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Princípios Gerais da Farmacocinética Profa. Rita Alessandra Cardoso Mestra em Farmacologia - USP Farmacologia É o estudo do modo pelo qual a função dos sistemas é afetada por fármacos. Farmacodinâmica Estudo do que o fármaco faz ao corpo Farmacocinética Estudo do que o corpo faz ao fármaco ou Estudo do movimento dos fármacos pelos diferentes compartimentos do corpo Começando pelo começo... Fármaco Medicamento Remédio Começando pelo começo... Droga: qualquer substância química capaz de produzir alterações na estrutura ou função dos organismos vivos, podendo ser alterações benéficas ou maléficas. Começando pelo começo... Fármaco ou Princípio Ativo: substância quimicamente definida utilizada para fins profiláticos, curativos, paliativos ou diagnósticos, ou seja, substância principal da formulação do medicamento, responsável pelo efeito terapêutico. Começando pelo começo... Medicamento: forma farmacêutica acabada, contendo o princípio ativo ou fármaco, apresentado em variadas formas farmacêuticas: cápsula, líquido, comprimido etc. Começando pelo começo... Remédio: é qualquer recurso utilizado para promover a cura de uma doença ou o alívio de seus sintomas, não necessariamente com a utilização de um medicamento. Forma Farmacêutica Estado final apresentado pelo medicamento após operações farmacotécnicas executadas sobre o(s) fármaco(s) e adjuvantes apropriados. As formas farmacêuticas podem ser divididas em: • líquidas (xaropes, soluções e suspensões); • semissólidas (cremes e pomadas); • sólidas (pós, comprimidos, drágeas e cápsulas). Posologia Descreve: • a dose de um medicamento; • os intervalos entre as administrações; • a duração do tratamento. Efeito Terapêutico • Efeito desejado obtido no tratamento de uma doença, sinal ou sintoma. Reação adversa ao medicamento (RAM) Resposta nociva a um medicamento, não intencional, que ocorre nas doses usuais para profilaxia, terapêutica, tratamento ou para modificação de função fisiológica. Teratogênese: capacidade de uma substância de provocar anormalidades físicas e de desenvolvimento do embrião ou feto. Classificação dos medicamentos segundo sua origem Medicamento alopático Medicamento produzido segundo os princípios da medicina tradicional (alopatia), que consiste em utilizar medicamentos que vão produzir no organismo do doente reação contrária aos sintomas que ele apresenta, a fim de diminuí-los ou neutralizá-los. Por exemplo, medicamentos antitérmicos e analgésicos. Medicamento fitoterápico medicamento obtido por processos tecnologicamente adequados, empregando-se exclusivamente matérias-primas vegetais, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade, segundo os princípios da alopatia. Medicamento homeopático Medicamento dinamizado em que se faz a diluição sucessiva da substância, de acordo com os fundamentos da homeopatia. Medicamento Magistral ou Manipulado Medicamento preparado em uma farmácia de manipulação de acordo com uma prescrição que especifica seus componentes (fórmula magistral). Farmacocinética Absorção Distribuição Biotransformação (Metabolismo) Excreção ADME Absorção dos Fármacos Passagem de uma substância de seu local de administração para o plasma. Absorção dos Fármacos Difusão passiva Transporte Ativo Translocação das Moléculas dos Fármacos: Principais mecanismos para fármacos atravessarem membranas: Difusão passiva (difusão através do lipídio) Transporte ativo Características do fármaco que influenciam a difusão passiva: •Tamanho da molécula •Lipossolubilidade •Grau de ionização (forma não ionizada atravessa membrana) Locais onde o transporte ativo é importante: • túbulo renal (pouco específico); • trato biliar; • barreira hematoencefálica; • trato gastrintestinal. Fatores que influenciam a absorção de um fármaco Concentração do fármaco Características físico- químicas Formulação Fluxo sanguíneo no local de absorção Área da superfície absortiva Tempo de contato com a superfície de absorção : Interferência da formulação sobre a absorção de Fármacos Lei dos Genéricos Lei n° 9787, de 10/02/1999 • Contribuiu para o acesso da população brasileira a medicamentos essenciais por um preço reduzido (no mínimo 35% menores que os medicamentos de referência) e ao mesmo tempo com qualidade, segurança e eficácia comprovados. • Introduziu conceitos nunca antes empregados para o registro de medicamentos no Brasil: equivalência farmacêutica, bioequivalência e intercambialidade. MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA “produto inovador registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro.” (Lei nº. 9.787, de 10/2/1999) Patente: é uma concessão pública, conferida pelo estado, que garante ao seu titular a exclusividade ao explorar comercialmente a sua criação. Nome de Marca: nome de registro do produto. Propriedade privada do fabricante, que possui direitos de patente sobre a sua comercialização. Razão social utilizada para diferenciação dos competidores do mercado. MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA MEDICAMENTO GENÉRICO “medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que se pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, e designado pela DCB ou, na sua ausência, pela DCI.” (Lei nº. 9.787, de 10/2/1999) DCB: Denominação Comum Brasileira DCI: Denominação Comum Internacional (cópia) “medicamentos que possuem mesma forma farmacêutica, mesma via de administração e mesma quantidade da mesma substância ativa, isto é, mesmo sal ou éster da molécula terapêutica,...” Testes in vitro Equivalentes farmacêuticos: Teste in vivo Biodisponibilidade: Avalia a quantidade e a velocidade em que um fármaco atinge a circulação sistêmica na forma inalterada, tendo acesso a seu local de ação. v.o. i.m. ASC expressa a quantidade absorvida (ou extensão de absorção) Cmax: Valor da concentração plasmática no pico Tmax: momento do pico de concentração plasmática Cmax (relacionado a Tmax) reflete a velocidade do processo. Biodisponibilidade Por se tratar de um parâmetro relacionado à absorção, não se aplica a medicamentos administrados por via intravenosa, tão pouco a medicamentos cuja ação não resulta de uma absorção sistêmica, como no caso de medicamentos para administração local (nasal, ocular, cutânea). Biodisponibilidade BIODISPONIBILIDADE ABSOLUTA: Fração ou porcentagem da dose administrada que efetivamente alcança a circulação sistêmica. Biodisponibilidade Oral (F): Fração da dose disponível para fazer efeito por v.o. Ex.: 100 mg administrados por via oral 70 mg são absorvidos inalterados Portanto, biodisponibilidade será 0,7 ou 70% BIODISPONIBILIDADE RELATIVA:Bioequivalência Consiste na demonstração de equivalência farmacêutica entre produtos apresentados sob a mesma forma farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípio(s) ativo(s), e que tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo desenho experimental. Equivalência Farmacêutica: testes in vitro Biodisponibilidade: teste in vivo ou seja, são equivalentes no sistema biológico VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS Enteral: em contato com o TGI Parenteral: demais vias • Direta (injeções na circulação sistêmica ou em tecido vascular através de barreiras orgânicas) • Indireta Efeito de Primeira Passagem É o metabolismo do fármaco antes que esse chegue na circulação sistêmica para que possa ser distribuído, geralmente ocorre no fígado e eventualmente na parede intestinal. Ex.: aspirina, levodopa, morfina, propranolol, salbutamol. Implicações: • Necessidade de maiores doses por via oral; • Necessidade de utilização de outras vias de administração. Padrão de absorção, vantagens e desvantagens das vias de administração mais comuns Administração pela boca de uma forma farmacêutica que será deglutida, para que seja absorvida pelo TGI. Padrão de absorção, vantagens e desvantagens das vias de administração mais comuns Diferente da administração cutânea, cujo objetivo é o efeito local – sem absorção. Administração Tópica Objetiva-se efeito local • Cutânea: Pequena absorção pela pele intacta; • Gotas oftálmicas: pode ocorrer reação adversa sistêmica devido à drenagem do fármaco pelo canal lacrimal. Características das Preparações de Liberação Prolongada Redução da frequência de administração Manutenção do efeito terapêutico durante a noite Eliminação dos picos na concentração do fármaco e, portanto, menor incidência e/ou intensidade dos efeitos indesejados Risco de maior variação da concentração sistêmica Risco de falha da liberação controlada levando à toxicidade ou ineficácia Métodos para retardar a absorção • Vasoconstrictores • Formas pouco solúveis (suspensões, veículo oleoso) • Implantação de pellets
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