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ESTRATÉGIAS UTILIZADAS PARA MELHORAR AS AÇÕES EDUCATIVAS NA ATENÇÃO BÁSICA

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ESTRATÉGIAS UTILIZADAS PARA MELHORAR AS AÇÕES EDUCATIVAS NA ATENÇÃO BÁSICA
 AMANDA MARÍLYA EVANGELISTA RODRIGUES1
 LUANDERSON DE OLIVEIRA NASCIMENTO2 
 MARIA HILDEFRANCEGLACE OLIVEIRA RODRIGUES3
ROMÊNIA SILVA SANTOS4
 VIRNA SOARES MACÊDO5
CAROLINNE KILCIA CARVALHO SENA DAMASCENO6
INTRODUÇÃO
 	O Programa Saúde da Família (PSF) ou Estratégia Saúde da Família (ESF) foi criado pelo Ministério da Saúde (MS) no ano de 1994, por meio do Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS) instituído em 1991, com o intuito de levar à população carente das localidades principalmente mais distantes das regiões mais inópias de possuírem uma assistência de saúde de qualidade. O enfermeiro por fazer parte da ESF, desempenha papel fundamental em levar ao conhecimento da população as informações referentes ao processo saúde-doença expressadas de forma dinâmica que reflitam aprendizado ao público-alvo de suas ações educativas (FERREIRA; SILVA, 2016). 
As práticas educativas são parte integrante da ação dos enfermeiros em qualquer local de atuação, ainda mais se tratando de Atenção Básica, essa práxis torna-se ainda mais necessária, visto que a educação em saúde está amplamente inserida no contexto da atenção básica, tornando- se a maneira pela qual a atenção básica está embasada. Assim, a educação serve como um instrumento que visa à conscientização e a liberdade do indivíduo, mas em seu processo de configuração, a prática educativa brasileira recebeu forte influência de modelos que se fixam, não na pessoa, mas nas patologias e na transmissão de conhecimento do profissional para o paciente, numa estrutura rígida. Na atual estruturação e organização da saúde do Brasil, essa concepção vem sendo ampliada, ganhando objetivos teóricos pautados na autonomia, possibilitando assim práticas diferenciadas de educação em saúde na atenção primária, que precisam tornar-se também práticos na atuação dos enfermeiros (SILVA et al., 2013). 
A prática da educação primária é o exercício de estar à porta de entrada de um sistema de saúde, sendo o primeiro contato de indivíduos, famílias e comunidades com a complexa rede de serviços, dispensando cuidados a toda sorte de enfermidades, prevenindo os agravos, promovendo a saúde e estimulando o autocuidado, próximo do cenário onde a população vive em um cotidiano social instável e cheio de conflitos (GARCIA, 1975). 
 A educação em saúde (ES) é um dos principais dispositivos para viabilizar a promoção da saúde na atenção primária à saúde no Brasil. O reconhecimento de que a saúde tem um caráter multidimensional e de que o usuário é um sujeito da educação em busca de autonomia são condições essenciais à prática neste âmbito da atenção. Essa premissa vai ao encontro das discussões sobre a promoção da saúde que ganharam força no Brasil a partir da década de 1980, em consonância com a realização das conferências internacionais de promoção da saúde, que definiram como princípios do campo a multicausalidade do processo saúde-doença, a intersetorialidade, a participação social e a sustentabilidade (CARNEIRO et al., 2012). 
A Saúde da Família é a estratégia prioritária para a expansão e consolidação da Atenção Básica, que, nas atuais concepções, considera-se equivalente ao termo Atenção Primária à Saúde (APS). Acredita-se que um caminho possível para potencializar as práticas coletivas de ES, na APS, seria privilegiar as ações longitudinais. Essas se traduzem em práticas que não se limitam a ações pontuais, pois são conduzidas de forma periódica com o mesmo grupo de participantes. Por essa característica, acredita-se que elas criariam espaços mais permanentes para que os sujeitos possam ressignificar e coproduzir conhecimentos necessários ao alcance do processo de emancipação ou de empoderamento esperados como resultados dessas ações (FLISCH et al., 2014). 
O presente estudo teve como objetivo analisar as evidências disponíveis na literatura sobre as estratégias utilizadas para melhorar as ações educativas na atenção básica.
METODOLOGIA
 	Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, método de pesquisa utilizado desde 1980, no âmbito da Prática Baseada em Evidências, que envolve a sistematização e publicação dos resultados de uma pesquisa bibliográfica em saúde para que possam ser úteis na assistência à saúde, acentuando a importância da pesquisa acadêmica na prática clínica. O principal objetivo da revisão integrativa é a integração entre a pesquisa científica e a prática profissional no âmbito da atuação profissional.
A revisão integrativa inclui a análise de pesquisas relevantes que dão suporte para a tomada de decisão e a melhoria da prática clínica, possibilitando a síntese do estado do conhecimento de um determinado assunto, além de apontar lacunas do conhecimento que precisam ser preenchidas com a realização de novos estudos (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
 	Semelhante aos estágios da pesquisa convencional, a revisão integrativa está dividida em seis etapas: identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa para a elaboração da revisão integrativa; estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos; amostragens e busca na literatura; definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados e categorização dos estudos; avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa; interpretação dos resultados; apresentação da revisão e síntese do conhecimento.
 	
A coleta de dados foi realizada no mês de agosto de 2017 por meio dos seguintes Descritores em Ciência da Saúde (DeCS): atendimento básico, promoção da saúde, educação para a saúde comunitária. Nas bases de dados Medical Literature and Retrivial System Online (MEDLINE) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Para a seleção dos artigos foram utilizados como critérios de inclusão: artigos científicos publicados na íntegra, língua portuguesa, com data de publicação no período 2012 a 2017. Os critérios de exclusão foram: ser uma pesquisa do tipo revisão integrativa, artigos em línguas estrangeiras e artigos publicados em duplicidade nos bancos de dados acessados. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 	Conforme a busca eletrônica realizada, foram encontrados 30 estudos. Desse total, 21 foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão e 03 por duplicidade. Após a leitura na íntegra constituiu a amostra deste estudo o total de 06 artigos. Ao analisarmos todos os estudos e para melhor compreensão foram subdivididas duas categorias temáticas: a relevância da ES no contexto da atenção básica e problemas relacionados à prática das ações educativas na atenção básica. 
A relevância da ES no contexto da atenção básica
 A ES é uma atividade essencial para a promoção da saúde das populações. Apresenta-se como um campo de teoria e prática interdisciplinar, comprometido com a implementação e avaliação de processos educativos voltados para a promoção da autonomia, da participação e da postura ética, corresponsável e segura dos indivíduos e das comunidades diante de suas questões de saúde e de meio ambiente (FLISCH et al., 2014). 
Andrade et al. (2012), afirmam em seu estudo que é fundamental o desenvolvimento de ações de promoção da saúde, com destaque para o aconselhamento, proposto pela Política Nacional de Promoção da Saúde como componente indispensável na APS, principalmente voltado para a promoção da alimentação saudável e prática regular de atividade física.
 	Segundo Carneiro et al. (2012), a ES é um dos principais dispositivos para viabilizar a promoção da saúde na APS no Brasil. O reconhecimento de que a saúde tem um caráter multidimensional e de que o usuário é um sujeito da educação em busca de autonomia são condições essenciais à prática neste âmbito da atenção. 
 	Para Reis et al. (2014), na fala de gestores e profissionais, que exercem atividades educativas, predominou a educação conscientizadora, transformadora e dialógica, associada ou não ao modelo preventivista de saúde, coerentecom a proposta da promoção da saúde.
 	No estudo de Flisch (2012), a ES representa um importante campo de conhecimento e de prática para os profissionais que atuam na APS, sendo uma atividade central para a promoção da saúde das populações.
 	A ES e as campanhas de mídia desempenharam um papel importante em vários programas de base comunitária. Além disso, o envolvimento da APS pode, a longo prazo, ser um dos instrumentos de intervenção mais eficazes para o enfrentamento das doenças crônicas (SILVA et al., 2013).
Problemas relacionados à prática das ações educativas na atenção básica
 	
Flisch et al. (2014), afirmam em seu estudo que as ações de ES no Brasil têm, em suas raízes, estratégias tecnicistas, biologicistas e pouco participativas, que privilegiam ações voltadas para um viver higiênico e saudável, direcionadas para as classes populares, vistas como incapazes de iniciativas próprias para a manutenção da saúde individual e coletiva.
 	
Diante do perfil alimentar e de saúde, a realização de aconselhamento sobre modos saudáveis de vida pelos profissionais do serviço de APS é prioritária, entretanto, este se apresentou insuficiente. As baixas prevalências de aconselhamento sobre modos saudáveis de vida realizado por profissionais de saúde, principalmente, médicos e enfermeiros, têm sido descritas como consequências das dificuldades na abordagem de questões sobre alimentação e atividade física (ANDRADE et al., 2012).
 	Segundo Carneiro et al. (2012), as ações educativas na Estratégia Saúde da Família ainda são, em grande parte, pautadas no modelo tradicional de imposição de conhecimentos, caracterizadas por intervenções verticalizadas e pouco preocupadas com o desenvolvimento da autonomia dos sujeitos.
 	As práticas educativas exigem inovação para que extrapolem as rotinas diárias, que enfatizam o modelo biomédico em detrimento da integralidade e da participação preconizada nos encontros nacionais e internacionais, e em nossas próprias leis e políticas públicas, que consagram a promoção da saúde e a educação popular (REIS et al., 2014).
 	Para Flisch (2012), as dificuldades relatadas pelos participantes do estudo se aglutinaram em torno de um não reconhecimento das práticas educativas coletivas como uma atividade central para a Atenção à Saúde, tanto por parte da gestão, profissionais e comunidade.
 	No estudo de Silva et al. (2013), na atenção básica, é notória a ausência de novos projetos e estratégias de promoção da saúde de grande impacto e abrangência populacional de nível mundial para controle e enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) na atualidade. Tais projetos são importantes em vista das mudanças de vários aspectos na população ao longo do tempo.
CONCLUSÃO 
 	Acredita-se que um caminho possível para potencializar as práticas coletivas de ES, na APS, seria privilegiar as ações longitudinais. Essas se traduzem em práticas que não se limitam a ações pontuais, pois são conduzidas de forma periódica com o mesmo grupo de participantes. Por essa característica, presume-se que elas criariam espaços mais permanentes para que os sujeitos possam ressignificar e coproduzir conhecimentos necessários ao alcance do processo de emancipação ou de empoderamento esperados como resultados dessas ações. 
 	As práticas coletivas de educação em saúde na ESF devem ser conduzidas de forma dialógica, participativa, suscitando no sujeito a reflexão crítica, capacitando-os para interpretar e agir sobre a realidade de saúde e ambiente, pois as ações educativas assistematizadas e/ou pautadas unicamente em informar as pessoas regras para um viver saudável ainda prevalecem.
 	Para tanto, os processos de trabalho dos profissionais de saúde precisam ser modificados de forma a contemplar a interdisciplinaridade, a criação de vínculos, a intersetorialidade e o fortalecimento de uma gestão local democrática. Devem ainda potencializar indivíduos e comunidades no exercício da cidadania voltada para a melhoria das condições de vida, com poder de decisão na formulação de políticas públicas, integração social e capacidade de participar da vida social.
REFERÊNCIAS 
ANDRADE, Karine et al. Aconselhamento sobre modos saudáveis de vida na Atenção Primária e práticas alimentares dos usuários. Rev. esc. enferm. USP vol.46 no.5 São Paulo out. 2012 [Internet] Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&nrm=iso&lng=pt&tlng=pt&pid=S0080-62342012000500012> Acesso em: 23 ago.2017.
CARNEIRO, Angélica et al. Educação para a promoção da saúde no contexto da atenção primária. Rev Panam Salud Publica vol.31 no.2 Washington Fev. 2012 [Internet] Disponível em: < http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&nrm=iso&lng=pt&tlng=pt&pid=S1020-49892012000200004> Acesso em: 23 ago.2017.
FERREIRA, Ana; DA SILVA, Riane. A importância das ações educativas realizadas pelo enfermeiro do Programa Saúde da Família (PSF), 2016. [Internet] Disponível em: <http://apps.cofen.gov.br/cbcenf/sistemainscricoes/arquivosTrabalhos/I15248.E8.T4328.D4AP.pdf>. Acesso em: 23 ago.2017.
FLISCH, Tácia et al. Como os profissionais da atenção primária percebem e desenvolvem a Educação Popular em Saúde?. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 18, p. 1255-1268, 2014. [Internet] Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832014000701255> Acesso em: 23 ago.2017.
______. Práticas coletivas de educação em saúde na Atenção Primária à Saúde em Contagem, MG [dissertação]. Belo Horizonte (MG): Universidade Federal de Minas Gerais, 2013. [Internet] Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/GCPA-95YPWL>. Acesso em: 23. ago.2017.
MENDES, Karina; SILVEIRA, Renata; GALVÃO, Cristina. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & contexto enfermagem, v. 17, n. 4, 2008. [Internet] Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0104-07072008000400018>. Acesso em: 25 ago.2017.
REIS, Inês; SILVA, Ilda; UN, Julio. Public space in Primary Health Care: Popular Education and health promotion at brasilian health-school centers. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 18, p. 1161-1173, 2014. [Internet] Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832014000701161> Acesso em: 23 ago.2017.
SILVA, Luciana; COTTA, Rosângela; ROSA, Carla. Estratégias de promoção da saúde e prevenção primária para enfrentamento das doenças crônicas. Rev Panam Salud Publica vol.34 no.5 Washington Nov. 2013 [Internet] Disponível em: < http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&nrm=iso&lng=pt&tlng=pt&pid=S1020-49892013001100007> Acesso em: 23 ago.2017.

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