Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sistemática e Diversidade Biológica Conceito de Espécie 1) Triatominae (Hemiptera: Reduviidae) compreendem uma subfamília de insetos hematófagos vetores do agente causador da doença de Chagas, Trypanosoma cruzi. A maioria dos triatomíneos é vetor potencial do T. cruzi, mas somente alguns têm se tornado bem adaptados a viver em habitações humanas e são, por isso, de grande importância epidemiológica. Uma dessas espécies é Rhodnius prolixus, o principal vetor da doença de Chagas na Venezuela, Colômbia e América Central. Porém, na Venezuela, tem havido dificuldade na identificação dessa espécie devido à presença de Rhodnius robustus, uma espécie silvestre intimamente relacionada e morfologicamente similar a R. prolixus. A distribuição dessas duas espécies sobrepõe-se no norte da América do Sul (Colômbia, Venezuela, Bolívia, Equador, Guiana Francesa e Norte do Brasil) com R. prolixus ocorrendo do norte da América Central ao Sul do México. Monteiro et al. (2003) fizeram uma análise molecular utilizando representantes dessas populações e obtiveram os seguintes resultados: Com base nas informações acima explique: A. Qual o número de espécies realmente tratadas no trabalho? Justifique a partir de um conceito de espécie assumido. B. De acordo com o conceitos filogenéticos de espécie (monofilético, autapomórfico e diagnóstico), R. robustus pode ser considerado uma espécie válida? Justifique para cada um três dos conceitos Referências: Monteiro FA, Barrett TV, Fitzpatrick SD, Cordon-Rosales C; Feliciangeli A, Beard CB (2003) Molecular Phylogeography of the Amazonian Chagas Disease vectors Rhodnius prolixus and Rhodnius robustus. Molecular Ecology, 12, 997- 1006. Sistemática e Diversidade Biológica Conceito de Espécie 2) Haffer (1974) apresentou um caso de populações de tucanos com variações morfológicas. Ele utilizou o conceito biológico de espécie e considerou que havia apenas uma espécie de tucano. O autor mostrou que Ramphastos vitellinus está distribuído ao longo da Amazônia, mas subdividido em três táxons evolutivos relativamente definidos. Estes táxons foram entendidos pelo autor como subespécies que formam intergrados (“hibridização” dentro de uma espécie) ao norte e ao sul do rio Amazonas. Haffer encontrou clinas (mudança gradual e quase contínua de um caráter entre populações; gradiente de caráter) entre as populações, com a frequência de certos caracteres diminuindo desde as populações das Guianas e Venezuela (Ramphastos vitellinus vitellinus) até as do leste, no Equador e Peru (Ramphastos vitellinus culminatus), aumentando para as populações do Brasil Central e Sudoeste (Ramphastos vitellinus ariel). Esta clina foi interpretada por Haffer como resultado de fluxo gênico dentro das populações, que formam intergrados quando em contato secundário, justificando assim a ausência de isolamento reprodutivo. Estudos recentes de Patané et al. (2009) fornecem informações novas sobre a história filogenética (A) e distribuição geográfica (B) de Ramphastos vitellinus, na qual foi incluída na análise outra subespécie: Ramphastos vitellinus citreolaemus. Figura: Inferência filogenética (A) e distribuição geográfica (B) de Ramphastos vitellinu. Valores dos ramos representam o suporte dos grupos monofiléticos. Legenda: N – norte; NE – nordeste; SE – Sudeste; ? – indica um grupo de status taxonômico ainda em discussão (não amostrado). R. brevis – grupo externo. Baseado em todos os dados apresentados, pergunta-se: A) Pode-se dizer que a divisão de subespécies em Ramphastos vitellinu está correta? Justifique sua resposta utilizando-se do que significa subespécie para a taxonomia. B) Quantas espécies distintas há em “Ramphastos vitellinus” se considerado o conceito morfológico, biológico, autapomórfico e monofilético de espécie? Justifique sua resposta para cada um dos conceitos. Referências: Haffer J (1974) Avian speciation in tropical South America, with a systematic survey of the toucans (Ramphastidae) and jacamars (Galbulidae). Publications of the Nuttall Ornithological Club 14, 1-390. Patané JSL, Weckstein JD, Aleixo A, Bates JM (2009) Evolutionary history of Ramphastos toucans: Molecular phylogenetics, temporal diversification, and biogeography. Molecular Phylogenetics and Evolution, 53, 923-934. Sistemática e Diversidade Biológica Conceito de Espécie 3) Em 1974, Charles W. Brown (Brown 1974) analisou casos de hibridização existente entre as subespécies da salamandra Ensatina eschscholtzi. As subespécies são identificadas a partir de características fenotípicas exclusivas de uma determinada distribuição geográfica ilustradas na figura abaixo. Além disso, Kuchta (2009) propôs uma hipótese filogenética utilizando-se de sequencias de DNA mitocondrial. Na sua opinião, qual o número real de espécies tratadas abaixo?
Compartilhar