Pena de Multa

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PENA DE MULTA
I – Considerações iniciais.
Trata-se de pena.
Tem natureza patrimonial.
“É a espécie de sanção penal, de cunho patrimonial, consistente no pagamento de determinado valor em dinheiro em favor do Fundo Penitenciário Nacional.” (MASSON, 2012.p 703)
Fora adotado o critério DIA-MULTA
 Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa.
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. 
 § 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária
II – Da aplicação.
Obedece ao sistema bifásico ≠ trifásico (PPL)
Na primeira fase: estabelecimento pelo juiz da quantidade dias-multa. (deve levar em consideração o art. 59 do CP). DEVE FICAR ENTRE 10 E 360 DIAS-MULTA
Segunda fase: fixação do valor de cada dia-multa. (art. 49, §1º). > 1/30 salário-mínimo e < 5x salário-mínimo. (Considera-se a capacidade econômica do agente – art. 60 caput CP).
OBSERVAÇÃO: art. 60, §1º CP.
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo.
III – Particularidades
Pena de multa e valor ineficaz 
Poder econômico do réu é elevado, pode o magistrado dosar a pena de multa e aumentar o seu valor até o triplo.
Multa irrisória
Aquela que tem um valor muito reduzido.
Pode ser cobrada pelo Estado?
Obrigatoriamente deve ser exigida, pois se trata de pena.
Pena de multa paga voluntariamente.
Também chamado de espontâneo.
Art. 50, caput, 1ª parte do CP.
Posterior trânsito em julgado deve ser pago em 10 dias.
Parcelamento é permitido (juiz) em prestações iguais e sucessivas / pedido antes do vencimento do prazo legal (10 dias)
Não há limite de numero de parcelas. (verifica-se a situação econômica do condenado)
Condenado não pagando / melhora situação (art. 169, §2º da LEP) = revoga-se (JUIZ / MP).
Multa pode ser descontada da remuneração do condenado, salvo quando tiver sido imposta pena privativa de liberdade não suspensa.
Pena de multa e sua execução.
Não havendo pagamento voluntário no prazo legal, o condenado é forçado /coagido ao pagamento.
Veda-se a conversão em PPL.
Torna-se dívida de valor.
Aplicam-se as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública (art. 51 do CP).
Mantém seu caráter de pena.
Condenado inadimplente e posterior morto = multa não se estende aos herdeiros (princípio da personalidade).
Três posicionamentos para a execução da multa:
1. Executada pelo MP, vara de execuções penais, rito LEP (art. 164, caput e §1º).
2. Executada pelo MP, vara de execuções penais utilizando o rito da Lei de Execuções Ficais (Lei 6.830/80) -» Súmula 2 TJMG.
3. Executada pela Fazenda Pública, vara das Execuções Fiscais -» multa considerada dívida de valor. Posição STJ (majoritária)
Multa e sua correção monetária.
É possível.
Inicia-se com a prática delitiva. (possibilidade de correção)
Trata-se de mera atualização do valor.
Multa e a suspensão quanto à execução.
Art. 52 do CP = ocorre doença mental do condenado.
Quando o condenado for insolvente (Lei 9.268/96)
Multa substituta.
Também denominada vicariante.
Art. 60, §2º do CP.
Penas não superiores a seis meses podem ser substituídas por multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44.
Independe do limite temporal de 4 anos nos crimes dolosos.
Não impede sua aplicação à prática de violência ou grave ameaça à pessoa.
Réu não deve ser reincidente em crime doloso + circunstâncias judiciais favoráveis + suficiência da substituição.