Tanatologia forense

T a na tol og ia for e n s e Ta n a to l o gia é o e stud o d a morte . Dev e m o s , an tes de m a is na da , te c er a l g u m as c on s id e ra ç õ e s s ob re a m orte . A m o rte nã o é um m o m e nto , m a s u m proc e ss o . O s v ári os c o m po ne nt e s do c orp o h u m an o nã o morre m a o me s m o te m p o , h a v en do , a s s im, m o rte gra d u a l de to d o o sis te m a. A lg u n s te c id os h u man os são a l ta m en te s e n s í v ei s a, po r ex empl o, pa rad a de c ir c ul aç ã o de ox ig ên io . O tecid o m ai s no bre do c orp o h u m an o, qu e é a p a rte c in z en ta do c ére bro , c ha m a d a d e c ó rte x c ere bra l (áre a pe n s a n te ), s e fi c ar m ai s d e 4 m i n u to s s e m o x ig ên io , h á morte i rre v e rs í v e l de s s a p arte d o cére bro . H á 25 6 tecid o s di fere nte s n o c orp o h u m an o. Por o c a s iã o d o fen ômen o m orte , c ara c te riz a do pe la p a ral isaç ã o d o c ora ç ão , a morte de al g u n s te c id o s ac o nte c e ra p i d a m en te , ao pa s s o qu e o ut ro s d e m ora m ba s ta nte . Ex : o e s pe rm ato z ó i d e fi c a v iv o a té 2 4 h ora s ap ós a m ort e. O ssos , v ál v u l a s c ard í acas e c órn ea s ta m bé m re s i s te m b e m . Em m ed icin a l eg al , s ã o f u n d am e nta is al gu ns a s pe c tos da m o rte : [1] T ana togn os e Tra ta-se d o dia gnós tic o da m orte , isto é , a c on firmaç ã o d e q u e o i n d i v íd uo es tá efe t iv a m en te m ort o. [2] Etiota nato gn os e Tra ta-se d o d iag nó s tic o da c aus a d a m orte . [3] C rono tana togno s e Tra ta-se do dia gnó s tic o do te m po da m orte . O te m po da m o rte , à s ve z es, po r s i s ó , re s ol v e um a q u e s tã o g rav e. Ex : u m m é di c o é c ha m ad o p ara fa z er n ecrop s i a à s 10 h o ra s d a man hã , em uma v ít i m a de ho m ic í d io p o r p roj ét i l de a rm a de fo g o. Se a c órn ea tem bri lh o, a m ort e s e de u em m en o s d e 6 ho ra s , ao pa s s o q u e s e a c órn ea e s tá o p a c if ic a d a , a m ort e s e de u em m ai s de 6 ho ras. D e s s a forma, à s 4 ho ra s da m an hã a ví tima a in da es ta v a v i va . N ote q ue s e o s uspe ito d o c rim e pu de r pro v a r qu e à s 7 ho ras da m a n h ã el e es ta v a em R i be i rã o Pre to , qu e f ica a um tempo m í ni m o de 4 ho ras de vi ag e m , en tão e l e n ã o po de r ia estar em Pres i d e n te Pru de nt e n a h ora do c rime. T a na togno s e A p rim e i ra pe rgu n t a a s e fa z er é s e ho uv e m o rte . A s eg u n d a c oi s a é qu al a c au s a da m ort e (ex : h e m orra gi a c ere bra l). Dep oi s , q ua l a c au s a da h em o rrag i a c e re b ral . Por exem p lo , c on s ta ta -s e qu e o in di v í d uo tin ha an e uri s m a qu e es to uro u (s em rel e v ân c ia ju r í di c a), ou q ue es s a h e m orra gi a fo i c au s ad a p o r p roj éti l de arma d e fo go (te m rel ev â n c ia j ur í d ic a ). Res s al ta-se qu e os a c ha do s da ne c rop s ia d e ve m s er c om p atí v ei s c om a hi s tóri a qu e s e te m , pa ra q u e n ão s e c o n c lu am ab s urd os . H á doi s grupos de si na is pa r a o dia gnós tic o da m orte : os sin a is abi ótic os (aus ê nci a de v ida ) im e dia tos e o s s ina is ab iótic os m e dia tos . .Si na is abi óti c os i m e di a tos [1] o m orto e stá in se ns ív e l , i s to é, au s ên c ia to tal d e sen s i b il id ad e . [2] aus ê nc ia de qua lqu e r m ov im e nto . À s v ezes é n ece s s ári o u m d ia gn ós ti c o be m m ai s p re c iso do t e m po d a m o rte. O fe nô m en o d a e s ti m ul a ç ão d o n erv o do m orto , p rov ocan do m ov imen tos, d á i d éi a do te m po qu e o i nd ivídu o e s tá m orto . [3] e xp r e s s ã o c ad av é rica O m orto nã o ap en as es tá pa rad o , el e pe rd e , p e la m ort e , o tônus m us cul ar . O tôn us m us c ul ar é a s emi-te nsão m us c ul ar re s po ns á v el po r s uste n ta r o eq ui l í bri o do c orp o h uman o. Na m orte , co m a pe rda do tônus , acon tece um fe nô m en o in tere s s an te. N a n o s s a fa c e há u m a g ran de q ua nt id a d e d e m ú s c ul o s . A te ns ão de ss e s m ús cul os da fac e de sa pa r e ce , fi c a n d o flá c id os . A s s im , o na riz do m ort o ap are nta s e r m ai o r e m ai s af il ad o . G e ra um a e xpr e ss ão (um fac e s) típi ca c ha m ad a ca dav é r ic a . [4] para da ca rdía ca A p ara da c irc u l a tó ria tem v ári a s m an ei ras de s er c on s tat ad a . Por e x em p lo , au s c u l ta -s e o c ora ç ã o , u ti li z a n d o-se o este to s c óp i o , pa ra v er s e o c ora ç ão a i nd a está b ate nd o. Ap erta -s e do d e do a fim de a n a li s ar e a lg um a p arte m u d a d e cor. [5] Parad a re sp ira tória Con s tat a-s e c om o ap arel ho es te tosc óp io no s pu lmõe s . Q ua nd o a pe s s oa v iv e in s pi ra, o ar faz d e te rm in ad o s ru í do s no s bro nq u íol os e a l v éo lo s . .s ina is a bi óti c os m e dia tos ou c ons e cu tiv os [1] O m orto s ofre u m pro c e ss o de d e si dra ta ç ã o , c a s o e m qu e a p el e murc h a e os p ê lo s do c orp o fi c am m a is s a li e n te s . O m es m o pro c e sso de d e s id rat aç ã o faz c o m qu e a un ha d o m orto p are ç a qu e c res c e u , e m ra z ão d a p erd a v o lu m étri c a. [2] Com a m orte , pe r d e -s e o m e c a nis m o te rm orr e gula dor , fa z en do c o m qu e a te m pe r a tura do c orpo do ca dá v er t e nda a s e ig uala r à te m pe ratu r a do a m bie nte . Res s al ta-se, en tã o , qu e o c ad á v e r n ã o e s fri a, s omen te s e a tempe ratu ra am b ie n te estiv er m ai s fria q u e a do c o rp o . I s s o po rqu e o c ad áv er ig u a l a s ua tempe ratu ra c o m a do m ei o am b i e n te e m qu e e s tá in s eri do . Es s e ritmo c o m qu e o c o rp o ni v e l a c om a te m pe rat ura do m e io po de ser ap li c a d o nu m a formul a m at em á ti c a, pa ra se t e r u m a i dé ia em rel ação ao te m po da m ort e. Cert a s m o rte s c on di c io n a m u m a t e m p e rat ura m ai s ba ix a do c o rpo , com o o c a s o do af o g a do , p orq ue a te m pe rat u ra do li q u id o é s em p re mai s b ai xa qu e a t e m pe rat ura d o a m bi en t e. A lgun s ca dá v e r e s , e m c ondi çõe s m uito e sp e ci ais , d e m oram m uito pa r a e s fria r . I s s o g er a a lg umas situ açõe s c on s tra ng ed ora s , c om o pe nsar q ue o m orto está vi v o . [3] r ig id e z c ada vé ric a Cerca de 30 a 40 m in ut os a p ó s a m ort e, os m ús c ul os c o m eç a m a en rij ec e r. O s pri m ei ros m ús c ul o s a e n ri je c er s ão os lo c al iz a do s n a fa c e . Es s a rig id ez é pro g re s s iv a, c o m e ç a pe l a fa c e e s e esten de pa ra to do o c o rp o , n o pe s c oço, mem bro s s up eri ore s , tro n c o e m emb ro s i nfe rio res. Es s a ri gi de z , q u e se com p le ta em to rno de 4 ho ras ap ós a efe ti va m ort e, de s fa z -s e e m to rno d e 2 2 a 2 4 h ora s ap ós a m ort e. D ep oi s d iss o o c o rpo n ão en du rece n un c a mai s . Es s e proc e ss o t e m as pe cto s m uito i m porta nte s : e sta b e l e c e r a hora da m or te , a pos iç ão da m orte e a pe rda da rigi de z já m arca ndo u m o utro proc e ss o d e d e co m pos iç ã o que é a putr e faç ão . [4] e sp as m o c ada v é rico É u m pro c e s s o de en rij ec i m e n to in s ta n tâ ne o com a m ort e. [5] sin ais oc ula r e s Se o ol ho tem bri lh o, o i nd ivídu o m orre u a m e n o s de 6 ho ras . Por v olta da s 10 a 12 hora s da m orte , na pa rte branc a do olho , na e s c le rót ic a , ac i m a da í ris , obs e r v a-s e a form aç ão de m anc h as e s c ura s . Tra ta -s e d o s ina l de s om m e r la rche r . A te nsão d o gl ob o oc ula r s e de s faz po r v ol ta de 18 a 2 0 ho ras d a morte . Fe nôm e nos tran sform ati v os O c o rp o h u m an o, ap ó s a m ort e, no in s tan te d a m ort e, s of re u m pro c es s o de acid os e . H á uma in te ns a a c id ifi c aç ã o p orq u e ac o n te c e vio le nt a sa í da d e p o t á s s io d a cél u l a e i nt en s a e ntrad a de s ó d i o n a c él ul a. [1] Putrefa çã o O fe nô m e n o tran s fo rm at iv o m ai s c o m um s e c ha m a pu tref a ç ã o . A p u tre fação c omeça a da r s i n a i s e v id en te s em torn o de 22 a 24 ho ras da m orte e c orre s po nd e a aq ue le i nsta n te qu e o c ad áv er es ta va rí gi do , m as c uj a rig id ez c o m eç a a s e de s fa z er, m omen to qu an do c o m e ç a a a p re s en tar os p ri m ei ro s s in ai s da p utre fação . A putre faç ão te m 4 fas e s . Sã o e la s : c olora çã o , ga so s a , c o liqu a tiv a e e s qu e l e ti z aç ão . [1. 1] F as e da co loraç ão N es ta pri m ei ra fa s e, o c ad á v er c om e ç a ap resen tar m od ifi c aç õe s de c or. A pri m e ira m a ni fe sta çã o de co r s e dá na r e giã o do a p ê ndi c e . N a pe le de s s a reg iã o d o c a d á v er, c omeç a a ap are c er um a m an c ha v erd e, q u e se cha m a m anc ha v e r d e a bdom ina l . Es s a m a n c ha é p rod u to do s eg ui n te pro c es s o: N a re gi ão do ap ên di c e , o in te s ti no delgado d e s embo c a no in testin o gro s s o . E s s e lo c a l, q u e es tá l og o ab ai x o da re gi ã o do ap ên di c e, te m a m a io r c on c en tra ç ão d e b actéri as d o c o rp o h um a no . Sã o b ac té ria s nã o pa to gê n icas . C om a m o rte , c e ssa a c ir c ul aç ã o , o x ig en aç ão , e a pa re d e a bd omin al d e s ab a em c ima do i nte s tin o. A s b ac té ria s , e m razão d a fal ta d e o x i g ê n io , c o m e ç a m a s e pro li fera r. Es s a c or e sv e rd e ad a é , n a ve rda de , co lôni a s de ba cté ria s . Po d e ta m bé m s e fo rm ar um a man c h a v erd e ab do m in al n a e s q u e rda , o nd e s e tem a pa rte termin al d o i nte s ti n o g ros s o, qu e t am b é m t e m a lta c on c en tra ç ão d e b actéri as . Rap id am e n te , in v adi ndo a 24 ª hora , o c a dá ve r v a i ad quirin do col oraç ã o e s ve rd e ada , e sc ura , pe rd e ndo tota lm e nt e as c arac te r ís tica s de cor qu e tin ha e nqu anto v iv o . N o au ge d e s s a fase de c ol ora ç ão d a pu tre faç ão , o l eg is ta p rec i s a te r ex p e ri ê n c ia , c aso c o n trá rio p od e rá pe nsar qu e e s tá tra ba lh a n d o c om u m c ad áv e r d e e tn ia ne g ra . A pó s o 4º di a da m orte , a cor do cad áv er es tá c ompl eta m en te de s fi g u ra d a . Seq üe nc i a l m en te à fas e d a col o ra ç ão , n a p u tre fação , c o m e ç a a se g un d a f a s e , q ua l s e j a a fa s e g as o s a. [1. 2] F as e ga sos a Es s a fa s e de c orre d as a lte raçõe s qu í m icas p ós - m ort e, d a acid o s e, c o m bi na da c o m a a ç ão d e b a c té ria s q ue s e pro li fe ram . Os t e cid os do corpo h um ano co m e ça m a so fr e r tr a ns fo rm aç õe s inte ns as , co m al ta produ ç ã o de ga se s , a m ai oria form ad a p or ra di c a i s d e e nxo fr e . A fa c e, já esc ura pe la fa s e de col o ra ç ão , em razão da pro d u ç ão de gra nd e qu a nt id a d e d e ga s es in tra c ran ia no s , f a z com q ue o g l o b o o c ul ar f i q u e sal ta d o p ara f ora , d en tre ou tras c on s eq üê ncia s . Es s a fas e gas osa te m al gu m as r e pe r c uss õ e s de o r de m práti c a . O s ca dáv e r e s do s a fog a do s , qua ndo se al c a nç a e ss a fas e ga so sa , flutu a m , po r c on ta do empu xo d a ág ua em re la ç ão a es s e s c orp os c he io de ga s es. Res s al ta-se qu e q u a n d o o i m pa c to do a c id en te la c era a pe le , tó rax e ab dô m en , a pro du ç ão de g a s es va i bo rbu lh an do , m as nã o j u n ta um a qu a n ti da de de ga s es s ufi c ie nt e p a ra fa z er c o m qu e el e fl utu e. Es s a fase du ra em m éd ia du as a trê s s e m a n a s . M as é cla ro q u e de p e n d e b a s ta nte do lo c al em qu e o c orp o e s tá i ns e rid o , p od end o e s ta f a s e ga s osa s er m a is ráp id a o u m ai s l en ta a de pe n de d as c on di ç õe s . Em m é di a , e m c o nd iç õe s n atu rai s , n ã o a rt ifi c ia is , es ta fa s e e s tá te rm i n a d a e n tre qu i n z e a vi nt e d i as. Aí , c omeça a te rc ei ra f a s e da pu tref aç ã o, c ha m ad a d e col i q u a ti v a. [1. 3] F as e co liqu a tiv a Es s a fa s e s e cara c te riz a p e l a pe rda do pa drã o d os te c id os m ol es. Pe le , f íg ad o , pu lmão v ão p e rde nd o o pa drã o , tra ns fo rm an do-s e e m p a s ta , cha m ad a d e putril a g e m , m ei o a m are l a d a , c o m a lg umas ra ia s av e rm e lh ad as. N es ta fa s e, n ão s e te m u m p ad r ã o a natô m ico . À s v ez e s , q ua nd o se t e m mui ta ne c ess id a d e d e se fa z er e x a m e tox i c ol óg ico n um c orp o n este es ta do , p od e-s e col h e r p arte d es s e m ate ria l p ara ex am e . [1. 4] F as e da e squ e le ti z aç ão N es te pro c es s o , qu e se cha m a fase col iq u a ti va , c om eça já s e de li ne ar a qu arta fa s e da pu tre fa ç ão , já qu e, qua ndo as parte s m ol e s v ão p e rd e nd o o pa drã o, o oss o v a i fica ndo lim po , já que os te cid os que e stã o n e l e gruda dos v ão s e d e sta c a nd o , e sta b e le c e ndo a fas e de e s qu e l e tiz a ç ã o . U m a es qu el et i z a ç ão , c om o c a d á v er nu m a u rn a f un e rá ria de m ad e i ra, v ai de m ora r um tempo pa ra a c on te c er. Entre ta nto , c on di ç õe s de t em p o p o d e m impe di r es s a s fa s es da m o rte , c omo o c orp o te nd o s id o pro te gi do d a a ç ão do te m po po r esta r con g e l a d o. Obse r v aç ão : os c ad á v ere s en c o n tra do s no R io Para ná p rec isam s er estud ad os. A pu tref a ç ã o d os c ad áv e re s a fo ga do s ne s te rio é m ui to m ai s ráp id a do qu e qu a l q u e r m ei o qu e s e tem no tí c ia . Ex: 4 di a s já e s tav a es q u e l e t iz an do . Obse r v aç ão n º 2 : Es s as qu at ro f a s es s ão s eq üe nt e s , m as estão s up erp os ta s . Obse r v aç ão nº 3 : E s s e s pro c e ssos s ofre m al tera ç õe s po r v ári os fa tore s , tai s c o m o pre s e n ç a d e in fe c ç õ e s , c au s a da morte , et c . A ssim , p or ex e m pl o, s e o in d i v í du o tomav a a lta s q ua nti d a d e s de a n ti bi ót ic os, a nte s d e morre r, a p utre fa ç ã o v ai d em ora r m a i s a acon tecer. [2] M um ific aç ã o U m ou tro fen ô m en o tra ns fo rm ati vo receb e o no m e de m um i fi c aç ã o. A m um if ic a ç ã o é um pro c esso tra ns fo rm ati v o q u e oc orre em raz ã o de al ta s tempe ratu ras, ba ixí s s im a umid ad e rela ti va do a r e re g i m e d e v en to s f o rte s . Po r ex empl o , no d es e rto do A ta c am a , qu e é u m a re g i ã o ex tre m amen te q u e n te , are n o s a , umid ad e rel at iv a d e 3 a 4% , v e nt os , c om freq üê nc i a e x trao rdi ná ria en c o n tra m -s e m ú m i a s , qu an do as a re a is s ão le v ad a s p el o ve nto . A qu i, na no s s a reg iã o, às v e z es, e n c on tra-s e c ad á v er pe la d o , m orto e jo g a d o nu m pa s to qu a l qu er, n o te m po do ve rão , em de c úb i to do rs al . É m ui to c o m u m en c on tra r a pa rte ve nt ral m u m ifi c ad a e a pa rte d o rs al p utre fat a. A m u m ifi ca çã o que trata m os aqu i é e sp ontâ n e a , na tura l , ca rac t e r i z ada pe la perda tota l d a á gua d o c orpo , razão pe la q ua l s e e n rije c e . A ssim , t rata-s e de u m fe nô m e no trans fo rm ati v o c ons e r v a tiv o . A m u m ifi c a ç ã o natu r a l ta m bé m pode s e da r pe la a tua çã o de c e rtas sub stâ nc ias e nco nt r a da s e m p la ntas , s u bs tâ ncia s e s ta s al tamen te al c a l i n a s c a pa z e s d e mu m if ic a r. Ex : o po d e r a lc a li n o d o an gi c o (p l an ta d e n oss a re gi ão ) é u m a sub s tan c ia ass e m el ha da àq ue l a s q ue c au s a m o fe nô m en o na t ura l d e m um i fi c aç ã o po r ação d e s s as s u bs ta n c ia s a lc a l in as e n c o n tra da s em p la nt as . O proc e ss o d e m u m ific aç ão prod uzido pe lo s hom e ns te m c om o m ai or e xe m plo a m u m ific a çã o e gípc ia . O s eg í pc i o s b o l a ram, c o m o te m po , u m a fo rm a de c on s erv ar o c orp o in te iro a tra vé s d e u m pro c es s o d e mum i fi c a ç ão . O c o rp o i n te iro é jo g a d o intei ro nu m g ra n d e c al de ir ão fe rve nt e, c o m gra nd e qu an tid ad e d e s ai s (na trã o), q u e com e ç a a d esid rata r o c orp o . O c orp o va i s en do d e s i d rat ad o a t é a ti ng ir c e rto po nt o. Dep oi s , c o lo c a-s e o c orp o nu m ta nq ue de ól e o de c e d ro ferv e nt e . O c orp o p erd e m ai s á gu a, ao m es m o te m po e m q ue é i m pre gn ad o p or a q ue l e a roma. De p o i s , o c o rp o é e n v ol to e m ti ras , t erm i n a n d o - s e o p roces s o d e m u m if ic a ç ão . M um ific aç ão fe tal : N o ser h u m an o o fen ômen o d e m umifi c a ç ã o po de ocorre r, e m i ní c io de g e s ta ç ão , p e la m o rte d e u m fe to d e n tro d o ú te ro d a g es ta nte . Po r uma ra z ão qu al qu er, rom pe-se a bo lsa e o fe to p erm a ne c e . O úte ro, e n tã o, com e ç a a e n c ap s ul ar o fe to, de s id rata nd o-o , ra z ão p el a qu a l a c on tece a m umifi c ação . Ex is te uma situ ação , qu e nã o é rara , qu e s e c ha m a g rav id ez tubá ria . Exi s tem al gu m a s gra vi de z e s n a trompa em q u e ac o nte c e o ab ort o tu bá ri o , qu an d o o f et o é ab orta do pa ra de nt ro do ab dô m en . É ne s te c aso q ue acon tece a mu m ifi c ação do fe to. [3] M ac eraç ão O tercei ro pro c es s o tran s formati v o c h a m a- s e m a c era ç ã o . A ma c e r a çã o oc orre qua nd o a v ida s e e xtin gu e co m o corpo i m e rso e m líq uid o e sté ril , q ue n ã o con te nh a b actéri a. Es s a pro po s ta é c o m u m em gra vid ez e m f in al de g estação , co m m ort e fe tal , e m q ue n ão h á rompi m en to da bo ls a , c aso qu e nã o há pro li fe ração b a c te ria na , e o fet o fica im er s o na qu e l e l í qu i do a m ni ót ic o. O fe to, n e s ta hi p ó te s e, com e ç a a hi dra ta r, m as, de po is d e um certo tempo da m ort e, e s s a h ip erh id rata ç ão c au s a o de s ta c a m en to da ep i d e rm e de s s e s fet o s . Ess e d e sl oca m e nto da e pid e rm e é c ha m ad o de m ac e r aç ão . Es s a m a c era ç ão nã o tin ha m ui ta impo rtâ nc i a, m as ho j e te m im p ortâ nc i a, em raz ã o d a s q u e i x as de e rro m éd ico. H oj e, po r c o n ta da gra nd e q u a n t i d a d e d e c e s ári as, as m u lh e re s al eg am qu e o s s e u s fil ho s m orre ram e m razão da de m ora da c i ru rg i a . En tre tan to , n as ci do o fe to, co m s ina i s d e ma ce raç ão , e sta m orte oc orre u n o m íni m o e ntre 24 a 7 2 ho r a s . O fe to , e n tã o, ti nh a morri d o mui to antes da g e s ta nte ter i do a o h ospi tal . [4] Sapo nific aç ão U m ou tro pro c ess o de t ra n s fo r m ação d os c ad á v ere s re c e b e o no m e de sap on i fi c aç ã o . Cert a s c on di ç õe s de um i d a d e , de al c al i n i d a d e d o m e io em qu e o c orp o es tá m orto , tempe ra tu ras m ai s ba i x as , fa z em c o m qu e o m e io a lc ali no pos sa trans form ar os t e ci do s hu m an os num a s ubs tânc ia gord uros a, am are la da, c ha m ad a d e a di po c e ra , q ue impe de o i n í c io da p ut re fa ç ão e m u m if ic a ç ã o . O c a d á v er e m a di po c era , s ap on ifi c ad o, tem u m a c a racte rí s ti c a i n te res s a n te . Ess a su bstâ nc ia , c ha m ad a adi poc e r a , é a ltam e nte c om bus tív e l, isto é , e la pe ga fogo , o q ue j us ti fica a s pi lh as g ran de s d e morto s na s e g u n d a g ue rra mun di al .

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