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1. História A primeira vez que o homem viu o ferro foi sob a forma de meteoritos. Daí a origem da palavra siderurgia. Pois “sidus” significa estrela em latim. - Há evidências do uso na China, Índia e Europa anteriores a 2.000 A.C. - Início do processamento: hititas, 1.700 AC. Aqueciam uma mistura de minério de ferro e carvão vegetal em um buraco no solo. Obtinham uma massa pastosa que era, em seguida, batida para desprender as impurezas e escórias. O que restava da massa de ferro era depois forjado na forma de peças . - A evolução dos processos: - Primeiros fornos: tipo poço - Primeira evolução: forjas catalãs (sec.Xlll) - Surge o alto-forno e o ferro-gusa líquido. Separam-se os processos de obtenção do gusa e aço. (aprox.1444) - Inglaterra, 1709 : alto- forno a coque. - Inglaterra, 1856 : Processo Bessemer. - Inglaterra / França, 1865 : Processo Siemens-Martin. - Inglaterra, 1878 : Processo Thomas. - Suécia, 1904 : Forno Elétrico a Arco, inicia a produzir industrialmente. - Áustria, 1952 : Conversor LD. Conceitos Importantes: * Metalurgia: abrange os conhecimentos físicos e químicos a respeito da extração, purificação e modificação dos metais. * Siderurgia: é a metalurgia do ferro. Engloba os processos de obtenção de produtos a base de ferro. * Matérias Metálicos Ferrosos são aqueles que apresentam ferro em % majoritária (> ou = a 50% Fe) em sua composição química. * Materiais Metálicos não Ferrosos são aqueles que apresentam % Fe muito baixa, sendo aceito apenas um máx permitido, dependendo do tipo de liga não ferrosa. * Aço: material metálico constituído essencialmente de ferro e com carbono até cerca de 2%, contendo também outros elementos de liga. Varia-se a composição química do aço para conferir-lhe propriedades específicas. * Ferro Fundido: possui Carbono de 2,1% à 4,2% (comercial) 2. Aços 2.1 Elementos de Liga dos Aços 1. Carbono (C): - principal elemento de liga dos metais ferrosos, - aumenta o limite de resistência à tração, a durezae a temperabilidade, - diminui a elasticidade, tenacidadee solubilidade, - combina-se com outros elementos de liga formando carbetos ou carbonetos. - junto ao Cr é prejudicial à resistência ã corrosão (intergranular e sensitização). 2. Silício (Si): - Agente desoxidante. - Aumenta resistência à corrosão, tração (baixos teores de Si), tenacidade, temperabilidade, -Aumenta a fluidez, -Aumenta significativamente a resistência elétrica (núcleos magnéticos, motores, transformadores) devido as menores perdas com correntes parasitas que se formam, - Diminui a soldabilidade, -Influencia na ferrita é o endurecimento com perda de plasticidade (Mn<Si<P) 3. Manganês: Mn - aumenta resistência ã tração ( a cada 1%, 100 Mpa), com diminiução insignificante da tenacidade, - Aumenta a dureza após processo de têmpera, aumenta a temperabilidade e a soldabilidade, - Controla o efeito do S, - Estabiliza a austenita. - Baixa plasticidade da ferrita. 4. Fósforo: P - elemento considerado como impureza, é prejudicial pois deixa aços e fofos frágeis e quebradiços, - baixa a tenacidade e a resistência ao choque - aumenta a resistência a corrosão e a fluidez’ -aumenta a usinabilidade em aços ressulforados, 5. Enxofre: S - elemento considerado como impureza, sendopermitido máx. de 0,05% - é prejudicial pois deixa aços e fofos quebradiços, diminui a ductilidade e a usinabilidade, -junto ao Mn favorece a usinagem formando um composto plástico, (cavacos se quebram facilmente) -diminui a soldabilidade 6. Alumínio: Al - em pequenas porções como desoxidante e agente controlador de crescimento de grão, - em excesso ( > ~ 0,08%) causa porosidade, -ajuda na nitretação (adição de Nitrogênio na superfície), 7. Cromo: Cr - aumenta a resistência a corrosão signoficativamanete ( com 12%Cr resiste à ação da água e vários ácidos), - aumenta a resistência à tração (80 Mpa para cada 1%Cr), - aumenta a resistência à altas temperaturas - aumenta a temperabilidade, - aumenta dureza e resistência ao desgaste com alto C. - Forma fino filme protetor de Cr2O3 junto ao oxigênio:camada passivada, 8. Níquel: Ni - aumenta resistência ã tração (40Mpara cada 1%Ni )e a tenacidade, - aumenta limite de elasticidade, -aumenta temperabilidade possibilitando redução na velocidade de resfriamento, -acima de 25%Ni altera a alotropia do ferro retendo a austenita em temperaturas usuais, de trabalho e tratamentos térmicos, - não magnético e muito resistente à corrosão, - com 36%Ni menor coeficiente de dilatação térmica (instrumentos de medição), - aços 18%Cr e 8%Ni: austeníticos, - não forma carbonetos. - utilizado em superligas para resistência em alta temperatura, 9. Molibdênio: Mo - melhora resistência a altas tempreaturas, - aumenta resistência ao desgaste e a dureza após a têmpera -aumenta resistência à tração e limite de escoamento. -diminui o tamanho de grão, - em aços inox aumenta a resistência à corrosão em água da mar, cloretos (Cl-), ácidos sulfúrico, fosfórico e hodroclorídricos. - é formador de carbonetos. 10. Cobre: Cu - melhora a resitência a corrosão atmosférica (0,2-0,5%), 11. Cobalto: Co - aumenta a dureza em altas temperaturas - aumenta de resistência à tração e limite escoamento - diminui a plasticidade -aumenta resistência à oxidação -forma carbonetos 12. Vanádio: V - aumenta dureza à quente, - aumenta a temperabilidade, - aumenta resistência à tração e limite de escoamento, - aumenta resistência ao desgaste, - diminui o tamanho de grão, - forma carbonetos na proporção de 1%V para 2%Mo e 4% de W 13. Tugstênio: W - aumenta resistência à tração e ã abrasão, - aumenta dureza à quente - reduz a condutibilidade térmica, - é formador de carbonetos muito duros (aços ferramenta rápidos), 14. Chumbo: Pb e Estanho:Sn - não se liga aos aços, é uma impureza, mas facilita a usinagem, mas se funde facilmente (T: 327 °C), diminuem a resistência ao desgaste, alongamento e ao choque. 15. Gases 15.1: HidroGênio: H - Fragiliza aços e fofos, baixa a elasticidade e limite de escoamento (o,oo1%-o,ooo1%) - Provém de sucata molhada, panelas e fornos úmidos e maus sinterizados. 15.2: OxiGênio: O -causa bolhas, porosidades, internas e externas, provém da má desoxidação ou umidade. Possui aparência brilhante e perfeitamente circular provenientes de alta temperatura de fusão. Pode formar óxidos facilmente juntando-se ao Al, Si e Ca, 15.3: Nitrogênio: N - geralmente indesejável, forma nitreto de ferro fragilizando a ferrita a frio, provém da sucata contaminada com nitrogênio, em aços PH: C+N>0,1% causa porosidade, - aumenta a dureza, resistência ã tração e ã quente em aços duplex e super-duplex, - pode ser adicionada à quente em forma de FeCrNitrogenado, em forma de gás ou em tratamento térmico (nitretação) formando nitretos. 2.2 Classificação dos Aços a. composição química b. normas IC-AISI c. propriedadades d. microestrutura e. utilização 2.2.1 Aços Baixa Liga: Incluem os Aços ao Carbono ou Comuns e os Aços baixa-liga ou ligados: Elementos de liga < 5%: Aços-carbono: possuem na sua composição química quantidades definidas por máximo e mínimo dos elementos Carbono, Silício, Manganês, Cobre, Enxofre e Fósforo. Outros elementos existem apenas em quantidades residuais < 0,005 %. A quantidade de Carbono presente no aço define a sua classificação: Os Aços baixo carbono possuem no máximo 0,30% de Carbono; o médio carbono possui de 0,30 a 0,60% ; e o alto carbono possui de 0,60a 1,00%. As quantidades de Si e Mn variam em 0,4% e 1,0% dependendo do tipo e norma utilizada. O P e S assumen teores máximos de 0,05% Os aços, em geral, são classificados em grau, tipo e classe. O Grau normalmente identifica a faixa de composição química do aço. O Tipo identifica o processo de desoxidação utilizado, enquanto que a Classe é utilizada para descrever outros atributos, como nível de resistência e acabamento superficial. A designação do Grau, Tipo e Classe utiliza uma letra, número, símbolo ou nome. Existem vários sistemas de designação para os Aços, como o SAE (Society of Automotive Engineers), AISI (American Iron and Steel Institute), ASTM (American Society os Testing and Materials) e ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A normalização unificada vem sendo utilizada com freqüência cada vez maior, e é designada pela sigla UNS (Unified Numbering System). O sistema de classificação mais adotado na prática é o SAE-AISI. Nele, o Aço-carbono utiliza o grupo 1xxx, e é classificado da seguinte forma: · 10xx : Aço-carbono comum (Mn : 1,00% máx.) · 11xx : Ressulfurado · 12xx : Ressulfurado e Refosforizado · 15xx : Aço-carbono comum alto Mn (Mn : 1,00 a 1,65%) Os aços que possuem requisitos de temperabilidade adicionais recebem a adição de um H após a sua classificação. Os aços baixo carbono possuem, normalmente, baixas resistência e dureza e altas tenacidade e ductilidade. Além disso, são bastante usináveis e soldáveis e apresentam baixo custo de produção. Estes aços normalmente não são tratados termicamente. Entretanto quando tratados podem receber uma adição de carbono na superfície (cementação) ou normalização e tempera para carbono acima de 0,2%. Entre as suas aplicações típicas estão as chapas automobilísticas, perfis estruturais e placas utilizadas na fabricação de tubos, construção civil, pontes e latas de folhas-de-flandres. Os aços médio carbono possuem uma quantidade de carbono suficiente para a realização de tratamentos térmicos de têmpera e revenimento, muito embora seus tratamentos térmicos necessitam ser realizados com taxas de resfriamento elevadas e em seções finas para serem efetivos. Possuem maior resistência e dureza. Porém menor tenacidade e ductilidade do que os aços baixo carbono. São utilizados em rodas e equipamentos ferroviários, engrenagens, virabrequins e outras peças de máquinas que necessitam de elevadas resistências mecânica e ao desgaste e tenacidade. Os aços alto carbono são os de maiores resistência mecânica e dureza. porém de menor ductilidade entre os aços carbono. São quase sempre utilizados na condição temperada e revenida. Possuem boas características de manutenção de um bom fio de corte (por exemplos em facas industriais). Tem grande aplicação em talhadeiras, folhas de serrote, martelos e facas. Aços Baixa liga ou Ligados: possuem outros elemeneto de liga além do C, Mn, Si, P e S, e assim são chamados pois o somatório dos elementos de liga deve ser menor ou igual à 5%. 23xx:Níquel (3,50%) 25xx:Níquel (5,00%) 31xx:Níquel (1,25%), cromo (0,65%) 33xx:Níquel (3,50%), cromo (1,55%) 40xx:Molibdênio (0,25%) 41xx:Cromo (0,50 ou 0,95%), molibdênio (0,12 ou 0,20%) 43xx:Níquel (1,80%), cromo (0,50 ou 0,80%), molibdênio (0,25%) 46xx:Níquel (1,55 ou 1,80%), molibdênio (0,20 ou 0,25%) 47xx:Níquel (1,05%), cromo (0,45%), molibdênio (0,25%) 48xx:Níquel (3,50%), molibdênio (0,25%) 50xx:Cromo (0,28% ou 0,40%) 51xx à 52xx:Cromo (0,80, 0,90, 0,95, 1,00 ou 1,1%) 61xx:Cromo (0,80 ou 0,95%), vanádio (0,10 ou 0,15%) 86xx:Níquel (0,55%), cromo (0,50 ou 0,65%), molibdênio (0,20%) 87xx:Níquel (0,55%), cromo (0,50%), molibdênio (0,25%) 92xx:Manganês (0,85%), silício (2,00%) 93xx:Níquel (3,25%), cromo (1,20%), molibdênio (0,12%) 94xx:Manganês (1,00%), níquel (0,45%), cromo (0,40%), molibdênio (0,12%) 97xx:Níquel (0,55%), cromo (0,17%), molibdênio (0,20%) 98xx:Níquel (1,00%), cromo (0,80%), molibdênio (0,25%) OBS.Os últimos dois dígitos, representados pelo xx, representam o teor de carbono do aço 2.2.2 Aços Alta Liga: São os aços inoxidáveis e os Aços Ferramenta: Elementos de liga > 5,0%: - Aços Inoxidáveis: A aparência brilhante atraente dos aços inoxidáveis, que se mantêm ao longo do tempo com simples limpeza, associada a resistência mecânica, torna esses materiais adequados aos usos na construção arquitetônica, na fabricação de móveis e objetos de uso domestico e a outros semelhantes. A resistência a corrosão dos aços inoxidáveis aos diversos meios químicos permitem o seu emprego em, recipientes, tubulações e componentes de equipamentos de processamento de produtos alimentares e farmacêuticos, de celulose e papel, de produtos de petróleo e de produtos químicos em geral. A resistência a oxidação, em temperaturas mais elevadas, torna possível o seu uso em componentes de fornos, câmaras de combustão, trocadores de calor e motores térmicos. A resistência mecânica relativamente elevada, tanto à temperatura ambiente como as baixas temperaturas, faz com que sejam, usados em componentes de máquinas e equipamentos nos quais se exige alta confiabilidade de desempenho como, por exemplo, partes de aeronaves e mísseis, vasos de pressão, e componentes estruturais menores como parafusos e hastes. Os aços-inoxidáveis são aqueles que contém um mínimo de 10,5% de Cromo como principal elemento de liga. São aços onde não ocorre oxidação em ambientes normais. Alguns aços inoxidáveis possuem mais de 30% de Cromo ou menos de 50% de Ferro. Suas características de resistência são obtidas graças à formação de um óxido protetor que impede o contato do metal base com a atmosfera agressiva. Alguns outros elementos como níquel, molibdênio, cobre, titânio, alumínio, silício, nióbio, nitrogênio e selênio podem ser adicionados para a obtenção de características mecânicas particulares. Os aços inoxidáveis são divididos em cinco famílias, de acordo com a microestrutura, estrutura cristalina das fases presentes ou tratamento térmico utilizado. As cinco famílias são: martensíticos, ferríticos, austeníticos, duplex (austenítico e ferrítico) e endurecíveis por precipitação. · Martensíticos: os aços inoxidáveis martensíticos são ligas Fe-Cr-C que possuem uma estrutura cristalina martensítica na condição endurecida. São ferromagnéticos, endurecíveis por tratamento térmico e resistentes à corrosão somente em meios de média agressividade. O conteúdo de cromo é, geralmente, situado entre 10,5 e 18% e o conteúdo de carbono não pode ser superior a 1,2%. Os conteúdos de carbono e cromo são balanceados para garantir uma estrutura martensítica. Alguns elementos como nióbio, silício, tungstênio e vanádio são, às vezes, adicionados para modificar o comportamento do aço durante o revenimento. Pequenas quantidades de níquel podem ser adicionadas para melhorar a resistência à corrosão. Da mesma maneira, enxofre e selênio podem ser adicionados para melhorar usinabilidade. · Ferríticos: são ligas de Fe-Cr, de estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC). Seu conteúdo de cromo se situa na faixa de 11 a 30%. Alguns graus podem conter molibdênio, silício, alumínio, titânio e nióbio para a obtenção de certas características. Também podem ser adicionados enxofre e selênio para melhoria da usinabilidade. São ferromagnéticos, podem possuir boas ductilidade e conformabilidade mas suas características de resistência em altas temperaturas são ruins se comparadas à dos austeníticos. Sua tenacidade também pode ser limitada a baixas temperaturas e em seções pesadas. Não são endurecíveis por tratamento térmico e dificilmentepor trabalho a frio. · Austeníticos: constituem a maior família de aços inoxidáveis, tanto em número de diferentes tipos quanto em utilização. A exemplo dos ferríticos, não são endurecíveis por tratamento térmico. São não- magnéticos na condição recozida e são endurecíveis apenas por trabalho a frio. Normalmente, possuem excelentes propriedades criogênicas e excelentes resistências mecânica e à corrosão em altas temperaturas. O conteúdo de cromo varia entre 16 e 26%, o de níquel é menor ou igual a 35% e o de manganês é menor ou igual a 15%. Podem ser adicionados, também, molibdênio, cobre, silício, alumínio, titânio e nióbio, para a obtenção de melhores características de resistência à oxidação. · Especiais: Duplex e Super Duplex: são ligas bifásicas baseadas no sistema Fe-Cr-Ni. Estes aços possuem, aproximadamente, a mesma proporção das fases ferrita e austenita e são caracterizados pelo seu baixo teor de carbono (<0,03%) e por adições de molibdênio, nitrogênio, tungstênio e cobre. Os teores típicos de cromo e níquel variam entre 20 e 30% e 5 e 8%, respectivamente. A vantagem dos aços duplex sobre os austeníticos da série 300 e sobre os ferríticos, são a resistência mecânica (aproximadamente o dobro), maiores tenacidade e ductilidade (em relação aos ferríticos) e uma maior resistência a corrosão por cloretos. · Endurecíveis por precipitação: são ligas cromo-níquel que podem ser endurecidas por tratamento de envelhecimento. Podem ser austeníticos, semi-austeníticos ou martensíticos, sendo que a classificação é feita de acordo com a sua microestrutura na condição recozida. Para viabiliazr a reação de envelhecimento, muitas vezes se utiliza o trabalho a frio, e a adição de elementos de liga como alumínio, titânio, nióbio e cobre. Os aços inoxidáveis são normalmente designados pelos sistemas de numeração da AISI (American Iron and Steel Institute), UNS (Unified Numbering System) ou por designação própria do proprietário da liga. Entre estes, o sistema da AISI é o mais utilizado. Nele, a maioria dos graus de aços inoxidáveis possuem uma classificação com três dígitos. Os aços austeníticos fazem parte das séries 200 e 300, enquanto que a série 400 designa tanto aços ferríticos quanto martensíticos. A série UNS, por sua vez, possui um maior número de ligas que a AISI, pois incorpora todos os aços inoxidáveis de desenvolvimento mais recente. Nesta série, os aços inoxidáveis são representados pela letra S, seguida de cinco números. Os três primeiros representando a numeração AISI (se tiverem). Os dois últimos algarismos serão 00 se o aço for um aço comum da designação AISI. Se forem diferentes, significa que o aço tem alguma característica especial reconhecida pela UNS. Seleção de um aço inoxidável para um dado meio corrosivo: Para aços inoxidáveis, diferente da galvanização, facilmente encontram-se tabelas complexas e detalhadas sobre a velocidade de corrosão do inoxidável para os mais diversos meios, existindo inclusive pequenos livros destas tabelas. O objetivo da tabela abaixo é apenas de exemplificar a resistência à corrosão destes aços para poder indicar ao cliente, se necessário, fazendo uma pré seleção dos mesmos. ABNT AISI Atmosfera branda e água fresca Atmosfera industrial Atmosfera Marinha Água Salina Química branda Química oxidante Química redutora 301 X X X X X 302 X X X X X 302B X X X X X 303 X X X X 304 X X X X X 304L X X X X X 305 X X X X X 308 X X X X X 309 X X X X X 310 X X X X X 314 X X X X X 316 X X X X X X X 316L X X X X X X X 317 X X X X X X X 321 X X X X X 347 X X X X X 403 X X 405 X X 409 X X 410 X X 416 X 420 X 430 X X X X 440A X X 440B X 440C X X X 442 X X X X 446 X X X X X - Utilização dos Aços Inox: Austeníticos: 301: Fins estruturais; correias transportadoras; utensílios domésticos; ferragens; diafragmas; adornos de automóveis; equipamentos para transporte; aeronaves; ferragens para postes; fixadores (grampos, fechos, estojos); conjuntos estruturais onde alta resistência é exigida; em aeronaves; automóveis, caminhões I e carrocerias, carros ferroviários. 302: Gaiola de animais; guarnições arquitetônicas, exteriores arquitetônicos; garrafas térmicas e esterelizadores; equipamentos para recozimentos; pias; lavadores de pratos; utensílios domésticos; equipamentos hospitalares; tanques de gasolina; equipamentos para fabricação de sorvetes; congeladores; guarnições para portas; equipamentos para lacticínios; maquinaria para engarrafamento; tanques de fermentação; equipamentos para armazenagem e processamento de produtos alimentícios; dobradiças, refinarias de açúcar; carros ferroviários. 302 B: Peças resistentes ao calor; elementos de aquecimento de tubos radiantes; caixas de recozimento; suportes de tubos; aplicações onde exija resistência à oxidação a temperaturas até 926oC e para serviço intermitente envolvendo resfriamento rápido a temperatuars até 870oC (ex.: partes de fornos, seções de queimadores, abafadores de recozimento) . 303: Parafusos; porcas; pregos; eixos; cabos; fechaduras; componentes de aeronaves; buchas; peças produzidas em máquinas automáticas de parafusos e outros equipamento de máquina ferramenta. 304: Utensílios domésticos; fins estruturais; equipamentos para industria química e naval; indústria farmacêutica; industria textil; indústria de papel e celulose; refinaria de petróleo; permutadores de calor; válvulas e peças de tubulações; indústria frigorifica, instalações criogênicas; depósitos de cerveja; tanques de fermentação de cerveja ; tanques de estocarem de cerveja; equipamentos para refino de produtos de milho; equipamentos para leiteria; cúpula para casa de reator de usina atômica; tubos de vapor; equipamentos e recipientes para usinas nucleares; peças para depósito de algumas bebidas carbonatadas; condutores descendentes de águas pluviais; carros ferroviários; calhas. 304 L: revestimento para trajas de carvão, tanques de pulverização de fertilizantes líquidos; tanques para estoque de massa de tomate; quando se faz necessário um teor de carbono menor que o tipo 304 para restringir a precipitação de carbonetos resultantes da solda, particularmente quando as peças não podem ser tratadas termicamente após a solda; carros ferroviários. 305: Peças fabricados por meio de severas deformações a frio. 308: Fornos industriais; válvulas; vergalhões para a solda; soluções de sulfeto a alta temperatura. 309: Aplicações a altas temperaturas; suportes de tubos; abafadores; caixas de sementação; depósitos de bebidas; partes de queimadores a óleo; refinarias; equipamentos para fábrica de produtos químicos; partes de bombas; revestimento de fornos; componentes de caldeiras; componentes para fornalha de máquinas a vapor; aquecedores, trocadores de calor; peças para motores a jato; 310: Aquecedores de ar; caixas de recozimento; estufa de secagem; anteparos de caldeira de vapor; caixa de decantação; equipamentos para fábrica de tinta; suportes para abóbada de forno; fornos de fundição; transportadores e suportes de fornos; revestimento de fornos; componentes de turbinas a gás; trocadores de calor; incineradores; componentes de queimadores a óleo; equipamentos de refinaria de petróleo; recuperadores; cilindros para fornos de rolos transportadores; tubulação de soprador de fuligem; chapas para fornalha; chaminés e comportas de chaminés de fornos ; conjuntos de diafragmados bocais para motores turbojatos; panelas de cristalização de nitratos; equipamentos para usina de papel. 314: Caixas de recozimento; caixas de cementação; acessórios para tratamentos térmicos; tubos de radiação. 316: Peças que exigem alta resistência à corrosão localizada; equipamentos de industrias químicas, farmacêutica, textil ,petróleo, papel, celulose, borracha, nylon e tintas; peças e componentes diversos usados na construção naval; equipamentos criogênicos; equipamentos para processamento de filme fotográfico; cubas de fermentação; instrumentos cirúrgicos; 316 L: Peças de válvulas; bombas; tanques; evaporadores e agitadores; equipamentos texteis condensadores; peças expostas à atmosfera marítima; adornos; tanques soldados para estocagem de produtos químicos e orgânicos; bandejas; revestimento para fornos de calcinação. 317: equipamentos de secagem; equipamentos para fábricas de tintas. 321: Para estruturação soldadas e peças sujeitas a aquecimento na faixa de precipitação de carbonetos; anéis coletores de aeronaves; revestimentos de caldeiras; aquecedores de cabines; parede corta-fogo; vasos pressurizados; sistema de exaustão de óleo sob alta pressão; revestimento de chaminés; componentes de aeronaves; superaquecedor radiante; foles; equipamentos de refinaria de petróleo; aplicações decorativas. 347: Tubos para superaquecedores radiantes; tubo de exaustão de motor de combustão interna; tubulação de vapor a alta pressão; tubos de caldeiras; tubos de destilação de refinaria de petróleo; ventilador; revestimento de chaminé; para estruturas soldadas e peças sujeitas, a aquecimento na faixa de precipitarão de carbonetos; tanques soldados para transporte de produtos químicos; anéis coletores; juntas de expansão; resistores térmicos. Martensíticos 410: Válvulas; bombas; parafusos e fechaduras; tubo de controle de aquecimento; chapa para molas; cutelaria ( facas, canivetes etc.); mesa de prancha; instrumentos de medida; peneiras; eixos acionadores; maquinaria de mineração; ferramentas manuais; chaves; para aplicações que exigem boa resistência à oxidação à elevada temperatura tais como as partes de fornos, queimadores etc.; equipamentos rodoviários; sedes de válvulas de segurança para locomotivas; plaquetas tipográficas; apetrechos de pesca; peças de calibradores; fixadores. 416: Parafusos usinados; porcas; engrenagens; tubos; eixos; fechaduras; 420: Cutelaria; instrumentos hospitalares, cirúrgicos e dentários; réguas; medidores; engrenagens; eixos; pinos; rolamentos de esferas; bolas de milho; disco de freio. 440 A B C: Eixos; pinos; instrumentos cirúrgicos e dentários; cutelaria; anéis. 442: Componentes de fornos; câmara de combustão. 446: Caixas de recozimento; chapas grossas para abafadores; queimadores; aquecedores; tubos para pirômetros; recuperadores; válvulas e conexões; aplicações a altas temperaturas quando necessária resistência a oxidação. Ferríticos: 403: Lâminas de turbina sujeitas à corrosão e desgaste por abrasivo e corrosão úmida; anéis de jatos; seções altamente tensionadas em turbina à gás. 405: Caixas de recozimento 409: Sistemas de exaustão de veículos automotores; tanques de combustível; banco de capacitares. 430: Adornos de automóveis; calhas; máquinas de lavar roupa; revestimento da câmara de combustão para motores diesel; equipamentos para fabricação de ácido nítrico; fixadores; aquecedores; portas para cofres; moedas; pias e cubas; baixelas; utensílios domésticos; revestimentos de elevadores. As normas utilizadas para tubos de aço inoxidável austenítico são ASTM: A-249: Tubos de aço inoxidável austenítico soldados para aplicação em caldeiras, superaquecedores, trocadores de calor e condensadores; A-269: Tubos de aço inoxidável austenítico soldados para serviços gerais; A-270: Tubos de aço inoxidável austenítico soldados para aplicação em industrias alimentícias e de bebidas, nas quais, além da resistência à corrosão sejam minimizadas as possibilidades de contaminação e deterioração dos produtos e haja facilidade de limpeza; ASTM A-312: Tubos de aço inoxidável austenítico soldados para condução. - Aços Ferramenta Os aços-ferramenta são aqueles utilizados nas operações de corte, formação, afiação e quaisquer outras relacionadas com a modificação de um material para um formato utilizável. Estes aços se caracterizam pelas suas elevada dureza e resistência à abrasão geralmente associadas à boa tenacidade e manutenção das propriedades de resistência mecânica em elevadas temperaturas. Estas características normalmente são obtidas com a adição de elevados teores de carbono e ligas, como tungstênio, molibdênio, vanádio, manganês e cromo. Boa parte dos aços-ferramenta são forjados, mas alguns também são fabricados por fundição de precisão ou por metalurgia do pó. A seleção da matéria-prima para a fabricação dos aços ferramentas é um fator importante do processo, e a sua seleção costuma ser cuidadosamente realizada inclusive na utilização de sucata. A fusão dos aços-ferramentas é realizada, normalmente, em quantidades relativamente pequenas nos fornos elétricos, tomando-se um especial cuidado com as tolerâncias de composição química e homogeneidade do produto final. Estas e outras particularidades tornam o aço-ferramenta um material de custo mais elevado do que os aços comuns. Devido às diversas utilizações dos aços-ferramentas, eles são divididos em diferentes tipos de acordo com a sua aplicação e características. São eles: · Aços-rápido: são desenvolvidos para aplicações de usinagem em elevadas velocidades. Existem duas classificações para os aços-rápidos, que são os ao molibdênio (grupo M) e os ao tungstênio (grupo T). Os dois possuem uma performance mais ou menos semelhante. Os do grupo M, entretanto, tem um custo inicial menor. · Aços para trabalho a quente: desenvolvidos para utilização em operações de punçonamento, cisalhamento e forjamento de metais em altas temperaturas sob condições de calor, pressão e abrasão. São identificados como aço H, no sistema de classificação. São divididos em três sub-grupos: ao cromo (que vai do H10 ao H19) , ao tungstênio (H21 ao H26) e ao molibdênio (H42 e H43). · Aços para deformação a frio: por não conter os elementos de liga necessários para possuir resistência a quente, estes aços se restringem a aplicações que não envolvam aquecimentos repetidos ou prolongados em faixas de temperatura de 205 a 260ºC. São divididos em três grupos: aços temperáveis ao ar (grupo A), alto-carbono e alto-cromo (grupo D) e temperáveis em óleo (grupo O) · Aços resistentes ao choque: seus principais elementos de liga são manganês, silício, cromo, tungstênio e molibdênio Quase todos os aços deste tipo (conhecidos como Grupo S) possuem conteúdo de carbono de aproximadamente 0.50%, o que lhes confere uma combinação de elevadas resistência e tenacidade e baixa ou média resistência ao desgaste por abrasão. · Aços baixa-liga para aplicações especiais: contém pequenas quantidades de cromo, vanádio, níquel e molibdênio. A demanda por estes aços vem caindo continuamente, o que reduziu os seus sub-grupos de sete para apenas dois, ambos temperáveis a óleo. São os aços do grupo L. · Aços para moldagem: estes aços possuem cromo e níquel como principais elementos de liga. Possuem características de baixa resistência ao amolecimento em altas temperaturas. São utilizados quase que exclusivamente em peças fundidas sob pressão ou em moldes para injeção ou compressão de plásticos e são classificados como grupo P. · Aços temperáveis em água: nestes aços o carbono é o principal elemento de liga. São adicionados,também, pequenas quantidades de cromo para aumentar a temperabilidade e a resistência à abrasão, e de vanádio, para manter uma granulação fina, e consequentemente uma maior tenacidade. Grupo W. Dureza mais adequada segunda a Empresa BRASIMET de aços D2 e D6 para ferramental de estampagem. Dividem-se em dois grandes Grupos: - Dividem-se em dois grupos: - Dividem-se em dois grupos: Resumo Aços:Classificação dos Aços Fundidos pela Composição Química Baixa Liga IC,SAE/AISI El Liga < 5% Alta Liga AISI,ASTM, IC El Liga > 5% Aços ao Carbono (Comuns) 10XX,11xx,12xx, 13xx e 15xx El. Liga: C,Si e Mn Baixo AISI 1010 C < 0,3% Si < 0,6% Mn < 0,6% Médio C: AISI 1045 0,3% < C < 0,6%; 0,5% < Si < 0,7%; 0,5% < Mn < 0,8% Alto C: AISI 1070 C > 0,6%; 0,5% < Si < 1,0% 0,5% < Mn<1% Aços Inoxidáveis: C, Si, Mn, Cr e/ou Ni e/ou Mo... Aços Ferramenta: C médio ou alto, teores de Si, Mn, Cr, Ni, V, Co, e/ou W... Ferríticos Cr: 11%- 30%, C<0,2% S. 400 (430) Martensíticos Cr: 10-18% 1,2%>C>0,3% S.400 (420) Austeníticos (18.8) Cr:16%-26% Ni:8%-22% C<0,25% S.300 (316) Endurecíveis por Precipitação (PH) Cr: 16-18% Ni:3-9% Cu:3-5% Al:1% C<0,2% Duplex- SuperDuplex N, C<0,2% P/ Trabalho a Quente (H) Cr, Mo e/ou W P/ Deformação a Frio (A,D,O) Ato Cr e alto C, ( Co ) Rápidos Ao Mo, Co(M) Ao W (T) Resistentes ao Choque (S) 0,5%C,Mn,Si, Cr,W,Mo Temperáveis em água (W) Alto C, pequenas Quant. de Cr e V P/ Moldagem (P): Cr e Ni Baixa Liga (L) - temperáveis Cr,V, Ni, Mo em peq. quant. Ressulfurados: S Refosforados: P Ao Mn Aços Baixa Liga ou Ligados: Além de C,Si e Mn possuem outros Elementos Liga Série: de 23XX -98XX Código SAE Descrição ou principais elementos de liga 10xx Aços-carbono de uso geral 11xx Aços de fácil usinagem, com enxofre 13xx Manganês (1,75%) 15xx Manganês (1,00%) 23xx Níquel (3,50%) 25xx Níquel (5,00%) 31xx Níquel (1,25%), cromo (0,65%) 33xx Níquel (3,50%), cromo (1,55%) 40xx Molibdênio (0,25%) 41xx Cromo (0,50 ou 0,95%), molibdênio (0,12 ou 0,20%) 43xx Níquel (1,80%), cromo (0,50 ou 0,80%), molibdênio (0,25%) 46xx Níquel (1,55 ou 1,80%), molibdênio (0,20 ou 0,25%) 47xx Níquel (1,05%), cromo (0,45%), molibdênio (0,25%) 48xx Níquel (3,50%), molibdênio (0,25%) 50xx Cromo (0,28% ou 0,40%) 51xx Cromo (0,80, 0,90, 0,95, 1,00 ou 1,05%) 61xx Cromo (0,80 ou 0,95%), vanádio (0,10 ou 0,15%) 86xx Níquel (0,55%), cromo (0,50 ou 0,65%), molibdênio (0,20%) 87xx Níquel (0,55%), cromo (0,50%), molibdênio (0,25%) 92xx Manganês (0,85%), silício (2,00%) 93xx Níquel (3,25%), cromo (1,20%), molibdênio (0,12%) 94xx Manganês (1,00%), níquel (0,45%), cromo (0,40%), molibdênio (0,12%) 97xx Níquel (0,55%), cromo (0,17%), molibdênio (0,20%) 98xx Níquel (1,00%), cromo (0,80%), molibdênio (0,25%) EXERCÍCIO. Classifique pela norma SAE/AISI os aços abaixo a partir da sua composição química e diga uma utilização ( Fe:balanço) n Classifica ção %C %Si %Mn %P %S %Cr %Ni %Mo %Cu %W %Co %V 1 0,15 0,20 0,20 0,25 0,60 0,60 0,04 0,05 0,25 0,25 0,25 0,25 0,03 2 0,40 0,20 0,70 0,50 1,00 1,00 0,04 0,04 3 0,18 0,15 0,90 0,40 0,13 0,23 0,35 1,20 0,04 0,04 0,60 0,20 4 0,36 0,20 0,60 0,70 1,65 0,20 0,44 0,80 0,90 0,03 0,03 0,90 2,00 0,30 5 0,9 0,20 0,70 0,70 1.1 0,35 0,90 0,04 0,04 0,90 6 0,15 0,20 0,70 0,70 0,25 0,80 0,90 0,04 0,04 1,00 7 0,56 1,80 0,75 0,64 2,20 1,00 0,04 0,04 8 0,37 0,30 1,35 0,08 0,45 0,60 1,65 0,04 0,13 9 0,86 3,80 4,70 6,00 1,70 0,94 0,45 0,40 0,03 0,03 4,50 5,20 6,70 2,00 10 1,40 11,00 0,70 0,1 0,1 1,60 0,60 0,60 0,06 0,40 13,00 1,20 1,00 1,10 11 2,00 0,40 0,40 11,00 0,25 2,40 0,60 0,60 13,00 0,25 0,50 12 0,30 4,75 1,25 0,75 0,42 1,50 0,75 5,75 1,75 1,20 13 0,60 0,60 15,80 3,80 0,35 3,00 0,06 0,75 0,70 0,04 0,03 16,30 4,30 0,40 3,20 14 18,00 9,00 2,00 0,16 1,50 1,50 0,04 0,04 21,00 12,0 3,00 15 18,00 11,0 3,00 0,08 1,00 2,00 0,05 0,03 20,00 15,0 4,00 16 0,20 1,30 11,50 0,40 1,50 1,00 0,04 0,04 14,00 1,00 0,50 17 0,15 0,20 0,65 0,40 0,40 0,15 0,25 0,80 0,95 0,04 0,05 0,70 0,70 0,25 18 17,00 8,00 0,03 2,00 1,50 0,04 0,04 21,00 12,0 0,50 19 2,30 0,50 23,00 3,00 1,00 1,50 28,00 1,50 20 0,60 16,00 0,75 1,00 1,00 0,04 0,03 18,00 0,75 21 26,0 Al: 0,5máx Fe: 3,5máx 0,30 1,25 1,50 0,03 0,03 75,0 33,0 22 1,10 28,00 7,00 1,70 1,00 1,00 0,03 0,03 32,00 9,50 Fe: 3,0máx 3. Ferros Fundidos: 3.1 História: As origens dos ferros fundidos datam de 600 anos antes de Cristo, na China, quando eram usados para fabricação de panelas, arados e estátuas. No lado ocidental, foi introduzido na Europa em torno de 1400 depois de Cristo. (Os chineses inventaram a bússola, a pólvora e, pasmem, a imprensa, muito antes dos ocidentais. Pois o mesmo aconteceu com os ferros fundidos). Somente no século XVIII é que se iniciou a produção em massa de ferros fundidos e seu uso subsequente como material estrutural. Um grande salto de qualidade foi dado pouco depois da segunda guerra mundial, em 1948, quando o Morrogh (dizem que acidentalmente) deu um jeito de arredondar a grafita sem precisar de tratamento térmico. Pimba!!!! Criou-se o nodular ! E qual é o "lance" que torna os ferros fundidos tão usados? Bem, tem uma série de motivos: Primeiro, eles oferecem ao projetista uma opção de material de baixo custo que pode ser facilmente fundido (ponto de fusão próximo a 1150 C para ligas eutéticas, enquanto os aços estão em torno de 1500 C) e vazado em uma ampla variedade de formas complexas. (Você já pensou no custo de um motor de automóvel , com todos aqueles detalhes geométricos, se ele tivesse que ser feito totalmente por usinagem a partir de um bloco maciço?). Segundo porque, mesmo comparando com aços fundidos, devido ao maior teor de carbono, possuem maior fluidez, menor contração de solidificação e maior usinabilidade , resultando em maior precisão dimensional, maior estanqueidade (menor possibilidade de porosidade interna). Tais aspectos permitem obter peças de ferro fundido (cinzento ou nodular) com custos de 30 a 40 % mais baixos que peças fundidas em aço. Além disso, os ferros fundidos possuem algumas propriedades físicas que os tornam vantajosos em relação aos aços fundidos. Um exemploé o caso de resistirem mais ao desgaste por possuírem grafita, que age como lubrificante. Outro exemplo é que a grafita introduz maior amortecimento de vibrações, sendo conveniente para bases de máquinas. Certos tipos de ferros fundidos (os chamados brancos) não possuem grafita e são muito duros, sendo particularmente convenientes para materiais que devem resistir ao desgaste abrasivo (De novo.já pensou no custo de usinagem de uma peça com geometria complexa e que deve ser muito dura para resistir à abrasão?) E hoje? Qual é a situação? Hoje, os ferros fundidos constituem um grupo de materiais que abrange uma ampla gama de microestruturas e, por isso mesmo, podem ser fabricados com uma ampla gama de propriedades. Alguns são usados onde se exige elevada resistência ao desgaste por abrasão, outros para resistir à corrosão, outros para resistir às temperaturas elevadas e outros ainda simplesmente porque se necessita de um baixo custo de fabricação para obter peças com geometrias complexas. Existem diversos institutos que pesquisam o assunto, várias normas técnicas regulamentando o setor e muitas empresas produzindo componentes tanto para o mercado interno como exportando. 3.2 Composição Química geral: Ferro Fundido é o termo genérico utilizado para as ligas Ferro-Carbono nas quais o conteúdo de Carbono excede o seu limite de solubilidade na Austenita na temperatura do eutético. A maioria dos ferros-fundidos contém no mínimo 2% de carbono, mais silício (entre 1 e 3%) e enxofre, podendo ou não haver outros elementos de liga. Utilização geral: Resistência ao desgaste, Isolamento de vibrações, Componentes de grandes, dimensões, Peças de geometria complicada, Peças onde a deformação plástica é inadmissível Atribuições Positivas: Baixo ponto de fusão (relativamente aos aços), Elevada dureza e resistência ao desgaste, Boa resistência à corrosão, Versatilidade de propriedades e aplicações Atribuições Negativas: Grande fragilidade, logo, baixa ductilidade, Deformação plástica impossível à temperatura ambiente, Difíceis de maquinar, Soldadura muito limitada, Domínio elástico não-linear 3.3 Influência dos elementos de liga nos FoFos As propriedades Mecânicas aumentam com: • BAIXOS CE • VEIOS DE GRAFITA CURTOS / REFINADOS EM FC • ELEVADO NÚMERO DE CÉLULAS EUTÉTICAS • ELEMENTOS PERLITIZANTES - Cr , Cu , Sn , Sb , Ni , Mo 1. Carbono (teores 2,70 a 3,90%) – Varia de acordo com a seção da peça. Aumenta: Fluidez, Percentual de grafita, Condutividade térmica, Amortecimento de vibrações Diminui: Tendência ao coquilhamento, Propriedades mecânicas de resistência, Prejudica o acabamento superficial após a usinagem. 2. Silício (teores 1,5 a 2,9%) - forte grafitizante, reduz coquilhamento, favorece a Ferrita, reduz a resistência ao impacto (Fe). 3. Manganês: (teores 0,2 a 1,0 %) – Neutraliza enxofre, forma Perlita e Carbonetos (segregação). % Mn = 1,7 (% S) + 0,15 – 0,20 ferrítico, % Mn = 1,7 (% S) + 0,30 – 0,40 perlítico. É perlitizante, contudo forma grafita rugosa que pode favorecer a ancoragem do carbono, ↓ a dureza (HB). 4. Enxofre – (teores 0,02 % FE e 0,06 a 0,12 % FC) Ajuda a controlar a grafitização nos teores indicados. Quando não neutralizado segrega para contorno de célula, formando o Sulfeto de Ferro que é fragilizante. Também promove a formação de Cementita. Nos teores indicados favorece a atuação de compostos inoculantes, grafitizantes (MnS). Porém o enxofre sozinho não age como inoculante. Nos nodulares: Limita a produção de nodular, se presente em teores acima dos indicados (0,03%máx). 5. Fósforo – (teores 0,02 a 0,15 % FC) (0,10 % máximo FE) - Altos teores aumentam a fluidez, mas causam fragilização intensa em virtude da formação de Steadita. Fraco promovedor de grafita, diminui significativamente a usinabilidade. 6. Cobre (teores até 1,0%máx) - Elemento de ação grafitizante, adicionado como perlitizante. 7. Estanho – (teores até 0,10 % em FE e até 0,15 % em FC) Forte efeito perlitizante. Aumenta a dureza e resistência à tração, mas tende a reduzir a tenacidade. Segrega para contornos de células, tendendo a fragilizar o material. Particularmente eficiente na eliminação de ferrita junto à grafita tipo D. Nos FE – elevados teores resulta na formação de grafita não esferoidal. 8. Níquel (teores até 1,5 %) - Efeito perlitizante e estabilizador de perlita. Ação grafitizante. Auxilia na obtenção de ferros fundidos bainíticos (ADI-Austemperado Ductil Iron). 9. Molibdênio (teores até 0,6%) - Leve tendência à formação de carbonetos. Favorece a obtenção de materiais bainíticos. Promove a obtenção de perlita fina. Aumenta significativamente a temperabilidade e a resistência a fluência e a fadiga térmica. 10. Cromo (até 0,35%) - Forte promovedor de formação e estabilização de carbonetos. Perlitizante. Pode aumentar a resistência à oxidação e ao desgaste. Segrega-se para contornos de células. 11. Bismuto (teores até 0,02%) - Promove a formação de formas anormais de grafita e aumenta substancialmente a tendência ao coquilhamento. 12. Titânio (teores até 0,15%) - Promove a formação de grafita do tipo D. 13. Chumbo – (teores até 0,005%) - Resulta na presença de grafita de Widmanstaetten. 14. Alumínio (teores 0,005 a 0,02%) Promove a formação de “pinholes”, é um Grafitizante poderoso. 15. Antimônio (teores até 0,05%) - Promove a formação de perlita, Reduz a quantidade de ferrita nas regiões adjacentes às superfícies de machos. 16. Magnésio (teores 0,02 a 0,06 % FE) - Promove a formação de grafita nodular, Diminui os teores de enxofre e oxigênio do metal base, durante o processo de nodularização. Elevados teores forma carbonetos e microrechupes. 3.3 Classificação Os cinco tipos de ferros fundidos comercialmente existentes são o Cinzento (Grafítico), Dúctil, Branco, Maleável e Ligados. Todos estes tipos, exceto o Branco, são compostos de uma fase grafítica em uma matriz que pode ser ferrítica, perlítica, bainítica, martensítica temperada ou uma combinação destas. FF CINZENTO (Gray iron) FF DÚCTIL (Spheroidal iron) FF BRANCO (White iron) FF MALEÁVEL (Malleable iron) Existe sobreposição de composição química, pelo que só se distinguem através do processamento! Os ferros fundidos também podem ser classificados em não-ligados ou ligados. Os não-ligados constituem-se basicamente de ligas de ferro-carbono-silício contendo pequenas quantidades de manganês, fósforo e enxofre. Os ferro fundidos ligados, por sua vez, são divididos em tipos, de acordo com a sua aplicação e propriedade: brancos resistentes à abrasão, resistentes à corrosão, cinzentos de alta-resistência, dúcteis termo resistentes e brancos termo resistentes. A Š Ferrite P Š Perlite Gf Š Grafite em flocos Gn Š Grafite nodular Gr Š Grafite em rosetas nodularizante Ferro Fundido Cinzento Material é frágil e quebradiço devido a sua microestrutura, não servindo muito bem a aplicações que requeiram elevada resistência à tração. Sua resistência e ductilidade são maiores sob compressão, além de terem excelentes capacidades de amortecimento de vibrações e elevada resistência ao desgaste mecânico. MICROESTRUTURA 2,5<%C<4,0 ; 1,0<%Si<3,0 Baixa velocidade de resfriamento => Carbono solidifica em forma de grafite (flocos) – forma estável. A matriz é ferrítica (veloc. baixa) ou perlítica (veloc. moderada). Flocos de grafite atuam como entalhes, baixando a tenacidade e a resistência. PROPRIEDADES: Elevada fluidez=>peças complicadas, Boa maquinabilidade(flocos) Grande resist. ao desgaste (grafite), Excelente amortecedor de vibrações, Bom à comp., mau à tracção (frágil) Razoável resist. à corrosão, Soldadura difícil, Baixo custo (mais barato) APLICAÇÕES: Ferro fundido mais usado (75%), Fundição mecânica em geral, Blocos de motores, Engrenagens de grandes dimensões, Máquinas agrícolas, Carcaças e suportes de máquinas, Tubagens, Componente estrutural de máquinas e equipamentos pesados sujeitos à vibração. Peças fundidas de vários tipos que não necessitam de elevada resistência mecânica, como pistões, cilindros, discos de embreagem e peças fundidas de motores a diesel. TRATAMENTOS TÉRMICOS: Recozimentos para alívio de tensões (taxas de arref. diferentes) ou para facilitar a maquinagem (obtendo matriz ferrítica). Têmpera e revenido, ou austêmpera, para obtenção de martensite (maior dureza). Tratamentos térmicos actuam apenas na matriz=>obtenção de grafite em flocos é irreversível. NOMENCLATURA Não se faz pela composição química, mas sim pela resistência mecânica à tração. EX. ASTM A48 Classe 20, 30, ... Classe determina a resistência à tração mínima em 1000 psi EX. ASTM A 48M-94 EX. ABNT (NBR 6589/1986) Ferro fundido grafítico compacto: Variação do Ferro Fundido Cinzento em função da variação da forma da grafita ( ex. tipo B,C, D, E…). PROPRIEDADES: Variam entre as do ferro fundido cinzento e as do dúctil. Em comparação com os ferros fundidos cinzentos, os grafíticos compactos possuem maior resistência mecânica, maiores ductilidade e tenacidade e menor oxidação a temperaturas elevadas. Já na comparação com os ferros fundidos dúcteis, possuem menor coeficiente de expansão térmica, maior condutibilidade térmica, maior resistência ao choque térmico, maior capacidade de amortecimento, melhor fundibilidade e melhor usinabilidade APLICAÇÕES: Base para grandes motores a diesel, cárteres, alojamentos de caixas de engrenagens, alojamentos para turboalimentadores, suportes de rolamentos, rodas dentadas para correntes articuladas, engrenagens excêntricas, moldes para lingotes, coletores de descarga de motores e discos de freio. Tipo D (mm) (*) d (mm) (**)LR mínimo (MPa) FC-100 20 20 100 FC-150 13 8 230 20 12,5 180 30 20 150 45 32 110 FC-200 13 8 280 20 12,5 230 30 20 200 45 32 160 FC-250 13 8 330 20 12,5 280 30 20 250 45 32 210 FC-300 20 12,5 330 30 20 300 45 32 260 FC-350 20 12,5 380 30 20 350 45 32 310 FC-400 30 20 400 45 32 360 Classe LR mínimo Diâmetro nominal (MPa) do corpo-de-prova (mm) 150A 150 20 a 22 150B 30 150C 50 150D Barra S 175A 175 20 a 22 175B 30 175C 50 175D Barra S 200A 200 20 a 22 200B 30 200C 50 200D Barra S 225A 225 20 a 22 225B 30 225C 50 255D Barra S 250A 250 20 a 22 250B 30 250C 50 250D Barra S 275A 275 20 a 22 275B 30 275C 50 275D Barra S 2. Ferro Fundido Dúctil: Sua estrutura nodular confere maiores resistência mecânica e ductilidade ao material, aproximando suas características das do aço. MICROESTRUTURA:3,5<%C<4,0 ; 1,8<%Si<3,0 Pequenas adiçoes de Mg e Ce, em vez de flocos formam-se nódulos. A matriz é ferrítica (veloc. baixa) ou perlítica (veloc. moderada). Grafite em nódulos origina maior resistência, ductilidade e tenacidade PROPRIEDADES: Alta resistência, tenacidade e ductilidade, Excelente maquinabilidade, Possibilidade de deformação a quente, Grande resistência ao desgaste, Fluidez boa, Soldabilidade melhorada, Baixo custo (superior ao ff cinzento) APLICAÇÕES: Desenvolvimento iniciado em 1948, Engrenagens e pinhões, Cambotas e cames, Juntas universais, Máquinas de trabalho pesado, Válvulas Orgãos sujeitos a desgaste e impacto em geral Válvulas carcaça de bombas,Virabrequins, Cilindros e outros componentes de máquinas e automóveis. TRATAMENTOS TÉRMICOS: Recozimentos para alívio de tensões (taxas de arref. diferentes) ou para melhorar a ductilidade, Têmpera e revenido, Tratamentos térmicos actuam apenas na matriz=>obtenção de grafite em nódulos é irreversível. NOMENCLATURA - Norma ASTM A536, em 5 classes: Classe 5 (60-40-18) Classe 4 (65-45-12) Classe 3 (80-55-06) Classe 2 (100-70-03) Classe 1 (120-90-02) Os números entre parentesis significam: 1º - resistência mínima à tensão de ruptura, em 1000psi 2º - resistência à tensão de escoamento, 1000psi 3º - % alongamento - Norma ABNT NBR 6916 – 1981 Ferro fundido branco Extremamente duro e frágil, chegando a ser inadequado para a usinagem em alguns momentos. Sua aplicação é restrita aos casos em que dureza elevada e resistência ao desgaste são necessárias, como nos cilindros de laminação. O ferro fundido branco, geralmente, é utilizado como um processo intermediário na produção do ferro fundido maleável. MICROESTRUTURA 2,0<%C<3,5 ; 0,5<%Si<2,0 ; 0,5%Mn (anti-grafitizante) Alta velocidade de resfriamento => Carb. solidifica sob a forma de cementita (Ledeburita). A extrema dureza e fragilidade da cementita, caracterizam este fofo. Em peças de maior tamanho pode obter-se fofo branco à superfície e fofo cinzento no núcleo. PROPRIEDADES: Grande resist. à compressão e ao desgaste (cementita), Extremamente frágil, Não pode ser maquinado, Soldadura virtualmente impossível, Baixo custo (sem presença de cromo ~ 35%) APLICAÇÕES: Principal aplicação é a produção de ferro fundido maleável, Peças sujeitas a elevada compressão e atrito, Esferas de moinhos e rolos de laminadores, Elevada taxa de arrefecimento limita o tamanho das peças TRATAMENTOS TÉRMICOS O único tratamento térmico que pode ser feito é o tratamento para obtenção do ferro fundido maleável Ferro Fundido Maleável: Produto da transformação do ferro fundido branco após tratamento térmico em temperatura e atmosfera adequada. MICROESTRUTURA % elementos constituintes idênticas ao ferro fundido branco. Obtido do ff branco por tratamento térmico de maleabilização. A microestrutura obtida resulta da decomposição da cementite em rosetas de grafite, uma matriz de ferrite, perlite ou martensite PROPRIEDADES: Variando a taxa de resfriamento, pode obter-se um largo espectro de propriedades. Grande resistência à corrosão, Boa maquinabilidade e vazabilidade, Propriedades similares ao ff dúctil. Alta resistência, tenacidade e ductilidade, Elevada resistência mecânica e consideráveis ductilidade e maleabilidade. Aplicável tanto em temperaturas normais quanto mais elevadas. APLICAÇÕES: Aplicação similares ao fofo dúctil, Peças sujeitas a alta temperatura, Elementos de ligação, Juntas universais, Pequenas ferramentas, Flanges, conexões para tubos, Peças para válvulas ferroviárias e navais, Peças para indústria pesada. Tratamento térmico de Maleabilização: NOMENCLATURA: Faz-se pela ASTM A47, com 5 dígitos, correspondentes à tensão de cedência e extensão de rotura em tração Exemplo: ASTM A47 Classe 32510: ferro fundido maleável com tensão de ruptura mínima de 32,5ksi e alongamento de 10% Exemplo: ASTM A47 Classe 35018, 35,0 ksi e 18%) Profa. MS. Engra. Metalurgista Fernanda Bordin-2009 Te mp e r a tu ra Tempo Temperatura cr’tica de transforma¨‹o cementite grafite Martensite Perlite Ferrite
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