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CLIMATOLOGIA AGRICOLA.pdf

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FACULDADES DA TERRA DE BRASÍLIA 
AGRONOMIA / ZOOTECNIA 
 
 
 
AGROMETEOROLOGIA 
 
 
PROFESSOR: RICARDO MENDES - 2º SEMESTRE DE 2009 
 
 
 
 
 1 
UNIDADE/ CONTÉUDO 
1. Introdução e importância dos fatores 
climáticos e meteorológicos 
 
1.1 . Definição de tempo e clima / 
meteorologia e climatologia 
1.2 . Agroclimatologia: Definição, objetos e 
sua relação com outras ciências. 
1.3 . Elementos e fatores climáticos 
1.4 . Escala espacial dos fenômenos 
atmosféricos 
2. Atmosfera terrestre 
 
2.1. Importância 
2.2. Composição atmosférica 
2.3. Estrutura vertical da atmosfera 
2.4. Controle atmosférico como ferramenta 
agrícola 
 
3. Radiação solar 
 
3.1. Espectros solares e sua significação 
biológica 
3.2. Balanço e distribuição geográfica da 
radiação solar 
3.3. Efeito da radiação no crescimento vegetal 
(fotoperíodo) 
4. Temperatura 
 
4.1. Temperatura do ar, termoperiodismo, 
vernalização e unidades térmicas 
4.2. Temperatura do solo e plantas cultivadas 
5. Umidade do ar 
 
5.1. Características físicas 
5.2. Cálculo da umidade relativa 
6. Ventos 
 
6.1. Correntes de ventos 
6.2. Formação de massas de ar (altas e baixas 
pressões) 
6.3. Classificação de ventos 
6.4. Equipamentos e instrumentos de medição 
do vento 
7. Chuvas 
 
7.1. Classificação de nuvens e chuvas 
7.2. Formação atmosférica diferenciada 
7.3. Conseqüências para a agricultura 
7.4. Medição e elaboração de mapas 
pluviométricos 
8. Evapotranspiração 
 
8.1. Definições e tipos de evapotranspiração 
8.2. Determinação da evapotranspiração 
(métodos diretos e indiretos) 
8.3. Coeficiente de cultura (Kc) 
8.4. Aplicações agronômicas da 
Evapotranspiração 
9. Balanço Hídrico Climatológico 
 
9.1. Definições dos fatores que determinam o 
BHC 
9.2. Determinação do BHC 
9.3. Aplicações do BHC 
 10. Interações agrometeorológicas na 
agricultura e Zoneamento Agroclimático 
 11. Glossário Meteorológico 
 12. Estudo Dirigido 
 13. Trabalhos Extra-Classe 
 14. Referências Bibliográficas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA AGRÍCOLA 
 
INTRODUÇÃO: TEMPO X CLIMA 
 
TEMPO METEOROLÓGICO = ESTADO “INSTANTÂNEO” DA ATMOSFERA 
 VARIAÇÃO GEOGRÁFICA 
 VARIAÇÃO TEMPORAL 
 EXPERIÊNCIA DIÁRIA 
 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DIÁRIA 
 
CLIMA = GENERALIZAÇÃO OU INTEGRAÇÃO DAS CONDIÇÕES DO TEMPO PARA UM CERTO PERÍODO 
CRONOLÓGICO, EM UMA DETERMINADA ÁREA. TAMBÉM DEFINIDO COMO A SUCESSÃO HABITUAL DE 
TEMPOS ATMOSFÉRICOS OU A SÍNTESE DO TEMPO ATMOSFÉRICO NUM DADO LUGAR, DURANTE UM 
PERÍODO DE APROXIMADAMENTE 30 A 35 ANOS. 
 VARIAÇÃO GEOGRÁFICA (MACROESCALA) 
 VARIAÇÃO TEMPORAL 
 SÉRIES HISTÓRICAS DE DADOS 
 INTERPOLAÇÃO DE DADOS 
 
SOBRE A CURVA DA CONFIGURAÇÃO MÉDIA – CLIMA - SOBREPÕEM-SE AS VARIAÇÕES INSTANTÂNEAS 
– TEMPO. 
 
METEOROLOGIA = CIÊNCIA ATMOSFÉRICA (SENTIDO AMPLO) 
 FÍSICA, QUÍMICA, DINÂMICA ATMOSFÉRICA 
 EFEITOS DINÂMICOS SOBRE A SUPERFICIE DA TERRA OU DA ÁGUA 
 CONSIDERA A BIOSFERA 
 ENTENDIMENTO, PREVISÃO E CONTROLE DOS FENÔMENOS ATM. 
 COMPLEXIDADE INTRÍNSECA 
 
 
Meteorologia – Ciência Atmosférica 
 
CLIMATOLOGIA = ESTUDO CIENTÍFICO DO CLIMA 
 APLICAÇÕES PRÁTICAS 
 MESMOS DADOS BÁSICOS DA METEOROLOGIA 
 RESULTADOS LARGAMENTE UTILIZADOS (PREVISÃO DO TEMPO, AGRICULTURA, INDÚSTRIA, 
TRANSPORTES, BIOLOGIA, MEDICINA) 
 CIÊNCIA APLICADA 
 VISA O BENEFICIO HUMANO 
 MÉTODOS METEOROLÓGICOS X RESULTADOS GEOGRÁFICOS 
 
 
 3 
 
 
 
 
Tipos Climáticos Brasileiros 
 
 
 
AGROCLIMATOLOGIA / AGROMETEOROLOGIA 
 
RAMO DA CLIMATOLOGIA LIGADO ÀS PRÁTICAS AGRÁRIAS 
 PRODUÇÃO E PRODUTIVIDADE 
 RISCOS 
 OPORTUNIDADES 
 MELHORAMENTO 
 IRRIGAÇÃO 
 ZONEAMENTO AGROCLIMÁTICO 
 
 
Agrometeorologia e interdisciplinaridade 
 4 
METEOROLOGIA 
Meteorologia é a ciência que estuda a 
atmosfera terrestre e seus fenômenos; também 
é conhecida como Ciências Atmosféricas. A 
palavra Meteorologia vem do grego, meteoron 
(alto no céu) e logia (conhecimento). Os 
gregos da antiguidade observavam as nuvens, 
os ventos e a chuva e tentavam entender como 
eles estavam conectados. A compreensão do 
tempo era importante naquela época por causa 
da agricultura e das atividades de navegação. 
As relações da sociedade atual com o meio 
ambiente se tornaram muito mais complexas e 
por isso podemos ser mais seriamente afetados 
com as mudanças que ocorrem na atmosfera. O 
tempo pode nos afetar de diversas maneiras. 
Por exemplo, a seca resulta na falta de água, aumento do potencial de incêndios, e estrago na colheita. 
Para entender como ocorrem as mudanças na atmosfera e como elas afetam o tempo e o clima de uma 
região, existe uma importante área da Meteorologia que se dedica ao estudo e previsão do tempo. Mas 
a Meteorologia não faz só isso; ela é conhecida como sendo uma ciência interdisciplinar. Isto significa 
que ela se relaciona com outras ciências por causa de suas aplicações em: agricultura 
(Agrometeorologia), biologia (Biometeorologia), clima (Climatologia), hidrologia 
(Hidrometeorologia), interação ar-mar (interações com a Oceanografia), ilhas de calor urbana 
(Meteorologia Urbana); entre outras. A posssibilidade de se estudar os impactos ambientais da 
atmosfera e suas relações com a atividade humana são aspectos interessantes da Ciência Atmosférica. 
O meteorologista pode atuar em diversas áreas, entre outras podemos citar: 
a. Pesquisas atmosféricas em laboratórios, universidades, institutos de pesquisa com problemas 
relacionados com aquecimento global; com química atmosférica que estuda processos relacionados 
com poluição atmosférica; previsão de eventos extremos como furacões e tornados; previsão de 
relâmpagos; etc. 
b. Previsão do tempo e clima: em institutos de pesquisas que fornecem previsões para a sociedade 
através dos meios de comunicação, para o setor agrícola, aviação, etc. 
c. Educação: Existe grande número de cursos de graduação em Meteorologia no país que necessitam de 
conhecimento especializado de um profissional da área 
 
 5 
METEOROLOGIA AGRÍCOLA 
 
A Meteorologia Agrícola, também conhecida como Agrometeorologia, é o ramo 
da Meteorologia que estuda a influência das condições meteorológicas nas atividades 
agropecuárias. Interage com as mais diversas áreas de conhecimento das Ciências 
Agrárias e isso faz dela uma disciplina extremamente importante na formação do 
Engenheiro Agrônomo / Zootecnista. 
 
OFERECE RESPOSTAS ÀS SEGUINTES QUESTÕES: 
 
1. Por que se cultiva uma cultura numa região e em outra não? 
2. Por que as safras ou épocas de semeadura são denominadas de safra das águas, safra da seca ou 
safrinha e safra de inverno? 
3. Por que a época de semeadura das culturas anuais varia entre regiões para uma mesma safra ? 
4. Por que as culturas anuais e perenes tem seus rendimentos variáveis entre regiões e anos de 
produção ? 
5. Por que não se cultiva maçãs na BA e nem café no RS ? 
6. Por que a irrigação é necessária em algumas regiões e em outras não ? 
7. Por que as doenças de plantas ocorrem mais em alguns anos do que em outros ? 
 
 
 
 
 6 
 
Zoneamento Agroclimático 
 
Delimita as áreas aptas ao cultivo de determinada cultura, levando-se em conta as 
exigências térmicas, hídricas e fotoperiódicas. 
 
Tomadas de Decisão 
 
Possibilita decidir sobre a viabilidade ou necessidade de realização de uma prática 
agrícola, em função das condições meteorológicas ou hídricas atuais do solo e da 
previsão do tempo para os próximos dias. A isso chamamosde Agrometeorologia 
Operacional. 
 
 
 
 
ELEMENTOS X FATORES CLIMÁTICOS 
 
ELEMENTOS: CONFEREM PROPRIEDADES E PECULIARIDADES AO MEIO ATMOSFERICO 
EX.: TEMPERATURA, UMIDADE, CHUVA, VENTO, NEBULOSIDADE, PRESSÁO ATM, etc. 
 
 
FATORES: CIRCUNSTÂNCIAS CAPAZES DE INFLUENCIAR OS ELEMENTOS CLIMÁTICOS 
EX.: FATORES CÓSMICOS (MANCHAS SOLARES, ÓRBITA TERRESTRE), VULCANISMO, ATIVIDADE 
ANTRÓPICA, etc. 
 
 
 
 7 
Os fatores climáticos que se destacam na formação do clima são: 
 
1) Latitude 
Quanto maior a latitude (mais perto dos pólos - 90º norte ou sul), mais frio será. E 
quanto menor a latitude (mais perto do equador - 0º), mais quente será. Junto ao equador 
os raios solares são mais concentrados porque atingem uma área menor e nas grandes 
latitudes são dispersos pois atingem uma área bem maior. 
Os raios solares sobre a Terra atingem a superfície de forma desigual. Por 
exemplo, entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, o Sol atinge a superfície de forma 
perpendicular ou pouco inclinado, isto é, ao meio dia no hemisfério sul o Sol está 
exatamente sobre as nossas cabeças (no verão) ou um pouco inclinado para o norte (no 
inverno). Quem está muito próximo dos pólos, no verão, enxerga o Sol 24 horas por dia, 
mas ele está sempre inclinado e, mesmo ao meio dia, parece o Sol do início da manhã. 
No inverno não se vê o Sol. 
 
Latitudes terrestres 
2) Altitude 
Quanto maior a altitude, mais frio será e quanto menor a altitude, mais quente. 
Isto ocorre, entre outros motivos, porque os raios solares chegam com certo 
comprimento de onda e ao refletirem de volta para o espaço mudam este comprimento. 
Além disso, nas baixas altitudes o ar é mais concentrado (maior densidade) e por 
isso tem maior capacidade de acumular calor, enquanto nas altas altitudes o ar é mais 
rarefeito e possui menor capacidade de armazenar calor. A altitude é tão importante para 
a determinação da temperatura que mesmo em áreas de baixa latitude podemos 
encontrar montanhas com neve eterna. 
 
 8 
 
Altitude 
3) Albedo 
O albedo é definido como o índice de reflexão dos raios solares. Quanto maior a 
reflexão, menor será o calor acumulado. Ao atingirem a superfície, os raios solares 
encontram diferentes materiais como o gelo ou o asfalto, o gelo é muito claro e por isso 
reflete a maior parte da energia solar (albedo de 50 a 70% e absorve 50 a 30%), a cidade 
é muito mais escura e reflete apenas de 14 a 18% (absorve 86 a 82% da energia solar). 
Conseqüentemente a cidade é muito mais quente que as superfícies brancas. Por 
sua vez, as florestas refletem de 3 a 10% e a água reflete de 2 a 4%. 
 
 
 
 9 
Escala espacial dos fenômenos atmosféricos 
 
MACRO-ESCALA 
Trata dos fenômenos em escala regional ou geográfica, que caracteriza o macro-clima de 
grandes áreas, devido aos fatores geográficos, como a latitude, altitude, correntes oceânicas, 
oceanalidade/continentalidade, atuação de massas de ar e frentes. Esses fatores são 
denominados “macroclimáticos”. O macroclima é o primeiro a ser considerado no 
zoneamento agroclimático. 
 
 
 
TOPO-ESCALA 
Refere-se aos fenômenos em escala local, em que a topografia condiciona o topo-clima, 
devido às condições do relevo local: exposição e configuração do terreno. Esses fatores são 
denominados de “topoclimáticos” e são de grande importância no planejamento agrícola. 
 
 
 
MICRO-ESCALA 
É aquela que condiciona as condições meteorológicas (microclima) em uma pequena escala, 
ou seja, pela cobertura do terreno ou pela adoção de alguma prática de manejo (irrigação, 
adensamento de plantio, cultivo protegido, etc). Cada tipo de vegetação ou estrutura gera um 
microclima diferenciado. Culturas anuais semeadas no sistema convencional tem um 
microclima diferente daquelas cultivadas no sistema de plantio direto. A presença de mato 
nas entrelinhas e o adensamento das culturas perenes também interferem no microclima. O 
uso de ambientes protegidos (coberturas plásticas) altera o microclima, especialmente 
reduzindo a radiação solar e aumentando a temperatura diurna. 
 10 
 
 
 
 
 11 
ATMOSFERA TERRESTRE 
 
CAMADA GASOSA QUE ENVOLVE A TERRA, PELA AÇÃO DA GRAVIDADE. 
CONSTITUI-SE DE UMA MISTURA MECÂNICA DE GASES (PRINCIPALMENTE 
NITROGÊNIO E OXIGÊNIO), PARTÍCULAS SÓLIDAS E MASSAS LÍQUIDAS, 
CONFERINDO-LHE CARACTERÍSTICAS PECULIARES. 
 
 
IMPORTÂNCIA DA ATMOSFERA 
 AMBIENTE PROPÍCIO À VIDA 
 FLUXO DE ENERGIA 
 FLUXO HÍDRICO 
 PROTEÇÃO CONTRA EFEITOS DANOSOS AO PLANETA 
o RADIAÇÃO 
o TEMPERATURA 
o IMPEDE A PERDA DE GASES ESSENCIAIS 
o BARREIRA MECÂNICA 
 
 EQUILÍBRIO CLIMÁTICO DO GLOBO 
 FENÔMENOS METEOROLÓGICOS 
 INTERFACE SOLO-ATMOSFERA ESTÁ DIRETAMENTE LIGADA À ATIVIDADE 
AGRÁRIA 
 
 
COMPOSIÇÃO ATMOSFÉRICA 
 
TABELA 1 – Composição “não-variável” do ar atmosférico (FLEAGLE & BUSINGER, 1980) 
 
CONSTITUINTE % POR VOLUME 
NITROGÊNIO – N2 78,084 
OXIGÊNIO – O2 20,948 
ARGÔNIO – Ar 0,934 
NEÔNIO – Ne 1,818 x 10-3 
HÉLIO – He 5,24 x 10-4 
METANO – CH4 2 x 10
-4
 
CRIPTÔNIO – Kr 1,14 x 10-4 
HIDROGÊNIO – H 0,5 x 10 –4 
XENÔNIO – Xe 0,087 x 10-4 
 
 
TABELA 2 – Composição “variável” do ar atmosférico (FLEAGLE & BUSINGER, 1980) 
CONSTITUINTE % POR VOLUME 
VAPOR D’ÁGUA – H2O 0 a 7 
DIÓXIDO DE CARBONO – CO2 0,033 
OZÔNIO – O3 0 a 0,01 
DIÓXIDO DE ENXOFRE – SO2 0 a 0,0001 
DIÓXIDO DE NITROGÊNIO – NO2 0 a 0,000002 
 12 
CONSTITUINTES ATMOSFÉRICOS 
 
AEROSÓIS 
PARTÍCULAS MATERIAIS NÃO FORMADAS POR ÁGUA OU GELO, DE TAMANHO 
MICROSCÓPICO OU NÃO, QUE FUNCIONAM COMO IMPORTANTES NÚCLEOS DE 
CONDENSAÇÃO E DE CRISTALIZAÇÃO, ABSORVEDORES E ESPALHADORES DE 
RADIAÇÃO E COMO PARTICIPANTES DE VÁRIOS CICLOS QUÍMICOS. 
EX.: POEIRA, FUMAÇA, MATÉRIA ORGÂNICA, SAL MARINHO, etc. 
 
 
VAPOR D’ÁGUA 
 MATÉRIA PRIMA NA FORMAÇÃO DE NUVENS 
 VEÍCULOS PARA O TRANSPORTE DE CALOR 
 IMPORTANTE NO TEMPO METEOROLÓGICO 
 TERMORREGULADOR (“EFEITO ESTUFA”) 
 
 
DIÓXIDO DE CARBONO (CO2) 
 TERMORREGULADOR 
 SUBPRODUTO FISIOLÓGICO (RESPIRAÇÃO) 
 SUBPRODUTO TECNOLÓGICO 
 AQUECIMENTO GLOBAL 
 
 
OZÔNIO (O3) 
 PRESENTE EM QUANTIDADES PEQUENAS 
 SUBPRODUTO INDUSTRIAL 
 POLUENTE EM BAIXAS CAMADAS (SUPERFÍCIE) 
 PROTEÇÃO CONTRA RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA (15 A 50 Km de altitude – “Camada 
de ozônio”) 
 AQUECIMENTO DA ALTA ATMOSFERA 
 DESTRUIÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO 
o CLOROFLUORCARBONOS 
 
 
ESTRUTURA VERTICAL DA ATMOSFERA 
 
A ATMOSFERA POSSUI ESTRUTURA VERTICAL VARIÁVEL QUANTO À: 
 
COMPOSIÇÃO,TEMPERATURA, UMIDADE, PRESSÃO, MOVIMENTOS E FENOMENOLOGIA 
 
 
 
 
CAMADAS ATMOSFÉRICAS : TROPOSFERA – tropopausa – ESTRATOSFERA – 
estratopausa – MESOSFERA – mesopausa – TERMOSFERA. 
 
 
 13 
TROPOSFERA 
 CONTATO COM A SUPERFÍCIE TERRESTRE 
 ALTITUDE APROXIMADA: 15-18 km (EQUADOR) e 6-8 km (PÓLOS) 
 ESPESSURA VARIÁVEL (ESTAÇÕES DO ANO) 
 FENÔMENOS METEOROLÓGICOS MAIS IMPORTANTES 
 MOVIMENTOS ATMOSFÉRICOS INTENSOS 
 TEMPERATURA CAI COM A ALTITUDE (6,5º C / km) 
 AQUECIDA PELA ABSORÇÃO DE ONDAS LONGAS EMITIDA PELA SUPERFICIE 
 CONTÉM 75% DA MASSA TOTAL E PRATICAMENTE TODO VAPOR D’ÁGUA 
 
TROPOPAUSA 
 REGIÃO DE TRANSIÇÃO ENTRE A TROPOSFERA E A ESTRATOSFERA. É ISOTÉRMICA (-50 
a –55ºC). ESPESSURA: 3 km. 
 
ESTRATOSFERA 
 LIMITE SUPERIOR: APROX. 50 km DE ALTITUDE 
 TEMPERATURA AUMENTA COM A ALTITUDE (OZÔNIO) 
 FRIO POR BAIXO / QUENTE POR CIMA = SEM MOVIMENTOS VERTICAIS 
 
ESTRATOPAUSA 
REGIÃO DE TRANSIÇÃO ENTRE A ESTRATOSFERA E A MESOSFERA. É ISOTÉRMICA 
(~0ºC). ESPESSURA: 3 – 5 km. 
 
MESOSFERA 
 LIMITE SUPERIOR: APROX. 80 km DE ALTITUDE 
 TEMPERATURA DIMINUI COM A ALTITUDE (3,5 ºC /km) 
 TEMPERATURA MAIS BAIXA DE TODA ATMOSFERA (-90ºC) 
 PRESENÇA DE ÍONS E PARTÍCULAS LIVRES 
 
 
MESOPAUSA 
REGIÃO DE TRANSIÇÃO ENTRE A MESOSFERA E A TERMOSFERA. É ISOTÉRMICA 
(~0ºC). ESPESSURA: ~10 km. 
 
 
TERMOSFERA 
 A PARTIR DE 90 km DE ALTITUDE 
 LIMITE SUPERIOR: “TOPO DA ATMOSFERA” (1.000 km DE ALTITUDE) 
 IONOSFERA (PRIMEIROS 50 km DE TERMOSFERA) 
o GRANDE QUANTIDADE DE ÁTOMOS E MOLÉCULAS IONIZADAS E 
ELÉTRONS LIVRES, PELA AÇÃO FOTOQUÍMICA DA RADIAÇÃO SOLAR, O 
QUE PERMITE REFLETIR EFICIENTEMENTE ONDAS DE RÁDIO. 
 
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA 
 
“PRESENÇA NA ATMOSFERA DE UM OU MAIS CONTAMINANTES, EM QUANTIDADE E 
DURAÇÃO TAIS QUE SEJAM OU TENDAM A SER PREJUDICIAIS AO SER HUMANO, ÀS 
PLANTAS, À VIDA ANIMAL OU ÀS PROPRIEDADES, OU QUE INTERFIRAM NO 
CONFORTO DA VIDA OU NO USO DAS PROPRIEDADES.” 
 
 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
UNIDADE 2 – ATMOSFERA TERRESTRE 
 
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 
 
UMA SONDA METEOROLÓGICA FOI LANÇADA A PARTIR DA SUPERFÍCIE 
TERRESTRE (SOLO), COM O OBJETIVO DE COLETAR A RESPEITO DAS CONDIÇÕES 
ATMOSFÉRICAS ATÉ A ALTITUDE DE 120 km, PARA A COMPOSIÇÃO DE MAPAS 
CLIMÁTICOS DE UMA DETERMINADA REGIÃO. CONSIDERANDO OS DADOS 
FORNECIDOS, RESPONDA AS QUESTÕES PEDIDAS. 
 
DADOS 
CAMADA 
ATMOSFÉRICA 
LIMITE 
SUPERIOR 
(km) 
ESPESSURA AMPLITUDE 
TÉRMICA (° C 
/km) 
TROPOSFERA 15 15 -6,5 
TROPOPAUSA 18 3 +5,0 
ESTRATOSFERA 50 32 +2,0 
ESTRATOPAUSA 55 5 -3,0 
MESOSFERA 80 25 -3,5 
MESOPAUSA 90 10 +3,0 
TERMOSFERA 1000 ~ 910 +10,0 
 
 A SONDA ENCONTRA-SE INICIALMENTE EM EQUILIBRIO TÉRMICO COM O 
AMBIENTE, A UMA TEMPERATURA DE 25° C. 
 
RESPONDA 
1. A QUE TEMPERATURA A SONDA SE ENCONTRA EM SEU DESTINO FINAL? 
2. EM QUAL CAMADA A SONDA SE ENCONTRA? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
MOVIMENTOS DA TERRA E ESTAÇÕES 
 
A Terra tem dois movimentos principais: rotação e translação. A rotação em torno de seu 
eixo é responsável pelo ciclo dia-noite. A translação se refere ao movimento da Terra em sua órbita 
elíptica em torno do Sol. 
A posição mais próxima ao Sol, o periélio (147x 10
6 
km), é atingido aproximadamente em 3 de 
janeiro e o ponto mais distante, o afélio (152 x 10
6
 km), em aproximadamente 4 de julho. As 
variações na radiação solar recebida devidas à variação da distância são pequenas. 
 
Figura 1 - Relações entre o Sol e a Terra 
As estações são causadas pela inclinação do eixo de rotação da Terra em relação à 
perpendicular ao plano definido pela órbita da Terra (plano da eclíptica). Esta inclinação faz com que a 
orientação da Terra em relação ao Sol mude continuamente enquanto a Terra gira em torno do Sol. O 
Hemisfério Sul se inclina para longe do Sol durante o nosso inverno e em direção ao Sol durante o 
nosso verão. Isto significa que a altura do Sol, o ângulo de elevação do Sol acima do horizonte, para 
uma dada hora do dia (por exemplo, meio dia) varia no decorrer do ano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Posições relativas do sol 
 17 
 No hemisfério de verão as alturas do Sol são maiores, os dias mais longos e há 
mais radiação solar. No hemisfério de inverno as alturas do Sol são menores, os 
dias mais curtos e há menos radiação solar. 
 
 A quantidade total de radiação solar recebida depende não apenas da duração do 
dia como também da altura do Sol. Como a Terra é curva, a altura do Sol varia 
com a latitude. 
 
 
 A altura do Sol influencia a intensidade de radiação solar de duas maneiras. 
Primeiro, quando os raios solares atingem a Terra verticalmente, eles são mais 
concentrados. Quando menor a altura solar, mais espalhada e menos intensa a 
radiação. 
 
 Segundo, a altura do sol influencia a interação da radiação solar com atmosfera. 
Se a altura do sol decresce, o percurso dos raios solares através da atmosfera 
cresce (Fig. 2) e a radiação solar sofre maior absorção, reflexão ou espalhamento, 
o que reduz sua intensidade na superfície. 
 
 
 
Fig. 3- Variação da altura do Sol com a latitude. Se a altura do Sol é pequena, os raios que atingem a 
Terra percorrem distância maior na atmosfera. 
 18 
MOVIMENTO DE TRANSLAÇÃO E FORMAÇÃO DAS ESTAÇÕES DO ANO 
 
 
DECLINAÇÃO SOLAR (LATITUDE NA QUAL O SOL ESTÁ “PASSANDO”) 
 
 
 19 
 Há 4 dias com especial significado na variação anual dos raios solares em relação à Terra. No 
dia 21 ou 22/12 os raios solares incidem verticalmente (h=90°) em 23°27’S (Trópico de 
Capricórnio). Este é o solstício de verão para o Hemisfério Sul (HS). 
 
 Em 21 ou 22/6 eles incidem verticalmente em 23°27’N (Trópico de Câncer). Este é o solstício 
de inverno para o HS. 
 
 A meio caminho entre os solstícios ocorrem os equinócios (dias e noites de igual duração). 
Nestas datas os raios verticais do Sol atingem o equador (latitude = 0°). No HS o equinócio de 
primavera ocorre em 22 ou 23 de setembro e o equinócio de outono em 21 ou 22 de março 
(Fig. 4). 
 
Fig. 4- Características dos solstícios e equinócios 
Relação da Posição do Sol e as Estações Terrestres 
DATA EVENTO ESTAÇÃO POSIÇÃO 
DO SOL 
FOTOPERÍODO 
22 DEZ Solstício de 
Verão 
VERÃO 90º Trópico 
de 
Capricórnio 
> 12 h 
21 MAR Equinócio de 
Outono 
OUTONO 90º Equador = 12 h 
22 JUN Solstício de 
Inverno 
INVERNO 90º Trópico 
de Câncer 
< 12 h 
23 SET Equinócio de 
Primavera 
PRIMAVERA 90º Equador = 12 h 
 20 
SOLSTÍCIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21 
EQUINÓCIOS 
 
 
 
 
 
 
 
Além da variação temporal, o movimento aparente do Sol em relação à superfície da Terra 
origina também uma variação espacial tanto da disponibilidade de radiação solar (Qo) como 
do fotoperíodo (N). Quanto mais se afasta do Equador maior a variação estacional da 
irradiância solar e do fotoperíodo ao longo do ano, sendo esses os fatores mais importantes 
na formação do clima da Terra. 
 
 
REGIÃO EQUATORIAL (N ≈ 12 h e Qo entre 33 e 38 MJm-2d-1) 
LATITUDE DE 30o (N entre 10 e 14 h e Qo entre 18 e 44 MJm-2d-1) 
REGIÃO POLAR (N entre 0 e 24 h e Qo entre 0 e 48 MJm-2d-1) 
 22 
Instrumentação meteorológica* 
 
A importância dos instrumentos 
 
Todo estudo científico da atmosfera supõe dispor, antes de tudo, de dados 
meteorológicos precisos. Nossos sentidos e principalmente a vista e o tato nos permitem 
estimar um grande número de observações. Por exemplo, podemos observar a quantidade de 
nuvens presente no céu ou determinar a direção do vento pelo movimento das folha. Estas 
observações se denominam observações sensoriais. 
Porém, nossos sentidos não bastam e temos que recorrer aos instrumentos. Por exemplo, 
uma pessoa pode determinar se a pressão atmosférica está subindo ou descendo, mas não pode 
saber o valor exato da mesma, para o qual é necessário consultar um instrumento. Neste caso, 
as observações se chamam observações instrumentais. 
Os elementos que se medem com ajuda dos instrumentos são: 
a) Duração da insolação ou brilho solar. 
b) Temperatura do ar, da água e do solo. 
c) Pressão atmosférica. 
d) Umidade. 
e) Velocidade e direção do vento. 
f) Altura da base das nuvens. 
g) Quantidade de chuva. 
h) Quantidade de evaporação. 
i) Radiação solar. 
 
A medida de certos elementos meteorológicos depende da instalação dos instrumentos. 
É necessário evitar toda influência de árvores ou edifícios. 
Os instrumentos meteorológicospara fins científicos devem cumprir os seguintes 
requisitos: regularidade no funcionamento, precisão, facilidade de manejo e solidez de 
construção. 
De acordo com o modo de realizar a leitura, os instrumentos meteorológicos podem se 
dividir em duas categorias fundamentais: instrumentos de leitura direta e aparelhos 
registradores. Os primeiros são mais precisos, porém cada medida necessita de uma leitura. 
Os segundos se referem a instrumentos nos quais o movimento das partes móveis se 
amplia por alavancas, que atuam sobre uma pena que escreve sobre um rolo de papel. Estas 
bandas estão graduadas para poder determinar a hora exata de cada ponto da curva registrada. 
 
 Material retirado do site do Curso Técnico de Meteorologia do CEFETSC (www.cefetsc.edu.br) 
 
 23 
ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS 
A seguir temos uma lista das estações meteorológicas existentes e dos instrumentos 
meteorológicos mais comuns: 
 
 ESTAÇÃO METEOROLÓGICA CONVENCIONAL 
 
 
Estação formada por instrumentos convencionais dos quais são observados por alunos e 
professores de meteorologia para a obtenção e atualização de dados tais como: 
 
- Temperatura do momento 
- Umidade relativa 
- Temperaturas extremas 
- Precipitação 
- Evaporação 
- Horas de sol 
 
 ESTAÇÃO METEOROLÓGICA AUTOMÁTICA 
 
 
Estação meteorológica dotada de sensores eletrônicos, por sua característica de funcionamento 
pode ser colocada em qualquer lugar que possa fornecer energia elétrica ou em alguns casos pode 
funcionar com baterias. 
 24 
As estações meteorológicas automáticas integram sensores de temperatura, umidade, pressão, 
vento, precipitação, alcance visual de pista(visibilidade), altura de nuvens até os 1500 metros, cobertura 
de céu nublado, etc. 
Por meio de um programa computacional instalado em um ordenador comum, integra todos os 
dados e entrega informação meteorológica em apresentação de tela de projeção. 
 
 
 ABRIGO METEOROLÓGICO 
 
É uma casa de madeira ou fibra de vidro, cujas paredes são dispostas como persianas, que 
permitem a livre circulação do ar. Os instrumentos que ficam dentro da casa são: 
- Termômetro de Máxima 
- Termômetro de Mínima 
- Higrotermógrafo 
- Psicrômetro 
 
 EVAPORÍMETRO 
 
Instrumento para medir a quantidade de água que se evapora na atmosfera durante um intervalo 
de tempo. Se denomina também Atnómetro e é termo geral para denominar qualquer aparato que serve 
para medir a evaporação. As unidades são em mililitro (mm) ou em milímetro de água evaporada. 
 
 PLUVIÓGRAFO 
 25 
 
É um instrumento que registra a quantidade de precipitação caída e indica a intensidade da 
mesma. As unidades são em mililitro (mm) ou em milímetro de água evaporada. 
 
 PLUVIÔMETRO 
 
É um instrumento que mede a quantidade de água caída em um período de tempo determinado 
(cada 6 horas). Mede a quantidade de chuva caída, em milímetros (mm). 
 
 
 
 PSICRÔMETRO 
 
 
Instrumento utilizado para medir a umidade da atmosfera, é formado por dois termômetros 
idênticos, um chamado "Termômetro Seco", serve essencialmente para obter a temperatura do ar, e o 
outro, chamado "Termômetro Úmido", que mede a umidade relativa (%) de um modo indireto. 
 26 
 ANEMÔMETRO 
 
Instrumento para medir a velocidade do vento (m/s) para a observação simultânea da direção e 
velocidade do vento. Mede a velocidade do vento (m/s) e, em alguns tipos, também a direção (em 
graus). 
 
 HELIÓGRAFO 
 
Instrumento registrador que mede unicamente a duração da insolação (horas de brilho solar) em 
horas e décimos. 
 
 PIRANÔMETRO 
 
Instrumento que mede a radiação solar (radiação global) recebida de todo o hemisfério celeste 
sobre uma superfície horizontal terrestre. A unidade usada é (cal.cm-²). 
 
 27 
RADIAÇÃO SOLAR 
 
SOL – PRINCIPAL FONTE DE ENERGIA PARA A SUPERFÍCIE DA TERRA 
 
A energia solar constitui a verdadeira causa de todos os processos físicos e químicos que ocorrem na 
Terra, responsáveis pelas condições meteorológicas, pelas circulações oceânicas, pela modelação da 
crosta terrestre e por todos os fenômenos biológicos. Todos os componentes do sistema climático, 
designadamente a atmosfera, a hidrosfera, a litosfera e a biosfera, devem a sua origem e as suas 
características à radiação solar. Por isso, podemos dizer que a radiação solar é o fator meteorológico 
essencial do ambiente. 
CONCEITOS LIGADOS À RADIAÇÃO SOLAR 
 
1. RADIAÇÃO SOLAR É A QUANTIDADE DE ENERGIA, SOB A FORMA DE LUZ E 
CALOR, RECEBIDA POR UNIDADE DE UMA SUPERFÍCIE HORIZONTAL. 
2. CONSTANTE SOLAR É A QUANTIDADE DE ENERGIA SOLAR RECEBIDA NO 
LIMITE SUPERIOR DA ATMOSFERA PELA SUPERFÍCIE DE 1 CM
2
, NA 
PERPENDICULAR COM OS RAIOS SOLARES, DURANTE UM MINUTO. EXPRIME-SE 
EM CALORIAS (CAL) E O SEU VALOR MÉDIO É DE CERCA DE 2 CAL/CM
2
/MN. 
3. COMPRIMENTO DE ONDA É A DISTÂNCIA ENTRE DUAS CRISTAS 
CONSECUTIVAS (DISTÂNCIA PERCORRIDA POR UMA VIBRAÇÃO). EXPRIME-SE 
EM METROS, MILÍMETROS, MICRONS (µM) OU ANGSTROMS (A). O 
COMPRIMENTO DE ONDA É INVERSAMENTE PROPORCIONAL À TEMPERATURA, 
ISTO É, QUANTO MAIS ELEVADA FOR A TEMPERATURA DE UM CORPO MENOR É 
O SEU COMPRIMENTO DE ONDA. 
4. MÍCRON OU MICROMETRO (µM) - UM MICRÔMETRO OU MÍCRON (µM), É UMA 
UNIDADE DE COMPRIMENTO DEFINIDO COMO UM MILIONÉSIMO DE METRO (OU 
1 × 10
-6
 M). EQUIVALE À MILÉSIMA PARTE DO MILÍMETRO. É USADO PARA 
DESCREVER OS COMPRIMENTOS DE ONDA DA RADIAÇÃO E NA CONSTRUÇÃO 
CIVIL, NOMEADAMENTE NA DEFINIÇÃO DE ESPESSURAS DE DIVERSOS 
MATERIAIS (PINTURAS, METALIZAÇÕES, ETC.). 
 28 
 
5. ABSORVICIDADE (a) – FRAÇÃO DA RADIAÇÃO INCIDENTE QUE É ABSORVIDA 
PELO MATERIAL. VARIA DE 0 a 1. 
 
6. REFLETIVIDADE (r) – FRAÇÃO DA RADIAÇÃO INCIDENTE QUE É REFLETIDA 
PELO MATERIAL. 
 
7. TRANSMISSIVIDADE (t) – FRAÇÃO DA RADIAÇÃO INCIDENTE QUE É 
TRANSMITIDA PELO MATERIAL. 
 
 
 
a + r + t = 1 
 
 
8. CORPO NEGRO – MATERIAL HIPOTÉTICO QUE APRESENTA UM ESPECTRO DE 
RADIAÇÃO CONTÍNUO EM TODOS OS COMPRIMENTOS DE ONDA E É CAPAZ DE 
ABSORVER, POR OUTRO LADO, TODA A ENERGIA RADIANTE QUE INCIDE SOBRE 
ELE. 
 
9. ALBEDO – É UM TERMO QUE EXPRIME A REFLETIVIDADE DE UM MATERIAL. É O 
COEFICIENTE DE REFLEXÃO. QUANTO MAIOR A INCLINAÇÃO DO ÂNGULO DO 
RAIO SOLAR, MAIOR É O ALBEDO (FIGURA ABAIXO). 
 
 
Albedo de superfícies sob diferentes inclinações dos raios solares. 
 
 
 29 
Albedo para algumas superfícies no intervalo visível ( % ) 
Solo descoberto 10-25 
 
Areia, deserto 25-40 
 
Grama 15-25 
 
Floresta 10-20 
 
Neve (limpa, seca) 75-95 
 
Neve (molhada e/ou suja) 25-75 
 
Superfície do mar (sol > 25° acima do horizonte) <10 
 
Superfície do mar (pequena altura do sol) 10-70 
Nuvens espessas 70-80 
 
Nuvens finas 25-50 
 
Vidros (janela) 
 
08-52 
Tinta branca 50-90 
Tinta vermelha, marrom ou verde 20-35 
 
Concreto 10-35 
Asfalto 05-20 
Albedo de diferentes superfícies 
 30 
CARACTERÍSICAS DA RADIAÇÃO SOLAR 
 É A MAIOR FONTE DE ENERGIA PARA A TERRA 
 É UM FATOR METEOROLÓGICO 
 É O PRINCIPAL ELEMENTO METEOROLÓGICO, AFETANDO TODOS OS OUTROS 
ELEMENTOS (TEMPERATURA, PRESSÃO, VENTO, CHUVA, UMIDADE) 
 É ELEMENTO PRIMORDIAL NO ENTENDIMENTO DOS DEMAIS ELEMENTOS 
METEOROLÓGICOS 
 É A FONTE PRIMÁRIA DE ENERGIA NOS PROCESSOS TERRESTRES: 
o CICLO DA ÁGUA OU CICLO HIDROLÓGICO 
o FOTOSSINTESE 
o FLUXO DE CALOR 
o DESIGUAL DISTRIBUIÇÃO DA TEMPERATURA 
o CIRCULAÇÃO GERAL DA ATMOSFERA E OCEANOS 
o TEMPESTADESo VENTOS E FURACÕES 
o DIVERSIDADE DE CLIMAS, DESDE OS CLIMAS FRIOS DAS REGIÕES 
POLARES, PASSANDO PELOS TEMPERADOS DAS LATITUDES MÉDIAS, AOS 
QUENTES E ÚMIDOS DAS REGIÕES EQUATORIAIS. 
 FUNDAMENTAL EM ESTUDOS ECOLÓGICOS E DE DISPONIBILIDADE 
ENERGÉTICA 
 
Distribuição da Radiação Solar na Terra. 
 31 
ESPAÇO PERCORRIDO PELA RADIAÇÃO SOLAR 
 É UM FENÔMENO DE NATUREZA ELECTROMAGNÉTICA, PROPAGANDO-SE 
SEGUNDO UM MOVIMENTO ONDULATÓRIO. 
 DISTÂNCIA APROXIMADA: 150 MILHOES DE km (1,5 * 108 km) 
 VELOCIDADE : 300 * 103 km/s 
 A RADIAÇÃO GASTA, ENTÃO CERCA DE 500s (8,3 min) NESTA TRAJETÓRIA 
 TODOS OS FENÔMENOS SOLARES VISTOS DA SUPERFICIE JÁ ACONTECERAM A 
PELO MENOS 8,3 min 
 O SOL EMITE RADIAÇÕES IGUALMENTE EM TODAS AS 4 Π DIREÇÕES 
 SE A INTENSIDADE LUMINOSA EM UM DADO INSTANTE FOR IGUAL A I, ENTÃO O 
TOTAL DE ENERGIA EMITIDA NAQUELE INSTANTE SERÁ IGUAL A 4 Π I. 
 NESTE INSTANTE A TERRA SE SITUA EM UMA ESFERA CUJO RAIO É IGUAL À 
SUA A DISTÂNCIA DO SOL (D) 
 O TOTAL DE ENERGIA EMITIDA (4 Π I) SERÁ IGUALMENTE DISTRIBUIDO NA 
ÁREA 4 Π D2 , RESULTANDO EM UMA DENSIDADE DE FLUXO GLOBAL IGUAL A I 
/ D
2
 
 DEFINIDA PELA LEI DO INVERSO DO QUADRADO DA DISTÂNCIA, OU SEJA: “ A 
ENERGIA RECEBIDA EM UMA SUPERFÍCIE É INVERSAMENTE PROPORCIONAL AO 
QUADRADO DA DISTÂNCIA ENTRE A FONTE E A SUPERFÍCIE RECEPTORA” 
 DEVIDO À DISTÂNCIA TERRA-SOL, APENAS UMA PEQUENÍSSIMA FRAÇÃO DA 
ENERGIA EMITIDA ATINGE A SUPERFICIE DA TERRA, NA FORMA DE FEIXE DE 
RAIOS PARALELOS ENTRE SI. 
 
 
 32 
EFEITOS DA ATMOSFERA SOBRE O BALANÇO DE ENERGIA RADIANTE 
 
AO ATRAVESSAR A ATMOSFERA, A RADIAÇÃO SOLAR INTERAGE COM SEUS 
CONSTITUINTES (NATURAIS E ARTIFICIAIS) RESULTANDO NA MODIFICAÇÃO DA: 
 QUANTIDADE, QUALIDADE E DIREÇÃO DOS RAIOS SOLARES 
 
ESTA INTERAÇÃO OCORRE DE DOIS MODOS, DEPENDENDO DO COMPRIMENTO DE 
ONDA E DO TAMANHO DO CONSTITUINTE ATMOSFÉRICO: 
 
1. ABSORÇÃO DA RADIAÇÃO 
 É SELETIVA POR CERTOS CONSTITUINTES DA ATMOSFERA E PARA 
CERTOS COMPRIMENTOS DE ONDAS 
 PELO OXIGÊNIO / OZÔNIO = QUASE TODA A RADIAÇÃO (ULTRAVIOLETA) 
 GÁS CARBÔNICO E VAPOR DE ÁGUA TAMBÉM ABSORVEM BASTANTE 
RADIAÇÃO (INFRAVERMELHO) 
 RADIAÇÃO ALTAMENTE ENERGÉTICA 
 TEM ALTO PODER DE PENETRAÇÃO 
 CAUSA DISTÚRBIOS EM ORGANISMOS VIVOS (PRINCIPALMENTE 
MICROORGANISMOS) 
 EM REGIÕES ALTAS = INCIDÊNCIA MAIOR 
 NO NÍVEL DO MAR = INCIDÊNCIA MENOR 
 A RADIAÇÃO VISÍVEL PASSA PELA ATMOSFERA PRATICAMENTE SEM 
SOFRER ABSORÇÃO 
 
2. DIFUSÃO (ESPALHAMENTO) DA RADIAÇÃO 
 OS CONSTITUINTES ATMOSFÉRICOS MUDAM A DIREÇÃO DOS RAIOS 
SOLARES. PARTÍCULAS DE IMPUREZAS E MOLÉCULAS DE GASES CAUSAM O 
ESPALHAMENTO DA RADIAÇÃO 
 O PROCESSO AFETA A QUANTIDADE E A QUALIDADE DA RADIAÇÃO 
 ESTE FENÔMENO CAUSA A COR AZUL DO CÉU, PELA DISPERSÃO, NA ALTA 
ATMOSFERA, DAS MOLÉCULAS DE GASES NA FAIXA DO AZUL, 
PRINCIPALMENTE O OZÔNIO. 
 33 
 PARTE É DEVOLVIDA PARA O ESPAÇO SIDERAL 
 FACILMENTE PERCEPTÍVEL EM DIAS NUBLADOS, COM MUITA POEIRA OU 
POLUIÇÃO. A RADIAÇÃO QUE SOFRE MUDANÇA DE DIREÇÃO, VINDO DE TODOS 
OS LADOS, NÃO PROJETA SOMBRA NOS OBJETOS, SENDO DENOMINADA DE 
RADIAÇÃO DIFUSA (Qc) 
 
 RAIOS LUMINOSOS DE COMPRIMENTO DE ONDA MAIS CURTOS SÃO MAIS 
FACILMENTE DISPERSOS. RAIOS DE COMPRIMENTO DE ONDAS MAIS LONGOS 
CHEGAM DIRETAMENTE AO SOLO. 
 
 COM A ATMOSFERA LIMPA, GRANDE PARTE DOS RAIOS SOLARES ATINGE 
DIRETAMENTE A SUPERFÍCIE, PROJETANDO SOMBRA NOS OBJETOS. É A 
RADIAÇÃO DIRETA (Qd) 
 
 A RADIAÇÃO DIRETA É UNIDIRECIONAL E DETERMINADA PELO ÂNGULO 
ZENITAL DOS RAIOS SOLARES 
 
 A RADIAÇÃO SOLAR TOTAL QUE ATINGE A SUPERFICIE É CHAMADA DE 
RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL (Qg), SENDO A SOMA DA RADIAÇÃO DIFUSA COM A 
RADIAÇÃO DIRETA. 
 
 A CONTRIBUIÇÃO DE CADA UMA PARA Qg DEPENDE, ENTÃO, DAS 
CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS DO PERÍODO 
 
ALGUNS AUTORES CONSIDERAM AINDA UM TERCEIRO PROCESSO, A 
REFLEXÃO, QUE CONSISTE NA QUANTIDADE DE RADIAÇÃO QUE AO INCIDIR SOBRE 
UM CORPO É DEVOLVIDA SEM MODIFICAR SUAS CARACTERÍSTICAS, SEPARANDO-A 
DA DIFUSÃO OU ESPALHAMENTO. A REFLEXÃO E A DISPERSÃO, NESTE CASO, DÃO 
COMO RESULTADO A RADIAÇÃO SOLAR DIFUSA. 
 
 34 
BALANÇO DA RADIAÇÃO NA ATMOSFERA 
 
A RADIAÇÃO SOLAR RECEBIDA NA SUPERFÍCIE DA TERRA CONSISTE EM 
DUAS PARTES: 
 
RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL = RADIAÇÃO SOLAR DIRETA + RADIAÇÃO SOLAR 
DIFUSA , OU 
Qg = Qd + Qc 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Distribuição da Radiação Solar na Atmosfera 
 
 
 
 
 
 Componentes da radiação solar ao nível do solo 
 35 
 
DISTRIBUIÇÃO DA RADIAÇÃO SOLAR NO TERRITÓRIO BRASILEIRO 
 
 
 
 
 
Radiação solar global diária - média anual típica (Wh/m2.dia) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36 
PROCESSOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR NA ATMOSFERA 
Uma das maiores contribuições da radiação solar é o aquecimento do nosso planeta, sem o qual a 
temperatura média na Terra seria de aproximadamente -238 °C e a água apenas existiria no estado 
sólido. Ao ser absorvida pela Terra, a radiação solar converte-se em energia calorífica, aquecendo a 
superfície terrestre. Esta, por sua vez, emite a mesma quantidade de energia que recebe, encontrando-
se, por isso, em equilíbrio térmico. 
Os processos de transferência de calor que ocorrem na atmosfera são: 
 
1. CONDUÇÃO: ENERGIA TRANSFERIDA DE UMA MOLÉCULA PARA OUTRA. 
 
2. CONVECÇÃO: OCORRE MOVIMENTAÇÃO DE UMA MASSA FLUIDA (AR, ÁGUA) 
PROVOCADA POR UMA DIFERENÇA DE DENSIDADE. 
a. O AR É AQUECIDO POR CONDUÇÃO DE UMA SUPERFICIE QUALQUER; 
b. O AR SE EXPANDE E SE TORNA MENOS DENSO 
c. A MASSA DE AR QUENTE É SUBSTITUÍDA POR AR MAIS FRIO 
 
A CONVECÇÃO É UM DOS PRINCIPAIS MEIOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR NA 
ATMOSFERA (1500 – 3000m). 
 PODE SER HORIZONTAL OU VERTICAL 
 
3. RADIAÇÃO: TRANSFERÊNCIA DE CALOR (ENERGIA) DE UM OBJETO PARA 
OUTRO SEM HAVER NECESSIDADE DE UM MEIO DE CONEXÃO, OU SEJA, POR 
MEIO DE ONDAS. 
 
Ilustração dos mecanismos de transferência de calor 
 37 
BALANÇO GLOBAL DO CALOR PROVENIENTE DA RADIAÇÃO 
 Existe um balanço quase perfeito entre a quantidade de radiação solar incidente e a quantidade 
de radiação terrestre (sistema Terra-atmosfera) retornada para o espaço; caso contrário, o sistema 
Terra-atmosfera estaria progressivamente se aquecendo ou resfriando. Vamos examinar este 
balanço na abaixo, usando 100 unidades para representar a radiação solar interceptada no topo da 
atmosfera. 
 
Balanço de Calor da Terra e atmosfera 
Da radiação total interceptada pela Terra, aproximadamente 30 unidades são refletidas de volta para 
o espaço. As restantes 70 unidades são absorvidas, 19 unidades pela atmosfera e 51 unidades pela 
superfície da Terra (Terra-oceano). Certos gases na atmosfera atuam no sentido de retardar a perda 
de radiação terrestre, absorvendo uma boa parte dela e reirradiando parte desta energia de volta 
para a Terra.Como resultado deste processo, a superfície recebe uma grande quantidade de radiação 
de onda longa da atmosfera (95 unidades). A superfície, por sua vez, irradia 116 unidades de energia 
de onda longa para a atmosfera. Portanto, nesta troca (em onda longa) a atmosfera tem um ganho 
líquido de 15 unidades, enquanto a Terra tem uma perda líquida de 21 unidades. As restantes 6 
unidades passam diretamente através da atmosfera e são perdidas no espaço. Até agora contamos 
uma perda de 21 das 51 unidades de radiação de onda curta absorvidas pela superfície da Terra. E 
as 30 unidades restantes? Parte desta energia é transferida da superfície da Terra para a atmosfera 
através de calor latente, por moléculas de água durante o processo de evaporação (23 unidades). 
Outra parte das 30 unidades é transferida da superfícieda Terra para a atmosfera por calor sensível 
(condução e convecção -7 unidades). Um balanço geral é obtido porque a atmosfera emite 64 
unidades de energia para o espaço como radiação de onda longa, fechando o balanço entre radiação 
incidente e radiação emitida. 
 38 
ESPECTRO SOLAR E BIOLOGIA 
ENERGIA SOLAR: 
 CONJUNTO DE RADIAÇÕES 
 COMPRIMENTOS DE ONDA VARIÁVEIS 
 0,2 A 4 MICRAS 
 CONSTITUEM O ESPECTRO SOLAR 
 
ESPECTRO SOLAR 
 0,2 a 0,4 mícron – ULTRAVIOLETA – 9% 
 0,4 a 0,7 mícron – PARTE VISÍVEL – 41% 
Radiações azuis, verdes e parte das vermelhas 
 0,7 a 4 micra – INFRAVERMELHO – 50% 
 
ESPECTRO VISÍVEL 
 EM ORDEM CRESCENTE DE λ TEM-SE O VIOLETA – AZUL – VERDE – 
AMARELO – LARANJA – VERMELHO 
 UTILIZADA PELAS PLANTAS NO PROCESSO FOTOSSINTÉTICO 
 CHAMADO DE RADIAÇÃO FOTOSSINTETICAMENTE ATIVA 
 
INFRAVERMELHO 
 RADIAÇÃO TERMAL 
 LONGO COMPRIMENTO DE ONDA 
 ABSORVIDAS PELO VAPOR D’AGUA E GÁS CARBÔNICO ATMOSFÉRICOS 
 PARTÍCULAS SÓLIDAS PROVOCAM DISPERSÃO 
 IMPORTANTES PARA O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL 
 FITOCROMOS E HORMÔNIOS SÃO ATIVADOS / DESATIVADOS POR ESTA 
RADIAÇÃO 
 EFEITOS MAIS QUALITATIVOS QUE QUANTITATIVOS 
ULTRAVIOLETA 
 ABSORVIDAS NAS CAMADAS SUPERIORES DA ATM. 
 OXIGÊNIO E OZÔNIO ATUAM 
 PROTEÇÃO CONTRA A NOCIVIDADE DESTA RADIAÇÃO 
 39 
COMPOSIÇÃO DA RADIAÇÃO SOLAR 
As figuras seguintes mostram a divisão espectral da radiação solar, em diferentes 
comprimentos de onda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 40 
UTILIZAÇÃO DA RADIAÇÃO SOLAR PELAS PLANTAS 
Da energia recebida na superfície da terra, aproximadamente 20% é refletida pelas nuvens e partículas atmosféricas, 
enquanto outra parte é absorvida pela superfície terrestre (solo, vegetação etc.). Da radiação líquida disponível, 40% é 
utilizada na evapotranspiração e somente 2% desta é usada no processo da fotossíntese que resulta no desenvolvimento e 
crescimento dos vegetais. 
 
 
Efeito da Radiação Solar no Crescimento Vegetal 
Nas plantas com clorofila, cada cloroplasto é um minúsculo laboratório. Nestas pequenas formações 
microscópicas, a energia procedente da radiação solar desencadeia reações químicas cujos produtos 
finais são diversos tipos de açúcares, porém, também podem ser gorduras. 
 
Nessas reações os cloroplastos utilizam comprimentos de onda da luz visível compreendidos entre 400 
nm e 720 nm. Apenas algumas reacções utilizam os infravermelhos e os ultravioletas. Dentro do 
espectro absorvido, a clorofila absorve principalmente na zona do vermelho, emitindo a radiação com 
outros comprimentos de onda. A luz vermelha fornece a energia necessária para a fotossíntese. 
Portanto, as plantas terrestres captam sobretudo a luz vermelha e refletem a cor complementar, o verde. 
Nas algas marinhas que vivem a profundidades relativamente grandes (20 m-30 m) ocorre o fenómeno 
inverso: são coloridas geralmente de vermelho intenso e têm de utilizar o resíduo verde-azulado da luz 
solar, que ilumina tenuemente o seu espaço vital, já que a água do mar filtra a radiação. 
 41 
BANDAS DO ESPECTRO SOLAR QUE AFETAM 
O CRESCIMENTO VEGETAL 
 
1ª BANDA (λ > 1,0 μ): NÃO CAUSAM DANOS E SÃO ABSORVIDAS PELA 
PLANTA. 
2ª BANDA (1,0 > λ > 0,72 μ): É A REGIÃO QUE EXERCE EFEITO SOBRE O 
CRESCIMENTO DAS PLANTAS. O TRECHO PRÓXIMO À 1,0 μ É IMPORTANTE 
PARA O FOTOPERIODISMO, GERMINAÇÃO DE SEMENTES, CONTROLE DA 
FLORAÇÃO E COLORAÇÃO DOS FRUTOS. 
 
3ª BANDA (0,72 > λ > 0,61 μ): REGIÃO ESPECTRAL FORTEMENTE 
ABSORVIDA PELA CLOROFILA. GERA FORTE ATIVIDADE 
FOTOSSINTÉTICA, APRESENTANDO EM VÁRIOS CASOS TAMBÉM FORTE 
ATIVIDADE FOTOPERIÓDICA. 
4ª BANDA (0,61 > λ > 0,51 μ): REGIÃO ESPECTRAL DE BAIXO EFEITO 
FOTOSSINTÉTICO E DE FRACA AÇÃO SOBRE A FORMAÇÃO DA PLANTA. 
CORRESPONDE A REGIÃO VERDE DO ESPECTRO VISÍVEL. 
 
5ª BANDA (0,51 > λ > 0,40 μ): É A REGIÃO DE MAIOR ABSORÇÃO PELA 
CLOROFILA E PIGMENTOS AMARELOS (CAROTENÓIDES). CORRESPONDE 
AO AZUL VIOLETA E É TAMBÉM REGIÃO DE GRANDE ATIVIDADE 
FOTOSSINTÉTICA, EXERCENDO AINDA VIGOROSA AÇÃO NA FORMAÇÃO 
DA PLANTA. 
6ª BANDA (0,40 > λ > 0,315 μ): ESTA FAIXA EXERCE EFEITOS 
DEFORMATIVOS NAS PLANTAS, QUE TORNAM-SE MAIS BAIXAS E COM 
FOLHAS MAIS ESPESSAS. 
7ª BANDA (0,315 > λ > 0,28 μ): É PREJUDICIAL À MAIORIA DAS PLANTAS, 
MATANDO-AS DEPOIS DE ALGUM TEMPO DE EXPOSIÇÃO. 
 
 42 
A RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA E OS ORGANISMOS VIVOS 
A radiação solar mais conhecida é a faixa visível, mas duas outras faixas importantes são a do 
ultravioleta e a do infravermelho. A faixa do ultravioleta é subdividida em 3: UV-A (entre 400 e 320 
nm), UV-B (entre 320 e 280 nm) e a UV-C (entre 280 e 100). 
 
 
A UV-A chega normalmente à superfície terrestre, não sendo absorvida eficientemente por nenhum dos 
constituintes atmosféricos. Em excesso a radiação UV-A pode trazer complicações à saúde, porém esta 
não tende a aumentar sua intensidade com o tempo, como a UV-B. 
A UV-B é fortemente absorvida pela camada de ozônio da atmosfera terrestre, causando uma variação 
muito forte na intensidade da radiação medida na superfície entre os limites de 280 e 320nm. Já o UV-
C é totalmente absorvido pela atmosfera terrestre. 
A radiação ultravioleta mais merecedora de cuidados no dia-a-dia é a UV-B que é afetada pela camada 
de ozônio. 
 
 
O sol direto com irradiação prolongada pode resultar em graves queimaduras, que seriam muito 
agravadas se não fosse a proteção invisível que o ozônio proporciona. A camada de ozônio absorve 
apenas a radiação UV-B, entre 280 e 320nm. 
 43 
TEMPERATURA 
 
ENERGIA PROPAGADA NA FORMA DE CALOR, DECORRENTE DA TRANSFORMAÇÃO 
DA ENERGIA ELETROMAGNÉTICA DE ONDAS CURTAS OU LONGAS (PROVENIENTES 
DA RADIAÇÃO SOLAR) NA FORMA DE ENERGIA TERMAL. 
 
O AQUECIMENTO DA ATMOSFERA SE DÁ À MEDIDA EM QUE SE DESENVOLVEM OS 
PROCESSOS DE CONDUÇÃO, CONVECÇÃO OU TRANSMISSÃO DE CALOR 
(“RADIAÇÃO”) OCORREM, EM CAMADAS DISTINTAS. 
 
TEMPERATURA DO AR INFLUENCIA A TEMPERATURA DO SOLO. 
 
VARIÁVEL CLIMATOLÓGICA INTRINSECAMENTE RELACIONADA AO CRESCIMENTO 
E DESENVOLVIMENTO VEGETAL. 
 
 RESPONSÁVEL DIRETA PELA DISTRIBUIÇÃO DAS PLANTAS NA TERRA; 
 EXISTE AMPLA FAIXA DE TEMPERATURAS PARA CRESCIMENTO VEGETAL (0 
a 40ºC); 
 ADAPTAÇÃO DOS VEGETAIS EM DIFERENTES FAIXAS DE TEMPERATURA; 
 PLANTAS TEMPERADAS (HEMISFÉRIO NORTE) OU TROPICAIS (EQUADOR E 
HEMISFÉRIO SUL); 
 MELHORAMENTO GENÉTICO AMPLIOU A FAIXA DE ADAPTAÇÃO A 
DIFERENTES TEMPERATURAS; 
 CASAS DE VEGETAÇÃO SIMULAM SITUAÇÕES FAVORÁVEIS DE 
TEMPERATURA; 
 
 
MEDIÇÃO DE TEMPERATURA: FEITA COM DIVERSOS TIPOS DE TERMÔMETROS, QUE 
MEDEM AS TEMPERATURAS MÍNIMA, MÉDIA E MÁXIMA. 
 
 
TEMPERATURAS CARDEAIS 
 
 
O CRESCIMENTO VEGETAL ESTÁ LIMITADO POR FAIXAS DE TEMPERATURA QUE 
VARIAM DE UM VALOR MÍNIMO, PASSANDO POR UM VALOR ÓTIMO, ATÉ UM VALOR 
MÁXIMO. ESTA VARIAÇÃO SE DÁ CONFORME: 
 
 COMPLEXIDADE FISIOLÓGICA 
 CULTURAS DE INVERNO (AVEIA, TRIGO, CENTEIO, CEVADA): 
 MÍNIMA: 0° a 5° C 
 ÓTIMA: 25° a 31° C 
 MÁXIMA: 31° a 37° C 
 
 CULTURAS DE VERÃO (MELÃO, SORGO, FRUTEIRAS TROPICAIS): 
 MÍNIMA: 15° a 18°C 
 ÓTIMA: 31° a 37° C 
 MÁXIMA: 44° a 50° C 
 44 
TEMPERATURAS CARDEAIS VARIAM COM: 
 FISIOLOGIA 
 ESTÁDIO DE DESENVOLVIMENTO 
 ESPÉCIE 
 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 
 
 
TEMPERATURA DO AR E DO SOLO 
A ENERGIA RADIANTE QUE ATINGE A SUPERFÍCIE TERRESTRE SERÁ DESTINADA A 
ALGUNS PROCESSOS FÍSICOS PRINCIPAIS: 
CONVECÇÃO – RELACIONADO PRINCIPALMENTE AO AQUECIMENTO DO AR 
CONDUÇÃO – RELACIONADO PRINCIPALMENTE AO AQUECIMENTO DO SOLO 
 
TEMPERATURA DO ARÉ UM DOS EFEITOS MAIS IMPORTANTES DA RADIAÇÃO SOLAR 
 OCORRE PELO TRANSPORTE DE CALOR DA SUPERFÍCIE AQUECIDA 
(CONDUÇÃO/CONVECÇÃO OU DIFUSÃO TURBULENTA) 
 A CONVECÇÃO OU DIFUSÃO TURBULENTA DO AR AQUECIDO TRANSPORTA 
CALOR, VAPOR D’ÁGUA, AEROSÓIS, POEIRA, ETC., PARA AS CAMADAS 
SUPERIORES 
VARIAÇÃO DA TEMPERATURA DO AR: TEMPORAL E ESPACIAL 
 VARIAÇÃO TEMPORAL = BALANÇO DE ENERGIA NA SUPERFÍCIE (MAIOR 
INTENSIDADE AO MEIO DIA) 
 VARIAÇÃO ESPACIAL 
o ESCALA MACROCLIMÁTICA: PREDOMINÂNCIA DOS EFEITOS DA 
RADIAÇÃO SOLAR; VENTOS; NEBULOSIDADE; TRANSPORTE 
CONVECCTIVO DE CALOR E CONCENTRAÇÃO DE VAPOR D’ÁGUA NA 
ATMOSFERA. 
o ESCALA TOPOCLIMÁTICA: EXPOSIÇÃO E CONFIGURAÇÃO DO TERRENO 
SÃO OS MODULADORES DA TEMPERATURA 
o ESCALA MICROCLIMÁTICA: FATOR CONDICIONANTE É A COBERTURA DO 
TERRENO 
PARA FINS METEOROLÓGICOS E CLIMATOLÓGICOS A TEMPERATURA DO AR É 
MEDIDA SOB UMA CONDIÇÃO DE REFERÊNCIA (PADRÃO), PARA QUE SE PERMITA A 
COMPARAÇÃO ENTRE LOCAIS DIFERENTES. AS CONDIÇÕES PADRÃO SÃO: ÁREA 
PLANA (TOPOCLIMA) E GRAMADA (MICROCLIMA). NESSE CASO AS DIFERENÇAS 
REGISTRADAS SERÃO EM DECORRÊNCIA APENAS DO MACROCLIMA. 
 A ALTURA DE MEDIÇÃO É ENTRE 1,5 A 2,0 m ACIMA DO NIVEL DO SOLO (DENTRO 
DO ABRIGO). 
 A TEMPERATURA MÁXIMA OCORRE COM UMA DEFASAGEM DE DUAS A TRÊS 
HORAS EM RELAÇÃO AO HORÁRIO DE MAIOR IRRADIÂNCIA SOLAR (12h EM 
DIAS SEM NUVENS). 
 A TEMPERATURA MÍNIMA OCORRE UM POUCO ANTES DO NASCER DO SOL. 
 45 
TEMPERATURA DO AR REQUERIDA PELAS PLANTAS 
 
1. FASE VEGETATIVA 
 FOTOSSÍNTESE X RESPIRAÇÃO 
 TEMPERATURA DE EQUILÍBRIO (ÓTIMO) - FIGURA 
 FOSSÍNTESE CAI DRASTICAMENTE SE A TEMPERATURA > 35°C 
 RESPIRAÇÃO CAI DRASTICAMENTE COM TEMPERATURAS > 45°C 
 
EXEMPLO: TOMATEIRO 
 
TEMPERATURA: 20 ° C TEMPERATURA: 35° C 
BAIXA RESPIRAÇÃO ALTA RESPIRAÇÃO 
MÁXIMA PRODUÇÃO DE MS BAIXA PRODUÇÃO DE MS 
DESENVOLVIMENTO LENTO DESENVOLVIMENTO RÁPÍDO 
CICLO TARDIO CICLO PRECOCE 
GRANDES CÉLULAS PEQUENAS CÉLULAS 
BOA COLHEITA MÁ COLHEITA 
 
 
2. FASE REPRODUTIVA 
 INDUÇÃO FLORAL 
 POLINIZAÇÃO 
 FERTILIZAÇÃO 
 FORMAÇÃO DO FRUTO 
 DORMÊNCIA DE GEMAS REPRODUTIVAS 
 CICLOS DE CRESCIMENTO 
 
LEI DE VAN’T HOFF 
 
“PARA CADA 10°C DE AUMENTO DE TEMPERATURA, CONSIDERANDO-SE ENTRE O 
MÍNIMO E O ÓTIMO, A FORMAÇÃO DE MATÉRIA SECA DOBRA”. 
 
 
O DESENVOLVIMENTO VEGETAL TAMBÉM VAI DEPENDER DA RAZÃO ENTRE: 
 TEMPERATURAS DIURNAS – FOTOTEMPERATURAS (MORANGO, ERVILHA) 
 TEMPERATURAS NOTURNAS – NICTOTEMPERATURAS (TOMATE, BATATA, 
PIMENTA) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 46 
 
TEMPERATURA DO SOLO 
 
FLUXO DE CALOR DA SUPERFÍCIE PARA O INTERIOR DO SOLO (DURANTE E O DIA) E 
DO INTERIOR PARA A SUPERFÍCE (NOITE). O PROCESSO RADIATIVO DE PERDA É MAIS 
EFICIENTE QUE O DE GANHO. 
 
OCORRE VARIAÇÃO TEMPORAL (DIÁRIA E ANUAL, DE ACORDO COM AS ESTAÇÕES) E 
VARIAÇÃO ESPACIAL, QUE DEPENDE DOS: 
 
 FATORES EXTERNOS (ELEMENTOS METEOROLÓGICOS QUE AFETAM O 
BALANÇO NA SUPERFÍCIE) 
 
 FATORES INTRÍNSECOS 
o TIPO DE COBERTURA DA SUPERFÍCIE = SOLOS NUS OU COBERTOS 
(VEGETAÇÃO, MULCH) 
o RELEVO = CONDICIONA O TERRENO A DIFERENTES EXPOSIÇÕES À 
RADIAÇÃO SOLAR 
o TIPO DE SOLO = TEXTURA, ESTRUTURA E TEOR DE ÁGUA. 
 
OUTROS EFEITOS DA TEMPERATURA 
 
 CONDICIONA O NÍVEL DAS REAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS DAS PLANTAS 
 PERDA DE ÁGUA AUMENTA OU DIMINUI CONFORME A TEMPERATURA; 
 A TEMPERATURA DO AR INFLUI DIRETAMENTE SOBRE A TEMPERATURA DO 
SOLO 
 COM VALORES DE TEMPERATURA BAIXOS, A PLANTA DIMINUI SEU 
METABOLISMO E TRANSPIRAÇÃO; 
 TEMPERATURAS MUITO ALTAS OU MUITO BAIXAS IMPOSSIBILITAM O 
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 47 
UNIDADES TÉRMICAS DE CRESCIMENTO 
 
 
 
TEMPERATURA-BASE (OU BASAL)= TEMPERATURA ABAIXO DA QUAL AS PLANTAS 
NÃO SE DESENVOLVEM. É VARIÁVEL PARA CADA ESPÉCIE VEGETAL. 
 
 
UNIDADES DE CALOR OU “GRAUS-DIA” = UM GRAU-DIA É A MEDIDA DA DIFERENÇA 
DA TEMPERATURA MÉDIA DIÁRIA ACIMA DO MÍNIMO DE TEMPERATURA, 
NECESSÁRIO PARA UMA ESPÉCIE. 
 
 O CRESCIMENTO VEGETAL VARIA DE ACORDO COM A QTDE DE CALOR AO 
QUAL É SUBMETIDO DURANTE O CICLO VITAL; 
 É O SOMATÓRIO DO CALOR EFETIVO PARA O CRESCIMENTO DAS PLANTAS, 
ACUMULADO DURANTE O DIA; 
 
CONSTANTE TÉRMICA = É UM ÍNDICE RESIDUAL OU SEJA, É A TEMPERATURA 
ACUMULADA DESDE OS PRIMEIROS DIAS ATÉ A MATURAÇÃO DA PLANTA. 
 
 SE DESDE O MOMENTO EM QUE SE VERIFICA A GERMINAÇÃO SOMAR-SE A 
TEMPERATURA MÉDIA DIÁRIA, A SOMA TOTAL É SEMPRE A MESMA, QUALQUER 
QUE SEJA A SITUAÇÃO; 
 É APROXIMADAMENTE CONSTANTE PARA CADA ESTAÇÃO DO ANO E PARA 
CADA CULTURA QUE CRESCE NUM MESMO LOCAL; 
 TEMPERATURAS ABAIXO DE 0°C SÃO DESCONSIDERADAS. 
 APLICA-SE TAMBÉM ÀS SUBFASES DE CULTIVO; 
 EXEMPLOS: MILHO = 2500°C; CEVADA = 1700°C; TRIGO: 2000°C. 
 
SE O MILHO FOR CULTIVADO EM LOCAL ONDE A TEMPERATURA MÉDIA DIÁRIA É DE 
25°C, O CICLO SERÁ DE 100 DIAS. 
MÉTODOS DE CÁLCULO: 
 DIRETO = TEMPERATURA-BASE DE 0°C 
 RESIDUAL = TEMPERATURA-BASE DE 6°C 
 EXPONENCIAL = VELOCIDADE DAS REAÇÕES FISICO-QUIMICAS 
 TERMOFISIOLÓGICO = VELOCIDADE DE CRESCIMENTO 
 
 
IMPERFEIÇÕES DA TEORIA DE GRAUS-DIA: 
 SOMENTE UMA TEMPERATURA BASAL DURANTE O CICLO; 
 TEMPERATURAS NOTURNAS E DIURNAS TEM O MESMO PESO; 
 RESPOSTA LINEAR; 
 TEMPERATURAS ACIMA DE 27°C PODEM SER PREJUDICIAIS (PELO MÉTODO, 
QUANTO MAIOR A TEMPERATURA, MAIOR EFICIÊNCIA); 
 O VALOR MÉDIO DIÁRIO NÃO É SIGNIFICATIVO. 
 OUTRAS VARIÁVEIS CLIMATOLÓGICAS INTERFEREM 
 
 
 48 
 
FATORES AMBIENTAIS QUE FAZEM VARIAR A CONSTANTE TÉRMICA 
 FERTILIDADE 
 POPULAÇÃO DE PLANTAS 
 SOLOS 
 TEMPERATURAS DO SOLO (DIFERENTES DA TEMP. DO AR) 
 UMIDADE 
 
 
 
 
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO (UNIDADES TÉRMICAS) 
 
 
UM AGRICULTOR QUER FORNECER FEIJÃO PARA UMA FEIRINHA LOCAL DE SUA 
CIDADE, MAS PRETENDE PLANEJAR SEU CULTIVO PARA ALCANÇAR A ÉPOCA ONDE O 
PREÇO DO FEIJÃO É MELHOR PARA ELE (MAIOR LUCRO). O AGRICULTOR DISPÕE DE 
APENAS UMA VARIEDADE DE FEIJÃO E DE UMA FAIXA DE TEMPO DE PLANTIO DE 15 
DE SETEMBRO A 15 DE OUTUBRO. LEVANDO EM CONTA QUE O AGRICULTOR DEVE 
PLANTAR DIA 15 DE CADA MÊS, QUAL DATA SERÁ MELHOR PARA O PLANTIO, 
VISANDO MAIOR LUCRO? 
 
 
 
VARIEDADE DE FEIJÃO (HIPOTÉTICA) 
 Exigência de 1276 graus-dia para amadurecer 
 Temperatura-base = 6°C 
 
 
TEMPERATURA MÉDIA MENSAL 
 
SETEMBRO = 18°C 
OUTUBRO = 22°C 
NOVEMBRO = 20° C 
DEZEMBRO = 18,5 °C 
JANEIRO = 17°C 
 
 
SAZONALIDADE DE PREÇOS (R$/saca) 
 
SETEMBRO= 50,00 
OUTUBRO = 60,00 
NOVEMBRO = 70,00 
DEZEMBRO = 80,00 
JANEIRO = 40,00 
 
 
 
 49 
UMIDADE DO AR 
 
ÁGUA NA FORMA DE VAPOR, EXISTENTE NA ATMOSFERA. 
 
 
FONTES NATURAIS: 
 SUPERFÍCIES DE ÁGUA, GELO E NEVE 
 SOLO 
 SUPERFÍCIES VEGETAIS E ANIMAIS 
 
 
PROCESSOS FÍSICOS DETERMINANTES 
 EVAPORAÇÃO 
 SUBLIMAÇÃO 
 TRANSPIRAÇÃO 
 
 
CONCENTRAÇÃO DE VAPOR D’ÁGUA NA ATMOSFERA 
 BAIXA (MÁX. 4%) 
 EXTREMAMENTE VARIÁVEL 
 LIBERAÇÃO OU ABSORÇÃO DE CALOR LATENTE 
 DISTRIBUIÇÃO DE CALOR NA TERRA 
 
 
 
TRANSPORTE DO VAPOR D’ÁGUA NA ATMOSFERA 
 BALANÇO DE RADIAÇÃO: EVAPORAÇÃO DA ÁGUA 
 TRÊS PROCESSOS: 
o DIFUSÃO 
o CONVECÇÃO (LIVRE OU FORÇADA) 
o ADVECÇÃO 
 
 
 
CONTEÚDO DE VAPOR D’ÁGUA NO AR ATMOSFÉRICO 
 
AR SATURADO = QUANTIDADE DE VAPOR D’ÁGUA EM SUA CONCENTRAÇÃO 
MÁXIMA. 
 
QUANTO MAIOR A TEMPERATURA, MAIOR É A CAPACIDADE DO AR EM RETER ÁGUA. 
 
 
 
UMIDADE RELATIVA DO AR = RELAÇÃO PERCENTUAL ENTRE A CONCENTRAÇÃO DE 
VAPOR D’ÁGUA EXISTENTE NO AR E A CONCENTRAÇÃO DE SATURAÇÃO, NA PRESSÃO 
E TEMPERATURA EM QUE O AR SE ENCONTRA.50 
MEDIÇÃO DA UMIDADE DO AR 
 
 
 PSICRÔMETROS = FORMADO POR DOIS TERMÔMETROS COMUNS, SENDO: 
o 1 BULBO SECO 
o 1 BULBO ÚMIDO 
 
 
 HIGRÔMETROS OU HIGRÓGRAFOS = VARIAÇÃO DO COMPRIMENTO DO 
CABELO HUMANO COM A UMIDADE RELATIVA DO AR. 
 
 
PSICRÔMETROS (COMO MEDIR) 
 VER TEMPERATURA BULBO SECO (Ts) 
 VER TEMPERATURA BULO ÚMIDO (Tu) 
 VER DEPRESSÃO PSICROMÉTRICA (d) 
 
 
d = Ts- Tu 
 
 
 ENTRA COM VALOR DE Ts e d NA TABELA 
 ENCONTRA UMIDADE RELATIVA DO AR NAQUELE MOMENTO 
 
 
 
 
 
UMIDADE ABSOLUTA DO AR = QUANTIDADE DE VAPOR D’ÁGUA TOTAL EXISTENTE 
NO AR, EM DETERMINADAS CONDIÇÕES DE TEMPERATURA E PRESSÃO. 
 
 
 
 
 
 
A UMIDADE DO AR DEVE SER MEDIDA À SOMBRA, EM LOCAL VENTILADO E 
PROTEGIDO DA PRECIPITAÇÃO (CHUVA). GERALMENTE FICA DENTRO DOS ABRIGOS 
METEOROLÓGICOS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 51 
VARIAÇÃO DIÁRIA DA UMIDADE DO AR 
 
A UR DO AR APRESENTA UM CURSO DIÁRIO INVERSO AO DA TEMPERATURA DO AR, 
SENDO MENOR DURANTE O DIA E MAIOR DURANTE A NOITE. ISTO PORQUE A TENSÃO 
DE SATURAÇÃO DE VAPOR D’ÁGUA É DIRETAMENTE PROPORCIONAL À 
TEMPERATURA E INVERSAMENTE PROPORCIONAL À UMIDADE RELATIVA DO AR. 
 
O VALOR MÍNIMO DE UMIDADE É ALCANÇADO NA TEMPERATURA MÁXIMA. 
 
EM CONDIÇÕES DE RESFRIAMENTO NOTURNO MODERADO, A UR TENDE A SE 
ESTABILIZAR EM UM VALOR MÁXIMO, PRÓXIMO À 100%, ATÉ A MANHA SEGUINTE 
(ORVALHO E/OU NEVOEIRO). 
 
 
 
VARIAÇÃO ANUAL DA UMIDADE DO AR 
 
ACOMPANHA O CURSO ANUAL DA COBERTURA DO CÉU E PRECIPITAÇÃO. 
 
 
 
TABELA 1: PRECIPITAÇÃO TOTAL ANUAL (MÉDIA) E UMIDADE RELATIVA DO AR EM DIFERENTES 
REGIÕES: 
 
ESTADO PRECIPITAÇÃO (mm) UMIDADE RELATIVA (%) 
CE 971 70 
DF 1000 65 
BA 1203 72 
MT 1404 75 
MG 1421 76 
RS 1555 77 
AM 2705 87 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 52 
GRÁFICO PSICROMÉTRICO ( Porcentagem de umidade relativa (1000 Milibares) 
 DEPRESSÃO DE BULBO ÚMIDO (Td - TW) 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 
 
-
20 
28 
-
18 
40 
-
16 
48 0 
-
14 
55 11 
-
12 
61 23 
-
10 
66 33 0 
-8 71 41 13 
-6 73 48 20 0 
-4 77 54 32 11 
-2 79 58 37 20 1 
0 81 63 45 28 11 
2 83 67 51 36 20 6 
4 85 70 56 42 27 14 
6 86 72 59 46 35 22 10 0 
8 87 74 62 51 39 28 17 6 
10 88 76 65 54 43 33 24 13 4 
12 88 78 67 57 48 38 28 19 10 2 
14 89 79 69 60 50 41 33 25 16 8 1 
16 90 80 71 62 54 45 37 29 21 14 7 1 
18 91 81 72 64 56 48 40 33 26 19 12 6 0 
20 91 82 74 66 58 51 44 36 30 23 17 11 5 0 
22 92 83 75 68 60 53 46 40 33 27 21 15 10 4 0 
24 92 84 76 69 62 55 49 42 36 30 25 20 14 9 4 0 
26 92 85 77 70 64 57 51 45 39 34 28 23 18 13 9 5 
28 93 86 78 71 65 59 53 47 42 36 31 26 21 17 12 8 4 
30 93 86 79 72 66 61 55 49 44 39 34 29 25 20 16 12 8 4 
32 93 86 80 73 68 62 56 55 46 41 36 32 27 22 19 14 11 8 4 
34 93 86 81 74 69 63 58 52 48 43 38 34 30 26 22 18 14 11 8 5 
36 94 87 81 75 69 64 59 54 50 44 40 36 32 28 24 21 17 13 10 7 
38 94 87 82 76 70 66 60 55 51 46 42 38 34 30 26 23 20 16 13 10 
40 94 89 82 76 71 67 61 57 52 48 44 40 36 33 29 25 22 19 16 13 
 53 
VENTO 
 
 
O VENTO É O MOVIMENTO DO AR EM RELAÇÃO À SUPERFÍCIE TERRESTRE. 
 
O ambiente em que as plantas e animais crescem nem sempre é o ideal ou ótimo para sua produção. 
Várias são as condições adversas do clima que interferem no seu crescimento e desenvolvimento. A 
manipulação do solo, a irrigação e o uso de ambientes parcialmente protegidos são algumas técnicas 
utilizadas com a finalidade de alterar o microclima de um local, proporcionando melhores condições 
para a produção. 
A atmosfera se movimenta em decorrência da diferença de pressão entre duas regiões, principalmente 
por causa da incidência e absorção dos raios solares de maneira distinta entre diferentes regiões. O 
vento, que é o ar em movimento, se desloca de áreas de maior pressão (mais frias) para áreas de menor 
pressão (mais quentes) e quanto maior a diferença entre as pressões dessas áreas, maior será a 
velocidade de deslocamento. 
 
 
ORIGEM 
 GRADIENTES DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA 
 ROTAÇÃO DA TERRA 
 FORÇA CENTRÍFUGA AO MOVIMENTO DA TERRA 
 ATRITO COM A SUPERFÍCIE 
 
 
GRADIENTE DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA 
 GERADO PELO AQUECIMENTO DIFERENCIAL DA ATMOSFERA 
 VARIAÇÃO DE PRESSÃO 
 
 
 
ISÓBARAS = LOCAIS QUE APRESENTAM O MESMO VALOR DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA. 
 CARTA GEOGRÁFICA ISOBÁRICA 
 DELIMITA REGIÕES DE ALTA E BAIXA PRESSÃO 
 CRUZAM-SE COM GRADIENTES HORIZONTAIS DE PRESSÃO 
 O GRADIENTE HORIZONTAL DE PRESSÃO DETERMINA UMA MOVIMENTAÇÃO 
DO AR DAS ZONAS DE MAIORES PRESSÕES PARA A DE MENORES PRESSÕES, NA 
TENDÊNCIA DE IGUALÁ-LAS. 
 ESTA FORÇA TENDE A INICIAR E MANTER O VENTO. 
 QUANTO MAIS PRÓXIMAS FOREM AS ISÓBARAS, MAIOR O GRADIENTE DE 
PRESSÃO E MAIOR DEVERÁ SER A VELOCIDADE DO VENTO. 
 
 
 
EFEITO DA ROTAÇÃO DA TERRA 
 MOVIMENTO DE OESTE PARA LESTE 
 O AR ATMOSFÉRICO TAMBÉM SE MOVE, MAS EM VELOCIDADE DIFERENTE; 
 
 54 
 
 
EFEITO DA FORÇA CENTRÍFUGA 
 O VENTO SE DESLOCA EM DIREÇÃO PERPENDICULAR ÀS ISÓBARAS 
 MOVIMENTO CURVO 
 FORÇA 
 CENTRÍFUGA 
 ACIMA DE 500m = VENTO GRADIENTE (PARALELO ÀS ISÓBARAS) 
 
 
 
ESCALAS DE FORMAÇÃO DO VENTO 
Ocorre nas três escalas do clima: Macro, Meso e Micro. 
MACROESCALA: são os ventos associados à circulação geral da atmosfera, sendo função dos 
gradientes de pressão. Apesar da variação temporal e espacial dos ventos sobre a superfície, é possível 
se verificar uma certa tendência: 
a. Entre os Trópicos e o Equador: Alísios de NE (Hemisfério Norte) e Alísios de SE 
(Hemisfério Sul). 
b. Entre os Trópicos e as regiões Sub-Polares: Ventos de Oeste. 
c. Regiões Polares: Ventos de Leste. 
 
Classificação dos Ventos em nível Global 
 55 
MESOESCALA: os ventos oriundos da circulação geral modificam-se acentuadamente na escala de 
tempo e espaço devido ao aquecimento diferenciado, e conseqüente diferença de pressão, entre 
continentes e oceanos; configuração da encosta, sistema orográfico e topografia, variando diariamente 
ou sazonalmente. Os principais tipos de vento na mesoescala são: 
 Brisa Terrestre (noite) e Brisa Marítima (dia); 
 Brisa de montanha ou Catabática (noite) e Brisa de Vale ou Anabática (dia); 
 Ventos Foehn ou Chinook. 
 
Uma Brisa é um vento local suave causado pelo aquecimento e pelo arrefecimento desigual de 
superfícies adjacentes, sob influência da radiação solar (durante o dia) e da radiação terrestre (durante 
a noite), que produzem um gradiente de pressão (razão de decréscimo ou aumento da pressão por 
unidade de distância num determinado período de tempo) entre o cume e o vale ou numa zona 
costeira,entre a superfície aquosa e terrestre. 
 
Brisa da montanha - vento fresco e moderado que sopraà noite do cume 
da montanha para o vale porque à noite, os cumes arrefecem mais 
rapidamente, formando-se aí altas pressões e nos vales, com um 
arrefecimento mais lento, formam-se baixas pressões. 
 
Brisa do vale - sopra de manhã do vale para a montanha porque os cumes 
da montanha aquecem primeiro que o vale, formando-se nos cumes baixas 
pressões. 
 
Brisa marítima - vento que sopra de dia, do mar para terra. Durante o dia, 
a terra aquece mais rapidamente, originando em terra baixas pressões e no 
mar altas pressões. 
 56 
 
Brisa terrestre - vento que sopra de noite, da terra para o mar. Durante a 
noite a terra arrefece mais rapidamente, formando-se aqui altas pressões, 
enquanto a água arrefece mais lentamente, criando-se no mar baixas 
pressões. 
 
 
MICROESCALA: o processo é semelhante ao da mesoescala, porém, com menor magnitude do 
fenômeno. Exemplos desse tipo de contraste são: áreas ensolaradas e sombreadas; objetos com 
diferentes coeficientes de absorção de radiação solar; áreas irrigadas e não irrigadas, etc. 
 
Vento em microescala (luz/sombra) 
 
 
Mapa de ventos do Brasil 
 57 
PERFIL DO VENTO 
 
É a velocidade do vento em diversas alturas em relação ao solo. 
Fornecem medidas de fluxo de momento que permite avaliar a transferência de vapor d’água e dióxido 
de carbono e estimar a velocidade do vento em alturas diferentes a partir da medida em outra altura. 
Tais utilizações de dados sobre o perfil do vento são de extrema importância no planejamento de 
diversas práticas agrícolas como, por exemplo, a irrigação por aspersão, cuja locação dos irrigadores é 
dependente da velocidade do vento no local. 
 
Equação Logarítmica do Perfil do Vento 
O perfil do vento próximo ao solo pode ser determinado com a seguinte equação: 
V = 1/k . τ1/2/ρ . ln . Z/Zo 
 
V= velocidade do vento na altura Z; 
k=constante de von Karman de valor 0,40; 
τ= força tangencial; 
ρ= densidade do ar; 
Zo= parâmetro de rugosidade. 
EFEITOS DO VENTO NO CRESCIMENTO DAS PLANTAS 
 
O VENTO AFETA O CRESCIMENTO DAS PLANTAS SOB TRÊS ASPECTOS (PRINCIPALMENTE): 
 
1. TRANSPIRAÇÃO 
a. Aumenta com a velocidade do vento até certo ponto 
b. É variável conforme a espécie vegetal 
c. Maior influência sobre a transpiração cuticular que sobre a estomática 
d. Principalmente em hidrófitas (plantas com alta respiração cuticular 
e. Em condições normais, varia com a rugosidade, que é determinada pela área exposta 
f. Efeito maior em plantas isoladas do que em populações 
i. Ex.: Palmeiras isoladas (100% de aumento da transpiração para velocidade de 2 
m/s 
g. Faixa de 2 a 6% de perda de água pela planta pode ser atribuída ao vento 
h. Varia com a temperatura e a umidade do ar que incide sobre as plantas 
i. Ventos secos e quentes causam rápido murchamento das plantas (climas áridos) 
 
2. ABSORÇÃO DE CO2 
a. O suprimento de CO2 é favorecido pela turbulência, o que favorece a fotossíntese 
b. Há um aumento linear da absorção de CO2 com relação à velocidade do vento até 167 
cm / s 
 
3. EFEITO MECÂNICO SOBRE AS FOLHAS E RAMOS 
a. Altas velocidades do vento são prejudiciais ao crescimento das plantas 
 58 
b. Plantas de altitudes elevadas e do litoral tem configuração peculiar 
c. Folhas mecanicamente danificadas pelo vento têm reduzida capacidade de translocação 
e fotossíntese 
d. Estudo com a cana de açúcar (HARTT, 1963): 
i. Quebra da nervura central da folha diminui a translocação em 34-38% e a 
fotossíntese em 30%; 
ii. Quebra da nervura central e do limbo foliar diminui a translocação em 99-100% 
e a fotossíntese em 84 % acima da regia afetada. 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS QUANTO À REAÇÃO AOS VENTOS 
FORTES 
 
1. As que ESCAPAM à ação do vento: plantas pequenas e rasteiras 
 
2. As que TOLERAM a ação do vento: diminuição da matéria seca em menor 
proporção 
 
3. As SENSÍVEIS ao vento: não sobrevivem à exposição. 
 
 
 
MEDIDA DO VENTO 
 
 O regime dos ventos é medido por sua VELOCIDADE e DIREÇÃO. 
 A velocidade é dada pela componente horizontal em m/s ou km/h, sendo que 1 m/s = 3,6 km/h. 
 A direção dos ventos é definida pelo seu ponto de origem, com oito direções fundamentais: N, 
NE, NO, S, SE, SO E O. 
 Nos sensores digitais a direção é dada em graus. 
 Os equipamentos medidores de velocidade são os ANEMÔMETROS: 
 
O número de giros das hélices ou canecas é transformado em deslocamento (espaço 
percorrido) por um odômetro. O espaço percorrido dividido pelo tempo fornece a 
 59 
velocidade média do vento. Em estações meteorológicas automáticas utiliza-se o 
ANEMÓGRAFO. 
 
ESCALA DE VELOCIDADE DOS VENTOS 
Escala Categoria Velocidade (km/h) 
0 Calmo: fumaça vertical < 2 
1 Quase calmo: fumaça desviada 2 a 5 
2 Brisa amena: agitação das folhas 6 a 10 
3 Vento leve: agitação das bandeiras 11 a 20 
4 Vento moderado: poeira no ar 21 a 30 
5 Vento forte: ondas em lagos e rios 31 a 40 
6 Vento muito forte 41 a 50 
7 Ventos fortíssimos: fios assobiam 51 a 60 
8 Ventania: impossível caminhar 61 a 75 
9 Vendaval: danos em edificações 76 a 100 
10 Tornado, furacão: danos generalizados > 100 
 
Efeitos do vento na Agricultura 
 
Essa importante variável climática tem efeitos em praticamente todos os setores da agricultura, desde a 
criação de animais até o cultivo de vegetais. Sua importância engloba tanto aspectos positivos quanto 
negativos, sendo decisivo na implantação de projetos. Os efeitos podem ser favoráveis ou 
desfavoráveis. 
 
 
 
Efeitos favoráveis do vento na agricultura 
 Translocação de calor de regiões mais quentes para regiões mais frias, amenizando assim o 
efeito da temperatura; 
 Translocação de vapor d’água, tirando o excesso de regiões úmidas e umedecendo regiões 
mais secas; 
 Dispersão de gases e partículas suspensas no ar, diminuindo as concentrações que podem 
ser problemáticas principalmente no inverno, quando o ar se torna mais denso; 
 Remoção de calor de plantas e animais durante épocas quentes, atuando como substância de 
arrefecimento; 
 Renovação do ar próximos às plantas, mantendo assim o suprimento de CO2 para as folhas 
durante o processo de fotossíntese e aumentando sua eficiência; 
 Dispersão de esporos, sementes, pólen, facilitando a disseminação e diversificação de 
espécies; 
 Fonte limpa e renovável de energia, podendo ser muito utilizada no campo. 
 
 
 60 
Efeitos desfavoráveis 
 
 Erosão eólica e deformação de paisagens, constituindo um acelerador do processo de 
desertificação; 
 Eliminação de insetos polinizadores devido à dificuldade de vôo em áreas com grande 
incidência de ventos; 
 Desconforto animal devido à remoção excessiva de calor, fazendo com que o 
metabolismo fique acelerado para produzir calor e manter a temperatura corporal 
constante, resultando em diminuição de ganho de peso; 
 Deformações de plantas devido ao efeito mecânico do vento; 
 Danificação de tecidos vegetais devido à abrasão de partículas transportadas pelo vento; 
 Fissura de tecidos vegetais pela agitação contínua, permitindo a penetração de patógenos 
e diminuindo a translocação de substâncias, acarretando diminuição na taxa de 
fotossíntese; 
 Desfolha por efeito mecânico do vento; 
 Aumento da evapotranspiração podendo levar ao fechamento dos estômatos; 
 Queda na taxa de fotossíntese devido aos danos citados; 
 Para manter as taxas de transpiração e fotossíntese a planta desenvolve um sistema 
radicular profundo, podendo provocar o nanismo da parte aérea devido ao gasto 
excessivo de energia com as raízes; 
 Para minimizar a perda de água por transpiração a planta reduz a área foliar e onúmero 
de estômatos por área (características xerófitas) o que resulta em redução na taxa de 
fotossíntese; 
 Parte da energia armazenada e produzida é destinada aos processos de reconstrução dos 
tecidos danificados, diminuindo assim a energia disponível para o crescimento e 
desenvolvimento; 
 Disseminação de patógenos e ervas-daninhas; 
 Aumento do risco de incêndios em áreas florestais; 
 Conseqüente diminuição da produtividade. 
 61 
 
Irrigação por Pivô Central 
 
Irrigação por Aspersão 
Em conseqüência do efeito sobre os processos nos vários processos citados, em geral 
plantas submetidas a ventos de 10 km/h ou mais continuamente, apresentam: 
 
 Redução no crescimento no desenvolvimento 
 Internódios menores e em menor número 
 Nanismo da parte aérea 
 Menor diâmetro 
 Menor número de folhas (menores, mais grossas) 
 Menor número de estômatos por área foliar e estômatos menores. 
 
O vento é um elemento do clima que influi diretamente no microclima de uma área, interferindo no 
crescimento de culturas e animais, tendo tanto efeitos favoráveis como desfavoráveis. Ventos 
excessivos e contínuos representam um grande problema nas áreas rurais, sendo necessário a proteção 
das culturas, principalmente, através da utilização de quebra-ventos, sejam eles naturais ou artificiais, 
para que as atividades agrícolas sejam viáveis. 
 62 
Práticas Preventivas Contra os Efeitos Desfavoráveis do Vento 
 
 Locais menos sujeitos à incidência dos ventos 
 Ao se instalar uma cultura ou atividade agropecuária dentro de uma propriedade agrícola, deve-
se escolher as áreas da propriedade menos sujeitas aos ventos frios e intensos. 
 Uso de Quebraventos (QV) 
QUEBRA – VENTOS (QV) 
 
 Estruturas físicas que servem para reduzir a velocidade do vento a níveis suportáveis pelos seres 
vivos; 
 
 Geralmente, se utiliza como QV plantas de porte maior do que aquelas que se quer proteger. 
Outras estruturas como telhados (sombrites e ripados) também vem sendo utilizados como QV; 
 
 Os QV servem tanto na proteção vegetal com na animal, ajudando também na contenção de 
dunas, minimizando o processo de desertificação, principalmente em regiões planas. 
 
 
VANTAGENS DO USO DE QV 
 
a) altera o microclima, principalmente a luminosidade e o vento, que por conseqüência altera as taxas 
de evapotranspiração da cultura, que passa a viver num ambiente menos estressante, com menor 
demanda atmosférica por água, o que permite que ela aproveite melhor a acua disponível no solo. 
Desse modo, os estômatos permanecem mais tempo abertos facilitando também a fotossíntese. 
 
b) o QV também serve para proteger pastagens e animais. A redução da velocidade do vento promove 
ambiente mais agradável aos animais, repercutindo na produtividade. 
 
c) as árvores utilizadas como QV servem como abrigo para a fauna silvestre, contribuindo para a 
manutenção do equilíbrio ecológico da área. Para melhorar o aspecto ecológico pode-se considerar a 
possibilidade de se utilizar mais de uma espécie na linha de QV, promovendo uma certa diversidade 
biológica. 
 
d) as árvores do QV favorecem a manutenção de insetos polinizadores e de pássaros, inimigos naturais 
de alguns insetos predadores da cultura. 
 
 
TIPOS DE QV 
 
 VEGETAIS: utilizados para grandes áreas 
 
a. Temporários: plantas anuais ou semi-perenes. Ex: milho, sorgo, cana-de-
açúcar. bananeira, capim; 
 
b. Permanentes: árvores. Ex: grevílea. eucalipto, pinus. Seringueira; 
 
c. Misto: combinação de árvores e plantas anuais. Ex. grevílea e milho. 
 63 
 
 
 ARTIFICIAIS: utilizados para plantas de pequeno porte em cultivo intensivo e com alto 
valor econômico, sendo temporários, pois dependem da durabilidade do produto 
empregado. Ex: sombrites e ripados. 
 
 
Energia eólica 
É a energia contida na força dos ventos que sopram sobre a superfície da 
Terra. Quando captada, a energia eólica pode ser convertida em energia 
mecânica, para a realização de tarefas como bombear água, moer grãos e 
serrar madeira. Conectando um rotor giratório (um conjunto de pás ligadas a um eixo) a 
um gerador elétrico, as modernas turbinas eólicas convertem a energia eólica, que gira o 
rotor, em energia elétrica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Energia eólica 
 
 64 
PRECIPITAÇÃO (CHUVA) 
 
Na região tropical, as chuvas são as principais formas de retorno da água para a superfície terrestre, 
após a evaporação e condensação, completando o ciclo hidrológico. 
 
 
Conceito: Processo pelo qual a água condensada na atmosfera atinge gravitacionalmente 
a superfície terrestre. A precipitação ocorre sob as formas: 
 Pluvial (chuva) 
 Granizo 
 Neve 
 
Originam-se de nuvens formadas pelo processo de resfriamento por expansão de massas de ar que se 
elevam na atmosfera, podendo ser dos tipos: 
 Orográfico 
 Convecctivo 
 Frontal 
 
A união dos “elementos de nuvem” forma os “elementos de chuva” 
 Superação da força da gravidade; 
 Coalescência: crescimento das gotículas e agregação das mesmas. É resultado da diferença 
de temperatura, quantidade, tamanho, carga elétrica e turbulência das gotículas no interior 
das nuvens. 
 
Precipitações orográficas 
 Ocorrem nas regiões que apresentam grandes variações de altitude, podendo abranger o ano 
todo ou qualquer época dele. 
 Originam-se devido à formação de nuvens por causa do relevo acidentado (regiões 
montanhosas) 
 
Precipitações convectivas 
 Localizam-se na época de maior ganho de energia do ano. 
 São originárias de nuvens convectivas (Convecção térmica) e caracterizam-se pela forte 
intensidade, curta duração, podendo ocorrer descargas elétricas, trovoadas, ventos fortes e 
granizos, predominando no período da tarde e à noite (chuvas de verão); 
 Pela forte intensidade, provocam muitos danos (erosão, derrubada de vegetação, inundação), 
pois a incidência é maior que a capacidade de infiltração do solo. 
 
Precipitações frontais 
 Originárias de nuvens formadas a partir do encontro de massas de ar frio e quente, caracterizam-
se pela intensidade moderada, longa duração (dias) e sem horário predominante; 
 Concentram-se no período do ano em que ocorre a penetração de massas de ar de origem polar. 
 
 
 65 
Medição da precipitação 
A medida da precipitação é feita por pluvíômetros e pluviógrafos. Consiste em determinar a espessura 
da camada de água líquida que se depositaria sobre a superfície horizontal, em decorrencia da 
precipitação, assumindo-se que: 
 
 Evaporação 
 Escorrimento superficial 
 Infiltração 
 Interceptação 
 
Esta espessura, denominada altura de precipitação, é determinada pela medida do volume de água 
captado por uma superfície horizontal de área conhecida, através da expressão: 
h = 10 . V / A 
Onde: 
h = altura de precipitação (mm) 
V = volume de água captada (ml) 
Área da superfície coletora (cm
2
) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figuras do Pluviômetro e do Pluviógrafo 
 
Variação anual da precipitação 
O curso anual da precipitação é apresentado normalmente como um histograma (gráfico de barras), 
indicando os totais mensais. 
 
 66 
 
Precipitação no Brasil 
 
 Região Sul = as precipitações mensais variam pouco ao longo do ano, não 
existindo diferenciação de períodos mais ou menos chuvosos; 
 Regiões Sudeste de Centro – Oeste: chuvas concentram-se na época mais 
quente do ano, em torno do solsticio de verão; 
 Região Nordeste: equinócio de outono e solsticio de inverno são mais 
chuvosos; equinócio de primavera é menos chuvoso. 
 Região Norte: precipitações mensais elevadas, com época mais

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