIIIIIIIIBBBBBBBBLLLLLLLLIIIIIIIIOOOOOOOOGGGGGGGGRRRRRRRRAAAAAAAAFFFFFFFFIIIIIIIIAAAAAAAA..................................................................................................................................................50 ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 5 UUNNIIDDAADDEE II AA IIMMPPOORRTTÂÂNNCCIIAA DDAA DDEEFFIINNIIÇÇÃÃOO EE MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA ............................................................... “Profundo e fascinante, o Antigo Testamento narra a história da criação do mundo e de seus habitantes, as conseqüências fatais da desobediência humana e os esforços de Deus para reconciliar-se com o homem”. .............................................................. IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO Desde 1933 a teologia bíblica tem ocupado o lugar de honra nos estudos teológicos. Especialmente proeminente durante este período foi uma forma existencial da disciplina conhecida como O Movimento de Teologia Bíblica. No entanto, com a publicação do artigo, agora merecidamente famoso, de Langdon B. Gilkey chamado: "Cosmology, Ontology and the Travail of Biblical Language", e o discurso inaugural de James Barr, "Revelation Through History in the Old Testament and Modern Thought", começou o "rachar das paredes" do novo movimento. Estes dois ensaios atacaram o coração do Movimento de Teologia Bíblica ao desmascarar sua posição dividida de modernismo e Escrituras. Conforme a expressão de Gilkey, "Seu ponto de vista acerca do mundo, ou cosmologia, é moderno, enquanto sua linguagem teológica é bíblica e ortodoxa". Conseqüentemente, abria-se mão dos milagres bíblicos e dos discursos divinos, para não ofender as realizações do modernismo enquanto a linguagem bíblica e referências freqüentes aos "poderosos atos de Deus" (uma frase bíblica, mas que não deixa de ser conveniente por evitar a necessidade de se crer em milagres) foram conservadas. Certas perguntas tinham que ser enfrentadas. Em que sentido (s) Deus “agia” na história? E o que significam esses “atos”? A linguagem da teologia bíblica era meramente uma ambigüidade de termos, ou deveria ser entendida analogicamente ou univocalmente com as coisas que indicava? Gilkey e Barr concluíram que o movimento de Teologia Bíblica, apesar dos seus trinta anos de atividade, permanecera dentro das categorias do liberalismo; de fato, dificilmente ultrapassara o tipo de liberalismo de Schleiermacher. Mesmo assim, a busca de uma terceira alternativa entre posição tradicional conservadora a agressiva posição liberal era uma tentativa honesta no sentido de se reter o que geralmente se concordava entre todos menos os conservadores, o resultado assegurado da crítica das fontes. Isto deveria ser feito sem degenerar-se em intelectualismo tão estéril que deixaria o pastor local sem uma mensagem que pudesse pregar. Em seu rasto pelo menos dois influentes jornais americanos foram estabelecidos para ajudar a atravessar esta grande lacuna Theology Today em 1944 e Interpretation em 1947. A contribuição destes jornais, e de outros semelhantes, juntamente com a enorme bibliografia e monografias durante este período foi não semente impressionante como muitas vezes extremamente útil. Mesmo assim, exatamente como a teologia do Antigo Testamento em alemão de Walther Eichrodt, em dois volumes, dera inicio à “idade de ouro” em 1933, assim também a teologia do Antigo Testamento por Gerhard von Rad, em dois volumes, parece destinada a marcar o seu auge e ser o portento da sua ominosa reversão ao tipo de estudo que trata apenas da história da religião de Israel. A gênese desta reversão poderia ser vista quando von Rad respondia à pergunta do objeto de uma teologia do AT de modo direto: era aquilo que Israel professava a respeito de Javé. Estas profissões não eram declarações de fé; eram atos através dos quais o povo expressava sua consciência do seu relacionamento com Deus. Sendo assim, era impossível escrever uma teologia do AT; agora havia teo-logias do AT. Além disto, a verdadeira história dos fatos deveria ser separada da história ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 6 interpretada que era a expressão da fé de Israel conforme se observa em credos tais como Deuteronômio 255-10. Nesta interpretação mutável e falsificada da história, a teologia bíblica, conforme a asseveração de von Rad, podia achar seu objeto! Como se fosse para demonstrar o fato de que von Rad marcava uma linha divisória, Roland de Vaux perguntou: "É possível escrever uma Teologia do Antigo Testamento'?"10 e Robert Martin-Achard fez um retrospecto de "La Theologie de I'ancien testament après les travaux de G. von Rad. Todos concordaram, no entanto, que uma "crise" de fato chegara. Alguns eram ainda mais dramáticos. Por exemplo, Horace Hummel anunciou com coragem: "A 'Teologia Bíblica' morreu, e IOVC The interpreter's One-Volu¬me Commentary on the Bible (Nashville: Abingdon, 1971) é sua testemunha." J. Christiaan Beker, Brevard S. Childs, B.W. Anderson, e Hans-Joaquin Kraus meramente chamaram a situação de crise. Já estava ficando óbvio que a era pós-von Rad estava se entregando a uma grande medida de auto-análise, e alguns problemas reais de metodologia haviam ficado sem solução. O que não era tâo claro era se isto sinalizava um novo início, pois a nova década trouxe consigo uma lista inteiramente nova de contribuintes (ou será que alguns eram participantes atrasados da busca anterior?) Houve uma contribuição evangélica do teólogo menonita Chester K. Lehman em 1971, chamada Biblical Theology, vol. I, AT. No ano seguinte, Walther Zimmer-li, o teólogo alemão do cumprimento da promessa, contribuiu com sua Grundriss der atttestamentlichen Theologie, enquanto Georg Fohrer, após seu volume grande de History of Israelite Religion (edição alemã, 1969) e seus estudos sobre Old Testa-ment Theology and History (alemão, 1969) contribuiu com Theologische Grundstrukturen des alten Testaments (1972). O estudioso católico irlandês W. J. Har-rington publicou The Path of Biblical Theology em 1973, e o Católico Americano John L. McKenzie acrescentou sua A Theology of the Old Testament em 1974, A estas monografias de maior importância devem ser acrescentadas as vintenas de artigos de jornais que continuaram a aparecer. Sendo assim, é muito razoável perguntar: "Onde estamos agora?" E pode¬mos responder que, no meio de toda confusão da década passada, algumas coisas se tornaram abundantemente claras. A despeito das suas mais altas esperanças, a teologia bíblica não tem conseguido reformular e aplicar de novo a autoridade da Bíblia. De fato, se houve mudança, é que a autoridade da Bíblia tem diminuído durante este período ao invés de aumentar-se. De um lado, não se tem evitado completamente a esterilidade da crítica das fontes, nem o historicismo da história das religiões, do outro lado. Nem sequer ocorreu em cada caso que a força da teologia filosófica tem sido trocada por uma metodologia que se recusou a colocar quaisquer grades "a priori" sobre o texto. Mais recentemente, alguns experimentaram uma grade de "teologia de processo", mas sempre tem havido uma longa lista de pretendentes em potencial esperando nos bastidores da teologia biblica. Se trinta anos de história nos ensinaram alguma coisa, ressaltou a necessidade desesperada de uma solução às questões não solucionadas da definição, método e objeto para a teologia do AT. Desde seu início, estes problemas metodológicos e de definição seguiram os passos de cada teólogo bíblico. A solução destas questões, mais do que qualquer outra coisa, libertaria a disciplinada sua periódica escravi- dão às modas reinantes da filosofia e evitaria sua captura iminente por um historicismo revivificado. AA NNAATTUURREEZZAA DDAA TTEEOOLLOOGGIIAA DDOO AANNTTIIGGOO TTEESSTTAAMMEENNTTOO Eichrodt iniciou a "idade de ouro" com um ataque bem merecido contra o historicismo que reinava em seus dias. Afirmou que "a essencial coerência interior do Antigo e do Novo Testamento foi reduzida, por assim dizer, a um tênue fio de conexão histórica e seqüência causal entre os dois, com o resultado que uma causa externa foi substituída por uma homogeneidade que era real". Sendo assim, o AT foi reduzido a uma coleção de períodos separados com pouca ou nenhuma unidade. Depois de um quarto de século, porém, Gerhard von Rad veio completar quase um círculo completo e adotou a própria posição que merecera originalmente a repreensão de Eichrodt. Ao separar a intenção "querigmática", ou propósitos ho-miléticos, dos vários escritores do AT dos fatos da história de Israel, von Rad não somente negou qualquer fundamento histórico genuíno para a confissão da fé que Israel tinha em Javé, como também mudou o objeto do estudo teológico de uma focalização sobre a Palavra de Deus e Sua obra, para os conceitos religiosos do povo de Deus. Para von Rad, não havia a necessidade de fundamentar o querigma da crença em qualquer realidade objetiva, ou qualquer história como evento. A Bíblia não é tanto a fonte da fé dos homens do AT ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 7 como uma expressão da sua fé. Além disto, conforme a opinião dele, cada época histórica tinha uma teologia sem igual a ela, com tensões internas, diversidade e contradições à teologia das demais épocas do AT. De fato, não havia, para ele, nenhuma síntese na mente dos autores bíblicos ou nos textos, mas apenas a possibilidade de uma "tendência para a unificação". O historicismo voltara! O AT não possuía qualquer eixo central ou continuidade de um plano divino; pelo contrário, continha uma narrativa de como o povo lia reiigiosamente a sua própria história, sua tentativa de tornar reais e apresentar eventos e narrativas mais antigos. O objeto e enfoque do estudo da disciplina foi mudado da história como evento e da Palavra como revelação para uma abordagem tipo história- da-religião. Entrementes, von Rad criticou a teologia de Eichrodt, com seu tipo estrutural, por ter esta deixado de demonstrar que o conceito da aliança era de fato central para a totalidade do cânon do AT. Quanto a isso, o tipo diacrónico de teologia de von Rad, que tratava cada época sucessiva no cânon como um arcabouço organizacional para a teologia bíblica, estava mais perto do objetivo originalmente estabelecido para esta disciplina. O problema não estava no emprego de uma seqüência histórica de épocas, mas sim, em deixar o emprego legítimo da história engolir os interesses totais da disciplina. Sempre que os interesses da história começavam a dominar, a disciplina entrava na mesma esterilidade que procurara evitar em 1933. Ficou sem tocar na questão da teologia normativa. Conforme argumentava James Barr, tal teologia deixara de providenciar quaisquer razões ou critérios para decidir-se o que devia ser tomado como normativo ou autoritativo no AT ou como esta nova norma poderia ser à base de todas as nossas decisões teológicas. Se porem, von Rad estava no caminho certo da abordagem diacrônica e longitudinal que prestava atenção à seqüência cronológica do AT e sua mensagem, Eichrodt também estava parcialmente com a razão quando onservou que nenhuma teologia era possível se não houvesse alguns conceitos constantes ou normativos no decurso daquela história. Onde se poderia achar estes elementos constantes? Infelizmente, apesar das alegações ao contrário, a imposição de conceitualidade teológicas e até de categorias teológicas derivadas de teologias asistemáticas ou filosóficas se tornaram comuns. Quando o tipo histórico-descritivo da teologia bíblica (Gabler- Stendahl) cedeu lugar a um tipo teológivo-normativo (Hoffmann-Eichrodt), um pilo ilegítimo na prática exegética era sempre o resultado. Enquanto o tipo descritivo parou com aquilo que o texto significa, aqueles insistiam em que o leitor das Escrituras avançasse para descobrir o que o texto significa para nós hoje, faziam assim uma base de um salto tipo Kierkegaard em epistemologia e exegese. As formulações da normatividade surgem da moderna estrutura do leitor, ou mesmo de “leituras prontas, pressupostas” das formulações da Teologia Sistemática. O então do texto antigo repetidamente se tornou no agora das necessidades do leitor atual, ninguém sabendo como ou por qual processo. Em tais modelos, a fé moderna e a proclamação contemporânea (Geschichte e querigma) facilmente tomavam o lugar da história (Historie) e exegese. E mesmo naqueles outros modelos em que a exegese e a história eram envolvidas, elas tendiam a tornar-se uma finalidade em si mesmas, cheias de detalhes arqueológicos e uma totalidade fragmentada. A maior necessidade, naquele caso, era levar a efeito a exegese do texto individual à luz de uma teologia total do cânon. Mas como era esta teologia total do cânon? Mais uma vez, tornou-se aparente a insistência importunadora desta necessidade de identificar um padrão normativo. Esta pergunta não foi a invenção da era moderna. Já havia muito, tinha ocorrido aos próprios escritores antigos. Esta busca por um centro, uma conceitualidade unificante, estava no próprio coração da preocupação dos que recebiam a Palavra divina e dos participantes originais na seqüência de eventos no AT. Para eles, a questão de fatualismo não era tão importante como a questão do significado; afinal das contas, em muitos casos eles até faziam parte ou eram participantes nos próprios eventos descritos no texto. O significado e a correlação destes fatos com aquilo que conheceram ou deixaram de apreender de eventos antecedentes, ou significados com os quais este novo evento pode agora se vincular eram muito mais importantes. O testemunho e registro deles, portanto, de todas as interconexões e meios através dos quais a atividade e a correspondente mensagem foram passadas de uma figura chave, geração, região, crise e evento para outra deviam ser de suprema importância em estabelecer o enfoque do nosso estudo. Se uma busca indutiva do registro do AT revelar um padrão constante de eventos progressivos, com significados e ensinamentos em que os recipientes ficavam cônscios da participação de cada evento selecionado num todo maior, então o caminho do progresso da ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 8 disciplina teria sido fixado. A questão seria esta: Será que o progresso da história incluía relacionamentos em que cada avanço em palavra, evento e tempo era organicamente relacionado com revelação anterior? A resposta, pelo menos em princípio, seria simples e direta. Tal progresso não poderia excluir relacionamentos orgânicos, sendo que o próprio registro do AT freqüentemente insistiria em fazer precisamente estas conexões. Muitos relutariam contra o factualismo ou originalidade destes vinculadores dos textos, dizendo que os "resultados assegurados" da crítica das fontes apagou a maioria deles ou desmascarou sua posição secundária ou terciária. Talvez o melhor que podemos fazer em prol de tais leitores (enquanto os evangélicos permanecem alienados das controvérsias teológicas) é insistirmos que esta desvantagem (com sua reivindicações de objetividade "científica") seja (temporariamente) vencida ao escutar o cânon como testemunha canónica de si mesma. Da nossa parte, cremos que todos os textos devam ser considerados inocentes de todas as acusações de artificialidade até que sua culpa seja comprovada por testemunhas externas claras. O texto deve ser tratado, primeiro, conforme seus próprios termos. Todas as imposições editoriais designadaspelo modernismo (não derivadas de fontes reais às quais os evangélicos não têm objeção mas, pelo contrário, deduzidas de imposições gerais filosóficas e sociológicas feitas sobre o texto) que podem receber o crédito de atomizar o texto e de apagar os vinculadores que se devem atribuir, alegadamente, a redatores piedosos e mal orientados, devem ser excluídas da disciplina até comprovadas válidas pela evidência. A teologia bíblica sempre permanecerá uma espécie em vias de extinção até que os modos brutos da crítica de fontes imaginárias, da história da tradição e certos tipos de crítica de forma tenham sido detidos. Semelhante protesto não pode ser facilmente interpretado como sendo o equivalente de um conceito estático do desenvolvimento do registro. Pelo contrário, insistimos que se o registro bíblico tem licença de falar sua própria intenção em primeiro lugar, claramente indica progresso, crescimento, desenvolvimento, movimento, revelações irregulares e esporádicas de significado, e seleções de eventos no pleno fluxo de correntes históricas. Concordamos com Père de Vaux que esta história não era apenas homiletica mente útil; tinha que ser história real; senão, seria indigna de crédito pessoal e propensa a colapso interno pelo próprio peso das suas próprias invenções. Emprestando um antigo adágio, e pedindo desculpas por isto, algumas das gerações poderiam ter sido enganadas por algum tempo, mas não todo o restante do povo o tempo todo. Houve, portanto, verdadeiro progresso na revelação. Tal progresso, porém, não excluía nem um relacionamento orgânico nem a possibilidade de se levar a efeito, de vez em quando, uma plena maturação de um ou mais pontos de revelação ao longo desta admitida rota de crescimento. Nem a história nem a revelação procediam a um ritmo uniforme de maturação previamente estabelecido. Mais freqüentemente do que o contrário, o crescimento era lento, atrasado ou até dormente, que só depois de um longo período deixava brotar um novo rebento irrompendo do tronco principal. Este crescimento, porém, conforme os escritores das Escrituras nos contam, sempre era vinculado ao tronco principal: um crescimento epigenético, havia um crescimento do registro de eventos, significados e ensinamentos no decurso de tempo, em redor de um centro fixo que contribuía vida â massa total emergente. Se o evento, significado ou ensinamento foi considerado como muda, tronco, galho, raiz, ou folha, tudo participava da vitalidade do organismo inteiro. Como tal, cada parte do processo histórico era qualitativamente perfeita como a totalidade, embora certas partes fossem severamente limitadas ou na sua significância quantitativa para com o todo, ou na sua duração. Por exemplo, alguns eventos, significados, ou ensinamentos foram deliberadamente dados com uma declaração embutida de obsolescência que limitava o campo de sua aplicação a certos períodos históricos. Assim era a legislação do tabernáculo como as cerimônias que a acompanhavam: foi uma cópia feita segundo o padrão mostrado a Moisés no monte Sinai (Êx 25.9,40; 26.30; Nm 8.4). Daí a sua limitação. De vez em quando, o progresso histórico também permitia uma plena maturação de algum aspecto do registro, e, naqueles pontos, o texto nos deixa atônitos com o modo pelo qual o significado e o ensinamento ultrapassam a experiência e os tempos. Os homens e os tempos não tinham controle daquilo que era teologicamente significativo, nem eram a medida da capacidade divina! Deve-se exercer, portanto, cuidado nesta área a fim de evitar que algum tipo de positivismo teológico possa surgir para ditar aquilo que poderia ter acontecido, ou o que aconteceu mesmo, no progresso da revelação. Deus permaneceu sendo o Senhor soberano mesmo neste aspecto. ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 9 Conseqüentemente, a rapidez da descrição da Criação, da Queda do primeiro casal humano, a extensão universal da promessa abraâmica, o sacerdócio de todo o Israel, ou a descrição que Isaías deu do novo céu e da nova terra não devem nos surpreender e serem julgados como sendo impossível. Somente o embaraço de um espírito de modernidade por demais refinado sentir-se-ia obrigado por algum compromisso anterior a um princípio filosófico ou a uma sociologia do conhecimento para julgar impossíveis tais reivindicações textuais ainda antes de serem achadas culpadas na base de cânones aceitáveis de evidência. A natureza da teologia do AT, conforme aqui é concebida, não é meramente uma teologia que está em conformidade com a Bíblia inteira, mas é aquela teologia que se descreve e se contém na Bíblia (genitivo subjetivo) e conscientemente vinculada de era em era enquanto todo o contexto antecedente e mais antigo se torna a base para a teologia que se seguia em cada era. Sua estrutura é disposta historicamente, e seu conteúdo é exegeticamente controlado. Seu centro e conceitualidade unificada se acham nas descrições, explanações e conexões textuais. OO MMÉÉTTOODDOO DDAA TTEEOOLLOOGGIIAA DDOO AANNTTIIGGOO TTEESSTTAAMMEENNTTOO Quatro tipos principais de teologias têm aparecido em anos recentes: a.O tipo estrutural descreve o esboço básico do pensamento e da crença no AT em unidades tiradas por empréstimo da teologia sistemática, da sociologia, ou de princípios teológicos seletos e depois traça seu relacionamento para com conceitos secundários (Eichrodt, Vriezen, van Imschoot). b. O tipo diacrônico expõe a teologia dos sucessivos períodos de tempo e das estratificações da história de Israel. Infelizmente, a ênfase recaía sobre as tradições sucessivas da fé e da experiência da comunidade religiosa (von Rad). c. O tipo lexicográfico limita seu escopo de investigação a um grupo ou grupos de homens bíblicos e seu vocabulário teológico especial, os sábios, o eloísta, o vocabulário sacerdotal, etc. Gerhard Kittel, editor, e G. W. Bromiley, trad., Theological Dictionary of the New Testamento 10 vols. (Grand Rapids: Eerdmans, 1964-74); Peter F. Ellis, The Yahwist: The Bible's First Theologian (Notre Dame: Fides Publishers, 1968). d. O tipo dos temas bíblicos leva sua busca além do vocabulário do único termo chave para abranger toda uma constelação de palavras ao derredor de um tema chave (John Bright, The Kingdom of God; Paul e Elizabeth Achtemeier, The Old Testament Roots of Our Faith). A ambigüidade dos métodos é óbvia; porque enquanto o tipo estrutural ressalta que uma teologia deve representar a formulação sistemática de idéias religiosas, o tipo diacrónico se desvia na direção de uma abordagem tipo história das religiões na sua insistência de que a teologia bíblica é uma disciplina puramente histórica que registra imparcialmente as crenças da comunidade religiosa sem procurar avaliar a relação que estes eventos e pensamentos possam ter com respeito à verdade religiosa normativa permanente. Os outros dois tipos geralmente lutavam com a mesma questão básica, porém com um escopo muito mais limitado do cânon ou do alcance de idéias bíblicas. Ambos os litigiantes principais no campo da teologia do AT, porém, tinham problemas metodológicos de maior vulto para o tipo de teologia do AT aqui visado. O tipo estrutural delineia um programa de estudos que é metodologicamente tão relacionado à teologia sistemática que sentimos dificuldade em descobrir a verdadeira utilidade da sua missão a não ser o valor heurístico de ver como pareceria uma teologia sistemática do Antigo Testamento. Mas como isto poderia servir para as necessidades teológicas ou exegéticas da comunidade da fé? E para que fazer tanto barulho em protesto contra a terrível imposição das categorias da filosofia ocidental ou das que pertencem às grandes confissões eclesiásticas da igreja cristã, se a estrutura que se resulta é apenas uma fracaconcatenação do relacionamento entre Deus e o homem? Neste caso, a teologia bíblica não tem nenhuma missão independente e faz uma contribuição mínima, ou talvez nenhuma. Semelhantemente, o modelo diacrónico se desvia na direção da abordagem da história-da-religião. ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 10 Embora tenha suprido o arcabouço sem igual e novo do progresso de eventos e pensamentos através dos acontecimentos históricos, sua tendência tem sido dar-se por satisfeito com uma apresentação que tem sido puramente descritiva na sua natureza. Assim sendo, embora a teologia bíblica tenha começado como uma reação contra a infertilidade da abordagem tipo história da religião de lsrael, parece agora que, devido à pobreza da sua própria metodologia, tem sido retomada por esta área da teologia. Esta, no entanto, não era necessariamente uma feição concomitante do método, conforme esperamos demonstrar ma is tarde. Há, portanto, uma metodologia distintiva para esta disciplina? Ou será que toda a labuta do último meio século tem sido sem resultado real? Há, pois, um tema ou plano, interno, persistente, distintivo e característico que demarcaria a preocupação central do AT? E será uma ajuda para o currículo teológico ou mesmo para a apreciação do leitor em geral, ter este plano demonstrado nas suas sucessivas contribuições? Tudo isto equivale a um sistema ou umalógica que se edifica dentro do Antigo Testamento? E será que este padrão dá evidência que espere eventos e significados ainda além do alcance dos seus escritos canónicos? Ainda mais crucial, pode ser demonstrado pelas alegações dos participantes originais destes eventos e pelos pensamentos destes textos do AT que tinham consciência de um fluxo contínuo de eventos, significados e idéias que precediam a eles e que se sentiam obrigados a reconhecer algum tipo de exigências, permanentes e normativas, impostas sobre suas crenças e ações? Estes são os problemas difíceis de metodologia que a geração passada, bem como a nossa, tem tido dificuldade em achar uma resposta, mormente porque esta disciplina foi considerada como sendo a síntese de todos os "resultados assegurados" dos estudos do AT no decurso dos últimos dois séculos. Infelizmente, alguns destes resultados representavam uma escravidão tão grande a grades, sistemas, e filosofias como aquelas que a disciplina originalmente tentara evitar em 1933. Nosso propósito é fazer uma forte distinção entre o método da teologia bíblica e o da sistemática e o da história das religiões. Há um centro ou plano interior ao qual cada escritor conscientemente contribuía. Um princípio de seletividade já está evidente e divinamente determinado pela revelação rudimentar do tema divino de bênção promessa para todos os homens em todos os lugares, quando o cânon tem seu início em Gênesis, caps. 1-11 e continua em Gênesis, caps. 12-50. Ao invés de selecionarmos os dados teológicos que achamos atraentes, ou que suprem alguma necessidade corrente, o texto teria estabelecido suas próprias prioridades e preferências. Estes pontos de união podem ser identificados, não na base de escolas eclesiásticas ou teológicas, mas, sim, por critérios tais como: (1) a colocação crítica de declarações interpretativas na seqüência textual; (2) a freqüência de repetição das idéias; (3) a recorrência de frases ou termos que começam a assumir uma qualidade técnica; (4) o retornar a temas que um precursor já levantara, muitas vezes com uma área de referência mais extensiva; (5) o emprego de categorias de asserções previamente empregadas que facilmente se prestam a uma descrição de um novo estágio no programa da história; e (6) o padrão organizacional por meio do qual as pessoas, lugares e idéias eram marcados para aprovação, contraste, inclusão, e significado futuro e presente. Não somente a tarefa da seletividade deve ser iniciada e guiada pelos controles textuais estabelecidos pelas intenções quanto à verdade da parte dos escritores do AT, mas estes mesmos homens também devem ser seguidos de perto na avaliação de todas as conclusões teológicas tiradas destes dados teológicos "selecionados". Se estes juízos de valor, estas interpretações e estimativas que atribuíam a estas pessoas e eventos chaves no texto fossem apagados, deixados de lado, negligenciados ou substituídos pornossos próprios, não poderíamos culpar a ninguém a não ser nós mesmos se parecer que a autoridade da Bíblia também evaporou sob nossos melhores esforços estudiosos. A verdade do assunto, seja benéfica ou não, é que estes escritores alegam que receberam a revelação divina na seleção e avaliação de tudo quanto foi registrado. Conseqüentemente, todas as teologias sérias precisarão se entender com ambos os aspectos desta reivindicação, para não falar da própria reivindicação de se ter recebido revelação. Para repetir, então, em nossa metodologia proposta, a teologia bíblica tira sua própria estrutura de abordagem da progressão histórica do texto, e sua seleção e conclusões teológicas a partir daquelas que se acham no enfoque canónico. Assim sendo, concorda parcialmente com a ênfase histórica e seqüencial do tipo diacrónico da teologia do AT e da ênfase normativa do tipo estrutural. No entanto, faz mais do que meramente sintetizar ou ecleticamente aceitar uma nova combinação daquilo que até agora tem sido uma coletânea de ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 11 métodos antitéticos. Deliberadamente tenta derivar sua teologia de percepções exegéticas das seções canónicas, seja um parágrafo ou capítulo que faz um resumo, uma passagem chave de ensinamento, um evento estratégico conforme sua avaliação no contexto onde apareceu pela primeira vez e em referências subseqüentes no cânon, ou um livro inteiro ou grupo de livros que se vinculam tão estreitamente quanto ao tema, abordagem ou mensagem que produzem uma unidade explícita. No meio de toda a multiplicidade e variedade de materiais, eventos e questões, é nosso argumento que existe mesmo um centro para esta tempestade de atividade. Semelhante ponto de partida é suprido textualmente e confirmado textualmente como esperança central do cânon, preocupação sempre presente, e medida daquilo que era teologicamente significativo ou normativo. Embora o NT finalmente se referisse a este ponto focal do ensino do AT como sendo a promessa, o AT o conheceu sob uma constelação de palavras tais como promessa, juramento, bênção, descanso e semente. Também era conhecido sob fórmulas em três partes tais como: "Eu serei vosso Deus, vós sereis meu povo, e eu habitarei no meio de vós", ou a fórmula redentora auto-asseverativa espalhada na forma parcial ou integral 125 vezes em todas as partes do AT: "Eu sou o SENHOR vosso Deus que vos trouxe da terra do Egito". Também poderia ser visto como plano divino na história que prometia trazer uma bênção universal pela agência de uma escolha divina, não por merecimentos de uma descendência humana. "Em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gn 12.3). A interpretação passiva de Gênesis 12.3 (também 18.18; 28.14 em todos os casos o verbo está na forma do nifal) é tão crucial que Bertil Albrektson reconhece que se a forma nifal é passiva aqui e não reflexiva conforme a maioria das traduções modernas alegam, então uma clara referência a um plano divino mediante o qual Abraão é escolhido para ser o instrumento de Deus para alcançar todas as nações da terra é explicitamente ensinada no texto. Infelizmente, porém, ele se sente constrangido a rejeitar esta referência, baseando-se no fato de que esta fórmula aparece na forma hithpael (usualmente uma forma reflexiva) em Gênesis 22.18 e 26.4: "Abençoar-se". Neste ponto, porém, um forte protesto deve ser levantado, por várias razões exegéticas. Em primeiro lugar, em Gênesis 12.2 já se diz que a bênção divinaé vinculada à pessoa de Abraão: "E tu ou "ele", referindo- se ao nome ou ao povo de Abraão serás uma bênção". Sendo assim, nem ele nem o seu povo hão de ser uma mera fórmula de bênção; nem ele meramente se abençoará a si mesmo! Abraão, pelo contrário, à parte do nifal controverso do versículo 3, seria o intermediário e fonte da bênção divina. Esta era sua missão destinada na primeira coletânea de promessas do versículo 2 antes de se avançar para uma declaração diferente e mais alta de propósito no versículo 3. Todas as cinco passagens em Gênesis (tanto nas formas nifal e hithpael do verbo "abençoar") se tratam nos Targuns samaritano, babilónico (Onkelos), Jerusalém (Pseudo-Jônatas) como sendo passivas. De fato, a interpretação harmonística que insiste em interpretar três formas do nifal por duas formas do hithpael também está mal informada quando insiste num sentido uniforme reflexivo do hithpael, porque isto não é verdade. Não se pode afirmar assim tão facilmente que o sentido do hithpael é claro, e portanto deve ser usado como a base da inter-pretação do sentido do "nifal disputado". O sentido de ambas estas raízes se mudou sobre a pressão do interesse polêmico em Rashi, depois em Clericus, e, agora, a maioria dos lingüistas e exegetas. Entretanto, o desafio lingüístico de O.T. Allis tem ficado sem refutação e até sem reconhecimento por estudiosos contemporâneos o sentido é claramente passivo e as implicações para a teologia bíblica do AT são maciças! O enfoque do registro recaiu sobre o conteúdo da aliança de Deus, que permanece epigeneticamente constante, o acúmulo de materiais enquanto o tempo se passava, foi crescendo em derredor de um centro fixo que contribu ía com vida à totalidade da massa emergente. Este conteúdo era uma certa palavra de bênção e promessa. Era uma declaração garantida por uma promessa divina de que Deus livremente faria ou seria algo para certas pessoas em Israel naquele momento, e, depois, para descendentes judaicos no futuro a fim de que Deus pudesse assim fazer ou ser algo para todos os homens, nações, e a natureza, de modo geral. Os efeitos imediatos desta palavra eram bênçãos divinas (acontecimentos ou a chegada de pessoas) usualmente acompanhadas por uma declaração promissória de uma obra futura ou completação da série uma promessa divina. Sendo assim, os homens recebiam a promessa e aguardavam a promessa, tudo num só plano. Na sua composição, no entanto, o registro continha interesses tão variados que incluíam: (1) bênçãos materiais de todos os homens e animais; (2) uma descendência especial para a humanidade; (3) uma terra para uma ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 12 nação escolhida; (4) bênçãos espirituais para todas as nações; (5) a libertação nacional da escravidão; (6) uma dinastia e reino de eterna duração que um dia haveriam de abranger um domínio universal; (7) o perdão dos pecados, e assim por diante, mais e mais. De nenhum princípio empurrado como "vara de adivinhação abstrata" por cima do texto poderia se esperar como resultado tantos valiosos frutos teológicos. Somente uma reivindicação que o próprio texto levantou poderia ter chamado nossa atenção para semelhante constelação de termos e conteúdos interconexos como se acha neste único plano de Deus – Sua promessa. O progresso dessa doutrina pode ser medido e descrito historicamente. Alem disso, incluirá seu próprio padrão para uma norma permanente por meio da qual se pode julgar aquele dia e todos os demais dias por uma vara de medida que reivindica ter sido colocada pelo próprio Deus sobre o escritor das Escrituras e, ao mesmo tempo, sobre todos os leitores subseqüentes. OO EESSCCOOPPOO DDAA TTEEOOLLOOGGIIAA DDOO AANNTTIIGGOO TTEESSTTAAMMEENNTTOO Inevitavelmente surge a questão da limitação da disciplina. Deve incluir matérias fora do cânon do AT? Deve tentar incluir todo o AT com todos os seus detalhes, ou pode desenvolver algum tipo razoável de cobertura representativa que apresentará os interesses de uma teologia total do AT? A primeira pergunta respondemos que o escopo do nosso estudo é correta- mente restringido aos livros canónicos na coleção judaica. Acrescentar à nossa consideração os Apócrifos, matérias de Qumram, textos de Nag Hammadi, e escritos rabínicos enfraqueceria seriamente o propósito declarado de discutir a feição integral da teologia dentro de uma corrente de revelação em que os escritores estavam contribuindo conscientemente, sob ordens divinas, para um registro existente de revelação divina. A possibilidade de descobrir a unidade ou centro do AT ou sua correlação com o NT seria perdida para sempre, pois a linha divisória temática perderia sua nitidez devido à intrusão daquilo que basicamente pertenceria á história da religião de Israel. O julgamento do próprio Cristo é ainda mais determinante quanto a isto, pois Ele decisivamente indicou a coleção de livros judaicos conforme eram conhecidos nos Seus dias, e afirmou que eram aqueles que falavam dEle. Este julgamento deve solucionar a questão para todos os que crêem, e deve ser uma precaução para todos os demais estudantes da disciplina no sentido de restringirem o escopo dos seus estudos "teológicos" àquele cânon. Entretanto, certamente, uma abordagem tipo história-da- religião será necessária para alargar sua área de estudos para incluir no seu panorama toda a literatura intertestamentária. O alvo de uma teologia do AT não é laboriosamente entrar numa discussão de cada pedaço de informação que diz respeito à história ou prática da religião. Sendo assim, todos os estudos meramente historiográficos, cúlticos, institucionais ou arqueológicos devem ser relegados a outras partes do corpo da teologia. Isto não quer dizer que existe um "cânon dentro do cânon", como se fosse a prerrogativa do teólogo dar a certas partes do cânon uma posição de preferência enquanto denigre outras partes ao aplicar-lhes a etiqueta de posição secundária ou inferior. É verdade que a Bíblia, ta Bíblia, é uma palavra plural que indica a natureza composta dos livros que formam a totalidade. Esta nomenclatura externa não pode bastar como evidência para uma canonicidade múltipla.A presença de um tema central ou de um centro material que leva consigo a linha principal e significado da narrativa não pode, muito menos, ser empregada como ferramenta divisória para segregar níveis de canonicidade, autoridade ou valor de revelação. Se, ao invés disto, o centro pertence integralmente ao próprio texto, sua autenticação deve ser realizada sendo que reúne em si todas as partes apoiadoras do cânon. O próprio desenvolvimento de sistemas artificialmente planejados de bifurcar o texto mais uma vez implica em que o crivo do leitor ou estudioso moderno, através do que são passados todos os textos bíblicos, é mais exato e digno de confiança do que as reivindicações dos profetas ou apóstolos que estavam a par dos planos do Senhor e que receberam aquilo que registraram. Noutras palavras, aquilo que os leitores bíblicos modernos negaram aos escritores bíblicos, aqueles reivindicam para os seus próprios crivos! Não, a totalidade do texto canónico deve ser recebida num nível de igualdade. Portanto, todo o texto é igualmente importante e vem nos julgar, ao invés de ser julgado por nós. Mas isto não quer dizer que tudo é importante pela mesma razão. Nem todo texto ensina doutrina. E não são todos os textos que dão instrução ética; o agregado total, no entanto, se presta para uma só totalidade unificada com momentos especiais de surpresa quando o fio da história ou o ensino que o ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 13 acompanha recebe um tremendo passo para a frente devido ao significado de uma novapalavra ou obra da parte de Deus. Daí, é possível ter unidade sem uniformidade, solidariedade sem constância estática. Havia pouca, ou nenhuma, uniformidade na forma, caráter, grau e regularidade de ocorrência de interdependência que produziu uma harmonia de pensamento, propósito e vida. Conseqüentemente, a teologia bíblica não precisa repetir cada detalhe do cânon a fim de ser autêntica e exata. De fato, o que seria mais preferido por parte da teologia seria o método que pudesse sintetizar os detalhes que muitos dizem ser "discrepantes", de tal modo que pudessem participar da estrutura teológica central do cânon e ressaltar deles a validade representativa, o aspecto distintivo, e a contribuição teológica ao centro material e formal da Bíblia. Também não se nega que é possível escrever um tipo de teologia bíblica baseando-se em seções específicas de um livro grande da Bíblia (Is caps. 40-66) ou em um grupo de livros que pertencem a uma etapa específica histórica em comum da revelação. No entanto, tal abordagem seccional sempre dependerá da totalidade teológica maior. Isto é: em última análise, precisará ser informada por toda a teologia antecedente contra a qual esta seção pequena tenha sido projetada, e especialmente, pelo tema total do cânon. O acúmulo da mensagem total nunca ficava longe das mentes da maioria dos autores enquanto escolhiam as palavras ou vinculavam suas experiências àquilo que até então tinha sido sua herança religiosa e revelacional até àquele ponto no tempo. Note-se que este não é o procedimento usual da Analogia da Fé mediante a qual o NT ou teologia posterior tem licença de marcar o compasso de passagens anteriores. Pelo contrário, é aquilo que chamaremos a Analogia de Escrituras Antecedentes, mediante a qual a teologia canónica cronologicamente antecedente deve ser averiguada para ver se prestava informações à teologia que está sendo investigada. Mais um fato precisa ser ressaltado: a teologia do AT é uma disciplina legítima e distinta da teologia do NT. Sem dúvida, a teologia do AT tem a obrigação de indicar as vinculações com a teologia do NT, assim como a teologia do NT tem a obrigação de procurar suas raízes de vinculação no AT. Por causa da enormidade de manejar sessenta e seis livros que cobrem um período tão vasto de tempo, seria melhor embalar a teologia bíblica única sob as duas etiquetas dos dois testamentos. Além disto, se, conforme cremos ser possível argumentar, a teologia bíblica é em primeiro lugar uma ferramenta exegética e não primariamente uma ajuda na construção de uma teologia sistemática, então mais uma vez será mais útil se a única teologia bíblica fosse publicada em duas partes, uma para cada testamento. Assim, sem ficar desvinculado de um dos testamentos, poderia ser argumentado que o impacto e a utilidade da teologia seria maior se fosse embalada separadamente. AA MMOOTTIIVVAAÇÇÃÃOO PPAARRAA AA TTEEOOLLOOGGIIAA DDOO AANNTTIIGGOO TTEESSTTAAMMEENNTTOO O impulso primário em construir qualquer teologia bíblica já não é um protesto contra a teologia sistemática. Que certa alienação tenha existido no passado entre os representantes das duas disciplinas embora não fosse necessariamente assim não se pode negar. Mas isto foi quando a disciplina estava buscando um conjunto separado de categorias, ao invés das da sistemática, e quando ambas as disciplinas estavam prontas a aceitar uma abordagem normativa à teologia. Agora, com as fortunas subindo da abordagem puramente descritiva à teologia bíblica, e uma aproximação maior, senão uma imitação aberta, aos métodos do estudo tipo história das religiões, a necessidade de distinguir entre estas duas disciplinas é ainda mais urgente do que na luta anterior com a teologia sistemática. Dado, porém, o interesse original da teologia bíblica nas raízes históricas da mensagem, enquanto está em seu desenvolvimento e o julgamento equilibrador que buscava identificar a coletânea de avaliações normativas do próprio texto, o propósito e papel desta nova disciplina deve ser declarado em termos bem diferentes do que ocorre atualmente. Ao invés de descobrir uma parte sobreposta nas áreas sistemáticas ou históricas, achamos que a teologia bíblica é uma ferramenta dupla do exegeta. Sua aplicação mais imediata está na área da hermenêutica. Aqui, sua contribuição não é nem competitiva nem meramente tolerada como abordagem alternativa a um corpo de material semelhante. Seu papel é tão distintivo que, sem esta teologia, a tarefa exegética semelhantemente cai num historicismo de uma descrição a.C. ou do primeiro século d.C. Sua mensagem se prende ao tempo e fica trancada no então do evento com muito pouca coisa para levar para o agora da proclamação ou da aplicação à situação do leitor ou ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 14 ouvinte. Mesmo se a exegese evitasse a arapuca historicista através de práticas tão abomináveis quanto o apelar para a moralização, a alegorização, a psicologização, a reinterpretação ou a espiritualização do texto, depois de ter cumprido suas obrigações profissionais de localizar o texto precisamente na situação do tempo e espaço do escritor, também poderia entrar num beco sem saída lingüístico em que o exegeta e o intérprete completam sua tarefa depois de analisar os verbos, identificar as formas raras, e notar as conexões com formas cognatas importantes. Embora este exercício seja importante, não poderá ultrapassar um resultado puramente analítico. Entretanto, o texto pede para ser entendido e colocado num contexto de eventos e significados. Estudos históricos colocarão o exegeta em contato com o fluxo de eventos no tempo e no espaço, e as análises gramaticais e sintáticas identificarão a coleção de idéias na seção imediata do período sob investigação. Qual disciplina, no entanto, colocará o exegeta em contato com aquilo que o escritor deste texto avulso achou de valor duradouro e de especial relevância para seus dias por causa das suas alusões explícitas ou implícitas aos grandes atos e avaliações teológicas da revelação anterior? É precisamente neste ponto que a teologia bíblica fará sua contribuição mais distintiva e sem rival. Em cada exegese bem sucedida, deve haver alguns meios de identificar o centro ou cerne do cânon. Depois de localizar e colecionar este padrão distintivo e esta semelhança familiar como fruto de uma miríade de esforços exegéticos cobrindo a totalidade do cânon do AT, o exegeta, intérprete, pregador, leitor e ouvinte de partes individuais do texto estará capacitado a escutara Palavra normativa de Deus. Naturalmente, seria necessário repetir as advertências contra todas as imposições prematuras de generalizações variadas ou significados alegadamente enaltecidos e contemporâneos do texto. Tal teologização inacabada não poderia, de modo algum, substituir aquela busca diligente de um princípio de unidade internamente derivado. Semelhante reivindicação deve levar consigo sua própria verificação e justificação. Se não puder demonstrar que seus interesses são precisamente aqueles que são levantados no progresso do crescimento destas "normas centralmente acreditadas", então estes interesses devem ser abandonados e a busca iniciada de novo. Depois de localizado o centro certo, no entanto, a tarefa do exegeta deve ser completada depois de ele trabalhar os passos da exegese gramatical histórica sintática cultural, acrescentando o passo teológico. A exegese teológica, quando se emprega juntamente com os passos gramática I histórico sintático cultural, empregará a Analogia das Escrituras Precedentes para ajudar o intérprete a fazer a transferência autorizada do então do contexto a.C. do AT para o agora do século vinte. Em contraste com o método empregado pelateologia sistemática chamado a Analogia ou Regra da Fé (que é uma coletânea das doutrinas fundamentais da fé tiradas dos capítulos principais e mais óbvios das Escrituras, sem notar especialmente o período de tempo em que surgiram ou informações semelhantes), a Analogia das Escrituras limita severamente seu emprego para aquela edificação do núcleo da fé que antecedeu no tempo e na história o texto sob investigação. Enquanto a Analogia ou Regra da Fé é dedutiva e coleciona todos os materiais sem levar em conta suas relativas datas, a Analogia das Escrituras é indutiva e coleciona apenas aqueles contextos antecedentes que existiam na mente do escritor das Escrituras enquanto escrevia a nova passagem, conforme se indica pela mesma terminologia, fórmulas ou eventos aos quais este contexto acrescenta outros em série. Dependendo da parte do cânon onde o exegeta está trabalhando, ele empregará a teologia dos períodos que precederam seu texto, na medida em que ditos períodos ofereçam tópicos análogos ou idênticos, palavras-chave em comum, ou levantem outros interesses teológicos semelhantes. É esta analogia que "informa" o texto suprindo o pano de fundo e a mensagem disponível à luz da qual esta nova revelação foi dada. Ao invés de empregar textos do NT ou textos e idéias subseqüentes do AT para interpretar (ou, ainda pior, reinterpretar) o material antigo o que é um ato de descarada rebeldia contra o autor e sua reivindicação de ter recebido autoridade divina para aquilo que relata e conta conclamamos o novo teólogo bíblico a prover o exegeta com um conjunto de termos técnicos e teológicos que se acumulam, identificações dos momentos-chaves interpretativos na história do plano divino para o homem, e uma apreciação pela gama de conceitos agrupados em derredor de um núcleo unificante todos estes de acordo com sua progressão histórica no tempo. Semelhantemente, seriam desnecessários expedientes tais como a tentativa de cobrir a lacuna entre a.C. e d.C. com o emprego da analogia da situação humana ou o método de reapresentar o texto em proclamação para contemporizar a ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 15 mensagem. O uso bem estudado dos resultados da teologia bíblica marcará a mensagem permanente como estando fundamentada na especificidade histórica. Dessa forma, a exegese terá os maiores benefícios dos esforços desta disciplina, enquanto, num modo menos direto, a sistemática também desejará consultar seus resultados com aqueles da teologia exegética, da história do dogma, e da filosofia da religião. ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 16 UUNNIIDDAADDEE IIII OO DDEESSEENNVVOOLLVVIIMMEENNTTOO DDEE UUMM EESSBBOOÇÇOO PPAARRAA AA TTEEOOLLOOGGIIAA DDOO AANNTTIIGGOO TTEESSTTAAMMEENNTTOO ............................................................... “O propósito da Teologia Bíblica, segundo Ladd é de expor a teologia encontrada na Bíblia em seu próprio contexto histórico, com seus principais termos, categorias e formas de pensamentos”. .............................................................. AA TTEEOOLLOOGGIIAA NNAA HHIISSTTÓÓRRIIAA Um tratamento adequado dos agrupamentos conceptuais da teologia do AT exige que tenhamos consciência da seqüência de eventos históricos na vida de Israel. A teologia de Israel — e a nossa — está arraigada na história. Dessa forma, Hebreus 1.1-2 continuou essa seqüência quando afirmou que "Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho". Contrariamente à opinião prestigiosa de Gerhard von Rad e sua escola, o AT de fato fazia reflexões sobre a história de Israel de acordo com um princípio pré- anunciado de seletividade. Esse princípio, mediante o qual incidentes históricos eram incluídos ou rejeitados era a consistente declaração profética: "Assim diz o Senhor". Esta declaração estava longe de ser mera assimiladora sincretista de tradições que, mecânica ou carismática mente colavam tradições existentes e as interpretavam à luz do dia atual. Pelo contrário, havia um princípio único, um entendimento único de toda a revelação, que solucionava a situação para os escritores. Era a "Promessa" revelada de Deus, em que Ele seria a esperança de todos os homens e que levaria a efeito uma obra divina de implicações universais. sta ênfase não é a de uma imposição fideística de uma fé cristã posterior sobre o texto, nem o resultado dè um mínimo cientificamente assegurado tirado de tipos destrutivos de crítica histórica e literária. Pelo contrário, é a reivindicação do próprio cânon conforme agora existe. lém disto, uma ordem definida de eventos e significados centrais torna-se o sujeito repetido de numerosas seções nos Salmos (136, 105, 78) e nos profetas (Jr 2; Ez 16, 20, 23). Começando ou com a Criação ou com o chamado de Abraão, a narrativa usualmente seguia o mesmo padrão de seletividade e ênfase. substância daqueles eventos, especialmente selecionados e interpretados pelos escritores do AT, também poderia ser registrada em breves resumos, tais qual aquele que Gerhard von Rad designou como um Credo israelita antigo Deuteronômio 26.5 9: “Ara meu, prestes a perecer, foi meu pai, e desceu para o Egito, e ali viveu como estrangeiro com pouca gente; e ali veio a ser nação grande, forte e numerosa. Mas os egípcios nos maltrataram e afligiram, e nos impuseram dura servidão. Então, clamamos ao SENHOR, Deus de nossos pais; e Javé ouviu a nossa voz, e atentou para a nossa angústia, para o nosso trabalho e para a nossa opressão; E Javé nos tirou do Egito com poderosa mão, e com braço estendido, e com grande espanto, e com sinais, e com milagres; e nos trouxe a este lugar, e nos deu esta terra, que mana leite e mel”. emelhantemente, Josué 24.2-13 passou em revista mais ou menos a mesma narrativa histórica em uma forma que assumiu um status legal enquanto os cidadãos de Israel juntamente serviam como "testemunhas contra si mesmos" (v. 22) quanto à veracidade e significado desta seqüência histórica de eventos (v. 27). isto se acha a unidade interna da história de Israel e da sua teologia. Era mais do que uma forte tendência para a unificação"; era um fato da vida, e vida dos fiéis. Foi enfileirada no varal da história, mas continha motivos conceptuais acompanhantes que, segundo declaravam os escritores, não eram invenção própria mas, sim, formados por Deus. Ele tinha o direito exclusivo de interpretar, definir valores, ver significâncias, e indicar a interpretação para aquele tempo e para o futuro. O que se diz, porém, da seqüência histórica? Como é que se devem agrupar os eventos? á ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 17 uma convenção conceptual que se pode tomar emprestada da sistemática para a organização da teologia do AT? E, se houver um método de estudo que melhor se enquadre nas necessidades de um novo tipo responsável de teologia exegética que toma cuidadosa nota do emprego feito pelo autor quanto à linguagem, primeiramente à luz da coletânea que herdou de termos e conceitos tirados dos antecedentes bíblicos até o dia dele, quais são os pontos divisivos disto, na história? A estas perguntas procuramos responder. OOSS PPEERRÍÍOODDOOSS HHIISSTTÓÓRRIICCOOSS DDAA TTEEOOLLOOGGIIAA DDOO AANNTTIIGGOO TTEESSTTAAMMEENNTTOO Assim como os apóstolos do NT com suas epístolas, eram, de muitas maneiras, os intérpretes dos Atos e dos Evangelhos, assim também a teologia do AT poderia semelhantemente começar com os profetas por um motivo bem semelhante. No entanto, mesmo para o fenômeno da profeciabíblica, havia a realidade sempre presente da história de Israel. Toda a atividade salvífica de Deus em tempos anteriores tinha que ser reconhecida e confessada antes de alguém poder ver mais firme e holisticamente a revelação adicional de Deus. Devemos, portanto, começar onde Deus começou: na história — história verdadeira e real — com a geografia, homens e eventos que a acompanharam. Prolegômenos à Promessa: a Era Pré-patriarcal A aliança abraâmica é citada pela primeira vez em Gênesis 12.1-3. Marca o início não somente da eleição divina do homem através do qual salvaria o mundo inteiro se os homens apenas acreditassem, como também da história e da teologia de Israel. Sem dúvida, Abraão ocupou um lugar de destaque no auge da revelação. Nem por isto, porém, devemos menosprezar os momentos que levaram a isto como tendo pouca significância ou até nenhuma existência. O texto avança da extensão de toda a criação para o bairrismo e limitações que resultaram dos pecados sucessivos da humanidade. Mas também avança da tríplice tragédia do homem como resultado da Queda, do Dilúvio e da fundação de Babel para a universalidade da nova provisão da salvação da parte de Deus para todos os homens, através da descendência de Abraão. Além disto, a palavra e conceito principal é a "bênção" repetida da parte de Deus — uma "bênção" que, no início, existia apenas no estado embrionário, mas que estava interligada com bênçãos e palavras de promessa subseqüentes das mãos de um Deus gracioso e amoroso. No início, trata-se da "bênção" da ordem criada. Depois, é a bênção da família e da nação, em Adão e Noé. O auge veio na quíntupla bênção para Abraão em Gênesis 12.1-3, que incluía bênçãos materiais e espirituais. No sentido, portanto, de serem uma palavra antes de uma palavra, de se adiantarem em forma germinativa, estas bênçãos da revelação em Gênesis 1-11 poderiam ser chamadas prolegômenos à promessa. O espírito do modernismo tem achado objeçoes sérias quanto ao tratar Gênesis 1-11 de modo direto. Nós, no entanto, acreditamos haver pouca base para tais objeçoes, que são defendidas de modo inadequado. Nossa própria posição tem sido tratar os registros â altura daquilo que alegam ser, até que o contrário seja provado por artefatos, epígrafes, ou fatos evidenciais relacionados. Provisões na Promessa: Era Patriarcal Esta era foi tão significativa que Deus Se anunciava como "Deus dos patriarcas" ("pais"), ou "Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó". Além disto, os patriarcas eram considerados "profetas" (Gn 20.7; SI 105.15). Aparentemente era porque pessoalmente recebiam a palavra de Deus. Freqüentemente, a palavra do Senhor "veio" a eles de modo direto (Gn 12.1; 13.14; 21.12; 22.1) ou o Senhor "apareceu" a eles numa visão (12.7; 15.1; 17.1; 18.1) ou na personagem do Anjo do Senhor (22.11,15). Os períodos de vida de Abraão, Isaque e Jacó formam outro tempo distintivo no fluxo da história. Estes três recipientes privilegiados da revelação viram, experimentaram e ouviram tanto, ou mais, durante o conjunto de dois séculos representado pelas vidas combinadas deles, do que todos aqueles que viveram durante os milênios anteriores! Como conseqüência, podemos, com toda a segurança, delinear Gênesis 12-50 como nosso segundo período histórico no desdobrar da teologia do AT, exatamente como foi feito por gerações posteriores que tinham o registro escrito das Escrituras. ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 18 O Povo da Promessa: a Era Mosaica Um filho (Gn 3.15) nascido a um semita (Gn 11.10-27) chamado Abraão haveria de ser o instrumento para formar um povo e, finalmente, uma nação separada. Este chamado para aceitar a condição de nação significava que a "santidade" ou separação para Deus, não era um aspecto opcional. Portanto, ambos o conceitos receberiam mais atenção durante esta era da revelação. Israel foi então chamado "reino de sacerdotes e nação santa" (Êx 19.6). Deus, com todo o amor, delineava os meios morais, cerimoniais e civis de se cumprir tão alta vocação. Viria no ato primário do Êxodo, com a graciosa libertação de Israel do Egito, operada por Deus, a subseqüente obediência de Israel, em fé, aos Dez Mandamentos, a teologia do tabernáculo e dos sacrifícios, e semelhantes detalhes do código da aliança (Êx 21-23) para o governo civil. Toda a discussão quanto a ser um novo povo de Deus se derivava de Êxodo 1-40; Levítico 1-27; e Números 1-36. Durante esta era inteira, o profeta de Deus foi Moisés — um profeta sem igual entre os homens (Nm 12.6-8). De fato, Moisés foi o padrão para aquele grande Profeta que estava para vir, o Messias (Dt 18.15-18). O Lugar da Promessa: A Era Pré-Monárquica Uma das partes da promessa de Deus que recebeu uma descrição detalhada nos eventos da história e nas páginas das Escrituras foi a conquista da terra de Canaã. A promessa da terra como lugar onde Deus faria descansar o Seu nome já tinha, a esta altura, seis séculos de idade. A antiga palavra dada a Abraão agora receberia pelo menos um cumprimento seminal. Dessa forma, Deuteronômio, com sua preocupação com respeito a este lugar de descanso (12.8-11) e o livro de Josué, com sua descrição da conquista daquela terra, claramente se juntam em conceito e ato. Temos aqui, porém, uma clara unidade de história que pode ser distinguida tão nitidamente como o foram as eras patriarcal ou Mosaica pelas próprias declarações das Escrituras? E esta história deve se estender ao longo do período dos juízes para incluir a teologia das narrativas da arca da aliança em 1 Samuel 4- 7? Estas perguntas não aceitam conclusões decisivas — os tempos se tornaram tão distorcidos é tudo parecia estar em tantas mudanças subseqüentes devido ao declínio moral do homem e à falta da revelação da parte de Deus. De fato, a palavra de Deus se tornara "rara" naqueles dias em que Deus falou a Samuel (I Samuel 3.1). Conseqüentemente, as linhas de demarcação não se escrevem tão nitidamente, embora os temas centrais da teologia e os eventos-chave sejam bem registrados historicamente. No plano, portanto, é permitir uma parte sobreposta durante este período da conquista e ocupação da terra. Esta parte sobreposta fica entre o tema do lugar de descanso e o surgimento de exigência de um rei para reinar sobre uma nação que se cansou da sua experiência em teocracia conforme ela era praticada por uma nação rebelde. O melhor que se pode dizer do período pré-monárquico é que era um tempo de transição. A história de Josué, Juízes e até Samuel e Reis, no entanto, era avaliada do Ponto de vista do padrão moral de Deuteronômio. E seus pontos principais de conexão foram facilmente discernidos: Deuteronômio 28, 31; Josué 1, 12, 24; Juízes 2; I Samuel 12; 2 Samuel 12; I Reis 8; e II Reis 17. Estes momentos significantes na História da revelação deste período são usualmente reconhecidos pela maioria dos os bíblicos de hoje. O Rei da Promessa — a Era Davídica Aquilo que Gênesis 12.1-3 era para o período patriarcal, II Samuel 7 é para os tempos de Davi. Os quarenta anos do reino de Davi se comparam, quanto à sua duração, com a era mosaica, mas sua importância para as gerações futuras está além de toda a comparação. Como prelúdio à história deste período, os sinais precoces de aspirações régias no filho de Gideão, Abimeleque, o pedido do povo no sentido de lhe ser dado um rei, quando Samuel era juiz (I Sm 8-10), e até o reinado de Saul nos preparam negativamente para o grandioso reinado de Davi (I Sm 11 — II Sm 24; I Rs 1-2; e salmos davídicos reais tais como SI 2,110,132,145). A história e a teologia se combinavam para enfatizar os temas de uma dinastia real continuada, e um reino perpétuo com um domínio e alcance que se tornaria universal na sua extensão e influência. Mesmo assim, cada um destes motivos régios foi cuidadosamente vinculado com idéias e palavras de tempos anteriores: uma "descendência",um "nome" que "habitava" num lugar de "descanso", uma "bênção" para toda a humanidade, e um "rei" que agora reinava sobre um reino que duraria para sempre. ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 19 A Vida na Promessa: a Era SapiênciaI Os quarenta anos de Salomão foram marcados pela edificação do templo e por outro derramamento de revelação divina. Parcialmente, este período em muito se assemelha aos tempos pré- monárquicos, sendo que ele, também, é parcialmente transicional em seu caráter. Mesmo assim, também tinha seu próprio caráter distintivo. Nenhum período de tempo é mais difícil de se relacionar com a totalidade de uma teologia do AT que sempre avançava, do que este da literatura sapiênciaI desta era, achada em Provérbios, Eclesiastes, Cantares, e os Salmos Sapienciais. Mesmo assim, da mesma forma como a lei mosaica pressupunha a promessa patriarcal e edificava sobre ela, assim também a sabedoria salomônica presupunha tanto a promessa abraâmico-davídica como a lei mosaica. O conceito-chave da era sapiênciaI era "o temor do Senhor" — uma idéia que já começou na era patriarcal como a resposta da crença fiel (Gn 22.12; 42.18; Jó 1.1, 8-9; 2.3). Foi este vínculo de conexão que fazia a promessa e a lei compartilharem da beleza e plenitude de toda a vivência humana no aqui e agora. O temporal veio a ser mais do que mera existência; a vida podia agora ter significado, prazer, e a unificação com valores e compromissos eternos. O Dia da Promessa: Século Nono O "Dia da Promessa" é o primeiro de cinco grandes eras proféticas, cada uma com sua própria ênfase básica, estendendo-se da divisão do reino em 931 a.C. até a situação pós-exílica. Agora que a "casa" de Davi e o templo de Salomão tinham sido estabelecidos, os objetos de cada uma das promessas com facetas múltiplas chegaram a um planalto provisório no seu desenvolvimento. O monarca futuro de Deus agora era visível na linhagem de Davi, e a presença pessoal de Deus no meio dos Seus súditos que O adoravam era dramatizada no templo. Sendo assim, os profetas poderiam agora focalizar sua atenção sobre o plano e reino de Deus no seu alcance mundial. Infelizmente, porém, o pecado de Israel também exigiu boa parte da atenção dos profetas. Mesmo assim, misturadas com estas palavras de julgamento havia, persistentemente enxertadas, perspectivas brilhantes de outro dia quando o domínio e governo eterno de Deus, conforme fora anunciado havia tanto tempo, receberia sua realização mais plena. Muitos colocam Joel e Obadias no século nono como os mais antigos dos profetas escritores. Enquanto Obadias poderia ser colocado em qualquer um dos três tempos diferentes na história de Judá, o melhor seria provavelmente durante o reinado de Jeorão (853-841 a. C), quando Edom se revoltou contra Judá juntamente com os árabes e filisteus (II Rs 8.20-22; II Cr 21.8-10, 16, 17). Da mesma forma, Joel usualmente é colocado no reinado de Joás de Judá (835-796 a. C.) uma vez que não se menciona a Assíria, a Babilônia ou a Pérsia na longa lista dos inimigos de Israel — presumivelmente porque ainda não estavam no cenário histórico. Se este reinado for o período geral do tempo, então o livro deve vir cedo no reinado, digamos de 835-820, enquanto o piedoso sumo sacerdote Joia-da agia como conselheiro do jovem rei Joás. Independentemente da data final que se atribua a Joel e Obadias, sua teologia é clara: é o dia do Senhor. Há de vir um dia em que Javé se vindicará por obras da salvação e julgamento tão grandiosas que todos imediatamente reconhecerão estas obras como sendo divinas na sua causa. Naquele período, Deus completará tudo Quanto os profetas antecipavam, e tudo quanto o remanescente fiel esperança. A praga de gafanhotos em Joel e a preocupação de Obadias quanto à falta de amor fraternal por parte de Edom eram oportunidades para a renovação e expansão da antiga palavra de promessa da parte de Deus. O Servo da Promessa: o Século Oitavo A quinta-essência da teologia do AT atingiu seu auge durante o século oitavo. Incluía as obras de profetas tais como Jonas, Oséias, Amós, Isaías e Miquéias. Graciosamente, cada um foi enviado mais ou menos uma década antes do julgamento ameaçado contra Damasco, capital da Síria, que caiu em 732 a. C, e Samaria, capital das dez tribos nortistas de Israel, que caiu em 722 a. C. Nada pode descrever adequadamente as alturas estonteantes que cada um destes profetas atingiu em seus escritos. De fato, "Com quem comparareis a Deus? ou que coisa semelhante confrontareis com ele? " perguntou Isaías aos de seus dias e dos nossos (Is 40.18). Miquéias perguntou: "Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniqüidade? " (Mq 7.18). E Amós anunciou abertamente que Deus voltaria a levantar "o tabernáculo caído de Davi" (Am 9.11). O que dominava a era inteira, porém, ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 20 era aquela teologia magnífica do AT, em forma pequena, de Isaías 40-66, com sua personagem- chave, o Servo do Senhor, da descendência de Abraão e Davi. A Renovação da Promessa: Século Sétimo No fim do século sétimo chegou outra sucessão de profetas que escreviam: Sofonias, Habacuque, Naum e Jeremias. Mais uma vez Naum advertiu (como Jonas fizera mais de um século antes) que a destruição iminente cairia sobre a cidade assíria de Nínive (o que ocorreu de fato em 611 a.C). Os outros três profetas, semelhantemente, deram advertências contra a capital de Judá, Jerusalém, que foi atacada em 606, 598, e que caiu finalmente em 586 a.C. Se os homens somente se arrependessem, poderiam se salvar dos horrores e da realidade da desolação que ameaçavam chegar. Mesmo assim, a melancolia desolada não era a única palavra para Judá; havia a alegre perspectiva de uma aliança renovada para um remanescente crente e fiel. Jeremias a entitulava a "Nova aliança" e edificou ao derredor dela um programa para o rejuvenescimento de todos os homens, nações e natureza no seu livrinho de consolo (Jeremias 30-33). E, para Sofonias, havia mais luz sobre aquele dia do Senhor que haveria de vir. Entrementes, Habacuque trovejava sua solução a seus próprios momentos de desespero e dúvida: o justo viveria pela fé. Mesmo assim, os temas estavam clara e destacadamente presentes neste novo avanço. As linhas de continuidade se estendiam especialmente para aqueles dias em que a fórmula em três partes, primeiramente ouvida pelos patriarcas e por Moisés, seria uma realidade total: "Eu serei vosso Deus; vós sereis meu povo, e Eu habitarei no meio de vós." Assim haveria de ser então e no futuro. O Reino da Promessa: os Tempos Exílicos Ezequiel e Daniel, enquanto viviam no Exílio Babilónico, continuavam a aguçar ainda mais claramente como o "Bom Pastor" vindouro um dia reinaria sobre um Israel reunido, com doze tribos, em Canaã. Sim, o Filho do homem viria com as nuvens do céu e a Ele seriam dados domínio, glória e um reino dentro do qual todos os povos, nações e línguas serviriam a Ele. Seu domínio seria um domínio eterno que não passaria, e Seu reino seria de qualidade indestrutível. Os reinos da terra poderiam chegar e ir embora, mas o reino dEle nunca sucumbiria. Com esta nota régia, estes dois profetas exilados levaram Israel para o século sexto e para um dia novo para toda a humanidade. O escopo e a majestade daquilo que tão antigamente tinha sido prometido a Abraão e a Davi era estonteante. O Triunfo da Promessa: os Tempos Pós-Exílicos Juntamente, as história de Esdras-Neemias, Ester, Crônicas, e as profecias de Ageu, Zacarias e Malaquias formam a nota final da revelação do cânon do AT. Avançam das condições de desânimo em Israel após o retorno dos setenta anos de cativeiro na Babilônia, para o triunfo completo da pessoa, palavra e obra de Deus. O que parecia pequeno e insignificante para eles num dia como 520 a.C. estava diretamente vinculado, em glória e durabilidade,
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