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Teoria da Psicomotricidade Relacional

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Psicomotricidade e Aprendizagem: Uma Reflexão Dialética
Leia o artigo ‘Psicomotricidade Relacional: um enfoque educativo e profilático”, e produza uma artigo sobre Teoria da Psicomotricidade.
A Psicomotricidade Relacional é um método criado pelo eminente educador francês André Lapierre, com fundamentos na teoria de Henry Wallon.
Difundido no Brasil desde 1983, tem seu alicerce na comunicação não-verbal, enfatiza os aspectos relacionais, psicofísicos, socioemocionais, cognitivos e afetivos do ser humano.
É uma ciência que lida com o ser humano e suas variadas formas de manifestação. É uma práxis que procura dar espaço de liberdade onde a criança aparece inteira: com seu corpo, suas emoções, sua fantasia, sua inteligência em formação.
A Psicomotricidade Relacional destaca-se como uma ferramenta essencial para a compreensão do ser humano em sua globalidade. Atualmente, é um diferencial na atuação profissional, tornando-se indispensável em vários segmentos, a exemplo de escolas, clínicas, empresas, centros de segurança social, dentre outros.
É através do nosso corpo que mostramos nossos desejos, nossas frustrações, nossas necessidades, desde a mais tenra idade. Como nos diz André Lapierre, “A qualidade da vida é a qualidade do ser, e não do ter”.
Segundo os grandes educadores, é quando vencemos nossas dificuldades que nos tornamos livres para a aprendizagem e, conseqüentemente, para a vida.
Vivemos num momento social, econômico e político muito delicado, em que percebemos e sentimos muito próximos de nós a discriminação, a violência, o descaso com os valores morais e éticos, a falta de limites ou o excesso deles.
Na prática escolar, presenciamos constantemente relatos de pais e professores de que muitos filhos e alunos apresentam dificuldades na aprendizagem e no relacionamento, não conseguem se expressar adequadamente.
Segundo André Lapierre, “A Educação Infantil é a fase escolar que tem maior importância, pois é quando ainda é possível melhorar a estrutura para uma boa adaptação à realidade, com menos defesas neuróticas. O ideal seria uma educação psicomotora relacional numa seqüência, da Educação Infantil até a quarta série do Ensino Fundamental”.
A Psicomotricidade Relacional vem ao encontro dos alunos como prevenção, levando-os a alcançar o equilíbrio no seu desenvolvimento.
Por meio de trabalhos em grupo em que se privilegia a comunicação não-verbal, a Psicomotricidade Relacional na escola proporciona:
Despertar para o desejo de aprender.
Prevenir dificuldades de expressão motora, verbal e gráfica.
Estimular a criatividade.
Facilitar a integração social, elevando a capacidade da criança para enfrentar situações novas e criar estratégias positivas em suas relações.
Estimular para o ajuste positivo da agressividade, inibição, dependência, afetividade, auto-estima, entre outros distúrbios do comportamento.
É ainda um espaço de desenvolvimento pessoal e interpessoal, de estruturação da criança como ser, de investimento não em dificuldades e sintomas, mas nas suas possibilidades de crescimento.
A Psicomotricidade Relacional é importantíssima para se compreender o desenvolvimento humano, por nos apontar uma perspectiva contemporânea. Isto é, o seu método está alicerçado num conjunto de teorias, que podem nos apontar o sofrimento psíquico sem, com isso, ter que enquadrá-lo em uma única teoria; o que está em foco é o ser humano, e não o seu sintoma. A partir dessa teorização, procura-se potencializar as soluções ativas de cada criança, tendo como intenção, portanto, ajudá-la a construir e conservar um equilíbrio pessoal dinâmico.
Essa construção acontece à medida que a criança vai, através do jogo espontâneo, integrando as suas dificuldades, necessidades e linguagem, de forma harmônica, com a realidade familiar e socioeducativa, ou seja, com o meio em que está inserida.
Em grandes linhas, as crianças são encaminhadas a um trabalho com a Psicomotricidade Relacional por três motivos principais:
Comportamento: excessiva agressividade, inibição, falta de limites, baixa tolerância à frustração, hiperatividade, etc.
Aprendizagem: queda de rendimento, dificuldade de expressão verbal ou gráfica, problemas de orientação espaço-temporal, dificuldades de assimilar novos conteúdos apesar de apresentar um desenvolvimento cognitivo normal, distúrbios de atenção, entre outros.
Socialização: dificuldade de integração no grupo, recusa em participar em atividades grupais, dificuldades de enfrentar situações novas, etc.
Lapierre nunca esqueceu de salientar a máxima da Psicomotricidade Relacional: movimento é vida, e vida é relação. E foi justamente na compreensão dos significados e simbolismos contidos nos movimentos e nas interações humanas (o eu e o outro) que o fisioterapeuta francês estruturou essa forma interessante de abordagem sobre o ser humano.
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